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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro FOTOSSÍNTESE Universidade Federal do Rio de Janeiro Curso: Licenciatura em Química Docente: Luiz Felipe Santoro Aluna: Suélen Pereira Carminati Matrícula: 17114070084 Disciplina: Química V Realizada dia 09/02/2019 Nova Iguaçu - RJ 1. INTRODUÇÃO A fotossíntese é o mecanismo que permite que organismos fotossintéticos, isto é, plantas, eucariotos unicelulares (algas) e algumas bactérias sintetizem compostos orgânicos utilizando a luz como fonte de energia. A energia fixada por esta via é armazenada em compostos orgânicos que são utilizados no metabolismo celular do organismo. Exceto a energia fixada por microrganismos quimiossintetizadores, a captura da energia solar por organismos fotossintéticos e sua conversão em energia química de compostos orgânicos reduzidos é a fonte elementar de quase toda a energia biológica do planeta (MARENCO, et.al, 2014). Os organismos fotossintéticos capturam a energia solar e obtém ATP e NADPH, usados como fonte de energia para sintetizar carboidratos e outros compostos orgânicos a partir de CO2 e H2O; ao mesmo tempo, liberam O2 na atmosfera. Os fótons são absorvidos por fotossistemas contendo pigmentos que, ao os absorverem, são levados a um estado eletrônico excitado. A energia absorvida é transferida dos pigmentos até o centro de reação, onde se inicia um processo de transferência de elétrons que culmina na oxidação da água, gerando O2, e na redução de NADP em NADPH2. Estas reações ocorrem nos cloroplastos, que contém estruturas denominadas tilacóides. No interior do tilacóide ocorre a formação de um gradiente de pH, cuja energia irá propiciar a síntese de ATP, que é, em última instância, a molécula de reserva de energia das células (GONZALEZ, 2016). Os heterótrofos aeróbios utilizam o O2 formado para degradar os produtos orgânicos ricos em energia da fotossíntese em CO2 e H2O, gerando ATP. O CO2 retorna à atmosfera, para ser usado novamente pelos organismos fotossintéticos. Dessa maneira, a energia solar fornece a força propulsora para a manutenção do ciclo contínuo de CO2 e O2 na biosfera, fornecendo também os substratos reduzidos – combustíveis como a glicose – dos quais dependem os organismos não fotossintéticos (LEHNINGER, 2013). 2 2. QUESTIONÁRIO 1) Qual a concentração em mol.L-1 da solução aquosa de NaHCO3 preparada? Qual o volume máximo de CO2 que esta quantidade de NaHCO3 pode gerar? A Tabela 1 apresenta o cálculo da concentração em mol.L-1 da solução de bicarbonato de sódio preparada. Tabela 1: Cálculo da concentração da solução de bicarbonato de sódio Massa molar Massa de NaHCO3 Qtd. de matéria de NaHCO3 Volume de água Concentração 84,01 (g.mol-1) 33,00 g 0,393 mol 2 L 0,196 mol.L-1 Em contato com a água, o bicarbonato de sódio sofre hidrólise salina conforme apresenta a reação a seguir: NaHCO3 (s) + H2O (l) Na+(aq) + HCO3- (aq) Em seguida, o ânion HCO3- proveniente do bicarbonato reage com a água formando ácido carbônico. HCO3- (aq) + H2O (l) H2CO3 (aq) + OH- O ácido carbônico, por sua vez, é um ácido fraco e muito instável que rapidamente se decompõe em CO2 e H2O. H2CO3 (aq) CO2 (g)+ H2O (l) Sendo assim, a equação global de dissociação do bicarbonato de sódio é apresentada a seguir: NaHCO3 (s) + H2O (l) Na+(aq) + CO2 (g)+ H2O (l) + OH- (aq) Observa-se que a cada um mol de NaHCO3 em presença de água, forma-se um mol de CO2. Como utilizamos 0,393 mol de NaHCO3 a quantidade máxima CO2 formado será de 0,393 mol. Considerando as CNTP, um mol de CO2 ocupa 22,4 L. Logo, o volume máximo de CO2 produzido pela quantidade de bicarbonato adicionado a 2L de água será de 0,0175L. 3 2) Existe diferença se utilizarmos uma lâmpada incandescente ou uma lâmpada fluorescente? E se utilizássemos luz negra? A fotossíntese é um processo baseado na absorção de luz. Esta é absorvida nos cloroplastos das células vegetais. Entretanto, existem comprimentos de onda onde a absorção de radiação é máxima. Dessa forma, para estimular os pigmentos fotossintéticos (clorofila a, clorofila b, betacaroteno) e aumentar a taxa de fotossíntese, a radiação deve ter um comprimento de onda entre 400 e 700 nm conforme apresenta a Fig 1. A radiação neste intervalo é chamada de radiação fotossinteticamente ativa. As lâmpadas, tanto incandescentes quanto fluorescentes, emitem radiação em todo o espectro eletromagnético. Entretanto, a luz incandescente emite mais comprimento de onda 4 Figura 1: Absorção ótima de luz de diferentes pigmentos a diferentes comprimentos de onda. Fonte Khan academy na faixa de 700 nm (vermelho longo) enquanto a luz fluorescente emite mais no comprimento de onda na faixa de 680 nm (vermelho curto). Dessa forma, a fotossíntese pode ocorrer utilizando os dois tipos de lâmpadas. A luz negra é composta por radiação ultravioleta e luz visível com comprimento de onda da luz violeta, isto é entre 200 e 400 nm. Ou seja, sob essa luz não há realização de fotossíntese. A luz ultravioleta é a mais energética, podendo inclusive causar danos às plantas. Caso o pigmento comece a absorver a frequência de onda para longe do espectro de luz visível, tal como ocorre com os raios ultravioletas ou infravermelhos, os elétrons livres podem ganhar muita energia e serem “expulsos” de suas órbitas, dissipá-la em forma de calor. 3) A fotossíntese ocorre em duas etapas: fase clara (fotoquímica) e fase escura (química). A fase clara só ocorre na presença de luz e como resultado produz ATP e NADPH, que serão utilizados na fase escura. Além disso, tem-se a produção de um gás. Que gás é este? Qual a sua importância para nós seres humanos? Nas reações luminosas, a clorofila e outros pigmentos de células fotossintéticas absorvem energia luminosa e a conservam como ATP e NADPH; simultaneamente, O2 é liberado. A grande maioria dos seres vivos, incluindo os humanos, depende direta ou indiretamente da fotossíntese como fonte de alimento (por meio da cadeia alimentar) e como fonte de oxigênio para a respiração. Heterótrofos aeróbios (p. ex. humanos, assim como plantas durante períodos escuros) usam o O2 formado desse modo para degradar os produtos orgânicos ricos em energia da fotossíntese em CO2 e H2O, gerando ATP. 4) O que acontece com o volume de água no tubo de ensaio? A que se deve o ocorrido? A Fig. 2 apresenta a imagem do sistema antes do início do experimento. Observa-se uma quantidade muito pequena de ar no interior do tubo. O mesmo estava praticamente cheio com a solução de bicarbonato de sódio. 5 A Fig. 3 apresenta a imagem do sistema após a ocorrência do processo fotossintético. Observa-se que houve uma diminuição da quantidade da solução e aumento do volume de ar dentro do tubo. O aumento do volume de ar se deve ao fato da formação de O2 durante a fotossíntese. Inclusive, a formação de O2 é bastante perceptível devido à presença de pequenas bolhas de ar visíveis dentro do funil e do tubo de ensaio. 6 Figura 2: Início do experimento Figura 3: Fim do experimento 5) Qual a finalidade de termos adicionarmos NaHCO3 à água? Qual seria o pH esperado para esta solução (ácido, neutro ou básico?) Como poderíamos comprovar que parte do CO2 produzido é consumido? A Elodea capturou a energia fornecida pela lâmpada para obter ATP e NADPH, usados como fonte de energia para sintetizar carboidratos e outros compostos orgânicos a partir de CO2 e H2O. Conforme mostra a equação abaixo, o bicarbonato de sódio em água forneceu à planta o CO2 necessário para a realização da fotossíntese. NaHCO3 (s) + H2O (l) Na+(aq) + CO2 (g)+ H2O (l) + OH- (aq) Espera-se que a solução de NaHCO3 0,196 mol.L-1 apresente um pH básico, pois este trata-se de um sal formado a partirde um ânion proveniente de um ácido fraco (ácido carbônico) com uma base forte (hidróxido de sódio). Quando temos a presença de ânions provenientes de ácidos fracos, estes reagem com o solvente (água), sofrendo um processo conhecido como hidrólise, fazendo com que o pH da solução resultante não seja neutro. O equilíbrio a seguir é estabelecido: HCO3- (aq) + H2O (l) H2CO3 (aq) + OH- (aq) Assim: O valor da constante de hidrólise do ânion pode ser obtido fazendo-se a razão entre a constante do produto iônico da água (Kw) e a constante de dissociação do ácido fraco (Ka): Sendo Kw = 1,0 x 10-14 e Ka do ácido carbônico = 4,3 x 10-7, temos: Se considerarmos que a fração do bicarbonato que se hidrolisa é pequena comparada com a quantidade presente inicialmente, podendo, portanto, ser desprezada e que [OH-] = [H2CO3]: 7 [OH-] = 6,7 x 10-5 pOH = - log [OH-] = 4,2 pH + pOH = 14 pH = 9,8 Dessa forma, é esperado que a solução apresente um pH mais básico. Poderíamos comprovar que parte do CO2 foi consumido realizando a medição do pH antes e depois do início do experimento. Com a remoção do CO2 que foi consumido na fotossíntese, haverá aumento da acidez do meio. 6) Como poderíamos comprovar a presença de gás no interior do tubo de ensaio? O que aconteceu quando introduzimos o palito de fósforo no tubo de ensaio? A presença do oxigênio poderia ser comprovada introduzindo um palito de fósforo recém apagado, mas ainda quente e brilhando, no interior do tubo se realmente houvesse presença de oxigênio o palito de fósforo reacenderia. Contudo, essa etapa do experimento não foi realizada. 7) Escreva a equação balanceada da fotossíntese, indicando qual a substância química utilizada pela planta para obter a energia necessária a sua sobrevivência. A equação geral da fotossíntese em plantas descreve uma reação de oxidação-redução na qual H2O doa elétrons para a redução de CO2 a carboidrato (CH2O) : 8 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] NELSON, DAVID L, LEHNINGER, ALBERT L. COX, MICHAEL M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6.ed. Nova Iorque: W.H.Freeman and Company., 2013. [2] ANTONIO MARENCO, RICARDO, ALFREDO ANTEZANA-VERA, SAULROMENYA DOS SANTOS GOUVEA, PAULA et al. Fisiologia de espécies florestais da Amazônia: fotossíntese, respiração e relações hídricas. Revista Ceres, n.0034- 737X, p.786, 2014. [3] GONZALEZ, H.D. Fotossíntese. UFGRS. Disponível em : <https://www.ufrgs.br/lacvet/restrito/pdf/fotossintese.pdf>. Acesso em: 17 fev.2019. [4] Luz e pigmentos fotossintéticos. Khan Academy. Disponível em: <https://pt.khanacademy.org/science/biology/photosynthesis-in-plants/the-light-dependent- reactions-of-photosynthesis/a/light-and-photosynthetic-pigments>. Acesso em: 17 fev. 2019. 9