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Apostila GRA0095 CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA II unidade_3 FMU 2021

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CONTABILIDADE CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA IIINTERMEDIÁRIA II
Me. Marco Aurél io Claudiano da S i lva
IN IC IAR
introdução
Introdução
O grupo de contas do Ativo Imobilizado se caracteriza por agrupar os bens tangíveis que a empresa
possui e que são necessários para suas operações, como por exemplo, prédio, máquinas,
equipamentos etc. É de grande importância para uma boa gestão do seu Ativo Imobilizado, pois ela
precisa conhecer as características de seus bens e o que pode acontecer com eles em termos de
ganhos ou perdas de capital através da boa manutenção de seu Imobilizado.
O objetivo deste tópico é estudar e compreender como reconhecer e avaliar o Ativo Imobilizado,
conhecendo os custos envolvidos, as operações que o envolvem quando classi�cado como
propriedade para investimento (CPC 28), como reavaliar o Ativo Imobilizado (CPC 27) e identi�car
quais bens que poderão sofrer Depreciação, Amortização e Exaustão e explicar cada um desses
conceitos e sua in�uência sobre os bens.
A intenção é utilizar uma linguagem acessível, embora, em alguns momentos, seja necessário que
termos técnicos sejam utilizados para tornar mais fácil a compreensão aos leitores que estão
buscando informações sobre esse tema tão importante para a Contabilidade das empresas. Bons
estudos!!!
O Ativo Imobilizado é um dos subgrupos que pertencem ao grupo do Ativo Não Circulante que está
dentro do Balanço Patrimonial, uma das principais Demonstrações Contábeis.
Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 27 no seu item 6:
Ativo imobilizado é o item tangível que: 
(a) é mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para
aluguel a outros, ou para �ns administrativos; e 
(b) se espera utilizar por mais de um período. 
Correspondem aos direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da entidade ou exercidos com essa �nalidade, inclusive os
decorrentes de operações que trans�ram a ela os benefícios, os riscos e o controle
desses bens (CPC, 2009a).
Segundo Ribeiro (2018), as empresas que atuam na área comercial podem utilizar bens tanto na
área administrativa quanto comercial, como por exemplo, as instalações físicas, mesas, cadeiras,
computadores, balcões, vitrinas etc. Na área industrial, além dos utilizados nas empresas comerciais,
podem ser utilizados outros bens visando à área produtiva, como por exemplo, máquinas,
equipamentos e ferramentas. A área de prestação de serviços se caracteriza pelos mesmos tipos de
bens da área industrial, diferenciando-se que são utilizados para a execução dos serviços que a
empresa presta ao invés da transformação de matéria-prima nas empresas industriais.
Segundo Padoveze (2018, p. 347), os principais bens e direitos imobilizados são:
a) Imóveis (terrenos, prédios, edi�cações etc.);
b) Máquinas e equipamentos industriais;
c) Máquinas e equipamentos para apoiar as operações de comércio e prestação de
serviços;
d) Móveis e utensílios;
e) Equipamentos de tecnologia de informação;
f) Veículos e equipamentos de movimentação de produção e cargas;
Reconhecimento e Avaliação do AtivoReconhecimento e Avaliação do Ativo
ImobilizadoImobilizado
g) Softwares adquiridos para suportar as operações;
h) Jazidas minerais;
i) Ativos biológicos etc.
Os ativos biológicos são culturas agrícolas permanentes ou de duração de longo prazo
e pecuária de também de vida e utilização de longo prazo.
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 28,  uma entidade não pode manter no Ativo
Imobilizado os imóveis e terrenos com o objetivo de obter renda ou para investimentos.
A Lei n. 12.973/2014, que altera a legislação do imposto de renda, no seu artigo 15 traz:
O custo de aquisição de bens do ativo não circulante imobilizado e intangível não
poderá ser deduzido como despesa operacional, salvo se o bem adquirido tiver valor
unitário não superior a R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) ou prazo de vida útil não
superior a 1 (um) ano. (BRASIL, 2014).
De acordo com essa questão, somente vale a pena para a empresa imobilizar bens acima desse
valor, pois abaixo desse valor não pode deduzir como despesa operacional as despesas com
depreciação. Dessa forma, �ca como um critério da empresa a imobilização de bens abaixo de R$
1.200,00 ou então com prazo de vida útil menor que um ano.
Reconhecimento dos Ativos Imobilizados
Segundo a NBC TG 27, alguns pontos importantes na contabilização devem ser considerados e que
compreendem o reconhecimento dos Ativos, a determinação dos valores contábeis desses bens, os
valores envolvidos no processo de depreciação e o reconhecimento das perdas que irão ocorrer
devido à desvalorização deles.
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 27 no item 7:
O custo de um item de ativo imobilizado deve ser reconhecido como ativo se, e apenas
se: 
(a) for provável que futuros benefícios econômicos associados ao item �uirão para a
entidade; e 
(b) o custo do item puder ser mensurado con�avelmente. (CPC, 2009a).
Desta forma, além dele ser classi�cado como um Ativo Imobilizado, também deve cumprir as duas
condições citadas no item 7 do CPC 27, já que o texto do CPC  é enfático em colocar “se, e apenas
se”. A entidade deve avaliar o reconhecimento de seus custos no momento em que eles são
incorridos, sejam eles os custos iniciais para a aquisição ou construção do bem ou para sua
renovação, manutenção ou substituição de partes. Pode incluir também o custo nos contratos de
arrendamento de ativos, que com a mudança de legislação, passaram a ser classi�cados como Ativo
Imobilizado.
Segundo Carmo e Silva (2016), o processo de contabilização dos ativos imobilizados se inicia com o
reconhecimento dos ativos, que devem também ter os seus valores contábeis mensurados e
também como serão depreciados, assim como, a determinação das perdas com a desvalorização do
bem que deverão ser reconhecidas em relação aos bens.
Segundo FIPECAFI (2013), o plano de contas pode separar o grupo do Imobilizado em dois
subgrupos: Bens em operação - que identi�cam os recursos já utilizados pela empresa; Imobilizados
em andamento - onde há aplicações de recursos, mas os bens ainda não estão em operação.
Segundo Sobral e Marini (2012), quando a empresa adquire um bem, deve ser realizado o registro
contábil atendendo à legislação pertinente, pelo seu custo de aquisição (ou construção), devendo
fazer um ajuste ao valor presente, fazendo a dedução do valor da depreciação e, se for o caso,
reduzindo a provisão para perdas em seu valor recuperável (desvalorização ou impairment). O
Quadro 3.1 faz um resumo de como pode ser veri�cado o cálculo para chegar ao valor do bem
Imobilizado.
Quadro 3.1 - Fórmula do Reconhecimento do Valor Líquido Contábil pelo Método do Custo.
Fonte: Adaptado de Padoveze (2017, p. 356).
Segundo Sobral e Marini (2012), o custo de aquisição corresponde ao valor pago pelo bem,
subtraindo os descontos comerciais e/ou abatimentos se tiver. Nesse custo também devem ser
considerados benefícios pagos a empregados, preparação do local para que o item entre em
funcionamento, fretes, custos relativos à instalação e montagem (caso existam) e honorários
pro�ssionais.
O Pronunciamento Técnico CPC 27 descreve dois métodos de mensuração do valor de um bem do
imobilizado, que são o Método de Custo (descrito anteriormente) e o Método da Reavaliação.
Segundo a Lei n. 6404/1976, artigo 182, parágrafo 3°, a Reavaliação do bem pode ser realizada como
ajuste, obedecendo ao regime de competência, fazendo a contrapartida com o aumento ou a
diminuição do valor, para que �que avaliado o mais próximo ao valor de mercado do bem.
Segundo Padoveze (2017), a depreciação é uma despesa e quando ela for de bens industriais deve
ser incorporada ao custo dos produtos fabricados, caracterizando-se com despesa, sem desembolso
e que ocasiona uma perda de valor do bem, o que também diminui a riqueza da empresa. A
depreciação vai ser tratada com mais detalhes em um item especí�co para tal.
Conforme Padoveze (2017), impairment podeser de�nido como valores do ativo que irão diminuir o
valor de um bem quando ocorrem dano, prejuízo ou deterioração. Essa diminuição pode ser através
de perda de valor de mercado ou então pela redução da capacidade do bem gerar benefícios ou
lucros futuros para a empresa.
Segundo FIPECAFI (2013, p. 277) as contas do Plano de Contas do Ativo Imobilizado podem ser
descritas conforme o quadro a seguir:
Quadro 3.2 -  Contas do Plano de Contas do Ativo Imobilizado.
Fonte: FIPECAFI (2013, p. 277).
praticar
Vamos Praticar
Uma empresa de produção de móveis pretende fazer uma substituição de seu maquinário para melhorar
sua produtividade com equipamentos mais modernos. A empresa fez um levantamento de seus
equipamentos atuais e levantou as informações que podem ser veri�cadas a seguir:
Máquinas e Equipamentos - R$ 90.000,00
Depreciação Acumulada - R$ 75.000,00
Valor Negociado para a Venda - R$ 22.000,00
Com base nas informações anteriores, como será realizado o reconhecimento dessa operação na
Contabilidade?
Despesa não operacional no valor de R$ 15.000,00.
Outras despesas no valor de R$ 5.000,00.
Resultado operacional de R$ R$ 22.000,00.
Receita não operacional de R$ 22.000,00.
Outras receitas no valor de R$ 7.000,00.
Normalmente quando se ouve falar sobre terrenos e edi�cações já se pensa na classi�cação como
Ativo Imobilizado. Entretanto, pode ocorrer de prédios ou terrenos serem classi�cados em outra
conta no Balanço Patrimonial.
Conceitos e Operações de Propriedade para
Investimento
Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 28 (CPC, 2009b) no item 5:
Propriedade para investimento é a propriedade (terreno ou edifício - ou parte de edifício
- ou ambos) mantida (pelo proprietário ou pelo arrendatário como ativo de direito de
uso) para auferir aluguel ou para valorização do capital ou para ambas, e não para:
(a) uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para �nalidades
administrativas; ou 
(b) venda no curso ordinário do negócio. 
Propriedade ocupada pelo proprietário é a propriedade mantida (pelo proprietário ou
pelo arrendatário como ativo de direito de uso)
É muito comum os contadores das empresas classi�carem como Ativo Imobilizado um ativo que
deveria ser classi�cado como Propriedade para Investimento, pois o que importa na hora de efetuar
esse processo é a forma de uso da propriedade e deve-se saber qual a sua destinação. Por exemplo,
pode acontecer que um prédio era utilizado como unidade onde estava instalada um escritório com
a área comercial da empresa e nesse caso ele deveria estar classi�cado como Ativo Imobilizado,
entretanto, a empresa decide desocupá-lo e passa a alugar o imóvel para uma outra empresa e a
partir desse momento ele deve ser classi�cado no grupo do Ativo Circulante no subgrupo
Investimentos (FIPECAFI, 2013).
Segundo Padoveze (2018), as Propriedades para Investimento são classi�cadas como imóveis que a
entidade não irá mais utilizar para suas atividades operacionais, mas deseja conseguir auferir lucros,
Ativo Imobilizado Classi�cado comoAtivo Imobilizado Classi�cado como
Propriedade para InvestimentoPropriedade para Investimento
seja por renda com aluguel ou lucro por valorização do mesmo, ou ambas.
Quanto à diferença entre os dois tipos de ativo, segundo FIPECAFI (2013, p. 200):
A diferença entre esses dois ativos consiste na natureza do ativo, sua �nalidade e na
intenção pela qual cada um deles é alugado. Por exemplo, na situação em que
determinado imóvel é alugado a empregados por causa da localização da empresa
(uma fazenda, por exemplo, ou uma indústria localizada em zona não urbana etc.),
então, a atividade de aluguel do imóvel para seus empregados é parte das atividades de
produção, porque sem os empregados não se terá a produção e, dessa forma, o
conjunto de ativos usados no processo produtivo não irá gerar �uxos de caixa para a
entidade. Nesse caso, tem‐se que esse imóvel é um ativo imobilizado, pois na verdade
está sendo empregado na manutenção das atividades dessa empresa. De outra forma,
se a empresa mantém uma propriedade com �ns especí�cos de locação a terceiros
para auferir renda até que outra destinação seja decidida pela empresa, mesmo essa
atividade não sendo parte das atividades ordinárias da empresa (já que é uma
indústria), o imóvel pode ser classi�cado como propriedade para investimento.
Uma outra situação diferenciada é se a atividade principal da empresa é compra, venda e locação de
imóvel, pois as unidades destinadas à operação de venda devem ser classi�cadas como Estoque, as
utilizadas para �ns administrativos da empresa devem estar presentes no Imobilizado e as que
forem mantidas especi�camente para locação ou valorização de capital devem ser classi�cadas
como Propriedade para Investimento (FIPECAFI, 2013).
Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 28 (CPC, 2009b) no seu item 32:
Este Pronunciamento Técnico exige que todas as entidades mensurem o valor justo de
propriedades para investimento para a �nalidade de mensuração (se a entidade usar o
método do valor justo) ou de divulgação (se usar o método do custo). Incentiva-se a
entidade, mas não se exige dela, a mensurar o valor justo das propriedades para
investimento tendo por base a avaliação de avaliador independente que tenha
quali�cação pro�ssional relevante e reconhecida e que tenha experiência recente no
local e na categoria da propriedade para investimento que esteja sendo avaliada.
O CPC 28 preconiza duas formas para mensurar as Propriedades para Investimento que são o
Método do Custo e o Método do Valor Justo. O CPC 46 diz que a mensuração a Valor Justo se baseia
no mercado e ele é o valor pelo qual um ativo será negociado entre as partes, que conhecem o bem
e o negócio e que são independentes entre si. As empresas que optarem por usar esse Método
devem utilizar os seus três níveis de hierarquia para mensurá-lo. O nível 1 é obtido através de
cotações no mercado disponível para ativos e passivos idênticos, que são informados pela entidade
na data da operação, recebendo a mais alta prioridade.  O nível 2 vem de preços diretamente
observáveis para ativos ou passivos idênticos ou similares em mercados que não estejam ativos. O
nível 3 vem de valores de mercados não observáveis para ativos e passivos. Esse nível deve ser
evitado pelas empresas, devido ao alto risco de não re�etir a realidade (MELLO; ANGELIM; ARAUJO,
2015).
Segundo Lunelli (201-), a entidade deverá avaliar os custos envolvidos na Propriedade para
Investimento no momento em que são incorridos, esses custos inicialmente são o custo de
aquisição, e os custos subsequentes devem ser considerados para inserir ou substituir partes ou
fazer a manutenção da propriedade. A cada encerramento do balanço ele deve ser avaliado pelo
método do valor justo se este for con�ável. Entretanto, a legislação prevê que se não for possível
avaliar de forma consistente pelo valor justo, ela deverá utilizar o método do custo, menos a
depreciação e a redução ao valor recuperável do ativo. Quando ocorrer essa situação deve constar o
porquê nas Notas Explicativas do Balanço Patrimonial.
Método da Reavaliação de Ativo Imobilizado
Segundo o Pronunciamento Técnico CPC 27 nos itens 31 e 34, depois que um ativo foi reconhecido
como Imobilizado, quando o valor justo possa ser mensurado e con�ável, se for permitido por lei, o
seu valor reavaliado irá corresponder ao valor justo no momento da reavaliação subtraindo a
depreciação e a perda por redução ao valor recuperável acumuladas. A frequência das reavaliações,
quando permitidas por lei, depende das mudanças do valor justo do Ativo Imobilizado. Quando o
valor justo dele divergir materialmente do valor contábil deve ser realizada uma nova reavaliação.
Caso ocorra uma desvalorização constante, não é necessário reavaliar a todo momento, podendo
ser realizada a reavaliação periodicamente a cada 3 ou 5 anos.
Segundo o item 35 do Pronunciamento Técnico CPC 27 (CPC, 2009a):
Quando um item do ativo imobilizado é reavaliado, o valorcontábil do ativo deve ser
ajustado para o valor reavaliado. Na data da reavaliação, o ativo deve ser tratado de
uma das seguintes formas: 
(a) o valor contábil bruto deve ser ajustado de forma que seja consistente com a
reavaliação do valor contábil do ativo. Por exemplo, o valor contábil bruto pode ser
ajustado em função dos dados de mercado observáveis, ou pode ser ajustado
proporcionalmente à variação no valor contábil. A depreciação acumulada à data da
reavaliação deve ser ajustada para igualar a diferença entre o valor contábil bruto e o
valor contábil do ativo após considerar as perdas por desvalorização acumuladas; ou 
(b) a depreciação acumulada é eliminada contra o valor contábil bruto do ativo.
Os Itens 36 a 37 do Pronunciamento Técnico CPC 27 preconizam que, caso um item do Ativo
Imobilizado possa ser reavaliado, se permitido por lei, toda a classe ao qual ele está classi�cado no
Plano de Contas deve ser reavaliado também. Alguns exemplos de classe de Imobilizado podem ser
citados como: terrenos, edifícios, máquinas, móveis e utensílios, equipamentos de escritório etc.
Pode haver a reavaliação de forma rotativa desde que seja realizada em curto período e sejam
mantidas atualizadas.
O valor contábil e os saldos relativos à reavaliação são descritos nos itens 39 a 41 do
Pronunciamento Técnico CPC 27 (CPC, 2009a):
39. Se o valor contábil do ativo aumentar em virtude de reavaliação, esse aumento deve
ser creditado diretamente à conta própria do patrimônio líquido. No entanto, o
aumento deve ser reconhecido no resultado quando se tratar da reversão de
decréscimo de reavaliação do mesmo ativo anteriormente reconhecido no resultado. 
40. Se o valor contábil do ativo diminuir em virtude de reavaliação, essa diminuição
deve ser reconhecida no resultado. No entanto, se houver saldo de reserva de
reavaliação, a diminuição do ativo deve ser debitada diretamente ao patrimônio líquido
contra a conta de reserva de reavaliação, até o seu limite. 
41. O saldo relativo à reavaliação acumulada do item do ativo imobilizado incluído no
patrimônio líquido somente pode ser transferido para lucros acumulados quando a
reserva é realizada. O valor total pode ser realizado com a baixa ou a alienação do
ativo. Entretanto, parte da reserva pode ser transferida enquanto o ativo é usado pela
entidade. Nesse caso, o valor da reserva a ser transferido é a diferença entre a
depreciação baseada no valor contábil do ativo e a depreciação que teria sido
reconhecida com base no custo histórico do ativo. As transferências para lucros
acumulados não transitam pelo resultado.
É importante lembrar que a Reserva de Reavaliação foi extinta pela Lei número n. 11.638/2007 e que
eliminou a possibilidade da empresa fazer a reavaliação espontânea dos Ativos. Também, a
Resolução do CFC n. 1.177/2009 que aprovou a NBC TG 27 sobre o Ativo Imobilizado, baseado no
Pronunciamento Técnico CPC 27, revogou a NBC T 19.6 sobre Reavaliação de Ativos.
Segundo Padoveze (2017) a Lei n. 11.638/2007 que alterou a Lei n. 6.404/1976 eliminou a
possibilidade da empresa manter uma Reserva de Reavaliação de Ativos e as que existiam até
dezembro de 2007 puderam ser mantidas no Patrimônio Líquido com os procedimentos de baixa
por reavaliação até zerar toda a conta.  Conforme Padoveze (2017, p. 375):
A interpretação ICPC 10 – Interpretação sobre a Aplicação Inicial ao Ativo Imobilizado e
à Propriedade para Investimento dos Pronunciamentos Técnicos CPCs 27, 28, 37 e 43,
permitiu a possibilidade de, em 01.01.2010, a empresa fazer um ajuste dos valores dos
elementos patrimoniais de imobilizado e propriedades para investimentos, denominado
custo atribuído.
Se o valor do custo atribuído fosse superior ao valor contábil, haveria a possibilidade de
fazer um novo ajuste para mais desses elementos, caracterizando, na essência, uma
reserva de reavaliação. A conta a ser utilizada como contrapartida é a de ajustes de
avaliação patrimonial no patrimônio líquido.
Essa conta deverá ser reduzida à medida que houver a realização dos ativos a que
derem origem, seja por venda, baixa ou depreciação, tendo como contrapartida a conta
de lucros acumulados.
Lançamentos Contábeis de Propriedade para
Investimentos
Seguem alguns exemplos de contabilização de Propriedade para Investimentos e sua classi�cação
para entendimento de algumas situações que podem ocorrer.
Suponha-se que uma propriedade foi comprada pela empresa XYZ com �ns exclusivos de locação e,
dessa forma, deve ser classi�cada como uma conta do Ativo Não Circulante no subgrupo de
Investimentos na conta Propriedade para Investimentos. O valor pago a vista na Propriedade de
Investimento foi de R$ 800.000,00. O lançamento contábil para esse fato �caria da seguinte forma:
Compra da Propriedade para Investimento
D - Propriedade para Investimento - R$ 800.000,00 (Ativo Não Circulante - Investimento)
C - Bancos Conta Movimento - R$ 800.000,00 (Ativo Circulante)
A empresa ZYW possuía um edifício classi�cado como Ativo Imobilizado com valor de R$ 500.000,00
que era utilizado para uma unidade produtiva da empresa, que decidiu fazer uma mudança de
prédio e disponibilizá-lo para aluguel. Também houve uma adequação no valor de mercado do
prédio que passou a ser contabilizado pelo valor justo no valor de R$ 600.000,00. A contabilização
�caria da seguinte forma:
Transferência de Ativo Imobilizado para Propriedade para Investimento com
contabilização ao valor justo.
D - Propriedade para Investimento - R$ 600.000,00 (Ativo Não Circulante - Investimento)
C - Ativo Imobilizado - R$ 500.000,00 - (Ativo Não Circulante)
C - Ajuste de Avaliação Patrimonial - R$ 100.000,00 (Patrimônio Líquido)
Podem acontecer vários tipos de fatos contábeis e que deverão passar por avaliação do pro�ssional
contábil para classi�cá-las corretamente dependendo de cada particularidade das operações.
praticar
Vamos Praticar
Uma empresa de desenvolvimento de software adquiriu à vista um prédio de três andares, cujo valor de
mercado é de R$ 1.500.000,00.
A utilização da estrutura do prédio será realizada da seguinte forma:
O primeiro andar será alugado para uma empresa de consultoria em Recursos Humanos;
O segundo andar será destinado ao setor comercial e à área administrativa da empresa;
O terceiro andar será usado pela equipe de desenvolvimento de sistemas.
Tendo as informações anteriores, assinale a alternativa correta para a contabilização do imóvel levando em
conta proposta de ocupação dele:
Débito - Prédios (Ativo Imobilizado) -  R$ 1.000.000,00
Débito - Propriedades para Investimentos (Ativo Não Circulante - Investimentos) - R$ 500.000,00
Crédito - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) - R$ 1.500.000,00
Débito - Prédios (Ativo Imobilizado) R$ 1.500.000,00
Crédito - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) - R$ 1.500.000,00
Débito - Propriedades para Investimentos (Ativo Não Circulante - Investimentos) - R$ 1.500.000,00
Crédito - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) - R$ 1.500.000,00
Débito - Investimentos Ativo Imobilizado - R$ 1.500.000,00
Crédito - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) - R$ 1.500.000,00
Débito - Propriedades para Investimentos (Ativo Não Circulante - Investimentos) -  R$ 1.000.000,00
Débito - Prédios (Ativo Imobilizado) - R$ 500.000,00
Crédito - Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) - R$ 1.500.000,00
O Ativo Imobilizado, dependendo da sua especi�cidade, está sujeito a uma perda de valor
progressivo ocasionado pelo seu desgaste de utilização na empresa. Eles podem ser conhecidos por
depreciação (quando o bem for tangível), amortização (quando se tratar de bens incorpóreos) ou
exaustão (quando se referirem a recursos naturais) (CHAGAS, 2014).
Segundo Padoveze (2017), alguns conceitos são importantes para se conhecer antes de se discutir os
conceitos aludidos anteriormente:
a) Vida útil: corresponde ao tempo em que a empresa tem expectativa de utilizar o bem em suas
operações. Caso a vida útil do fabricante seja de 15 anos, mas a empresa tenha expectativade
utilizá-lo por 10 anos, contabilmente será utilizado o prazo de 10 anos.
b) Valor residual: o valor pelo qual pretende-se vender o bem ao �nal da vida útil, com valor
contábil que deverá ser desvalorizado até o valor residual de�nido. Se bem estimado o valor
residual, no �nal da vida útil seu valor contábil será muito próximo e o item não �cará zerado no
Balanço Patrimonial.
c) Valor depreciável (amortizável ou exaurível): será o valor inicialmente contabilizado para o
bem, subtraindo o valor residual de�nido para ele.
Segundo Gelbcke (2018, p. 266), “Além das causas físicas decorrentes do desgaste natural pelo uso e
pela ação de elementos da natureza, a vida útil é afetada por fatores funcionais, tais como a
inadequação e o obsoletismo, resultantes do surgimento de substitutos mais aperfeiçoados”.
Neste tópico serão tratados os conceitos de Amortização e de Exaustão, sendo o conceito de
Depreciação discutido no próximo tópico.
Amortização
Amortização e Exaustão de bens do AtivoAmortização e Exaustão de bens do Ativo
ImobilizadoImobilizado
Segundo Hoss et al. (2013, p. 71):
A amortização consiste na recuperação do capital aplicado na aquisição de direitos,
cuja existência ou exercício tenham duração limitada e que tenham vida útil estimada
em mais de um período. Normalmente envolve direitos, cuja utilização pelo contribuinte
tenha o prazo limitado por lei ou contrato.
Segundo o item 8 da NBC TG 04: “Amortização é a alocação sistemática do valor amortizável de Ativo
Intangível ao longo de sua vida” (CFC, s.d.). Entretanto, nem todos os itens classi�cados como
Intangível sofrem a amortização, sendo que a vida útil do bem é o que vai determinar se ele será ou
não elegível a sofrer o processo de amortização, ou seja, um Ativo Intangível, que não seja possível
determinar sua vida útil, não deverá ser Amortizado. Para as empresas de pequeno e médio porte,
conforme NBC TG 1000, todos os Ativos Intangíveis devem ser considerados de vida útil �nita e
portanto devem ser amortizados (HOSS et al., 2013).
Segundo Padoveze (2018), anualmente, a Contabilidade deve adotar se houve alguma alteração na
vida útil dos bens imobilizados e intangíveis e também seu valor residual. Da mesma forma, deve-se
veri�car através de indicações objetivas se é necessária ou não a aplicação do impairment aplicando
a redução ou não do valor recuperável dos ativos.
Segundo Montoto (2012), Hoss et al. (2013) e NBC TG 04 (R4) em seu item 119, podem ser
relacionados como bens amortizáveis as benfeitorias em bens de terceiros que possuam previsão de
ressarcimento, estando classi�cados no Ativo Imobilizado direitos autorais, licenças, autorizações ou
concessões públicas (estradas, telefonia, ferrovias etc.), software, websites, valores dos direitos
contratuais de exploração de �orestas de terceiros por prazo determinado, receitas, fórmulas,
modelos, projetos e protótipos de produtos, franquias etc.
Segundo Hoss et al. (2013), a taxa anual e sua quota de amortização dependerão do método que for
adotado para o bem intangível, dependendo de sua vida útil. Para os bens intangíveis, aplicam-se os
métodos lineares, como o da soma dos algarismos dos anos. O método linear ou das quotas
constantes é um dos mais utilizados na aplicação da amortização, é bem simples de utilização. Por
exemplo, supondo que um bem tenha 10 anos de expectativa de vida útil, sua taxa de amortização
será de 10% ao ano. Utilizando o método da soma dos algarismos dos anos, obtém-se um
denominador de uma fração que determina a taxa de amortização a cada ano.
Supondo que uma empresa tenha instalado um software com vida útil estimada em 4 anos a taxa de
amortização será determinada com as seguintes características:
Cálculo do denominador da fração:
1 + 2 + 3 + 4 = 10.
Podem ser utilizadas taxas crescentes ou decrescentes, conforme o caso no quadro a
seguir.
Quadro 3.3 - Exemplo de Taxas Crescentes e Decrescentes
Fonte: Adaptado de Hoss et al. (2013, p. 259-260).
Conforme pode ser veri�cado no Quadro 3.3, a totalização das taxas, independentemente de serem
adotadas de forma crescente ou decrescente irá amortizar seu custo de forma integral. A diferença
das duas taxas torna evidente que na Taxa Decrescente há uma produtividade maior nos primeiros
anos e há consequentemente uma maior alocação de amortização nesse período.
Exempli�quemos com o caso de um software que será amortizado em 10% ao ano durante um
período de vida útil de 10 anos e a empresa desembolsou R$ 100.000,00 para a confecção do
mesmo, a contabilização do seu processo de amortização será a seguinte:
Quadro 3.4 - Exemplo de Contabilização de Amortização
Fonte: Elaborado pelo Autor (2019).
Exaustão
Segundo Hoss et al. (2013, p. 268) Exaustão  “é a alocação sistemática do valor exaurível de um Ativo
ao longo de sua vida útil”. Corresponde a um processo similar à Amortização para contas que estão
classi�cadas no Ativo Imobilizado, mas representam direitos da empresa em relação a recursos
minerais ou �orestais, sofrendo a diminuição do valor residual, quando for o caso. Vale lembrar que
a Exaustão não se aplica à exploração de jazidas minerais inesgotáveis ou indetermináveis.
Utilizando o princípio da Amortização do método linear ao ser obtido o prazo de concessão de
explorar o minério, o cálculo da quota de exaustão deve ser realizado sobre os valores gastos desde
a análise de solo, levantamentos e medições de jazidas e outros encargos. A taxa anual nesse caso,
supondo uma concessão de 8 anos, será de 100% dividido por 8 anos, a um percentual de 12,5% ao
ano.
Outra possibilidade é a relação entre o volume de produção do período e a possança da mina,
sabendo que a reserva é a capacidade de produção estimada da jazida. Supondo que a capacidade é
de 1.000 toneladas e que no período foram produzidas 70 toneladas, dessa forma a quantidade
deve ser multiplicada por 100 e dividida por 1.000. Então, nesse exemplo: 70 x 100 / 1.000, o
percentual usado de exaustão será de 7% ao ano (HOSS et al., 2013).
Segundo Hoss et al (2013), exempli�quemos uma mina de jazida de carvão com as seguintes
características:
a) Valor Contábil da Jazida: R$ 200.000,00.
b) Possança estimada da jazida: 1.000 toneladas.
c) Extração no período: 150 toneladas.
d) Prazo de concessão: 20 anos.
Ao fazer a simulação do cálculo podem ser veri�cadas as seguintes situações:
Prazo de Concessão:
Taxa: 100% / 20 anos => 5% ao ano.
Quota de Exaustão: 200.000 x 5% ao ano => 10.000,00.
D - Exaustão Acumulada - R$ 10.000,00 - Conta de Resultado.
C - Exaustão da Jazida de Carvão XYZ - R$ 10.000,00 - Conta de Ativo Imobilizado - Intangível - Conta
Redutora.
Relação de volume produzido x possança estimada:
Taxa: 150 x 100 / 1000 = 15% ao ano.
Quota de Expansão: 200.000 x 15% ao ano = 30.000,00.
D - Exaustão Acumulada - R$ 30.000,00 - Conta de Resultado.
C - Exaustão da Jazida de Carvão XYZ - R$ 30.000,00 - Conta de Ativo Imobilizado - Intangível - Conta
Redutora.
praticar
Vamos Praticar
A empresa MINAS MAIS S/A em dezembro de 2016 obteve o direito de explorar uma mina de carvão
pagando o valor de R$ 1.600.000,00, com pagamento ocorrendo à vista. A mina tem uma previsão de
capacidade total da ordem de 120.000 toneladas. Em 2017 a empresa extraiu 12.000 toneladas e reavaliou a
capacidade produtiva ainda em 120.000 toneladas e no segundo ano extraiu 10.000 toneladas.
Levando em conta os dados anteriores, qual foi no �nal de 2018 o valor contábil em reais apresentado para
a mina:
R$ 1.440.000,00.
R$ 1.320.000,00
R$ 1.120.000,00.
R$ 860.000,00.
R$ 920.000,00.
Segundo Chagas (2014), a depreciação corresponde ao percentual que irá diminuir o valor do Ativo
Imobilizado registrado como conta redutora do Ativo perdendo o valor do desgaste ou perdas da
produtividade por uso, ação da natureza ou quando ele se tornar obsoleto. O anexo III da Instrução
Normativa da Receita Federal Brasileira de número 1700 de 14 de março de 2017 estabelece a
Tabela de Taxas Anuaisde Depreciação, como por exemplo, aparelho e instrumentos de pesagem
como referência 8423, com 10 anos de prazo de vida útil e com uma taxa anual de depreciação de
10% ao ano.
Podem ser depreciados os bens físicos que sofram desgaste por uso, ação da natureza ou por
obsolescência normal, podendo ser edi�cações e construções, benfeitorias em imóveis alugados
quando o custo não for amortizado durante a locação e projetos �orestais destinados à exploração
dos frutos. Entretanto, existem bens que não precisam constar no Ativo Imobilizado, como por
exemplo, os que tenham vida útil menor que um ano, cujo custo de aquisição seja irrelevante, bens
como engradados, vasilhames, barris, formas para calçados, facas e moldes para confecção de
calçados, louças, e guarnições de cama, mesa e banho de hotéis. Os Terrenos e obras de arte, por
exemplo, não perdem valor por conta de seu uso, ação da natureza ou obsolescência e por esse
motivo não devem sofrer depreciação (SCHMIDT; SANTOS; GOMES, 2011).
Segundo Schmidt, Santos e Gomes (2011, p. 290), algumas taxas de depreciação, conforme de�nido
pela Receita Federal do Brasil, podem ser citadas:
Depreciação de bens do Ativo ImobilizadoDepreciação de bens do Ativo Imobilizado
Tabela 3.1 - Exemplo de alguns bens com a Taxa de Depreciação Anual.
Fonte: Padoveze (2017, p. 359).
Os métodos mais utilizados para depreciação são:
a) Quotas constantes;
b) Quantidade produzida;
c) Horas de trabalho;
d) Unidades de trabalho;
e) Soma dos dígitos.
Em relação ao método das quotas constantes pode ser citado o exemplo a seguir, supondo que a
empresa tem o valor de aquisição do bem de R$ 100.000,00 com um valor residual de R$ 40.000,00
com estimativa de vida útil de 4 anos e uma taxa anual de depreciação de 25%.
Tabela 3.2 - Exemplo de cálculo do valor anual de depreciação.
Fonte: Adaptada de Padoveze (2017, p. 358).
Para os mesmos parâmetros utilizando o modelo de cálculo de depreciação por unidades
produzidas, o resultado será o que pode ser visualizado na tabela 3.3.
Tabela 3.3 - Exemplo de cálculo de depreciação de unidades produzidas
Fonte: Adaptada de Padoveze (2017, p. 358).
Os cálculos de horas de trabalho e unidades de trabalho seguem a mesma sistemática de cálculos
das unidades produzidas. A tabela 3.4 demonstra o cálculo do critério de depreciação pelo Método
da Soma dos Dígitos.
Tabela 3.4 - Exemplo de cálculo de depreciação de soma de dígitos
Fonte: Adaptada de Padoveze (2017, p. 359).
O cálculo é separado em duas partes, sendo que na primeira somam-se todos os algarismos que
compõem a quantidade de anos da depreciação (5+4+3+2+1 = 15). Na segunda parte multiplica-se o
percentual da divisão entre o tempo de depreciação pelo cálculo da soma dos dígitos e assim
sucessivamente até chegar a multiplicação por 1. No �nal deverá chegar a 100% do valor depreciável
no prazo de vida útil do bem imobilizado (PADOVEZE, 2017).
Contabilização da Depreciação
A contabilização do Ativo Imobilizado deve ser realizada em três momentos diferentes,
caracterizando-se pela aquisição do bem, os lançamentos de depreciação e a baixa do Imobilizado
na Contabilidade com o zeramento da parte depreciável. Utilizando os dados da tabela 3.2 na tabela
3.5 são demonstrados os passos para a Contabilização das operações que envolvem um Ativo
Imobilizado.
Tabela 3.5 - Exemplo de Contabilização do Ativo Imobilizado (Compra, Depreciação, Venda e Baixa do
Bem)
Fonte: Adaptado de Padoveze (2017, p. 360).
O veículo foi adquirido por R$ 100.000,00 com um valor residual de R$ 40.000,00 e um valor
depreciável de R$ 60.000,00, sendo a depreciação anual de R$ 15.000,00. Na sequência 6 da tabela
3.5 é demonstrada a venda do veículo por R$ 41.000,00 e no item 7 estão contabilizados os fatos
contábeis para a baixa do bem imobilizado, com a baixa do veículo e a posterior contabilização da
depreciação acumulada ao longo da vida útil do bem imobilizado.
Contabilização da Depreciação
As operações envolvendo o Ativo Imobilizado podem ser evidenciadas no Balanço Patrimonial de
maneira bem simples, pois fazem parte de um grupo do Ativo Não Circulante no subgrupo do Ativo
Imobilizado conforme pode ser visualizado no Quadro 3.5.
Quadro 3.5 - Ativo Imobilizado 
Fonte: Adaptado de FIPECAFI (2013, p. 3).
Em relação à Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), as operações relativas aos fatos
contábeis envolvendo o Ativo Imobilizado serão demonstrados através dos lançamentos das
Despesas Operacionais (Administrativas e com vendas) nas contas de Depreciação, Amortização e
Exaustão incorridas ao longo do período. Quando for efetuada a venda do Ativo Imobilizado, deverá
ser lançado na conta de Outras Receitas da DRE.
praticar
Vamos Praticar
A empresa ABC comprou, à vista, uma máquina por R$ 2.000.000,00. A compra ocorreu em junho de 2014. A
empresa estimou um valor residual de R$ 400.000,00, sendo a vida útil do equipamento de 5 anos. Em junho
de 2018 o equipamento foi vendido por R$ 750.000,00, à vista.
Sabe-se que a empresa ABC adota o método de quotas constantes para depreciar seu Ativo Imobilizado e
considerando os dados sobre o histórico contábil dessa máquina na empresa, indique nas opções abaixo
qual será o resultado a ser considerado pela Contabilidade por ocasião da sua venda.
Prejuízo no valor de R$ 160.000,00.
Prejuízo no valor de R$ 40.000,00.
Lucro no valor de R$ 1.100.000,00.
Lucro no valor de R$ 320.000,00.
Lucro no valor de R$ 30.000,00.
indicações
Material Complementar
LIVRO
Depreciação, Amortização e Exaustão do Ativo
Imobilizado / Intangível
InácioDantas
Editora: FreitasBastos Editora
ISBN: 9788579872716
Comentário: O livro retrata as questões relativas ao Ativo Imobilizado e
ao Ativo Intangível com os fatos contábeis que podem ocorrer nas
operações de Depreciação e Exaustão para o Ativo Imobilizado e da
Amortização para o Ativo Intangível. Aborda como as aquisições e baixas
devem ser realizadas através do CPC-27 (Imobilizado) e do CPC-04
(Intangível). É uma leitura muito interessante para um pro�ssional de
contabilidade poder entender e diferenciar melhor os três conceitos.
FILME
O Contador
Ano: 2016
Comentário: O �lme conta a história do personagem de Ben A�eck que
é autista e tem algumas habilidades na matemática e se torna o
contador de algumas das maiores organizações criminosas do mundo e
é contratado por uma empresa para veri�car se está acontecendo
algum desvio nela. O �lme é um suspense muito bom e a forma como
ele trata e busca encontrar o suposto desvio na empresa é interessante
para um pro�ssional da área de contabilidade.
Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer disponível em:
TRA ILER
conclusão
Conclusão
Ao longo dos tópicos foram discutidos como efetuar o reconhecimento do Ativo Imobilizado e como
ele pode ser reconhecido. Sobre esse grupo de contas do Ativo Não Circulante é importante que se
tenha um bom entendimento, pois muitas vezes podem ser classi�cados erroneamente bens que
têm um valor considerável e efetuando-se lançamentos de forma errada pode comprometer o
Patrimônio Líquido ou o resultado da empresa.
Também foi veri�cado quando um bem deve ser lançado como Propriedade para Investimento no
subgrupo de Investimentos ao invés de ser lançado no Ativo Imobilizado e qual a implicação que isso
terá em relação ao bem.
Em relação aos conceitos de Amortização para o Ativo Intangível e os conceitos de Exaustão e
Depreciação para o Ativo Imobilizado, viu-se como reconhecer e quais são os fatos contábeis que
deverão ser lançados e como serão disponibilizados no Balanço Patrimonial e no Demonstrativo de
Resultado de Exercício os lançamentos efetuados. É importante que seja bem entendido cada um
dos conceitos e quando utilizá-lo de forma correta para que contabilmente sejam efetuados os
lançamentos contábeis de forma efetiva.
referências
Referências Bibliográ�cas
BRASIL. Lei n. 12.973, de 13 de maio de 2014. Altera a legislação tributária federal relativaao
Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido -
CSLL, à Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social -
Co�ns; revoga o Regime Tributário de Transição - RTT, instituído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de
2009; dispõe sobre a tributação da pessoa jurídica domiciliada no Brasil, com relação ao acréscimo
patrimonial decorrente de participação em lucros auferidos no exterior por controladas e coligadas;
altera o Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977 e as Leis nºs 9.430, de 27 de dezembro de
1996, 9.249, de 26 de dezembro de 1995, 8.981, de 20 de janeiro de 1995, 4.506, de 30 de novembro
de 1964, 7.689, de 15 de dezembro de 1988, 9.718, de 27 de novembro de 1998, 10.865, de 30 de
abril de 2004, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 10.833, de 29 de dezembro de 2003, 12.865, de 9
de outubro de 2013, 9.532, de 10 de dezembro de 1997, 9.656, de 3 de junho de 1998, 9.826, de 23
de agosto de 1999, 10.485, de 3 de julho de 2002, 10.893, de 13 de julho de 2004, 11.312, de 27 de
junho de 2006, 11.941, de 27 de maio de 2009, 12.249, de 11 de junho de 2010, 12.431, de 24 de
junho de 2011, 12.716, de 21 de setembro de 2012, e 12.844, de 19 de julho de 2013; e dá outras
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