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História da Psicologia - Tema 2 - Psicologia como ciência do comportamento

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DESCRIÇÃO
Contexto teórico e bases epistemológicas da Psicologia Científica: estruturalismo,
funcionalismo e pragmatismo. As bases conceituais da filosofia behaviorista. Behaviorismo
Clássico e Behaviorismo Radical: contribuições para a Ciência do Comportamento Humano.
PROPÓSITO
Contextualizar as proposições teóricas referentes à Psicologia como Ciência do
Comportamento, além de favorecer a relação entre a teoria estudada e as intervenções no
campo psicológico.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar as principais características referentes à corrente estruturalista proposta por
Titchener, bem como as contribuições à Psicologia Científica do funcionalismo e pragmatismo
MÓDULO 2
Reconhecer as proposições teóricas que culminaram no Behaviorismo Clássico de Watson
MÓDULO 3
Distinguir os pressupostos teóricos referentes ao Behaviorismo Radical e suas contribuições à
Psicologia como Ciência do Comportamento
INTRODUÇÃO
A história da Psicologia como Ciência do Comportamento iniciou-se com a busca por métodos
que colaborassem para a compreensão das relações humanas. Nesse contexto, surgiram
teóricos importantes como Edward B. Titchener (1867-1927), William James (1842-1910),
Edward L. Thorndike (1874-1949), Ivan P. Pavlov (1849-1936), John B. Watson (1878-1958),
Edward C. Tolman (1886-1959) e Burrhus F. Skinner (1904-1990).
É sobre as propostas de cada um dos teóricos citados e os métodos utilizados para a definição
da Psicologia Científica que conversaremos nestes três módulos. Iniciaremos as discussões
com o Estruturalismo proposto por Titchener e a maneira como ele trouxe aspectos empiristas
para o estudo de elementos da consciência; depois, definiremos as influências das correntes
funcionalista e empirista para a construção da Ciência do Comportamento, destacando os
teóricos Thorndike, Pavlov e Watson como precursores da filosofia behaviorista (também
conhecida como comportamentalista), classificada mais tarde por Behaviorismo Clássico.
Para nos aproximarmos de questões contemporâneas na Ciência Comportamental,
discutiremos o desenvolvimento da filosofia behaviorista até a proposição da classificação
Radical (aqui, os teóricos Tolman e, especialmente, Skinner ganharão destaque!). É no
Behaviorismo Radical que identificaremos os principais conceitos referentes à Psicologia como
Ciência do Comportamento.
MÓDULO 1
 Identificar as principais características referentes à corrente estruturalista proposta
por Titchener, bem como as contribuições à Psicologia Científica do funcionalismo e
pragmatismo
O CONTEXTO DE SURGIMENTO DA
PSICOLOGIA
 A Meditação do Filósofo, por Rembrandt (1632).
Para iniciarmos nossa jornada pela Ciência do Comportamento, é importante afirmar que a
psicologia existia antes da Psicologia. A preocupação em se entender a psique humana e a
sua relação com as ações cotidianas sempre esteve presente na própria compreensão da
humanidade sobre si mesma. Em outras palavras: no princípio era a filosofia. No princípio era a
especulação. Como um psicólogo, o filósofo especulava “voltado para dentro” e em torno de si
mesmo. De suas experiências. De seu modo de se perceber e de perceber os outros. Contudo,
não se pode dizer que a introspecção então existisse como método da Psicologia, pelo menos
até René Descartes (1596-1650).
Com Descartes, a introspecção assumiu um papel definido como método da Psicologia. O
dualismo cartesiano admitia a existência do corpo e da alma na composição do homem. O
corpo seria semelhante a uma máquina, submetendo-se assim às leis da mecânica, devendo
ser estudado pelo método das Ciências Naturais. Enquanto a alma não poderia ser regida por
leis determinísticas e deveria ser estudada pela introspecção. A hipótese de a introspecção ser
o método psicológico por excelência foi reforçada pela “Nova Psicologia”, a partir de Wilhelm
Wundt (ROSAS, 2010, p. 42).
 
Foto: Alessio Facchin/Wikimedia commons/Domínio Público
 Grupo de pesquisa Wundt (1880).
Assim, o final do século XIX contemplou aspectos importantes para o desenvolvimento de uma
Psicologia Científica. Teóricos como Wilhelm Wundt iniciavam, em 1879, o primeiro
Laboratório de Psicologia Experimental na Universidade de Leipzig, na Alemanha. Nos Estados
Unidos, universidades também inauguravam departamentos voltados a pesquisas e estudos
em Psicologia (SCHULTZ; SCHULTZ, 2002).
Aos poucos, a Psicologia vai se distanciando das discussões filosóficas e passa a ser foco de
pesquisadores que buscam definir o seu objeto de estudo e métodos de produção de
conhecimento. Entre estes pesquisadores, está Edward B. Titchener.
TITCHENER E O ESTRUTURALISMO
Nascido na Inglaterra, Edward Bradford Titchener é reconhecido pela capacidade intelectual
e dedicação aos estudos. Foi responsável pela direção de laboratórios de Psicologia nos
Estados Unidos, país em que propagou o Estruturalismo como a primeira escola americana de
pensamento neste campo. Titchener é considerado “seguidor” de Wilhelm Wundt e responsável
pela tradução de diferentes livros escritos pelo teórico (SCHULTZ; SCHULTZ, 2002), embora
tenha desenvolvido sua própria concepção da Psicologia, que ainda buscava definir-se como
ciência naquele período.
 
Foto: Filip em/Wikimedia commons/Domínio Público
 Titchener por volta de 1890.
Wundt havia definido como meta da Psicologia a descoberta de leis universais da vida
psíquica, ainda que através das suas mais variadas manifestações. Para isso, buscava no
método analítico um meio para alcançar seu objetivo. Já em Titchener aparecem as primeiras
divergências, tanto no que se refere ao método que a Psicologia deveria adotar quanto ao
objeto de estudo.
Para o psicólogo estruturalista britânico, é a introspecção que possibilitará estudar os
elementos da consciência; o que se caracteriza no próprio objetivo da Psicologia. E tudo que
não puder ser relacionado, ou identificado, às estruturas da consciência estará fora como
campo desta ciência nascente: a Psicologia.
A EXPERIÊNCIA CONSCIENTE COMO OBJETO
DE ESTUDO DA PSICOLOGIA
 A vida: a Esperança, o Amor, a Saudade, por António Carneiro (1899).
Titchener defendia a experiência consciente como objeto de estudo da ciência psicológica.
Para ele, a nossa experiência consciente depende das vivências e observações às quais a
expomos. Para entendermos com mais facilidade a proposta de Titchener, atente para o
exemplo a seguir:
 EXEMPLO
Suponha que o ambiente em que você está estudando neste momento esteja com a
temperatura de 18 graus. Você começa a sentir frio e pensa em desligar o ar-condicionado.
Então, decide ir até a varanda para descansar um pouquinho dos estudos. Quer você esteja
neste ambiente ou não, se permanecer fora dele por pouco tempo, a temperatura permanecerá
basicamente a mesma. Mas, em contrapartida, a sua percepção sobre a temperatura poderá
se alterar. Imagine que, ao retornar ao ambiente de estudos, você o “perceba” como fresco e
confortável. Ou seja, as sensações com relação à temperatura foram modificadas em função
das suas experiências e percepções. Essas experiências e percepções comporiam, portanto, a
experiência consciente defendida como objeto de estudo da Psicologia, por Titchener.
Titchener se interessou em estudar a estrutura que comporia a consciência, enfocando os
estados elementares desta: compreender a experiência consciente considerando as “partes” do
sistema. No Estruturalismo, a consciência é o resultado das experiências vivenciadas pelo
indivíduo em um dado momento da sua vida; já a mente é a somatória das experiências ao
longo de sua vida.
A INTROSPECÇÃO COMO MÉTODO DE
INVESTIGAÇÃO DA EXPERIÊNCIA CONSCIENTE
Para que fosse possível o estudo da experiência consciente, Titchener destacou o método da
introspecção experimental sistemática (também utilizado por outros teóricos da época). A
introspecção envolveria a auto-observação dos participantes da pesquisa acerca das suas
experiências conscientes, a partir de um pré-treino realizado pelospesquisadores com o
objetivo de ensinar os indivíduos a descreverem a experiência em si.
Simulação da introspecção utilizada por Titchener
Observe a imagem ao lado. A partir da sua observação, selecione a seguir a opção que mais
se aproximaria da forma como você descreveria a imagem avaliada:
 
Foto: Shutterstock.com
A) A imagem apresenta uma maçã, fruta.
B) A imagem apresenta uma figura avermelhada, em um formato circular e achatado, com um
pequeno galho que parece sair de sua parte superior, além de um brilho que parece acentuar o
vermelho em um dos lados observados. Parece ser doce e talvez possa causar refrescância ao
ser provada.
Caso você tenha optado pela alternativa (A), você cometeu, a partir das discussões realizadas
por Titchener, o famoso erro de estímulo. Ou seja, você apresentou a figura considerando
apenas a experiência imediata que teve com ela, além de descrevê-la a partir do acúmulo de
informações acerca do objeto observado.
Já a alternativa (B) contemplaria um modelo mais próximo do que seria a descrição de uma
experiência consciente, por meio da auto-observação. Por isso, os observadores eram
treinados, a fim de evitarem os erros de estímulo e conseguirem relatar as sensações e
percepções por meio da experiência consciente. Além disso, é fundamental superar essa
experiência imediata, pois a introspecção deve ocorrer na forma de retrospecto.
ERRO DE ESTÍMULO
Titchener chama de “erro de estímulo” a confusão entre o processo psíquico a ser
observado e o estímulo apresentado no experimento, gerando relatos e resultados que
não correspondem à experiência psicológica. Segundo Titchener, o erro de estímulo
representa também uma confusão entre as perspectivas científica e do senso comum e é
responsável por muitos dos resultados experimentais discordantes (MARCELLOS, 2012,
p. 54).
RETROSPECTO
Nós podemos comparar a consciência, sobre a qual o estímulo trabalha, a um lacre de
cera para cartas, e o estímulo ao carimbo que será impresso sobre ele. A atenção
prepara a mente para a recepção de uma impressão, como o aquecimento da cera a
prepara para o carimbo; e quanto mais atentos estivermos ao estímulo, mais profunda
será a impressão que ele deixa sobre nós. Uma vez deixada a impressão, a cera
endurece: podemos nos recordar da sensação, investigá-la, traçar o caminho que seguiu
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javascript:void(0)
etc., assim como podemos segurar o lacre de cera endurecida contra a luz, notar o
padrão, as falhas na cera etc., de uma forma que é impossível durante a fase em que ela
está derretida, quando o carimbo produz seu maior efeito (TITCHENER, 1896, p. 38).
OS ESTADOS ELEMENTARES DA CONSCIÊNCIA
Titchener, pelo menos a princípio, e como a maioria dos pesquisadores de sua época,
acreditava que cada psicólogo nomeava os elementos que compunham a vida psíquica dos
sujeitos, a partir de suas próprias investigações. Porém, na tentativa de superar tamanha
diversidade, passa a afirmar que dois elementos devem ser reconhecidos na introspecção: as
sensações e os afetos (ou estados afetivos). Enquanto o primeiro tem a ver com os elementos
básicos da nossa percepção (sons, cheiros, visões etc.), o segundo está relacionado aos
elementos presentes nas emoções (como amor, raiva etc.). Anos depois, em uma nova obra,
Titchener acrescenta um terceiro elemento: as imagens. E essa estrutura adotará como,
efetivamente, os estados elementares da consciência:
SENSAÇÕES SÃO, EVIDENTEMENTE, OS ELEMENTOS
CARACTERÍSTICOS DAS PERCEPÇÕES, DAS VISÕES,
DOS SONS E DE EXPERIÊNCIAS SEMELHANTES
DECORRENTES DO NOSSO ATUAL ENTORNO. AS
IMAGENS SÃO, JUSTAMENTE DA MESMA MANEIRA,
OS ELEMENTOS CARACTERÍSTICOS DAS
REPRESENTAÇÕES, DOS QUADROS MENTAIS QUE A
MEMÓRIA FORNECE SOBRE O PASSADO E A
IMAGINAÇÃO SOBRE A EXPERIÊNCIA FUTURA. [...]
POR FIM, OS AFETOS SÃO OS ELEMENTOS
CARACTERÍSTICOS DAS EMOÇÕES, DO AMOR E DO
ÓDIO, ALEGRIA E TRISTEZA.
(TITCHENER, 1928, p. 48. – Grifo nosso.)
A BUSCA POR UMA PSICOLOGIA CIENTÍFICA
A corrente estruturalista foi também impactada por outras doutrinas da época, como o
empirismo e o mecanicismo. Relatórios das pesquisas desenvolvidas por Titchener indicam a
menção aos observadores como reagentes às situações observadas, o que sugere
aproximação na forma de se perceber o experimento com as Ciências Exatas (SCHULTZ;
SCHULTZ, 2002).
 
Imagem: Minivalley/Wikimedia commons/CC BY-SA X.0
 Edição de 1848 do American Phrenological Journal.
A análise da obra de Titchener indica a tendência em tornar a introspecção um método
experimental. O treino dos observadores, por exemplo, constituía-se em elemento fundamental,
para que o experimento pudesse ser repetido e ter algumas variáveis isoladas. Titchener
buscava contemplar as características necessárias à produção de conhecimento utilizadas
pelas Ciências Naturais: como a experimentação, observação e possibilidade de medição.
CRÍTICAS AO ESTRUTURALISMO
O estruturalismo de Titchener trouxe importantes contribuições ao início da Psicologia como
ciência. A busca pela padronização de situações experimentais (como o treino dos
observadores) está intimamente relacionada ao controle de variáveis em pesquisa. Todavia,
assim como suas contribuições centram-se no método de auto-observação, as críticas também
estiveram relacionadas a ele. Algumas, bastante duras!
Titchener acreditava estar estabelecendo uma base para a Psicologia, no entanto seus
esforços fizeram parte apenas de uma fase da história da disciplina. O Estruturalismo morreu
juntamente com Titchener. A definição estruturalista da Psicologia tornara-se alvo de ataques.
No final da vida de Titchener, os estruturalistas haviam excluído várias especialidades do
escopo da Psicologia. Titchener não considerava a Psicologia Infantil e a Animal como
Psicologia. O seu conceito era tão restrito que não permitia incluir os novos trabalhos e as
novas direções exploradas na época. A Psicologia ultrapassava a fronteira de Titchener e com
muita rapidez (SCHULTZ; SCHULTZ, 2002, p. 116-118).
WILLIAM JAMES E O FUNCIONALISMO
Assim como o Estruturalismo de Titchener, outras escolas de pensamento foram propostas no
desenvolvimento da Psicologia, resultando, mais tarde, nas bases epistemológicas das
inúmeras abordagens existentes, entre essas, a Ciência do Comportamento — como o próprio
nome mostra, de cunho comportamentalista.
 
Foto: Cientista material/Wikimedia commons/Domínio Público
 William James em 1903.
Saiba você que estudar correntes, como o Pragmatismo, colabora para a interface entre teoria
e prática, além de favorecer uma atuação contextualizada e ciente das suas bases de
conhecimento. Começaremos nossos estudos sobre o Pragmatismo de William James (1842-
1910) localizando a posição que o teórico ocupa em diferentes referências sobre o seu
trabalho: a de “pai” da Psicologia norte-americana. Ainda que ele não tenha proposto uma
abordagem teórica como Freud e Skinner, suas contribuições favoreceram o crescimento da
Psicologia Científica nos Estados Unidos.
Assim como muitos dos seus contemporâneos, W. James definiu a consciência como foco de
suas análises. Mas é com esse teórico que o estudo da consciência ganhará o status de
funcionalidade. Para James, as experiências possibilitadas pela consciência estão sempre se
modificando: isso inclui, por exemplo, nossos pensamentos, sentimentos e nossas sensações.
O teórico comparou essas mudanças a um rio que segue seu fluxo continuamente. Tais
discussões entendem a percepção da consciência como um “processo” (COLLIN, 2012):
Nossa consciência é formada por um por um “fluxo” de pensamentos.
 
Esses pensamentos são separados entre si e mudam continuamente.
 
“Um” sempre é seguido pelo “outro”.
 
De alguma forma, esses pensamentos se unem e temos a percepção de uma consciência
unificada.
 
Os pensamentos, por sua vez, parecem não existir sem a consciência daquele que os
possui.
 
LOGO, O PENSAMENTO TENDE A SER INDIVIDUAL!
Para W. James, usamosa consciência para nos adaptarmos ao nosso meio! Sua preocupação
na compreensão da consciência, está, justamente, no caráter funcional que ela nos apresenta:
nossos pensamentos, nossas emoções e sensações colaboram para a nossa adaptação às
situações.
ADAPTAÇÃO ÀS SITUAÇÕES
Os estudos de Charles Darwin influenciaram o surgimento da chamada Psicologia
Funcionalista, uma vez que os estudiosos da área, como W. James, estavam
interessados na função adaptativa da consciência, e não necessariamente no conteúdo
dela.
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O PRAGMATISMO E O ESTUDO DA
CONSCIÊNCIA
W. James foi responsável por diferentes laboratórios de Psicologia nos EUA; defendia que a
melhor forma de se provar ou refutar um conhecimento é testar sua funcionalidade. A tentativa
de tornar as contribuições da Psicologia funcionais e práticas para aqueles que as utilizariam
constituiu-se em uma das importantes contribuições de James à filosofia pragmatista.
 
Foto: Adam Cuerden/Wikimedia commons/Domínio Público
 Charles Sanders Peirce por volta de 1900.
Como corrente filosófica, o Pragmatismo inicia-se antes de James, mais especificamente nos
trabalhos do filósofo americano Charles Sanders Peirce (1839-1914). Além de uma teoria, o
Pragmatismo é reconhecido também como método de investigação na ciência. O interesse do
pragmatista está, como a própria terminologia indica, na funcionalidade daquilo que é
investigado (BAUM, 2006).
No Pragmatismo, o conhecimento é pensado em termos de praticidade. Não interessa a
verdade em si, mas a função que ela apresentará para as nossas ações. Isso significa que
cada um de nós terá “verdades” sobre uma mesma situação, não haverá uma que seja
“absoluta”, mas, sim, aquela que funcionará para a nossa adaptação ao meio.
Essa ideia chegou a impactar a compreensão do conhecimento científico como dinâmico e
refutável: as “verdades” produzidas pela ciência mudam à medida que não se tornam mais
eficientes. É só pensarmos sobre as mudanças, no decorrer do tempo, nos diferentes modelos
de tratamento para algumas doenças (COLLIN, 2012).
CONTRIBUIÇÕES DO PRAGMATISMO PARA A
CIÊNCIA DO COMPORTAMENTO
 
Imagem: Shutterstock.com
Ainda que W. James não tenha fundado uma escola tradicionalista na Psicologia, seus estudos
impactaram o desenvolvimento de abordagens e estudos da Psicologia Científica. A
preocupação em relação à objetividade, função e praticidade dos conhecimentos produzidos
pela área colaborou, mais tarde, para o surgimento de correntes em defesa do comportamento
objetivo como foco de estudo da Psicologia — e não mais a experiência consciente ou
questões possíveis de serem investigadas apenas pela introspecção.
O pragmatismo consiste, em um sentido amplo, em uma teoria da verdade, na medida em que
desenvolve procedimentos que visam conduzir as experiências de modo satisfatório,
simplificando e economizando trabalho. Trata-se da verdade como instrumental, e não como
teoria. É nesse aspecto que, no pragmatismo jamesiano, encontramos as bases para o que,
em Psicologia, denominou-se Funcionalismo. Nessa ênfase, destacam-se alguns escritos de
James, como Principles of Psychology (1890/1952), um verdadeiro tratado de Psicologia com
cerca de 800 páginas (FEIJOO, 2013, p. 842).
CONSCIÊNCIA E PSICOLOGIA
Vamos nos aprofundar um pouco mais no conceito de consciência na Psicologia,
especialmente em Titchener e W, James.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ANALISE A SEGUINTE DESCRIÇÃO DE UM OBSERVADOR ACERCA DE
UM OBJETO “CADEIRA” ANALISADO: “OBSERVO UMA CADEIRA”. A
PARTIR DAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA CONSCIENTE
DISCUTIDAS NESTE MÓDULO, É POSSÍVEL AFIRMAR QUE:
A) A descrição apresenta o que é a experiência consciente para Titchener, uma vez que essa
seria acessada por meio da auto-observação direta do indivíduo, evitando-se treinos ou outras
intervenções no processo.
B) A descrição apresenta o erro de estímulo, uma vez que o objeto é resumido em sua
totalidade, e não com base na experiência consciente do indivíduo, no momento da auto-
observação.
C) A descrição apresenta o que é a experiência consciente para Titchener, uma vez que o
teórico está interessado na totalidade da experiência, e não nas partes que a compõem.
D) A descrição apresenta elementos da experiência consciente, uma vez que o indivíduo
nomeia o objeto a partir da sua interpretação e experiências referentes a ele.
E) A descrição apresenta o erro de estímulo, uma vez que o objeto não é descrito de forma
objetiva e racional, como treinado por Titchener.
2. A PSICOLOGIA, COM O ESTATUTO DE CIÊNCIA, FOI INFLUENCIADA
POR VÁRIAS CORRENTES FILOSÓFICAS, FISIOLÓGICAS. O
ESTRUTURALISMO DE TITCHENER FOI UMA DELAS, E AO
PRAGMATISMO DE WILLIAM JAMES TAMBÉM. NESSE SENTIDO, AO
PROPOR O ESTUDO ACERCA DA FUNCIONALIDADE DA CONSCIÊNCIA,
W. JAMES COLABOROU PARA:
A) A ideia de que mais importa o conteúdo de um pensamento do que a sua utilidade para o
sujeito.
B) A percepção de que as experiências da consciência são únicas e estáveis.
C) A preocupação com a estrutura da consciência em vez de sua função.
D) A funcionalidade dos conhecimentos produzidos pela Psicologia.
E) A ideia de que não existem “verdades” individuais.
GABARITO
1. Analise a seguinte descrição de um observador acerca de um objeto “cadeira”
analisado: “Observo uma cadeira”. A partir das considerações sobre a experiência
consciente discutidas neste módulo, é possível afirmar que:
A alternativa "B " está correta.
 
A experiência consciente proposta por Titchener envolve as percepções do indivíduo acerca
das características do objeto avaliado, e não a descrição generalizada e mais simples.
2. A Psicologia, com o estatuto de ciência, foi influenciada por várias correntes
filosóficas, fisiológicas. O Estruturalismo de Titchener foi uma delas, e ao Pragmatismo
de William James também. Nesse sentido, ao propor o estudo acerca da funcionalidade
da consciência, W. James colaborou para:
A alternativa "D " está correta.
 
Ao investigar a funcionalidade da consciência, W. James colaborou para a aplicabilidade dos
conhecimentos produzidos pela Psicologia. Por isso, seu Pragmatismo ficou conhecido como
Funcionalismo, pois tem uma preocupação muito mais instrumental que teórica para a
Psicologia.
MÓDULO 2
 Reconhecer as proposições teóricas que culminaram no Behaviorismo Clássico de
Watson
O “BERÇO” DO BEHAVIORISMO
 Pesquisa, por Joaquín Sorolla (1897).
Como as outras ciências, a Psicologia também iniciou seus estudos com base na Filosofia. Foi
apenas no final do século XIX e início do século XX que estudiosos da área passaram a discutir
questões como método e objeto de estudo da área.
Correntes como o Estruturalismo (de Titchener) e o Funcionalismo (de W. James) buscaram
formas mais científicas para investigar aspectos referentes à consciência como objeto de
estudo do campo. Titchener focou no treino dos sujeitos experimentais como meio para
controle e padronização do método introspectivo; James estudou a função da consciência,
priorizando uma produção pragmática do conhecimento.
Com o crescimento de laboratórios e pesquisas em Psicologia, algumas correntes começaram
a discordar da introspecção como método investigativo. Entre elas, a Psicologia Objetiva e a
Psicologia Comparativa.
PSICOLOGIA OBJETIVA
Para essa corrente, a Psicologia deveria utilizar métodos objetivos na produção de seus
conhecimentos. Isso fez com que psicólogos insatisfeitos com a introspecção tentassem avaliar
processos mentais de forma objetiva. Entre os teóricos que influenciaram a Psicologia Objetiva,
está Ivan P. Pavlov (1849-1936). Ele descobriu um processo de aprendizagem que denominou
de Reflexo Condicionado (BAUM, 2006).
 
Foto: Cientista material/Wikimedia commons/Domínio Público
 Ivan Pavlov em 1904.
Ao estudar o reflexo inato de salivação e enzimas presentes nos sucos digestivos diante de
alimentos, Pavlov identificou que tal reflexo também aparecia diante de outras situações
relacionadas à primeira. Comoassim? Imagine que, ao visualizar um alimento, um cão salive e
produza sucos digestivos em seu estômago. A relação entre as respostas do cão e o alimento
foi chamada por Pavlov de Reflexo Incondicional (ou inato), uma vez que os organismos
nascem com essa resposta em função do valor de sobrevivência que ela representa.
 
Foto: Bogomolov.PL/Wikimedia commons/CC BY-SA 3.0
 Um dos muitos cães que Pavlov usou em seus experimentos (possivelmente Baikal).
O estudo continua com a apresentação de um estímulo ao cão, como um som ou uma luz,
imediatamente antes da apresentação do alimento. Repetindo esse pareamento por algumas
vezes, o cão passará a salivar e a produzir sucos gástricos já na presença do som ou da luz.
Ocorre então uma nova aprendizagem: a do Reflexo Condicionado.
Os resultados obtidos por nós condizem inteiramente com nosso pensamento fisiológico. Os
efeitos produzidos pelos estímulos que atuam a distância podem certamente ser denominados
e considerados reflexos. Uma observação cuidadosa mostra que, nesse tipo de reflexo, a
atividade das glândulas salivares é sempre excitada por certos fenômenos externos — e, como
o reflexo salivar fisiológico comum, é causada por estímulos externos. Mas enquanto o último
emana da cavidade oral, o primeiro vem dos olhos, olfato etc. A diferença entre os dois reflexos
é que nosso velho reflexo fisiológico é constante e incondicionado, enquanto o novo reflexo
está permanentemente sujeito à flutuação — sendo, portanto, condicionado.
Examinando os fenômenos mais de perto, podemos ver a seguinte distinção essencial entre os
dois reflexos: no reflexo incondicionado, as propriedades da substância atuam como
estímulo com o qual a saliva tem que lidar fisiologicamente, por exemplo, dureza, secura,
propriedades químicas definidas etc. Nos reflexos condicionados, ao contrário, as
propriedades da substância que atuam como estímulo não têm relação direta com o papel
fisiológico da saliva, por exemplo, a cor etc. (PAVLOV, 1984, p. 13).
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PAVLOV, 1984, P.13
Essas palavras foram pronunciadas por Pavlov, em 1904, durante seu discurso ao
receber o Prêmio Nobel de Medicina.
PSICOLOGIA COMPARATIVA
Também insatisfeitos com a introspecção como método da Psicologia, os psicólogos
comparativos iniciaram seus experimentos em laboratórios utilizando animais. Influenciados
pela Teoria da Evolução, inferiram a possibilidade de estudar os traços mentais de seres
humanos a partir de características em animais.
 
Imagem: Shutterstock.com
Os psicólogos comparativos foram influenciados pelas discussões propostas pela Teoria da
Evolução de Charles Darwin, a qual provocou um distanciamento da visão dos seres humanos
como entes divinos ou à parte e estabeleceu as semelhanças compartilhadas entre eles e
outras espécies de organismos (BAUM, 2006).
BEHAVIORISMO DE WATSON
Surge, então, John Broadus Watson (1878-1958)! Para estudiosos como Watson, inferir a
existência de traços mentais em animais era tão absurdo quanto utilizar a introspecção como
método investigativo. O teórico defendia um método objetivo de produção de conhecimento em
Psicologia e o estudo do comportamento dos organismos como foco da área (BAUM, 2006).
 
Foto: Googol30/Wikimedia commons/Domínio Público
 John Broadus Watson.
INFLUÊNCIA DE THORNDIKE
 
Foto: Ineuw/Wikimedia commons/Domínio Público
 Edward Lee Thorndike.
Edward L. Thorndike (1874-1949) foi um psicólogo americano famoso por estudar a
aprendizagem considerando aspectos como o objetivismo e o mecanicismo. O foco de suas
pesquisas estava no comportamento que pudesse ser diretamente medido e observado,
controlado experimentalmente em laboratório. Para isso, utilizava animais como forma de testar
suas hipóteses.
Entre os conceitos propostos por Thorndike, está o Conexionismo, ideia relacionada à
aprendizagem como “conexões” entre situações e respostas. Segundo ele, muitas
aprendizagens ocorrem por tentativa e erro até que as recompensas sejam possibilitadas. Para
comprovar sua teoria, propôs a Lei do Efeito. Ou seja, quando nossas ações são seguidas por
algo recompensador, têm mais chances de se repetirem em situações semelhantes; já se
forem seguidas por algo desconfortável, tornam-se menos prováveis de acontecerem em
situações semelhantes.
WATSON E A PRIMEIRA VERSÃO DO
BEHAVIORISMO
Ao criticar a introspecção como método investigativo, bem como a dedução da consciência em
animais e a analogia com os humanos, Watson aproxima-se dos psicólogos objetivos. Em
1913, publicou um artigo denominado Psychology as the behaviorist views it (A Psicologia
como o behaviorista a vê), clássico que ficou conhecido como o manifesto dos
comportamentalistas da época!
ASSIM NASCE A CIÊNCIA DO
COMPORTAMENTO!
Para Watson, a Psicologia deveria distanciar-se de qualquer definição relacionada à
consciência e passar a ser reconhecida como uma “Ciência do Comportamento”, o que
envolveria, por exemplo, não mais utilizar quaisquer termos que pudessem fazer referência a
estados mentais como consciência, introspecção, mente etc.
O comportamento alvo de estudos da Psicologia seria o objetivamente observado em
qualquer organismo, humano ou animal. O behaviorismo proposto por Watson foi denominado
por alguns teóricos como Behaviorismo Clássico ou Metodológico.
EXPERIMENTO COM O “PEQUENO ALBERT”
Watson fomentou o desenvolvimento da Psicologia científica nos Estados Unidos, no início do
século XX. Depois de anos comandando pesquisas com animais, teve a oportunidade de
estudar experimentalmente bebês, contexto que favoreceu o famoso experimento com o
“pequeno Albert”. Vejamos resumidamente as fases desse estudo de Watson:
 
Foto: Racconish/Wikimedia commons/Domínio Público
 Imagens do experimento de Watson com o "pequeno Albert" (1920).
Primeira parte do experimento: A fim de estudar como emoções reflexas (como o medo)
poderiam ser aprendidas, Watson apresentou ao pequeno Albert um animal peludo como o rato
branco, além de outros animais e objetos: coelho, cachorro, algodão etc. Observou que Albert
não apresentava nenhuma reação referente a medo diante dos estímulos. Logo, tais estímulos
foram identificados como Estímulos Neutros (SN) para a reação de medo.
 
Foto: Racconish/Wikimedia commons/Domínio Público
 Imagens do experimento de Watson com o "pequeno Albert" (1920).
Segunda parte do experimento: A criança apresentava reações de medo apenas diante de
ruídos intensos e repentinos, o que indicava serem esses estímulos capazes de produzir
respostas inatas nela. Para testar sua teoria, Watson passou a apresentar o rato branco (o que
inicialmente era um estímulo neutro diante das respostas de medo de Albert) seguido por um
ruído repentino (classificado como um estímulo incondicional para a resposta de medo, uma
vez que a criança nasceu apresentando tais respostas diante dele). O pareamento Rato-Ruído
foi repetido por algumas vezes, ou seja: SN (estímulo neutro) pareado com o SI (estímulo
incondicionado).
 
Foto: Racconish/Wikimedia commons/Domínio Público
 Imagens do experimento de Watson com o "pequeno Albert" (1920).
Resultados do experimento: Após alguns pareamentos, a criança passou a reagir ao animal
de forma muito semelhante à maneira como reagia ao som. O experimento comprovou,
portanto, que reações emocionais podem ser aprendidas, ou seja, condicionadas. “Nasce”
então o paradigma do Condicionamento Respondente: S-R.
Os pesquisadores identificaram que, além da relação aprendida, animal-medo, ou seja, SC
(estímulo condicionado) eliciando uma RC (resposta condicionada), a reação de medo também
foi transferida para outros animais e objetos que compartilhassem características com o rato
branco: como pelo, forma etc. Isso comprovou a existência de outro processo relevante: a
Generalização Respondente.
Ainda que o experimento com o “pequeno Albert” tenha colaborado com os conhecimentos
acerca da aprendizagem de reações emocionais, é considerado pelos pesquisadoresatuais
como um modelo antiético de pesquisas com seres humanos. O experimento colaborou para a
aprendizagem de respostas de medo pela criança, e não apresentou medidas efetivas para
que tais respostas fossem trabalhadas depois.
 ATENÇÃO
O experimento com o “pequeno Albert” nos ajuda a refletir sobre o quanto é importante
questionarmos os limites éticos de nossa atuação em pesquisa. Em um cenário de disputa
política da ciência com outros diferentes discursos (de autoridade), é importante uma
preocupação com evidências empíricas. Certamente, toda a valorização das “práticas
baseadas em evidências” pauta-se nisso e em uma crença na idoneidade das práticas
experimentais. Esperamos que essa história nos ajude a perceber o quanto as condições
históricas e os materiais do fazer científico interferem diretamente na produção do
conhecimento, e que mesmo evidências experimentais não estão livres das contingências
sociais nas quais a ciência (e quem a pratica) está inserida (VAZ, 2020).
IMPORTÂNCIA DO CONDICIONAMENTO
RESPONDENTE PARA OS DIAS ATUAIS
Muitas das reações que apresentamos diante de estímulos do ambiente foram aprendidas por
meio de condicionamento respondente. Podemos destacar como exemplos: salivar ao passar
diante de um restaurante de que gostamos; ter sensações de prazer ao sentir um perfume;
apresentar reações de medo diante de um consultório médico; vivenciar sensações aversivas
diante de uma música.
Além das reações presentes no nosso dia a dia, o Condicionamento Respondente também
auxilia na compreensão de fobias e traumas, como o medo de andar de elevador, medo de
aviões, medo de dirigir, aversão a palhaços, entre outros.
UMA VEZ CONDICIONADA UMA REAÇÃO, ELA IRÁ
DURAR PARA SEMPRE?
A boa notícia é que não. É possível deixarmos de ter reações de medo, por exemplo, diante
dos estímulos que são temidos. A Dessensibilização Sistemática envolve uma série de
estratégias que favorecem a aproximação gradual aos estímulos que provocam respostas
condicionadas, favorecendo assim o enfrentamento e o enfraquecimento das reações
aversivas.
A técnica utiliza da extinção respondente (que envolve a exposição ao estímulo que foi
condicionado, sem a presença do incondicionado). Transpondo para o experimento com o
“pequeno Albert”, seria apresentá-lo aos estímulos que foram condicionados, daqueles que
causam menos reações de medo para aqueles que causam respostas de maior magnitude,
sem a presença do ruído repentino.
DESSENSIBILIZAÇÃO SISTEMÁTICA
Vamos entender um pouco mais por que uma reação condicionada não dura, necessariamente,
para sempre?
CRÍTICAS AO BEHAVIORISMO DE WATSON
Ainda que o Behaviorismo de Watson tenha favorecido o início de uma Ciência
Comportamental como foco da Psicologia, algumas críticas são direcionadas às suas
propostas: seja pela compreensão mecanicista do sujeito como passivo diante dos estímulos
do ambiente, seja pela não inclusão de aspectos cognitivos (sentimentos e pensamentos)
como objetos da Psicologia. Mas, talvez, tudo se resuma a uma crítica à objetividade da
Psicologia de Watson, nua e crua.
A Psicologia como o behaviorista a vê é um ramo experimental puramente objetivo das
Ciências Naturais. Seu objetivo teórico é a previsão e o controle do comportamento. A
introspecção não constitui parte essencial de seus métodos, nem o valor científico de seus
dados depende da facilidade com que eles podem ser interpretados em termos de consciência.
O behaviorista, em seus esforços para conseguir um esquema unitário da resposta animal, não
reconhece linha divisória entre homens e animais. O comportamento do homem, com todo o
seu refinamento e complexidade, constitui apenas uma parte do esquema total de investigação
do behaviorista (WATSON, 2008).
WATSON, 2008
Este é o famoso artigo A Psicologia como o behaviorista a vê (também conhecido como
“Manifesto Behaviorista”), publicado originalmente em 1913.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A PSICOLOGIA COMPORTAMENTAL, OU BEHAVIORISMO, É UMA DAS
CORRENTES MAIS IMPORTANTES NA ANÁLISE DA PSIQUE E DE QUE
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MANEIRA A PSIQUE INTERFERE NO COMPORTAMENTO NOS SERES. UM
DOS MAIS IMPORTANTES AUTORES DO BEHAVIORISMO É JOHN
WATSON, QUE DEFENDIA:
A) A consciência como objeto de estudo da Psicologia.
B) A definição da Psicologia como Ciência do Comportamento.
C) Os estados mentais como objetos experimentalmente estudados pela Psicologia.
D) A utilização de termos mentalistas na explicação do comportamento objetivamente
observado.
E) A introspecção como método investigativo do comportamento objetivamente observado.
2. ANALISE A SEGUINTE SITUAÇÃO (FICTÍCIA, ELABORADA PARA FINS
DE APRENDIZAGEM): “ROBERTA RELATA SENTIR MUITO MEDO DE
CACHORROS. DIZ QUE, QUANDO PEQUENA, FOI MORDIDA POR UM
CACHORRO DA RAÇA PIT BULL DE UMA VIZINHA E QUE, DESDE
ENTÃO, SENTE TREMORES AO SE VER DIANTE DE CÃES: QUANTO
MAIS SEMELHANTES AO CACHORRO QUE A MORDEU, MAIS INTENSO É
O SEU MEDO. 
 
A PARTIR DO CONCEITO DE CONDICIONAMENTO RESPONDENTE, É
CORRETO AFIRMAR QUE:
A) Roberta provavelmente nasceu com medo de cachorros e, por isso, a mordida foi ainda
mais traumática a ela.
B) Não é possível explicar o medo de Roberta a cachorros por meio do Condicionamento
Respondente, uma vez que este está interessado em processos conscientes acerca das
emoções.
C) De acordo com o Condicionamento Respondente, não é possível que Roberta deixe de ter
medo de cachorros, uma vez que, condicionada a resposta, ela sempre será apresentada.
D) Roberta aprendeu a ter medo de cachorro por meio do Condicionamento Respondente, em
que um estímulo incondicionado (a mordida) foi pareado a um estímulo neutro (o cachorro), e
passou a eliciar as mesmas reações reflexas.
E) É possível explicar o medo de Roberta a outros cachorros por meio do conceito de
Generalização Respondente, em que qualquer estímulo, independente da semelhança, passa
a causar as mesmas reações aprendidas.
GABARITO
1. A Psicologia Comportamental, ou Behaviorismo, é uma das correntes mais
importantes na análise da psique e de que maneira a psique interfere no comportamento
nos seres. Um dos mais importantes autores do Behaviorismo é John Watson, que
defendia:
A alternativa "B " está correta.
 
Para Watson, a Psicologia deveria ser identificada como a Ciência do Comportamento,
evitando-se termos mentalistas em seus estudos e definições.
2. Analise a seguinte situação (fictícia, elaborada para fins de aprendizagem): “Roberta
relata sentir muito medo de cachorros. Diz que, quando pequena, foi mordida por um
cachorro da raça pit bull de uma vizinha e que, desde então, sente tremores ao se ver
diante de cães: quanto mais semelhantes ao cachorro que a mordeu, mais intenso é o
seu medo. 
 
A partir do conceito de Condicionamento Respondente, é correto afirmar que:
A alternativa "D " está correta.
 
A questão apresenta um exemplo de condicionamento respondente, uma vez que a situação
envolveu o pareamento entre um estímulo eliciador de reações aversivas (a mordida) com um
estímulo antes neutro para estas reações, o cachorro.
MÓDULO 3
 Distinguir os pressupostos teóricos referentes ao Behaviorismo Radical e suas
contribuições à Psicologia como Ciência do Comportamento
E. TOLMAN E O BEHAVIORISMO
INTENCIONAL
As ideias propostas pelo Behaviorismo Clássico do Watson atraíram pesquisadores da
Psicologia interessados em conhecimentos que pudessem ser produzidos por meio de
experimentos objetivos e científicos. Todavia alguns teóricos discordavam acerca do estudo
restrito ao comportamento diretamente observável. Entre eles, Edward Tolman (1886-1959).
 
Foto: SFWalker/Wikimedia commons/Domínio Público
 Edward Tolman.
Tolman concordava com a metodologia apresentada por Watson, mas também indicava
interesse em aspectos como percepção e cognição. Foi a partir da inclusão desses aspectos
em seus estudos que Tolman propôs o Behaviorismo Intencional, também conhecido como
Behaviorismo Cognitivo. Para ele, todos os organismos são capazesde aprender sem que isso
envolva necessariamente recompensas (como discutido por Thorndike) ou simplesmente a
resposta automática diante de estímulos do ambiente (como apresentado por Watson)
(COLLIN, 2012).
Para esse teórico, o período em que nos relacionamos com as situações do ambiente, sem que
as conheçamos ou recebamos recompensas por nossas ações, é chamado de aprendizagem
latente. Nessa fase, vamos criando um “mapa cognitivo” sobre as coisas ao nosso redor que,
mais tarde, será utilizado com objetivos específicos (como obtermos sucesso em algo que
tentamos!). É exatamente a partir desse ponto que muitos estudiosos percebem que Tolman
abandona uma postura estritamente relacional na Psicologia (seguindo os passos de Watson)
para uma perspectiva cognitivista.
A história da Psicologia identifica Tolman com a Psicologia Cognitiva em virtude de sua crítica
dirigida à teoria do reforçamento e à psicologia estímulo-resposta. Partindo dessa crítica,
historiadores sugerem que Tolman pretendia resgatar o emprego de termos internos e mentais
na explicação da aprendizagem. Para ele, a aprendizagem por recompensa não se enquadrava
na explicação de Pavlov ou Watson; ainda que o comportamento observado nos animais
estudados por Thorndike pudesse ser decomposto em frações, isto é, em seus inúmeros
componentes de contrações musculares e secreções glandulares, não seria possível
compreender de que forma esse comportamento se estabelecia no repertório do organismo
(SANTANA; BORBA, 2015, p. 203).
 ATENÇÃO
A proposta dos “mapas cognitivos” como algo interno e abstrato acabou afastando Tolman da
corrente Behaviorista e o classificando entre os teóricos iniciantes do movimento cognitivista.
O BEHAVIORISMO RADICAL COMO
FILOSOFIA DA CIÊNCIA DO
COMPORTAMENTO
Entre os behavioristas mais famosos, pós-Watson, está Burrhus F. Skinner (1904-1990). O
teórico preocupou-se com uma explicação científica da Psicologia e denominou a sua posição
de Behaviorismo Radical.
 VOCÊ SABIA
O termo “radical” adotado por Skinner vem do latim radix e significa “raiz”. O teórico pretendia
estudar aquilo que considerava básico e necessário à ciência do comportamento:
compreender efetivamente o que é o comportamento.
 
Foto: Esquilo/Wikimedia commons/CC BY-SA 3.0
 Burrhus Frederic Skinner em 1950.
Para Skinner, comportamento é entendido como toda e qualquer interação do organismo com o
seu ambiente. Ao discutir como as consequências produzidas pelas respostas de um
organismo afetam o seu ambiente ao mesmo tempo que também impactam o organismo que
se comporta, Skinner sistematizou um dos principais conceitos da ciência comportamental: o
Comportamento Operante (HÜBNER; MOREIRA, 2012).
Perceba o estudo minucioso de Skinner, demostrando a preocupação de que a
Psicologia seguisse os parâmetros das demais ciências: em um laboratório para o estudo
do comportamento operante, as contingências de reforço são deliberadamente arranjadas e
seus efeitos, observados. O espaço experimental contém vários estímulos controláveis,
equipamento para registro de respostas e um ou mais reforçadores. As interrelações
específicas entre essas coisas são mantidas por retransmissores, cronômetros, calculadoras,
analisadores de frequência etc.
O comportamento é, geralmente, anotado poligraficamente, em um registro cumulativo, onde
tanto a frequência constante como a mudança de frequência, em um intervalo de tempo
substancial, podem ser percebidas em um relance, mas os pormenores são esclarecidos
posteriormente, ao se analisar o tempo decorrido entre as respostas. Algumas contingências
requerem processamento do comportamento por computadores com linha. Com o auxílio de tal
equipamento, juntamente com as técnicas experimentais para o qual foi destinado, começamos
a ver as contingências de reforço (PAVLOV; SKINNER, 1984, p. 182-183).
SKINNER, 1984
Texto original publicado em 1969 sob o título Contingências do Reforço: Uma Análise
Teórica.
A VISÃO DE HOMEM NO BEHAVIORISMO
RADICAL
Na perspectiva do Behaviorismo Radical, somos sujeitos ativos no mundo. Isso significa que os
nossos comportamentos modificam as situações do ambiente e, ao mesmo tempo, também
são modificados por elas. Eis a ideia do Comportamento Operante.
Nesse sentido, o modelo adotado para a compreensão dos comportamentos é o chamado
Modelo de Seleção pelas Consequências! Para entendermos esse modelo, precisamos
primeiramente compreender os três níveis de seleção apresentados por Skinner (HÜBNER;
MOREIRA, 2012):
Nível filogenético
Relacionado à origem das diferenças entre as espécies. Alguns comportamentos, como os
reflexos incondicionados, são filogeneticamente determinados em função do valor de
sobrevivência que apresentam para nós.
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
Nível ontogenético
Referente aos comportamentos aprendidos em função das relações estabelecidas com o nosso
ambiente, como família, amigos etc., ao longo da nossa história de vida.

Nível cultural
Comportamentos aprendidos a partir do contexto social em que estão inseridos.
Quando um comportamento é mantido por suas consequências, dizemos que ele foi
reforçado. Em outras palavras, as consequências produzidas por ele atuaram como estímulos
reforçadores, aumentando a probabilidade de ocorrência do mesmo comportamento em
situações semelhantes:
Quando as consequências produzidas apresentam efeito satisfatório ou prazeroso para
aquele que se comporta, dizemos que se trata de reforçadores positivos. Por exemplo:
estudar e tirar nota 10 na prova; apresentar-se e receber um elogio; pedir atenção e
receber afeto.
Quando as respostas do sujeito produzem a retirada de consequências que seriam
aversivas ou desconfortáveis a ele, dizemos que se trata de reforçadores negativos.
Por exemplo: tomar um remédio para não ter dor de cabeça; chorar para faltar à escola;
arrumar a cama para não ficar sem videogame.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Assim, sabemos se as consequências são reforçadoras avaliando o efeito destas na frequência
das respostas que as produziram. Lembre-se de que aquilo que é reforçador para um sujeito
não necessariamente será para o outro.
Quando um comportamento deixa de ser emitido em função das consequências
produzidas por ele, dizemos que o comportamento foi punido. A punição positiva ocorre
quando a resposta produz consequências aversivas ao sujeito (por exemplo: ultrapassar um
veículo e ser multado; quebrar um brinquedo e receber uma bronca). Outra possibilidade na
diminuição da ocorrência do comportamento é por meio da punição negativa, quando a
resposta produz a perda de consequências que seriam boas para o sujeito (por exemplo: não
fazer a tarefa e ficar sem videogame; faltar a aula e perder nota).
 ATENÇÃO
É importante enfatizar que punição não ensina comportamentos. Na verdade, faz com que o
sujeito deixe de fazer algo apenas na presença de quem o puniu. Lembre-se de que aquilo que
é punitivo para um sujeito não necessariamente será para o outro.
 DICA
Para entender os conceitos “positivo” e “negativo”, avalie a inserção ou a retirada de algo no
ambiente. Se a inserção de algo faz com que a resposta do sujeito tenha a sua probabilidade
de ocorrência aumentada (em contextos semelhantes), ocorre o Reforço Positivo; se o
comportamento aumenta de frequência pela retirada de algo, trata-se de Reforço Negativo. Em
contrapartida, se o comportamento diminui de frequência pela inserção de algo, ocorre a
Punição Positiva; se o comportamento diminui de frequência pela retirada de algo, trata-se de
Punição Negativa.
EVENTOS PRIVADOS E BEHAVIORISMO
RADICAL
Diferentemente de Watson, Skinner inclui em seus estudos aspectos cognitivos como os
pensamentos e as emoções, mas são compreendidos de forma distinta da utilizada pelos
mentalistas (teóricos defensores de elementos internos, como a consciência e a mente). Para
Skinner, pensamentos, sentimentos e sensações são também comportamentos e devemser
estudados por meio do modelo de seleção pelas consequências, assim como qualquer
comportamento diretamente observável (SKINNER, 2006).
A diferença entre o comportamento diretamente observável e o comportamento encoberto (ou
evento privado) é a forma de acessá-los: enquanto o primeiro pode ser observado pelo
contexto de quem se comporta, o outro demanda que o sujeito relate sobre ele. Ou seja,
ambos possuem a mesma natureza, mas são acessados de maneiras distintas.
Isso torna o Behaviorista Radical monista: para os behavioristas, não existe divisão entre
corpo e mente (visão dualista); tanto o que acontece dentro do sujeito como os
comportamentos que podem ser diretamente observados são considerados comportamentos.
RETOMADA DA INTROSPECÇÃO
Skinner retoma a introspecção, mas não com as mesmas características do método
introspectivo utilizado por filósofos e psicólogos da consciência, e sim como um
comportamento de auto-observação do próprio indivíduo. Considere a frase: “Eu chorei porque
estava triste”. Ela seria considerada suficiente como explicação de um comportamento para o
Behaviorismo Radical? Não! Porque as emoções não são causas dos comportamentos.
Para essa filosofia científica, tanto o choro (comportamento mais diretamente observável)
quanto o sentimento tristeza (evento privado) ocorrem ao mesmo tempo e de forma muito
próxima — uma vez que são da mesma natureza, um não pode ser causa um do outro. As
respostas do porquê choramos e ficamos tristes devem ser buscadas na relação do organismo
com o seu ambiente. Perguntas como: “O que estava acontecendo à minha volta quando me
senti assim?” e “O que as pessoas dizem quando faço isso?” são exemplos que nos auxiliam
na explicação dos comportamentos analisados.
Ao praticarmos essa avaliação, realizamos o processo de Análise Funcional que envolve
analisarmos o ambiente presente (estímulo antecedente) no momento de uma determinada
resposta (respostas apresentadas pelo organismo) e os estímulos do ambiente que a
reforçaram ou puniram (estímulos consequentes) (HÜBNER; MOREIRA, 2012). A Análise
Funcional pode ser apresentada por meio das seguintes siglas:
Sa (estímulo antecedente)
R (respostas do organismo, observáveis e privadas)
Sc (estímulos consequentes)
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
ANÁLISE FUNCIONAL
Vamos entender como a Análise Funcional está ligada a abordagens psicológicas, com a
cognitiva-comportamental.
CRÍTICAS AO BEHAVIORISMO RADICAL
Muitas das críticas direcionadas ao Behaviorismo Radical são, na verdade, referentes às
propostas realizadas por Watson no Behaviorismo Clássico ou Metodológico. Questões como
não considera a subjetividade humana; desconsidera sentimentos; entende o sujeito
como um ser passivo em seu ambiente não condizem com os conhecimentos apresentados
por Skinner. Talvez, a esses questionamentos, ele respondesse:
Perguntamos: a nossa cultura sobreviverá e contribuirá mais para a cultura do futuro?
“Podemos indicar alguns aspectos reconfortantes. Gozamos das vantagens que decorrem da
própria prática de mudar de prática; até recentemente, fomos talvez os únicos [behavioristas
radicais] em nossa disposição de tentar novas formas de fazer as coisas. Pensamos nas
consequências. Nosso hábito de perguntar se um determinado aspecto funciona ou se alguma
outra coisa funcionaria melhor em seu lugar é frequentemente criticado como pragmatismo
tosco, porém pode provar ter sido uma importante mutação cultural. Mudamos prontamente de
prática por não sermos grandemente coibidos por revelações ou decretos imutáveis e, por
razões semelhantes, somos livres para buscar uma ciência do comportamento. E,
principalmente, reconhecemos a necessidade de um planejamento explícito do modo de vida”
(PAVLOV; SKINNER, 1984, p. 211).
O quadro apresenta algumas características referentes aos Behaviorismos estudados.
Behaviorismo Watsoniano Behaviorismo Skinneriano
Principal conceito: Condicionamento
Clássico
Principal conceito: Comportamento
Operante
Paradigma adotado: S-R Paradigma adotado: R-C
Estuda apenas os comportamentos
objetivamente observados.
Estuda comportamentos objetivamente
observados e eventos privados.
Desconsidera a subjetividade
humana.
Defende que a singularidade humana é
incontestável na visão científica.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ACERCA DAS CARACTERÍSTICAS DO BEHAVIORISMO DE WATSON E
DO BEHAVIORISMO DE SKINNER, É CORRETO AFIRMAR QUE:
A) Os dois behaviorismos possuem as mesmas características, diferenciando-se apenas pela
época em que foram propostos.
B) O behaviorismo de Watson desconsidera aspectos subjetivos de seus estudos, enquanto o
behaviorismo de Skinner entende como existentes os estados mentais.
C) O behaviorismo de Skinner inclui em seus estudos os chamados eventos privados,
enquanto o behaviorismo de Watson estuda apenas os comportamentos objetivamente
observados.
D) No behaviorismo de Watson é possível observar conceitos mais funcionais para a ciência do
comportamento do que no behaviorismo do Skinner, uma vez que Watson propôs o estudo de
como as consequências afetariam as respostas dos indivíduos.
E) Não é possível traçar diferenças entre os dois behaviorismos, uma vez que ambos lidam
com os seus objetos de estudo de maneira objetiva e científica, descartando assim a
subjetividade humana como elemento importante à compreensão das relações.
2. ANALISE A SEGUINTE SITUAÇÃO (FICTÍCIA, ELABORADA PARA FINS
DE APRENDIZAGEM): 
“RICARDO, 7 ANOS, GANHOU UMA ESTRELINHA DA PROFESSORA AO
ACERTAR O EXERCÍCIO DE MATEMÁTICA. DESDE ENTÃO, A CRIANÇA
TEM LEVANTADO A MÃO E TENTADO RESPONDER ÀS PERGUNTAS DA
PROFESSORA.” A PARTIR DO MODELO DE SELEÇÃO POR
CONSEQUÊNCIAS, É CORRETO AFIRMAR QUE:
A) A estrelinha apresentada pela professora funcionou como reforçamento negativo para o
comportamento do Ricardo de estudar e responder às questões.
B) A estrelinha apresentada pela professora funcionou como punição positiva para o
comportamento do Ricardo de estudar e responder às questões.
C) A estrelinha apresentada pela professora funcionou como punição negativa para o
comportamento do Ricardo de estudar e responder às questões.
D) A estrelinha apresentada pela professora funcionou como reforçamento positivo para o
comportamento do Ricardo de estudar e responder às questões.
E) Não é possível analisar o comportamento do Ricardo por meio do modelo de seleção por
consequências.
GABARITO
1. Acerca das características do Behaviorismo de Watson e do Behaviorismo de Skinner,
é correto afirmar que:
A alternativa "C " está correta.
 
Skinner inclui em seus estudos os eventos privados, compreendendo-os como da mesma
natureza que qualquer comportamento objetivamente observado.
2. Analise a seguinte situação (fictícia, elaborada para fins de aprendizagem): 
“Ricardo, 7 anos, ganhou uma estrelinha da professora ao acertar o exercício de
matemática. Desde então, a criança tem levantado a mão e tentado responder às
perguntas da professora.” A partir do modelo de seleção por consequências, é correto
afirmar que:
A alternativa "D " está correta.
 
A situação apresenta o quanto consequências reforçadoras (neste caso, reforçamento positivo)
colaboram para a maior probabilidade de ocorrência do mesmo comportamento que as
produziu em situações semelhantes.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Visitamos neste conteúdo os teóricos e os conhecimentos que colaboraram para a definição da
Psicologia como uma ciência do comportamento. Observamos o quanto o final do século XIX e
o início do século XX foram importantes marcos históricos para o surgimento de métodos e
objetos de estudo referentes à ciência comportamental.
Da análise dos elementos e da experiência consciente (proposta por Titchener), caminhamos
para a sua funcionalidade (por meio dos estudos de James) até chegarmos ao comportamento
observado como objeto de investigaçãopsicológica (ideia defendida por Watson). No entanto,
o Behaviorismo de Skinner será a filosofia adotada pela ciência do comportamento.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BAUM, W. M. Compreender o Behaviorismo. Comportamento, cultura e evolução. 2. ed.
Tradução de M. T. A. Silva, M. A. Matos, G. Y. Tomanari, & E. Z. Tourinho. Porto Alegre:
Artmed, 2006.
COLLIN, C. (Org.). O livro da Psicologia. São Paulo: O Globo, 2012.
SANTANA, L.; BORBA, A. Edward Chace Tolman e o uso da aprendizagem latente e do
reforçamento como princípios explicativos. Acta Comportamentalia, Guadalajara,
Universidad de Guadalajara, Vol. 23, Núm. 2, 2015, pp. 199-211.
FEIJOO, A. M. L. C. de. Bases do pensamento fenomenológico e existencial em William
James. Psicologia: ciência e profissão, Brasília, v. 33, nº 4, p. 840-851, 2013.
HÜBNER, M. M. C.; MOREIRA, M. B. Temas clássicos de Psicologia sob a ótica da Análise
do Comportamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.
MARCELLOS, C. Objeto e método na Psicologia de Wilhelm Wundt e Edward Titchener:
um estudo comparativo. Juiz de Fora: UFJF, 2012.
PAVLOV; SKINNER. Escritos escolhidos. 2 ed. São Paulo: Abril Cultural, 1984. [Coleção Os
Pensadores].
ROSAS, P. O dilema da Psicologia Contemporânea. Psicologia: ciência e profissão, Brasília,
v. 30, nº spe, p. 42-90, dez. 2010.
SANTANA, L.; BORBA, A. Edward Chace Tolman e o uso da aprendizagem latente.
Consultado na internet em: abr. 2021.
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna. São Paulo: Cultrix, 2002.
SKINNER, B. F. Sobre o Behaviorismo. São Paulo: Cultrix, 2006.
TITCHENER, E. A text-book of psychology. New York/London: The Macmillan & Co, 1928.
TITCHENER, E. An outline of psychology. New York/London: The Macmillan & Co, 1896.
VAZ, M. Por onde anda o pequeno Albert e a ética comportamental? Boletim Behaviorista,
São Carlos, UFSCar, 2020.
WATSON, J. Clássico traduzido: a Psicologia como o behaviorista a vê. Temas em Psicologia,
Ribeirão Preto, v. 16, nº 2, p. 289-301, 2008.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo:
Assista ao vídeo O “pequeno Albert” de Watson, (legendado) no Youtube, para
compreender o experimento realizado pelo teórico John Watson.
Assista aos cinco vídeos que compõem uma Conferência de B. F. Skinner para
psiquiatras e psicólogos, (legendados) no Youtube, a fim de conhecer um pouco mais as
ideias de Burrhus Frederic Skinner.
Leia os textos O que está errado com a vida cotidiana no mundo ocidental? e O lugar do
sentimento na análise do comportamento, de B. F. Skinner, disponíveis on-line.
Leia o artigo Análise do comportamento e pragmatismo, de Jay Moore, publicado na
Revista Brasileira de Análise do Comportamento, v. 13, nº 2, 2017. Disponível on-line.
CONTEUDISTA
Natália Pascon Cognetti
 CURRÍCULO LATTES
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