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TEORIAS A teoria platônica postulava sobre a imortalidade da alma e a concebia separada do corpo. Para ele existia uma só alma, uma alma temporária. Buscavam definir a relação do homem com o mundo através da percepção. Idealistas: A ideia forma o mundo. "O mundo existe porque o homem o vê. Materialistas: A matéria que forma o mundo já é dada a percepção. "O homem vê o mundo que já existe". 1. 2. Sócrates e Sistemas RAÍZES DA PSICOLOGIA NA GRÉCIA Filósofos Pré-Socráticos A História do pensamento humano começa com os gregos. Era o povo mais evoluído da época, conquistaram territórios e riquezas, alcançando avanços e crescimentos. Tudo isso exigia soluções práticas para a arquitetura, agricultura e para organização social (o homem começa a refletir) Os avanços permitiram que o cidadão grego se ocupasse com as coisas do "espírito", como filosofia e arte. A filosofia começou a especular em torno do homem e da sua interioridade. É entre os filósofos gregos que surge a primeira tentativa de sistematizar uma psicologia. S.P.A = Sócrates, Platão e Aristóteles. Etimologicamente a psicologia significa "o estudo da alma". A alma, ou espírito era concebida como parte imaterial do ser humano. Busca saber o limite que separa o homem do animal. E entende que a principal característica humana é a razão e é a razão que permite ao homem sobrepor- se aos seus instintos. O seria a base da irracionalidade. A razão era a essência humana É com ele que a psicologia na Antiguidade ganha consistência. Procurou definir um lugar para a razão no corpo humano (cabeça). Onde, também, se encontra a alma do homem. A medula seria a ligação do corpor com a alma. Platão concebia a alma separada do corpo. Neste sentido, quando alguém morria o corpo desaparecia mas a alma ficava livre para ocupar outro corpo. Platão Postulou que alma e corpo não podem ser dissociados. A psyché /alma seria o princípio ativo da vida. Acreditava que tudo que cresce, se reproduz e se alimenta possui alma: A teoria aristotélica afirmava a mortalidade da alma e a sua relação de pertencimento ao corpo. Ele acreditava na existência de três almas. Aristóteles Alma vegetativa: a alma dos vegetais. Função: alimentação e reprodução. Alma sensitiva: a alma dos animais. Estes, além da função da alma vegetativa, tinham a função de percepção e movimento. Alma racional: a alma do homem. além das demais funções acima citadas, possuia a função pensante. 1. 2. 3. Aristóteles estudou as diferenças entre a razão, a percepção e as sensações. o Da anima pode ser considerado o primeiro tratado em psicologia. A PSICOLOGIA NO IMPÉRIO ROMANO Uma das principais características desses período é o aparecimento e desenvolvimento do cristianismo. Falar em psicologia nesse período é relacioná-la ao conhecimento religioso pois a igreja católica monopolizava o saber e consequentemente o estudo do psiquismo. Dois grandes filósofos ganham destaque nesse período: Santo Agostinho (354-430) e São Tomás de Aquino (1225-1274) Santo Agostinho INSPIRAÇÃO PLATÃO Inspirado em Platão também fazia separação entre corpo e alma. A alma não era somente a sede da razão mas também a prova de uma manifestação divina no homem. A alma era imortal por ser o elemento de ligação do homem com Deus. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã São Tomás de Aquino INSPIRAÇÃO ARISTÓTELES Foi buscar em Aristóteles a distinção entre essência e existência. "O homem na sua essência busca a perfeição através da sua existência" Nessa ótica acrescenta o ponto de vista religioso e afirma que somente Deus seria capaz de reunir a essência e a existência, em termos de igualdade. A busca da perfeição seria a busca de Deus. Ele encontra argumentos racionais para justificar os dogmas da igreja e garantir o seu monopólio no estudo do psiquismo. Início de uma época de transformações radicais no mundo europeu (a transição para o capitalismo começa a emergir). Momento que se inicia uma valorização do homem. As ciências também avançam (Copérnico mostra que a Terra não é o centro do universo, Galileu estuda a queda dos corpos) Momento propício para o início da sistematização do conhecimento científico. Psicologia pré-científica. René Descartes Um dos filósofos que mais contribuiu para o avanço da ciência Postulou a separação entre mente e corpo. Afirmou que o homem possui uma substância material e uma substância pensante. O corpo desprovido de espírito é apenas uma máquina (feita pelas mãos de Deus) Inicia-se o estudo do corpo humano morto (antes, o corpo, inclusive morto, era sagrado). Ele é responsável pela teoria da integração mente-corpo (a mente interfere no corpo e o corpo interfere na alma). A PSICOLOGIA NO RENASCIMENTO John Locke: Considera a mente de um recém-nascido como uma tábula rasa (papel em branco) e considera que o responsável por escrever a história deste ser são as condições e a vida do indivíduo, ou seja, o ambiente. Jonh B. Watson: Diz que os seres humanos são maleáveis e que o desenvolvimento do comportamento destes se constitui pela cultura e ambiente. Insistia em uma explicação cultural ou ambiental do desenvolvimento do comportamento humano. Burrhus F. Skinner: Diz que o comportamento humano se constrói com base em seu ambiente imediato e a sua história ambiental e não dentro do organismo. Introdutor do conceito do condicionamento operante. 1. 2. 3. NATIVISMO: O comportamento humano se constitui através da herança biológica recebida dos pais. Ou seja, as características básicas do homem, já estão prontas desde o nascimento, em virtude da herança biológica. Por este motivo seus adeptos sempre justificam a presença ou ausência de uma determinada característica na criança, com a correspondente presença ou ausência da mesma em um dos pais. Na análise das origens ou causas do comportamento humano surge uma questão controversa: a questão inato-adquirido, também conhecida como nativismo-empirismo, natureza-educação ou hereditariedade-ambiente. ABORDAGEM AMBIENTALISTA: Diz que o ambiente é o principal responsável pela formação das características básicas do homem, especialmente da sua capacidade intelectual. COMPORTAMENTO HUMANO Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã René Descartes: a afirmação da existência de características inatas surge com ele. Essa posição nativista resultou na crença de que o comportamento humano (ou grande parte dele) é inato, no sentido de que nascemos com determinadas tendências e propensões que não podem ser alterados. Há também traços congênitos (inatos) que são genéticos, por exemplo,Há também traços congênitos (inatos) que são genéticos, por exemplo, cor da pele e certas doenças hereditárias que já se manifestam nocor da pele e certas doenças hereditárias que já se manifestam no nascimento. Mas, há muitos traços genéticos que não se manifestamnascimento. Mas, há muitos traços genéticos que não se manifestam no nascimento,no nascimento, e que surgem, por exemplo, apenas na vida adulta.e que surgem, por exemplo, apenas na vida adulta. Há ainda traços genéticos que são congênitos apenas em parte: aHá ainda traços genéticos que são congênitos apenas em parte: a manifestação clínica da doença não é congênita, mas a suamanifestação clínica da doença não é congênita, mas a sua manifestação bioquímica é. Ex: a criança nasce "normal", mas pode-semanifestação bioquímica é. Ex: a criança nasce "normal", mas pode-se descobrir se a criança é portadora do gene da doença por meio dosdescobrir se a criança é portadora do gene da doença por meio dos testes laboratoriais.testes laboratoriais. 1º Erro: O que se passa através das células sexuais não são caracteres, traços ou características (físicas ou comportamentais) mas sim uma informação genética. Os genes criam a base para os traços culturais, mas não forçam o desenvolvimento de nenhum traço em particular. Não há, por exemplo, genes que tornem alguém um músico ou um cientista. 2° Erro: O segundo erro está relacionadoao significado da palavra inato.Qualquer característica que o indivíduo apresente ao nascer pode ser inata ou congênita, mas não necessariamente hereditária, pois há traços causados por fatores ambientais, como por exemplo as alterações provocadas no feto em decorrência do abuso de álcool na gestação. ERROS DA ABORDAGEM NATIVISTAERROS DA ABORDAGEM NATIVISTAERROS DA ABORDAGEM NATIVISTA Há dois erros básicos nessa abordagem: INSTINTO: A discussão do inato deu origem a outra: a do instinto. Parte do comportamento considerada inata porque o indivíduo é capaz de executá-lo com eficiência desde a primeira vez (um bebê chora mesmo sem ter visto alguém chorar ou ter consciência do ato). Ele é também inconsciente porque não há um ensaio mental prévio. O comportamento instintivo é fundamentalmente genético, ainda assim, muitos instintos podem ser aperfeiçoados ou redirecionados pelo meio. COMPORTAMENTO APRENDIDO: Resulta da interação do homem com o meio; esta interação cria experiências que se registram na memória e contribuem para o aperfeiçoamento dos desempenhos subsequentes. A distinção entre comportamento aprendido e instinto é muitas vezes difícil, nem deve ser feita. Admite-se que qualquer comportamento resulta de interações complexas entre predisposições genéticas e influências ambientais. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã DETERMINISMO E REDUCIONISMO DETERMINISMO O Determinismo é uma doutrina. Ela prega que o universo é previsível como um relógio e que ele funciona perfeitamente porque foi colocado em funcionamento por Deus. Nessa perspectiva, os eventos do passado vão determinar as ações do presente e futuro. Assim como em um relógio, tudo no universo funciona com sequência e regularidade (você sabe, por exemplo, que depois de 13h, vai ser 14h é uma sequência regular). Pra ilustrar e eu entender melhor, vi esse exemplo na internet: Combinando a massa do astronauta e a atração gravitacional da Terra, teremos necessariamente o efeito de queda. E sempre que essa combinação ocorrer, teremos esse mesmo efeito. O bs : D et er m in is m o nã o va i s er co br ad o na pr ov a. Po ré m a co nc ei tu aç ão de le aj ud a a en te nd er o r ed uc io ni sm o, q ue se rá c ob ra do e m a va lia çã o. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã Como os deterministas basearam a doutrina do determinismo na comparação com um relógio, os reducionistas usaram a mesma comparação para construir o conceito do Reducionismo . Já que o universo é como um relógio, e é muito fácil perceber a estrutura e o funcionamento do relógio (quando ele é desmontado e suas engrenagens ficam a mostra) do mesmo modo, se a gente quiser entender a vida e o universo, basta "desmontá-los reduzindo-os aos seus componentes básicos" e assim analisar em suas partes mais simples para que seja possível entender as partes mais complexas. Desse modo, explica-se os fenômenos de níveis complexos, usando fenômenos de níveis mais simples. Para ilustrar, vi isso na internet: Para entender fenômenos complexos como a vida, o corpo humano, a natureza, é necessário reduzi-los a fenômenos mais simples, e entender esses fenômenos mais simples. Então o Reducionismo parte do pressuposto que se você entende o mais simples, você consegue entender o sistema como um todo, ou seja, a parte complexa. Ex: para entender a consciência (fenômeno complexo) se estudaria o neurônio (fenômeno mais simples) REDUCIONISMO PSICOLOGIA INTERCULTURAL E PSICOLOGIA EDUCACIONAL O artigo sugere um estudo de influências mútuas entre os dois campos da moderna psicologia: Psicologia Intercultural e Psicologia Educacional. Em resumo, fazendo uma relação entre as suas abordagens, entende-se que o enfoque intercultural nos estudos psicológicos voltados a educação pode contribuir para melhor compreensão dos objetivos educacionais redefinindo os programas de educação e orientando os educadores com base na cultura ou subcultura considerada. Por outro lado a psicologia educacional pode oferecer importantes parâmetros para os estudos psicológicos em distintas culturas. Tendo em vista a recentidade da abordagem intercultural na pesquisa psicológica, o ênfase maior, no artigo indicado para leitura, é dado às questões referentes a definição, características e a metodologia empregada na Psicologia Intercultural. A Psicologia Intercultural preocupa-se em estudar indivíduos de duas ou mais culturas através do emprego de métodos de medida que sejam equivalentes para as várias culturas consideradas. Objetivos Para Eckensberg, a investigação intercultural em psicologia é a comparação explícita e sistemática de variáveis psicológicas sob condições culturais diferentes. Compreensão das relações entre a cultura e o comportamento individual afim de especificar os antecedentes e os processos que medeiam a emergência das diferenças de comportamento. Descoberta das relações se-então, nas quais as condições SE, ou variáveis ou independentes, são as condições culturais das quais depende o comportamento. Verificar até que ponto conceitos, princípios ou teorias relativos ao comportamento humano, bem como os métodos para o seu estudo, são universalmente válidos. 1. 2. 3. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã Contexto Facilitadores: Segunda Angeline e Price-Williams, estes foram os facilitadores para o desenvolvimento da psicologia intercultural: maior contato entre os povos; desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte; fim do isolamento político-cultural dos Estados Unidos; a progressiva descentralização etno-cultural dos cientista sociais norte americanos; a fundação de institutos na Ásia, na África e na América Latina; e, sobretudo, o aparecimento do computador. Esse novo ramo da ciência psicológica começou-se a estabelecer após o término da segunda guerra mundial, mais precisamente a partir da década de 60. 1. 2. 3. 4. 5. Cultura e definição de unidade cultural A definição de cultura adotada por psicólogos interculturais é proposta por Herskivits que diz simplesmente: “cultura é a parte do ambiente feita pelo homem”. Nessa perspectiva surge a necessidade da definição da unidade cultural (cultunit). O antropólogo Narol propõe os seguintes critérios para definição da unidade cultural: Tipos de Investigação Intercultural Angeline descreve quatro tipos de investigação intercultural: 1. Primeiro tipo: O investigador originário dirige-se de uma cultura dirige-se a outras para estudar aspectos do comportamento já conhecidos por ele. 2. Segundo tipo: O investigador repete em sua própria cultura pesquisas já realizadas em outras. 3. Terceiro tipo: Um investigador-chefe, após realizar todo planejamento do estudo, convida colegas de outras culturas para colaborarem no projeto, cada um realizando a investigação em sua própria cultura. 4. Quarto tipo: Investigadores de várias culturas reúnem-se para planejar o estudo e todas as fases da investigação são discutidas e realizadas mediante a participação igual de todos. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã Fases da Investigação Intercultural Segundo Holtzman uma investigação intercultural inclui pelo menos quatro fases, quais sejam: 1ª fase: Refere-se ao objetivo da investigação e a especificação das variáveis. 2ª fase: inclui um estudo piloto para testar o plano e os instrumentos de coleta de dados. 3ª fase: realização do estudo propriamente dito. 4ªfase: análise definitiva dos dados, interpretação e publicação dos resultados. Variáveis Estudadas Segundo Triandis et al. as variáveis a serem estudadas, e que são definidas na primeira fase da investigação intercultural, podem ser classificadas em seis categorias: 1. Variáveis relativas ao meio físico (clima, recursos naturais, etc) 2. Variáveis relativas a estrutura social (variáveis demográficas, sexo, raça, idade, etc) 3. Variáveis relativas às disposições de comportamento da pessoa (motivos, atitudes, papeis,etc) 4. Variáveis relativas ao comportamento verbal ou não-verbal da pessoa P 5. Variáveis relativas às disposições de comportamento do outro O 6. Variáveis relativas ao comportamento verbal ou não-verbal do outro O. O sistema de categorias é bastante amplo, utilizável com diferentes cadeias de eventos causa-efeito embora nem todas as categorias sejam necessárias para descrever um determinado estudo. Dificuldades Esse ramo da psicologia encontra-se ainda em sua infância e inúmeras dificuldades apresentam-se ao investigador. São dificuldades principalmente de ordem conceitual, metodológica e ética, além de outras de ordem prática. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã Surgiu durante a década de 1950 no ambiente acadêmico norte-americano no pós Guerra. A Psicologia Humanista apresentou-se como uma terceira força capaz de fazer força contra o Behaviorismo (primeira força) a à psicanálise (segunda força). Os líderes do movimento levantavam suas vozes contra a imagem de homem e de método científico defendidas pelo Behaviorismo e contra a imagem de homem e de método terapêutico da psicanálise. História da Psicologia Humanista PSICOLOGIA HUMANISTA O Behaviorismo (1ª força): estuda os processos de condicionamento que produzem o comportamento. A Psicanálise (2ª força): estava focada em entender as modificações inconscientes que orientam o comportamento. A Psicologia Humanista (apresenta-se como 3ª força): buscou focar no potencial de cada indivíduo e salientou a importância do crescimento e da auto realização. A oposição ao Behaviorismo, pelo caminho da negação, foi a posição que mais contribuiu para o estabelecimento conceitual humanista. Para os Humanistas o Behaviorismo é uma teoria em que o homem é visto como ser inanimado, um organismo puramente reativo, "uma coisa passiva perdida, sem responsabilidade por seu próprio comportamento. O Behaviorismo, na visão humanista, cria uma versão limitada do homem. O humanistas se rebelaram contra o Behaviorismo se opondo a quatro prontos fundamentais: 1º Não concordam com a pesquisa com animais como acesso a uma compreensão adequada do ser humano; 2º Os humanistas exigem que os temas de pesquisa da Psicologia não sejam escolhidos por sua adequação ao método experimental, e sim por sua importância para o ser humano e relevância para o conhecimento psicológico; 3º Opõe a concepção reativa e mecanicista behaviorista do ser humano os humanistas argumentam que a motivação humana é intencional e auto- motivada; 4º Ainda que fosse possível o Behaviorismo realizar um catálogo completo dos comportamentos humanos possíveis, isto não ofereceria uma descrição adequada da natureza humana pois, segundo a sentença gestaltista, a pessoa é mais do que a soma de cada comportamento isolado. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã {{ Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã A Psicologia Humanista não se constituiu somente como reação ao Behaviorismo, mas também como reação a Psicanálise: A Psicanálise era considerada pelos humanistas como determinista, reducionista e dogmática; Para os Humanistas a visão de natureza humana em Freud era pessimista, fatalista e excessivamente centrada no lado ruim do ser humano. Segundo os humanistas, para Freud a pessoa permaneceria para sempre fixada em emoções e traumas da infância. Abraham Maslow (importante representante humanista) também critica a psicanalise por estudar somente indivíduos perturbados: neuróticos ou psicóticos (psicologia mutilada) . A Psicologia, segundo os humanistas, deveria voltar-se para os estudos das qualidades e características positivas do homem, como a alegria, o altruísmo, etc. 1. 2. 3. 4. IN FL U ÊN CI A S IN FL U ÊN CI A S A Psicologia Humanista teve influência nas obras do neuropsiquiatra Kurt Goldstein, na Psicologia Gestalt e nos teóricos da personalidade. Goldstein exerceu influência através de obras baseadas na sua pesquisa sobre a capacidade de reorganização do cérebro humano após lesões cerebrais, feita com soldados feridos em combate. A Psicologia Gestalt considera o homem como uma unidade irredutível onde tudo está relacionado com tudo, e o todo é mais do que a soma de suas partes. FU N D A D O R FU N D A D O R Existe muita resistência em se apontar um teórico como fundador da Psicologia Humanista, porém, não se pode falar do surgimento da Terceira Força em Psicologia sem atribuir o papel principal a Abraham Maslow. Breve Histórico: Maslow era reconhecido como talentoso psicólogo experimental, no entanto, devido aos seus objetos de pesquisas não convencionais passou a ser marginalizado pela comunidade acadêmica; Maslow passou a se corresponder com mais algumas pessoas que batiam de frente com o Behaviorismo e compilou uma lista com essas correspondências e a denominou, posteriormente de Rede Eupsiquiana. Essa lista tornou-se a lista dos primeiros assinantes do Journal of Humanistic Psychology e poucos anos depois na lista dos membros fundadores da American Association for Humanistic Psychology (AAHP). Estes associados tinham duas posições distintas: uma queria definir a Psicologia Humanista somente em termos do que ela não é e a outra reinvindicava uma declaração de princípios com definições programáticas propositivas. A primeira declaração da AAHP foi uma tentativa de conciliação entre os dois grupos. Adotando-se o artigo de Bugental (1963) Humanistic Psychology: A New Breakthrough como declaração da própria associação. Nele encontramos cinco postulados: PO ST U LA D O S PO ST U LA D O S Uma pessoa é mais que a soma de suas partes; Nós somos afetados por nossas relações com outras pessoas; O ser humano é consciente; O ser humano possui livre-arbítrio; O ser humano tem intencionalidade. 1. 2. 3. 4. 5. O Dilema da Psicologia Humanista Desde o seu aparecimento a Psicologia Humanista se encontra em um dilema insolúvel: O objeto da Psicologia Humanista foi apresentado como de um nível de liberdade, criatividade e pró-atividade; Os principais representantes da PH se recusaram a abandonar o método experimental, proclamando a sua abordagem como aderida à ciência moderna; Nesse contexto surge o dilema: deveria a PH manter sua adesão ao método científico que não se adequa a seu objeto de pesquisa? Ou deveria transformar a imagem de ciência que pratica para adequá-la a sua imagem de ser humano? 1. 2. 3. 4. A PH decidiu não aceitar a distorção de imagem de ser humano para adequá-la ao método científico e também proclamou a sua adesão ao projeto de ciência moderna. Assim, a PH não consegue se decidir entre a adesão ao método científico (que não se adequa ao seu objeto) ou buscar transformar a ideia de ciência que pratica para adequá-la à sua imagem de ser humano. Para o autor do artigo, embora os principais nomes da Psicologia Humanista tenham proclamado as duas adesões, o resultado da empreitada humanista foi de fato o abandono do método científico. Pressupostos filosóficos da ciência moderna É claro nos principais nomes da PH norte-americana a reinvindicação da aderência de sua empreitada ao projeto de ciência moderna. Para Maslow "a ciência é o único meio que dispomos para enfiar a verdade goela abaixo dos relutantes". Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã A pesquisa psicológica nomotética visa à obtenção de teorias e hipóteses de aplicação geral. Esta pretensão se sustenta na crença ontológica da regularidade do objeto, ou seja, que existam relações funcionais estáveis entre variáveis antecedentes e variáveis consequentes. A ciência moderna, no entanto, pressupõe algumas crenças sobre o objeto do conhecimento e sobre a nossa capacidade de conhecer. Estabelecem-se cinco crenças irredutíveis e necessárias: Realismo Ontológico: a crena de que o objeto de investigação existe independentemente da mente do observador; Regularidade do objeto: crença na estabilidade do objeto que se estuda; Otimismo Epistemológico: a crena de que através do método adequado podemos vir a conhecer algo sobre este objeto; Pressupostos lógicos:a crença na assunção das leis básicas da lógica clássica na formulação de argumentos válidos; Representacionismo: a crença de que podemos representar adequada e estavelmente o mundo através da linguagem. 1. 2. 3. 4. 5. A PH proclama a sua adesão à ciência moderna. A ciência moderna, no entanto, pressupõe crenças e características opostas ao objeto definido pelos humanistas. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã A imagem Humanista do objeto da Psicologia Abraham Maslow adota alguns pressupostos que fundamentam a Psicologia Humanista: Cada um de nós tem uma natureza interna essencial, biologicamente alicerçada, a qual é, em certa medida, "natural", intrinseca, dada e, num certo sentido limitado, invariável, ou, pelo menos invariante; A natureza interna de cada pessoa é, em parte, singularmente e , em parte, universal na espécie. É impossível estudar cientificamente essa natureza interna e descobrir a sua constituição (não inventar, mas descobrir) 1. 2. 3. Que concepção epistemológica então? É necessário ressaltar a questão do método que dispomos para investigar o objeto do conhecimento. De modo geral, o tipo de pesquisa pode então ser concebido de dois modos básicos: ela pode ser uma pesquisa de caráter nomotético ou de caráter idiográfico. A pesquisa psicológica Idiográfica pretende que o objetivo da investigação psicológica seja a busca de compreensão do significado da experiência humana e não a busca de teorias e hipóteses de aplicação generalizada. Em suma, a perspectiva nomotética busca explicar as causas do comportamento enquanto a perspectiva idográfica busca compreender os motivos de sua expressão. Trata-se de uma escolha entre explicar e compreender. Esta distinção de tipos de pesquisa psicológica foi formulada pela primeira vez por Wilhelm Dilthey (1945), que julga que as diferenças entre o objeto de pesquisa das ciências humanas e o das ciências físicas pedem diferentes métodos de investigação e orientação. Com essas diferenças ele não estava querendo dizer unicamente que o ser humano é racional e livre e que entidades físicas não são. Ele estava querendo antes de qualquer coisa expor o fato de que fenômenos físicos são externos à experiência do investigador e independentes uns dos outros; enquanto os fenômenos psicológicos são interiores à experiência do cientista e inextrincavelmente inter-relacionados uns aos outros. É antes de tudo por causa dessa inextrincável inter-relação que Dilthey afirma que o fenômeno humano precisa ser descrito e entendido em suas interconexões plenas de sentido. Assim, ele parte dessa distinção entre os objetos de pesquisa das ciências físicas e das ciências humanas para explicar a origem das duas orientações básicas de pesquisa na Psicologia, as quais ele denomina explicativa e compreensiva. Dilthey (1945) denomina explicativa ou construtiva, aquela abordagem de pesquisa importada das ciências físicas, que visa à construção de um sistema de hipóteses com um número limitado de elementos determinados, exatos, sem ambiguidades, além de leis ou princípios universais regendo suas conexões, combinações e organização última. As predições que podem portanto ser feitas sobre as relações entre variáveis são submetidas a testes de verificação cujas inferências possam suportar as hipóteses gerais. Os postulados do sistema, suas combinações, os princípios e processos governando suas interconexões e organização e as predições dessas relações funcionais, são todas construções hipotéticas. Assim, explicativa é a abordagem do fenômeno humano pela ciência moderna, com seus métodos nomotéticos de investigação. Dilthey (1945) considera que é um erro fundamental adotar essa abordagem primariamente, quando não exclusivamente, na Psicologia, uma vez que as experiências vividas são dadas em sua unidade, como um todo significativo. Assim, os métodos através dos quais estudamos a vida psicológica, a história e a sociedade devem ser diferentes daqueles que usamos para estudar a natureza. Uma outra dificuldade que o humanista Wertz (1998) baseando-se em Dilthey vê na abordagem explicativa em ciências humanas é que sempre se podem elaborar diferentes hipóteses para explicar os dados empíricos colhidos. Além disso, tudo o que se pode estabelecer com eles tem validade probabilística, e deduzir deles qualquer coisa em relação a uma pessoa real é uma ação baseada numa indução que não tem sustentação lógica. A PSICOLOGIA CIENTÍFICA O berço da Psicologia moderna, portanto, foi a Alemanha do final do século 19; Seu status de ciência é obtido à medida que se "liberta" da filosofia e atrai novos estudiosos e pesquisadores. Os novos padrões de produção de conhecimento passam a: Definir seu objeto de estudo (o comportamento, a vida psíquica, a consciência); Delimitar seu campo de estudo, diferenciando-se de outras áres do conhecimento; Formular métodos de estudo desse objetivo; Formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimento na área. 1. 2. 3. 4. As teorias devem obedecer aos critérios básicos da metodologia científica; Os dados devem ser passíveis de comprovação; E o conhecimento deve ser cumulativo e servir de ponto de partida para outros experimentos e pesquisas na área. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã Embora a Psicologia científica tenha nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que ela encontra campo para um rápido crescimento, resultado do grande avanço econômico que colocou os EUA NA VANGUARDA DO SISTEMA CAPITALISTA. É ali que surgem as primeiras abordagens ou escolas em Psicologia. Essas abordagens são: o Funcionalismo, de William James, o Estruturalismo, de Esward Ttichner e o Associacionismo, de Edward L. Thorndike. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã FUNCIONALISMO A primeira sistematização genuinamente americana de conhecimentos em Psicologia. Para a escola funcionalista de W. James, importa responder "o que fazem os homens" e "por que o fazem". Elege-se a consciência como centro da preocupação da Psicologia, e busca-se a compreensão do seu funcionamento, na medida que o homem a usa para adaptar-se ao meio. ESTRUTURALISMO Está preocupado com a compreensão do mesmo fenômeno que o funcionalismo: a consciência. No entanto, busca-se estudá-la em seus aspectos estruturais, isto é, os estados elementares da consciência como estruturas do sistema nervoso central. Essa escola foi inaugurada por Wundt, mas foi Tictchner quem primeiro usou o termo estruturalismo no sentido de diferencià-la do funcionalismo. ASSOCIACIONISMO O termo associalismo origina-se da concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação de ideias - das mais simples às mais complexas. Assim, para aprender um conteúdo complexo, a pessoa precisaria primeiro aprender as ideias mais simples, que estariam associadas àquele conteúdo. Thorndike formulou a Lei do Efeito, segundo a qual todo organismo vivo tende a se repetir, se nós recompensarmos (efeito) o organismo assim que este emitir o comportamento. Por outro lado, o comportamento tenderá a não acontecer, se o organismo for castigado (efeito) após sua ocorrência. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã AS PRINCIPAIS TEORIAS DO SÉCULO 20 A Psicologia enquanto ramo da Filosofia estudava a alma. A Psicologia científica nasce quando, de acordo com os padrões de ciência do século 19, Wundt preconiza a Psicologia "sem alma". Essa Psicologia científica, que se constituiu de três escolas, foi substituída no século 20, por novas teorias. As três mais importantes tendências teóricas do século 20 são o Behaviorismo, a Gestalt e a Psicanálide. Behaviorismo Nasce com Watson e tem um grande desenvolvimento nos EUA. Tornou-se importante por ter definido o fato psicológico, de modo concreto, a partir da condição do comportamento. Dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente (as estimulações) Dispersão, em linhas gerais, significa separação para diferentes direções. A Psicologia sofreu uma extensa dispersãodecorrente da utilização de diferentes perspectivas epistemológicas, metodológicas e conceituais na constituição e delimitação do campo e do objeto da psicologia. Nesse contexto, é importante ressaltar que as ideias psicológicas foram sendo gestadas em diferentes países da Europa e nos EUA, assumindo a influência da composição de forças do tecido social e cultural do país de origem. Assim, o objeto da psicologia sofreu alterações ao longo do tempo. A Psicologia Científica, vinculando-se à influência do positivismo, revelava a ideia de uma psicologia capaz de se fundamentar no modelo da física, preocupada com o rigor da quantificação. Wundt utilizava uma metodologia introspectiva para os estudos dos processos mentais, recorrendo tanto ao método experimental para os estudos desenvolvidos para a Psicologia Fisiológica quanto ao método histórico para investigação da Psicologia dos Povos. Gestalt Teve seu berço na Europa, surge como uma negação da fragmentação das ações e processos humanos. Segundo essa teoria, o homem tem que ser compreendido como uma totalidade. Psicanálise Nasce com Freud, na Áustria. Através da prática médica, recupera para a psicologia a importância da afetividade e postula o inconsciente como objeto de estudo. A DISPERSÃO DO PENSAMENTO PSICOLÓGICO Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã Apesar dessa abertura sócio-cultural dos fenômenos psíquicos, Wundt não renunciou à condição de cientista e idealizou uma disciplina híbrida, por ele denominada Psicologia Experimental, em que combinava o papel do filósofo e do fisiologista de laboratório. Ele recorreu tanto ao método experimental das ciências naturais afim de adaptá-los à nova ciência, quanto à análise dos fenômenos culturais pelos métodos comparativos da antropologia e da fisiologia. Assim, Wundt considerou que a Psicologia individual poderia ser complementada com o estudo coletivo: Psicologia dos povos. Por esse enfoque, reconheceu a importância do contexto social para a compreensão da consciência individual. Por consequência a Psicologia já foi constituída abarcando duas perspectivas: uma experimental e outra coletiva. Experimental foco nos estudos dos processos elementares da consciência. Coletiva foca nos estudos da produção da mente coletiva. O enfoque experimental usava o método experimental e a Psicologia dos povos recorria aos métodos descritivos das ciências sociais. Desde o início, portanto, a Psicologia já se configurava com um espaço de dispersão do pensamento psicológico. Ao longo da história os sistemas de pensamento foram surgindo quase ao mesmo tempo, configurando propostas diversas com diferentes concepções do que é o mundo e o homem, como também do que é o objeto da psicologia e de como abordá-lo. É nessa direção que, aqui, será retomado o projeto de constituição da Psicologia como ciência independente, buscando compreender como diferentes teorias e sistemas psicológicos constituíram o espaço biológico. Apesar da extensa dispersão, é possível focalizar a produção de teorias e sistemas que marcaram a primeira metade do século XX. Assim, o Estruturalismo, o Funcionalismo, a Gestalt ou Psicologia da forma e a Psicanálise são ressaltados. Estruturalismo Ao fundar a Psicologia Estrutural, Edward Bradford Titchener (1867-1927), marcou a clara e decisiva divisão entre a Psicologia estruturalista, de Wundt, e a funcionalista, com Franz Brentano (1838-1917) na Europa e William James (1842- 1910) na América (Figueiredo, 2002). Titchener, preocupado com o pragmatismo que a compreensão funcionalista passara a enfatizar, quando desenvolvida em solo americano, defendeu a prioridade do estruturalismo por meio de um projeto que considerava tarefa fundamental da Psicologia, isto é, a análise da consciência em seus elementos, na direção de determinar sua estrutura. Funcionalismo Segundo Gondra (1997), a Universidade de Chicago centralizou a oposição ao Estruturalismo e, as críticas de John Dewey (1859-1952) ao atomismo de Titchener estimularam o movimento funcionalista. Essa atitude provocou a organização de uma Psicologia das funções mentais por James R. Angell (1869- 1949), trabalhada em laboratórios por Harvey A. Carr (1873-1954). Tal movimento não pretendia ser uma teoria sistemática, mas, sim, uma atitude ou modo de enfocar os fenômenos psicológicos. Apesar de ser considerado oposição sistemática à Psicologia titcheneriana, o Funcionalismo continuou a situar os estudos psicológicos no campo das Ciências Naturais, próximos à Biologia e à teoria evolucionista de Darwin, com ênfase nas variações individuais e na observação naturalista. BehavIorismo Em relativa oposição à atitude funcionalista em Psicologia, marcou uma transição importante na Psicologia americana: mudança do foco de estudo da consciência para o comportamento mesmo e suas interações com o ambiente, na direção da adaptação à normalidade. Assim, Watson demarcou o final do introspeccionismo e o começo de uma Psicologia objetiva voltada à predição e ao controle do comportamento humano, redefinindo a “Psicologia” como “ciência do comportamento”. Burrhus Frederik Skinner (1904-1990) deu continuidade ao projeto behaviorista, definindo como objeto de investigação científica o estabelecimento dos relacionamentos funcionais entre as condições de estímulo controladas pelo experimentador e a resposta subseqüente do organismo. Daí, o ser humano passou a ser considerado como qualquer máquina: comporta- se de maneiras previsíveis e regulares em resposta às forças externas, consideradas como estímulos. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã Gestalt Teve seu berço na Europa, surge como umanegação da fragmentação das ações e processos humanos. Segundo essa teoria, o homem tem que ser compreendido como uma totalidade. Psicanálise A perspectiva psicanalítica, desenvolvida porSigmund Freud (1856-1939), se entrecruzou com a constituição da Psicologia como ciência independente. No entanto, porque não se desenvolveu como produto da academia, não se ocupou das áreas tradicionais da Psicologia. Partindo de outra direção, optou pelo estudo do comportamento patológico, negligenciado pelos outros sistemas, trabalhando com a observação clínica e não com a experimentação laboratorial controlada. Nesse sentido, foi possível abrir-se outra dimensão da experiência humana até então ignorada pelos outros sistemas de teorização acerca do psicológico: o estudo do inconsciente, não passível de conhecimento pelas vias legítimas da cientificidade. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã II UnidadeII Unidade Teorias eTeorias eSistemasSistemas Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã A PSICANÁLISE As teorias científica surgem influenciadas pelas condições da vida social nos seus aspectos econômicos, políticos, culturais, etc. Sigmund Freud era austríaco, foi médico que modificou o modo de pensar a vida psíquica. Sua contribuição é comparada a de Karl Marx na compreensão dos processos históricos e sociais. Freud colocou os "processos misteriosos" no psiquismo, suas "regiões obscuras", isto é, as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, a interioridade do homem. Os colocou como problemas científicos. A investigação sistemática desses problemas levou Freud à criação da Psicanálise. O termo Psicanálise é usado para se referir a uma teoria, a um método de investigação e uma prática profissional. Teoria Enquanto teoria a psicanálise é um conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica. Método de Investigação Enquanto método de investigação trata-se de um método interpretativo, que busca o significado oculto daquilo que é manifesto por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias, como os sonhos, os delírios, as associações livres, os atos falhos. Prática Profissional Enquanto prática profissional refere-se à forma de tratamento - a análise - que busca o autoconhecimento ou a cura que ocorre através desse autoconhecimento. Atualmente, o exercício da Psicanálise ocorre de muitas formas. É usada como base parapsicoterapias, aconselhamentos, orientação, é aplicada no trabalho com grupos, instituições. A Psicanálise também é importante para a compreensão de fenomenos sociais relevantes: as novas formas de sofrimento psíquico, o excesso de individualismo no mundo, a exarcebação da violência, etc. Grande parte das produções de Freud foram baseadas em suas experiências pessoais, transcritas com rigor em várias de suas obras. A gestação da Psicanálise Freud formou-se em medicina e se especializou em psiquiatria (alguns autores falam em neurologia) Trabalhou em um laboratório e deu aulas de neuropatologia, mas, devido a sua situação financeira não pôde dedicar-se integralmente a pesquisa a a vida acadêmica. Começou a clinicar atendendo pessoas acometidas por "problemas nervosos" (cabeça) Ganhou uma bolsa em Paris onde trabalhou com Jean Charcot, psiquiatra francês que trabalhava as histerias com hipnose. Retornando a Viena, voltou a clinicar, e seu principal instrumento de trabalho na eliminação de sintomas dos distúrbios nervosos passou a ser a sugestão hipnótica. O contato com o cientista Josef Breuer também foi importante para a continuidade das investigações. Caso Ana O. (paciente de Breuer) A paciente apresentava um conjunto de sintomas que a fazia sofrer: paralisia com contratura muscular, inibições e dificuldades de pensamento. Os sintomas tiveram origem na época em que ela cuidava do pai enfermo. Em seu estado de vigia Ana não era capaz de indicar a origem dos seus sintomas, mas, sob efeito de hipnose, relatava cada um deles, que estavam ligados a vivências anteriores, qual seja, pensamentos e afetos que se referiam a um desejo que o pai morresse. Essas ideias e sentimentos foram reprimidos e substituídos pelos sintomas. Com a rememoração destas cenas, os sintomas desapareciam, por meio da liberação das reações emotivas associadas ao evento traumático. Método Catártico Breuer denominou como método catártico o tratamento que possibilita a liberação de afetos e emoções ligadas a acontecimentos traumáticos que não puderam ser expressos na ocasião da vivência desagradável ou dolorosa. Freud em sua autobiografia, afirma que desde o início da sua prática médica usava hipnose não só com objetivos de sugestão, mas, também, para obter a história da origem dos sintomas. Freud passou a utilizar o método catártico, e aos poucos foi mudando as técnicas de Breuer: abandonou a hipnose, porque nem todos os pacientes se prestavam a ser hipnotizados; desenvolveu a técnica da concentração; e, por fim, abandonou as perguntas. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã Técnica de concentração a rememoração (trazer à memória) sistemática era feita por meio da conversação normal. A descoberta do Inconsciente Freud se perguntava qual seria a razão para que os pacientes esquecerem tantos fatos de sua vida interior e exterior. O esquecido era sempre algo penoso para o indivíduo e era exatamente por isso que havia sido esquecido (penoso não significa algum ruim apenas, pode ser algo bom que se perdeu). Ao abandonar as perguntas Freud observou que os pacientes ficavam muitas vezes embaraçados, envergonhados com algumas ideias ou imagens que lhes ocorriam. Resistência Freud denominou como resistência a força psíquica que se opunha a torna consciente, a revelar um pensamento. Repressão Freud denominou de repressão o processo psíquico que visa encobrir, fazer desaparecer da consciência, uma ideia ou representação insuportável e dolorosa que está na origem do sintoma. Esses conteúdos psíquicos "localizam-se" no inconsciente Tais descobertas constituíram a base principal da compreensão das neuroses e impuseram uma modificação no trabalho terapêutico. O objetivo era descobrir as repressões e suprimi-las (aceitando ou condenando definitivamente o excluído pela repressão). Freud dá, ao método de investigação, o nome de Psicanálise em substituição ao método catártico. A primeira teoria sobre a estrutura do aparelho psíquico - 1ª Tópica Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã Em seu livro "a interpretação dos sonhos Freud apresenta a primeira concepção sobre a estrutura e funcionamento da personalidade. Essa teoria refere-se à existência de três sistemas ou instâncias psíquicas: inconsciente, pré-consciente e consciente. Inconsciente Inconsciente Consciente Pré É constituído por conteúdos reprimidos, que não têm acesso aos sistemas pré-consciente e consciente, pela ação de censuras internas Esses conteúdos podem ter sido conscientes em algum momento e posteriormente foram reprimidos, indo para o inconsciente. Esses conteúdos também podem ser genuinamente inconscientes. Ele é regido por leis próprias de funcionamento. É atemporal, não existem as noções de passado e presente. Conjunto dos conteúdos não presentes no campo do consciente. 1. 2. 3. 4. Pré-consciente É o sistema onde permanecem aqueles conteúdos acessíveis a consciência. É aquilo que não está na consciência neste momento, e no momento seguinte pode estar. Consciente É o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do mundo interior. Aqui se destaca o fenômeno da percepção. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã A descoberta da sexualidade Infantil Em suas investigações na prática clínica, Freud descobre que a maioria dos pensamentos e desejos reprimidos referiam-se a conflitos de ordem sexual na infância. Estes se configuravam como origem dos sintomas atuais. As descobertas colocam a sexualidade no centro da vida psíquica. Aqui é postulada a existência da sexualidade infantil Principais Aspectos A função sexual existe desde o princípio da vida. O período de desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo até chegar a sexualidade adulta. Segundo Freud o libido é a energia dos instintos sexuais e só deles. Segundo Freud no processo de desenvolvimento psicossexual, o indivíduo, na infância, tem a função sexual ligada a sobrevivência, o prazer é encontrado no próprio corpo. 1. 2. 3. Fase Anal A zona de erotização é o ânus Fase Fálical A zona de erotização é o orgão sexual Período de latência Se prolonga até a puberdade e se caracteriza por uma diminuição das atividades sexuais Fase Genital Quando o objeto da erotização ou de desejo não está mais no próprio corpo, mas em um objeto externo ao indivíduo - o outro. Fase Oral A zona de erotização é a boca Complexo de Édipo Segundo Freud é em torno do complexo de édipo que ocorre a estruturação da personalidade do indivíduo. Acontece entre 3 e 5 anos, durante a fase fálica. Segundo Freud a mãe é o objeto de desejo do menino e o pai é o rival que impede seu acesso ao objeto desejado. Para ter a mãe ele se aproxima do pai e o escolhe como modelo de comportamento passando a internalizar as regras e as normas sociais representadas e impostas pelo pai. Posteriormente, por medo da perda do amor do pai, o menino desiste da mãe. Segundo Freud esse processo também ocorre com meninas, sendo invertidas as figuras de desejo e de identificação. Freud fala em Édipo feminino. Explicando alguns conceitos Inicialmente Freud entendia que todas as coisas relatadas pelos pacientes tinham acontecido de fato. Posteriormente, descobriu que poderiam ter sido imaginadas, mas com a mesma força e consequência de uma situação real. Aquilo que para o indivíduo assume valor de realidade é a realidade psíquica. E ela importa mesmo que não seja realidade objetiva. O funcionamento psíquico é concebido a partir de três pontos de vista. Compreender os processos e os fenômenos psíquicos é considerar os três pontos de vista simultaneamente. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã Econômico1. Existe uma quantidade de energia que alimenta os processos psíquicos 2. Tópico O aparelho psíquico é constituído de um número de sistemas que não são diferenciados quanto a sua natureza e modo de funcionamento, o que permite considerá-lo lugar psíquico. 3. Dinâmico No interior do psiquismo existem forças que entram em conflito e estão, permanentemente,ativas. A origem dessas forças é a pulsão. A pulsão refere-se a um estado de tensão, que busca, através de um objeto, a supressão deste estado. EROS: é a pulsão da vida e abrange as pulsões sexuais e as de auto conservação TANATOS: é a pulsão de morte, pode ser autodestrutiva ou estar dirigida para fora e se manifestar como pulsão agressiva ou destrutiva. Para a teoria psicanalista, sintoma é uma produção (pensamento ou comportamento) resultante de um conflito psíquico entre os desejos e os mecanismos de defesa. Ele ao mesmo tempo sinaliza e encobre um conflito. A segundateoria sobre a estrutura do aparelho psíquico - 2ª Tópica Entre 1920 e 1923, Freud remodela a teoria do aparelho psíquico e introduz os conceitos de id, ego e superego para referir-se aos três sistemas da personalidade. O Id Constitui o reservatório de energia psíquica. É onde se localizam as pulsões As características atribuídas ao inconsciente, na primeira teoria, são, nesta segunda teoria, atribuidas ao id. É regido pelo princípio do prazer O Ego É o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do Id, as exigências da realidade e as ordem do superego. Procura "dar conta" dos interesses da pessoa. É regido pelo princípio da realidade, que como princípio do prazer rege o funcionamento psíquico. É um regulador, pois altera o princípio do prazer para adequá-lo as condições objetivas da realidade. O Superego Origina-se com o Complexo de Édipo a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. A moral, os ideais são regidos pelo superego O conteúdo do superego refere-se as exigências culturais e sociais Os mecanismos de defesa A percepção de alguns acontecimentos (exterior ou interior) pode causar constrangimentos, dores, desorganização. Para evitar este desprazer o ego, inconscientemente, deforma ou reprime a realidade. Trata-se de mecanismos de defesa. Para Freud, defesa é a operação pela qual o ego exclui da consciência conteúdos indesejáveis. Recalque1. O indivíduo "não vê", "não ouve" o que ocorre. Existe a supressão da realidade. Esse é o mecanismo de defesa mais radical. 2. Formação reativa O ego procura afastar desejos que vão em uma determinada direção. Para isto, o indivíduo adota atitudes opostas ao desejo. 3. Regressão O indivíduo retorna a etapas anteriores do seu desenvolvimento, adota modos de expressão mais primitivos. 4. Projeção O indivíduo localiza (projeta) algo de si no mundo externo e não percebe aquilo que foi projetado como algo seu que considera indesejável. 5. Racionalização O indivíduo constrói uma argumentação intelectualmente convincente e aceitável que justifica os estados "deformados" da consciência. Aqui o ego coloca a racionalidade a serviço do irracional. Watson define o objeto da psicologia com sendo o comportamento humano e, assim, proporciona um objeto observável, mensurável, cujos experimentos poderiam ser reproduzidos em diferentes condições e sujeitos. Essas características foram muito importantes para que a psicologia alcançasse o status de ciência. Aqui a Psicologia rompe definitivamente com sua tradição filosófica. Watson buscava a construção de uma psicologia sem alma e sem mente. Watson também defendia uma perspectiva funcionalista segundo a qual o comportamento deveria ser estudado como função de certas variáveis do meio. Segundo o behaviorismo, certos estímulos levam o organismo a dar determinadas respostas e isso ocorre porque os organismos se ajustam aos seus ambientes por meio de equipamentos hereditários e pela formação de hábitos. Apesar de colocar o "comportamento" como objetivo da psicologia, o que se compreende é que o comportamento não é uma ação isolada de um sujeito e sim uma interação entre aquilo que o sujeito faz e o ambiente onde o "seu fazer" acontece. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã O BEHAVIORISMO O Estudo do Comportamento O termo Behaviorismo foi inaugurado pelo americano John B. Watson, em um artigo publicado em 1913, que apresentava o título "Psicologia": como os behavioristas a vêem. Nele o autor defende que a psicologia não deveria estudar processos internos da mente, mas sim o comportamento, pois este é visível e, portanto, passível de observação por uma ciência positivista. O termo inglês behavior significa comportamento. O behaviorismo contrapõe-se ao mentalismo e ao introspeccionismo. Diferentes denominações: Comportamentalismo, Teoria Comportamental, Análise Experimental do comportamento, Análise do comportamento. Desse modo pode-se dizer que o behaviorismo dedica-se ao estudo das interações do indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente (as estimulações). Os psicólogos desta abordagem, chegaram aos termos "resposta" e "estímulo" para se referirem àquilo que o organismo faz e às variáveis ambientais que integram com o sujeito. Ivan Pavlov estudou a salivação dos cachorros na presença da comida. Um dia percebeu que os cachorros começavam a salivar antes mesmo de verem o alimento. Ele descobriu que era possível fazer com que um estímulo, antes neutro (um som, por exemplo), provocasse salivação ao ser associado a um estímulo que gerava naturalmente essa resposta. Estímulo Incondicionado (comida) Resposta Incondicionada (salivação) Interação estímulo-resposta incondicionada Estímulo Neuto (campanhia) Sem resposta (não saliva) Associação de estímulo incondicionado e estímulo neutro Resposta Incondicionada (salivação) Estímulo Condicionado (campanhia) Resposta condicionada (salivação) Durante o processo de condicionamento Interação estímulo-resposta Condicionada Análise comportamental do Behaviorismo O mais importante behaviorista que sucede Watson é B. Skiner. O Behaviorismo de Skiner tem influenciado muitos psicólogos americanos e muitos países onde a psicologia americana tem grande penetração, como o Brasil. O Behaviorismo de Skiner ficou conhecido como Behaviorismo radical. Enquanto o de Watson ficou conhecido por Behaviorismo metodológico. A base da corrente Skinneriana está na formulação do comportamento operante. O comportamento Respondente O comportamento reflexo ou respondente é o que usualmente chamamos de "não- voluntário". Ele inclui respostas produzidas por estímulos antecedentes do ambiente. EXEMPLOS: o arrepio da pele quando o frio nos atinge; a salivação provocada por uma gota de limão na ponta da língua; as lágrimas ao cortar cebola. Esses comportamentos reflexos ou respondentes são interações estímulo-resposta incondicionadas. As interações estímulo-resposta incondicionadas são aquelas em que se produz certas respostas no organismo, independente de aprendizagem. Ou seja, é aquele que incondicionalmente provoca respostas natural e automática. Interações desse tipo também podem ser provocadas por estímulos que, originalmente, não provocavam respostas em determinado organismo. Ou seja, um estímulo inicialmente neutro é associado a um estímulo incondicionado e esse estímulo incondicionado passa a evocar uma reação semelhante a à da resposta incondicionada provocada pelo estímulo incondicionado. O estímulo que originalmente não provocava respostas em determinado organismo, passa a ser um estímulo condicionado e a resposta ao mesmo, uma resposta condicionada. Experimento o cão de Pavlov como exemplo Skiner começou o estudo do comportamento justamente pelo comportamento respondente nos anos 30 na Universidade de Havard. O desenvolvimento do seu trabalho levou-o a teorizar sobre um outro tipo de relação do indivíduo com seu ambiente, a qual viria a ser nova unidade de análise de sua ciência: o comportamento operante. O comportamento Operante O comportamento operante abrange um leque amplo da atividade humana. O comportamento operante opera sobre o mundo. Trata-se de comportamento voluntário. São todos os nossos comportamentos desde os comportamentos de bebê até os mais sofisticados apresentados pelo adulto. comportamentos modelados e mantidos no repertório de uma pessoa devido às suas consequências.A caixa de Skiner como exemplo A caixa de Skinner, também conhecida como câmara de condicionamento operante, é um aparelho fechado que contém uma barra ou chave que um animal pode pressionar ou manipular de modo a obter alimentos ou água como um tipo de reforço. Quando a alavanca é pressionada, comida, água, ou algum outro tipo de reforço pode ser dispensado. Outros estímulos também podem ser apresentados, incluindo luzes, sons e imagens. Em alguns casos, o chão da câmara pode ser electrificado. Qual exatamente era o propósito de uma caixa de Skinner? Usando o dispositivo os pesquisadores poderiam estudar cuidadosamente o comportamento em um ambiente muito controlado. Por exemplo, os pesquisadores poderiam utilizar a caixa de Skinner para determinar qual esquema de reforço levou à maior taxa de resposta nos sujeitos do estudo. O comportamento operante deve ser apresentado da seguinte maneira: R-S, em que R é a resposta e S o estímulo reforçador. O estímulo reforçador é chamado de reforço Reforço ou estímulo reforçador, para o behaviorismo, é a consequência de um comportamento (resposta) que aumenta a probabilidade futura de o comportamento voltar a ocorrer. O reforço pode ser positivo e negativo. Tanto o reforço positivo quanto o negativo vão sempre aumentar a probabilidade, a diferença está na natureza da operação. Reforço Positivo Todo evento que aumenta a probabilidade futura da respostaque o produz. Oferece alguma recompensa ao organismo. Reforço Negativo Todo evento que aumenta a probabilidade futura da respostaque o remove ou atenua. Reforçamento A caixa de Skiner como exemplo O rato, com sede, inicialmente ganhava uma gota de água (estímulo acrescentado) sempre que apertava a barra (resposta). Vê-se aqui um exemplo de reforço positivo. O evento (receber água sempre que apertar a barra) aumenta a probabilidade futura da resposta que o produz (apertar a barra). O reforçamento positivo oferece alguma coisa ao organismo. Dá recompensa (gota de água) quando um comportamento desejado ocorre (apertar a barra). Reforço Positivo No reforço Positivo um estímulo é acrescentado ao ambiente Reforço Negativo No reforço negativo um estímulo é retirado do ambiente. Em geral, o reforço negativo pertence ao "controle aversivo", onde o organismo se comporta para que algo não aconteça. Posteriormente, o rato era colocado na caixa e recebia choques no assoalho. Após vários choques o rato chegava à barra e, ao pressioná-la, acidentalmente, os choques cessavam (o estímulo era retirado). Com isso, as respostas de pressionamento da barra tendiam a aumentar de frequência afim de remover os choques. Vê-se aqui um exemplo de reforço negativo. O reforçamento negativo retira algo que gere consequências negativas (choques) quando um comportamento desejado ocorre (apertar a barra). No Reforço negativo dois processos importantes merecem destaque: a esquiva e a fuga. Esquiva É o processo no qual os estímulos aversivos condicionados e incondicionados estão separados por um intervalo de tempo apreciável, permitindo que o indivíduo execute um comportamento que previna a ocorrência ou reduza a magnitude do segundo estímulo. Palavra chave: EVITAR Exemplo O raio (primeiro estímulo) precede a trovoada (segundo estímulo); O chiado (primeiro estímulo) precede o estouro de fogos (segundo estímulo). Os primeiros estímulos nos possibilitam evitar ou reduzir a magnitude dos seguintes. Entre o raio ou o chiado, podemos tapar os ouvidos e, assim, evitar ou reduzir o barulho causado pelo raio ou fogos. 1. 2. 3. Alguns eventos tendem a ser reforçadores para toda uma espécie, como pro exemplo, água, alimento e afeto. Esses são denominados reforços primários. Os reforços secundários, ao contrário, são aqueles que adquiriram a função quando pareados temporariamente com os primários. Alguns desses reforçadores secundários, quando emparelhados com muitos outros, tornam-se reforçadores generalizados, como dinheiro e a aprovação social. Exemplo Se os fogos começarem a pipocar, ou os trovões começam a trovejar, e só depois desse início, apresento um comportamento para evitar o barulho que incomoda, seja fechando a porta, seja indo embora, ou mesmo tapando os ouvidos, pode-se falar em fuga. Esquiva x Fuga A diferença é sutil. Ambos reduzem ou evitam os estímulos aversivos, mas com processos diferentes. Esquiva se trata de evitar algo que ainda não iniciou, que não está em andamento, que não está no momento. Na Esquiva vemos a existência de dois estímulos, em que um antecede o outro (raio e trovoada por exemplo) Já a fuga se trata de fugir de um estímulo aversivo que já iniciou, que já está em andamento, que já está no momento. Exemplo Na rua da minha casa há um canil onde alguns cães bravos as vezes fogem e atacam pessoas. Se eu tiver essa informação e decidir que todos os dias vou evitar passar por aquela rua por ter medo de cachorro (mesmo que eu nunca tenha sido atacada naquela rua), vou estar tomando uma atitude que evite o ataque, eu estarei usando a esquiva. No entanto, se eu desavisada, passar pela rua de cães bravos, e só em um dia quando, acidentalmente, for atacada, tentar repelir o ataque e fugir, estou usando a fuga. Extinção A extinção é um procedimento no qual uma resposta deixa abruptamente de ser reforçada (estimulada). Como consequência, a resposta diminuirá de frequência e até mesmo poderá de ser emitida. O comportamento (resposta) para de ser recompensado (estímulo). A extinção pode ocorrer quando o comportamento para de ser reforçado ou quando o reforço deixa de ser gratificante. Punição A punição é outro procedimento importante que envolve consequência à ação de uma resposta quando há apresentação de estímulo aversivo ou remoção de um reforçador positivo presente. O objetivo da punição é diminuir o comportamento que a precede. Ela pode ser negativa ou positiva. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã Fuga Neste caso o comportamento reforçado é aquele que termina com um estímulo aversivo já em andamento. Palavra chave: FUGIR Quando os estímulos ocorrem nessa ordem, o primeiro torna- se um reforçador negativo condicionado (aprendido) e a ação que o reduz é reforçada pelo condicionamento operante. Diferença entre Reforço e Punição O reforço visa aumentar a probabilidade da repetição do comportamento futuro. EXEMPLOS: Dou uma estrelinha para que meu filho se comporte bem (reforço positivo) assim, sempre que ele se comportar bem (resposta) ele ganha uma estrelinha (estímulo); Não dou uma estrelinha caso ele não se comporte (reforço negativo), assim, ele se sente triste até que se comporte e ganhe a estrela e se sinta feliz novamente. A punição acontece depois de um comportamento reprovável e visa diminuir a probabilidade da repetição do comportamento, colocando um estímulo aversivo (punição positiva) ou retirando um reforçador positivo (punição negativa). EXEMPLOS: Retiro uma estrelinha do meu filho por mal comportamento (punição negativa); Dou uma bronca no meu filho por mal comportamento (punição positiva) 1. 2. 3. 4. Os behavioristas têm debatido a validade do procedimento da punição como forma de reduzir a frequência de certas respostas uma vez que dados de pesquisas mostram que a supressão do comportamento punido só ocorre se a punição for extremamente tensa, isto porque as razões que levaram à ação não são alteradas com a punição. Ou seja, punir ações, segundo dados de pesquisas, leva à supressão temporária do comportamento sem, contudo, alterar a motivação. Neste sentido, as práticas punitivas correntes da Educação foram questionadas pelo Behaviorismo. Assim, os Behavioristas, respaldados por crítica feita por Skiner e outros autores, propuseram a substituição definitiva das práticas punitivas por procedimentos de instalação de comportamentos desejáveis. Controle de Estímulos Não há como negar que há um controle que o ambiente exerce sobre nós. Assumir a existência desse controle e estudá-la permite maior entendimento dos meios pelos quais os estímulos agem.Assim, quando a frequência ou forma do comportamento (resposta) é diferente sob estímulos diferentes, diz-se que o comportamento está sob controle de estímulos. Porque nos comportamos de formas diferentes em situações diferentes? Dois importantes processos devem ser apresentados: discriminação e generalização. Discriminação Diz-se que se desenvolveu uma discriminação de estímulos quando uma resposta se mantém na presença de um estímulo, mas sofre certo grau de extinção mas presença de outro. Ou seja, respostas específicas ocorrem apenas mediante estímulos específicos. Aqui, cada estímulo evoca uma resposta específica. E, portanto, os estímulos antecedentes vão controlar qual resposta reproduzirá uma consequência reforçadora Generalização Na generalização de estímulos, um estímulo adquire controle sobre uma resposta devido ao reforço na presença de um estímulo similar, mas diferente. EXEMPLO: Poderíamos aqui brincar com as cores do semáforo: se fosse rosa e vermelho, ao invés de verde e vermelho, correríamos o risco de, pela similaridade das cores, o motorista acelerar diante do semáforo rosa. Poderiam generalizar os estímulos. O que não acontece com verde e vermelho porque são muito distintos. Na generalização, portanto, respondemos de forma semelhante a um estímulo percebido como semelhante. Behaviorismo: sua aplicação Uma área de aplicação dos conceitos apresentados tem sido a Educação. Outras áreas também têm recebido as contribuições das técnicas e conceitos desenvolvidos pelo Behaviorismo, como: Treinamento de empresas; Clínica psicológica; Trabalho educativo de crianças excepcionais; Publicidade, etc. 1. 2. 3. 4. EXEMPLO: Sempre que o sinal fica vermelho (estímulo específico) o motorista para (resposta específica); sempre que o sinal fica verde (estímulo específico) o motorista segue (resposta específica) Somos, portanto, capazes de discriminar esses diferentes estímulos e de nos comportarmos de maneira diferente em cada situação. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã A compreensão das funções superiores do homem não pode ser alcançada pela psicologia animal. POIS OS ANIMAIS NÃO TÊM VIDA SOCIAL E CULTURAL. As funções superiores do homem não podem ser vistas apenas como resultado da maturação de um organismo que já possui tais capacidades. A linguagem e o pensamento humano têm origem social. A cultura faz parte do desenvolvimento humano e deve ser integrada ao estudo e à explicação das funções superiores. A consciência e o comportamento são aspectos integrados de uma unidade, não podendo ser isolados pela Psicologia. 1. 2. 3. 4. PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA Essa vertente teórica nasceu na ex União Soviética, embalada pela Revolução de 1917 e pela Teoria Marxista. Foi formulada por Vigotisk. Aqui se buscava construir uma Psicologia que superasse as tradições positivistas e estudasse o homem e seu mundo psíquico como uma construção histórica e social da humanidade. Para Vigotski, o mundo Psíquico que temos hoje não foi, nem será sempre assim, pois sua caracterização está diretamente ligada ao mundo material e às formas de vida que os homens vão construindo no decorrer da história. Princípios da Teoria Estrutura teórica Marxista para Psicologia Todos os fenômenos devem ser estudados como processos em permanente movimento e transformação. O homem constitui-se e se transforma ao atuar sobre a natureza com sua atividade e seus instrumentos. Não se pode construir qualquer conhecimento a partir do aparente, é preciso rastrear a evolução dos fenômenos, pois estão em seu início e em seu movimento as explicações para sua aparência atual. É necessário conhecer além da aparência. A mudança individual tem sua raiz nas condições sociais de vida. Assim, não é a consciência do homem que determina as formas de vida. Mas é a vida que se tem que influencia a consciência. 1. 2. 3. 4. Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã No Brasil a Psicologa Sócio-Histórica tem se constituído pela crítica à visão liberal de homem. Nessa visão liberal, encontramos ideias como: A Psicologia Sócio-Histórica entende que essas ideias liberais constituíram uma ciência na qual o mundo psicológico foi totalmente deslocado do campo social e material. No Brasil, as teorias da Psicologia Sócio-Histórica buscam construir uma concepção alternativa à liberal. O homem visto como ser autônomo, responsável pelo seu próprio processo de individualização. Uma relação de antagonismo entre homem e sociedade, em que a sociedade faz eterna oposição aos anseios que seriam naturais do homem. O fenômeno psicológico enclausurado no homem. Não existe natureza Humana. Não existe uma essência eterna e universal do homem. Essas ideias fazem, na verdade, um ocultamento das condições sociais, que são determinantes das individualidades. A Psicologia Sócio-Histórica não aceita a ideia de indivíduo autônomo. Aqui, o indivíduo é construído ao longo de sua vida a partir de sua intervenção no meio e da relação com os outros homens. SOMOS ÚNICOS MAS NÃO AUTÔNOMOS. Existe a condição humana. O homem é um ser ativo, social e histórico. É essa a sua condição humana. O homem constrói a sua existência a partir de uma ação sobre a realidade, que tem por objetivo satisfazer as suas necessidades. Essa ação e essas necessidades são sociais e produzidas historicamente em sociedade. O homem é criado pelo homem. Não há natureza humana pronta, nem mesmo aptidões prontas. A aptidão do homem está justamente em poder desenvolver várias aptidões. O Homem concreto é objeto de estudo da Psicologia. A Psicologia deve buscar compreender o homem como ser determinado histórico e socialmente. Esse indivíduo jamais poderá ser compreendido senão por suas relações e vínculos sociais, pela sua inserção em uma determinada sociedade, em um momento histórico específico. 1. 2. 3. 4. 5. As noções básicas da Psicologia sócio-histórica no Brasil Ideias Fundamentais Paula Luz - 1º Período de Psicologia - Manhã A linguagem é instrumento fundamental nesse processo e, como instrumento, também é produzida social e historicamente. A linguagem materializa e dá forma a uma das aptidões humanas: a capacidade de representar a realidade. Juntamente com a atividade (ações), o homem desenvolve o pensamento, através da linguagem o pensamento objetiva-se. O pensamento humano transforma-se em algo mais complexo: consciência. Sei que a bondade e a fidelidade me acompanharão todos os dias da minha vida, e voltarei à casa do Senhor enquanto eu viver. Salmos 23:6 Subjetividade Social e Subjetividade Individual Nesta teoria, os fenômenos sociais não são externos aos indivíduos nem são fenômenos que acontecem na sociedade. De igual modo, pouco tem a ver com cada um de nós. Os fenômenos sociais estão de forma simultânea, dentro e fora dos indivíduos, isto é, estão na subjetividade individual e na subjetividade social. Su bj et iv id ad e Sistema integrador do interno e do externo, tanto em sua dimensão social, como individual, que por sua gênese é também social. A subjetividade não é interna nem externa ela supõe outra representação teórica. Subjetividade Individual Representa a constituição da história de relações sociais do sujeito concreto dentro de um sistema individual. O indivíduo, ao viver relações sociais determinadas e experiências determinadas em uma cultura que tem ideias e valores próprios, vai se construindo. Subjetividade Social É exatamente a aresta subjetiva da constituição da sociedade. Para a PSH só há como se saber de um indivíduo conhecendo o seu mundo. Para compreender como que cada um de nós sente e pensa e como cada um de nós age é preciso conhecer o mundo social em que estamos inseridos.
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