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Farmacoterapia da Insuficiência Cardíaca Farmacologia III - Giovanna Rêgo Insuficiência cardíaca: incapacidade do coração de bombear sangue adequadamente para fora dele para suprir as necessidades metabólicas do corpo. Às vezes pode ser ocasionada por anormalidades no ventrículo esquerdo ou regulação neuro hormonal. Pode ser acompanhada de intolerância ao esforço, retenção hídrica e redução da longevidade. Ocorrem mecanismos de compensação da IC que normalmente são: → Aumento da frequência cardíaca → Aumento da contratilidade → Vasoconstrição periférica → Aumento da volemia por retenção renal de sódio e água → Ativação do SNA simpático e do SRAA Os mecanismos de compensação levam a hipertrofia do miocárdio com piora gradativa pela redução do tamanho das câmaras cardíacas. Com a progressão da doença ocorre a elevação da pré-carga e da pós-carga cardíacas. Tratamento: → IECAs → Diuréticos → Beta-bloqueadores → BRAs → Digitálicos → Agentes vasodilatadores DIURÉTICOS → Não apresentam efeito direto sobre a contratilidade miocárdica → É terapia de primeira linha (furosemida e espironolactona) → Furosemida (diurético de alça) reduz o edema por aumentar a excreção de sal e água, reduzindo a pré-carga cardíaca → Espironolactona (diurético poupador de potássio) é geralmente associada a IECA para reduzir a eliminação de potássio e minimizar a fibrose vascular e do miocárdio induzida pela aldosterona IECA → Reduzem a síntese de angiotensina II, logo reduz a resistência vascular periférica reduzindo a pós-carga e diminui a retenção de sódio e água ao diminuir a secreção de aldosterona reduzindo a pré-carga → Reduzem o remodelamento cardíaco e dos vasos sanguíneos → Reduz morbidade e mortalidade → Primeira escolha para pacientes com IC esquerda sem edema Medicamento Dose inicial (mg) Dose máxima (mg) Captopril 6.25 / 8h 50 / 8h Enalapril 2.5 / 12 h 10 a 20 / 12h Fosinopril 5 a 10 / dia 40 / dia Lisinopril 2.5 a 5.0 / dia 20 a 40 / dia Quinapril 10 / 12 h 40 / 12 h Ramipril 1.25 to 2.5 / dia 10 / dia BRA → Tem os mesmos efeitos benéficos dos IECA → Uso mais restrito aos que apresentam intolerância aos IECA → Losartan e valsartan HIDRALAZINA + DINITRATO DE ISOSSORBIDA → Pode reduzir a congestão pulmonar e aumentar o débito cardíaco anterógrado → Melhora a dispneia e a fadiga associada ao baixo débito cardíaco do VE → Podem reduzir a mortalidade de pacientes negros que já fazem uso de IECA ANTAGONISTA BETA-ADRENÉRGICOS → Carvedilol, metoprolol, bisoprolol e nebivolol → Reduzem a mortalidade → Reduzem as catecolaminas que são liberadas por causa dos mecanismos compensatórios durante a progressão da doença → Introduzir com cautela e em doses baixas → Reduzem a frequência cardíaca, controlam a pressão arterial, controla arritmias e diminui renina → Promovem proteção miocárdica contra os efeitos tóxicos da ativação simpática exacerbada GLICOSÍDEOS CARDÍACOS/CARDIOTÔNICOS - DIGITÁLICOS → Digoxina → Apresentam efeito inotrópico positivo (aumento da força de contração cardíaca) devido a inibição da Na+/K+-ATPase, provocando um aumento do sódio intracelular e redução do transporte de cálcio para o meio extracelular via permutador Na+/Ca2+ → O menor efluxo de cálcio estimula uma maior captação desse íon para o retículo sarcoplasmático, sendo que a cada despolarização da fibra cardíaca uma quantidade de cálcio liberada, tendo como resultado uma maior contratilidade cardíaca → Usada quando a terapia de IECA e diuréticos em pacientes com IC e fibrilação atrial não deu certo para controlar os sintomas → Efeito inotrópico positivo ajuda na morbidade e mortalidade → Cautela no uso pelo risco de intoxicação que leva ao aparecimento de arritmias e hiperpotassemia (baixo índice terapêutico) → Dose de ataque rápida: 0,75 - 1,75 mg VO em dose única → Dose de ataque lenta: 0,25 - 0,75 mg VO 1x/dia por 1 semana → Dose de manutenção: 0,125-0,75 mg VO 1x/dia. Entretanto, para aqueles que demonstrarem aumento da sensibilidade aos eventos adversos da Digoxina: 0,0625 mg 1x/dia ou uma dose menor poderá ser suficiente → TOXICIDADE: níveis séricos de digoxina superiores a 2 nanogramas/mL (pode ser FATAL)
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