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insuficiencia cardiaca 1

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
CURSO BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
EDMAR CAMPOS DA ENCARNAÇÃO 
JENIZE GUEDES DE ANDRADE 
LUCAS EMANUEL FERREIRA DE ARAÚJO 
MATHEUS CÂMARA MONTEIRO 
WENDERSON PINHEIRO SOUZA 
 
 
 
 
 
 
TREINAMENTO DE FORÇA E INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: BENEFÍCIOS E 
CONTRA INDICAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manaus-AM 
2021 
 
 
EDMAR CAMPOS DA ENCARNAÇÃO 
JENIZE GUEDES DE ANDRADE 
LUCAS EMANUEL FERREIRA DE ARAÚJO 
MATHEUS CÂMARA MONTEIRO 
WENDERSON PINHEIRO SOUZA 
 
 
 
 
 
 
 
TREINAMENTO DE FORÇA E INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: BENEFÍCIOS E 
CONTRA INDICAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manaus-AM 
2021 
Projeto de pesquisa apresentado para a 
disciplina Projeto Técnico-Científico 
Interdisciplinar, no curso de Bacharel 
em Educação Física na 
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP, 
Orientador: Lindenberg Silva Santiago 
 
 
 
 
OBEJETIVOS 
Objetivo Geral: 
● Compreender os benefícios através da prática do treinamento de 
força e suas contraindicações em pessoas com insuficiência cardíaca. 
Objetivo específico: 
● Conhecer os benefícios dos programas de treinamento de força em 
pessoas com insuficiência cardíaca. 
● Explicar as contraindicações do treinamento de força em pessoas 
com insuficiência cardíaca. 
● Prescrição de treinamento indicado para pessoas com insuficiência 
cardíaca 
 
PROBLEMÁTICA 
O treinamento de força traz benefícios para pessoas com insuficiência 
cardíaca? 
Rezende (2020) mostrou em seu estudo que as doenças cardiovasculares 
são a principal causa de morte no mundo, justificada pela falta de intervenções 
não farmacêuticas (prática de exercícios físicos) e padrões de comportamentos 
como o uso de tabaco, dietas não saudáveis e obesidade, falta de atividade física 
e uso nocivo do álcool que elevam os riscos para incidência de doenças 
cardiovasculares. Estima-se que mais de 17 milhões de pessoas morreram por 
doenças cardiovasculares em 2016 em países de baixa e média renda que é o 
caso do Brasil. O mesmo estudo salienta que mais de 2 milhões de pessoas no 
mundo acarretam insuficiência cardíaca (congestiva) devido ao acúmulo e/ou 
aparição de novas doenças crônicas, uma vez que a insuficiência cardíaca é 
originada através de outras doenças crônicas. 
 
 
Para tanto, se faz necessário descrever quais os benefícios do 
treinamento de força para pessoas com insuficiência cardíaca. Em adição 
mostrar se existem contraindicações para o treinamento de força para pessoas 
com insuficiência cardíaca 
JUSTIFICATIVA 
Estatísticas epidemiológicas sobre doenças cardiovasculares mostram 
um exacerbado número de pessoas acometidas e a falta de medidas preventivas 
para combater esses índices alarmantes. O estudo De Oliveira et al (2020) nos 
mostra dados referente ao avanço da patologia no Brasil. Segundo o Comitê 
Coordenador da Diretriz de Insuficiência Cardíaca (2018) a patologia 
insuficiência cardíaca se mostra muito prevalente em nosso país e 
aproximadamente 100.000.000 de casos por ano em todo o mundo e somente 
no Brasil 50 mil pessoas morrem por complicações cardíacas. 
Em adição, a Insuficiência (IC) foi a terceira causa de internação no SUS 
(Gaui, Glein & Oliveira, 2010). Em concomitância, Fernandes (2020) evidenciou 
que em todo o território brasileiro, foram 2.380.133 internações, representando 
21% das hospitalizações por causas cardiovasculares. 
 A incidência da IC no Brasil nos mostra que medidas preventivas mais 
acessíveis devem ser impostas. Uma vez que a insuficiência cardíaca 
proporciona diminuição da qualidade de vida, diminuição da expectativa de vida, 
complicações por outras patologias cardiovasculares, metabólicas e 
osteomusculares, e diminuição das valências e habilidades físicas, além da 
diminuição de autonomia das pessoas acometidas e interferências em questões 
sociais e econômicas no país. 
Devido aos seus inúmeros benefícios o treinamento de força (TF) pode 
ser um grande aliado como fator preventivo ou incluído para a diminuição da 
atenuação dos efeitos agudos e crônicos da IC, assim melhorando a perspectiva 
de vida. Cabe-se salientar que tal medida é mais acessível à população, pois 
tem um baixo custo e consequências benéficas para os praticantes. 
 
 
Essa pesquisa busca mostrar a contribuição do treinamento de força em 
pessoas com insuficiência cardíaca e elucidar os seus benefícios quanto à 
prática. Busca-se evidenciar se existe alguma contraindicação para a prática do 
TF. 
 
 
 
HIPÓTESE 
O treinamento de força é fundamental para prevenção, como parte 
integrante da reabilitação cardíaca, como também no aumento de qualidade de 
vida em pessoas com Insuficiência cardíaca (IC). 
METODOLOGIA 
A metodologia aplicada a este trabalho se baseia em uma revisão literária 
obtida através de estudos posteriores em relação à insuficiência cardíaca e 
treinamento de força seus benefícios e contra indicações. Nessa pesquisa, os 
estudos expostos neste trabalho foram publicados de sete (7) anos em diante 
até 2020, exceto estudos pioneiros na área de treinamento de força (TF) 
relacionados à insuficiência cardíaca. Os artigos foram extraídos das 
plataformas de pesquisa SciELO, Researchgate e Pubmed. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 
A insuficiência cardíaca (IC) e uma doença crônica em que o coração 
não bombeia o sangue como deveria, ou seja, ocorre quando o coração não 
consegue bombear sangue (sistólica) ou encher-se de sangue (diastólica) 
adequadamente (Machado, Vieira & Nascimento, 2017) ou seja, a IC é 
caracterizada pela dificuldade do coração em bombear o sangue para o corpo, 
gerando sintomas como cansaço, tosse noturna e o inchaço nas pernas ao final 
do dia, já que o oxigênio presente no sangue não consegue chegar aos órgãos 
e tecidos. 
 A IC é um importante problema de saúde pública, com crescente prevalência 
em todo o mundo (Carvalho et al, 2011; SOCIEDADE BRASILEIRA DE 
CARDIOLOGIA, 2006). Está associado a alta mortalidade e baixa qualidade de 
vida devido a internações recorrentes e dispendiosas. O estudo de GBD (2020) 
mostram estática das doenças cardiovasvculares no Brasil e a IC as estimativas 
de prevalência no Brasil de menos de 100 mil em 1990 para 200 mil em 2017 
principalmente devido ao crescimento e envelhecimento da população e 
desenvolvimento de outras doenças, nessa mesma época, a prevalência foi 
maior em mulheres (115; II 95%, 95-137) do que em homens (109; II 95%, 88-
132) ao passo que em 2017, a prevalência foi maior em homens do que em 
mulheres aumento percentual de 6,9 (II 95%, 0,2-14,2) para mulheres e de 12,3 
(II 95%, 5,4-20) para homens, entretanto, as mortes por IC diminuiu, uma vez 
que esse mesmo autor apresentou mortes causadas por doenças secundárias e 
não pela IC. 
O termo insuficiência cardíaca aguda (ICA) fica reservado para 
alterações rápidas ou graduais de sinais e sintomas resultando em necessidade 
de terapia urgente. 
A IC aguda é umas das principais causas de internação hospitalar no 
Brasil e no mundo e está relacionada a um aumento da mortalidade e da 
necessidade de reinternação em curto e longo prazos. Nos últimos 20 anos, o 
número de internações por IC no Sistema Único de Saúde diminuiu pela metade 
enquanto a taxa de mortalidade aumentou em dobro, principalmente nos idosos. 
Mais importante, o registro BREATHE – I Registro Brasileiro de Insuficiência 
Cardíaca, que incluiu um grupo de hospitais públicos e privados representativos 
das diferentes regiões brasileiras, mostrou dado alarmante sobre óbito hospitalar 
 
 
por IC no Brasil, a nossa mortalidade foi maior em mais de 4x em relação aos 
registros internacionais. 
Lembrando que hipoperfusão não é sinônimo de hipotensão, mas 
frequentemente a hipoperfusão é acompanhada de hipotensão. 
Grande número de pacientes com insuficiência cardíaca crônica (ICC) 
tem como fator limitante a dispneiae a fadiga, que reduzem a capacidade, a 
força e a resistência à prática de atividade física. Tem sido apontada à fraqueza 
dos músculos inspiratórios como uma razão para essa alteração, podendo 
intervir significativamente na qualidade de vida, capacidade aeróbica, como no 
prognostico ruim (PLENTEZ et al. 2012). 
 
TREINAMENTO DE FORÇA E SEUS BENEFÍCIOS 
Na mecânica física, força e interação entre corpos que produzem 
variações em sua velocidade, isto é, provoca aceleração (movimento). 
Dentro do treinamento com pesos, a força muscular pode ser 
conceituada como quantidade de tensão que um musculo ou um grupamento 
muscular pode gerar em um padrão especifico e determinada velocidade de 
movimento (KRAEMER & HAKKINEN, 2004). Os processos fisiológicos gerados 
pelo treinamento de força levam ao aumento da força motora, além de melhorias 
das funções neuromusculares e aumento da secção transversa do tecido 
músculo esquelético (SUCHOMOL; NIMPHAIUS; STONE, 2016). Com isso, a 
prática do treinamento de força melhora a coordenação intermuscular, pela 
ativação de vários grupamentos musculares. 
Com tempo, na medida que o programa do treinamento progrida a 
tendência é que o indivíduo evolua e potencialize o recrutamento de unidades 
motoras aumentando a força e consequentemente os benefícios do TF. 
O treinamento de força é estabelecido como um método eficaz para o 
desenvolvimento das aptidões físicas, valências e habilidades físicas, como 
também na melhoria da saúde. 
Essa estratégia de treinamento é tida como a mais praticada no âmbito 
dos esportes que exijam força, conquistando um espaço notável em programas 
voltados para promoção e manutenção da saúde, além de ser adotado como 
método eficaz para o tratamento de várias patologias, incluindo cardiopatias 
(ACSM, 2009; MURE, BRAZ, LOPES, 2019). 
 
 
 
Em consonância as entidades internacionais: American College Of 
Sports Medicine (ACSM), American Heart Association, American For 
Cardiovascular And Pulmanary Rehabilitation, salientam que a promoção da 
saúde é desenvolvida através do treinamento de força sendo reconhecida na 
prevenção / retardamento ao aparecimento de doenças. 
De acordo com MURE, BRAZ, LOPES (2019) reconhece a importância 
do treinamento de força com seus benefícios no aumento de ganho de força, e 
massa muscular e ressalta que esses benefícios levam a melhora da qualidade 
de vida. 
Estudos mostram a eficiência do treinamento de força para diminuição 
de mortalidade em causas de doenças crônicas. KRASCHNEWSKI et al (2016) 
realizaram um estudo de cohort de 15 anos com 30.162 sujeitos (> 65 anos) os 
indivíduos que praticavam treinamento de força por no mínimo duas vezes na 
semana apresentavam chances menores que 46% de mortalidade em todas as 
causas ( câncer, doença cardíaca, diabetes, hipertensão) do que aqueles que 
não praticam treinamento de força. Esse mesmo estudo, conclui que esse 
método possui o mesmo poder de alguns medicamentos para aumentar a 
longevidade. O treinamento de força é indubitavelmente o melhor programa de 
reabilitação cardíaca de acordo com (JÚNIOR ET AL, 2017). 
O Treinamento de força realizado de forma isolada ou combinado com o 
treinamento aeróbio está associado a alterações no metabolismo e ao aumento 
da tolerância ao esforço, da massa, da força e da resistência muscular, além da 
qualidade de vida. Seguro e bem tolerado por pacientes com IC, o treinamento 
de força atua como uma importante ferramenta no tratamento desta síndrome e 
deve estar inserido nos programas de reabilitação Cardíaca de maneira 
sistemática e concomitante ao treinamento aeróbio. Importante salientar que os 
exercícios físicos devem ser prescritos individualmente (Machado, Vieira & 
Nascimento, 2017). 
Dentro de muitos benefícios causados pelo treinamento de força, cabe 
salientar que o TF é tido como forma de tratamento complementar, uma vez que 
autores como Bocchi et al. (2012), Nishi et al. (2011) e Gielen et al. (2012), sendo 
o mesmo de suma importância, além de, Trivi et al. (2011) em seu estudo 
demonstrar que o exercício físico (TF) tem se tornado uma importante estratégia 
 
 
terapêutica não farmacológica em indivíduos com doenças cardiovasculares, 
sendo confirmando por Ciampi (2012) e Izawa et al. (2012) relatando que 
sendo praticada regularmente, mesmo quando desenvolvida em níveis 
moderados, reduz as taxas de morbidades causadas pela doença e 
principalmente as doenças cardiovasculares e consequentemente a IC. 
Tipos de insuficiência cardíaca 
A insuficiência cardíaca é diferente de paciente para paciente e diferindo-
se das partes afetadas do coração, os sintomas resultantes e o curso temporal 
do início da insuficiência cardíaca podem variar muito. Por este motivo, são 
utilizados diferentes termos clínicos/médicos para descrever exatamente os 
diferentes tipos de insuficiência cardíaca. É muito importante definir o tipo e a 
causa da insuficiência cardíaca uma vez que ambos determinam o seu 
tratamento. Poderá ser difícil fazer um diagnóstico exato visto que os sintomas 
poderão ser muito semelhante, todos os tipos de insuficiência cardíaca causam 
falta de ar, fadiga e alguma congestão, normalmente nos pulmões, mas também 
noutras partes do organismo como no fígado, intestinos, rins e membros 
inferiores. Sabendo isso, fazer uma avaliação precisa e clara sobre o tipo de IC 
no paciente é fundamental para então descrever o tipo do tratamento clínico com 
fármacos, e partindo desse ponto relacionando ao treinamento de força, essas 
particularidades sobre o tipo, pouco ainda se sabe sobre a prescrição do 
treinamento de força para esses diferentes tipos de IC, o que se sabe é que em 
geral há uma melhora na qualidade de vida, aumento do consumo de oxigênio 
de pico (Mady, Charles, 2007; Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2019). 
Sobre os tipos de IC caracterizam-se: 
Insuficiência cardíaca aguda é a mais perigosa a curto prazo e 
desenvolve-se de forma repentina e os sintomas são inicialmente graves. A 
insuficiência cardíaca aguda poderá seguir-se a um ataque cardíaco que causou 
lesões numa área do coração. Também poderá ser causada pela incapacidade 
súbita do organismo compensar a insuficiência cardíaca crónica. Se desenvolver 
insuficiência cardíaca aguda, poderá ser inicialmente grave mas poderá ter uma 
 
 
duração curta e melhorará rapidamente. Geralmente, requer uma terapêutica e 
administração de medicação por injeção (intravenosa). 
É importante frisar que a insuficiência cardíaca poderá ser causada ou 
agravada pelo ritmo cardíaco irregular ou por um batimento cardíaco rápido 
(arritmia) uma vez que impede o enchimento correto dos ventrículos. 
A insuficiência cardíaca no lado esquerdo é caracterizada pela força 
do ventrículo esquerdo do coração, que bombeia sangue pelo organismo, estar 
reduzida. Logo, a câmara esquerda deve funcionar mais para bombear a mesma 
quantidade de sangue. Existem dois tipos de insuficiência cardíaca do lado 
esquerdo: 
Insuficiência com fração de ejeção reduzida (ICFEr) ou sistólica: a câmara 
esquerda não tem força para empurrar sangue suficiente para a circulação, ou 
seja, ele não contrai-se do forma adequada, ocasionando aumento do volume e 
da pressão diastólica e diminuição da fração sanguínea para <40%. 
Insuficiência com fração de ejeção preservada (ICFEp) ou diastólica: a 
câmara esquerda não relaxa normalmente, porque o músculo se tornou mais 
rígido e o enchimento é reduzido, ocorrendo então, aumento da pressão 
diastólica final do ventrículo esquerdo em repouso ou durante esforços. 
O termo fração de ejeção é utilizado para descrever a força e a 
capacidade das câmaras esvaziarem com cada batida. Pode ser medida de 
várias formas, mas utiliza-se normalmente uma ecocardiografia. Se a 
capacidade de bombeamento da câmara de bombeamento principal for 
reduzida, é normalmente referida como ICFER ouInsuficiência Cardíaca com 
Fração de Ejeção Reduzida. Se o principal problema for o relaxamento anormal 
durante a diástole, que reduz o enchimento, é frequentemente utilizado o termo 
ICFEP ou Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Preservada. Muitas 
vezes existe uma sobreposição entre ambas pois têm um enchimento e 
esvaziamento reduzidos. 
Pouco se sabe sobre Insuficiência cardíaca com fração de ejeção no 
intervalo médio (ICFEim) o que se sabe é que esses pacientes têm fração de 
 
 
ejeção do ventrículo esquerdo (VE) de 41 a 49%. Não está claro se esse grupo 
é uma população distinta ou se consiste em uma mistura de pacientes com 
ICFEp ou ICFEr, pesquisas clínicas futuras devem esclarecer essa questão, 
pois não temos a finalidade de propuser esse esclarecimento em nosso 
trabalho. 
Na insuficiência cardíaca ventrículo direito a câmara ou o ventrículo 
de bombeamento direito, que bombeia sangue para os pulmões, está 
comprometido. Isto poderá dever-se a uma lesão muscular, como um ataque 
cardíaco localizado no ventrículo direito, lesões nas válvulas no lado direito do 
coração ou pressão elevada nos pulmões. 
Porém, a insuficiência cardíaca afeta normalmente ambos os lados do 
coração e nesse caso, designa-se por insuficiência cardíaca biventricular. 
Sinais, sintomas e diagnósticos 
Sinais da IC 
A principal característica ou efeito deletério da IC é o mal bombeamento 
de sangue. A fisiopatologia da doença é complexa onde há pouca compreensão 
mas sabe se que as pessoas acometidas são principalmente idosos e do gênero 
feminino, além de possuírem comorbidades vasculares secundários (Fernandes 
et al, 2020). Sabendo que a insuficiência cardíaca pode ocorrer quando o 
coração não consegue bombear sangue (sistólica) ou quando ou quando não 
consegue encher-se de sangue (diastólica) adequadamente (Freitas AKE & 
Cirino RHD, 2017). 
As manifestações da doenças se diferem em contraste da extensão em que o 
ventrículo esquerdo (VE) e ventrículo direito (VD) são afetados (Ponikowski P, et 
al 2016). A gravidade clínica varia e a melhor classificação ou então a mais aceita 
está de acordo com o sistema da New York Heart Association (2011) e a 
Sociedade Brasileira de Cardiologia (2019). Essas instituições fornece uma 
maneira simples de se classificar a extensão da insuficiência cardíaca. Eles 
classificam os pacientes em uma das quatro categorias com base em suas 
limitações durante atividade física. As limitações/sintomas referem-se a 
 
 
respiração normal, e graus de falta de ar e/ou dor aginosa. Esses parâmetros 
sugerem dividir em 4 classes, sendo eles: 
• A: Alto risco de insuficiência cardíaca, mas nenhum sintoma ou 
anormalidade cardíaca funcional ou estrutural. 
• B: Anormalidades cardíacas estruturais ou funcionais, mas sem sintomas 
de insuficiência cardíaca. 
• C: Doença cardíaca estrutural com sintomas de insuficiência cardíaca. 
• D: Insuficiência cardíaca refratária exigindo terapias avançada, ou 
cuidados paliativos 
Sintomas da insuficiência cardíaca 
A gravidade dessa patologia se dá em o quanto o paciente consegue realizar as 
atividades cotidianas, se tem ou não autonomia em atividades simples do dia a 
dia. A New York Heart Association (2011) disponibiliza uma tabela como forma 
de classificação de autonomia do paciente informando o quão grave é a doença. 
Classe da IC Sintomas da IC 
I sem limitações Atividades físicas comum não causam 
cansaço excessivo, falta de ar ou 
percepção dos batimentos cardíacos 
(palpitações). 
ll leves Atividades físicas comuns causam 
cansaço excessivo, falta de ar, 
palpitações ou desconforto no tórax 
(angina). 
III moderados A pessoa sente-se confortável durante 
o repouso, mas timidamente físicas 
comuns causam cansaço excessivo, 
 
 
falta de ar palpitações ou desconforto 
no tórax (angina) 
III moderados A pessoa sente-se confortável durante 
o repouso, mas atividades físicas 
comuns causam cansaço excessivo, 
falta de ar, palpitações ou desconforto 
no tórax (angina). 
IV graves Os sintomas aparecem durante o 
repouso e intensificam-se durante 
qualquer atividade física. 
* Classificação da Associação do Coração de Nova lorque. 
A Insuficiência cardíaca do VE estão ligados a dispneia e fadiga decido ao 
aumento das pressões venosas pulmonares e baixo débito cardíaco (que é a 
medida do fluxo sanguíneo produzido pelo coração a cada batimento cardíaco) 
sendo ela importante para saber sobre o desempenho cardíaco do paciente. A 
dispneia ocorre durante o esforço mas pode piorar a medida que a IC se agrave, 
podendo ocorrer em repouso ou a noite sem esforço excessivo (Yancy CW, 
Jessup M, Boskurt B, et al, 2017; Freitas AKE & Cirino RHD, 2017). 
Na insuficiência cardíaca do VD, os sintomas mais comum são a aparição de 
edema no tornozelo e fadiga excessiva. Em alguns casos os pacientes relatam 
sentir plenitude no abdômen ou pescoço. Em geral, sintomas como membros 
frio, sensação de desfalecimento relacionado a postura, além de noctúria e 
diminuição da micção durante o dia podem aparecer. Em casos mais graves a 
caquexia cardíaca que é um estado em que o corpo perde peso drasticamente 
e também perde massa muscular. Em idosos a caquexia se apresenta como 
confusão, delirium, quedas, diminuição funcional, incontinência urinária e 
distúrbio do sono (Yancy CW, Jessup M, Boskurt B, et al, 2017) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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	Projeto de pesquisa apresentado para a disciplina Projeto Técnico-Científico Interdisciplinar, no curso de Bacharel em Educação Física na UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP, Orientador: Lindenberg Silva Santiago

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