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Interação Medicamentosa Vol. II São Paulo 2017 Autoria, Diagramação e Capa: Leandro Pereira Roque Esta é uma obra de produção independente e seu conteúdo está registrado e protegido por direitos autorais. Fundação Biblioteca Nacional Gênero: Didático Este livro não apresenta todas as possibilidades de interação para os fármacos apresentados. A pesquisa de informações é importante nos casos de associações que não façam parte deste material. Introdução Temos aqui uma sequência do trabalho já realizado com a elaboração do primeiro livro. A todos os leitores que buscaram aproveitar o conteúdo que foi compilado no primeiro volume, certamente este material terá a mesma utilidade, uma vez que foi organizado com o intuito de complementar o que já havia sido concretizado. Este segundo volume foi possível graças à sequência das pesquisas de interações medicamentosas para o blog, de modo a gerar material suficiente para que, mais uma vez, pudesse ser preparado e disponibilizado a todos aqueles que consideram a importância de conhecer mais a respeito das consequências produzidas pelo uso de fármacos quando em associação. Fico grato a todos os que apoiam este trabalho, pois cada leitor tem a sua parte na concretização do que agora chega às nossas mãos e que nos será útil para ampliar os conhecimentos em farmacologia, assim como para garantir a maior segurança de nossos pacientes. Leandro Pereira Roque Prednisona x Digoxina Prednisona é um corticosteroide utilizado em processos inflamatórios e em manifestações alérgicas, possuindo também atividade imunossupressora. Digoxina é um fármaco glicosídeo digitálico indicado no tratamento de arritmias e insuficiência cardíaca congestiva. Altera a distribuição iônica através da membrana celular produzindo aumento da contratilidade do miocárdio. INTERAÇÃO A possibilidade de intoxicação digitálica, ou mesmo da ocorrência de arritmias, é maior quando se utiliza um glicosídeo cardíaco como a digoxina associada a um corticosteroide de uso sistêmico, citando como exemplo a prednisona. O motivo para que ocorra a interação é relacionado à hipocalemia que pode surgir na terapia corticosteroide. Além deste grupo de fármacos, também é possível citar os diuréticos tiazídicos ou de alça, como hidroclorotiazida ou furosemida, uma vez que estes fármacos são depletores de potássio e podem ocasionar elevação da sensibilidade à digoxina. Fenilbutazona x Metotrexato Fenilbutazona é um anti-inflamatório com propriedades antirreumáticas, anti-inflamatórias e antipiréticas. A inibição de ciclo- oxigenase é o principal fator atribuído ao seu mecanismo de ação, apesar da atividade uricosúrica pouco estabelecida. Metotrexato é um fármaco antagonista do ácido fólico que possui ação citotóxica e imunossupressora, atuando por inibição da enzima diidrofolato redutase. INTERAÇÃO A associação destes fármacos pode produzir aumento dos níveis séricos do metotrexato e, consequentemente, a sua toxicidade. O uso concomitante deve ser evitado pelo fato de representar risco de complicações graves de saúde, as quais podem ocorrer no trato gastrintestinal e no sangue. A toxicidade hematológica pode se desenvolver com quadros de leucopenia, trombocitopenia ou anemia. Além disso, há também o risco de nefrotoxicidade e ulceração da mucosa do TGI. Metilfenidato x Levodopa Metilfenidato é um fármaco indicado no tratamento do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), cujo mecanismo de ação está relacionado com a inibição da recaptação de dopamina, porém sem disparo na liberação do neurotransmissor. Levodopa é um precursor da dopamina utilizado como pró- fármaco visando aumentar os níveis do neurotransmissor no tratamento da doença de Parkinson. INTERAÇÃO O metilfenidato, sendo um inibidor da recaptação de dopamina, pode ter relação com interações farmacodinâmicas no caso de coadministração com agonistas dopaminérgicos. A levodopa está incluída entre as possibilidades de gerar reações adversas em decorrência da interação. Diante da necessidade de se administrar os dois fármacos em terapia, há recomendação de monitoramento do sistema cardiovascular. Além disso, a redução na dose da levodopa também é uma medida a ser considerada. Montelucaste x Fenobarbital Montelucaste é um inibidor das funções fisiológicas dos leucotrienos cisteínicos, que são produtos do ácido araquidônico e potentes eicosanoides inflamatórios liberados de células como os mastócitos e eosinófilos. Fenobarbital é um barbitúrico que exerce sua ação por ativação dos receptores GABA, facilitando a abertura dos canais de cloreto. INTERAÇÃO A bula informa que no uso do fenobarbital associado ao montelucaste, a concentração sérica do segundo foi reduzida em aproximadamente 40%. Apesar deste dado avaliado em estudo, não há orientação para o ajuste posológico no tratamento com montelucaste. O monitoramento da resposta terapêutica apresentada pelo paciente é importante a fim de que se obtenham parâmetros quanto à eficácia do tratamento diante da associação dos fármacos apresentados. Ciclobenzaprina x Escopolamina Ciclobenzaprina é um fármaco utilizado no tratamento de espasmos musculares que são associados a condições musculoesqueléticas agudas. Suprime o espasmo do músculo de origem local sem interferir em sua função, reduzindo a atividade motora tônica. Escopolamina é um fármaco anticolinérgico que exerce atividade espasmolítica sobre a musculatura lisa do trato gastrintestinal, geniturinário e vias biliares. INTERAÇÃO Se houver associação de ciclobenzaprina com algum medicamento que possua atividade anticolinérgica, tal como é o caso da escopolamina, é possível que o efeito do segundo fármaco seja potencializado e ocasione íleo paralítico, condição também conhecida por íleo adinâmico. Nesta condição o peristaltismo que impulsiona o bolo alimentar até o intestino grosso cessa temporariamente. O efeito clínico produzido pelo íleo paralítico é semelhante ao de uma obstrução intestinal mecânica. Flunarizina x Carbamazepina Flunarizina é um fármaco derivado da piperazina que atua efetuando o bloqueio seletivo dos canais lentos de cálcio. É indicada no tratamento de vertigens, doenças cerebrovasculares crônicas, doenças vasculares periféricas e também na profilaxia da enxaqueca. Carbamazepina é um anticonvulsivante utilizado no tratamento dos quadros de epilepsia, possuindo também outras indicações terapêuticas. Inibe a descarga neuronal repetitiva e reduz a propagação sináptica dos impulsos excitatórios. INTERAÇÃO A bula informa a possibilidade de aumento dos níveis plasmáticos de carbamazepina quando associada à flunarizina, favorecendo a ocorrência dos efeitos tóxicos que são associados ao anticonvulsivante. A carbamazepina pode ainda acelerar o metabolismo da flunarizina por indução enzimática e gerar a necessidade de ajuste posológico. O monitoramento do paciente irá auxiliar a verificar a viabilidade dos fármacos associados em terapia, uma vez que ambos sofrem alterações na metabolização. Clortalidona x Alopurinol Clortalidona é um fármaco diurético com atuação no túbulo distal. Inibe a reabsorção de sódio e cloreto, ocasionando também a perda de potássio. Alopurinol é um fármaco inibidor de xantina-oxidase que diminui os níveis de ácido úrico no plasma e na urina. Entre suas indicações de uso estão a artrite gotosa e a nefrolitíase. INTERAÇÃO As reações cutâneas são as mais comuns atribuídas ao uso de alopurinol, as quais podem ser apresentadas como pruriginosas, maculopapulares, escamosas, purpúricas ou ainda esfoliativas, surgindo em qualquer ocasião durante o tratamento. A incidência destas reações pode ser aumentada no caso de coadministração do alopurinol com diuréticos comoa clortalidona ou hidroclorotiazida, os quais são fármacos que atuam no túbulo distal inibindo a reabsorção de sódio e cloreto, com depleção de potássio. Varfarina x Levotiroxina Varfarina é um fármaco anticoagulante cumarínico cujo mecanismo de ação corresponde à inibição de fatores da coagulação dependentes da vitamina K. Levotiroxina é um hormônio tireoidiano utilizado na terapia de reposição ou suplementação hormonal em pacientes com hipotireoidismo de qualquer etiologia. INTERAÇÃO O efeito de anticoagulantes orais como a varfarina pode ser potencializado pelo uso associado de levotiroxina. A varfarina é um fármaco que sempre exige cuidado, pois há muitas outras substâncias com potencial de interferir em sua atividade no organismo, inclusive alguns alimentos. A monitoração deve ser cuidadosa em pacientes que precisarem destes dois fármacos, especialmente quando iniciada ou alterada a terapia de reposição hormonal tireoidiana. O ajuste na dose do anticoagulante pode ser necessário conforme apontado pelo INR. Diazepam x Claritromicina Diazepam é um benzodiazepínico que possui atividades anticonvulsivante, sedativa, miorrelaxante e ansiolítica, comuns aos representantes deste grupo farmacológico. Claritromicina é um fármaco antibacteriano do grupo dos macrolídeos. Atua inibindo a síntese proteica dos agentes patógenos através de ligação às subunidades ribossômicas 50S. INTERAÇÃO O metabolismo do diazepam é mediado pelo citocromo P450, com a participação das isoenzimas CYP2C19 e CYP3A4, sendo a segunda inibida por macrolídeos como claritomicina e eritromicina. Há necessidade de cuidado com outros fármacos que atuam como inibidores das isoenzimas citadas, exigindo a pesquisa caso a caso. As consequências da modificação farmacocinética do diazepam podem ser a maior intensidade e o prolongamento da ação sedativa. Zolpidem x Hidroxizina Zolpidem é um fármaco ansiolítico incluído no grupo das imidazopiridinas com atividade agonista seletiva gabaérgica. Facilita o início do sono, assim como prolonga a sua duração. Hidroxizina é um anti-histamínico de primeira geração indicado no tratamento de manifestações alérgicas. Promove o antagonismo dos receptores H1 da histamina. INTERAÇÃO A hidroxizina, um anti-histamínico de primeira geração que tem a sonolência como um efeito colateral conhecido, pode produzir aumento da depressão do SNC quando utilizado em conjunto com o zolpidem. A mesma informação se aplica aos outros anti- histamínicos de primeira geração, tais como a dexclorfeniramina e a prometazina. Visando evitar ação aditiva no SNC quando for utilizado o zolpidem, outros grupos de fármacos também exigem cautela, tais como os neurolépticos, os anticonvulsivantes, analgésicos narcóticos ou antidepressivos. Topiramato x Anticoncepcionais Topiramato é um fármaco indicado no tratamento da epilepsia. Seu mecanismo de ação está relacionado com o estímulo de receptores do neurotransmissor inibitório GABA e indução do influxo de íons cloreto. Anticoncepcionais orais combinados exercem ação por supressão das gonadotrofinas, inibindo assim a ovulação, além de produzirem mudanças no muco cervical e no endométrio. INTERAÇÃO Em estudo descrito na bula do anticonvulsivante há a informação de que houve redução na dose dependente do etinilestradiol quando associado ao topiramato com posologia entre 200 e 800mg diários. Não se conhece ao certo a importância clínica da alteração, mas há advertência sobre a possibilidade da redução na eficácia do efeito contraceptivo e aumento no sangramento de escape. Pacientes em uso de anticoncepcionais orais combinados e que estiverem sob tratamento com topiramato deverão relatar qualquer tipo de alteração no ciclo menstrual. Mesmo sem haver o sangramento de escape é possível que a eficácia contraceptiva seja reduzida. Azitromicina x Atorvastatina Azitromicina é um fármaco antibacteriano do grupo dos macrolídeos. Atua inibindo a síntese proteica dos agentes patógenos por meio de ligação às subunidades ribossômicas 50S. Atorvastatina é uma estatina utilizada no tratamento de dislipidemias que atua por inibição da enzima HMG- CoA redutase, reguladora da síntese de colesterol. INTERAÇÃO Resultados de testes de inibição da HMG-CoA redutase não demonstraram alterações nos níveis séricos da atorvastatina quando utilizada em associação com azitromicina. Apesar disso, a bula do antimicrobiano descreve a existência de casos de rabdomiólise em experiência pós-comercialização, de forma que não se deve desconsiderar a cautela na coadministração destes fármacos. Importante salientar que a bula descreve a ocorrência acima para o grupo das estatinas quando estas são usadas com a azitromicina. Portanto, é possível que outros fármacos, tais como sinvastatina e rosuvastatina, exijam o mesmo cuidado. Venlafaxina x Haloperidol Venlafaxina é um inibidor potente da recaptação de serotonina e noradrenalina, com menor efeito sobre a recaptação de dopamina. É indicada no tratamento da depressão, ansiedade e transtornos do pânico, com ou sem agorafobia. Haloperidol é um fármaco neuroléptico (butirofenona) incluído entre os antipsicóticos clássicos. Promove o bloqueio de receptores dopaminérgicos centrais. INTERAÇÃO A bula descreve algumas alterações na farmacocinética do haloperidol quando este fármaco foi administrado de forma concomitante à venlafaxina em um estudo. Foram relatadas a diminuição no clearance, aumento na área sob a curva (AUC) e na concentração máxima (Cmáx), porém sem modificação na meia vida. Estes dados devem ser levados em consideração caso exista a necessidade de coadministração dos fármacos citados, para que a resposta terapêutica apresentada pelo paciente seja monitorada. Orlistate x Carbamazepina Orlistate é um inibidor reversível específico das lipases gastrintestinais, indicado para o tratamento em longo prazo de pacientes com sobrepeso ou obesidade. Carbamazepina é um anticonvulsivante utilizado no tratamento dos quadros de epilepsia, possuindo também outras indicações terapêuticas. Inibe a descarga neuronal repetitiva e reduz a propagação sináptica dos impulsos excitatórios. INTERAÇÃO Há descrição de convulsões em pacientes que seguem tratamento de epilepsia (com fármacos como a carbamazepina) e fazem uso de orlistate. A carbamazepina foi o fármaco de escolha para mencionar a possibilidade de interação, mas é preciso considerar a mesma informação nos casos em que forem prescritos outros medicamentos de mesma indicação terapêutica. A bula não estabelece relação causal, mas recomenda o monitoramento dos pacientes para que se acompanhe possíveis alterações na frequência ou mesmo na gravidade das crises convulsivas. Midazolam x Ácido Valproico Midazolam é um derivado das imidazobenzodiazepinas com baixa toxicidade e amplo índice terapêutico. Possui ação sedativa de pronunciada intensidade, além de efeito ansiolítico, anticonvulsivante e relaxante muscular. Ácido Valproico é um anticonvulsivante utilizado como monoterápico ou adjuvante em crises parciais complexas. Seu efeito se justifica pelo aumento dos níveis cerebrais do neurotransmissor GABA. INTERAÇÃO O ácido valproico poderá ocasionar o deslocamento do midazolam das ligações plasmáticas, tendo como consequência a potencialização do efeito sedativo pelo aumento da resposta terapêutica. Caso o paciente em tratamento de epilepsia com o ácido valproico tenha a necessidade de receber midazolam, é preciso considerar o ajuste na dose do segundo fármaco. Prednisolona x Glibenclamida Prednisolona é um fármaco esteroide com propriedades predominantemente glicocorticoides. É utilizado em processos inflamatórios e em manifestações alérgicas, possuindo também atividade imunossupressora. Glibenclamida é um hipoglicemiante oral incluído no grupo das sulfonilureias. Tem como mecanismo de ação o estímulo sobre as célulasbeta nas ilhotas pancreáticas para a liberação de insulina (efeito secretagogo). INTERAÇÃO A atenuação do efeito hipoglicemiante produzido pela glibenclamida é relatada quando se faz uso concomitante com diferentes fármacos, dentre os quais a prednisolona (assim como outros corticosteroides). Diante da necessidade de o diabético fazer o uso do corticosteroide, medidas como o monitoramento glicêmico e ajuste posológico irão auxiliar na obtenção dos objetivos pretendidos com a terapia, assim como a garantir a segurança do paciente. Buclizina x Amitriptilina Buclizina é um orexígeno que também produz ação anti- histamínica e antiemética. O estímulo do apetite possui relação com atividade no hipotálamo. Efeitos antimuscarínicos também são associados a este fármaco. Amitriptilina é um antidepressivo tricíclico que inibe a recaptação de serotonina e noradrenalina, apresentando também ação anticolinérgica acentuada. INTERAÇÃO A buclizina associada à amitriptilina poderá produzir efeitos aditivos anticolinérgicos relacionados aos receptores muscarínicos, segundo informação constante em bula. O mesmo tipo de cautela precisaria ser levado em consideração se houver o uso concomitante de buclizina e outros tricíclicos, tais como a clomipramina, imipramina e nortriptilina. Enalapril x Etoricoxibe Enalapril é um anti-hipertensivo inserido no grupo dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA). Etoricoxibe é um AINE que atua por inibição da via de síntese das prostaglandinas, com ação seletiva sobre COX-2. INTERAÇÃO O efeito anti-hipertensivo produzido pelos inibidores da ECA podem ser reduzidos na coadministração com AINEs, incluindo os que possuem ação seletiva sobre COX-2. A mesma informação deve ser considerada quando houver o uso associado do AINE com diuréticos ou ainda antagonistas dos receptores de angiotensina, como seria o caso da losartana. Em pacientes que tiverem a função renal comprometida, especialmente em idosos, o cuidado precisa ser redobrado, pois há possibilidade de deterioração adicional e insuficiência renal aguda. Ibuprofeno x Sertralina Ibuprofeno é um anti-inflamatório não esteroide que exerce atividade analgésica e antipirética por meio da inibição de ciclo- oxigenase, interferindo na síntese de prostaglandinas. Sertralina é um fármaco inibidor seletivo da recaptação de serotonina indicado no tratamento de depressão, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo e outras patologias. INTERAÇÃO O uso concomitante de ibuprofeno ou outros AINEs com a sertralina exigirá precaução devido ao risco aumentado de sangramento gastrintestinal. A informação deve ser considerada, do mesmo modo, quando houver o uso do anti-inflamatório com os demais fármacos que inibem seletivamente a recaptação de serotonina. Omeprazol x Varfarina Omeprazol é um fármaco inibidor da bomba de prótons (H+K+ATPase), usado no tratamento de patologias que exigem a redução da secreção gástrica. Varfarina é um fármaco anticoagulante cumarínico cujo mecanismo corresponde à inibição de fatores da coagulação dependentes da vitamina K. INTERAÇÃO A metabolização hepática do omeprazol pode prolongar a depuração da varfarina, exigindo cautela na coadministração devido à provável elevação da atividade anticoagulante. A necessidade de acompanhamento do INR e redução na dose da varfarina podem ser medidas consideradas, apesar de a bula informar que não houve alteração no tempo de coagulação em pacientes que fazem uso de 20mg diários de omeprazol. Amoxicilina x Anticoncepcionais Amoxicilina é uma penicilina com atividade bactericida, pertencente ao grupo dos antimicrobianos beta-lactâmicos. Age por meio da inibição da síntese de parede celular nos agentes patógenos. Anticoncepcionais orais combinados exercem ação por supressão das gonadotrofinas, inibindo assim a ovulação, além de produzirem mudanças no muco cervical e no endométrio. INTERAÇÃO O tratamento com amoxicilina, do mesmo modo como ocorre com o uso de outros antimicrobianos, pode interferir na microbiota intestinal (flora intestinal). A consequência disso é a menor absorção e a diminuição da circulação entero-hepática de estrógenos, reduzindo diretamente a eficácia dos contraceptivos orais combinados. Cefalexina x Metformina Cefalexina é uma cefalosporina de primeira geração com efeito bactericida, incluída no grupo dos antimicrobianos beta- lactâmicos. Age por meio da inibição da síntese de parede celular nos agentes patógenos. Metformina é um fármaco antidiabético oral do grupo das biguanidas que exerce sua atividade por meio de diferentes mecanismos. O resultado obtido é a redução da glicemia pós- prandial e basal. INTERAÇÃO A bula relata estudo no qual se verificaram o aumento da concentração máxima (Cmáx) e da área sob a curva (ASC) da metformina quando usuários deste medicamento receberam doses de 500mg de cefalexina. Houve redução no clearance do hipoglicemiante, porém a relevância clínica da interação não é bem conhecida. De qualquer maneira, levando-se em consideração os dados apresentados, tal como a importância de controle dos pacientes diabéticos, é necessário cautela na coadministração e maior atenção ao monitoramento glicêmico enquanto houver a necessidade do antimicrobiano. Sibutramina x Duloxetina Sibutramina é um fármaco utilizado como adjuvante no tratamento da obesidade. Exerce ação terapêutica ao inibir a recaptação de noradrenalina, serotonina e dopamina. Duloxetina é um fármaco indicado no tratamento da depressão, fibromialgia e transtorno de ansiedade generalizada. Atua como inibidor da recaptação neuronal de serotonina e noradrenalina. INTERAÇÃO O uso de sibutramina associado a outro fármaco que irá promover o aumento dos níveis de serotonina no cérebro pode gerar a ocorrência de síndrome serotoninérgica. O exemplo usado para descrever esta interação foi a duloxetina, mas outros fármacos exigirão o mesmo cuidado. Em bula encontra-se a informação de que deve-se evitar este tipo de associação em terapia. Sintomas que poderão sugerir o quadro da síndrome serotoninérgica são os seguintes: alterações no estado mental, taquicardia, sudorese, tontura, rubor, tremor, rigidez, dificuldade de coordenação e até convulsões. Azitromicina x Digoxina Azitromicina é um fármaco antibacteriano do grupo dos macrolídeos. Atua inibindo a síntese proteica dos patógenos por meio de ligação às subunidades ribossômicas 50S. Digoxina é um fármaco glicosídeo digitálico indicado no tratamento de arritmias e de insuficiência cardíaca congestiva. Altera a distribuição iônica através da membrana celular produzindo aumento da contratilidade do miocárdio. INTERAÇÃO A digoxina, sendo um substrato de glicoproteína-P, pode interagir com os antimicrobianos macrolídeos, a exemplo da azitromicina. O que se pode esperar da associação de fármacos é o aumento dos níveis séricos do digitálico, fato que exigirá cuidado devido à possibilidade de manifestação de seus efeitos tóxicos. Caso o paciente em tratamento com a digoxina precise fazer o uso de um macrolídeo, recomenda-se o monitoramento clínico durante a terapia com o antimicrobiano e após a sua interrupção. Bupropiona x Alimentos Bupropiona é um fármaco indicado no tratamento da depressão ou na prevenção de recaídas. Atua como um inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina e dopamina, com menor efeito sobre a serotonina. INTERAÇÃO A bula descreve relatos de estudos nos quais se verificou aumento na exposição aos comprimidos de ação prolongada de bupropiona quando administrado juntamente com alimentos. Os dados apresentados são os de elevação da concentração máxima (Cmáx) em até 35% e da área sob a curva (ASC) em até 19% considerando três estudos diferentes. Não há informação quanto à relevância clínica produzida pelas alterações, contudo não se podedescartar a possibilidade de administração do fármaco em horários distantes das refeições para que se obtenha maior eficácia no tratamento. Bromoprida x Anticoncepcionais Bromoprida é um fármaco indicado nos distúrbios da motilidade gastrintestinal e do refluxo gastroesofágico, além de aliviar náuseas e vômitos de origem central e periférica. Sua atividade está relacionada ao bloqueio dos receptores D2 da dopamina. Anticoncepcionais orais exercem o seu mecanismo por supressão das gonadotrofinas, inibindo assim a ovulação, além de produzirem mudanças no muco cervical e no endométrio. INTERAÇÃO Os fármacos que reduzem o tempo de trânsito intestinal, tais como bromoprida, domperidona ou metoclopramida, podem reduzir também a absorção do etinilestradiol. A consequência disso é a provável alteração na eficácia de anticoncepcionais que contenham esta substância. Escitalopram x Omeprazol Escitalopram é um inibidor seletivo da recaptação de serotonina indicado no tratamento e na prevenção da recaída ou recorrência da depressão, do transtorno obsessivo compulsivo, pânico e ansiedade. Omeprazol é um fármaco inibidor da bomba de prótons (H+K+ATPase), usado no tratamento de patologias que exigem a redução da secreção gástrica. INTERAÇÃO O escitalopram é metabolizado pelo sistema citocromo P450, sendo que a isoenzima CYP2C19 é a que tem maior participação neste processo. Em doses superiores a 20mg diários de omeprazol, um fármaco inibidor de CYP2C19, pode ocorrer elevação de até 50% dos níveis séricos do escitalopram. Há recomendação de cautela na coadministração destes fármacos, assim como quando houver utilização do escitalopram com outros inibidores de CYP2C19, tais como esomeprazol ou lansoprazol. Clonazepam x Ácido Valproico Clonazepam é um benzodiazepínico com atividades anticonvulsivante, sedativa, relaxante muscular e ansiolítica, comuns aos representantes deste grupo farmacológico. Ácido Valproico é um anticonvulsivante utilizado como monoterápico ou adjuvante em crises parciais complexas. Seu efeito é justificado pelo aumento dos níveis cerebrais do neurotransmissor GABA. INTERAÇÃO O ácido valproico poderá aumentar a depuração do clonazepam, reduzindo as concentrações plasmáticas e o efeito terapêutico deste fármaco. Além disso, esta associação também pode causar crises epilépticas de pequeno mal. Tendo em vista as informações acima, é possível a ocorrência de interações farmacocinéticas e farmacodinâmicas quando houver a utilização de clonazepam e ácido valproico, exigindo cautela e necessidade de acompanhamento do paciente. Nimesulida x Levofloxacino Nimesulida é um anti-inflamatório não esteroide (AINE) que atua por inibição preferencial da isoenzima COX-2, a qual é induzida durante o processo da inflamação. Levofloxacino é um agente antimicrobiano quinolônico com ação bactericida por meio da inibição das topoisomerases II (DNA- girase) e IV. INTERAÇÃO Anti-inflamatórios não esteroides, quando associados aos derivados quinolônicos, como o levofloxacino, ciprofloxacino ou moxifloxacino, podem produzir estimulação do sistema nervoso central e aumentar o risco de convulsões em pacientes que seguem tratamento de epilepsia. Captopril x Indapamida Captopril é um fármaco anti-hipertensivo que age por inibição da enzima conversora de angiotensina, resultando na diminuição dos níveis de angiotensina II e de aldosterona na circulação. Indapamida é um diurético que promove o aumento da excreção urinária de sódio e cloreto, com perda de potássio em menor escala. É farmacologicamente relacionada aos tiazídicos. INTERAÇÃO Esta associação de fármacos pode submeter o paciente ao risco de hipotensão súbita ou insuficiência renal aguda. Os efeitos da interação podem ser produzidos quando se introduz um inibidor da ECA em pacientes com depleção de sódio pré-existente. Em bula há informação de que as consequências da coadministração dos fármacos citados devem ser consideradas particularmente nos casos de estenose da artéria renal. Indometacina x Digoxina Indometacina é um anti-inflamatório não esteroide que possui como mecanismo de ação a inibição de ciclo-oxigenase (COX), interferindo na biossíntese dos eicosanoides envolvidos em processos inflamatórios. Digoxina é um fármaco glicosídeo digitálico indicado no tratamento de arritmias e de insuficiência cardíaca congestiva. Altera a distribuição iônica através da membrana celular produzindo aumento da contratilidade do miocárdio. INTERAÇÃO Quando a indometacina é administrada concomitante à digoxina, há risco de aumento nas concentrações plasmáticas do digitálico. As consequências de alterações farmacocinéticas não podem ser ignoradas devido ao baixo índice terapêutico que é apresentado pela digoxina. Recomenda-se monitorar o nível deste fármaco no soro do paciente. Sulfato Ferroso x Levodopa Sulfato Ferroso é indicado no tratamento da anemia por deficiência de ferro, que pode ser decorrente da privação alimentar, perda crônica ou interferência na absorção. Levodopa é um precursor da dopamina utilizado como pró- fármaco com o objetivo de aumentar os níveis deste neurotransmissor no tratamento da doença de Parkinson. INTERAÇÃO O sulfato ferroso interfere na farmacocinética da levodopa, reduzindo tanto a concentração plasmática quanto a área sob a curva em taxas que variam de 30 a 50%. Tais alterações, de acordo com informação contida em bula, podem ser clinicamente relevantes em alguns casos, porém há pacientes que não são prejudicados com a terapia associada. Nimesulida x Glimepirida Nimesulida é um anti-inflamatório não esteroide (AINE) que atua por inibição preferencial da isoenzima COX-2, a qual é induzida durante o processo da inflamação. Glimepirida é um hipoglicemiante oral do grupo das sulfonilureias. Tem como mecanismo de ação o estímulo sobre as células beta nas ilhotas pancreáticas para a liberação de insulina. INTERAÇÃO A utilização da nimesulida com glimepirida, assim como associada a outras sulfonilureias, eleva o risco de hipoglicemia. Se houver a necessidade de associar estes fármacos em terapia, a monitoração glicêmica ou o ajuste na dose são medidas que poderão auxiliar na prevenção de situações de desconforto para o paciente. Omeprazol x Claritromicina Omeprazol é um fármaco inibidor da bomba de prótons (H+K+ATPase) utilizado no tratamento de patologias que exigem a redução da secreção gástrica. Claritromicina é um fármaco antibacteriano do grupo dos macrolídeos. Atua inibindo a síntese proteica dos agentes patógenos através de ligação às subunidades ribossômicas 50S. INTERAÇÃO O tratamento simultâneo de omeprazol e claritromicina pode fazer com que ocorra o aumento dos níveis séricos de ambos os fármacos, segundo informação encontrada em bula. O mecanismo da interação consiste na inibição de enzimas hepáticas, quais sejam CYP2C19 pelo omeprazol e CYP3A4 pela claritromicina. O mesmo tipo de interação pode ser esperado com a utilização de eritromicina ao invés de claritromicina, assim como se forem usados outros inibidores da bomba de prótons. Ibuprofeno x Ácido Valproico Ibuprofeno é um anti-inflamatório não esteroide (AINE) que exerce atividade analgésica e antipirética por meio da inibição de ciclo-oxigenase (COX), interferindo na síntese de prostaglandinas. Ácido Valproico é um anticonvulsivante utilizado como monoterápico ou adjuvante em crises parciais complexas. Seu efeito é justificado pelo aumento dos níveis cerebrais do neurotransmissor GABA. INTERAÇÃO A utilização de ibuprofeno com ácido valproico exige cuidado devido ao risco de deslocamento do anticonvulsivante de suas ligações proteicas ocasionado pelo AINE, exacerbando a ação farmacológica e os efeitos colaterais. A mesma informação pode ser considerada quando foremusados outros anti-inflamatórios. Glibenclamida x Ciprofibrato Glibenclamida é um hipoglicemiante oral incluído no grupo das sulfonilureias. Tem como mecanismo de ação o estímulo sobre as células beta nas ilhotas pancreáticas para a liberação de insulina (efeito secretagogo). Ciprofibrato é um fármaco modulador lipídico de amplo espectro cujo mecanismo de ação produz como resultado o aumento da síntese de HDL, aceleração do clearance de LDL e diminuição da produção de triglicerídeos. INTERAÇÃO Quando houver utilização simultânea da glibenclamida com ciprofibrato, é possível que ocorra potencialização do efeito hipoglicemiante ou até hipoglicemia. A mesma interação pode ser esperada no caso de administração de outras sulfonilureias, assim como outros fármacos incluídos no grupo dos fibratos. Fluconazol x Hidroclorotiazida Fluconazol é um antifúngico triazólico cujo mecanismo de ação corresponde à inibição potente e específica da síntese fúngica de esteroides Hidroclorotiazida é um fármaco diurético representante do grupo dos tiazídicos, com atuação no túbulo distal. Reduz a reabsorção ativa de sódio e cloreto, com perda de potássio. INTERAÇÃO A bula relata estudo de interação farmacocinética no qual ocorreu aumento de 40% nos níveis séricos de fluconazol quando este fármaco foi associado à hidroclorotiazida. Apesar disso, não há recomendação de mudança na posologia do antifúngico. Obs: esta é a recomendação de bula, porém não se podem descartar eventuais condições especiais que o paciente venha a apresentar. A avaliação caso a caso não deve ser desprezada. Fenilbutazona x Metilfenidato Fenilbutazona é um fármaco que possui propriedades antirreumáticas, anti-inflamatórias e antipiréticas. A inibição de ciclo- oxigenase é o principal fator atribuído ao seu mecanismo de ação, apesar da atividade uricosúrica pouco estabelecida. Metilfenidato é um fármaco indicado no tratamento do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), cujo mecanismo de ação corresponde à inibição da recaptação de dopamina, porém sem disparo na liberação do neurotransmissor. INTERAÇÃO O uso simultâneo de fenilbutazona e metilfenidato eleva a concentração plasmática e prolonga a depuração de um dos metabólitos do anti-inflamatório, a oxifembutazona. O que se pode esperar da interação é a maior atividade da fenilbutazona, incluindo os efeitos colaterais. Loperamida x Cetoconazol Loperamida é um fármaco indicado no tratamento de diarreias, assim como ileostomias e colostomias com perda excessiva de água e eletrólitos. Liga-se ao receptor opiáceo da parede intestinal e, consequentemente, inibe a liberação de acetilcolina e aumenta o tempo de trânsito intestinal Cetoconazol é um fármaco que possui ação fungicida ou fungistática. Promove inibição da biossíntese do ergosterol no fungo e altera a composição de lipídeos na membrana. INTERAÇÃO A propriedade de inibição de CYP3A4 produzida pelo cetoconazol pode resultar na potencialização dos efeitos da loperamida se estes fármacos forem administrados de forma simultânea, exigindo cautela. Clortalidona x Digoxina Clortalidona é um fármaco diurético com atuação no túbulo distal. Inibe a reabsorção de sódio e cloreto, ocasionando também a perda de potássio. Digoxina é um fármaco glicosídeo digitálico indicado no tratamento de arritmias e insuficiência cardíaca congestiva. Altera a distribuição iônica através da membrana celular produzindo aumento da contratilidade do miocárdio. INTERAÇÃO Alguns distúrbios eletrolíticos, como a hipercalemia, hiponatremia, hipocalemia ou hipomagnesemia são associados ao uso de tiazidas ou diuréticos quimicamente semelhantes, como a clortalidona. A hipocalemia é uma condição que pode sensibilizar o coração e assim potencializar os efeitos tóxicos produzidos por digitálicos. Fluoxetina x Carbamazepina Fluoxetina é um fármaco inibidor seletivo da recaptação de serotonina utilizado no tratamento dos casos de depressão, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e outras patologias. Carbamazepina é um anticonvulsivante utilizado no tratamento dos quadros de epilepsia, possuindo também outras indicações terapêuticas. Inibe a descarga neuronal repetitiva e reduz a propagação sináptica dos impulsos excitatórios. INTERAÇÃO A principal via de metabolização da carbamazepina ocorre com a participação da isoenzima CYP3A4 no citocromo P450 e, apesar de a fluoxetina (assim como outros ISRS) ser conhecida como um inibidor de CYP2D6, a bula relata possíveis aumentos dos níveis plasmáticos do anticonvulsivante quando houver coadministração destes fármacos. Nimesulida x Atenolol Nimesulida é um anti-inflamatório não esteroide (AINE) que atua por inibição preferencial da isoenzima COX-2, a qual é induzida durante o processo da inflamação. Atenolol é um fármaco antagonista dos receptores beta-1 adrenérgicos (betabloqueador seletivo) indicado no tratamento da hipertensão arterial, angina e arritmias. INTERAÇÃO A administração simultânea de nimesulida e atenolol pode reduzir a eficácia do segundo no que diz respeito à ação anti- hipertensiva. Este tipo de interação é comum quando são utilizados anti-inflamatórios nos pacientes em tratamento de hipertensão. A monitoração da pressão arterial pode ser útil a fim de verificar-se a necessidade de ajustes na posologia. Meloxicam x Hidroclorotiazida Meloxicam é um AINE com ação inibitória preferencial sobre a isoenzima COX-2, produzindo efeitos anti-inflamatórios e analgésicos. Hidroclorotiazida é um fármaco diurético representante do grupo dos tiazídicos, com atuação no túbulo distal. Reduz a reabsorção ativa de sódio e cloreto, com perda de potássio. INTERAÇÃO Em pacientes que apresentam quadro de desidratação, o tratamento com AINEs é associado ao risco de insuficiência renal aguda. É importante verificar-se a condição de hidratação do paciente e, caso necessário, monitorar a sua função renal quando houver o uso de anti-inflamatórios e diuréticos. Além da hidroclorotiazida, tanto a espironolactona quanto a furosemida poderão exigir o mesmo cuidado. Indometacina x Espironolactona Indometacina é um anti-inflamatório não esteroide que possui como mecanismo de ação a inibição de ciclo-oxigenase (COX), interferindo na biossíntese dos eicosanoides envolvidos em processos inflamatórios. Espironolactona é um fármaco diurético poupador de potássio cujo mecanismo de ação corresponde ao antagonismo da aldosterona, resultando na excreção de sódio e água. INTERAÇÃO É possível a redução do efeito diurético pretendido com o uso de espironolactona quando houver coadministração com indometacina. Deste modo, é importante observar o paciente com maior cuidado durante o tratamento a fim de garantir a eficácia da proposta terapêutica. Existe a mesma orientação quanto aos diuréticos de alça como a furosemida ou tiazídicos como a hidroclorotiazida. Losartana x Fluconazol Losartana é um fármaco anti-hipertensivo que age como antagonista dos receptores de angiotensina II. Fluconazol é um antifúngico triazólico cujo mecanismo de ação corresponde à inibição potente e específica da síntese fúngica de esteroides. INTERAÇÃO O uso concomitante destes fármacos pode produzir a redução da eficácia do anti-hipertensivo, devido à inibição de seu metabólito ativo ocasionada pelo antifúngico. O mesmo tipo de interação pode acontecer caso forem utilizados outros antagonistas de receptores de angiotensina II, recomendando-se o monitoramento da PA nos pacientes durante o tratamento. Fluoxetina x Oxicodona Fluoxetina é um fármaco inibidor seletivo da recaptação de serotonina utilizado no tratamento dos casos de depressão, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e outras patologias Oxicodona é um analgésico opioide com indicaçãono tratamento de dores moderadas a severas, quando é necessário a administração de um fármaco por período prolongado no alívio da dor. INTERAÇÃO O metabolismo da oxicodona ocorre de forma parcial pela isoenzima CYP2D6, a mesma que sofre inibição pela fluoxetina e demais ISRS. Não há esclarecimento quanto ao significado clínico de possíveis modificações na cinética da oxicodona, porém existe a importância quanto à ciência de uma possível interação medicamentosa na definição da conduta. Zolpidem x Cetoconazol Zolpidem é um fármaco ansiolítico incluído no grupo das imidazopiridinas com ação agonista seletiva gabaérgica. Facilita o início do sono, assim como prolonga a sua duração. Cetoconazol é um fármaco com atividade fungicida ou fungistática. Promove inibição da biossíntese do ergosterol no fungo e altera a composição de outros componentes lipídicos na membrana. INTERAÇÃO Há prolongamento da meia vida de eliminação do zolpidem quando este fármaco é utilizado em conjunto com cetoconazol, devido à inibição de CYP3A4 produzida pelo antifúngico. A bula não recomenda ajuste na dosagem, porém adverte que os pacientes devem ser orientados quanto à possibilidade de maior ação sedativa. Levofloxacino x Teofilina Levofloxacino é um agente antimicrobiano quinolônico com ação bactericida por meio da inibição das topoisomerases II (DNA- girase) e IV. Teofilina é uma metilxantina com ação broncodilatadora que atua como inibidor da fosfodiesterase. O aumento de AMPc ocasionado pela inibição enzimática é o responsável pelo efeito relaxante sobre a musculatura brônquica. INTERAÇÃO Há risco de redução no limiar convulsivo quando houver a coadministração de quinolonas e teofilina, apesar de a bula descartar interações farmacocinéticas. Com o propósito de acrescentar informação, o mesmo tipo de problema pode ocorrer entre quinolonas e AINEs. Fluoxetina x Diazepam Fluoxetina é um fármaco inibidor seletivo da recaptação de serotonina utilizado no tratamento dos casos de depressão, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e outras patologias. Diazepam é um fármaco benzodiazepínico com ações anticonvulsivante, sedativa, miorrelaxante e ansiolítica, comuns aos representantes deste grupo farmacológico INTERAÇÃO A bula relata alterações nos níveis séricos de diazepam quando este fármaco foi administrado em conjunto com a fluoxetina, incluindo alguns casos nos quais observou-se manifestações clínicas de toxicidade. O motivo provavelmente está associado à inibição enzimática de CYP2D6 produzida pelo antidepressivo. Recomenda-se monitorar o paciente caso os dois fármacos sejam prescritos em tratamento. Isossorbida x Sildenafila Isossorbida é um fármaco disponível no mercado nas formas de mononitrato ou dinitrato, com indicação para o tratamento de angina e insuficiência coronariana, produzindo relaxamento da musculatura lisa vascular. Sildenafila é um fármaco utilizado no tratamento da disfunção erétil. Promove inibição seletiva da fosfodiesterase-5, facilitando o relaxamento da musculatura lisa produzido pela ação do óxido nítrico nos corpos cavernosos. INTERAÇÃO A associação destes fármacos eleva o risco de redução brusca da pressão sanguínea, de forma que o uso concomitante deve ser evitado. A mesma informação vale para o uso de tadalafila em pacientes tratados com isossorbida. Telmisartana x Digoxina Telmisartana é um fármaco que atua como antagonista dos receptores de angiotensina II (ARA), indicado no tratamento da hipertensão arterial. Digoxina é um fármaco glicosídeo digitálico indicado no tratamento de arritmias e insuficiência cardíaca congestiva. Altera a distribuição iônica através da membrana celular, produzindo aumento da contratilidade do miocárdio. INTERAÇÃO A telmisartana pode causar aumento nas concentrações séricas da digoxina, de forma que há recomendação de monitoração do paciente quando houver necessidade do uso concomitante destes fármacos. É preciso reforçar que a digoxina apresenta índice terapêutico estreito, de forma que alterações farmacocinéticas poderão ocasionar toxicidade digitálica. Buclizina x Clonazepam Buclizina é um orexígeno que também produz ação anti- histamínica e antiemética. A estimulação do apetite possui relação com atividade no hipotálamo. Efeitos antimuscarínicos também são associados a este fármaco. Clonazepam é um benzodiazepínico com atividades anticonvulsivante, sedativa, relaxante muscular e ansiolítica, comuns aos representantes deste grupo farmacológico. INTERAÇÃO O uso de buclizina associado ao clonazepam ou a outros benzodiazepínicos, assim como a outros fármacos que possuem atividade sedativa/hipnótica, tanto quanto o álcool, gera a possibilidade de ação depressora aditiva no sistema nervoso central. Levofloxacino x Glibenclamida Levofloxacino é um agente antimicrobiano quinolônico com ação bactericida por meio da inibição das topoisomerases II (DNA- girase) e IV. Glibenclamida é um hipoglicemiante oral incluído no grupo das sulfonilureias. Tem como mecanismo de ação o estímulo sobre as células beta nas ilhotas pancreáticas para a liberação de insulina (efeito secretagogo). INTERAÇÃO A bula do antimicrobiano relata não existirem alterações farmacocinéticas clinicamente relevantes quando estes dois fármacos são utilizados simultaneamente. Contudo, na sessão de interações medicamentosas da bula do hipoglicemiante está descrito o risco de potencialização de seus efeitos em associação às quinolonas. Fluconazol x Amitriptilina Fluconazol é um antifúngico triazólico cujo mecanismo de ação corresponde à inibição potente e específica da síntese fúngica de esteroides Amitriptilina é um antidepressivo tricíclico que inibe a recaptação de serotonina e noradrenalina, apresentando também ação anticolinérgica acentuada. INTERAÇÃO A bula relata aumento da ação de amitriptilina, assim como de nortriptilina, quando um destes fármacos é utilizado de forma simultânea ao fluconazol. Se houver a necessidade de administração destes fármacos em terapia, recomenda-se maior atenção ao paciente, a fim de verificar-se o eventual ajuste na dose do tricíclico. Fenilbutazona x Espironolactona Fenilbutazona apresenta propriedades antirreumáticas, anti- inflamatórias e antipiréticas. A inibição de ciclo-oxigenase é o principal fator atribuído ao seu mecanismo de ação, apesar da atividade uricosúrica pouco estabelecida. Espironolactona é um fármaco diurético poupador de potássio cujo mecanismo de ação corresponde ao antagonismo da aldosterona, resultando na excreção de sódio e água. INTERAÇÃO Há risco de hipercalemia quando são administrados de forma concomitante a fenilbutazona e um diurético poupador de potássio, como, por exemplo, a espironolactona. Recomenda-se a monitoração dos níveis séricos do referido íon. Anticoncepcionais x Fenobarbital Anticoncepcionais orais combinados exercem ação por supressão das gonadotrofinas, inibindo assim a ovulação, além de produzirem mudanças no muco cervical e no endométrio. Fenobarbital é um fármaco barbitúrico com atividade anticonvulsivante e sedativa que exerce seu efeito através da ativação dos receptores GABA, facilitando a abertura dos canais de cloreto. INTERAÇÃO O fenobarbital, pelo mecanismo de indução de enzimas microssomais hepáticas, pode reduzir as concentrações séricas de etinilestradiol, interferindo em sua eficácia. Recomenda-se uso de método anticoncepcional não-hormonal, mesmo após a descontinuação de qualquer substância que interfira na atividade do etinilestradiol, pelo período mínimo de sete dias. Ibuprofeno x Hidroclorotiazida Ibuprofeno é um anti-inflamatório não esteroide (AINE) que exerce atividade analgésica e antipirética por meio da inibição de ciclo-oxigenase (COX), interferindona síntese de prostaglandinas Hidroclorotiazida é um fármaco diurético representante do grupo dos tiazídicos, com atuação no túbulo distal. Reduz a reabsorção ativa de sódio e cloreto, ocasionando também a perda de potássio. INTERAÇÃO Os efeitos diuréticos e anti-hipertensivos pretendidos com a administração de hidroclorotiazida, assim como de outras tiazidas, podem ser reduzidos na presença de um anti-inflamatório não- esteroide, tendo como exemplo o ibuprofeno. Recomenda-se observar o paciente para garantir que o efeito desejado foi obtido. Nifedipino x Fluconazol Nifedipino é um anti-hipertensivo incluído na classe dos bloqueadores seletivos dos canais de cálcio, inibindo o processo de contração do músculo liso ao bloquear o influxo celular do íon. Fluconazol é um antifúngico triazólico cujo mecanismo de ação corresponde à inibição potente e específica da síntese fúngica de esteroides. INTERAÇÃO A inibição do fluconazol produzida no citocromo P450 eleva a exposição sistêmica de antagonistas dos canais de cálcio, devido ao fato de estes fármacos sofrerem metabolização pela isoenzima CYP3A4. Além do nifedipino, o mesmo conceito vale para quando forem utilizados outros fármacos do mesmo grupo em associação ao fluconazol. Cetoconazol x Alprazolam Cetoconazol é um fármaco que possui ação fungicida ou fungistática. Promove inibição da biossíntese do ergosterol no fungo e altera a composição de outros componentes lipídicos na membrana. Alprazolam é um benzodiazepínico com atividades anticonvulsivante, sedativa, relaxante muscular e ansiolítica, comuns aos representantes deste grupo farmacológico. INTERAÇÃO Os níveis séricos de alprazolam podem ser aumentados se este fármaco for utilizado no mesmo período de terapia antifúngica com cetoconazol. O mecanismo envolve a inibição de CYP3A4 produzida pelo cetoconazol. A bula não classifica o uso simultâneo como contraindicado, mas sugere a observação mais cuidadosa do paciente para que se possa identificar se o ajuste na dose é necessário. Escopolamina x Clortalidona Escopolamina é um anticolinérgico que exerce atividade espasmolítica sobre a musculatura lisa do trato gastrintestinal, geniturinário e vias biliares. Clortalidona é um fármaco diurético com atuação no túbulo distal. Inibe a reabsorção de sódio e cloreto, ocasionando também a perda de potássio. INTERAÇÃO Agentes anticolinérgicos, a exemplo da escopolamina, podem aumentar a biodisponibilidade de diuréticos atuantes no túbulo distal, como a clortalidona ou hidroclorotiazida. Os mecanismos relacionados envolvem a diminuição da motilidade gastrintestinal e da taxa de esvaziamento gástrico. Colchicina x Sinvastatina Colchicina é um alcaloide utilizado em crises de gota e prevenção de artrite gotosa, entre outras indicações. Inibe a ativação, degranulação e migração dos neutrófilos associados aos sintomas da gota. Sinvastatina é um fármaco pertencente ao grupo das estatinas, usado no tratamento de dislipidemias. Seu mecanismo de ação corresponde à inibição da HMG-CoA redutase, enzima reguladora da via de síntese do colesterol. INTERAÇÃO Os inibidores da HMG-CoA redutase, como sinvastatina ou atorvastatina, são associados ao risco de rabdomiólise. Este risco pode ser aumentado se durante o tratamento para controle de dislipidemia o paciente receber prescrição de colchicina. Ibuprofeno x Cilostazol Ibuprofeno é um anti-inflamatório não esteroide (AINE) que exerce atividade analgésica e antipirética por meio da inibição de ciclo-oxigenase (COX), interferindo na síntese de prostaglandinas Cilostazol é um antiagregante plaquetário que atua por inibição da fosfodiesterase e redução na degradação de AMPc nas plaquetas e vasos sanguíneos. INTERAÇÃO O uso de cilostazol simultaneamente ao ibuprofeno, assim como outros anti-inflamatórios não esteroides, pode aumentar a possibilidade de hemorragia. Recomenda-se evitar a automedicação durante o tratamento com fármacos de ação antiagregante plaquetária. Cetoconazol x Colchicina Cetoconazol é um fármaco que possui ação fungicida ou fungistática. Promove inibição da biossíntese do ergosterol no fungo e altera a composição de outros componentes lipídicos na membrana. Colchicina é um alcaloide utilizado em crises de gota e prevenção de artrite gotosa, entre outras indicações. Inibe a ativação, degranulação e migração dos neutrófilos associados aos sintomas da gota. INTERAÇÃO O nível sérico de colchicina pode ser aumentado no uso simultâneo deste fármaco com cetoconazol, devido à inibição enzimática microssomal produzida pelo antifúngico. O uso é desaconselhado e há contraindicação nos casos de pacientes com insuficiência renal ou hepática. Topiramato x Digoxina Topiramato é um fármaco indicado no tratamento da epilepsia. Seu mecanismo de ação está relacionado com o estímulo de receptores do neurotransmissor inibitório GABA e indução do influxo de íons cloreto. Digoxina é um fármaco glicosídeo digitálico indicado no tratamento de arritmias e insuficiência cardíaca congestiva. Altera a distribuição iônica através da membrana celular, produzindo aumento da contratilidade do miocárdio. INTERAÇÃO A bula informa redução dos níveis séricos de digoxina (com 12% da área sob a curva), quando este fármaco foi administrado em conjunto com o topiramato. Apesar de não haver determinação quanto à importância clínica da interação, recomenda-se monitorar o paciente caso a prescrição seja necessária. Enalapril x Metildopa Enalapril é um anti-hipertensivo inserido no grupo dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA). Metildopa é um fármaco anti-hipertensivo que atua por estimulação dos receptores alfa-2 adrenérgicos centrais após conversão em alfametilnoradrenalina, reduzindo a resistência vascular periférica. INTERAÇÃO A associação de metildopa com outros fármacos de mesma indicação terapêutica pode potencializar a ação anti-hipertensiva de modo a prejudicar os objetivos pretendidos. Em caso de prescrição, o paciente deverá ser acompanhado para que se detectem mais facilmente possíveis reações adversas ou manifestações de idiossincrasia medicamentosa. O fármaco selecionado para apresentar esta interação com a metildopa foi o enalapril, contudo podem-se levar em consideração os outros IECA, assim como aqueles que são inseridos em outros grupos de anti-hipertensivos. Trazodona x Digoxina Trazodona é um antidepressivo com ação distinta em relação a que é associada aos outros fármacos de mesma indicação terapêutica. Sua ação não é completamente conhecida, mas sabe- se da inibição da recaptação de serotonina e da atividade em receptores adrenérgicos. Digoxina é um fármaco glicosídeo digitálico indicado no tratamento de arritmias e insuficiência cardíaca congestiva. Altera a distribuição iônica através da membrana celular, produzindo aumento da contratilidade do miocárdio. INTERAÇÃO Existe a possibilidade de aumento nas concentrações plasmáticas de digoxina quando este fármaco é utilizado em conjunto com a trazodona, incluindo o risco de intoxicação digitálica. Recomenda-se maior atenção ao paciente caso exista a necessidade destas prescrições, principalmente quandro tratar-se de geriatria. Vale recordar que a digoxina possui índice terapêutico estreito, fato que exige sempre maior cautela devido ao risco de toxicidade. Prednisolona x Anticoncepcionais Prednisolona é um fármaco esteroide com propriedades predominantemente glicocorticoides. É utilizado em processos inflamatórios e em manifestações alérgicas, possuindo também atividade imunossupressora. INTERAÇÃO Mulheres em tratamento com estrógenos encontrados em contraceptivos orais, e que precisarem de terapia corticosteroide por período prolongado, devem ser mais acompanhadas, devido à possível exacerbação dosefeitos produzidos por prednisolona ou prednisona (um é pró-fármaco do outro). Visando proporcionar mais informação a respeito disso, seguem efeitos colaterais associados ao uso de corticosteroides: úlceras, miopatias, tontura e síndrome de Cushing, condição que engloba a hipertensão arterial, aumento de gordura abdominal, osteoporose, hiperglicemia, adelgaçamento de membros (tanto superiores quanto inferiores) e cicatrização deficiente Fluconazol x Prednisona Fluconazol é um antifúngico triazólico cujo mecanismo de ação corresponde à inibição potente e específica da síntese fúngica de esteroides. Prednisona é um corticosteroide utilizado em processos inflamatórios e em manifestações alérgicas, possuindo também atividade imunossupressora. INTERAÇÃO A bula relata caso no qual um paciente com fígado transplantado desenvolveu insuficiência adrenocortical aguda ao ser tratado com prednisona e tendo o fluconazol descontinuado após 3 meses de uso. O possível mecanismo da interação, justificado no texto, é a atividade aumentada de CYP3A4 após a interrupção do antifúngico, aumentando a biotransformação do corticosteroide. Recomenda-se monitoração de pacientes tratados em longo prazo com os dois fármacos citados, tendo em vista a possibilidade de insuficiência adrenocortical. Trazodona x Carbamazepina Trazodona é um antidepressivo com ação distinta em relação a que é associada aos outros fármacos de mesma indicação terapêutica. Sua ação não é completamente conhecida, mas sabe- se da inibição da recaptação de serotonina e da atividade em receptores adrenérgicos. Carbamazepina é um anticonvulsivante utilizado no tratamento dos quadros de epilepsia, possuindo também outras indicações terapêuticas. Inibe a descarga neuronal repetitiva e reduz a propagação sináptica dos impulsos excitatórios. INTERAÇÃO Há risco de interação entre a trazodona e fármacos que possuem atividade indutora de CYP3A4, tendo como exemplo a carbamazepina. As concentrações plasmáticas do antidepressivo e seu metabólito podem ser reduzidas, dificultando a obtenção dos resultados com o tratamento proposto. Lítio x Indapamida Lítio é um fármaco utilizado no tratamento de transtorno afetivo bipolar, mania e depressão. Altera o transporte do sódio nas células nervosas e musculares, modificando o metabolismo intraneural das catecolaminas. Indapamida é um diurético que promove o aumento da excreção urinária de sódio e cloreto, com perda de potássio em menor escala. É farmacologicamente relacionada aos tiazídicos INTERAÇÃO Há risco de aumento dos níveis séricos do lítio se houver associação destes fármacos. O que pode ocorrer é a redução na depuração do lítio, da mesma forma como pode acontecer caso o paciente estiver sob tratamento e, simultaneamente, receber a recomendação de seguir dieta hipossódica. Diante da necessidade de uso concomitante dos fármacos citados, recomenda-se monitoração do paciente, assim como atenção para a possível necessidade de ajuste na dose. Captopril x Trazodona Captopril é um anti-hipertensivo que atua como inibidor da enzima conversora de angiotensina (ECA). O resultado desta inibição enzimática é a redução dos níveis de angiotensina II e aldosterona na circulação. Trazodona é um antidepressivo com ação distinta em relação a que é associada aos outros fármacos de mesma indicação terapêutica. Sua ação não é completamente conhecida, mas sabe- se da inibição da recaptação de serotonina e da atividade em receptores adrenérgicos. INTERAÇÃO A bula relata risco de hipotensão grave se houver uso simultâneo de trazodona com anti-hipertensivos. O exemplo aqui utilizado foi o captopril, mas também devem ser considerados outros IECA e também fármacos pertencentes a outros grupos que tenham a mesma indicação terapêutica. Diante desta informação de bula, recomenda-se estudar outras alternativas caso o paciente hipertenso em tratamento precise também de um antidepressivo. Carbamazepina x Diltiazem Carbamazepina é um anticonvulsivante empregado no tratamento dos quadros de epilepsia, possuindo também outras indicações terapêuticas. Inibe a descarga neuronal repetitiva e reduz a propagação sináptica dos impulsos excitatórios. Diltiazem é um fármaco utilizado no tratamento da angina e hipertensão arterial. Age como antagonista do cálcio, inibindo a entrada do íon na célula e produzindo o relaxamento da musculatura lisa. INTERAÇÃO O diltiazem pode aumentar os níveis plasmáticos de carbamazepina, tornando maiores os riscos de manifestação dos efeitos colaterais associados ao uso deste fármaco, tais como tontura, sonolência, ataxia e diplopia. Recomenda-se ajuste na posologia e monitoração dos níveis plasmáticos, caso o uso simultâneo seja necessário. Metformina x Indapamida Metformina é um antidiabético oral incluído no grupo das biguanidas que exerce sua ação por meio de diferentes mecanismos. O resultado obtido é a redução da glicemia pós- prandial e basal. Indapamida é um diurético que promove o aumento da excreção urinária de sódio e cloreto, com perda de potássio em menor escala. É farmacologicamente relacionada aos tiazídicos. INTERAÇÃO A associação destes fármacos eleva o risco de acidose lática produzida pela metformina, quadro que pode surgir em decorrência de eventual insuficiência renal associada aos diuréticos. A bula recomenda não utilizar metformina se os níveis de creatinina estiverem fora dos padrões de referência considerados em análise. Amoxicilina x Varfarina Amoxicilina é uma penicilina com ação bactericida, pertencente ao grupo dos antimicrobianos beta-lactâmicos. Age por meio da inibição da síntese de parede celular nos agentes patógenos. Varfarina é um fármaco anticoagulante cumarínico cujo mecanismo de ação envolve a inibição de fatores da coagulação dependentes da vitamina K. INTERAÇÃO A bula cita a ocorrência de casos (raros) nos quais foi registrado aumento do INR em pacientes tratados com varfarina que precisaram receber amoxicilina. Recomenda-se monitoração do tempo de protrombina se estes fármacos forem utilizados simultaneamente, considerando-se a mesma importância de acompanhamento na introdução e na retirada do antimicrobiano. Losartana x Espironolactona Losartana é um fármaco anti-hipertensivo que age como antagonista dos receptores de angiotensina II. Espironolactona é um diurético poupador de potássio cujo como mecanismo de ação corresponde ao antagonismo da aldosterona, resultando na excreção de sódio e água. INTERAÇÃO O uso concomitante de diuréticos poupadores de potássio com fármacos que antagonizam os receptores da angiotensina II, dentre os quais podemos considerar, além da losartana, a telmisartana, irbesartana e valsartana, pode produzir aumento do potássio sérico. Na ausência de monitoramento adequado desta condição, existe o risco de hipercalemia. Diclofenaco x Digoxina Diclofenaco é um anti-inflamatório não-esteroide que possui como mecanismo de ação a inibição não-seletiva de ciclo- oxigenase, interferindo na biossíntese dos eicosanóides envolvidos em processos inflamatórios. Digoxina é um fármaco glicosídeo digitálico indicado no tratamento de arritmias e insuficiência cardíaca congestiva. Altera a distribuição iônica através da membrana celular, produzindo aumento da contratilidade do miocárdio. INTERAÇÃO Existe a possibilidade de elevação dos níveis séricos da digoxina no caso de uso simultâneo deste fármaco com o diclofenaco, condição que exige cautela devido ao risco de toxicidade decorrente do baixo índice terapêutico do digitálico. Recomenda-se monitorar o paciente. Captopril x Espironolactona Captopril é um anti-hipertensivo inserido no grupo dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA). Espironolactona é um diurético poupador de potássio, tendo como mecanismo de açãoo antagonismo da aldosterona. INTERAÇÃO O tratamento com captopril associado à espironolactona poderá produzir elevação dos níveis séricos de potássio, ocasionando quadro de hipercalemia. Esta condição terá maior possibilidade de se manifestar em pacientes idosos ou que são portadores de patologias renais, tais como insuficiência renal aguda ou glomerulonefrite, além de diabetes. Alguns sintomas que poderão sugerir a hipercalemia são: frequência cardíaca irregular, parestesia (formigamento), fraqueza, náusea e vômito. A interação está descrita em bula, sendo citada a mesma ocorrência com outros inibidores da ECA. O ajuste na dose talvez seja necessário. Metformina x Captopril Metformina é um antidiabético oral incluído no grupo das biguanidas que exerce sua ação através de diferentes mecanismos. O resultado obtido é a redução da glicemia pós-prandial e basal. Captopril é um anti-hipertensivo inserido no grupo dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA). INTERAÇÃO Fármacos que agem como inibidores da ECA, tomando como exemplo o captopril, podem ocasionar a redução da glicemia nos pacientes diabéticos tratados com metformina. Em decorrência desta interação, é possível que exista a necessidade de ajuste na dose da metformina, para que descompensações sejam evitadas. Este procedimento deve ser considerado durante o uso dos inibidores da ECA ou após sua interrupção. Diclofenaco x Fluoxetina Diclofenaco é um AINE que atua por inibição de ciclo- oxigenase (COX) de forma não seletiva. Fluoxetina é um fármaco inibidor seletivo da recaptação de serotonina utilizado no tratamento dos casos de depressão, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e outras patologias. INTERAÇÃO O risco de sangramentos, úlcera ou mesmo perfuração gastrintestinal é associado ao uso dos AINEs, principalmente em pacientes com histórico, nos quais as doses devem ser as menores para que se evitem problemas. O mesmo risco também está descrito em bula com o uso dos ISRS, de forma que o uso concomitante destes fármacos se torna mais perigoso e exige precaução. Sertralina x Carbamazepina Sertralina é um fármaco inibidor seletivo da recaptação de serotonina utilizado no tratamento dos casos de depressão, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e outras patologias. Carbamazepina é um anticonvulsivante empregado no tratamento dos quadros de epilepsia, possuindo também outras indicações terapêuticas. Inibe a descarga neuronal repetitiva e reduz a propagação sináptica dos impulsos excitatórios. INTERAÇÃO A principal via de metabolização da carbamazepina ocorre com a participação da isoenzima CYP3A4 no citocromo P450 e, apesar de a sertralina ser conhecida como um inibidor de CYP2D6, é possível o aumento dos níveis séricos do anticonvulsivante se houver coadministração destes fármacos. Do mesmo modo, não se deve desconsiderar a redução da concentração plasmática de sertralina, culminando em recaída nos sintomas inerentes à depressão. Propranolol x Glimepirida Propranolol é um fármaco antagonista competitivo dos receptores adrenérgicos beta-1 e beta-2, tendo como algumas de suas indicações o tratamento da hipertensão arterial, angina e arritmias Glimepirida é um hipoglicemiante oral do grupo das sulfonilureias. Tem como mecanismo de ação o estímulo sobre as células beta nas ilhotas pancreáticas para a liberação de insulina. INTERAÇÃO Atenolol pode modificar a taquicardia da hipoglicemia, assim como prolongar a resposta hipoglicêmica à insulina, portanto é sugerida cautela em sua administração concomitante à glimepirida ou a outros fármacos hipoglicemiantes. Existe a possibilidade de os betabloqueadores mascararem sintomas da hipoglicemia, tais como tremores e taquicardia, dificultando o reconhecimento de quedas importantes nos níveis da glicemia na ausência de monitoramento Enalapril x Gliclazida Enalapril é um anti-hipertensivo que age por inibição da enzima conversora de angiotensina, resultando na diminuição dos níveis de angiotensina II e aldosterona na circulação. Gliclazida é um hipoglicemiante oral incluído no grupo das sulfoniluréias. Tem como mecanismo de ação o estímulo sobre as células beta nas ilhotas pancreáticas para a liberação de insulina. INTERAÇÃO A associação de inibidores da ECA com a gliclazida, ou outros representantes de seu grupo, poderá potencializar o efeito hipoglicemiante pretendido no controle do diabetes. Sintomas desagradáveis que sugerem quadro de hipoglicemia, tais como fraqueza, tremores, tontura, sudorese, entre outros, deverão ser observados. O ajuste na dose e maior frequência de monitoramento glicêmico talvez sejam medidas a serem consideradas para que o tratamento seja mais eficaz. Diclofenaco x Enalapril Diclofenaco é um anti-inflamatório não-esteroidal que possui como mecanismo de ação a inibição não seletiva de ciclo- oxigenase, interferindo na biossíntese dos eicosanóides envolvidos em processos inflamatórios. Enalapril é um fármaco anti-hipertensivo que age por inibição da enzima conversora de angiotensina, resultando na diminuição dos níveis de angiotensina II e de aldosterona na circulação. INTERAÇÃO A administração de diclofenaco (sódico ou potássico) em pacientes hipertensos que fazem uso contínuo de enalapril poderá produzir alterações na pressão arterial, fato que se deve à redução da eficácia do anti-hipertensivo. É necessário cautela, do mesmo modo, quando outros AINEs forem utilizados em hipertensos. Recomenda-se ter atenção especial com a função renal, principalmente se um diurético estiver combinado no tratamento e o paciente for idoso ou apresentar comprometimento do órgão excretor. Paroxetina x Alprazolam Paroxetina é um fármaco inibidor seletivo da recaptação de serotonina utilizado no tratamento dos casos de depressão, transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e outras patologias. Alprazolam é um benzodiazepínico que possui ação anticonvulsivante, sedativa, relaxante muscular e ansiolítica, comuns aos representantes deste grupo farmacológico. INTERAÇÃO Recomenda-se cautela na administração concomitante destes fármacos, devido ao potencial da paroxetina como um inibidor de CYP2D6. De acordo com informação de bula, foram observadas alterações nos níveis séricos de alprazolam quando administrado em pacientes tratados com o ISRS. Furosemida x Digoxina Furosemida é um fármaco diurético que atua na alça de Henle aumentando a excreção urinária de sódio e potássio. É conhecido como diurético de alça, por alusão ao seu sítio de ação Digoxina é um fármaco glicosídeo digitálico indicado no tratamento de arritmias e insuficiência cardíaca congestiva. Altera a distribuição iônica através da membrana celular produzindo aumento da contratilidade do miocárdio. INTERAÇÃO A possibilidade de intoxicação digitálica, ou mesmo da ocorrência de arritmias, é elevada quando se utiliza um glicosídeo cardíaco como a digoxina associada a um diurético depletor de potássio, como é o caso da furosemida. O risco de hipocalemia é o que pode justificar a ocorrência da interação, por ocasionar elevação da sensibilidade à digoxina. Ciprofloxacino x Sildenafila Ciprofloxacino é um agente antimicrobiano quinolônico com ação bactericida por meio da inibição das topoisomerases II (DNA- girase) e IV. Sildenafila é um fármaco empregado no tratamento da disfunção erétil. Promove inibição seletiva da fosfodiesterase-5, facilitando o relaxamento da musculatura lisa produzido pela ação do óxido nítrico nos corpos cavernosos. INTERAÇÃO O uso simultâneo de 500mg de ciprofloxacino e 50mg de sildenafila produziu aumento na Cmáx e na AUC da sildenafila, de acordo com estudo descrito em bula. A proporção informada deste aumento é de aproximadamente duas vezes em indivíduos sadios, se feita comparação com o uso do fármaco isoladamente. Deste modo, deve-se considerarcautela na utilização associada, com o intuito de prevenir os efeitos colaterais e riscos aos quais o paciente pode submeter-se sem a devida informação. Losartana x Lítio Losartana é um antagonista específico dos receptores de angiotensina II, indicado no tratamento da hipertensão arterial. Lítio é um fármaco utilizado no tratamento de transtorno afetivo bipolar, mania e depressão. Altera o transporte do sódio nas células nervosas e musculares, modificando o metabolismo intraneural das catecolaminas. INTERAÇÃO De acordo com a bula, foram relatadas alterações séricas do lítio, incluindo casos de toxicidade, durante a administração concomitante com antagonistas dos receptores de angiotensina II, grupo no qual estão incluídos fármacos como a valsartana, losartana e irbesartana. A mesma informação está associada ao uso de lítio em conjunto com inibidores da ECA. O risco é aumentado em pacientes idosos ou naqueles que apresentam fatores de risco, tais como restrição de sódio, insuficiência renal, insuficiência cardíaca congestiva ou ainda desidratação. Ciprofloxacino x Glimepirida Ciprofloxacino é um agente antimicrobiano quinolônico com ação bactericida por meio da inibição das topoisomerases II (DNA- girase) e IV. Glimepirida é um hipoglicemiante oral do grupo das sulfonilureias. Tem como mecanismo de ação o estímulo sobre as células beta nas ilhotas pancreáticas para a liberação de insulina (efeito secretagogo). INTERAÇÃO A bula do antimicrobiano relata não existirem alterações farmacocinéticas clinicamente relevantes quando estes dois fármacos são administrados simultaneamente. Contudo, pode-se considerar a possibilidade de as quinolonas potencializarem a ação hipoglicemiante produzida por sulfonilureias. Levotiroxina x Alimentos Levotiroxina é um hormônio tireoidiano utilizado na terapia de reposição ou suplementação hormonal em pacientes com hipotireoidismo de qualquer etiologia. INTERAÇÃO A absorção da levotiroxina pode ser afetada na presença de determinados alimentos, tais como farinha de soja, nozes, fibras dietéticas e produtos ricos em cálcio, de forma que tais alimentos devem ser consumidos em horário distante em relação à dose. Além disso, deve-se considerar o cuidado na posologia, para que as doses sejam mantidas nos horários que são pré- determinados. O nível plasmático e, consequentemente, o efeito pretendido com o uso do fármaco, pode apresentar oscilação se o horário entre a dose administrada e as refeições flutuar. Atenolol x Zolpidem Atenolol é um fármaco antagonista dos receptores beta-1 adrenérgicos (betabloqueador seletivo) indicado no tratamento da hipertensão arterial, angina e arritmias. Zolpidem é um fármaco ansiolítico incluído no grupo das imidazopiridinas com atividade agonista seletiva gabaérgica. Facilita o início do sono, assim como prolonga a sua duração. INTERAÇÃO O uso combinado destes fármacos pode produzir efeitos anti- hipertensivos aditivos. Alguns sintomas que podem sugerir esta ocorrência são cefaleias, tontura, alterações na frequência cardíaca ou até desmaio. Entretanto, tais sintomas são mais comuns em situações de início do tratamento e na alteração da posologia. Captopril x Celecoxibe Captopril é um anti-hipertensivo inserido no grupo dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA). Celecoxibe é um anti-inflamatório não esteroide (AINE) que atua por inibição da via de síntese das prostaglandinas, com ação seletiva sobre COX-2. INTERAÇÃO O efeito anti-hipertensivo produzido pelos inibidores da ECA podem ser reduzidos na coadministração com AINEs, incluindo os que possuem ação seletiva sobre COX-2. A mesma informação deve ser considerada quando houver o uso associado do AINE com diuréticos ou com antagonistas dos receptores de angiotensina, como seria o caso da losartana. Topiramato x Risperidona Topiramato é um fármaco indicado no tratamento da epilepsia. O seu mecanismo de ação está relacionado com o estímulo de receptores do neurotransmissor inibitório GABA e indução do influxo de íons cloreto. Risperidona é um fármaco neuroléptico atípico que age como antagonista seletivo das monoaminas cerebrais. Possui afinidade pelos receptores serotoninérgicos e dopaminérgicos. INTERAÇÃO Em administração concomitante dos fármacos, realizada em voluntários sadios dentro de um estudo descrito em bula, observou- se a redução na exposição sistêmica da risperidona, ocorrendo na faixa entre 16% e 33% para a área sob a curva. A bula relata que a significância clínica da interação, contudo, é pouco provável. De qualquer modo, diante de uma informação registrada, recomenda-se observar a evolução do paciente no caso de haver esta prescrição. Paracetamol x Anticoncepcionais Paracetamol é um fármaco analgésico e antitérmico que promove analgesia pela elevação do limiar da dor e redução da febre por meio de ação no centro hipotalâmico que regula a temperatura corporal. Anticoncepcionais orais combinados exercem sua ação por supressão das gonadotrofinas, inibindo assim a ovulação, além de produzirem mudanças no muco cervical e endométrio. INTERAÇÃO O paracetamol, quando utilizado em associação com anticoncepcionais orais que contenham o etinilestradiol em sua fórmula, podem aumentar as concentrações séricas deste e, caso o tratamento analgésico ou antipirético seja continuado, existe a possibilidade de interferência no tratamento hormonal. Diante desta ocorrência, a paciente deve ser acompanhada com mais cuidado. Azitromicina x Varfarina Azitromicina é um fármaco antibacteriano do grupo dos macrolídeos. Atua inibindo a síntese proteica dos patógenos por meio de ligação às subunidades ribossômicas 50S. Varfarina é um fármaco anticoagulante cumarínico cujo mecanismo de ação corresponde à inibição de fatores da coagulação dependentes da vitamina K. INTERAÇÃO Em estudo conduzido de interação farmacocinética, o uso de azitromicina não interferiu no efeito anticoagulante da varfarina, em voluntários sadios. Entretanto, surgiram relatos de potencialização no período pós-comercialização quando estes fármacos foram usados simultaneamente. A relação causal não foi identificada, mas deve-se levar em consideração a frequência de monitoração do tempo de protrombina caso o paciente em tratamento anticoagulante receba a prescrição do antimicrobiano. Lamotrigina x Anticoncepcionais Lamotrigina é um fármaco indicado no tratamento de crises convulsivas agindo como estabilizador das membranas neuronais e inibindo a liberação de neurotransmissores. Anticoncepcionais orais combinados exercem ação por supressão das gonadotrofinas, inibindo assim a ovulação, além de produzirem mudanças no muco cervical e no endométrio. INTERAÇÃO Verificou-se em estudo o aumento no clearance da lamotrigina quando este anticonvulsivante foi administrado em mulheres que usavam anticoncepcional contendo etinilestradiol e levonorgestrel. Os dados em números, conforme consta em bula, apontam redução média de 52% na AUC e 39% na Cmáx. Durante a semana em que as pacientes não fizeram o uso do anticoncepcional, o nível sérico de lamotrigina aumentou gradualmente. Clonazepam x Omeprazol Clonazepam é um fármaco benzodiazepínico com ação anticonvulsivante, sedativa, relaxante muscular e ansiolítica, comuns aos representantes deste grupo farmacológico. Omeprazol é um fármaco inibidor da bomba de prótons (H+K+ATPase) utilizado no tratamento de patologias que exigem a redução da secreção gástrica. INTERAÇÃO O uso simultâneo de omeprazol com clonazepam pode produzir aumento dos níveis plasmáticos do benzodiazepínico, elevando o risco de manifestação de efeitos colaterais atribuídos a este fármaco, os quais estão relacionados à depressão do SNC. A mesma informação pode ser considerada diante do uso do inibidor
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