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ASMA - pneumo

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Luíza Barreto – Medicina 2021.2 
 
ASMA - Pneumologia 
É uma doença heterogênea, geralmente caracterizada por 
uma inflamação crônica das vias aéreas → esse nível de 
inflamação varia de acordo com cada paciente, e essa 
expressão da inflamação é programada pela genética de 
cada um. 
É definida pela história de sintomas respiratórios, como a 
sibilância, a dispneia, o aperto no peito e a tosse, que 
variam no tempo e na intensidade, e em conjunto com uma 
limitação variável ao fluxo expiratório de ar → O diagnóstico 
é clínico. 
O manejo da asma é atualizado anualmente pela Estratégia 
Global Para Manejo e Prevenção da Asma (GINA). 
É uma doença que tem várias apresentações clínicas e 
processos de fisiopatologia (heterogênea) e a inflamação é 
crônica (mesmo pessoas assintomáticas vão ter algum grau 
de inflamação microscópica). 
FISIOPATOLOGIA: 
- No modelo clássico de asma, que é a asma alérgica, a 
pessoa inala um alérgeno, que vai ser fagocitado por 
macrófagos que vão entender como uma proteína 
estranha e vão sinalizar para os linfócitos TCD4, que vão 
expressar um padrão de resposta tipo Th2. Esses linfócitos 
produzem citocinas assim como os macrófagos (IL-4, IL-5, IL-
13, etc), que vão recrutar mastócitos, eosinófilos 
(principalmente) e em algumas pessoas recrutam 
neutrófilos. 
Obs: Nas pessoas que expressam essa inflamação com 
eosinófilos, é possível resolver a inflamação com corticoides 
(diferente da DPOC, que a inflamação é mais por 
neutrófilos, e o corticoide não funciona muito bem). 
Esse processo inflamatório vai atingir a via aérea destruindo 
a camada epitelial, aumentando a produção de muco, 
hiperplasiando as glândulas submucosas, causando 
vasodilatação nos vasos, e isso vai causar edema e perda 
de líquido → Esse edema e o líquido nos brônquios vão levar 
à obstrução e dificuldade da passagem de ar. 
 
- Além disso, existem 2 tipos de inervação da via aérea, a 
inervação beta adrenérgica (que liga no músculo liso do 
brônquio) e a inervação colinérgica (que produz 
acetilcolina, que também inerva o músculo liso). Quando o 
músculo contrai, provoca o broncoespasmo, diminui o 
tamanho do brônquio e leva a dificuldade respiratória. 
- Quando bloqueia os receptores beta adrenérgicos, produz 
uma contração do músculo liso (broncoespasmo), e 
quando estimula a inervação colinérgica, aumenta a 
secreção de acetilcolina e nos músculos tem receptores 
muscarínicos produzindo contração do músculo liso 
(broncoespasmo). 
- O estímulo da inflamação pelo alérgeno vai gerar 
contrações no músculo liso, mas com o passar do tempo 
esse músculo vai hipertrofiar e cada vez gerar contrações 
mais fortes, até ter uma contração tão forte que pode levar 
a morte por asma. 
Obs: Para o mesmo estímulo alérgico, existem pessoas com 
respostas inflamatórias diferentes, e a programação disso é 
genética. 
 
DIAGNÓSTICO: 
Sintomas: Tosse, sibilância, dispneia, aperto no peito ou 
desconforto torácico → principalmente se for de noite ou de 
manhã cedo, ou se melhora com o tratamento para asma. 
Perguntas a serem realizadas (teste do controle da asma): 
1. Você tem ataques ou episódios recorrentes de 
sibilância? 
2. Você tem tosse persistente, particularmente à noite ou 
ao acordar? 
3. Você acorda por tosse ou falta de ar? 
4. Você tem tosse, aperto no peito ou sibilância após 
atividade física? 
5. Você tem tosse, aperto no peito, chiado após contato 
com mofo, poeira, animais ou irritantes (ex: cigarro)? 
6. Você usa algum remédio quando os sintomas 
ocorrem? 
- Depois do diagnóstico, deve solicitar os exames de função 
pulmonar, mas o diagnóstico é essencialmente clínico. 
- O diagnóstico funcional é realizado pela espirometria → 
avalia a ventilação (porque a asma não atrapalha as trocas 
gasosas, e sim a entrada e saída do ar) → Não usa oxigênio 
para tratar falta de ar na asma grave, porque a falta de ar 
é por broncoespasmo, e não dificuldade de trocas gasosas. 
Outros exames para diagnóstico funcional: 
- Teste de broncoprovocação: Queda de 20% do VEF1 após 
inalação do agente. 
- Pico de fluxo seriado (peak flow): Variabilidade < 20% em 
adultos e 30% em crianças. 
Luíza Barreto – Medicina 2021.2 
 
- Teste de exercício: < 10% suspeita e < 15% diagnóstico de 
asma. 
- Teste de hipersensibilidade imediata: São testes alérgicos 
→ injeta o alérgeno e avalia se tem eritema ou pápula após 
10 a 15 minutos de aplicação; + maior que 3mm; + 
correspondência com a clínica. → O problema é que 20% 
das pessoas normais que fazem o teste pode ter resultado 
positivo. 
Outros exames para avaliação complementar: 
• Hemograma → Mesmo sem eosinofilia, não exclui o 
diagnóstico se tiver a clínica (pode, por exemplo, 
ser uma asma neutrofílica) 
• Dosagem de IgE sérica (alérgenos específicos) 
• Lavado nasal 
Na asma, os exames apenas complementam o diagnóstico. 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: 
1. Doenças obstrutivas pulmonares (Obstrução de vias 
aéreas centrais, DPOC, bronquiolites, fibrose cística, 
bronquiectasias) 
2. Rinites, sinusites, refluxo gastroesofágico (a resposta ao 
ácido na via aérea pode ser um broncoespasmo, se for 
grande quantidade) 
3. ICC (edema de via aérea por aumento da pressão 
hidrostática, sibilando não por processo inflamatório, e 
sim pela ICC) 
4. Embolia pulmonar 
5. Discinesia de laringe 
6. Síndrome de hiperventilação, inibidor da ECA, etc 
- Nem tudo o que sibila é asma. Lembrar que a pessoa pode 
ter mais de uma patologia (asma + DRGE, asma + rinite, etc). 
 
- O teste de controle da asma deve ser aplicado em todos 
os pacientes asmáticos, perguntando sobre a presença de 
sintomas diurnos, limitação das atividades, se tem sintomas 
noturnos, se usa medicação de alívio e como está a função 
pulmonar, para classificar entre asma controlada, 
parcialmente controlada e não controlada. 
- O escore do questionário é calculado a partir da soma dos 
valores de cada questão, que podem variar de 1 a 5 pontos 
por questão. Respostas que indicam maior controle da 
asma devem receber maior pontuação. O escore varia 
entre 5 e 25 pontos, e quanto maior o valor, mais controlada 
é a asma. 
 
- Até 19 pontos não está bem controlada a asma. 
TRATAMENTO: 
Tem como objetivos controlar os sintomas, prevenir a 
limitação crônica ao fluxo aéreo, permitir atividades normais 
(trabalho, escola e lazer), manter a melhor função pulmonar 
possível, evitar crises, idas a serviços de emergência e 
hospitalizações, reduzir a necessidade do uso de 
broncodilatador para alívio, minimizar efeitos adversos dos 
medicamentos, melhorar a qualidade de vida e reduzir o 
risco de morte. 
- Orientar o paciente a não ter gato, cachorro, não fumar e 
evitar os fatores que possam desencadear os episódios de 
asma. 
Obs: O remédio inalado não tem efeito imediato, leva pelo 
menos 15 dias para começar a agir e tem efeito pleno em 3 
meses de uso (ou seja, não marcar retorno antes dos 3 
meses). 
Luíza Barreto – Medicina 2021.2 
 
O step 1 é para o paciente que tem sintomas menos que 2 
vezes por mês → quando tiver os sintomas, usa formoterol 
(LABA), junto com corticoide inalado, uma dose (se 
melhorar, não usa mais, só quando tiver sintomas de novo). 
Outra opção é usar o corticoide inalatório junto com o SABA 
→ O SUS oferece como opção salbutamol spray e 
beclometasona spray. 
No step 2, o paciente apresenta sintomas de 4 a 5 dias na 
semana. Se for a via preferencial, quando tiver os sintomas 
usa uma dose de LABA com corticoide, e na via alternativa 
usa corticoide contínuo em dose baixa e quando precisar 
de algum alívio, usa beta 2 de ação curta. 
No step 3, o paciente apresenta sintomas na maioria dos 
dias e as vezes acorda à noite por conta da asma. Na 
primeira opção, faz dose baixa de corticoide inalado e se 
precisar de alívio usa LABA. Na segunda opção, usa o 
corticoide em doses baixas e se precisar de alívio usa o 
SABA.No step 4, o paciente tem sintomas todos os dias e acorda 
à noite por conta da asma, e não tem uma espirometria 
normal (baixa função pulmonar). Na primeira opção, 
aumenta a dose para dose média de corticoide, junto com 
LABA para alívio. 
No step 5, que é quando o paciente volta 3 meses depois 
do step 4 referindo que não teve melhora, aí usa o LAMA, 
anticorpo monoclonal (anti-IgE, anti-interleucina 5, etc), ou 
dá corticoide via oral em altas doses.

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