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Bárbara Azeredo Felix – MED 101 Pneumologia – Aula 2 e 3 ASMA ASMA Palavra grega que significa respiração penosa Refere-se a uma entidade clínica bem caracterizada e com patogênese especifica Asma X bronquite X DPOC o Não existe asma brônquica e bronquite asmática, o nome é ASMA. o Perguntar na HPP/H. familiar sobre bronquite/asma, pois as pessoas confundem. EPIDEMIOLOGIA A prevalência varia de acordo com a faixa etária. No brasil, entre adultos e crianças é de aproximadamente 20% Inicia-se em menores de 20 anos em aproximadamente 60% dos casos – surge principalmente em crianças (importante perguntar na HPP, informando que sim, o sintoma que ressurgiu, pode ser asma) Antes dos 10 anos é mais prevalente em meninos, evoluindo para igual distribuição em adultos. Prevalência: 7-20% da população mundial Incremento mundial na prevalência de asma, maior nas populações mais pobres 1 milhão de mortes (precoces e evitáveis) em 10 anos, com aumento da mortalidade em muitos países A asma tem perfil genético. Ela não tem cura, tem tratamento. Assim, quando o indivíduo entra em contato com algum fator ambiental/externo/imunológico, pode predispor o aparecimento da asma, como o tabagismo. Mas, pode ser também que ela fique sem se manifestar, estável. DEFINIÇÃO Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores É definida pelos sintomas respiratórios de sibilos torácicos, dispneia, tosse (normalmente seca, mas pode ter expectoração mucoide) e opressão torácica (mais em crianças). Sintomas variáveis ao longo do tempo em frequência e intensidade, juntamente com limitação variável e reversível do fluxo aéreo. o Sintomas também variam com a sazonalidade Mofo, pólen, infecções virais... – fatores que podem agravar/desencadear a asma o Opressão torácica – crianças normalmente referem como dor Esses sintomas vão e voltam, sem tratamento – muito característico da asma - mudanças muito grandes do grau da dispneia ETIOLOGIA DA ASMA É multifatorial Interage com determinada faixa etária para que possa gerar a manifestação da herança genética até gerar queixas da asma clínica Muitos genes estão envolvidos, logo, a asma tem diversos fenótipos Atopia é o mais forte fator para predispor a asma o Atopia = hiperprodução de imunoglobulina E o Hiper-responsividade brônquica = característica da musculatura lisa da via aérea, de quando exposta a determinados fatores irritantes do ambiente Bárbara Azeredo Felix – MED 101 Pneumologia – Aula 2 e 3 (químico, físico – mudança climática, umidade) ela provoca uma contração exacerbada da musculatura e reduz o calibre da via aérea – característica do asmático Podemos perceber quando um indivíduo faz atividade física, hiperventila e desenvolve broncoespasmo e sibilância – devido a hiperventição e diminuição da umidade da via aérea Tem indivíduos que não são asmáticos, mas tem hiper-responsividade brônquica – herança genética o Remodelamento = aumento da reposição de colágeno na membrana basal do indivíduo asmático por causa da reinflamação crônica. As células da via aérea que compõe o epitélio do indivíduo asmático, produzem citocinas que faz com que na inflamação continuada, comece a haver deposito de colágeno e fibrose da parede brônquica – faz com que o calibre da via aérea fique mais estreitado e, não conseguimos dilatar isso com medicação broncodilatadora – indivíduo passa a ter uma dispneia fixa e redução da capacidade pulmonar o Tendo o plano de fundo genético + pais fumantes = grandes chances da criança desenvolver ama o Os fatores genéticos são ativados ou exacerbados devido aos fatores ambientais o Infecções – infecção pelo vírus sincicial respiratório: acontece em crianças até 4 anos; faz uma bronqueolite de intensidade variável e se ela tem um fator genético, ela pode desencadear sibilancia recorrente até desencadear a asma o Teoria da higiene: desvio da relação dos linfócitos Th1 e Th2 ao fator de exposição ambiental a determinados antígenos. O indivíduo asmático atopico, principalmente, quando se tem uma exposição antigênica, ele começa a ter uma resposta muito mais Th2 do que o equilíbrio Th1 e Th2 que é a resposta a contenção de infecções. E, esse desequilíbrio, vai participar na gênese e no desenvolvimento da asma em algum momento da vida do indivíduo. o Nem todo indivíduo asmático é alérgico e, nem todo alérgico é asmático Rinite alérgica: prurido nasal, obstrução nasal recorrente, espirros em salvos (mais de 3) Mas, de cada 10 indivíduos asmáticos, 8 tem rinite alérgica Voz anasalada, dispneia, sibilância, coçando o nariz - sugere quadro de atopia e nos encaminha para o diagnóstico de asma FENÓTIPOS DA ASMA Asma alérgica: mais facilmente reconhecível, início na infância, história familiar de doenças atópicas – eczema, rinite alérgica, etc. geralmente responde bem aos corticoides inalados (CI). o Encontramos muito eosinófilos no escarro do paciente e até um aumento de eosinófilos no sangue Asma não alérgica: alguns adultos têm asma não associada a alergia. O perfil celular no escarro destes pacientes é neutrofílico/eosinofílico ou paucigranulocítico. Respondem menos bem aos CI. o Não vemos eosinófilos aumentado nem no sangue nem no escarro Asma com obstrução fixa ao fluxo aéreo: alguns pacientes com asma de longa data desenvolvem limitação fixa ao fluxo aéreo. Isto tem sido atribuído ao remodelamento da via aérea o Quadro de dispneia. Respondem menos bem aos CI. Sempre terão algum grau de dispenia. Asma com obesidade: alguns indivíduos obesos têm sintomas respiratórios proeminentes e pouca inflamação eosinofílica. o Obesidade piora asma e predispõe o aparecimento dela Bárbara Azeredo Felix – MED 101 Pneumologia – Aula 2 e 3 PATOGÊNESE A inflamação brônquica (pode ocorrer desde a traqueia até aos bronquilos) é o fator mais importante na fisiopatogênese da asma Essa inflamação é o resultado de complexas interações entre: o Células inflamatórias – mastócitos, neutrófilos, eosinófilos... o Células estruturais das vias aéreas – remodelamento e hiper-responsividade o Mediadores químicos – citocinas e interleucinas secretadas pelas duas células anteriores Lembrando que, o sistema nervoso, além dessas células, também contribui para a obstrução das vias aéreas e redução do fluxo aéreo Essas vias e essas células que vamos bloquear para tratar e controlar a asma Asma alérgica: o Epitélio estratificado ciliado das vias aéreas → acometido pelas células inflamatórias → desnuda a parede do brônquio e expõe o nervo → o nervo gera um arcoreflexo sensitivo → vai retornar as células do músculo liso com reflexo colinérgico → acentuar/gerar broncoespasmo da via aérea que já foi gerado pela própria inflamação o Além disso, as células inflamatórias geram dilatação da vasculatura da parede brônquica → extravasamento de plasma → edema o Alérgenos → células dendríticas → apresenta para célula Th2 → produzir citocinas e interleucinas → as citocinas vão chamar eosinófilos, mastócitos → transformar o linfócito em plasmócito → produzir IgE (em um indivíduo atopico, exageradamente) → IgE sensibiliza os mastócitos → essas células vão ficar na parede brônquica → em uma nova exposição com o alérgenos, o mastócito vai degranular → explosão inflamatória na parede brônquica = broncoconstricção, vasodilatação, aumento da secreção de muco = lesão do epitélio FATORES NEURAIS Nervos autonômicos e não-adrenérgicos/não-colinérgicos, regulam: o O tônus da musculatura lisa das vias aéreas o As secreções (aumenta) o O fluxo sanguíneo (vasodilatação) o A permeabilidade microvascular (aumenta, causando edema) o A migração e a liberação de células anti-inflamatórias (podendo atuar na asma intrínseca) FISIOPATOLOGIA As alterações decorrentesdo processo inflamatório são responsáveis pelos sintomas dos pacientes São elas: o Hiper-responsividade brônquica Bárbara Azeredo Felix – MED 101 Pneumologia – Aula 2 e 3 o Obstrução das vias aéreas Broncoconstrição aguda – contrição da mm. lisa Edema de vias aéreas Formação crônica de rolhas de muco – aumento da secreção das glândulas e das células caliciformes Remodelamento das vias aéreas SE TUDO ISSO CAUSA O “SUFOCAMENTO” DO PACIENTE NA EMERGÊNCIA, O QUE PODEMOS FAZER PARA MELHORAR? Corticoide vai atuar no processo inflamatório/edema, a longo prazo pode interagir melhorando o remodelamento e diminuindo a broncoconstrição; noradrenalina causa broncodilatação. No entanto, o efeito do corticoide leva algumas horas. Na emergência, para o paciente melhorar em minutos, usamos os beta-agonistas (adrenalina, noradrenalina). Possuímos beta-agonistas mais específicos para a musculatura da via aérea, nos receptores beta2, e causam uma potente broncodilatação por relaxamento da musculatura, e isso se instala em 4 minutos. Assim, conseguimos resolver mais rápido a dispneia, mas em parte, pois o edema, muco, remodelamento persistem. Logo, os antagonistas dos leucotrienos são mais usados para respostas a longo prazo. O processo é tem diversas causas/substancias e só inibir os leucotrienos não é suficiente. Os corticoides conseguem uma resposta mais significativa, mas possuem sua resposta em +/- 6h. Na fase aguda, devemos atuar na musculatura. PACIENTE CHEGA SUDOREICO, DISPNEICO, COM UTILIZAÇÃO DE MUSCULATURA ACESSÓRIA, QUASE COM FADIGA RESPIRATÓRIA: podemos associar o beta-agonista inalado (atua diretamente nos brônquios sem efeitos colaterais sistêmicos) (vai evitar que o paciente faça falência respiratória e precisemos intubar) com o corticoide (vai reduzir a inflamação em um segundo momento). JÁ QUE A ASMA É UMA DOENÇA ALÉRGICA, POR QUE NÃO TRATAMOS ASMA COM ANTI- HISTAMÍNICO? Não tem repercussão clínica nenhuma, pois, além da histamina, há diversas substâncias atuando no processo inflamatório da asma (ex: leucotrienos). O corticoide, bloqueia uma serie de vias do processo inflamatório, sendo mais adequado. EPITÉLIO BRÔNQUICO Epitélio ciliado pseudoestratificado Batimento ciliar Obstrução completa da luz de brônquios por secreção/muco – acontece principalmente em crianças – pode gerar até atelectasia de segmentos ou lobos o Frequente em obesos – mais muco ALTERAÇÕES DA MECÂNICA PULMONAR Aumento da resistência ao fluxo aéreo o O calibre é reduzido pois tem muco, broncoespasmo, edema → via aérea é estreitada → aumento da resistência do fluxo aéreo → sibilância Aumento do trabalho respiratório o Paciente em posição de tripé, usando musculatura acessória cervical, com os ombros levantados, sudoreicos, taquicardios, ansiosos o Consequência do aumento da resistência ao fluxo aéreo Alterações da ventilação perfusão (V/Q) o Redução do fluxo aéreo, mas o fluxo sanguíneo se mantém = pouca ventilação com perfusão → efeito shant → hipoxemia (na asma, so quando é uma crise muito grande) → redução da saturação e depois, o CO2 que estava reduzido (paciente estava taquipneico), começa a ficar Bárbara Azeredo Felix – MED 101 Pneumologia – Aula 2 e 3 com o CO2 normal apesar de estar taquipneico, o que mostra que a ventilação está muito comprometida → por último, o CO2 vai estar elevado, o que significa que o broncoespasmo está muito disseminado por toda via aérea = significa iminência de insuficiência respiratória → causa acidose respiratória → terapia intensiva, CTI → provavelmente será intubado o Paciente em crise de asma normalmente tem CO2 BAIXO e, até, uma alcalose respiratória sem hipoxemia (termina em acidose – grave!!) DIAGNÓSTICO O diagnóstico da asma é essencialmente clínico 1. História minuciosa: padrão da dispneia (alérgenos - ácaro, pelo de animal, poeira doméstica, mudança climática, fungos como fatores agravantes)(o esporte pode desencadear crises de asma)(medicação broncodilatador como fator de melhora a curto prazo – ajuda no diagnostico diferencial, pois, na DPOC, não melhora por exemplo), sibilância na infância, presença de atopia, história familiar de asma e/ou atopia. 2. Exame físico: ênfase nos achados do trato respiratório e estigmas de atopia – eczemas, rinosinusite. Nos casos, principalmente, de asma leve o exame físico frequentemente será normal. O principal fator diagnóstico é a história. 3. Avaliação funcional pulmonar e avaliação da alergia 4. Exames complementares: espirometria – avaliação da função pulmonar Diagnóstico clínico: o Alternância do estado clinico o Reversibilidade da limitação ao fluxo aéreo o Hereditariedade o Alérgenos o Irritantes inespecíficos o Mudanças climáticas o Poluição ambiental O indivíduo asmático não deve usar sprays/perfume Manifestações de Atopia o Saudação do alérgico o Pigarro/coçando nariz o Conjuntivite alérgica o Dermatite atópica – vermelhidões – principalmente em crianças EXAMES COMPLEMENTARES Sanguíneos o Leucograma: podemos ter no paciente asmático eosinofilia – avaliar se não tem parasitose; o Dosagem da IgE (total e específica) – pode estar aumentada; o Rast para algum antígeno Bárbara Azeredo Felix – MED 101 Pneumologia – Aula 2 e 3 Imagem: RX de tórax o Na asma, é normal na maior parte dos casos – até quando o paciente tem um pouco de hiperinsuflação o Utilizada para diagnostico diferencial na avaliação inicial e em alguns casos nas crises o Nas crises ou na asma grave, podemos ter algum grau de hiperinsuflação Gráficos: espirometria o É o exame que consegue medir o ar que exalamos dos nossos pulmões – mede fluxo (velocidade que o ar sai) e volume (quantidade) o Mesmo depois de soprar o máximo, algum volume ainda permanece dentro dos pulmões, esse volume é chamado de volume residual o A espirometria detecta quase todo o volume do pulmão, menos o volume residual o Através desse exame conseguimos avaliar o calibre das vias aéreas o Se o fluxo aéreo está reduzido, então temos uma doença que dificulta a saída de ar pelos brônquios/traqueia o Na asma pode estar normal – paciente sem estar em crise o Se o paciente tiver alguma manifestação clínica (ex: dispneia), faz a espirometria e da normal/sem obstrução, provavelmente ele não tem asma A dispneia na asma é causada pela redução do fluxo aéreo o Um indivíduo saudável, consegue colocar +/- 85% do volume pulmonar no 1°seg o Pedimos para o paciente soprar no mínimo 6seg. Se for um paciente com doença obstrutiva, no mínimo por 10seg. o CVF ou FVC: quanto soprou o VEF1: volume expirado no primeiro segundo o Para fechar o diagnóstico, fazemos a relação entre CVF e VEF1 paciente 10min depois da medicação (já dilatado) paciente com medicação broncodilatadora DEPOIS DA MEDICAÇÃO DO FLUXO AUMENTOU, POIS, O PACIENTE BRONCODILATOU, MAS POR QUE O VOLUME AUMENTOU SE O PULMÃO É O MESMO? Pois, o indivíduo sem obstrução, consegue esvaziar o pulmão de maneira mais eficiente. O indivíduo obstruído, ele sopra e não consegue eliminar todo o ar, ele aprisiona ar. Por isso temos o tórax em tonel – paciente mantendo o ar. Broncodilatado dimui a resistência da via aérea e o paciente consegue colocar o ar para fora. Acontece muito no paciente com DPOC. Bárbara Azeredo Felix – MED 101 Pneumologia – Aula 2 e 3 o VEF1: aumentou 800ml o VEF1 devia aumentar pelo menos 12%: 3,01/2,21 = 1,36 = aumentou 36% o Esses são os critérios de broncodilatação, logo, podemos ver que aconteceu. Resposta ao broncodilatador positiva. o O segundo critério (após o “ou”) aumenta a especificidade da prova para asma. A primeira resposta broncodilatadora podemos encontrar na população geral e não ser asma. o Fazemos a PBD quando ficamos em dúvida se o pacientetem asma ou alguma outra patologia, por exemplo, DPOC por ser tabagista. Obtendo a segunda resposta (15% do VEF1 e 400ml), confirmamos a asma. o Mas, se a clínica for muito sugestiva e o paciente obter a primeira resposta, podemos confirmar a asma. Exemplo 2: o Paciente obstruído, pois, 2,66/1,05 = 39% (FVC/FEV1 deveria ser +/- 85%) o Prova broncodilatadora positiva, pois, 1,54/1,05 = 47% (maior que 12 ou 15%) E FEV1 aumentou 490ml de antes e depois da broncodilatação o Sugere diagnóstico de asma o Ainda assim, ainda assim, mesmo depois do BO, o paciente continua obstruído e com volume residual baixo pois ainda não atingiu o mínimo aceitável DIAGNÓSTICCO DIFERENCIAL (DD) A associação: o Dispneia o Sibilância o Opressão torácica o Tosse “Nem tudo que chia é asma, nem toda asma chia” DPOC – tabagistas ICC Bronquiectasia – secreção da tosse extremamente purulenta Neoplasia Bronquiolite – mais comum na criança Aspiração de corpo estranho na criança Edema agudo de pulmão Nessas doenças o padrão da dispneia é diferente, importe perguntar Valor normal Min. aceitável Antes BO Depois BO É quase sempre devido a asma! Na ocorrência isolada destes sintomas, deve se considerar o DD Bárbara Azeredo Felix – MED 101 Pneumologia – Aula 2 e 3 TRATAMENTO Os objetivos principais são: o Controlar os sintomas - dispneia, tosse, sibilância... o Prevenir limitação crônica ao fluxo aéreo Evitar a remodelação do brônquio para que ela possa responder ao broncodilatador. Diminuir o processo inflamatório o Permitir atividades normais – trabalho, escola, lazer o Manter a função pulmonar normal ou a melhor possível o Evitar crises, idas a emergência e hospitalizações Ganho muito grande com a corticoterapia inalatória – no sus, o corticoide disponível é a dexametasona Quando o paciente é muito exposto ao beta2agonistas, cronicamente, o número de receptores diminui, sendo menos eficiente para a broncodilatação o Minimizar efeitos adversos de medicação Efeitos colaterais de corticoides: aumento da PA, imunossupressão (quando o corticoide é feito via oral, se recomenda a lavagem da cavidade oral após, devido a tendência a candidíase oral), cushing, resistência insulínica, ganho de peso, alteração da pele, osteoporose, catarata, descontrole glicêmico, caibra devido à queda de potássio... Evitamos isso fazendo a medicação por via inalatória. Em doses muito elevadas podemos até ter a candidíase oral, osteoporose, mas de maneira muito insignificativa quando comparada a via sistêmica. o Prevenir a morte Tratamento não farmacológico o Controle de ambiente Estabelecer uma boa relação médico-paciente e educação em saúde para conseguir uma mudança no estilo de vida – tabagismo, sedentarismo... o Imunoterapia – asma leve/moderada (VEF1 > 70%) e monossensibilizada (pouco antígenos) Tratamento farmacológico o Tratamento de controle e tratamento de resgate Tratamento de controle: corticoterapia inalatória Tratamento de resgate: beta2agonistas o Escalonado de acordo com a gravidade da asma o Preferência a medicação inalatória Reduzimos os efeitos colaterais, atuamos diretamente no sítio doente (via aérea) e evitamos as manifestações sistêmicas Os beta-agonistas aplicados por via inalatória tem menos efeitos colaterais (taquicardia, tremor) e tem efeito mais rápido O mal uso da medicação inalatória – irregular, baixa dose, técnica inadequada, etc, é responsável pela maior parte dos casos de asma não controlada nos serviços de saúde. Entre 70 a 80% dos pacientes, em algumas pesquisas, não sabem usar a medicação inalatória corretamente. o Ao usar a bombinha, precisa aspirar e acionar sincronicamente, para que o spray/medicamento vá para as vias aéreas inferiores. Pode ser um problema para crianças, idosos e pessoas não informadas. Medicamento acaba ficando na cavidade oral. o Medicação em pó X névoa = em pó precisamos aspirar de maneira mais forte desde o início. Em nevoa pode começar aspirando mais leve e depois mais forte. Bárbara Azeredo Felix – MED 101 Pneumologia – Aula 2 e 3 TRATAMENTO INDIVIDUALIZADO E PROGRESSIVA Beta 2 agonista de curta Beta 2 agonista de longa (LABA) o Formoterol – utilizado como SOS (vem associado ao CI) – dose máxima de 72mcg/dia o Salmeterol – é utilizado só para manutenção, pois atua após 20 minutos, diferente do formoterol que atua após 4 minutos Corticoide inalatório (CI) o Podem ser associados com o Formoterol – SOS o Budesonida e Beclometasona Tratamento escalonado Normalmente precisa de uns 3 meses para definir o grau da asma Até o nível 3, o clinico consegue tratar Nível 5 o Buscamos se o indivíduo tem uma asma alérgica com altas dosagens de IgE sérico, se é uma asma eosinofílica o Omalizumabe: anticorpo monoclonal contra IgE o Mepolizumab: anticorpo monoclonal contra IL-5 o Medicações muito caras o Além disso, faz uso de corticoide inalatório e, as vezes, até oral o Vai associando com as fases anteriores AVALIAÇÃO DO CONTROLE DA ASMA Controle dos sintomas o Primeiro domínio Antes de mexer em qualquer coisa: analisar se a frequência e a técnica inalatória esta sendo seguida corretamente pelo paciente Bárbara Azeredo Felix – MED 101 Pneumologia – Aula 2 e 3 o Segundo domino o Caso o paciente apresente algum dos fatores de risco a seguir, deve-se iniciar o seu tratamento a partir da etapa seguinte o Fatores de risco de exacerbação Pobre controle clínico Paciente não tem uma adesão pulmonar adequada a medicação A técnica respiratória dele não é muito boa Não fazer muitas modificações de dose de medicação em um curto espaço de tempo Má função pulmonar FEV1<60% do predito Atingir o melhor possível e depois mudar a dose Comobirdades – obesidade, rinosinusite Controlar antes de modificar a medicação Uso de corticoide oral no ultimo anto (crises) Evitar muito step down Manter uma dose de CI alta dependendo da evolução clínica Tabagismo Reduz o efeito do corticoide Usa doses mais altas de corticoide para atingir o efeito anti- inflamatório adequado Internação por asma (ou até intubação) Etc Fatores de risco para exacerbação Avalie a função pulmonar para o diagnóstico, então, aos 3 e 6 meses, a partir do tratamento e, periodicamente Avaliação ao final da consulta: “Sra X tem um bom controle de sintomas, mas apresenta um risco aumentado para exacerbações futuras pois, apresentou função pulmonar reduzida, é fumante e não tem boa adesão ao tratamento preconizado.”
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