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Semiologia - Sistemas cardiovascular, digestório, urinário e respiratório.

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Sinais e Sintomas 
Semiologia Cardiovascular 
 
 
Anamnese: No raciocínio diagnóstico, são importantes todos os elementos da identificação, os 
antecedentes pessoais e familiares, os hábitos de vida, as condições socioeconômicas e culturais do 
paciente. 
● Idade = crianças jovens (predomínio de anomalias congênitas + episódios de doença 
reumática), 20 a 50 anos (doença de chagas e HAS), acima de 50 (angina de peito e IAM). 
● Sexo = mulheres jovens (lesões mitrais, especialmente a estenose e o prolapso da valva 
mitral), sexo masculino até 45 (aterosclerose coronária) 
● Etnia = anemia falciforme, HAS (mais frequente em negros, aparece em faixas etárias mais 
baixas e apresenta evolução mais grave. 
● Profissão = esforço físico intenso (+ frequente o aparecimento de insuficiência cardíaca), 
estresse emocional (fator importante na HAS e na cardiopatia isquêmica). 
● Naturalidade e local de residência = doença de Chagas 
● Antecedentes Pessoais = infecções estreptocócicas, principalmente da bucofaringe, e lesões 
orovalvares de etiologia reumática. Alimentação rica em lipídios e aterosclerose, entre lesões 
renais e hipertensão arterial e entre perturbações emocionais e manifestações 
cardiovasculares de ansiedade e/ou depressão. 
● Hábitos de vida = tabagismo, alcoolismo e sedentarismo (relacionados com o aparecimento 
de aterosclerose e hipertensão arterial.) 
● Condições socioeconômicas e culturais = A doença reumática é mais frequente em pessoas 
de renda mais baixa, seja em consequência das más condições alimentares e habitacionais 
ou por falta de tratamento precoce e adequado das infecções estreptocócicas. 
 
Sinais e Sintomas: Alguns são originados no próprio coração, outros em diferentes órgãos nos 
quais repercutem com mais intensidade as alterações do funcionamento cardíaco. 
● Dor precordial: não é sinônimo de dor cardíaca, pois pode ter origem no coração e em outros 
órgãos ou estruturas como pleura, esôfago, aorta, mediastino, estômago e na própria parede 
torácica. 
> A dor relacionada com o coração e com a aorta compreende a de 
origem isquêmica, a pericárdica e a aórtica. 
> Na avaliação semiológica da dor precordial, todas as 
características são importantes: localização, irradiação, caráter, 
intensidade, duração, frequência, fatores desencadeantes ou 
agravantes, fatores atenuantes e sintomas concomitantes, os quais 
podem preceder, acompanhar ou suceder a dor. 
 
 
Dor na isquemia miocárdica: Tem origem na hipóxia celular. Quando há isquemia miocárdica, 
ocorre estimulação das terminações nervosas da adventícia das artérias e do próprio músculo por 
substâncias químicas liberadas durante a contração. 
 
Características semiológicas da dor cardíaca 
 
● Localização: a localização mais típica é a retroesternal, podendo ser sentida à esquerda ou, 
mais raramente, à direita da linha esternal. Pode ser restrita a uma pequena área ou ocupar 
toda a região precordial. Se a dor for percebida na pele ou em outras estruturas superficiais, 
é possível afirmar que se origine na parede torácica. A dor perimamilar ou por debaixo do 
mamilo quase nunca é de causa cardíaca, podendo ser de origem emocional ou provocada 
por osteoartrite, distensão do estômago ou do ângulo esplênico. 
Dor nas articulações condroesternais que piora à palpação 
caracteriza a osteocondrite (síndrome de Tietze). 
 
● Irradiação: A irradiação da dor está relacionada com sua intensidade. Quanto mais intensa, 
maior a probabilidade de irradiar-se. A dor por obstrução de uma artéria coronária pode ter 
diversas irradiações: para os pavilhões auriculares, maxilar inferior, nuca, região cervical, 
membros superiores, ombros, região epigástrica e região interescapulovertebral. 
 
● Caráter ou qualidade: 
 > A dor anginosa é quase sempre do tipo constritivo, tendo o paciente a sensação de 
que algo aperta o tórax ou a região retroesternal. Para caracterizá-la, o paciente leva a mão 
fechada ao peito. 
 > Costuma ser descrita como “aperto”, “opressão”, “peso”, “queimação” e “sufocação”. 
Pode ter também a sensação de nó na garganta, como se estivesse sendo estrangulado. A 
mesma sensação pode ser percebida nas áreas de irradiação da dor como, por exemplo, 
impressão de aperto ou de um bracelete no braço. 
 >Outros tipos são a dor em queimação ou ardência no precórdio, formigamento ou facada, 
que podem ser expressões da dor cardíaca. 
 
● Duração. 
 > A dor da angina de peito tem duração curta, em geral de 2 a 3 minutos, raramente 
ultrapassando 10 minutos. Isso porque sua origem é apenas a hipoxia miocárdica, sem 
alteração necrobiótica. 
 > Na angina instável, a dor é mais prolongada, chegando a durar 20 minutos, pois nesta 
síndrome já há alterações histológicas. 
 > No IAM, quando ocorrem alterações necróticas, a dor dura mais de 20 minutos, 
podendo chegar a algumas horas. 
 
● Intensidade: A intensidade da dor varia de acordo com o grau de comprometimento 
isquêmico, podendo ser classificada em leve, moderada e intensa. 
 > Dor leve é quando o paciente a sente, mas não se fixa nela, relatando-a, muitas vezes, 
como uma sensação de peso ou desconforto. 
 > Dor moderada é quando incomoda bastante o paciente e agrava-se com os exercícios 
físicos. 
 > Dor intensa é aquela que inflige grande sofrimento, obrigando o paciente a ficar o mais 
quieto possível, pois ele percebe que a dor se agrava com os movimentos ou pequenos esforços. 
Acompanha-se de sudorese, palidez, angústia e sensação de morte iminente. 
 
● Fatores desencadeantes ou agravantes: 
 A dor da angina de peito ocorre quase invariavelmente após esforço físico, mas pode ser 
desencadeada por todas as condições que aumentam o trabalho cardíaco, tais como emoções, 
taquicardia, frio ou após refeição copiosa. 
 > No IAM, a dor costuma ter início com o paciente em repouso. 
 > A dor retroesternal, que ocorre após vômitos intensos, deve-se à laceração da mucosa do 
segmento inferior do esôfago. 
 > A dor torácica, em consequência das mudanças de decúbito ou de movimentos do pescoço, 
origina-se na coluna cervical ou dorsal (osteoartrite, hérnia de disco). 
 > A dor retroesternal e epigástrica durante a deglutição é causada por espasmo esofágico ou 
esofagite. 
 > A dor que se agrava com a tosse pode ocorrer em virtude de pericardite, pleurite ou 
compressão de uma raiz nervosa. 
 
● Fatores atenuantes da dor. O alívio da dor pelo repouso é uma das características 
fundamentais da angina de peito. O uso de vasodilatadores coronários também faz a dor 
desaparecer. É muito importante o tempo que a dor leva para desaparecer após uso de 
nitrato sublingual. 
 > Na angina de peito, a dor desaparece 3 ou 4 minutos após; se levar maior tempo (5 ou 10 
minutos), provavelmente não se trata de angina clássica, podendo ser angina instável. 
 > A dor da pericardite aguda pode ser amenizada ou cessar quando o paciente inclina o tórax 
para frente ou o comprime com um travesseiro. 
 > Alguns pacientes com quadro anginoso e outros com enfermidades gastrintestinais ou com 
ansiedade encontram alívio após eructação ou eliminação de gases. 
 
● Sintomas concomitantes. Precordialgia intensa, acompanhada de náuseas, vômitos e 
sudorese fria, sugere infarto agudo do miocárdio. Dor precordial durante crise de palpitações 
pode decorrer de isquemia provocada por taquiarritmia. 
 
Dor de origem pericárdica: A dor da inflamação do pericárdio é mais aguda que a da angina de 
peito, localiza-se na região retroesternal junto da reborda esternal esquerda e irradia-se para o 
pescoço e as costas. Pode ser do tipo “constritiva”, “peso”, “opressão”, “queimação” e apresentar 
grande intensidade; costuma ser contínua – durante várias horas –, não se relaciona com exercícios, 
agrava-se com a respiração, com o decúbitodorsal, com os movimentos na cama, com a deglutição 
e com a movimentação do tronco. O paciente tem algum alívio quando inclina o tórax para frente ou 
ao se colocar na posição genupeitoral. 
 
O mecanismo provável da dor da pericardite é o atrito entre as membranas ou uma grande e rápida 
distensão do saco pericárdico por líquido. 
 
É provável que a irritação das estruturas vizinhas – pleura mediastinal, por exemplo – também 
participe do mecanismo da dor da pericardite. 
 
Dor de origem aórtica; Os aneurismas da aorta geralmente não provocam dor, mas a dissecção 
aguda da aorta determina quadro doloroso importante, com início súbito, muito intensa, do tipo 
lancinante, de localização retroesternal ou face anterior do tórax, com irradiação para o pescoço, 
região interescapular e ombros. Durante a crise dolorosa, o paciente fica inquieto – deita-se, levanta-
se, revira-se na cama, adota posturas estranhas, comprime o tórax com um travesseiro, tentando 
obter algum alívio. 
A separação das camadas da parede arterial, particularmente da adventícia, com súbita distensão 
das terminações nervosas aí situadas, estimula as terminações nervosas do plexo aórtico, 
determinando a dor. 
 
Palpitações: Palpitações significam percepção incômoda dos batimentos cardíacos, sendo relatadas 
pelos pacientes como “batimentos mais fortes”, “falhas”, “arrancos”, “paradas”, “tremor no coração”, 
“coração deixando de bater”, “coração aos pulos”. 
 
Cumpre salientar que palpitações nem sempre significam arritmia. 
 
As palpitações são contrações cardíacas mais fortes e mais intensas, lentas ou rápidas, rítmicas ou 
arrítmicas, decorrentes de distúrbios do ritmo ou da frequência cardíaca, incluindo todas as 
manifestações de taquicardia, pausas compensadoras, aumento do débito cardíaco, estados 
hipercinéticos, hipertrofia ventricular, início súbito de uma bradicardia causada por bloqueio completo. 
 
As palpitações aparecem, também, em indivíduos normais, após exercício físico ou emoções; elas 
devem ser analisadas quanto a frequência, ritmo, horário de aparecimento, modo de instalação e 
desaparecimento, isto é, se têm início e término súbitos. Deve-se indagar, também, quanto ao uso de 
chá, café, refrigerantes à base de cola, tabaco e drogas, principalmente cocaína e anfetaminas. 
 
As palpitações de esforço ocorrem durante a execução de esforço físico e desaparecem com o 
repouso. Nos cardíacos, têm o mesmo significado da dispneia de esforço, sendo comum ocorrerem 
conjuntamente. Também com relação às palpitações, é necessário caracterizar a magnitude do 
esforço, habitualmente escalonado em grandes, médios e pequenos esforços. Na insuficiência 
cardíaca, as palpitações, assim como a dispneia, iniciam-se de modo súbito, logo ao se fazer um 
esforço físico, e desaparecem com o repouso, de maneira gradual e lenta. De maneira geral, os 
pacientes relatam batimentos rítmicos, enérgicos e rápidos. 
 
As palpitações decorrentes de alterações do ritmo cardíaco são descritas pelos pacientes com 
expressões ou comparações que possibilitam ao médico presumir o tipo de arritmia. Assim, o relato 
de “falhas”, “arrancos” e “tremor” indica quase sempre extrassístoles. Aliás, nesta condição, o 
paciente percebe mais o batimento pós-extrassistólico do que a contração prematura. De outro 
modo, a sensação de que o coração “deixa de bater” corresponde quase sempre à pausa 
compensadora. 
 
Extrassístoles “em salvas” são descritas como “disparos do coração”, com curta duração. 
 
Quando têm início e fim súbitos, costumam ser indicativas de taquicardia paroxística, enquanto as 
que apresentam início súbito e fim gradual sugerem taquicardia sinusal ou estado de ansiedade. O 
relato de taquicardia com batimentos irregulares pode levantar a suspeita de fibrilação atrial. 
 
Alguns pacientes contam suas pulsações nas crises de palpitações e esta informação pode ser 
bastante útil, pois uma frequência cardíaca entre 100 e 150 bpm é mais comum na taquicardia 
sinusal, enquanto uma frequência acima de 150 bpm levanta a possibilidade de taquicardia 
paroxística. 
 
As palpitações constituem queixa comum dos pacientes com transtornos emocionais, podendo fazer 
parte, juntamente com a precordialgia e a dispneia suspirosa, da síndrome de astenia 
neurocirculatória ou neurose cardíaca, cuja origem reside nas agressões emocionais sofridas nos 
primeiros anos de vida (castigo, medo, ameaças) ou nas dificuldades e desajustes ocorridos na vida 
adulta, incluindo carência afetiva, desajuste conjugal, problemas econômicos, insatisfação sexual. 
 
A perda de um membro da família ou de um amigo por doença do coração pode desencadear o 
quadro de astenia neurocirculatória, principalmente em pacientes que sofrem de ansiedade ou de 
depressão. Cumpre ressaltar que as palpitações de causa emocional costumam ser desencadeadas 
por agressões emocionais e, muitas vezes, acompanham-se de sudorese, desmaio, dormências, 
além de outros distúrbios neurovegetativos. 
 
 
Causas de Palpitação 
Cardíacas Não Cardíacas 
Arritmias HAS 
Insuficiência Cardíaca Hipertireoidismo 
Miocardites Anemia 
Miocardiopatias Esforço físico 
 Emoções 
 Síndrome do Pânico 
 Medicamentos,café, tabaco, drogas ilícitas 
 
 
 
 
Dispneia: A dispneia é um dos sintomas mais importantes dos pacientes com cardiopatia e significa 
a sensação consciente e desagradável do ato de respirar. Semiologicamente, apresenta-se de duas 
maneiras: uma subjetiva, que é a dificuldade respiratória sentida pelo paciente, e outra objetiva, que 
se evidencia pela aceleração dos movimentos respiratórios (taquipneia) e pela participação ativa da 
musculatura acessória da respiração (músculos do pescoço na inspiração e músculos abdominais na 
expiração). 
 
A dispneia em paciente com uma cardiopatia indica congestão pulmonar. 
 
A dispneia da insuficiência ventricular esquerda apresenta características quanto ao tempo de 
duração, evolução, relação com esforço e posição adotada pelo paciente. 
 
A análise da sua relação com esforços deve levar em conta as atividades habitualmente exercidas 
pelo paciente. Deste modo, um trabalhador braçal entende por exercício pesado “algo” diferente do 
que é entendido por uma pessoa de vida sedentária. 
 
Os dados anamnésicos possibilitam reconhecer os seguintes tipos de dispneia: dispneia de esforço, 
dispneia de decúbito (ortopneia), dispneia paroxística noturna e dispneia periódica ou de 
Cheyne-Stokes. 
 
Dispneia de esforço: A dispneia de esforço é o tipo mais comum na insuficiência ventricular 
esquerda; conforme sua denominação, aparece quando o paciente executa esforço físico, sendo 
classificada em dispneia aos grandes, médios e pequenos esforços. A diferença fundamental entre a 
dispneia de esforço de uma pessoa normal e a de um cardiopata está no grau de atividade física 
necessário para produzir a dificuldade respiratória. Assim, quando um cardiopata relata dispneia aos 
grandes esforços, significa que passou a ter dificuldade respiratória ao executar uma atividade que 
anteriormente realizava sem qualquer desconforto. Por exemplo, subir escadas que antes era feito 
sem dificuldade passa a provocar falta de ar. 
 
A dispneia aos médios esforços surge durante a realização de exercícios físicos de intensidade 
mediana, tais como andar em local plano a passo normal ou subir alguns degraus, mesmo devagar. 
 
A dispneia aos pequenos esforços ocorre durante a prática de exercícios físicos de pequena 
magnitude, como tomar banho, trocar de roupa, mudar de posição na cama. Às vezes, a dispneia 
aparece mesmo sem o indivíduo realizar exercícios físicos, bastando para desencadeá-la apenas o 
ato de falar. 
 
A evolução da dispneia de esforço da insuficiência ventricular esquerda caracteriza-se por ser de 
rápida progressão, passando dos grandes aos pequenos esforços em curto período de tempo. Este 
tipo de evolução a diferencia da dispneia queocorre nas enfermidades pulmonares e nas anemias, 
condições em que a dispneia agrava-se lentamente ou é estacionária. 
 
A dispneia de decúbito: surge quando o paciente se põe na posição deitada. Para minorá-la, o 
paciente eleva a cabeça e o tórax, usando dois ou mais travesseiros; às vezes, inconscientemente, 
adota a posição semissentada ao dormir. Em fase mais avançada, quando a dispneia se torna muito 
intensa, o paciente é forçado a sentar-se na beira do leito (ortopneia), com as pernas para fora, 
quase sempre fletindo a cabeça para frente e segurando com as mãos as bordas do colchão, para 
ajudar o trabalho da musculatura acessória da respiração. 
 
A causa da dispneia de decúbito é o aumento da congestão pulmonar pelo maior afluxo de sangue 
proveniente dos membros inferiores e do leito esplâncnico, nesta posição. Este tipo de dispneia 
aparece tão logo o paciente se deita, o que a diferencia da dispneia paroxística noturna. 
 
A dispneia paroxística ocorre com mais frequência à noite, justificando, por isso, a denominação de 
“dispneia paroxística noturna”. Sua característica principal consiste no fato de o paciente acordar com 
intensa dispneia, a qual se acompanha de sufocação, tosse seca e opressão torácica, sendo 
obrigado a sentar-se na beira do leito ou levantar-se da cama. Durante a crise dispneica, pode haver 
broncospasmo, responsável pelo aparecimento de sibilos, cuja causa provável é a congestão da 
mucosa brônquica. Nessas condições, costuma ser chamada de asma cardíaca. 
 
Ao examinar o paciente durante a crise dispneica, nota-se pele fria e pálida, às vezes cianótica, tórax 
expandido, sudorese e taquicardia. 
 
Nas crises mais graves de dispneia paroxística noturna, além da intensa dispneia, há também tosse 
com expectoração espumosa – branca ou rosada –, cianose, respiração ruidosa pela ocorrência de 
sibilos e estertores. Este conjunto de sintomas e sinais caracteriza o edema agudo do pulmão. 
 
Os pacientes que apresentam falência ventricular esquerda aguda, como a causada por um infarto 
agudo do miocárdio, ou que têm uma obstrução no nível da valva mitral – estenose mitral – são os 
mais propensos a desenvolver um quadro de edema agudo do pulmão. 
 
Isso se dá devido ao aumento da pressão no átrio esquerdo, que ocorre nessas duas afecções, que 
se transmite às veias pulmonares, tal como em um sistema de vasos comunicantes. O aumento da 
pressão nos capilares pulmonares ocasiona transudação de líquido para o interstício, que, se ocorrer 
rapidamente, configura o quadro de edema agudo do pulmão. 
 
A dispneia periódica ou de Cheyne-Stokes caracteriza-se por períodos de apneia, seguidos de 
movimentos respiratórios, superficiais a princípio, mas que se tornam cada vez mais profundos, até 
chegar a um máximo; depois, diminuem paulatinamente de amplitude até uma nova fase de apneia, 
após o que se repetem os mesmos fenômenos. As pausas de apneia têm duração variável de 15 a 
30 segundos, podendo alcançar até 60 segundos. Quando isso acontece, o enfermo apresenta-se 
em estado de torpor, sonolento ou inconsciente, as pupilas se contraem (miose), podendo aparecer 
cianose ao término da fase de apneia. 
 
A dispneia periódica surge de preferência nos portadores de enfermidades cardiovasculares, 
destacando-se hipertensão arterial, insuficiência ventricular esquerda e doença arterial coronariana, 
mas aparece, também, em pacientes com afecções do tronco cerebroespinal, hipertensão 
intracraniana, hemorragia cerebral, uremia, intoxicação por barbitúricos ou morfina. 
 
Crianças sadias e pessoas idosas podem apresentar, durante o sono, este tipo de respiração. 
 
Tosse e expectoração: A tosse é um sintoma frequente na insuficiência ventricular esquerda, 
constituindo um mecanismo de valor na manutenção da permeabilidade da árvore traqueobrônquica 
nos casos em que houver aumento de secreções. 
 
A tosse da insuficiência ventricular esquerda é seca e mais intensa à noite, podendo ser muito 
incômoda. Sua causa é a congestão pulmonar; por isso, ela quase sempre está associada à 
dispneia. No edema pulmonar agudo, a tosse acompanha-se de expectoração espumosa de cor 
rósea. Nos aneurismas da aorta, pericardite e grande dilatação do átrio esquerdo, podem ocorrer 
acessos de tosse por compressão brônquica, irritação do vago ou do ramo recorrente. 
 
 
Síncope e lipotimia (desmaio): Desmaio é a perda súbita e transitória da consciência e do tônus 
muscular postural (síncope). Nem sempre, contudo, o sintoma ocorre de maneira completa, podendo 
ser parcial a perda da consciência (pré-síncope ou lipotimia). 
 
Pode ser de origem psicogênica (impactos emocionais, medo intenso) ou por redução aguda, mas 
transitória, do fluxo sanguíneo cerebral. Quase sempre o quadro evolui rapidamente para a 
recuperação da consciência, pois, se não houver melhora da perfusão cerebral, sobrevirá a morte em 
curto período de tempo. 
 
O desmaio por alteração quantitativa da circulação cerebral pode ser consequência de distúrbios do 
ritmo cardíaco e da condução do estímulo, diminuição do débito cardíaco, perturbação dos 
mecanismos vasomotores, redução do retorno venoso e do volume sanguíneo circulante 
(hipovolemia). Outras alterações da irrigação cerebral ocorrem nos distúrbios metabólicos, como a 
hipoglicemia, ou refletem uma disfunção cerebral, como na síndrome do seio carotídeo. A maior parte 
das crises de desmaio (crises vasovagais ou síncope vasodepressiva) ocorre quando o indivíduo 
está de pé, e são acompanhadas de queda da pressão arterial. 
 
Deste modo, podem-se agrupar as causas de desmaio em “cardíacas” e “extracardíacas”: 
 
 Causas cardíacas (diminuição do fluxo 
sanguíneo cerebral): 
 
• Arritmias e distúrbios da condução 
 
∘ Bradiarritmias (bloqueio atrioventricular) 
 
∘ Taquiarritmias (taquicardia paroxística) 
 
• Diminuição do débito cardíaco 
 
∘ Insuficiência cardíaca aguda (infarto agudo 
do miocárdio) 
 
∘ Obstrução do fluxo sanguíneo pulmonar 
 
∘ Tetralogia de Fallot 
 
∘ Hipertensão pulmonar primária 
 
∘ Estenose pulmonar 
 
∘ Embolia pulmonar 
 
• Regulação vasomotora anormal 
 
∘ Estenose aórtica 
 
∘ Hipotensão postural ou ortostática 
 
• Diminuição mecânica do retorno venoso 
 
∘ Mixoma atrial 
 
∘ Trombose de prótese valvar cardíaca 
 
• Hipovolemia aguda 
 
■ Causas extracardíacas 
 
• Metabólicas 
 
∘ Hipoglicemia 
 
∘ Alcalose respiratória por hiperventilação 
 
∘ Hipóxia 
 
• Síncope neurogênica 
 
∘ Síndrome do seio carotídeo 
 
∘ Síncope vasovagal 
 
∘ Síncope da “micção” 
 
∘ Neuralgia glossofaríngea 
 
∘ Epilepsia 
 
• Obstruções “extracardíacas” do fluxo de 
sangue 
 
∘ Aterosclerose cerebral e de vasos da crossa 
da aorta 
 
∘ Reflexo da tosse 
 
∘ Compressão torácica 
 
∘ Tamponamento cardíaco 
 
∘ Manobra de Valsalva 
 
•Psicogênica.
 
A investigação diagnóstica em paciente que sofreu um desmaio compreende a análise do episódio 
em si – tempo de duração, ocorrência ou não de convulsão, incontinência fecal ou urinária, 
mordedura da língua, sudorese e palidez –, bem como eventuais sintomas precedendo-o e 
manifestações surgidas após a recuperação da consciência. É necessário também investigar as 
condições gerais do doente, o tempo decorrido desde a última alimentação, o grau de tensão 
emocional, a posição do corpo, a atitude do indivíduo no momento da crise, a execução de esforço 
físico ou mudança súbita na posição do corpo, a temperatura ambiente, a ocorrência doença recente 
ou prévia (Quadro 47.6). 
 
Dentre as eventualidades que podem preceder o desmaio, destacam-se: irregularidades do ritmo 
cardíaco, dor anginosa, auras, paresias, parestesias, incoordenação, vertigem ou movimentos 
involuntários. 
 
Na maioria das vezes, o episódio sincopal se inicia com sensação de fraqueza, tonturas, sudorese e 
palidez; outras vezes, ocorre subitamente sem manifestações prodrômicas. 
 
Na síncope,a pressão arterial cai rápida e intensamente, a frequência cardíaca diminui e a 
respiração torna-se irregular. 
 
No período pós-sincopal, pode haver confusão mental, cefaleia, tonturas e mal-estar, mas o paciente 
pode voltar a si sem sentir praticamente nada. 
 
Inspeção e palpação do precórdio: 
 
Ambiente iluminado, face anterior do tórax e região epigástrica descobertas 
Paciente em decúbito dorsal com cabeceira pouco elevada (30°), examinador ao lado direito do 
paciente e observa o tórax em 2 incidências (tangencial e frontal). 
-Morfologia da face anterior do tórax 
-Pesquisar presença de deformidade 
-Avaliar movimentos. 
 
Palpação do impulso cardíaco apical (ICA) ou ictus cordis: utilizando a face palmar da mão sobre a 
região precordial 
Avaliar: movimentos, choques valvares, frêmitos. 
Verificar amplitude, intensidade, duração, localização e tempo de ocorrência em relação ao ciclo 
cardíaco. 
 
ICA ou ictus cordis normal: 
- localização: 4o-5o espaço intercostal, 10cm da linha média esternal, linha hemiclavicular 
- extensão: 2cm duração: terço inicial da sístole 
- amplitude: pequena (não eleva a ponta do dedo que palpa nem oferece resistência) 
- mobilidade: 2-3cm para esquerda (se paciente em DLE) 
 
Ictus cordis invisível e impalpável; enfisema pulmonar, obesidade, grandes mamas, musculatura 
muito desenvolvida. 
COMORBIDADES ASSOCIADAS: se deslocado indica dilatação e/ou hipertrofia de VE – 
HAS e insuficiência aórtica. 
ACHADO CLÁSSICO: ictus cordis deslocado p/ 6o espaço intercostal e com caráter 
propulsivo – HAS com comprometimento ventricular 
 
● Palpação de vibrações de maior frequência e intensidade e de curta duração – 
crianças, jovens e pessoas magras 
● Região apical com paciente em decúbito lateral esquerdo em apnéia pós-expiratória 
– B1 
● Paciente em decúbito dorsal com tronco pouco elevado em apnéia pós-expiratória – 
B2 
 
Frêmitos – sensação tátil das vibrações produzidas no coração ou nos vasos 
Frêmitos == alteração na ausculta == sopro 
Identificar localização, situação do ciclo cardíaco e intensidade 
Avaliar em cruzes ++++/IV 
 
Ausculta Cardíaca: 
 
● Auscultar todos os focos 
● Paciente sentado, DD e DLE 
● Observar bulhas cardíacas, ritmo, frequência, cliques ou estalidos, sopros, ruídos de 
pericardite e atrito pericárdico. 
● Ligeira flexão do tronco (focos da base). 
● Muller: inspiração forçada com a glote fechada. 
● Valsalva: expiração forçada com a glote fechada. 
● Rivero-Carvalho: paciente em decúbito e estetoscópio no foco tricúspide, deve realizar uma 
inspiração profunda, nesse momento iremos auscultar atentamente o sopro dele. 
 
Focos apicais: 
-Foco mitral- 5º espaço intercostal esquerdo, linha hemiclavicular 
-Foco tricúspide- base do apêndice xifoide, ligeiramente à esquerda. 
 
Focos da base: 
-Foco aórtico- 2º espaço intercostal direito, junto ao esterno 
-Foco aórtico acessório- 3º espaço intercostal esquerdo, próximo ao 
esterno 
-Foco pulmonar- 2º espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno. 
 
Durante o fechamento das válvulas atrioventriculares (mitral e tricúspide), ocorre um som 
grave, denominado de primeira bulha cardíaca (B1) e, durante o fechamento das válvulas 
semilunares, ocorre a segunda bulha cardíaca (B2). 
 
Enquanto B1 marca o início da sístole, B2 marca o início da diástole. O tempo entre B1 e B2 
(sístole) é mais curto do que o tempo entre B2 e a próxima B1 (diástole), devido ao fato da 
diástole ser mais longa do que a sístole. 
 
 
 
Ausculta cardíaca variações: 
 
 
 
 
 
 
Ausculta cardíaca - Ruídos cardíacos adicionais: 
 
● B3: é provocada pela distensão da parede ventricular, durante o início do enchimento 
diastólico (fase de enchimento rápido) 
● Tem baixa frequência - “TUM- TA- TA” 
● Pode ser audível no ápice do coração (VE) ou na região subxifoide (VD) e aumenta durante a 
inspiração (manobra de Rivero-Carvalho) 
● Perceptível nos focos mitral, tricúspide, aórtico acessório 
● Fisiológico: em crianças, em adolescentes, em gestantes, em atletas de corridas e em 
síndromes hiperdinâmicas (febre, anemia, tireotoxicose) 
● Patológico: sobrecarga de volume (insuficiência mitral, insuficiência aórtica, CIV, CIA ou 
cardiomiopatia dilatada, restritiva e hipertrófica 
● B4: é uma bulha pré-sistólica, que ocorre pelo aumento na contração atrial 
● Tem baixa frequência que ocorre antes da primeira bulha – “TRUM-TA” 
● É melhor audível no ápice (VE) e na região subxifoide e mais intensa na inspiração (manobra 
de Rivero-Carvalho) se for de VD 
● HAS ou pulmonar, na estenose aórtica ou pulmonar, na miocardiopatia hipertrófica e, no IAM 
 
Ausculta cardíaca – Ritmo cardíaco 
 
● Normal: em dois tempos ou binário - “tum-tá-tum-tá”. 
● Ritmo de galope: é a sequência de três sons – B1 + B2 + um som extra que geralmente é a 
intensificação da terceira ou da quarta ou de ambas 
● -Indica falha cardíaca e miocardiopatia avançada 
● - É representado por PA-TA-TA 
 
Ausculta cardíaca - Cliques e Estalidos 
● São sons agudos e de curta duração 
● Cliques ocorrem na sístole – estão relacionados valva aórtica e pulmonar – estenose aórtica, 
HAS, dilatação da aorta, estenose pulmonar, hipertensão pulmonar, dilatação da A. pulmonar 
● Estalidos na diástole – abertura das valvas atrioventriculares – estenose valva mitral e 
tricúspide 
 
Ausculta cardíaca – Sopros cardíacos 
 
● São vibrações devido a alterações do fluxo sanguíneo, que deixam de ser laminar e se 
tornam turbilhonar 
● Podem surgir nas seguintes situações: 
-aumento da velocidade da corrente sanguínea (exercício físico, hipertireoidismo, febre) 
- diminuição da viscosidade sanguínea (anemia) 
- passagem do sangue por uma passagem estreita (estenoses) 
- passagem do sangue por zona dilatada (aneurismas) 
 
● Situação do sopro no ciclo cardíaco: sistólico, diastólico, sistodiastólicos ou contínuos 
● Localização: qual foco de ausculta o sopro é mais audível 
● Irradiação: deslocar o estetoscópio em várias direções para identificar irradiação 
● Intensidade: avaliação subjetiva, feita em graduação (+/4+) 
● Timbre e tonalidade: “qualidade do sopro”; pode ser suave, rude, musical, em jato, piante, 
ruflar 
 
 
 
 
 
Ausculta cardíaca - Atrito pericárdico: 
 
● Ocorre devido ao roçar entre os folhetos pericárdicos 
● É um ruído perceptível na sístole e na diástole, sem relação com as bulhas cardíacas 
● É mais audível entre o ictus e a borda esternal esquerda. 
 
 
Sistema Digestório 
Sistema gastrointestinal 
 
 
Hemorragia digestiva 
Diarreia 
Constipação intestinal 
Dor abdominal 
Icterícia 
Ascite 
 
● Crianças = defeitos congênitos e as anomalias do desenvolvimento. 
● A doença celíaca e a linfangiectasia intestinal primária: podem aparecer aos 2 ou 3 anos de 
idade, mas podem ser diagnosticadas na vida adulta. 
● Manifestações isquêmicas do intestino delgado (consequentes à aterosclerose da artéria 
mesentérica)= após a sexta década de vida. 
 
Considerar: 
● Sexo; 
● Antecedentes pessoais; destacam-se os dados sobre a evolução pôndero-estatural na 
infância e na adolescência e sobre o desenvolvimento puberal.Deficiência do 
desenvolvimento somático, intelectual ou da maturação sexual pode sugerir doença crônica 
instalada desde a infância ou adolescência. 
 
● Durante a anamnese e o exame físico, deve-se atentar para os aspectos emocionais. Os 
pacientes com evidentes distúrbios da esfera psíquica estão entre os que, com maior 
probabilidade, apresentam sintomas sem substrato orgânico reconhecível, como ocorre na 
síndrome do intestino irritável. 
 
 
Diarreia: Definida como aumento do teor líquido das fezes, frequentemente associado ao aumento 
do número das evacuações e do volume fecal. 
 
Obs: deve-se certificar da existência da diarreia: 
 
➔ O aumento do teor de líquido das fezes pode não provocar mudanças exuberantes 
ou ser tão gradual que passa despercebidoao paciente. 
➔ Há condições nas quais ocorre o aumento do número das dejeções sem que haja 
aumento do teor de líquido ou do volume fecal. 
Mecanismo de diarreia: 
 
Diarreia osmótica: O acúmulo de substâncias não absorvíveis no intestino 
delgado > retardo da absorção de água e eletrólitos . Aparece quando há defeito na 
digestão ou na absorção de nutrientes. Ex: síndrome de má absorção, deficiência das 
dissacaridases (lactase, frutase ou sacarase) ou na ingesta de nutrientes mal 
absorvidos, como magnésio, manitol, sorbitol. 
 
Diarreia secretora: Ocorre mais comumente quando há estímulos à síntese de 
monofosfato de adenosina (AMP) cíclico intracelular, por ação de enterotoxinas 
bacterianas (Vibrio cholerae, Escherichia coli) e por alguns medicamentos (teofilina, 
prostaglandinas). Pode ocorrer ainda por ação hormonal, como nos tumores 
neuroendócrinos produtores de serotonina ou peptídio vasointestinal ativo 
(VIP).Aumento da secreção de água e eletrólitos pela mucosa intestinal 
 
Diarreia exsudativa: Ocorre quando o revestimento do intestino grosso se inflama, 
apresenta ulceração ou se congestiona e libera proteínas, sangue, muco e outros 
líquidos, aumentando o volume e o conteúdo líquido das fezes. Obs: Alterações 
inflamatórias, neoplásicas ou isquêmicas na mucosa intestinal. 
 
Diarréia motora: Este mecanismo ocorre quando há uma alteração capaz de 
modificar o padrão normal do trânsito no intestino delgado. São exemplos o 
hipertireoidismo e a diarreia funcional. 
 
Obs: Não confundir: 
Diarreia paradoxal (ocorre especialmente em idosos, em que pequenas porções de 
fezes líquidas extravasam ao redor de um fecaloma). 
Incontinência fecal (incapacidade de controlar a eliminação de fezes). 
 
● Agudas: Duram menos de 14 dias (e tendem a ter etiologia bacteriana, viral, alérgica ou por 
toxina) 
● Crônicas: Duram mais que 1 mês (tendem a ser não infecciosas). 
● Subagudas : entre 15 e 30 dias. 
 
Características semiológicas da diarreia: 
● Dejeções costumam ser volumosas e amolecidas, quando não francamente líquidas ou 
semilíquidas. 
● As fezes, que podem estar mais claras, brilhantes, leves e espumosas. 
● Muitas vezes são precedidas de cólicas abdominais, de localização periumbilical, ou de dor 
difusa, a qual predomina no hemiabdome direito 
● Restos não digeríveis são inespecíficos (como milho, feijão, grão-de-bico) e nada mais 
indicam do que a liquefação das fezes 
● Reconhecimento de restos de alimentos normalmente digeríveis (como arroz, batata) é uma 
forte evidência a favor de distúrbios na digestão, levantando sempre a possibilidade de 
acometimento do intestino delgado. 
● A presença de sangue sugere etiologia inflamatória, assim como a presença de pus. 
● Dejeções líquidas, sem características invasivas ou aspecto de esteatorreia sugerem 
etiologia secretora ou osmótica, sendo que a segunda melhora com jejum e a primeira, não. 
 
Esteatorreia: É definida como o aumento da quantidade de gordura excretada 
nas fezes. Manifestações associadas: estados de má absorção que resultam em 
esteatorreia frequentemente se manifestam por astenia, fadiga e perda de peso. A hiperfagia 
constitui importante mecanismo de compensação. 
Como a absorção das vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D, E e K) depende da 
eficiência dos processos de digestão e absorção das gorduras, na esteatorreia de longa 
duração costumam surgir sinais e sintomas indicativos dessas carências, ou seja, 
hiperqueratose cutânea e cegueira noturna (vitamina A), doença óssea (vitamina D) e 
distúrbios hemorrágicos (vitamina K) 
 
Dor abdominal: Sintoma comum das doenças do intestino delgado. 
 
 
Localização e irradiação da dor originada no intestino delgado. O 
comprometimento do jejuno proximal provoca dor periumbilical (A-
1). Quando há comprometimento de segmentos mais distais, ela 
pode ser sentida mais abaixo, entre a cicatriz umbilical e o 
hipogástrio (A-2). O comprometimento do íleo terminal pode 
provocar dor localizada no quadrante inferior direito (A-3). Quando 
se deve à inflamação do peritônio adjacente ao íleo terminal, a dor 
pode irradiar-se para a fossa ilíaca e para a raiz da coxa direita 
(B-1). A distensão do intestino delgado pode provocar dor 
irradiada para o dorso (B-2). 
 
 
● OBS: A dor visceral, originada da distensão ou da 
contração das paredes musculares do intestino, costuma ser 
descrita como tendo caráter de “distensão” ou “torção”. 
● Quando há alterações inflamatórias, congestivas ou 
isquêmicas, é possível que se apliquem as designações 
“constrição” ou “peso”. 
● Quando a dor é gerada exclusiva ou predominantemente em segmentos do intestino, o 
paciente tende a movimentar-se intensamente, à procura de posições mais confortáveis, 
fletindo o tronco ou comprimindo o abdome com as mãos. 
● Quando a dor provém de inflamação do peritônio, o paciente tende a ficar imóvel e quieto, 
pois os movimentos de flexão do tronco ou a compressão do abdome com as mãos 
costumam piorar a dor. 
 
Distensão abdominal, flatulência e dispepsia: Em grande número de doenças do intestino 
delgado, em especial nas associadas à má absorção, pode ocorrer um conjunto de sintomas 
indicativos de repleção abdominal, provocados por aumento do conteúdo gasoso do tubo digestivo. 
 
Hemorragia digestiva: Em geral, o sangramento de intestino delgado exterioriza-se como melena, 
pois há tempo para a digestão do sangue se o local do sangramento estiver entre o ângulo de Treitz 
e a válvula ileocecal. Quase sempre o sangramento no intestino delgado provoca aumento do teor 
líquido das fezes. Daí ser comum a associação de melena com amolecimento das fezes e aumento 
do número de evacuações ou com diarreia exuberante. 
Menos comumente, a hemorragia no intestino delgado expressa-se por enterorragia, isto é, 
eliminação de sangue vivo pelo ânus. Para que tal fato ocorra, é necessário haver uma das seguintes 
condições: local de sangramento próximo à válvula ileocecal, perda sanguínea rápida e volumosa e 
existência de fatores que acelerem a velocidade do trânsito intestinal. 
 
Perda de peso. A perda de peso é uma alteração comum nas doenças do intestino delgado, estando 
relacionada com alimentação deficiente, má absorção ou aumento do consumo metabólico. 
 
Constipação: 
Características: Pcts que apresentam 2 ou mais sintomas a mais de 12 semanas = esforço 
aumentado fezes endurecidas, sensação de evacuação incompleta, sensação de obstrução e 
bloqueio anorretal, manobras digitais para facilitar a evacuação – Critérios de Roma II 
 
Sinais: sangramento, mudança do calibre das fezes, inicio súbito, necessidade de assistência manual 
à evacuação, dor abdominal ou anal. 
 
Pode ocorrer em decorrência de: doenças que envolvem o sistema nervoso (tripanossomíase, 
disautonomia), dificuldade da transmissão de estímulos (distúrbios hidroeletrolíticos, distúrbios 
endócrino metabólicos ou miopatías), uso de drogas, ou alterações dietéticas. 
 
Alteração funcional da dinâmica da evacuação: contração paradoxal do musculo puborretal, anismo 
ou dissinergia. 
 
Anamnese 
 
Identificação: 
Idade do paciente e idade que iniciou o sintoma; sexo do paciente 
HMA: a forma de inicio, duração, modificação no comportamento ou rotina 
diária 
HPP: doenças crônicas, cirurgias e medicações em uso 
HF: pólipos ou neoplasias 
HPS: abuso sexual na infância, estado emocional 
 
Icterícia: 
É a cor amarelada na pele e mucosas causado pelo aumento da bilirrubina sérica 
acima dos valores normais. 
O mais importante é estabelecer a etiologia (quadros benignos, malignos, genéticos). 
Sintomas associados: 
- Prurido 
- Colúria 
- Acolia fecal 
- Dor em hipocôndrio direito 
- Perda de peso 
- Náusea e vomito 
- Xantomas e Xantelasmas 
 
Ascite: 
 
● Presença de derrame líquido na cavidade peritoneal 
● Não é doença, mas uma manifestação ou complicação comum 
● A doença maisassociada com ascite é a cirrose hepática 
● Diagnóstico: anamnese e exame físico, além da análise do líquido 
● ascítico (paracentese abdominal no quadrante inferior esquerdo) 
 
- Abdome em avental: pct fica em pé e o abdome cai sobre as regiões crurais. 
- Abdome de batráquio: abdome largo nos flancos em consequência da ascite. 
- Pcts apresentam lordose lombar, a fim de manter equilíbrio. 
- Sinal do piparote (sinal de onde): ascite > de 5 L. 
- Percussão: ascite apresenta som maciço. Sinal de Skoda (delimitação da ascite) 
Sistema geniturinário 
 
Distúrbios miccionais: 
 
- Disúria (micção acompanhada de dor, causada por inflamação em decorrência de 
infecção urinária, processos obstrutivos ou inflamatórios da bexiga e/ou da uretra) 
- Hematúria (presença de sangue na urina, podendo estar relacionado a infecções do trato urinário; 
prostatite; cálculos urinários (em adultos)) 
- Polaciúria (aumento da frequência das micções) 
- Poliúria (aumento do volume urinário) 
- Oligúria (aumento do volume urinário) 
- Anúria (ausência total de urina) 
- Urgência (desejo forte, súbito de urinar) 
 
- Esforço (dificuldade no esvaziamento vesical de natureza inflamatória, 
neurogênica, infecciosa ou, mais comumente, obstrutiva) 
- Alteração do jato (força e/ou calibre) 
- Retenção urinária (incapacidade de eliminar a urina acumulada na bexiga) 
- Incontinência (perda involuntária de urina) 
- Nictúria (micção noturna) 
- Paraurese (incapacidade de urinar diante de pessoas ou em ambientes estranhos) 
- Enurese (micção involuntária, inconsciente, relacionado a fatores 
neuropsicogênicos) 
 
Alterações das características da urina: 
 
- Turbidez ( turva- presença de cristais de fosfato ou leucócitos em suspensão) 
- Coloração: alimentos (beterraba e anilinas), medicamentos (ampicilina, rifampicina e antissépticos 
urinários- Pyridium; Urovit) e produtos do metabolismo normal (pigmentos biliares) 
- Espuma (suspeita de proteinúria) 
 
 
 
Sinais de alerta: 
• Febre 
• Dor no flanco 
• Paciente imunocomprometido 
• Episódios recorrentes (incluindo infecções frequentes na infância) 
• Alteração conhecida do trato urinário 
• Sexo masculino 
 
Malformações genitunirárias 
- Masculinas: 
Hipospádia: alteração na formação do canal da uretra, levando a uma abertura do orifício uretral em 
uma posição anômala. 
 
Fimose: excesso de pele que recobre o pênis dificultando aexposição da glande 
Hérnia inguinal e hidrocele: defeito congênito: o não fechamento do canal inguinal 
Criptorquidia: ausência do testículo na bolsa escrotal 
 
Malformações geniturinárias 
- Femininas 
Imperfuração himenal: é quando não ocorre a perfuração do hímen e a vulva fica sem o orifício de 
saída para as secreções vaginais, uterinas e do fluxo menstrual. 
Genitália ambígua: ocorre quando os órgãos sexuais não são bem formados ou não são claramente 
masculinos ou femininos 
 
Sinais e sintomas comuns na Ginecologia 
 
- Corrimentos e secreções vaginais 
- Distúrbios de ciclo menstrual: amenorréia, menorragia, metrorragia, 
hipermenorréia, hipomenorreia 
- Dismenorréia 
- Sinusorragia 
- Dispareunia 
 
Exame Físico 
Sistema Respiratório 
Manifestações Clínicas Pulmonares: 
 
1º (originam na própria estrutura do órgão): tosse, expectoração, hemoptise, chieira torácica, dor 
torácica, dispnéia e cianose. 
● Manifestações das vias aéreas: tosse (fenômeno reflexo), hemoptise, expectoração 
(hipersecreção), chieira torácica (obstrução brônquica) 
● Manifestações pleurais: dor torácica 
● Manifestações funcionais: dispnéia, cianose 
 
2º (não envolvem exclusivamente doenças pulmonares): febre, astenia, anorexia. 
 
Manifestações mediastinais: acontecem pela relação de contiguidade entre pulmões e mediastino. 
Manifestações extratorácicas: apresentam relação causa e efeito. Ex: hipocratismo digital. 
 
 
 
Tórax anterior: 
Linhas Horizontais: 
Primeira na 3ª articulação condroesternal. 
Segunda na 6ª articulação condroesternal. 
 
Regiões: 
1. Esternal 
2. Supra-esternal 
3. Supra-clavicular 
4. Infraclavicular 
5. Mamária 
6. Inframamária 
 
 
 
 
 
 
 
Tórax lateral: 
Linhas Verticais: axilar anterior, axilar medial., axilar 
posterior 
Linha Horizontal: ao nível da 6ª articulação condroesternal 
Regiões: 
7. Região Axilar 
8. Região infra-axilar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tórax posterior: 
Linhas verticais: linha vertebral e linhas escapular direita e esquerda 
Linhas horizontais: ao nível da borda superior e outra inferior da 
escápula 
Regiões: 
9. Região Supra-escapular 
10. Escapular 
11. Interescapulovertebral 
12. Infra-escapular 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Formas do tórax: 
 
● Tórax globoso: DPOC,asma brônquica e bronquiectasias difusas. 
● Tórax em peito de pomba (proeminência anterior do esterno). 
● Tórax em peito escavado. 
● Cifoescoliose torácica. 
 
Volume do tórax: 
● atelectasia: perda de volume devido a retirada de ar dos alvéolos. 
● consolidação dos espaços aéreos: o ar dos alvéolos é substituído por outro fluido que não é 
gasoso. 
● Fibrose cicatricial: causa rigidez do pulmão, dificultando sua distensão. 
● Derrame pleural ou pneumotórax: o espaço pleural torna-se de volume aumentado. 
● Hérnia diafragmática: invasão do conteúdo abdominal para a cavidade torácica, existirá 
desvio do mediastino para o lado oposto ao hemitórax comprometido. 
 
Ausculta pulmonar 
 
● Avaliação do funcionamento pulmonar 
● Ambiente silencioso, paciente confortável e tórax despido 
● O paciente deve realizar inspiração profunda e pausada, com a boca entreaberta e 
preferencialmente sem produção de ruídos 
● É realizada com o diafragma do estetoscópio, de forma simétrica nas faces posterior, laterais 
e anterior do tórax. 
 
Classificação dos Sons: 
● Classificação dos sons pleuropulmonares normais: 
 
Som traqueal: região de projeção da traqueia, no pescoço e região esternal. 
 
Som brônquico: na zona de projeção dos brônquios de maior calibre, localizado na face 
anterior do tórax, próximo ao esterno. 
 
Som broncovesicular: “mistura” do som brônquico com murmúrio vesicular, auscultado na 
região esternal superior, interescapulovertebral superior e no nível da terceira e quarta 
vértebras dorsais. 
 
Murmúrio vesicular: são os ruídos respiratórios ouvidos na maior parte do tórax, causados 
pela turbulência do ar circulante ao chocar-se contra as saliências das bifurcações 
brônquicas, ao passar por cavidades de tamanhos diferentes: 
 
- presença de ar (pneumotórax), 
- líquido (derrame pleural) 
- tecido sólido na cavidade pleural (espessamento 
pleural) 
- enfisema pulmonar, dor torácica 
- obstrução das vias aéreas superiores (espasmo ou 
edema de glote, obstrução da traqueia) 
- oclusão parcial ou total de brônquios ou bronquíolos 
 
 
Classificação dos sons pleuropulmonares anormais: 
 
Descontínuos: estertores finos e grossos - são ruídos na ins ou expiração, que sobrepõe aos 
sons respiratórios normais. 
Estertores finos - PNM e congestão pulmonar 
Estertores grossos - bronquite crônica e bronquiectasias 
Contínuos: roncos, sibilos e estridor: 
Devido a vibrações das paredes brônquicas e do conteúdo gasoso quando há 
estreitamento - espasmo, edema da parede ou secreção - asma brônquica, 
bronquites, bronquiectasias e obstruções localizadas.

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