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PSICOLOGIA SOCIAL DO TRABALHO AULA 03 – Trabalho como categoria ontológica • Trabalho e a ontologia do ser social; • O trabalho é um marco constitutivo que marca o sujeito em sociedade, está na base da socialidade dos homens; *** DIVERSAS ACEPÇÕES DE TRABALHO • Do senso comum a objeto científico; • Síntese complexa (Elias); • Antropo-Histórica. • A noção de trabalho não desaparece, mas ela vai sofrendo transformações ao passar do tempo que vai dando novos aspectos para a organização desse trabalho. Em momento nenhum a gente consegue fazer desaparecer o processo acumulado do trabalho na história da humanidade. CATEGORIA TRABALHO • Extrativismo e nomadismo; o Recursos ias se saturando e os seres humanos tinham que partir para outro território para buscar alimentos e assentamento; o Trabalho eminentemente extrativista; o A partir do momento que o homem passou a se fixar, o homem começou a desenvolver o processo de agricultura. • Acumulação-excedente e fixação. o Mulheres, por estarem grávidas, tinham mais necessidade de estar no território; o Começou, a partir desse período, o processo de acumulação. TRABALHO • Proposta genérica – constitutivo do sujeito; • Proposta econômica – meio de produção; • Proposta sociológica – divisão social do trabalho; • Proposta psicológica – produção de subjetividade. PROPOSIÇÃO DE MARX • Trabalho como processo de interação entre o homem e a natureza, por meio da qual através de sua ação, o homem media, regula e controla o metabolismo com a natureza. • Trabalho vs Emprego: Emprego se encaixa na lógica capitalista pelo processo de alienação do processo produtivo. É uma série de direitos e deveres que situam o indivíduo socialmente. Legislação do emprego garante direitos, não a categoria do trabalho. • Trabalhos informais não são empregos, pois empregos pressupõem regulamentação. Aumento de atividade remunerada informal é caracterizado como aumento do trabalho e não do emprego. • Todo emprego é trabalho, mas nem todo trabalho é emprego. • Estamos na sociedade do fim do emprego e não do fim do trabalho, pois o trabalho é importante. DIALÉTICA NATUREZA X HOMEM • Por meio de sua ação sobre a natureza, mesmo através de sua corporeidade, ele ao tentar atuar sobre ela tentando modifica-la com fins de uso, se vê, ele também, modificando. PLANEJAMENTO E ANTECIPAÇÃO • Quatro ações do trabalho: 1. Inserção na natureza pautada na antecipação na consciência do resultado do trabalho. • Aranha executa ações semelhantes à do tecelão, e a abelha pode ser mais precisa que o arquiteto ao construir sua colmeia. • Mesmo o pior arquiteto ante a abelha, no entanto, é capaz de antecipar sua construção no pensamento antes de formulá-lo com a cera produzida pelo mel. • O final do processo de trabalho, quando ele é antecipado, ele cria uma categoria nova, a do trabalhador. • Novas ferramentas que vão desde ao desenvolvimento evolutivo, como o desenvolvimento de ferramentas para aumentar a capacidade de intervenção sobre a realidade. TRABALHO EM SEUS ELEMENTOS SIMPLES E ONTOLÓGICOS • É uma atividade voltada a produzir valores de uso, a partir da interação com a natureza, visando a satisfação das necessidades humanas. • É o metabolismo entre a natureza e o homem. • Condição perene da vida humana. SEGUNDO MARX... • O que diferencia os seres humanos de outros animais é a capacidade de produzir seus meios de vida. SINTESE DO TRABALHO COMO ONTOLOGIA • O Trabalho • Modelo atual: reprodução atual antes de qualquer reprodução social. • “O trabalho é a categoria fundante do mundo dos homens, pois atende à necessidade de produzir os meios de subsistência e de produção que são necessários para reprodução dos homens. Assim, o trabalho estará presente em qualquer sociedade, porém, o que vai alterar não e a base ontológica do trabalho, mas a forma que se configura em cada sociedade ao longo da história. No modo de produção capitalista, este trabalho assume a forma de trabalho abstrato, cuja finalidade é reprodução do capital antes de garantir a reprodução dos próprios homens.” MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA • Nós que não somos capitalistas, vendemos nossas forças de trabalho. O que dá sentido ao capitalista é a remuneração do capital e não o atendimento às necessidades humanas. Mais valia: diferença que ele vai remunerar ao trabalhador e o valor produzido pelo trabalho do trabalhador. • O trabalhador ter consciência que o que é pago para ele é aquém ao valor que ele produz para o capital (conscientização). O valor de troca soma ao valor de uso a ideia do lucro. • O capitalista jamais vai querer valorizar o trabalho. Retirar leis trabalhistas para aumentar a remuneração é ilógica. • Relação estado x capital x trabalho. O estado devia vir como mediador da exploração do trabalho pelo capital. Essa mediação é atacada pelo sistema neoliberal. Tentativa de substituir o trabalho vivo (mão de obra humana) pelo trabalho morto (maquinas, TI, ...). • Para o capital atuar de forma tranquila, ele precisa diminuir o poder do Estado que tem o papel de mediar as relações dele com o trabalhador. • “A produção capitalista não é apenas produção de mercadorias, é essencialmente produção de mais-valia. O trabalhador produz não para si, mas para o capital. Não basta, portanto, que o produza em geral. Ele tem de produzir mais-valia. Apenas é produtivo o trabalhador que produz mais-valia para o capitalista ou serve à autovalorização do capital” (Marx 1985: 105). PARA ALÉM DO TRABALHO ÚTIL E CONCRETO • Incentivo do neoliberalismo: ser autônomo e dono do próprio negócio. MEIs e pequenos produtores são incapazes. Empreendedor é um termo perverso. Auto responsabilizar o sujeito para culpabilizar ele mesmo caso falhe no processo de acumulo de capital. • Desalentado é o desempregado que desistiu de procurar emprego e não são contabilizados nos índices de desemprego. • Trabalhadores produtores de mais valia improdutiva. • No texto há uma afirmação fundamental defendida por Marx acerca da dupla determinação do trabalho. Além do trabalho útil e concreto voltado ao atendimento das necessidades humanas há o trabalho abstrato, próprio da sociedade capitalista e voltado ao valor de troca, destinado a acumulação e reprodução do capital. ASSALARIAMENTO E SOCIEDADE SALARIAL • De acordo com Lessa e Tonet (2012: 42-43), “trabalhadores são todos os indivíduos que são obrigados a vender sua força de trabalho em troca de salário”. Então, a condição de assalariamento, define o conjunto de trabalhadores, mas dentro destes existem diferenciações: a) proletários são os trabalhadores produtivos que atuam no intercâmbio orgânico com a natureza, seu objeto de trabalho é a natureza, ou a natureza “já” transformada em matéria- prima; b) assalariados (Professor, Assistente Social, Advogado, entre tantos outros) em que não ocorre o intercâmbio orgânico com a natureza, pois atuam na consciência de outros homens.
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