Buscar

Fisiologia das Glândulas Adrenais - Sistema endócrino

Prévia do material em texto

Fisiologia
Fisiologia das Glândulas Adrenais
Sistema endócrino-reprodutor
Introdução
As glândulas adrenais também chamadas de
suprarrenais, se encontram nos pólos superiores
dos rins, cada glândula consiste em um córtex
amarelado que 80 a 90% da mesma, e uma
medula avermelhada que corresponde de 10 a
20% da glândula adrenal.
O córtex tem origem mesodérmica e produz
hormônios esteróides, já a medula tem origem
neuroectodérmica e produz as catecolaminas.
↪ Zonas do córtex da adrenal-
- Zona glomerulosa: suas células se
agregam em uma disposição semelhante
a de um glomérulo, ou seja, um pequena
esfera, essas células possuem
quantidades moderadas de gotículas de
lipídios e produzem o hormônio
aldosterona;
- Zona fasciculada: é formada por células
cubóide dispostas em cordões
longitudinais e separadas por capilares
fenestrados que apresentam abundantes
gotículas lipídicas e são capazes de
produzir o hormônio cortisol;
- Zona reticulada: suas células formam uma
rede anastomosada com cordões
capilares curtos separados por capilares
fenestrados, e são capazes de produzir
andrógenos, tais como
dehidroepiandrosterona (DHEA) e
androstenediona .
Síntese de Aldosterona
É um hormônio secretado pelo córtex da adrenal
que atua como um mineralocorticóide, ou seja,
afeta a homeostase mineral aumentando a
reabsorção tubular de sódio e eleva a secreção de
potássio pelas células epiteliais tubulares renais, a
quantidade de sódio determina o volume de fluido
extracelular que por sua vez afeta a pressão
sanguínea arterial, portanto a aldosterona
desempenha um papel importante na manutenção
da pressão sanguínea.
Ancorado na membrana plasmática da célula que
está presente na zona glomerulosa do córtex da
suprarrenal, a presença de um receptor para a
angiotensina II, uma vez ligados uma via de
sinalização é ativada e as enzimas
esteroidogênicas são capazes de metabolizar o
colesterol e transformá-lo em substâncias
intermediárias, tais como pregnenolona gerando
então o hormônio aldosterona.
Síntese de Cortisol
O colesterol é um importante glico (açúcar)
corticóide (córtex)
Na membrana plasmática de uma célula localizada
no córtex da suprarrenal existe um receptor para o
hormônio ACTH, uma vez ligados uma via de
sinalização característica é ativada e o colesterol
que também é o precursor do cortisol assim como
da aldosterona e dos hormônios andrógenos, na
síntese do cortisol, o colesterol por sua vez é
metabolizado em algumas substâncias
Yana Sheila - Enfermagem (UFRJ) 3° período .
Fisiologia
intermediárias tais como a pregnenolona até que o
cortisol de fato é sintetizado.
↪ O cortisol e outros glicocorticóides têm as
seguintes funções:
- Formação de glicose: sob a estimulação
de glicocorticóides as células hepáticas
podem converter determinados
aminoácidos ou ácidos láticos em glicose,
a qual os neurônios e outras células
podem usar para a produção de ATP;
- Degradação de proteínas: os
glicocorticóides aumentam a taxa de
degradação proteica, principalmente nas
fibras musculares e desse modo
aumentam a liberação de aminoácidos na
corrente sanguínea, esses aminoácidos
podem ser usados pelas células corporais
para a síntese de novas proteínas ou para
a produção de ATP;
- Degradação dos triglicerídeos: os
glicocorticóides estimulam a degradação
dos triglicerídeos no tecido adiposo, os
ácidos graxos a ser liberados no sangue
podem ser usados para a produção de
ATP;
- Efeito anti inflamatório- os glicocorticóides
inibem os glóbulos sanguíneos brancos
que participam das respostas
inflamatórias, sendo usado muitas vezes
no tratamento de distúrbios inflamatórios
crônicos, tais como a artrite reumatoide,
além disso os glicocorticóides têm a
capacidade de detemir as respostas
imunes, assim altas doses de
glicocorticóides são prescritos para os
pacientes transplantados de órgãos, a fim
de diminuir os riscos de rejeição dos
tecidos pelo sistema imune.
Síntese de Andrógenos: DHEA e Androstenediona
Nos homens e nas mulheres o córtex da
suprarrenal produz pequenas quantidades de
andrógenos fracos, após a puberdade nos homens
os andrógenos são liberados em quantidade muito
maior pelos tecidos, assim a quantidade de
andrógenos secretada pelas suprarrenais
geralmente é baixa e possui efeitos não tão
significantes. Nas mulheres por sua vez, os
andrógenos das suprarrenais desempenham
papéis importantes contribuindo para libido que
seria o impulso sexual, e são convertidos em
estrógenos que são esteróides sexuais
feminizantes, após a menopausa quando cessa a
secreção ovariana de estrógeno, todos os
estrógenos femininos originam se da conversão de
andrógenos provenientes das suprarrenais, esses
andrógenos também estimulam o crescimento de
pelos axilares púbicos nos meninos e nas meninas,
assim como contribui para o pico de crescimento
pré-puberal.
Transporte hormonal no plasma
Uma vez que os hormônios do córtex da adrenal
são liberados, parte deles percorrem livres e a
outra parte ligado a proteína de ligação.
- Cortisol: 3 a 4% circula livre, 90% circula
ligado à globulina fixadora de
corticosteróide (CBG) e 7% ligado a
albumina;
- Aldosterona: 37% circula livre, 21% ligado
a CBG e 42% ligado a albumina;
- DHEA: 2% circula livre e 98% ligado a
albumina.
Regulação da secreção do cortisol
O hipotálamo produz o hormônio liberador de
corticotrofina (CRH) que atua na adeno-hipófise
estimulando a produção do hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH) que por sua vez cai na
corrente sanguínea e se liga aos seus receptores
específicos presentes na membrana plasmática
das células que estão na zona fasciculada do
córtex suprarrenal estimulando a produção de
cortisol, que por sua vez vai se ligar aos seus
receptores específicos presentes nas células alvo a
fim de exercer seus efeitos e em dado momento o
próprio cortisol atuará por feedback negativo
inibindo a produção de ACTH e também de CRH
desligando então o eixo.
Yana Sheila - Enfermagem (UFRJ) 3° período .
Fisiologia
Mecanismo de ação do cortisol
O receptor para o cortisol está no citosol (os
receptores hormonais podem estar na membrana
plasmática, como por exemplo, o receptor para
insulina, no interior do núcleo, como por exemplo,
o receptor para o hormônio T3), o cortisol
atravessa a membrana plasmática e se liga ao
receptor para glicocorticoide (GR) formando e
dímero e migra para o núcleo atuando em um
elemento responsivo estimulando a síntese de
determinadas proteínas como as que atuam na
gliconeogênese hepática, por exemplo.
Catecolaminas
São a adrenalina, noradrenalina e dopamina, são
produzidas e secretadas pelas células cromafins as
quais estão localizadas na medula da suprarrenal,
tais células são neurônios pós-ganglionares
simpáticos modificados, o citoplasma das células
cromafins contém grânulos densos revestidos por
membranas contendo adrenalina, noradrenalina e
uma quantidade mínima de dopamina.
A adrenalina também chamada de epinefrina é
liberada em momentos de estresse, ou seja, ela é
secretada sempre que o corpo é exposto a uma
situação de forte emoção, como se fosse um
mecanismo de defesa preparando então o corpo
para lutar ou fugir. A seguir, efeitos da adrenalina:
- Dilatação bronquiolar, aumento da troca
de CO² por O²;
- Estímulo da lipólise para liberação de
ácidos graxos livres na corrente sanguínea
e esses então sejam usados para a
produção de ATP;
- Diminuição da captação de glicose pelos
tecidos;
- Aumento da gliconeogênese e da
glicogenólise, tudo isso levando ao
aumento da circulação de glicose para
que essa seja usada como fonte de ATP;
- Diminuição da secreção de insulina e
aumento da secreção de glucagon,
contribuindo também com o aumento da
circulação de glicose no sangue;
- Aumento do débito cardíaco e da
vasodilatação das arteríolas;
- Aumento do fluxo de sangue para
músculos esqueléticos e diminui-se a
motilidade.
Yana Sheila - Enfermagem (UFRJ) 3° período .

Continue navegando