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FACULDADE DE PALMAS - FAPAL CURSO DE FISIOTERAPIA *Izorrana Pite de Melo Vieira do 7º semestre do curso de Fisioterapia– TURMA: FS7P32 – Instituto de Ensino e Pesquisa Objetivo – APS 2021/2. Direcionado a professora Leane Vieira Rodrigues para correção. AMPUTAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA NO PROCESSO DA ADAPTAÇÃO AO PACIENTE NA PROTETIZAÇÃO – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Izorrana Pite de Melo Vieira, Leane Vieira Rodrigues RESUMO A amputação define-se como a retirada do membro afetado em decorrência de um trauma ou tecido necrosado. Antigamente as amputações eram usadas para punir crimes, mas nas atualidades, a medicina é benéfica para controlar dor, remover doenças no membro afetado ou de nível traumáticos. A fisioterapia tem uma função muito importante neste aspecto, pois é um processo para adaptação do paciente à prótese buscando uma vida ‘normal’ a quem teve seu membro retirado. A partir desse momento, a prótese fará parte do paciente e é de suma importância a sua adaptação com o novo ‘corpo’. É um processo longo, o qual o paciente deve estar disposto a aceitar essa nova parte, afinal, fará parte da sua vida para sempre. A aceitação é o primeiro passo para a melhor adaptação, o que trará resultados mais rápidos e de forma mais eficiente, dando-lhe uma melhor qualidade de vida com o desenvolvimento das suas atividades motoras. O objetivo é destacar as causas que podem levar à amputação dos membros, os tipos de amputações, as dificuldades que podem ocorrer no processo inicial da reabilitação da protetização, os cuidados com o uso das próteses e a adaptação do paciente. A fisioterapia conta com recursos que podem auxiliar na redução de alguns sintomas indesejáveis e garantindo uma rápida evolução ao paciente. Com técnicas específicas para cada tipo de paciente e para cada tipo de amputação, pois para cada indivíduo deverá ser observada suas particularidades, a fim de oferecer um melhor atendimento e proporcioná-lo a melhor adaptação à sua prótese. O objetivo final da fisioterapia é que o paciente amputado possa ter uma possibilidade para retornar às suas rotinas diárias com a ajuda da prótese e tenha maior independência funcional. Descritores/palavras-chave: Amputação; Prótese, Fisioterapia; Adaptação; Independência. *Izorrana Pite de Melo Vieira do 7º semestre do curso de Fisioterapia– TURMA: FS7P32 Instituto de Ensino e Pesquisa Objetivo – APS 2021/2. Direcionado a professora Leane Vieira Rodrigues INTRODUÇÃO Com grandes avanços da medicina, a amputação com o uso seguido de próteses vem trazendo uma vida mais comum para as pessoas que teve seu membro retirado. A amputação é a retirada de um membro seja superior ou inferior e a sua retirada acontece por meio de uma cirurgia ou traumática. As principais causas das amputações acontecem por falta de vascularização, doenças ou devido a traumas ocorridos por acidentes nas diversas situações. Nos tempos antigos quando ocorria uma guerra, a amputação pode ter sido uma das primeiras cirurgias segundo algumas histórias da medicina e sua amputação ocorria sem anestesia, de forma cruel, mas com tentativas de salvar a vida desses pacientes. Também se usava a amputação como um meio de castigo e rituais. Com o tempo e a medicina avançando, hoje há uma visão diferente, pois a retirada do membro afetado é a possibilidade da pessoa voltar a assumir suas rotinas e atividades diárias e de ter uma vida totalmente normal. As próteses servem para substituir o membro que foi retirado e com a adaptação, tempo, força de vontade, aquele ‘ser estranho’ acaba se tornando um novo membro. A amputação não deve ser vista como o fim da funcionalidade de um indivíduo, e sim como uma nova fase de vida que tem como objetivo primordial manter e/ou devolver a dignidade e estado funcional do paciente (OLIVEIRA, 2009). O início para ter uma vida normal começa não fisicamente, mas primeiro deve acontecer mentalmente. Além dos desafios psicológicos, a pessoa deve seguir inúmeros cuidados com o coto, a fim de evitar a síndrome da dor fantasma que, em inúmeros casos, prejudica na adaptação as próteses ortopédicas. A mudança deve acontecer de dentro para fora e com a aceitação que a perca de um membro, mas terá outro é muito importante tanto para o paciente quanto para um trabalho mais tranquilo com o profissional que irá reabilitar. Quando se tem uma aprovação e aceitação, à medida que a reabilitação acontece grandes avanços acontecem trazendo uma rápida melhora e adaptação. Independente da causa da amputação, os fisioterapeutas têm um papel importante no programa de reabilitação. O início precoce do tratamento apropriado influencia o resultado final da reabilitação. (O’SULLIVAN,2010:1124) *Izorrana Pite de Melo Vieira do 7º semestre do curso de Fisioterapia– TURMA: FS7P32 Instituto de Ensino e Pesquisa Objetivo – APS 2021/2. Direcionado a professora Leane Vieira Rodrigues FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA CAUSAS QUE LEVAM A AMPUTAÇÃO As causas mais comuns são vasculares somados por infecções. Distúrbio vascular aonde os leucócitos não chegam às extremidades o tecido acaba necrosando por falta de vascularização. A definição de leucócitos são glóbulos brancos de defesa que atua no corpo e sua função é combater alergias, infecções, vírus, bactérias e parasitas. Outra causa comum de amputação acontecem por diabetes, amputações traumáticas devidos acidentes de trânsitos ou acidentes de trabalho, infecções generalizadas que é quando um fungo ou bactéria entra na corrente sanguínea e no mesmo contexto a falta de oxigênio nas extremidades pode também podem levar a amputação. Malformações congênitas e tumores ósseos malignos como osteossarcoma também ocorre à amputação e acometem mais em membros inferiores. Segundo o fisiatra Cezar Cavalcanti, nessa primeira fase o que deve ser tratado é o tumor para preservar a saúde do paciente e, posteriormente, através de uma equipe multidisciplinar dar todo o andamento necessário para que o paciente volte a ter uma vida normal nessa nova condição em que se encontra. NÍVEIS DE AMPUTAÇÃO DO MEMBRO SUPERIOR/INFERIOR O nível de amputação é o responsável para saber a altura exata em que a cirurgia foi ocorrida. O membro pode ser amputado em três terços, sendo: Proximal, médio e distal. De acordo com o doutor Raphael Sancinetti, o terço médio é o mais frequente nas amputações, pois possibilita maior conforto e melhor encaixe das próteses, porém, particularidades individuais precisam ser consideradas, uma vez que o tempo de adaptação protésica varia de pessoa para pessoa, logo o nível de amputação é determinado pelo médico antes de acontecer a operação. Algumas considerações devem ser levadas em conta a respeito do nível de amputação, tais como: As condições clínicas do paciente; A capacidade de reabilitação com o uso de próteses; A capacidade circulatória do tecido no nível proposto; (OLIVEIRA, 2009). Caso a intervenção seja planejada, em alguns casos, um técnico ortopédico é consultado para que se determine o nível mais favorável para se utilizar a prótese. DIFICULDADES QUE PODEM OCORRER COM O USO DE PRÓTESES *Izorrana Pite de Melo Vieira do 7º semestre do curso de Fisioterapia– TURMA: FS7P32 Instituto de Ensino e Pesquisa Objetivo – APS 2021/2. Direcionado a professora Leane Vieira Rodrigues No processo de reabilitação em pacientes amputados geralmente é confundido como somente protetização, uma vez que é importante relatar que nem todos os pacientes terão a chance de passar por esse processo (VILAGRA, 2011). Para O’Sullivan (2010) ainda no período pós-cirúrgico é aconselhável que seja feita a determinação e adequação da pessoa quepretende fazer uso de prótese. No entanto, nem todas essas pessoas independentes do desejo pessoal serão candidatos a protetização por não estarem cientes das demandas fisiológicas da deambulação com prótese. “Todo paciente que inicia tratamento fisioterapêutico visando a preparar o coto para a protetização deve ser avaliado individualmente, pois as características do coto influenciarão na duração e eficácia do tratamento” (CARVALHO, 2005). O processo de aceitação da prótese também é uma das fases importantes para a protetização, pois através dela o paciente poderá ter muitas de suas atividades de vida diária retomada. O paciente aguarda este momento ansiosamente, porém geralmente não estando preparados psicologicamente para uma possível frustração por falta de adaptação inicial (DEBASTIANI, 2005). Outro fator importante para que não ocorram dificuldades é quanto maior o membro deixado, melhor será para o paciente conseguir uma melhor deambulação. Membro cicatrizado e modelado e com nenhuma cicatriz aderida, será mais fácil de ser protetizado. É de suma importância que o paciente tenha uma participação ativa no programa de reabilitação. CUIDADOS COM O USO DA PRÓTESE O uso inadequado do uso da prótese pode trazer complicações futuras por isso, orientações devem ser iniciadas de imediato para que não ocorram problemas ao se iniciar com a protetização e o fisioterapeuta e responsáveis pelas orientações e reabilitação, pois nas primeiras tentativas de deambulação com a prótese são poucos efetivas. Outra dificuldade que ocorre é o mal enfaixamento e má fixação da prótese. Isso pode gerar impedimento para a realização da sua rotina diária e segundo (VILAGRA, 2011) pode-se dizer que acessório de suspensão é todo artifício que se usa com a finalidade de firmar a prótese ao corpo evitando instabilidades, sendo as correias, cinto supracondiliano e joelheiras esses acessórios. *Izorrana Pite de Melo Vieira do 7º semestre do curso de Fisioterapia– TURMA: FS7P32 Instituto de Ensino e Pesquisa Objetivo – APS 2021/2. Direcionado a professora Leane Vieira Rodrigues IMPORTÂNCIA DO FISIOTERAPEUTA NA ADAPTAÇÃO DO PACIENTE A PROTÉSE Nem todos os pacientes podem ser qualificados para o uso da prótese, mas aqueles que são aptos devem começar a reabilitação de imediato para obter uma rápida adaptação. A fisioterapia é muito importante para o paciente amputado, pois conta com recursos da eletroterapia e cinesioterapia os quais poderão auxiliar na redução dos sintomas mais indesejáveis e na evolução do paciente amputado, lhe garantindo independência funcional e sua reinserção à sociedade (CARVALHO, 2003). O fisioterapeuta possui a função de acompanhar o paciente em todas as fases deste procedimento, tanto na pré e pós- cirurgia quanto nas fases pré e pós protetização (MAY, 2004; PASTRE et al., 2005). May (2004) ainda afirma que o fisioterapeuta pode ser o único profissional da área que possui os conhecimentos necessários para a reabilitação protética. De início pode acontecer de o paciente relutar para não querer deambular e não aceitar sua nova realidade devido o seu emocional estar abalado, pois a perda do membro pode afetar sua autoimagem, mas o fisioterapeuta deve respeitar o espaço e limite de cada. O fisioterapeuta com uma equipe multidisciplinar tem uma função de incentivar junto com a família. Os primeiros passos para uma recuperação e facilitação com o fisioterapeuta é a aceitação. Quando se tem muita negação segundo (DEBASTIANI, 2005) o paciente pode criar um ar de insegurança, instabilidade e fracasso se o ato de andar causar desequilíbrios e quedas. Na medida em que o paciente começa passar por frustrações, dificuldades surgem durante o tratamento com a prótese tornando-se mais um peso do que mais uma ajuda para ele. À medida que o paciente começa ter contato com a prótese e aceita ajuda é muito mais fácil ter um melhor desenvolvimento produtivo, positivo e independente. O fisioterapeuta é de suma importância no período de pré- protetização, pois ensina métodos para enfaixar o coto que gera vários benefícios evitando-se futuras infecções e inflamações, exercícios de reabilitação de amputados e dessensibilização do coto. Todo esse processo se dá com o objetivo de preparar o coto para colocar a prótese. Já na fase de pós-protetização o fisioterapeuta tem o objetivo de fazer o paciente se adaptar melhor à prótese para *Izorrana Pite de Melo Vieira do 7º semestre do curso de Fisioterapia– TURMA: FS7P32 Instituto de Ensino e Pesquisa Objetivo – APS 2021/2. Direcionado a professora Leane Vieira Rodrigues ter o mais rápido quadro de melhora na reabilitação para que se obtenha mais independência. O fisioterapeuta tem um papel muito importante nessa função, pois desenvolve um quadro de exercício menos entediante com processos dinâmicos, educacional, criativos e todos com o objetivo de restaurar a sua confiança com o intuito de inseri-lo novamente a sociedade. METODOLOGIA Este estudo irá tratar de uma Revisão Bibliográfica, que compreenderá pesquisas dos últimos dez anos, nos idiomas de português. Usados artigos, pesquisas no Google, livros virtuais, revistas virtuais e sites. RESULTADOS E DISCUSSÃO Alguns autores relatam que o paciente que passou por uma amputação convive com a ambiguidade do medo, dor e angústia gerada por esta nova realidade e a necessidade de ter que se adaptar a este novo padrão de vida (OLIVEIRA, 2009). O paciente que passa pelo processo de amputação deve receber um atendimento de maneira global, visando primordialmente o retorno de sua funcionalidade, bem como sua socialização (ARAÚJO, 2008) Para contribuir na reabilitação de amputados a fisioterapia dispõe de uma gama variada de técnicas, dentre as quais podemos citar os recursos terapêuticos manuais, cinesioterapia, massoterapia, enfaixamento do coto, eletrotermofototerapia e a hidroterapia (ARAÚJO, 2008). Relacionando a qualidade de vida do paciente que passou por uma amputação e sua nova realidade quando protetizado, foi possível observar que renega sua imagem corporal, é capaz de se locomover bem. Entretanto, possui pouca energia para realizar suas atividades de vida diária devido ao seu enorme gasto energético em sua nova condição. (OLIVEIRA, 2009). CONCLUSÃO Concluí-se que para uma rápida melhora e desenvolvimento o paciente tem que aceitar sua nova condição ao uso de prótese para que o seu progresso avance dia após dia, garantindo assim uma rápida evolução e independência para se inserir novamente na sociedade com uma vida normal. REFERÊNCIAS - OLIVEIRA, Valdemar Meira de. Dissertação: Qualidade de vida dos protetizados de membros inferiores: *Izorrana Pite de Melo Vieira do 7º semestre do curso de Fisioterapia– TURMA: FS7P32 Instituto de Ensino e Pesquisa Objetivo – APS 2021/2. Direcionado a professora Leane Vieira Rodrigues Estudo retrospectivo. Brasília (DF), 2009. Disponível em: http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/104 82/9001/1/2009_ValdemarMeiradeOliveira .pdf. Acesso em 29 de Novembro de 2021. - VILAGRA, José Mohamud. Próteses Transtibiais: Itens de Conforto e Segurança. Santa Catarina, 2011. Disponível em: <http://www.themaetscientia.fag.edu.br/in dex.php/RTES/article/view/36 >. Acesso em 29 de Novembro de 2021. - DEBASTIANI, Jean Carlos. Monografia: Avaliação do equilíbrio e funcionalidade em indivíduos com amputação de membro inferior protetizados e reabilitados. Cascavel, 2005. Disponível em: < > Acesso em 29 de Novembro de 2021. - O’SULIVAN, S. B.; SCHMITZ, T. J. Fisioterapia: Avaliaçãoe Tratamento. 5. ed. São Paulo: Manole, 2004, pp. 645-672. Acesso em 29 de Novembro de 2021. - ARAÚJO, Roberta Araújo. Principais recursos fisioterapêuticos utilizados em amputados transfemorais durante a fase de pré protetização. Paraíba, 2008. Disponível em: . Acesso em 29 de Novembro de 2021. - PASTRE, C. M.; SALIONI, J. F.; OLIVEIRA, B. A. F. MICHELETTO, M.; JUNIOR, J. N. Fisioterapia e Amputação Transtibial. Arq. Ciênc. Saúde 2005 abr./jun. 12(2): pp. 120-24. Disponível em: http://www.cienciasdasaude.famerp.br/racs _ol/Vol-12-2/11.pdf - Acesso em 29 de Novembro de 2021. - MAY, B. J. Avaliação e Tratamento após amputação de membro inferior Acesso em 29 de Novembro de 2021. - ARAÚJO, R. A.; ANDRADE, P. K. F. L.; TÔRRES, B. R.. Principais Recursos Fisioterapêuticos Utilizados em Amputados Transfemorais durante a Fase de Pré Protetização. Ano (s.d.). (Monografia). Disponível em:http://www.prac.ufpb.br/anais/xenex_x ienid/xi_enid/monitoriapet/ANAIS /Area6/6CCSDFTMT05.pdf - Acesso em 30 de Novembro de 2021. - CARVALHO, F. S.; KUNZ, V. C.; DEPIERI, T. Z.; CERVELINI, R. Prevalência de amputação em membros inferiores de causa vascular: análise de prontuários Acesso em 30 de Novembro de 2021. - RESPONDE Dr: O que é a amputação. Conforpés, 2020. Disponível em: <https://blog.conforpes.com.br/dr- responde/o-que-e-amputacao/>. Acesso em 30 de Novembro de 2021. - Sem autor: Tipos de amputações: causas e níveis de amputações. Bionicenter, 2020. Disponível em: <https://bionicenter.com.br/tipos-de- amputacoes-causas-e-niveis-de- amputacao/>. Acesso em 30 de Novembro de 2021.
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