Buscar

TEXTO I - TEORIA PSICANALÍTICA - CONCEITOS BÁSICOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEORIA PSICANALÍTICA - CONCEITOS BÁSICOS 
Autor: Pr. Daniel Barbosa de Melo 
Psicanalista Clínico CRPC BA 0052/2007 
 
DETERMINISMO PSÍQUICO 
 
 Freud iniciou seu pensamento teórico assumindo que não há nenhuma 
descontinuidade na vida mental. Ele afirmou que nada ocorre ao acaso e muito menos os 
processos mentais. Defendia que há uma causa para cada pensamento, para cada memória 
revivida, sentimento ou ação. Cada evento mental é causado pela intenção consciente ou 
inconsciente e é determinado pelos fatos que o procederam. Uma vez que alguns eventos 
mentais “parecem” ocorrer espontaneamente, Freud começou a procurar e descrever os 
elos ocultos que ligavam um evento consciente a outro. A isto se pode chamar de 
determinismo psíquico. 
 
CONSCIENTE, PRÉ-CONSCIENTE E INCONSCIENTE 
 
CONSCIENTE 
 “O ponto de partida dessa investigação é um fato sem paralelo, que desafia toda 
explicação ou descrição – o fato da consciência. Não obstante, quando se fala de 
consciência, sabemos imediatamente e pela experiência mais pessoal o que se quer dizer 
com isso” (1940, livro 7, pág. 30 na ed. bras.). O consciente é apenas uma pequenina parte 
da mente, como se fosse a ponta de um iceberg. Inclui tudo do que estamos cientes num 
dado momento, é a percepção imediata da experiência. Tudo o que conseguimos lembrar 
de imediato sem forçar a mente. Embora Freud estivesse interessado nos mecanismos da 
consciência, seu interesse era muito maior com relação às áreas da consciência menos 
expostas e exploradas, que ele denominava pré-consciente e inconsciente. 
INCONSCIENTE 
 A premissa fundamental de Freud era de que há conexões entre todos os eventos 
mentais. Quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos 
pensamentos ou sentimentos que o precedem, as conexões estão no inconsciente. Uma 
vez que estes elos inconscientes são descobertos, ou seja, de alguma maneira tornam-se 
conscientes, a aparente descontinuidade parece resolvida. “Denominamos um processo 
psíquico inconsciente, cuja existência somos obrigado a supor – devido a um motivo tal 
que inferimos a partir de seus efeitos – mas do qual nada sabemos” (1933, livro 28, p. 90 
na ed. bras.). 
 No inconsciente estão elementos instintivos, que nunca foram conscientes e que 
não são acessíveis à consciência. Além disso, há material que foi excluído da consciência, 
censurado e reprimido. Esse material não é esquecido, perdido, ou deletado, mas não lhe 
é permitido ser lembrado. O pensamento ou a memória ainda afetam a consciência, mas 
apenas indiretamente. 
 Há uma vivacidade e imediatismo no material inconsciente. Memórias muito 
antigas quando liberadas à consciência, não perderam nada de sua força emocional. Estão 
ali, latentes, muito vivas. Sabe-se que os processos mentais inconscientes são em si 
mesmos “intemporais”. Isto significa que não são ordenados temporalmente, que o tempo 
de modo algum os altera, e que a idéia de tempo não lhes pode ser aplicada. 
 A maior parte da consciência é inconsciente. Ali estão os principais determinantes 
da personalidade, estão também as fontes da energia psíquica e as pulsões ou forças 
instintivas (instintos). 
PRÉ-CONSCIENTE 
 Estritamente falando, o pré-consciente é uma parte do inconsciente, mas uma parte 
que pode se tornar consciente com a evocação com certa facilidade. As porções da 
memória que são acessíveis fazem parte do pré-consciente. Estas porções da memória 
podem incluir lembranças de tudo que você fez ontem, seu segundo nome, todas as ruas 
nas quais você morou, a data da conclusão de um curso, seus alimentos prediletos, o 
cheiro do perfume do seu namorado ou marido, o seu bolo de aniversário de 15 anos, sua 
primeira namorada, sua primeira relação sexual, uma grande quantidade de outras 
experiências passadas. Você não está o dia todo, todo o dia com essas experiências na 
lembrança, mas você pode lembrá-las sem dificuldade quando quiser. O pré-consciente é 
como uma vasta área de posse das lembranças de que a consciência precisa para 
desempenhar suas funções. 
 
 
PULSÕES OU INSTINTOS* 
 
*Aqui cabe uma explicação. O termo pulsão em alemão é trieb, e em inglês,drive. 
Refere-se ao processo dinâmico que consiste numa pressão ou força que faz tender o 
organismo para o alvo. Instinto em alemão é instinkt, e em inglêsintinct, que seria um 
esquema de comportamento herdado, próprio de uma espécie animal, que pouco varia de 
um indivíduo para outro, que se desenrola segundo uma seqüência temporal pouco 
susceptível de alterações e que parece corresponder a uma finalidade. 
 
Instintos são pressões que dirigem um organismo para fins particulares. Quando 
Freud usou o termo, ele não se referiu aos complexos padrões de comportamentos 
herdados dos animais inferiores, mas seus equivalentes nas pessoas. Tais instintos são “a 
suprema causa de toda atividade” (1940, livro 7, p. 21 na ed. bras.). Freud em geral se 
referia aos aspectos físicos dos instintos como necessidades; seus aspectos mentais 
podem ser comumente denominados desejos. Os instintos são as forças propulsoras que 
incitam as pessoas à ação. 
 Todo instinto tem quatro componentes: uma fonte, uma finalidade, umapressão e 
um objeto. A fonte, quando emerge a necessidade, pode ser uma parte do corpo ou todo 
ele. A finalidade é reduzir a necessidade até que mais nenhuma ação seja necessária, é 
dar ao organismo a satisfação que ele no momento deseja. A pressão é a quantidade de 
energia ou força que é usada para satisfazer ou gratificar o instinto; ela é determinada pela 
intensidade ou urgência da necessidade subjacente. O objeto de um instinto é qualquer 
coisa, ação ou expressão que permite a satisfação da finalidade original. 
 Vamos considerar o modo como esses objetos aparecem numa pessoa com sede. O 
corpo desidrata-se até o ponto em que precisa de mais líquido; a fonte é a necessidade 
crescente de líquido. À medida que a necessidade torna-se maior, pode tornar-se 
consciente como “sede”. Enquanto esta sede não for satisfeita, torna-se mais pronunciada; 
ao mesmo tempo em que aumenta a intensidade, também aumenta a pressão ou energia 
disponível para fazer algo no sentido de aliviar a sede. A finalidade é reduzir a tensão. O 
objeto não é simplesmente um líquido: leite, água ou refrigerante, mas todo ato que busca 
reduzir a tensão. Isto pode incluir levantar-se, ir a uma lanchonete, escolher entre vários 
sucos, mandar prepará-lo e bebê-lo. 
 Enquanto as reações iniciais de busca podem ser instintivas, o ponto crítico a ser 
lembrado é que há possibilidade de satisfazer o instinto plena ou parcialmente de várias 
maneiras. A capacidade de satisfazer necessidades nos animais é via de regra limitada por 
um padrão de comportamento estereotipado. Os instintos humanos apenas iniciam a 
necessidade da ação; eles nem predeterminam a ação particular, nem a forma como ela se 
completará. O número de soluções possíveis para um indivíduo é uma soma de sua 
necessidade biológica inicial, o “desejo” mental (que pode ou não ser consciente) e uma 
grade quantidade de idéias anteriores, hábitos e opções disponíveis. 
 Freud assumiu que o modelo mental e comportamental normal e saudável tem a 
finalidade de reduzir a tensão a níveis previamente aceitáveis. Uma pessoa com 
necessidades continuará buscando atividades que possam reduzir esta tensão original. O 
ciclo completo de comportamento que parte do repouso para a tensão e a atividade, e volta 
para o repouso, é denominado modelo de tensão-redução. As tensões são resolvidas pela 
volta do corpo ao nível de equilíbrio que existia antes da necessidade emergir. 
 Ao examinar um comportamento, um sonho, ou um evento mental, uma pessoa 
pode procurar as pulsões psicofísicas subjacentes que são satisfeitas por essa atividade.Se observarmos pessoas comendo, supomos que elas estão satisfazendo sua fome; se 
estão chorando, é provável que algo as perturbou. O trabalho analítico envolve a procura 
das causas dos pensamentos e comportamentos, de modo que se possa lidar de forma mais 
adequada com uma necessidade que está sendo imperfeitamente satisfeita por pensamento 
ou comportamento particular. 
 No entanto, vários pensamentos e comportamentos parecem não reduzir a tensão; 
de fato, eles aparecem para criar tensão, pressão ou ansiedade. Estes comportamentos 
podem indicar que a expressão direta de um instinto foi bloqueada. Embora seja possível 
catalogar uma série ampla de “instintos”, Freud tentou reduzir esta diversidade a alguns 
básicos. 
 
 
INSTINTOS BÁSICOS 
 
Freud desenvolveu duas descrições dos instintos básicos. O primeiro modelo 
descrevia duas forças opostas, a sexual (ou, de modo geral, a erótica, fisicamente 
gratificante) e a agressiva ou destrutiva. Suas últimas descrições, mais globais, encararam 
essas forças como mantenedoras da vida ou como incitadoras da morte (ou destruição). 
Ambas as formulações pressupõem dois conflitos instintivos básicos, biológicos, 
contínuos e não-resolvidos. Este antagonismo básico não é necessariamente visível na 
vida mental pois a maioria dos nossos pensamentos e ações é equivocada não por apenas 
uma dessas forças instintivas, mas por ambas em combinação. 
Freud impressionou-se com a diversidade e complexidade do comportamento que 
emerge da fusão das pulsões básicas. Por exemplo, ele escreve: “Os instintos sexuais 
fazem-se notar por sua plasticidade, sua capacidade de alterar suas finalidades, sua 
capacidade de se substituírem, que permite uma satisfação instintual ser substituída por 
outra, e por sua possibilidade de se submeterem a adiantamentos...” (1933, livro 28, p. 
122 na ed. bras.). Os instintos são canais através dos quais a energia pode fluir. Esta 
energia obedece a suas próprias leis. 
 
LIBIDO E ENERGIA AGRESSIVA 
 
Cada um desses instintos gerais tem uma fonte de energia em separado. Libido (da 
palavra latina para “desejo” ou “anseio”) é a energia aproveitável para os instintos de 
vida. O uso do termo por Freud é às vezes confuso, uma vez que o descreve como 
quantidade mensurável. “Sua produção, aumento ou diminuição, distribuição e 
deslocamento devem pronunciar-nos possibilidades de explicar os fenômenos 
psicossexuais observados” (1905a, livro 2, p. 113 na ed. bras.). 
 Outra característica importante da libido é sua “mobilidade” a facilidade com que 
pode passar de uma área de atenção para outra. Freud a natureza passageira da 
receptividade emocional como um fluxo de energia, fluindo para dentro e para fora das 
áreas de interesse imediato. 
 A energia do instinto de agressão ou de morte não tem um nome especial. Ela 
supostamente apresenta as mesmas propriedades gerais que a libido, embora Freud não 
tenha elucidado este aspecto. 
 
 
CATEXIA 
 
 É o processo pelo qual a energia libidinal disponível na psique é vinculada a ou 
investida na representação mental de uma pessoa, idéia ou coisa. A libido que foi 
catexizada perde sua mobilidade original e não pode mais mover-se em direção a novos 
objetos. Está enraizada em qualquer parte da psique que a atraiu e a segurou. 
 A palavra original alemã, besetzung, significa ocupar e investir; se você imaginar 
seu depósito de libido como uma dada quantidade de dinheiro, catexia é o processo de 
investi-la. Uma vez que uma porção foi investida ou catexizada, permanece aí, deixando 
você com essa porção a menos para investir em outro lugar. 
Estudos psicanalíticos sobre luto, por exemplo, interpretam o desinteresse das 
ocupações normais e a preocupação com o recente finado como uma retirada de libido 
dos relacionamentos habituais e uma extrema ou hiper catexia da pessoa perdida. 
 A teoria psicanalítica está interessada em compreender onde a libido foi catexizada 
inadequadamente. Uma vez liberada ou redirecionada, esta mesma energia está então 
disponível para satisfazer outras necessidades habituais. 
 
ESTRUTURA DA PERSONALIDADE 
 
As observações de Freud a respeito de seus pacientes revelaram uma série 
interminável de conflitos e acordos psíquicos. A um instinto opunha-se outro; proibições 
sociais bloqueavam pulsões biológicas e os modos de enfrenta situações frequentemente 
chocavam-se uns com os outros. Ele tentou ordenar este caos aparente propondo três 
componentes básicos estruturais da psique: o ID, o EGO e o SUPEREGO. 
 
O Id – O Id “contém tudo que é herdado, que se acha presente no nascimento, que 
está presente na constituição – acima de tudo, portanto, os instintos que se originam da 
organização somática e que aqui, no id, encontram uma primeira expressão psíquica, sob 
formas que nos são desconhecidas” (1940, livro 7, pp. 17-18 na ed. bras.). É a estrutura 
da personalidade original, básica e mais central, expostas tanto às exigências somáticas 
do corpo como aos efeitos do ego e do superego. Embora as outras partes da estrutura se 
desenvolvam a partir do id, ele próprio é amorfo, caótico e desorganizado. “as leis lógicas 
do pensamento não se aplicam ao id... impulsos contrários existem lado a lado, sem que 
um anule o outro, ou sem que um diminua o outro” (1933, livro 28, p. 94 na ed. bras.). O 
id é o reservatório de energia de toda a personalidade. 
O id pode ser associado a um rei cego cujo poder e autoridade são cerceadores, 
mas que depende de outros para distribuir e usar de modo adequado o seu poder. 
Os conteúdos do id são quase todos inconscientes, eles incluem configurações 
mentais que nunca se tornaram conscientes, assim como o material que foi considerado 
inaceitável pela consciência. Um pensamento ou uma lembrança, excluído da consciência 
e localizado nas sombras do id, é mesmo assim capaz de influenciar a vida mental de uma 
pessoa. Freud ressaltou o fato de que materiais esquecidos conservam o poder de agir 
com a mesma intensidade, mas sem controle consciente. 
 
O Ego – O ego é a parte do aparelho psíquico que está em contato com a realidade 
externa. Desenvolve-se a partir do id, à medida que o bebê torna-se cônscio de sua própria 
identidade, para atender e aplacar as constantes exigências do id. Como a casca de uma 
árvore, ele protege o id mas extrai dele a energia, a fim de realizar isto. Tem a tarefa de 
garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade. Freud descreveu suas várias 
funções em relação com mundo externo e com o mundo interno, cujas necessidades 
procura satisfazer. 
 São estas as principais características do ego: em conseqüências da conexão pré 
estabelecida entre a percepção sensorial e a ação muscular, o ego tem sob seu comando o 
movimento voluntário. Ele tem a tarefa de autopreservação. Com referência aos 
acontecimentos externos desempenha essa missão dando-se conta dos estímulos externos, 
armazenando experiências sobre eles (na memória), evitando estímulos excessivamente 
internos (mediante a fuga), lidando com estímulos moderados (através da adaptação) e, 
finalmente, aprendendo a produzir modificações convenientes no mundo externo, em seu 
próprio benefício (através da atividade). Com referência aos acontecimentos internos, em 
relação ao id, ele desempenha essa missão obtendo controle sobre as exigências dos 
instintos, decidindo se elas devem ou não ser satisfeitas, adiando essa satisfação para 
ocasiões e circunstâncias favoráveis no mundo externo ou suprimindo inteiramente as 
suas excitações. É dirigido, em sua atividade, pelas considerações das tensões produzidas 
pelos estímulos; despejam estas tensões nele presentes ou não ou são nele introduzidas. 
A elevação dessas tensões é, em geral, sentida com desprazer e o seu abaixamento como 
prazer... o ego se esforça pelo prazer e busca evitar o desprazer(1940, livro 7, pp. 18-19 
na ed. bras.). 
 Assim, o ego é originalmente criado pelo id na tentativa de enfrentar a necessidade 
de reduzir a tensão e aumentar o prazer. Contudo, para fazer isto, o ego, por sua vez, tem 
de controlar ou regular os impulsos do id de modo que o indivíduo possa buscar soluções 
menos imediatas e mais realistas. 
Um exemplo pode ser o de um encontro heterossexual. O id sente uma tensão que 
surge da excitação sexual insatisfeita e poderia reduzir esta tensão através da atividade 
sexual direta e imediata. O ego tem que determinar quanto da expressão sexual é possível 
e como criar situações em que o contato sexual seja o mais satisfatório possível. O id é 
sensível à necessidade, enquanto o ego responde às oportunidades. 
 
O Superego – Esta última parte da estrutura da personalidade se desenvolve não 
a partir do id, mas a partir do ego. Atua como um juiz ou censor sobre as atividades e 
pensamentos do ego. É o depósito dos códigos morais, modelos de conduta e dos 
construtos que constituem as inibições da personalidade. Freud descreveu três funções do 
superego: consciência, auto-observação e formação de idéias. Enquanto consciência, o 
superego age tanto para restringir, proibir ou julgar a atividade consciente; mas também 
age inconscientemente. As restrições inconscientes são indiretas, aparecendo como 
compulsões ou proibições. “Aquele que sofre (de compulsões e proibições) comporta-se 
como se estivesse dominado por um sentimento de culpa, do qual, entretanto, nada sabe” 
(1907, livro 31, p. 17 na ed. bras.). 
 A tarefa de auto-observação surge da capacidade do superego de avaliar atividades 
independentemente das pulsões do id para tensão-redução e independentemente do ego, 
que também está envolvido na satisfação das necessidades. A formação de idéias está 
ligada ao desenvolvimento do próprio superego. Ele não é, como se supõe às vezes, uma 
identificação com um dos pais ou mesmo seus comportamentos: “O superego de uma 
criança é com efeito construído segundo o modelo não de seus pais, mas do superego de 
seus pais; os conteúdos que ele encerra são os mesmos e torna-se veículo da tradição e de 
todos os duradouros julgamento de valores que dessa forma se transmitiram de geração 
em geração” (1933, livro 28, p. 87 na ed. bras.). 
 
RELAÇÃO ENTRE OS TRÊS SUBSISTEMAS 
 
 A meta fundamental da psique é manter, e recuperar, quando perdido, um nível 
aceitável de equilíbrio dinâmico que maximiza o prazer e minimiza o desprazer. A energia 
que é usada para acionar o sistema nasce no id, que é de natureza primitiva, instintiva. O 
ego, emergindo do id, existe para lidar realisticamente com as pulsões básicas do id e 
também age como mediador entre as forças que operam no id e no superego e as 
exigências da realidade externa. O superego, emergindo do ego, atuas como um freio 
moral ou força contrária aos interesses práticos do ego. O superego fixa uma série de 
normas que definem e limitam a flexibilidade do ego. 
 O id é inteiramente inconsciente, o ego e o superego o são em parte. “Grande parte 
do ego e do superego pode permanecer inconsciente e é normalmente inconsciente. isto 
é, a pessoa nada sabe dos conteúdos dos mesmos e é necessário despender esforços para 
torná-los conscientes” (1933, livro 28, p. 89 na ed. bras.). 
 Desta forma, o propósito da psicanálise é, na verdade, fortalecer o ego, fazê-lo 
mais independente do superego, ampliar seu campo de percepção e expandir sua 
organização, de maneira a poder assenhorear-se de novas partes do id. 
 
 
FASES PSICOSSEXUAIS DO DESENVOLVIMENTO 
 
 À medida que o um bebê se transforma em criança, uma criança em adolescente 
e um adolescente em adulto, ocorrem mudanças marcantes no que é desejado e em como 
estes desejos são satisfeitos. As modificações nas formas de gratificação e as áreas físicas 
de gratificação são os elementos básicos na descrição de Freud das fases de 
desenvolvimento. Freud usou o termo fixação para descrever o que ocorre quando uma 
pessoa não progride normalmente de uma fase para a outra, mas permanece envolvida 
numa fase particular. Uma pessoa fixada numa determinada fase preferirá satisfazer suas 
necessidades de forma mais simples ou infantil, ao invés dos modos mais adultos que 
resultariam de um desenvolvimento normal. 
 
Fase Oral – desde o nascimento, necessidade e gratificação estão ambas concentradas 
predominantemente em volta dos lábios, língua e, um pouco mais tarde, dos dentes. A 
pulsão básica do bebê não é social ou interpessoal, é apenas receber alimento para atenuar 
as tensões de fome e sede. Enquanto é alimentada, a criança também é confortada, 
aninhada, acalentada e acariciada. 
 A boca é a primeira área do corpo que o bebê pode controlar; a maior parte da 
energia libidinal disponível é direcionada ou focalizada nesta área. Conforme a criança 
cresce, outras áreas do corpo desenvolvem-se e tornam-se importantes regiões de 
gratificação. Entretanto, alguma energia é permanentemente fixada ou catexizada nos 
meios de gratificação oral. Em adultos, existem muitos hábito orais bem desenvolvidos e 
um interesse contínuo em manter prazeres orais. Comer, chupar, mascar, fumar, morder, 
lamber ou beijar com estalo, são expressões físicas destes interesses. Pessoas que 
mordicam constantemente, fumantes e os que costumam comer demais podem ser pessoas 
parcialmente fixadas na fase oral, pessoas cuja maturação psicológica pode não ter se 
completado. 
 A fase oral tardia, depois do aparecimento dos dentes, inclui a gratificação de 
instintos agressivos. Morder o seio, que causa dor à mãe e leva a um retraimento do seio, 
é um exemplo deste tipo de comportamento. O sarcasmo do adulto, o arrancar o alimento 
de alguém, a fofoca, têm sido descritos como relacionados a esta fase do 
desenvolvimento. 
 A retenção de algum interesse em prazeres orais é normal. Esse interesse só pode 
ser encarado como patológico se for o modo dominante de gratificação, isto é, se uma 
pessoa for excessivamente dependente de hábitos orais para aliviar a ansiedade. 
 
Fase Anal – A medida que a criança cresce, novas áreas de tensão e gratificação são 
trazidas à consciência. Entre dois ou quatro anos, as crianças geralmente aprendem a 
controlar os esfíncteres anais e a bexiga. A criança presta uma atenção especial à micção 
e à evacuação. O treinamento da toalete desperta um interesse natural pela 
autodescoberta. A obtenção do controle fisiológico é ligada à percepção de que esse 
controle é uma nova fonte de prazer. Além disso, as crianças aprendem com rapidez que 
o crescente nível de controle lhes traz atenção e elogios por parte de seus pais. O inverso 
também é verdadeiro; o interesse dos pais no treinamento da higiene permite à criança 
exigir atenção tanto pelo controle bem sucedido quanto pelos “erros”. 
 Características adultas que estão associadas à fixação parcial na fase anal são: 
ordem, parcimônia e obstinação. Freud observou que esses três traços em geral são 
encontrados juntos. Ele falou do caráter anal cujo comportamento está intimamente ligado 
a experiências sofridas durante esta época da infância. 
 Parte da confusão que pode acompanhar a fase anal é a aparente contradição entre 
o pródigo elogio e o reconhecimento, por um lado e, por outro, a idéia de que ir ao 
banheiro é “sujo” e deveria ser guardado em segredo. Acriança não consegue 
compreender inicialmente que suas fezes e urina não sejam apreciadas. As crianças 
pequenas gostam de observar suas fezes na privada, na hora de dar descarga, e com 
freqüência acenam e dizem-lhes adeus. Não é raro uma criança oferecer ou desejar 
oferecer a seu pai ou mãe parte de suas fezes. Tendo sido elogiada por produzi-las, a 
criança pode surpreender-se ou confundir-se no caso de seus pais reagirem ao presentecom repugnância. Nenhuma área da vida contemporânea é tão carregada de proibições e 
tabus como a área que lida com o treinamento da higiene e comportamento típicos da fase 
anal. 
 
Fase Fálica – Bem cedo, já aos três anos, a criança entra na fase fálica que focaliza as 
áreas genitais do corpo. Freud afirmou que essa fase é melhor caracterizada por “fálica” 
uma vez que é o período em que uma criança se dá conta de seu pênis ou da falta de um. 
É a primeira fase em que as crianças tornam-se conscientes das diferenças sexuais. 
 As opiniões de Freud a respeito do desenvolvimento da inveja do pênis em meninas 
foram longamente debatidas em círculos psicanalíticos, assim como em outros lugares. 
Freud concluiu, a partir de suas observações, que, durante esse período, homens e 
mulheres desenvolvem sérios temores sobre questões sexuais. 
 O desejo de ter um pênis e a aparente descoberta de que lhe falta “algo” constituem 
um momento crítico no desenvolvimento feminino. Segundo Freud: a descoberta de que 
é castrada representa um marco decisivo no crescimento da menina. Daí partem três linhas 
de desenvolvimento possíveis: uma conduz à inibição sexual ou à neurose, outra à 
modificação do caráter no sentido de um complexo de masculinidade e a terceira, 
finalmente, à feminilidade normal. 
 Freud tentou compreender as tensões que uma criança vivencia quando sente 
excitação “sexual”, isto é, o prazer a partir da estimulação de áreas genitais. Esta excitação 
está ligada, na mente da criança, à presença física próxima de seus pais. O desejo desse 
contato torna-se cada vez mais difícil de ser satisfeito pela criança, ela luta pela intimidade 
que seus pais compartilham entre si. Esta fase caracteriza-se pelo desejo da criança de ir 
para a cama de seus pais e pelo ciúme da atenção que seus pais dão um ao outro, ao invés 
de dá-la à criança. 
 Freud viu crianças nessa fase reagirem a seus pais como ameaça potencial à 
satisfação de suas necessidades. Assim, para o menino que deseja estar próximo de sua 
mãe, o pai assume alguns atributos de um rival. Ao mesmo tempo, o menino ainda quer 
o amor e a afeição de seu pai. Aí ele começa a identificar-se com o seu pai para obter a 
atenção e carinhos de sua mãe. A criança está na posição insustentável de querer temer 
ambos os pais. 
 Em meninos, Freud denominou essa situação complexo de Édipo, segundo a peça 
de Sófocles. Na tragédia grega, Édipo mata o pai (desconhecendo sua identidade 
verdadeira) e, mais tarde, casa-se com a mãe. Quando finalmente toma conhecimento de 
quem havia matado e com quem se casara, o próprio Édipo desfigura-se arrancando os 
dois olhos. Freud acreditava que todo menino revive um drama interno similar. Ele deseja 
“possuir” sua mãe e “matar” seu pai para realizar este destino. Ele também teme seu pai 
e receia ser castrado por ele, reduzindo a criança a um ser sem sexo e, portanto, 
inofensivo. A ansiedade da castração, o temor e o amor pelo pai, e o amor e o desejo 
sexual por sua mãe não podem nunca ser completamente resolvidos. Na infância todo 
complexo é reprimido. Mantê-lo inconsciente, impedi-lo de aparecer, evitar a te mesmo 
que se pense a respeito ou se reflita sobre ele – essas são algumas das primeiras tarefas 
do superego em desenvolvimento. 
 Para as meninas, o problema é similar, mas sua expressão e solução tomam um 
rumo diferente. A menina deseja possuir seu pai e vê sua mãe como a maior rival. 
Enquanto os meninos reprimem seus sentimentos, em parte pelo medo da castração, a 
necessidade da menina de reprimir seus desejos é menos severa, menos total. A diferença 
em intensidade permite a elas “permanecerem nelas (situação edipiana) por um tempo 
indeterminado; destroem-na tardiamente e, ainda assim, de modo incompleto”. 
 Seja qual for a forma que realmente toma a resolução da luta, a maioria das 
crianças parece modificar seu apego aos pais em algum ponto depois dos cinco anos de 
idade e voltam-se para o relacionamento para os seus companheiros, atividades escolares, 
esportes e outras habilidade. Esta época, da idade de 5, 6 anos até o começo da puberdade, 
é denominada período de latência, um tempo em que os desejos sexuais não-resolvidos 
da fase fálica não são atendidos pelo ego e cuja repressão é feita, com sucesso, pelo 
superego. A partir desse ponto, até a puberdade, estende-se o que se conhece por período 
de latência. Durante esse período a sexualidade normalmente não avança mais, pelo 
contrário, os anseios sexuais diminuem de vigor e são abandonadas e esquecidas muitas 
coisas que a criança fazia e conhecia. Nesse período da vida, depois que a primeira 
eflorescência da sexualidade feneceu, surgem atitudes do ego como vergonha, repulsa e 
moralidade, que estão destinadas a fazer frente à tempestade ulterior da puberdade e a 
alicerçar o caminho dos desejos sexuais que se vão despertando. 
 
A Fase de Latência – Denomina-se fase de latência o período que vai aproximadamente 
dos cinco aos dez anos de idade. Este período caracteriza-se por uma aparente interrupção 
do desenvolvimento sexual, em que os impulsos eróticos exercem menor influência na 
conduta e o ego encontra uma trégua para os conflitos emocionais que vinham se 
desenrolando nas fases anteriores. Afastando-se temporariamente dos interesses sexuais, 
a criança utiliza a energia psíquica para o fortalecimento do ego, o qual se torna mais bem 
equipado para lidar com os impulsos e principalmente com o mundo externo. Com o ego 
fortalecido e o superego em crescente desenvolvimento, a criança volta-se para novos 
campos como a escola, as amizades, os jogos e outras atividades. Supõe-se que os 
interesses sexuais diminuam por causa das sublimações ou formações reativas que 
dominam o comportamento. “Não há uma latência absoluta”. Quando os conflitos das 
fases anteriores não encontram o caminho para a solução, o período de latência passa a 
ser turbulento: a criança é irritada, agressiva, exibicionista, masturbadora e dada a 
excessiva curiosidade sexual ou então, por defesa, tem mau aproveitamento escolar ou 
manifestações francamente neuróticas como pavor noturno, enurese, dificuldades 
alimentares, etc. 
A fase de latência pode ser dividida em dois períodos: um dos cinco aos oito anos, 
e outro dos oito aos dez anos. No primeiro, os problemas edipianos estão ainda na 
superfície e a criança tende a usar defesas contra impulsos eróticos e agressivos. Depois 
de oito anos, os conflitos da criança são menos agudos porque o superego está mais 
estruturado e ela é capaz de enfrentar a realidade com maior independência. Por formação 
reativa ao ciúme e inveja, passa a desejar que outras crianças tenham também os seus 
privilégios e, assim, de fascista transforma-se em democrata e começa a formar a idéia de 
justiça social. O maior contato com a realidade leva a criança a considerar que os pais não 
são tão sábios ou poderosos como julgava. Que cometem erros, nem sempre falam a 
verdade e nem sempre são tão bem sucedidos como outras pessoas. 
 
Fase Genital – a fase final do desenvolvimento biológico e psicológico ocorre com o 
início da puberdade e o conseqüente retorno da energia libidinal aos órgãos sexuais. Neste 
momento, meninos e meninas estão ambos conscientes de suas identidades sexuais 
distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades eróticas e 
interpessoais. 
Inicia-se no fim do 4º ano de vida e vai até o fim da puberdade. (Zonas Erógenas 
Primárias, o Clitóris para a mulher e o Falo para o homem). Traços desta fase devem ser 
superados pela criança, para poder atingir a maturidade. O prazer se dá, para o menino, 
através da secreção, que é obtida pela fricção. Nesta Fase, segundo Freud, o Pênis 
representa o maior Valor Psicológico e Objetal. Daí advém na Menina, os Sentimentos 
de Castração. Já, o Menino, apresenta o Temor da Castração,em função do medo de 
perder algo que tanto valoriza. 
Nesta fase, a Libido em geral, se direciona a um Objeto do Mundo Exterior, que 
é um dos pais, mais frequentemente, o do sexo oposto. A Agressividade dirige-se ao do 
mesmo sexo. Esta é a situação do Complexo de Édipo. 
 
 (FASE GENITAL PROPRIAMENTE DITA) 
Nesta Fase, a Vida Imaginativa novamente se torna mais rica. Há uma volta dos 
Impulsos das Fases Anteriores e dos Temores de Castração. 
Nas Meninas, quando o sangue que saí da vagina, na fase da menstruação, confirma seus 
temores arcaicos, de que os conteúdos valiosos do interior do seu corpo, quer dizer, os 
filhos que poderia vir a ter um dia, estejam definitivamente danificados. Tais sentimentos 
podem gerar-lhe inibição sexual e aumento de suas defesas viris. Pode produzir-se uma 
cisão em seu desenvolvimento, evoluindo bem em sua parte intelectual e se tornando 
demorada e infantil, em sua parte emocional e sexual. Porém, as que têm experiências 
passadas boas; sentem exatamente ao contrário, com a menstruação. Classicamente se 
define a Maturidade, em função do Predomínio Genital conseguido sobre os Impulsos 
pré-genitais, capacitando o adulto, de conseguir uma Satisfação Genital Plena. 
 Mecanismos de Defesa do Ego: São diferentes tipos de operações em que a defesa pode 
ser especificada. Os mecanismos predominantes diferem segundo o tipo de afecção 
considerado, a etapa genética, o grau de elaboração do conflito defensivo, etc. 
Não há divergências quanto ao fato de que os mecanismos de defesa são utilizados pelo 
ego, mas permanece aberta a questão teórica de saber se a sua utilização pressupõe sempre 
a existência de um ego organizado que seja o seu suporte. 
Foi este o nome que Freud adotou para apresentar os diferentes tipos de 
manifestações que as defesas do Ego podem apresentar, já que este não se defronta só 
com as pressões e solicitações do Id e do Superego, pois aos dois se juntam o mundo 
exterior e as lembranças do passado. 
Quando o Ego está consciente das condições reinantes, ele consegue sair-se bem 
das situações sendo lógico, objetivo e racional, mas quando se desencadeiam situações 
que possam vir a provocar sentimentos de culpa ou ansiedade, o Ego perde as três 
qualidades citadas. É quando a ansiedade-sinal (ou sinal de angústia), de forma 
inconsciente, ativa uma série de mecanismos de defesa, com o fim de proteger o Ego 
contra uma dor psíquica iminente. 
Há vários mecanismos de defesa, sendo alguns mais eficientes do que outros. Há 
os que exigem menos dispêndio de energia para funcionar a contento. Outros há que são 
menos satisfatórios, mas todos requerem gastos de energia psíquica. 
As defesas do ego podem dividir-se em: a) Defesas bem sucedidas, que geram a 
cessação daquilo que se rejeita; b) Defesas ineficazes, que exigem repetição ou 
perpetuação do processo de rejeição, a fim de impedir a irrupção dos impulsos rejeitados. 
As defesas patogênicas, nas quais se radicam as neuroses, pertencem à segunda 
categoria. Quando os impulsos opostos não encontram descarga, mas permanecem 
suspensos no inconsciente e ainda aumentam pelo funcionamento continuado das suas 
fontes físicas, produz-se estado de tensão, com possibilidade de irrupção. Daí por que as 
defesas bem sucedidas, que de fato, menos se entendem têm menor importância na 
psicologia das neuroses. Nem sempre, porém, se definem com nitidez as fronteiras entre 
as duas categorias; há vezes em que não se consegue distinguir entre “um impulso que foi 
transformado pela influência do ego” e “um impulso que irrompe com distorção, contra 
a vontade do ego e sem que este o reconheça”. Este último tipo de impulso há de produzir 
atitudes constrangedoras, há de repetir-se continuamente, jamais permitirá relaxamento 
pleno gerará fadiga. 
 
1. Sublimação: É o mais eficaz dos mecanismos de defesa, na medida em que canaliza 
os impulsos libidinais para uma postura socialmente útil e aceitável. As defesas bem 
sucedidas podem colocar-se sob o título de sublimação, expressão que não designa 
mecanismo específico; vários mecanismos podem usar-se nas defesas bem sucedidas; por 
exemplo, a transformação da passividade em atividade; o rodeio em volta do assunto, a 
inversão de certo objetivo no objetivo oposto. O fator comum está em que, sob a 
influência do ego, a finalidade ou o objeto (ou um e outro) se transforma sem bloquear a 
descarga adequada. (O fator de valoração que habitualmente se inclui na definição de 
sublimação é melhor omitir). Deve-se diferenciar a sublimação das defesas que usam 
contracatexias; os impulsos sublimados descarregam-se, se bem que drenados por uma 
trilha artificial, enquanto os outros não se descarregam. 
Na sublimação, cessa o impulso original pelo fato de que a respectiva energia é 
retirada em benefício da catexia do seu substituto. Nas outras defesas, a libido do impulso 
original é contida por uma contracatexia elevada. 
As sublimações exigem uma torrente incontida de libido, tal qual a roda de um moinho 
precisa de um fluxo d’água desimpedido e canalizado. É por isto que as sublimações 
aparecem após a remoção de certa repressão. Para usar uma metáfora, as forças defensivas 
do ego não se opõem frontalmente aos impulsos originais, conforme ocorre no caso das 
contracatexias, mas incidem angularmente; daí uma resultante em que se unificam a 
energia instintiva e energia defensiva, com liberdade para atuar. Distinguem-se as 
sublimações das gratificações substitutivas neuróticas pela sua dessexualização, ou seja, 
a gratificação do ego já não é fundamentalmente instintiva. 
Quais são os impulsos que experimentam vicissitudes desta ordem e quais são as 
condições que determinam a possibilidade ou a impossibilidade de sublimação? 
Se não forem rejeitados pelo desenvolvimento de uma contracatexia (o que os 
excluirá do desenvolvimento ulterior da personalidade), os impulsos pré-genitais e as 
atitudes agressivas concomitantes organizam-se, mais tarde sob a primazia genital. A 
realização mais ou menos completa desta organização é indispensável para que tenha 
êxito a sublimação daquela parte da pré-genitalidade que não é usada sexualmente no 
mecanismo do pré-prazer. É muito pouco provável a existência de sublimação da 
sexualidade genital adulta; os genitais constituem um aparelho que visa à realização da 
descarga orgástica plena, isto é, não sublimada. O objeto da sublimação são os desejos 
pré-genitais. Se estes, porém, tiverem sido reprimidos e se permanecem no inconsciente, 
competindo com a primazia genital, não podem ser sublimados. A capacidade de orgasmo 
genital é que possibilita a sublimação (dessexualização) dos desejos pré-genitais. 
O que determina a possibilidade de o ego conseguir chegar à solução feliz desta 
ordem não é fácil dizer. Caracteriza-se a sublimação por: a) Inibição do objetivo; b) 
Dessexualização; c) Absorção completa de um instinto nas respectivas seqüelas; 
d) Alteração dentro do ego. Qualidades todas estas que também se vêem nos resultados 
de umas tantas identificações, qual seja, no processo de formação do superego. 
O fato empírico das sublimações, sobretudo as que se originam na infância, dependerem 
da presença de modelos, de incentivos que o ambiente forneça direta ou indiretamente, 
corrobora a asserção de Freud no sentido de que a sublimação talvez se relacione 
intimamente com a identificação. Mais ainda: os casos de transtorno da capacidade de 
sublimar mostraram que esta incapacidade corresponde a dificuldades na promoção de 
identificações. Tal qual ocorre com certas identificações, também as sublimações são 
capazes de opor-se e se desfazerem, com êxito maior ou menor, certos impulsos 
destrutivos infantis; mas também podem satisfazer, de maneira distorcida, estes mesmos 
impulsos destrutivos; de algum modo, toda fixação artística de um processo natural 
“mata” este processo. É possível ver precursores das sublimaçõesem certas brincadeiras 
infantis, nas quais os desejos sexuais se satisfazem por uma forma “dessexualizada” em 
seguida a certa distorção da finalidade ou do objeto; e as identificações também são 
decisivas neste tipo de brincadeiras. 
Varia muito a extensão da divisão do objetivo na sublimação. Há casos em que a diversão 
se limita a inibição do objetivo; a pessoa que haja feito a sublimação faz, precisamente, 
aquilo que o seu instinto exige que faça, mas isso depois que o instinto se dessexualize e 
se subordine à organização do ego. Noutros tipos de sublimação, ocorrem transformações 
de alcance muito maior. É até possível que certa atividade de direção oposta ao instinto 
original substitua, de fato, este último. Certas reações de nojo, habituais entre as pessoas 
civilizadas, sem vestígio das tendências instintivas infantis contra as quais se 
desenvolveram originalmente, incluem-se nesta categoria. O que ocorre, então, é idêntico 
ao que Freud chamou transformação no contrário; uma vez completada, toda a força de 
um instinto opera na direção contrária. 
2. Repressão: É a operação psíquica que pretende fazer desaparecer, da consciência, 
impulsos ameaçadores, sentimentos, desejos, ou seja, conteúdos desagradáveis, ou 
inoportunos. 
Em sentido amplo, é uma operação psíquica que tende a fazer desaparecer da 
consciência um conteúdo desagradável ou inoportuno: idéia, afeto, etc. Neste sentido, o 
recalque seria uma modalidade especial de repressão. 
Em sentido mais restrito, designa certas operações do sentido amplo, diferentes do 
recalque: a) ou pelo caráter consciente da operação e pelo fato de o conteúdo reprimido 
se tornar simplesmente pré-consciente e não inconsciente; b) ou, no caso da repressão de 
um afeto, porque este não é transposto para o inconsciente mais inibido, ou mesmo 
suprimido. 
 
3. A Racionalização: É uma forma de substituir por boas razões uma determinada 
conduta que exija explicações, de um modo geral, da parte de quem a adota. Os 
Psicanalistas, em tom jocoso, dizem que racionalização é uma mentira inconsciente que 
se põe no lugar do que se reprimiu. 
É um processo pelo qual o sujeito procura apresentar uma explicação coerente do 
ponto de vista lógico, ou aceitável do ponto de vista moral, para uma atitude, uma ação, 
uma idéia, um sentimento, etc., cujos motivos verdadeiros não percebe; fala-se mais 
especialmente da racionalização de um sintoma, de uma compulsão defensiva, de uma 
formação reativa. A racionalização intervém também no delírio, resultando numa 
sistematização mais ou menos acentuada. 
A racionalização é um processo muito comum, que abrange um extenso campo 
que vai desde o delírio ao pensamento normal. Como qualquer comportamento pode 
admitir uma explicação racional, muitas vezes é difícil decidir se esta é falha ou não. Em 
especial no tratamento psicanalítico encontraríamos todos os intermediários entre dois 
extremos; em certos casos é fácil demonstrar ao paciente o caráter artificial das 
motivações invocadas e incitá-lo assim a não se contentar com elas; em outros, os motivos 
racionais são particularmente sólidos (os analistas conhecem as resistências que a 
“alegação da realidade”, por exemplo, pode dissimular), mas mesmo assim pode ser útil 
colocá-los “entre parênteses” para descobrir as satisfações ou as defesas inconscientes 
que a eles se juntam. 
Como exemplo do primeiro caso encontraremos racionalizações de sintomas, 
neuróticos ou perversos (comportamento homossexual masculino explicado pela 
superioridade intelectual e estética do homem, por exemplo) ou compulsões defensivas 
(ritual alimentar explicado por preocupações de higiene, por exemplo). 
 
 
4. Projeção: Manifesta-se quando o Ego não aceita reconhecer um impulso inaceitável 
do Id e o atribui a outra pessoa. É o caso do menino que gostaria de roubar frutas do 
vizinho sem, entretanto ter coragem para tanto, e diz que soube que um menino, na mesma 
rua, esteve tentando pular o muro do vizinho. 
Termo utilizado num sentido muito geral em neurofisiologia e em psicologia para 
designar a operação pela qual um fato neurológico ou psicológico é deslocado e 
localizado no exterior, quer passando do centro para a periferia, quer do sujeito para o 
objeto. 
No sentido propriamente psicanalítico, operação pela qual o sujeito expulsa de si 
e localiza no outro (pessoa) ou coisa (qualidades, sentimentos, desejos e mesmo 
“objetos”) que ele desconhece ou recusa nele. Trata-se aqui de uma defesa de origem 
muito arcaica, que vamos encontrar em ação particularmente na paranóia, mas também 
em modos de pensar “normais”, como a superstição. 
 
5. Deslocamento: É um processo psíquico através do qual o todo é representado por uma 
parte ou vice-versa. Também pode ser uma idéia representada por uma outra, que, 
emocionalmente, esteja associada a ela. Esse mecanismo não tem qualquer compromisso 
com a lógica. É o caso de alguém que tendo tido uma experiência desagradável com um 
policial, reaja desdenhosamente, em relação a todos os policiais. 
É muito corrente nos sonhos, onde uma coisa representa outra. Também se manifesta na 
Transferência, fazendo com que o indivíduo apresente sentimentos em relação a uma 
pessoa que, na verdade, lhe representa uma outra do seu passado. 
Fato de a importância, o interesse, a intensidade de uma representação ser suscetível de 
se destacar dela para passar a outras representações originariamente pouco intensas, 
ligadas à primeira por uma cadeia associativa. 
Esse fenômeno, particularmente visível na análise do sonho, encontra-se na 
formação dos sintomas psiconeuróticos e, de um modo geral, em todas as formações do 
inconsciente. 
A teoria psicanalítica do deslocamento apela para a hipótese econômica de uma 
energia de investimento suscetível de se desligar das representações e de deslizar por 
caminhos associativos. 
O “livre” deslocamento desta energia é uma das principais características do modo 
como o processo primário rege o funcionamento do sistema inconsciente. 
 
6. A Identificação: É o processo psíquico por meio do qual um indivíduo assimila um 
aspecto, uma característica de outro, e se transforma, total ou parcialmente, apresentando-
se conforme o modelo desse outro. A personalidade constitui-se e diferencia-se por uma 
série de identificações. 
Freud descreve como característico do trabalho do sonho o processo que traduz a 
relação de semelhança, o “tudo como se”, por uma substituição de uma imagem por outra 
ou “identificação”. 
 A identificação não tem aqui valor cognitivo: é um processo ativo que substitui 
uma identidade parcial ou uma semelhança latente por uma identidade total. 
 
7. A Regressão: É o processo psíquico em que o Ego recua, fugindo de situações 
conflitivas atuais, para um estágio anterior. É o caso de alguém que depois de repetidas 
frustrações na área sexual, regrida, para obter satisfações, à fase oral, passando a comer 
em excesso. 
Considerada em sentido tópico, a regressão se dá, de acordo com Freud, ao longo 
de uma sucessão de sistemas psíquicos que a excitação percorre normalmente segundo 
determinada direção. No seu sentido temporal, a regressão supõe uma sucessão genética 
e designa o retorno do sujeito a etapas ultrapassadas do seu desenvolvimento (fases 
libidinais, relações de objeto, identificações, etc.). 
No sentido formal, a regressão designa a passagem a modos de expressão e de 
comportamento de nível inferior do ponto de vista da complexidade, da estruturação e da 
diferenciação. 
A regressão é uma noção de uso muito freqüente em psicanálise e na psicologia 
contemporânea; é concebida, a maioria das vezes, como um retorno a formas anteriores 
do desenvolvimento do pensamento, das relações de objeto e da estruturação do 
comportamento. Freud é levado então a diferenciar o conceito de regressão, como o 
demonstra esta passagem acrescentada em 1914 em três espécies de regressões: a) Tópica,no sentido do esquema do aparelho psíquico. A regressão tópica é particularmente 
manifestada no sonho, onde ela prossegue até o fim. Encontra-se em outros processos 
patológicos em que é menos global (alucinação) ou mesmo em processos normais em que 
vai menos longe (memória); b) Temporal, em que são retomadas formações psíquicas 
mais antigas; c) Formal, quando os modos de expressão e de figuração habituais são 
substituídos por modos primitivos. Estas três formas de regressão, na sua base, são apenas 
uma, e na maioria dos casos coincidem, porque o que é mais antigo no tempo é igualmente 
primitivo na forma e, na tópica psíquica, situa-se mais perto da extremidade perceptiva. 
 
8. O Isolamento: É um processo psíquico típico da neurose obsessiva, que consiste em 
isolar um comportamento ou um pensamento de tal maneira que as suas ligações com os 
outros pensamentos, ou com o autoconhecimento, ficam absolutamente interrompidas, já 
que foram (os pensamentos, os comportamentos), completamente excluídos do 
consciente. 
Entre os processos de isolamento, citemos as pausas no decurso do pensamento, 
fórmulas, rituais, e, de um modo geral, todas as medidas que permitem estabelecer um 
hiato na sucessão temporal dos pensamentos ou dos atos. Certos doentes defendem-se 
contra uma idéia, uma impressão, uma ação, isolando-as do contexto por uma pausa 
durante a qual “… nada mais tem direito a produzir-se, nada é qualificada de mágica por 
Freud; aproxima-a do processo normal de concentração no sujeito que procura não deixar 
que o seu pensamento se afaste do seu objeto atual. 
O isolamento manifesta-se em diversos sintomas obsessivos; nós o vemos 
particularmente em ação no tratamento, onde a diretriz da associação livre, por lhe ser 
oposta, coloca-o em evidência (sujeitos que separam radicalmente a sua análise da sua 
vida, ou determinada seqüência de idéias do conjunto da sessão, ou determinada 
representação do seu contexto ideo-afetivo). Freud reduz, em última análise, a tendência 
para o isolamento a um modo arcaico de defesa contra a pulsão, a interdição de tocar, 
uma vez que “… o contato corporal é a finalidade imediata do investimento de objeto, 
quer o agressivo quer o terno”. 
Nesta perspectiva, o isolamento surge como “… uma supressão da possibilidade 
de contato, um meio de subtrair uma coisa ao contato; do mesmo modo, quando o 
neurótico isola uma impressão ou uma atividade por pausa, dá-nos simbolicamente a 
entender que não permitirá que os pensamentos que lhes dizem respeito entrem em 
contato associativo com outros”. 
Na realidade, pensamos que seria interessante reservar o termo isolamento para 
designar um processo específico de defesa que vai da compulsão a uma atitude sistemática 
e concentrada, e que consiste numa ruptura das conexões associativas de um pensamento 
ou de uma ação, especialmente com o que os precede e os segue no tempo. 
 
9. Formação Reativa: É um processo psíquico que se caracteriza pela adoção de uma 
atitude de sentido oposto a um desejo que tenha sido recalcado, constituindo-se, então, 
numa reação contra ele. Uma definição: é o processo psíquico, por meio do qual um 
impulso indesejável é mantido inconsciente, por conta de uma forte adesão ao seu 
contrário. 
Muitas atitudes neuróticas existem que são tentativas evidentes de negar ou 
reprimir alguns impulsos, ou de defender a pessoa contra um perigo instintivo. São 
atitudes tolhidas rígidas, que obstam a expressão de impulsos contrários, os quais, no 
entanto, de vez em quando, irrompem por diversos modos. 
Nas peculiaridades desta ordem, a psicanálise, psicologia “desmascaradora” que é, 
consegue provar que a atitude oposta original ainda está presente no inconsciente. 
Chamam-se formações reativas estas atitudes opostas secundárias. 
As formações reativas representam mecanismo de defesa separado e 
independente? Dão mais impressão de constituir conseqüência e reafirmação de uma 
repressão estabelecida. Quando menos, contudo, significam certo tipo de repressão que é 
possível distinguir de outras repressões. Digamos: É um tipo de repressão em que a 
contracatexia é manifesta e que, portanto, tem êxito no evitar de atos repressivos muito 
repetidos de repetidos de repressão secundária. As formações reativas evitam repressões 
secundárias pela promoção de modificação definitiva, “uma vez por todas”, da 
personalidade. O indivíduo que haja constituído formações reativas não desenvolve certos 
mecanismos de defesa de que se sirva ante a ameaça de perigo instintivo; modificou a 
estrutura da sua personalidade, como se este perigo estivesse sem cessar presente, de 
maneira que esteja pronto sempre que ocorra. 
 
10. Substituição: Processo pelo qual um objeto valorizado emocionalmente, mas que não 
pode ser possuído, é inconscientemente substituído por outro, que geralmente se 
assemelha ao proibido. É uma forma de deslocamento. 
 
11. Fantasia: É um processo psíquico em que o indivíduo concebe uma situação em sua 
mente, que satisfaz uma necessidade ou desejo, que não pode ser, na vida real, satisfeito. 
É um roteiro imaginário em que o sujeito está presente e que representa, de modo 
mais ou menos deformado pelos processos defensivos, a realização de um desejo e, em 
última análise, de um desejo inconsciente. 
A fantasia apresenta-se sob diversas modalidades: a) Fantasias conscientes ou 
sonhos diurnos; b) Fantasias inconscientes como as que a análise revela como estruturas 
subjacentes a um conteúdo manifesto; c) Fantasias originárias. 
 
12. Compensação: É o processo psíquico em que o indivíduo se compensa por alguma 
deficiência, pela imagem que tem de si próprio, por meio de um outro aspecto que o 
caracterize, que ele, então, passa a considerar como um trunfo. 
 
13. Expiação: É o processo psíquico em que o indivíduo quer pagar pelo seu erro 
imediatamente. 
 
14. Negação: A tendência a negar sensações dolorosas é tão antiga quanto o próprio 
sentimento de dor. Nas crianças pequenas, é muito comum a negação de realidades 
desagradáveis, negação que realiza desejos e que simplesmente exprime a efetividade do 
princípio do prazer. 
A capacidade de negar pares desagradáveis da realidade é a contrapartida da “realização 
alucinatória dos desejos”. Anna Freud chamou este tipo de recusa do reconhecimento do 
desprazer em geral “pré-estádios da defesa”. 
 
3.15. Introjeção: Originalmente, a idéia de engolir um objeto exprime afirmação; e como 
tal é o protótipo de satisfação instintiva, e não de defesa contra os instintos. No estádio 
do ego prazeroso purificado, tudo quanto agrada é introjetado. Em última análise, todos 
os objetos sexuais derivam de objetivos de incorporação. Do mesmo passo, a projeção é 
o protótipo da recuperação daquela onipotência que foi projetada para os adultos. 
Contudo, a incorporação, embora exprima “amor”, destrói objetivamente os objetos tais 
como coisas independentes do mundo exterior. Percebendo este fato, o ego aprende a usar 
a introjeção para fins hostis como executora de impulsos destrutivos e também como 
modelo de um mecanismo definido de defesa. 
A incorporação é o objetivo mais arcaico dentre os que se dirigem para um objeto. 
A identificação, realizada através da introjeção, é o tipo mais primitivo de relação com os 
objetos. 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
 
FADMAN, James. Teorias da Personalidade. Editora Harbra, 1986, São Paulo. 
 
BRABANT, Georges P. Chaves da Psicanálise. Ed. Zahar, 1977. Rio de Janeiro. 
 
CABRAL, Álvaro e NICK, Eva. Dicionário Técnico de Psicologia. Cultrix, São Paulo. 
 
D’ANDREIA, Flávio Fortes. Desenvolvimento da Personalidade. Bertrand, 2000, RJ. 
 
ETCHEGOYEN, R. Horácio. Fundamentos da Técnica Psicanalítica. Ar Médicas 
 
FENICHEL, Otto. Teoria Psicanalítica das neuroses. Atheneu, 1981, SP.

Continue navegando