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. 1 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...........................................................................................2 2 HISTÓRIA DA SEXUALIDADE....................................................................3 3 FREUD E SUAS CONSIDERAÇÕES SOBRE SEXUALIDADE ................ 7 4 SEXUALIDADE E CONSTRUÇÃO SOCIAL ........................................... 18 5 GÊNERO E SEXUALIDADE ................................................................... 21 6 VIOLÊNCIA DE GÊNERO ...................................................................... 26 7 SEXUALIDADE E EDUCAÇÃO .............................................................. 31 8 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 38 2 1. INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 3 2. HISTÓRIA DA SEXUALIDADE Fonte:imagenes.universia.net O termo sexualidade surgiu no século XIX, como algo diferente do que apenas uma alteração no vocabulário, pois a partir deste momento, o significado desta palavra passa a ficar relacionado com outros fenómenos, como por exemplo: ao desenvolvimento de campos de conhecimento diversos; à instauração de um conjunto de regras e de normas apoiadas em instituições religiosas, judiciárias, pedagógicas e médicas; às mudanças no modo pelo qual os indivíduos são levados a dar sentido e valor à sua conduta, desejos, prazeres, sentimentos, sensações e sonhos (FOUCALT, 2015, apud FIGUEIROA e col. 2017). Logo, abordar o tema implica retornar alguns recursos metodológicos, históricos e antropológicos visto também sua dimensão existencial, original e dialética. Com essa concepção foram os estudiosos americanos, europeus os primeiros a colocar os princípios de uma abordagem da sexualidade ocidental e das demais (NUNES, 2005). Toneli (2012) citado por Figueiroa e col. (2017) salienta que a sexualidade humana continuou a ser um assunto pouco estudado e comentado até à década de 4 60 do século XX, quando passou a ser reconhecida como temática relevante, sendo que atualmente se tornou um importante objeto de estudo entre as produções científicas brasileiras. De acordo com Miranda, Santos e Oliveira (2015) citado por Figueiroa e col. (2017, p.22); É relevante frisar que o estudo da sexualidade tem um caráter complexo e subjetivo, sendo que para que seja compreendida adequadamente é preciso um olhar minucioso e holístico, porque se trata de um processo contínuo, que se inicia na conceção e percorre toda a vida, recebendo constantes influências de múltiplos fatores. A sexualidade é também o que há de mais íntimo nos indivíduos, sendo uma das características que nos identifica globalmente como espécie humana. Está inserida entre as disciplinas do corpo e participa da regulação das populações. É também um assunto de estado e tema de interesse público, pois a conduta sexual da população também diz respeito à saúde pública, à natalidade, à vitalidade das descendências e da espécie, o que, por sua vez, está relacionado com a produção de riquezas, capacidade de trabalho, povoamento e força de uma sociedade (PEREIRA MONTEIRO, 2015; apud FIGUEIROA e col. 2017). Entretanto, a ampla e livre discussão da temática relacionada com a sexualidade foi prejudicada por diversos motivos ao longo do tempo, resultando em conceções distorcidas, subjetividades erróneas, crendices, mitos e tabus sexuais, gerando, inclusivamente, inaceitáveis discriminações na sociedade (MOIZÉS, BUENO, 2010; apud FIGUEIROA e col. 2017). Nos últimos tempos, desenvolveu-se um modelo de saúde baseado na dimensão biopsicossocial, que proporciona uma visão integral do ser e do adoecer. Este paradigma preconiza que a formação do profissional de saúde deve ir além das competências técnicas, havendo a necessidade de evoluir no desenvolvimento das capacidades relacionais, permitindo assim, que seja criado um laço vincular adequado e uma comunicação efetiva entre os profissionais e os pacientes (JUNQUEIRA, e col. 2013; apud FIGUEIROA e col. 2017) 5 Desse modo, Cruz e Oliveira (2002), citado por Fiamoncini e Reis (2018), apontam que a sexualidade é um comportamento entre seres humanos que envolve sentimentos, pensamentos, experiências, prazeres, ou seja, é ternura, intimidade e interação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) (2002) complementa que a sexualidade é influenciada pela interação biológica, fatores psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos, religiosos e espirituais. Segundo os referidos autores na visão de Abdo (2010) a sexualidade extrapola os limites da anatomia e da fisiologia e é o principal polo estruturante da identidade e da personalidade do indivíduo. Desse modo é fundamental considerar sempre a contínua evolução dos conceitos e comportamentos sexuais, através do tempo histórico, é imprescindível que a questão sexual continue se afirmando como um tema inesgotável do desenrolar da vida humana, tanto nas ciências naturais como a biologia, a anatomia, quanto nas ciências humanas, como a literatura, a psicologia, a história universal (HAHN, 2019). O saber na sexualidade pode dar às pessoas informações apropriadas à idade, culturalmente relevantes e cientificamente precisas. Isso inclui caminhos estruturados para as pessoas explorarem suas atitudes e valores, e praticar as habilidades de que irão precisar para poderem tomar decisões informadas acerca de sua vida e saúde sexuais. O saber em relação à sexualidade é uma questão de direito, um direito ao saber que liberta (HAHN, 2019, p.20). Nesse seguimento Michel Foucault (1999) salienta que a afirmação de uma sexualidade que nunca fora dominada com tanto rigor como na época da hipócrita burguesia negocista e contabilizadora é acompanhada pela ênfase de um discurso destinado a dizer a verdade sobre o sexo, a modificar sua economia no real, a subverter a lei que o rege, a mudar seu futuro. Se atentarmos para a sociedade brasileira veremos que houve muitas transformações com implementação dos meios digitais e o avanço tecnológico onde essas transformações refletiram nos valores, comportamentos, linguagens, no modo de vestir, nas músicas, nos filmes e nas formas de relacionamentos; o acréscimo dos avanços tecnológicos, os métodos anticoncepcionais ao alcance de todos, a 6 indústria do sexo, a pornografia, tudo isso acaba por influenciar a tomada de decisões e concepções mais tradicionais (NUNES, 2005). Dall´Agnol (2003, p. 27) afirma que: É possível afirmar que certos temas, com o decorrer do tempo, são vivenciados de forma diferenciada ou têm suas conotações alteradas. Outros se mantêm num mesmo padrão, apesar de aparentemente estarem sofrendo processos significativos de alteração. Ao observar a forma como os afetos associados à sexualidade sãotratados constata-se que, ainda nos dias atuais, estes refletem emoções confusas por parte dos indivíduos, desestabilizando-os e provocando resistências. Figueiroa e col. (2017) destaca em sua pesquisa que a revisão de literatura científica a respeito da temática revelou que poucos são os estudos nacionais e internacionais que abordam a inserção do estudo da sexualidade e os seus conceitos bem como a integração deste conhecimento na vivência das pessoas. Nos estudos que abordam a temática foi possível verificar que os profissionais da área da saúde como enfermeiros sentem dificuldades em discutir temas sobre a sexualidade humana ou inserir cuidados relativos à dimensão sexual nas prescrições de cuidados. Por outro lado, as pesquisas atuais desenvolvidas nessa área de conhecimento (Rezende; Sobral, 2016; Sehnem; e col. 2013) não permitem avaliar se os problemas relativos às dificuldades do estudo e da formação docente relacionada com a temática da sexualidade humana, representam dificuldades identificadas em instituições isoladas ou se pode ser extensiva a outras instituições, representando talvez uma problemática presente em diferentes regiões do Brasil (FIGUEIROA e col. 2017). Ao contrário do que acontece nos países de primeiro mundo, que já priorizam a sexualidade como parte da grade curricular desde o nível secundário, os países subdesenvolvidos demonstram carência absoluta de profissionais com formação sexológica, o que inviabiliza a criação de programas de educação e assistência voltados para a saúde sexual em âmbito nacional. No Brasil, um país com sérios problemas sociais decorrentes também da má vivência da sexualidade, a prática da 7 sexologia vem caminhando a passos cautelosos à custa do esforço quase sempre solitário e pontual de poucos profissionais que arriscam ultrapassar a barreira da falta de apoio institucional (LARA, 2009). Em geral, estes profissionais atuam por motivações pessoais, uma condição louvável, porém insuficiente para atingir as deficiências nos níveis de assistência, educação, pesquisa e ensino nesta área. No cenário atual, as escolas de nível básico priorizam a sexualidade reprodutiva, e os cursos voltados para a saúde e bem-estar do indivíduo fazem alguma menção sobre o tema ou o ignoram (LARA,2009). 3. FREUD E SUAS CONSIDERAÇÕES SOBRE SEXUALIDADE Fonte: istoe.com.br/o-frescor-de-freud Segundo Costa e Oliveira (2011) a sexualidade é uma dimensão humana essencial, e deve ser entendida na totalidade dos seus sentidos como tema e área de conhecimento. Segundo Freud (2006) citado por Costa e Oliveira (2011), foi Freud que desenvolveu a teoria da sexualidade infantil, durante tratamentos clínicos em seu 8 consultório, nos quais observou transtornos psicológicos apresentados por seus pacientes já adultos, onde ele buscava tratar os distúrbios de histeria. Neste sentido, pode-se perceber que a criança não foi o ponto de partida, nem tão pouco o desejo de estudo de Freud (1905), mas a busca por solucionar os problemas emocionais apresentados por seus pacientes. Sendo assim, em relação a sexualidade infantil, ele foi o primeiro estudioso a abordar o assunto. Fonte: saudevidaplena.com Segundo Costa e Oliveira (2011, p.11): Na XX Conferência de Viena (1915-1916), Freud (2006) em seu discurso sobre “A vida sexual dos seres humanos”, afirmou a respeito da dificuldade que existia em se definir o que ele chama de energia sexual, por ser um assunto bastante polêmico. À época, tudo que se referia ao tema era definido como impróprio e não deveria ser discutido ou debatido. Sendo assim, sua teoria da sexualidade infantil lhe custou muitos dissabores com seus colegas médicos. Nesta época, a sexualidade era vista como algo transgressor, justamente porque as práticas sexuais começavam a desvincular-se da procriação, modelo cristão-cultural vigente. A sexualidade sai do campo privado do casamento e da procriação para o público, onde as novas relações são entendidas como perversas (ALMEIDA, 2018). 9 Segundo o autor supracitado ao lado das ideias de Freud sobre o papel da sexualidade na etiologia das “doenças nervosas”, vai surgindo também a ideia de que as transgressões da sexualidade eram uma violação das prerrogativas masculinas: a liberdade sexual e o poder intelectual como condição masculina. A sexualidade até poderia ser aceita como ingrediente da doença, mas como fonte de prazer e com autonomia, aí já era demais. Assim sendo, a gênese do sexual feminino, atribuída à transgressão da sexualidade, marca uma posição, ou mais claramente, uma oposição à ruptura da sexualidade com a função reprodutora (ALMEIDA, 2018, p 01). Sendo assim, Freud na primeira metade da década de 1890, Freud postulou a noção de defesa, pela qual o ego se defende de representações ligadas à vida sexual do sujeito. Esta noção, precursora da teoria do recalcamento, marca o seu ponto de ruptura com as concepções de Jean Martin Charcot e Joseph Breuer que o inspiraram no começo de sua trajetória. Mais significativamente, a noção de defesa expressa a singularidade e originalidade do pensamento freudiano, ao introduzir a lógica do inconsciente (NETTO; CARDOSO, 2012). De acordo com o referido autor, para fundamentar a sua teoria do recalcamento, Freud recorrera primeiramente à hipótese da sedução, acreditando que o recalque se aplicava às lembranças de atentados sexuais perversos sofridos de forma passiva pelo sujeito em sua infância. Concebido o inconsciente como resultado do recalque das cenas de sedução no psiquismo, a teoria da sedução não sobreviveu ao impacto de novas descobertas freudianas: o papel da sexualidade infantil e da fantasia na vida psíquica. Segundo essa nova perspectiva, a criança não seria desprovida de atividade sexual, no sentido de ser reconhecidamente capaz de construir, num plano inconsciente, inúmeras fantasias sexuais, apesar de sua imaturidade biológica (NETTO; CARDOSO, 2012). A sexualidade como fonte de determinados eventos traumáticos que conduzem para a formação da repressão e defesas do ego desempenha papel 10 central na formação das neuroses, especialmente na infância que se organiza em psiconeurose, e pode ser através da histeria, obsessão e fobia, ou seja, a neurose pode ter uma relação com a sexualidade infantil de dimensão de passado, onde existe a atuação de complexos ideativos do inconsciente e também o retorno do recalcado (FREUD, 1898). Nesse seguimento, de acordo com Freud (2006) citado por Costa e Oliveira (2011) a sexualidade nos acompanha desde o nascimento até a morte. Ao publicar seu primeiro estudo sobre a sexualidade infantil, Freud chocou a sociedade de sua época, que possuía uma ideia de não existência de sexualidade nesta faixa etária. Neste trabalho, o fundador da psicanálise expõe que desde seu nascimento, o indivíduo é dotado de afeto, desejo e conflitos. A fim de entender melhor sobre esse tema sexualidade infantil torna-se importante primeiramente compreender a diferença existente entre “sexo” e “sexualidade”. Enquanto o Sexo é entendido a partir do biológico, remetendo-se a ideia de gênero, feminino e masculino, a sexualidade vai além das partes do corpo, constituindo-se como uma característica que está estabelecida e está presente na cultura e história do homem (COSTA; OLIVEIRA, 2011). Segundo Nunes e Silva (2006, p. 73, apud Costa; Oliveira, 2011) “A sexualidade transcende à consideração meramente biológica, centrada na reprodução e nas capacidades instintivas”. O conceito de sexualidade é muito mais amplo e, por suas características, restringe-se ao ser humano, “sexualidade é uma condição humana que começa a se formar na infância, continua sendo construída na adolescência e se manifesta diferentemente nas várias fases da vida” (LARA, 2009, p.583). Segundo a autora estaabrange a relação sexual, o erotismo, o prazer, a orientação sexual e a reprodução; se expressa por meio de pensamentos, fantasias, desejos, comportamento e relacionamentos e é influenciada por fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, éticos, legais, históricos e religiosos. 11 Nesse sentido, o uso da palavra sexo pode ser utilizado para uma distinção entre homens e mulheres, ou seja, para designar o gênero masculino ou feminino, ou também significa o ato sexual em si (fazer sexo), manter relações sexuais. “[...] a partir da qual se definem papéis e atribuições sociais, que variam conforme a cultura. Mas também pode referir-se a qualquer atividade que resulte em sensação de prazer no corpo ou, mais especificamente, nos órgãos genitais do homem ou da mulher” (AMARAL, 2007). Segundo o autor, o conceito de sexualidade também nos remete à compreensão de que o sexo não pode ser encarado como um ato de puro instinto, pois, o instinto é um comportamento inato que serve a uma necessidade. O sexo poderia ser encarado dessa forma, na medida em que serve à reprodução da espécie, como acontece entre animais. No entanto, o homem distingue-se dos animais pela consciência de existir e por suas características de ser histórico. Portanto, nele os aspectos instintivos são mitigados e transformados, na questão sexual, a escolha do parceiro é feita muito mais pelo prazer que o objeto da escolha nos proporciona do que pela pressão da necessidade instintiva de reprodução, no homem, o prazer refina o instinto de reprodução, passando a ser mais determinante e fundamental na sexualidade (AMARAL, 2007). Logo, Freud acredita que se o ser humano negligenciar a sua sexualidade, ele jamais se sentirá um ser completo e estará exposto a alterações do comportamento, potencialmente nocivas ao indivíduo e à sociedade, que se expressam desde a mais leve disfunção a mais temível parafilia, o mesmo defende a manifestação da sexualidade em fases muito mais precoces do desenvolvimento: está presente na criança desde o seu nascimento (LARA,2009). Freud observou que logo ao nascer a criança apresenta o reflexo da sucção, fundamental para sua alimentação e consequente sobrevivência. Para ele, esse reflexo é acompanhado do prazer do contato da sua mucosa bucal com o seio materno, e isso era óbvio 12 porque se fosse uma experiência desagradável, o reflexo não se fixaria (AMARAL; 2007, p. 04). O reflexo da sucção acompanha-se de prazer Fonte:ead.uepb.edu.br Com o tempo, a criança passa a perceber que o contato da boca com o seu próprio dedo também lhe dá prazer. Nesse caso, trata-se não mais de uma necessidade biológica, mas somente de prazer. Esse tipo de prazer pelo prazer Freud chamou erotismo, e o considerou como o primeiro indicativo de sexualidade a aparecer em uma pessoa (AMARAL, 2007). O chupar o dedo é a primeira forma de erotismo Fonte: ead.uepb.edu.br 13 De acordo com o autor supracitado, é possível perceber, que o conceito de sexualidade de Freud era muito mais amplo do que o vigente na época. Ele a definia muito mais pelo prazer do que pela necessidade de reprodução, conforme o que vimos anteriormente. Nessa perspectiva, é compreensível que tinha descrito a sexualidade do recém-nascido. Porém, não podemos confundir essa compreensão da sexualidade com genitalidade, que é, a busca do contato genital, que vai se desenvolver na vida adulta. Freud também propôs outro conceito com relação à sexualidade o de libido, palavra que deriva do latim e significa desejo, anseio. Refere-se, segundo a Psicanálise, à “energia” que move os impulsos da vida, dentre os quais o mais importante é o impulso sexual. A libido pode ser aumentada, diminuída e tem como característica importante a mobilidade, localizando-se em várias partes do corpo alternadamente (AMARAL; 2007, p.13). Colabora Costa e Oliveira (2011, p.07) “A libido é a energia afetiva que busca o prazer e faz parte do ser humano desde seu nascimento até sua morte”. Segundo os autores, Freud propõe que são nas fases psicossexuais que ocorrem o desenvolvimento da personalidade de um modo específico e é caracterizado pela concentração da libido em zonas erógenas. Em um primeiro momento do desenvolvimento da sexualidade, a libido vai estar localizada na mucosa da boca, constituindo a fase oral, definida por Freud como o primeiro estágio. “O ser humano nasce sexuado e desde bebê tem início seu autoconhecimento, de forma natural e espontaneamente, mas ele necessita da ajuda do meio em que se está inserido para encontrar as respostas das questões que tanto lhe angustiam” (COSTA; OLIVEIRA, 2011). Segundo o referido autor é durante o ato de “mamar”, quando a criança busca a preservação do equilíbrio vital, que surgem as primeiras experiências de prazer. 14 Pois, ao sugar o seio da mãe sua boca entra em contato com a pele dela e seus lábios se comportam como transmissores de sensações prazerosas. Nesse período qualquer parte de seu corpo (parte dos lábios, língua, dedo das mãos ou dos pés, ou ponto da pele) pode ser usado como objeto para sucção, em muitos casos o sugar com combina-se com a fricção de alguma parte sensível do corpo, como os seios ou as genitálias externas (COSTA; OLIVEIRA, 2011). À proporção que a criança amadurece, a libido vai se deslocando para outras partes do corpo, criando novas zonas erógenas. O segundo estágio, por exemplo, inicia-se por volta dos dois anos de idade, quando a criança começa a ter o controle dos esfíncteres. Essa possibilidade de controle sobre o próprio corpo dá à criança o sentimento de poder produzir coisas suas, simbolizado pela liberação ou contenção das fezes. Nesse caso, estamos nos referindo à fase anal (AMARAL, 2007). Nesta fase, a libido, que estava concentrada na região dos lábios, passa para o ânus, ou seja, a satisfação erógena que a zona labial proporcionava à criança, é substituída pela zona rectal. “Tal como a zona dos lábios, a zona anal está apta, por sua posição, a mediar um apoio da sexualidade em outras funções corporais” (FREUD, 2006, p. 175, apud COSTA; OLIVEIRA, 2011, p.09). É nessa fase que a criança começa a estabelecer o controle de seus esfíncteres. Neste período as crianças começam a criar suas fantasias sobre o que produzem, ou seja, as fezes. Essa produção tem para ela um grande valor, porque são objetos que vem de dentro de seu corpo e que, de certa forma, fazem parte da criança, proporcionando prazer ao ser produzido (COSTA; OLIVEIRA, 2011). Segundo o autor neste período, as crianças, para tirar proveito da estimulação erógena da zona anal, retém as fezes, até que este acúmulo proporcione violentas cólicas e ao passar pelo ânus, ocorrera uma estimulação intensa na mucosa, dando- lhes sensações de alívio e prazer 15 A terceira fase é a fálica, que ocorre por volta dos quatro anos e caracteriza- se pela localização da libido nos órgãos genitais. Nesta, há a “descoberta” da genitália e a preocupação com a diferença entre os sexos (AMARAL, 2007). Nesta fase a libido erotiza os órgãos genitais e as crianças apresentam o desejo de manipulá-los. Tanto nos meninos, quanto nas meninas, esta zona está ligada à micção (glande e clitóris). As atividades dessa zona erógena, da qual fazem parte os órgãos sexuais são, sem dúvida, o começo da vida sexual “normal” (COSTA; OLIVEIRA, 2011, p.10). Freud (1905) citado por Costa e Oliveira (2011) enfatiza que devido à necessidade de higienização das genitálias e a quantidades de dispositivos erógenos existentes, o onanismo (vício masturbatório) que ocorre no período da amamentação é o responsável pelo surgimento da futura primazia das zonas. É importantesalientar que essa fase, apesar de expressar uma preocupação da criança com os órgãos genitais, ainda não representa a sexualidade adulta. É ainda uma fase exploratória e de curiosidade (AMARAL, 2007). A criança toca seu próprio sexo, procura conhecer como é o sexo do coleguinha, preocupa-se em saber como é o corpo de um adulto. Após fase que Freud chama de latência, que vai dos 6 aos 11 anos, caracterizada por uma relativa inatividade do impulso sexual, inicia-se, na adolescência, a fase genital. Concomitante com a maturação biológica, ocorre a partir daí a retomada do impulso sexual, que, com a busca do objeto de amor fora do grupo familiar, o indivíduo assume as características da sexualidade adulta (AMARAL, 2007). Segundo o autor, essa descrição do desenvolvimento psicossexual demonstra dois aspectos importantes: 16 A sexualidade aparece muito cedo no ser humano; O impulso sexual amadurece paralelamente ao crescimento e ao desenvolvimento do indivíduo. Veja o quadro logo a baixo: Estágio do Desenvolvimento - FREUD Quadro 1 – Desenvolvimento da Sexualidade Fonte: Elaborado pelo autor. Por fim vale destacar as contribuições significativas de Sigmund Freud (2006) citado por Costa e Oliveira (2011) onde o autor propõe que a sexualidade não se ESTÁGIO IDADE ZONA ERÓGENA CONFLITO Consequências Estágio Oral 0-18 meses Boca Desmame Dependência, agressividade verbal, gosto pela discussão e tendência exagerada pela satisfação oral Estágio Anal 18 meses - 3 anos Ânus Aprendizagem do controle da defecação Tendência para a crueldade, violência e rebeldia Estágio Fálico 3 – 6 anos Órgãos genitais Complexo de Édipo e Electra Personalidade bipolar e falta de maturidade no plano afetivo Estágio de Latência 6 – 11 anos Concentra-se no mundo físico e social e não no seu corpo Não existe nenhum conflito Não há fixação alguma Estágio Genital Após a puberdade Órgãos genitais Preocupação com o bem estar sexual da pessoa amada Capacidade de amar e cuidar e ultrapassagem da sexualidade auto erótica. 17 vincula apenas ao psiquismo do indivíduo, mas está atrelada também a sua formação pessoal, uma vez que as crianças são dotadas de sexualidade desde que nascem, buscando o prazer em todas as fazes vivenciada por elas. Vale ainda destacar que, a família faz parte do processo de formação da sexualidade de seus filhos, o diálogo aberto e sem preconceitos entre pais e filhos é o melhor caminho para a construção da sexualidade das crianças e a orientação da mesma. 4. SEXUALIDADE E CONSTRUÇÃO SOCIAL Fonte: cloudcoaching.com.br Segundo Hahn (2019), a sexualidade é parte integrante e fundamental para o bem-estar e qualidade de vida de cada indivíduo e da coletividade. Tem dimensões físicas, psicológicas, espirituais, sociais, econômicas, políticas e culturais. Ela 18 engloba o sexo, identidades e questões de gênero, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. De acordo com o autor ela é experimentada e expressa através de pensamentos, ações, sentimentos, desejos e fantasias, em que a informação e o conhecimento são a base para o exercício de uma sexualidade saudável, com a possibilidade de experiências sexuais prazerosas, satisfatórias e seguras. O sexo e a sexualidade são partes integrantes e de grande importância para nosso desenvolvimento físico e emocional. Logo, são fontes de realizações e encontros, prazeres, procriação e amor, que devem ser vivenciados de forma positiva e construtiva nas relações sociais, sexuais e conjugais (CRUZ; OLIVEIRA, 2002, apud FIAMONCINI; REIS, 2018). Sendo assim, o corpo pode ser considerado como uma instância que está entre a natureza e a cultura, sendo assim, ele vai sofrer intervenções de acordo com o estilo de vida dos indivíduos e da sociedade em que ele se encontra, funcionando como uma representação visível e imediata da identidade dos sujeitos, por isso a sociedade impõe e vigia as normas de comportamento sobre o mesmo (SÁ, 2016). Nas palavras do autor “o corpo é moldado pelo contexto social e cultural e que ele promove a mediação do sujeito com o mundo. O estilo de vida particular que o indivíduo adota também vai interferir no processo de experiência e socialização corporal”. Para as sociedades mais tradicionais e comunitárias, o corpo e o indivíduo são inseparáveis, por isso ele vai ser o componente da energia coletiva do grupo. Já nas sociedades ocidentais, individualistas, o corpo atua como delimitador de limites, ou seja, a marca de onde acaba e começa o outro. O corpo é a estrutura na qual os sujeitos sociais estão separados uns dos outros, isso os torna mais autônomos em relação às ações que eles podem realizar em si mesmo (SÁ, 2016). Desse modo discutir sexualidade e corpo, é de grande importância no que se refere a construção social do sujeito, 19 [...]esse aprendizado é construído socialmente a partir das diretrizes e significados culturais que trazem consigo as questões de gênero e sexualidade, pois o corpo vai funcionar como expressão da orientação sexual e da identidade de gênero dos indivíduos (SÁ, 2016). Segundo o referido autor toda cultura manifesta algum tipo de preocupação com a sexualidade, por exemplo; ela chega a definir os papeis sexuais específicos para homens e mulheres. No começo dos estudos científicos, essa questão era encarada apenas pelo lado biológico, mas hoje pode se afirmar que isso vai além da anatomia. Além de transformações no corpo, a sexualidade também vai influenciar no comportamento de cada indivíduo, assim como a identificação do gênero. Em relação a essa situação de orientação sexual, representação e reconhecimento social, apresenta-se o jovem homossexual e os seus enfrentamentos perante uma sociedade que julga como anormal qualquer tipo de orientação que não seja condizente com a ligação de fatores biológicos e as questões ditas como morais pela cultura. Fonte: waltermiez.wixsite.com https://waltermiez.wixsite.com/psicologia/single-post/2017/08/08/A-constru%C3%A7%C3%A3o-social-do-g%C3%AAnero 20 Sendo assim, a sexualidade pode ser construída socialmente pelas categorias do gênero feminino e gênero masculino (Feminino e masculino) consequentemente se atribui a essas categorias uma serie de comportamentos que seriam esperados a cada categoria e/ou gêneros (SÁ,2016). Por exemplo, se é uma menina espera-se que a cor rosa predomine, que seu brinquedo preferido seja a boneca e se é um menino funciona da mesma maneira, existe uma ideia que por muitos anos se construí e se constrói que o mesmo receba coisas de cor azul e que seu brinquedo preferido seja carrinhos, por ser então uma questão social começamos a inserir os gêneros dentro de um contexto do qual se espera que esse indivíduo atenda as demandas sociais ensinadas, o que se tem como consequências é uma serie de complicações principalmente na vida do indivíduo que não se adeque a tais “normas” do que é ser menino ou do que é ser menina. Porém, é importante lembrar que a sexualidade é multicultural, subjetiva, e deve ser respeitada em sua forma de expressão, onde cada sujeito tem sua forma única de encarrar e expressar sua sexualidade 5. GÊNERO E SEXUALIDADE Fonte: cienciahoje.org.br 21 O conceito de gênero surgiu, como categoria de análise, em estudos que objetivavam demarcar lugares e distinguir o que é da ordem do masculino e do feminino. A nova concepção possibilitou, também, analisar as diferenças entre pessoas, coisas e situações vivenciadas. A utilização do conceito de gênero proporcionou o afastamento da ideia de determinismo biológico relativa ao sexo. (OLIVEIRA; KNÖNER, 2005, apud PRAUN, 2011) Desse modo, vale salientar também a diferençaentre sexualidade e sexo, como já vimos no decorrer do material, o sexo relaciona-se à conformação característica que distingue o macho da fêmea nos animais e nos vegetais, assim como diz respeito ao agrupamento de pessoas que têm a mesma conformação física. Já a sexualidade é um termo muito mais amplo que qualifica o que é sexual. Diz respeito tanto ao ato sexual, quanto aos atos e comportamentos que podem ou não levar ao sexo. A sexualidade está presente na vida desde que nascemos, um bebê já possui esta dimensão em sua existência (KRAICZYK, 2017). A sexualidade é fluída (muda ao longo de toda nossa vida), é pessoal/individual porém sua construção é social (cada um tem a sua, não há certo ou errado, havendo possibilidades) e é paradoxal (é sempre diferente da sexualidade dos outros), sendo o traço mais íntimo do ser humano, manifestando-se diferentemente em cada indivíduo, de acordo com a realidade e as experiências vividas (KRAICZYK, 2017). Sobre gênero corrobora Praun (2011, p.56), O termo gênero, classificação construída pela sociedade, contribui para exacerbar a distinção entre indivíduos de sexos diferentes. Essa classificação possibilita a construção de significados sociais e culturais que distinguem cada categoria anatômica sexual e que são repassados aos indivíduos desde a infância. A utilização do termo gênero é bastante complexo, pois engloba várias características e crenças de uma determinada pessoa ou grupo, envolve questões 22 psicológicas, sociais e culturais e até mesmo características biológicas que estão ligadas a percepção de masculino e feminino. Em relação a diferença entre gênero e sexo, cabe salientar que resumidamente o gênero se refere ao conjunto de características sociais e culturais ligadas as percepções de masculino e feminino, já o sexo se refere a características biológicas referente ao cromossomo (KRAICZYK, 2017). Sobre gênero e sexualidade, cabe ainda destacar a diferença entre quatro fatores relacionados à identidade de gênero e sexualidade segundo Kraiczyk (2017): 1) Identidade de gênero: diz respeito à maneira como a pessoa se enxerga, sendo o gênero com o qual ela se identifica. A pessoa pode ser cisgênero, pois identifica-se com o mesmo gênero que lhe foi dado no nascimento; transexual e/ou transgênero, no caso das pessoas que se identificam com um gênero diferente daquele que foi dado no nascimento e não binários, no caso de pessoas que não se identificam com nenhum dos dois gêneros. 2) Orientação sexual: se relaciona à expressão do papel sexual e depende do gênero pelo qual a pessoa desenvolve atração sexual e laços românticos. Em relação à orientação sexual, é possível ser heterossexual, quando há atração sexual por alguém de outro sexo; homossexual, quando há atração sexual por alguém do mesmo sexo, bissexual, quando há atração por ambos os sexos; pansexual, quando a atração é por ambos os sexos e gêneros (cisgênero e transgênero) e assexual, quando há ausência de atração por qualquer sexo ou gênero. Veja o quadro abaixo: Heterossexual – Por alguém de outro sexo Homossexual – Por alguém do mesmo sexo Bissexual – Por ambos os sexos Pansexual – Por ambos os sexos e gêneros (cis e trans) 23 Assexual – Ausência de atração por qualquer sexo ou gênero Quadro 3 – Orientação Sexual – expressão do papel sexual Fonte: Elaborado pelo autor 3) Expressão ou papel de gênero: é construído culturalmente e diz respeito à forma como as pessoas usam para expressar seu gênero em sociedade, desde o uso de roupas e acessórios, até detalhes físicos, como os gestos, as atitudes, o timbre da voz, as vestimentas, entre outros. 4) Sexo biológico: é exclusivamente biológico e está relacionado aos cromossomos XX, XY, XXY que levarão ao sexo biológico – vagina, pênis ou ambos. Acompanhe o quadro abaixo: 1. IDENTIDADE DE GÊNERO Homem Homem e Mulher Mulher 2. ORIENTAÇÃO SEXUAL Heterossexual Bissexual Homossexual 3. PAPEL DE GÊNERO Masculino Andrógino Feminino 4. SEXO BIOLÓGICO Macho Intersexo Fêmea Quadro 2- Sistematização da identidade de gênero e sexualidade Fonte: fazendohistoria.org.br – Adaptado Em relação à idade em que estas questões aparecem na vida das pessoas, Kraiczyk, (2017) salienta que a percepção do gênero (identidade de gênero) começa por volta dos 3 anos, mas pode acontecer em idade mais avançada. Já a orientação 24 sexual aparece por volta dos 10/11 anos, quando tem início a puberdade, e com isso a percepção do desejo sexual por outra pessoa. Segundo a mesma, questões relacionadas à identidade de gênero e suas complexidades, inclui desafios/preconceitos no mundo do trabalho, tabus, entre outros problemas, posto que quando falamos em sexo, estamos falando em corpos de homens e de mulheres e quando o tema é gênero, estamos falando de construções culturais, de valores, atribuições, comportamentos, atitudes para os corpos de homens e de mulheres. Nesse sentido, Kraiczyk (2017, p 01), enfatiza que: As pessoas podem se identificar como masculinos ou femininos e, assim, constroem suas identidades de gênero (independe do sexo designado no nascimento). As identidades sexuais se constituem através das formas como vivemos a sexualidade, com parceiros/as do mesmo sexo, do sexo oposto, de ambos os sexos ou sem parceiros/as. Os sujeitos masculinos ou femininos podem ser heterossexuais, homossexuais, bissexuais (e, ao mesmo tempo, eles também podem ser negros, brancos, ou índios, ricos ou pobres etc. De modo geral, a sexualidade é o termo que vai qualifica o que é sexual, o sexo faz parte da sexualidade, mais é necessário compreender que existem atos de sexualidade que não há necessidade de sexo, por isso a existência da sexualidade no bebê desde o seu nascimento. Então a sexualidade é fluida ela se transforma ao longo da vida do indivíduo, sendo pessoal e individual não cabendo o termo de certo e errado nesse contexto, sendo ao mesmo tempo paradoxal porque sempre vai ser diferente da sexualidade dos outros. É o traço mais íntimo do ser humano e como tal, se manifesta diferentemente em cada indivíduo de acordo com a realidade e as experiências vivenciadas (MADUREIRA; BRANCO, 2015). Já o gênero segundo Praun (2011) inclui diversos componentes, como identidade, valores, prestígio, regras, normas, comportamentos, sentimentos, entre outros. As relações de gênero são, portanto, construídas pelas sociedades. 25 6. VIOLÊNCIA DE GÊNERO Fonte: justicadesaia.com.br Segundo Almeida et al. (2010) a violência se manifesta de diversas formas e circunstâncias diferentes e vem acompanhando a sociedade brasileira a tempos remotos, o seu significado está intimamente relacionado a cultura, pois pode ter múltiplos sentidos em relação ao sentimento ou a ação geradora de violência o que torna seu conceito muito difícil. Entretanto, Rocha (1996) enfatiza que a violência pode ser descrita como aquilo que transgride os limites humanos, seja nas dimensões físicas, psíquicas ou sociais “[...] a violência, sob todas as suas formas, desrespeita os direitos fundamentais do ser humano, sem os quais o homem deixa de ser considerado como sujeito de direitos e de deveres, e passa a ser olhado como um puro e simples objeto” (apud, ALMEIDA, et al. 2010, p.7). Sendo assim, abordar a violência exige alguns desafios, pois é um fenômeno complexo marcado pelas relações de poder existente entre gêneros, crenças e tradições. Desse modo é indispensável destacar que quando falamos de violência 26 gênero a violência contra mulher continua sendo uma problemática gritante em toda sociedade (ARAUJO,2008). É um grave problema social no Brasil que permeia as relações de desigualdades entre homens emulheres. Que é frequentemente utilizada na literatura como sinônimo para se referir a violência doméstica e a violência contra mulher (BANDEIRA, 2014). Fonte: fórumbrasileirodesegurançapública.com.br Sobre os índices marcam essa violência os dados são alarmantes, nos países do continente americano as estatísticas mostram que uma mulher é assassinada a cada duas horas. No Brasil, o mapa da violência (WAISELFISZ, 2012) demonstra, em todas as idades, quem é o principal agressor na vida da mulher, desde a infância até a velhice. Tendo por base atendimentos feitos pelo SUS, demonstra-se que, em alguma fase da vida, a mulher sofre violência. Até os 9 anos, vemos que os pais aparecem como agressores, quase exclusivos, das mulheres na faixa dos 10-14 anos. Até 4 anos, destaca-se a mãe como principal agressora e a partir dos 10 do pai. Na fase adulta, dos 18 aos 29 anos o principal agressor é o marido, namorado ou ex-companheiro. Após os 49 anos os filhos se tornam os principais agressores. 27 Portanto, podemos afirmar que metade de todas as mulheres vítimas de homicídio é morta pelo marido ou parceiro, atual ou anterior (BALESTERO; GOMES, 2015). As pesquisas variam muito em suas metodologias, controle e interpretação dos dados, o que dificulta a comparação entre elas, assim como a obtenção de uma visão geral da incidência do fenômeno na população. Muitas vezes ao compararmos dados de pesquisas encontramos porcentagens que revelam, por exemplo, um alto índice de violência contra a mulher em determinados países, quando, na verdade, os números significam apenas que nesses países existem melhores condições de registros e não propriamente um maior índice de violência em relações a outros que não contam com as mesmas condições (ARAUJO, 2018). Balestero e Gomes (2015, p.45) enfatiza em sua pesquisa que, a violência contra a mulher é considerada uma epidemia global pela ONU. Após relatórios da organização mundial da saúde - OMS, a conclusão foi de que a predominância é da violência física e sexual praticada pelo parceiro íntimo. Uma vez que a violência de gênero, gerada na intimidade amorosa, revela a existência do controle social sobre os corpos, a sexualidade e as mentes femininas, evidenciando, ao mesmo tempo, a inserção diferenciada de homens e mulheres na estrutura familiar e societal, assim como a manutenção das estruturas de poder e dominação disseminadas na ordem patriarcal. Em outras palavras, equivale a dizer que a violência física e sexual está sendo mantida como forma de controle, já que se ancora na violência simbólica (BANDEIRA, 2014). A violência de gênero como algo que não está restrito a uma cultura, ou seja, não obstante o grau de desenvolvimento do país, a violência de gênero se encontra presente, ainda que em maior ou menor escala. Tornou-se uma preocupação mundial atualmente o investimento em pesquisas que demonstrem a situação em que mulheres do mundo todo são submetidas e, a partir disso, demonstrar que não há mais como ignorar esses eventos (BALESTERO; GOMES 2015). 28 Desse modo, podemos considerar que a violência contra as mulheres refere - se a um fenômeno mundial, que atinge todas as classes sociais, por isso vários países vêm aplicando medidas de prevenção e controle na tentativa de frear essas ações. Por esta razão e muitas outras, a violência contra a mulher começou a ser enfrentada como problema de saúde pública. Também é uma das manifestações mais extremas e perversas da desigualdade de gênero, produto das diferenças de poder e que representa um importante fenômeno social e de violação dos direitos humanos, impactando significativamente no processo saúde-doença e na perspectiva de vida das mulheres (BARUFALDI, 2017). Neste cenário, cabe destacar alguns aspectos históricos mais especificamente da violência contra mulher. Sobre a problemática é possível encontrar termos como violência contra a mulher, violência doméstica, violência familiar e violência familiar, ambos os termos são utilizados como sinônimo, porém não são (ALMEIDA, et al. 2010). O mesmo autor propõe que violência contra mulher é “qualquer ação ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como privado. O termo “violência contra a mulher”, portanto, engloba a violência doméstica, a violência familiar e a violência conjugal” (p. 73). Desse modo, a violência de gênero é definida como um tipo de violência sofrida pelo fato de se ser mulher, sem distinção de raça, classe social, religião, idade ou qualquer outra condição, produto de um sistema social que subordina o sexo feminino (FERRAZ et al., 2009, apud SCHRAIBER E OLIVEIRA, 2006). A violência de gênero produz-se e reproduz-se nas relações de poder onde se entrelaçam as categorias de gênero, classe e raça/etnia. Expressa uma forma particular de violência global mediatizada pela ordem patriarcal, que delega aos homens o direito de dominar e controlar suas mulheres, podendo para isso usar a violência. Dentro 29 dessa ótica, a ordem patriarcal é vista como um fator preponderante na produção da violência de gênero, uma vez que está na base das representações de gênero que legitimam a desigualdade e dominação masculina internalizadas por homens e mulheres (ARAUJO, 2008, p. 10). O autor ainda salienta que, a violência contra a mulher não é um fenômeno único e não acontece da mesma forma nos diferentes contextos; ela tem aspectos semelhantes mas também diferentes em função da singularidade dos sujeitos envolvidos. Corrobora, Bandeira (2014) o uso da modalidade violência de gênero, entende-se que as ações violentas são produzidas em contextos e espaços relacionais e, portanto, interpessoais, que têm cenários societais e históricos não uniformes. A centralidade das ações violentas incide sobre a mulher, quer sejam estas violências físicas, sexuais, psicológicas, patrimoniais ou morais, tanto no âmbito privado-familiar como nos espaços de trabalho e públicos. Não se trata de adotar uma perspectiva ou um olhar vitimizador em relação à mulher, o que já recebeu críticas importantes, mas destacar que a expressiva concentração deste tipo de violência ocorre historicamente sobre os corpos femininos e que as relações violentas existem porque as relações assimétricas de poder permeiam a vida rotineira das pessoas (BANDEIRA, 2014). Apesar da presença comum do fator predominante a desigualdade de poder nas relações de gênero, cada situação tem uma dinâmica própria, relacionada com os contextos específicos e as histórias de vida de seus protagonistas. Por isso, na análise e compreensão da violência contra a mulher é fundamental levar em conta esses aspectos universais e particulares de forma a apreender a diversidade do fenômeno (ARAUJO, 2018). 30 7. SEXUALIDADE E EDUCAÇÃO Fonte: justicadesaia.com.br Segundo o Ministério da Educação - MEC (2018) a sexualidade tem grande importância no desenvolvimento e na vida psíquica das pessoas, pois independentemente da potencialidade reprodutiva, relaciona-se com a busca do prazer, necessidade fundamental dos seres humanos. Sendo a sexualidade entendida como algo inerente, que se manifesta desde o momento do nascimento até a morte, de formas diferentes a cada etapa do desenvolvimento. Os primeiros registros sobre propostas de Educação Sexual nas escolas, na Bahia e no Brasil, ocorreram na transição do século XIX para o século XX. Eram ideias que já vinham sendo difundidas em países da Europa, como Itália, França, Portugal e Inglaterra, fortemente relacionadas com os investimentos que a medicina estava fazendo no campo dos conhecimentos científicos sobre o corpo feminino, reprodução e, principalmente, sobre o que Rohden (2001, apud Bastos; Cruz; Dantas, 2018) denominoude “Ciência da diferença”. Essa produção científica buscou mapear esses conhecimentos acerca do corpo feminino e seus fenômenos, com o intuito de estabelecer diferenças biológicas entre corpos femininos e masculinos. http://www.justicadesaia.com.br/ 31 Nesse sentido, o que se pretendia era transformar esses corpos, que antes eram apenas duas versões de um corpo único (o corpo humano), em seres opostos e complementares, cujas diferenças eram irreconciliáveis, constituindo um modelo de sexo duplo (LAQUEUR, 2001, apud BASTOS; CRUZ; DANTAS, 2018). Essa diferença, do ponto de vista biológico, entre homens e mulheres, se refletiu no campo político e passou a justificar a desigualdade de direitos. Entretanto, nesse mesmo período, os movimentos sociais, em especial o movimento feminista, passaram a se organizar e, dentre as suas pautas principais, estavam o direito à educação e o direito à participação política através do voto (BASTOS; CRUZ; DANTAS, 2018). Ou seja, as primeiras propostas de educação sexual surgiram, ao mesmo tempo, como medida de controle das mulheres, tendo em vista que seu público-alvo principal eram as mulheres e as crianças, mas também em função de uma reivindicação dos movimentos feministas (BASTOS; CRUZ; DANTAS, 2018). Nesse último caso, temos na Bahia a tese da médica Ítala Oliveira, apresentada na Faculdade de Medicina da Bahia, em 1927, que defendia claramente uma Educação Sexual para uma equidade de direitos entre homens e mulheres, inclusive no campo do prazer sexual, assunto considerado tabu naquela época e ainda hoje (CRUZ, 2017, apud BASTOS; CRUZ; DANTAS, 2018). Lili Tosta, Francisca Praguer Fróes e Edith Mendes da Gama Abreu são expoentes do movimento feminista em Salvador naquela época e que também defenderam a Educação Sexual das mulheres em diferentes perspectivas (COSTA, 2002; RAGO, 2007, apud BASTOS; CRUZ; DANTAS, 2018). As práticas de higiene eram ressaltadas como sinônimo de modernidade e desenvolvimento do país. Esse interesse pela educação sexual aparece na obra de médicos brasileiros como José de Albuquerque, Antônio Austregésilo, Hernani de Irajá, que escreveram vários livros sobre o tema entre as décadas de 1920 e 1940. A discussão desses autores se pautava principalmente no combate à iniciação sexual precoce, às práticas sexuais não reprodutivas, tais como a masturbação, a 32 homossexualidade, o sexo anal e o sexo oral e também o combate às doenças sexualmente transmissíveis (DST) chamadas, então, de doenças venéreas. A Educação Sexual era dirigida principalmente às mulheres, crianças e jovens, com indicações indiretas aos homens adultos (BASTOS; CRUZ; DANTAS, 2018). Sendo assim, a educação sexual sempre esteve atrelada às discussões médicas que abordavam principalmente aspectos relativos à reprodução e à prevenção de doenças. Assim, as discussões de sexualidade, no espaço escolar, têm ficado, tradicionalmente, restritas às disciplinas de Ciências e Biologia, como se as questões da sexualidade estivessem restritas apenas a aspectos anatômicos e fisiológicos. Assim, aspectos relativos à cultura e ao próprio ordenamento da sociedade são deixados de lado (BASTOS; CRUZ; DANTAS, 2018). Entretanto, segundo o próprio autor a sexualidade passa por outros caminhos que extrapolam o biológico. Foucault (2014), ao tratar da história da sexualidade, indica a importância dos discursos sobre a sexualidade, que não apenas falam de sexo e das práticas sexuais, mas instituem o que deve ser considerado normal e o que é desvio, anormalidade ou perversão. A Psicanálise, a Medicina e a Pedagogia, entre outros saberes, indicaram os comportamentos corretos a partir de uma “ciência sexual” que classificou os comportamentos sexuais. O ponto principal que está por trás dessa classificação é a capacidade reprodutiva. Fonte: educapes.capes.gov.br https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/430946/2/eBook_%20Genero_e_Sexualidade_na_Atualidade_UFBA.pdf 33 Além disso, a sexualidade construída ao longo da vida, encontra-se necessariamente marcada pela história, cultura, ciência, assim como pelos afetos e sentimentos, expressando-se então com singularidade em cada sujeito. Indissociavelmente ligado a valores, o estudo da sexualidade reúne contribuições de diversas áreas, como Antropologia, História, Economia, Sociologia, Biologia, Medicina, Psicologia e outras mais. Se, por um lado, sexo é expressão biológica que define um conjunto de características anatômicas e funcionais (genitais e extragenitais), a sexualidade é, de forma bem mais ampla, expressão cultural (MEC, 2018). Cada sociedade cria conjuntos de regras que constituem parâmetros fundamentais para o comportamento sexual de cada indivíduo. Nesse sentido, a proposta de Orientação Sexual considera a sexualidade nas suas dimensões biológica, psíquica e sociocultural (MEC, 2018, p.02). De forma geral, “a questão da Educação Sexual aparece como um elemento a compor um projeto maior de educação da população, buscando transformar hábitos e costumes em prol de um desenvolvimento social que equiparasse a capital baiana e outros grandes centros brasileiros, como o Rio de Janeiro, às grandes cidades europeias” (CRUZ, 2017, p.117, apud BASTOS; CRUZ; DANTAS, 2018). Tratar pedagogicamente do gênero e sexualidade nas escolas significa inserir os assuntos referentes a este tema da diversidade no currículo, por meio dos conteúdos contemplados nas diretrizes curriculares, não havendo necessidade de se criar uma disciplina específica de Educação Sexual na escola (CARVALHO, 2013, p.20701). A sexualidade infantil se desenvolve desde os primeiros dias de vida e segue se manifestando de forma diferente em cada momento da infância. A sua vivência saudável é fundamental na medida em que é um dos aspectos essenciais de desenvolvimento global dos seres humanos. A sexualidade, assim como a 34 inteligência, será construída a partir das possibilidades individuais e de sua interação com o meio e a cultura (MEC, 2018). Fonte: novaescola.org.br Os adultos reagem, de uma forma ou de outra, aos primeiros movimentos exploratórios que a criança faz em seu corpo e aos jogos sexuais com outras crianças. As crianças recebem então, desde muito cedo, uma qualificação ou “julgamento” do mundo adulto em que está imersa, permeado de valores e crenças que são atribuídos à sua busca de prazer, o que comporá a sua vida psíquica. Nessa exploração do próprio corpo, na observação do corpo de outros, e a partir das relações familiares é que a criança se descobre num corpo sexuado de menino ou menina (MEC, 2018). Preocupa-se então mais intensamente com as diferenças entre os sexos, não só as anatômicas, mas também com todas as expressões que caracterizam o homem e a mulher. A construção do que é pertencer a um ou outro sexo se dá pelo tratamento diferenciado para meninos e meninas, inclusive nas expressões diretamente ligadas à sexualidade e pelos padrões socialmente estabelecidos de feminino e masculino (MEC, 2018). Esses padrões segundo o Ministério da Educação são oriundos das representações sociais e culturais construídas a partir das diferenças biológicas dos 35 sexos e transmitidas pela educação, o que atualmente recebe a denominação de relações de gênero. Essas representações absorvidas são referências fundamentais para a constituição da identidade da criança. A escola deve informar e discutir os diferentes tabus, preconceitos, crenças e atitudes existentes na sociedade, buscando, se não uma isenção total, o que é impossível de se conseguir, uma condição de maior distanciamento pessoal por parte dos professores para empreender essa tarefa, Quando o assunto é fala sobre sexo com crianças e adolescentes, Kraiczyk, (2017) propõe que é importante que os profissionais possam: 1) lidar com a própria sexualidade;2) despir-se de crenças e valores pessoais; 3) evitar o senso comum midiático, das políticas públicas e do discurso religioso; 4) buscar conhecimento científico para embasar o que diz. Caso seja verificado que uma criança e/ou adolescente pode estar passando por uma questão referente à sua identidade de gênero, é importante que haja o trabalho em rede com a escola, CRAS/CREAS, serviços de saúde, Conselho Tutelar, Defensoria Pública e outros órgãos de proteção e garantia de direitos. Portanto, a educação é sempre uma ação política, o gênero e a educação sexual devem fazer parte do currículo escolar desde a infância. Porém, este currículo deve ser planejado, assumido pelas/os professoras/es de forma a discutir os conhecimentos sobre esse assunto, sem preconceitos e discriminações (CARVALHO, 2013). Pois, segundo o autor supracitado no cotidiano das escolas é fácil perceber a naturalização que existe com os preconceitos de raça, gênero e orientação sexual. É tão comum que se percebe, mesmo entre os/as educadores/as, atitudes diárias que reforçam esses preconceitos, seja por meio de piadas, comentários ou mesmo naturalização dos espaços de meninos e meninas, homens e mulheres, heterossexuais, bissexuais, transexuais e homossexuais. É preciso então que a 36 equipe diretiva e pedagógica de cada escola se dedique mais a esses assuntos, não se cale, para que atitudes de desnaturalização dos preconceitos se tornem hábito e não somente assunto para palestra com profissionais externos à escola (CARVALHO, 2013). 37 REFERÊNCIA ADUREIRA, Ana Flávia do Amaral; BRANCO, Ângela Uchoa. Gênero, sexualidade e diversidade na escola a partir da perspectiva de professores/as. Temas psicol., Ribeirão Preto, v. 23, n. 3, p. 577-591, set. 2015. ALMEIDA, Maria da Graça Blaya, et al. A violência Na Sociedade Contemporânea. Porto Alegre 2010. ALMEIDA, MARINA. Freud e a teoria da sexualidade. Instituto Inclusão Brasil.2018. AMARAL, Vera Lúcia. Psicologia da Educação. Sexualidade. Natal, RN: EDUFRN, 2007. ARAUJO, Maria de Fátima. Gênero e violência contra a mulher: o perigoso jogo de poder e dominação. Psicol. Am. Lat., México, n. 14, out. 2008. BANDEIRA, Lourdes Maria. 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