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Unid 4 - Sistema Nervoso

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SISTEMA NERVOSO
CAPÍTULO 4 - O CONTROLE MOTOR E O 
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO, SUAS 
FUNÇÕES E PRINCIPAIS PATOLOGIAS
Ana Paula Felizatti
- -2
Introdução
O sistema nervoso é altamente complexo, e tem um papel essencial na função motora. Você imagina quantos
movimentos você realiza ao longo do dia? Qualquer movimento realizado pelo corpo em um espaço, para que
ocorra adequadamente, precisa estar corretamente conectado à ativação de vias musculares, neurais e celulares.
Mesmo uma movimentação simples, como o movimento dos olhos ao ler, ou a movimentação dos dedos ao
digitar ou escrever um texto, exigem complexos mecanismos de processamento de informações, em diferentes
níveis do sistema nervoso.
De modo geral, o controle motor está relacionado a diversas funções, como o controle da contração muscular,
ajustes posturais em diversos tipos de movimentos. Você consegue listar exemplos de diferentes tipos de
movimentos realizados, voluntários e involuntários?
Todo esse mecanismo funcional é contemplado por diferentes tipos de movimentos e grupos musculares, que
respondem a estímulos do sistema nervoso. Quando há problemas na sinalização ou processamento dos
estímulos, pode ocorrer comprometimento da movimentação, podendo gerar patologias graves. Você conhece as
patologias relacionadas a perda da movimentação?
Para que você conheça um pouco mais sobre o assunto e possa responder a essas e outras questões, nesta
unidade você irá estudar os mecanismos do controle motor, incluindo o controle sensorial, os principais
receptores e nervos associados e algumas patologias relacionadas ao mal funcionamento desses mecanismos.
Vamos começar?
4.1 Controle motor: grandes vias eferentes (piramidais e 
extrapiramidais)
O controle motor envolve alguns princípios básicos de funcionamento: um sinal, um local onde esse sinal será
traduzido, e uma resposta para esse sinal.
A conexão entre os sinais e os órgãos efetuadores são realizados por grandes vias eferentes. As vias eferentes
conectam o sistema nervoso central com os órgãos responsáveis por efetuar as ações, dos músculos ou
glândulas, ou seja, elas comunicam o centro supra segmentados do sistema nervoso com seus órgãos efetuadores
(MACHADO, 2013).
Observe a seguinte figura atentamente, analisando as regiões cerebrais responsáveis pelas ações como controle
motor e visual, e as conexões nervosas associadas ao transporte de sinal entre o cérebro e a musculatura efetora.
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Figura 1 - O sistema motor se organiza em componentes principais: as vias eferentes, que são compostas por 
regiões corticais, neurônios motores na medula espinhal ou nos núcleos no tronco encefálico e por núcleos da 
base e cerebelo, que atuam na geração, transporte e tradução de sinais para motricidade muscular.
Fonte: MARTIN, 2016, p. 230.
As vias eferentes somáticas são responsáveis pela motricidade automática e voluntária, conectando as estruturas
do sistema nervoso com os órgãos efetores (MARTIN,2016).
A musculatura esquelética é controlada pela via somática, através de um motoneurônio, que tem origem no
sistema nervoso central, projetando-se através da estrutura do axônio até o seu alvo, ou seja, a musculatura
esquelética. (NETTER, 2015). Sua função geral é a movimentação e a postura, com efeitos exclusivamente
excitatórios para contração muscular esquelética (MACHADO, 2013).
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Figura 2 - O controle motor da musculatura esquelética é formado pelas fibras musculares e sinais recebidos 
pelos neurônios motores, transmitidos pelos axônios e junções neuromusculares.
Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2020.
As vias somáticas se distinguem em vias piramidais e vias extrapiramidais. As vias piramidais compreendem os
trato córtico-espinhal e córtico-nuclear, passando pelas pirâmides bulbares. O trato córtico-espinhal une áreas
motoras do cérebro (córtex) aos neurônios motores, localizados na região anterior da coluna (MARTIN, 2009).
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Figura 3 - As vias piramidais são formadas pelo trato corticoespinhal, responsável pela comunicação do 
motoneurônio com os músculos efetores do tipo esquelético.
Fonte: Blamb, Shutterstock, 2020.
O trato córtico-nuclear possui a mesma função do córtico-espinhal, mas seus impulsos são transmitidos aos
neurônios do tronco encefálico e não à medula espinhal, como ocorre no trato corticoespinhal (GUYTON, 2017;
BEAR, 2017).
O sistema piramidal é responsável pela realização de movimentações voluntárias, através de músculos estriados.
Os impulsos que originam as contrações são provenientes das células gigantes piramidais de Betz. Elas se
localizam no córtex primário e são células neuromotoras superioras que podem atingir até 100 micrometros de
diâmetro, sendo as maiores do sistema nervoso. (MARTIN, 2009; MENESES, 2011) O axônio das células
piramidais de Betz se projetam até o tecido alvo através do trato corticoespinhal (MACHADO, 2014).
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A inervação do sistema piramidal tem origem majoritariamente na região da cabeça, pescoço e membros, além
da inervação nuclear craniana e músculos da fala (MACHADO, 2013).
As vias extrapiramidais estão diretamente relacionadas às respostas automáticas, com função postural e de
controle de tônus muscular. Elas têm um funcionamento conjunto ao trato córtico espinhal, atuando na
motricidade voluntária. O sistema extrapiramidal é composto por múltiplas áreas do córtex e outras estruturas
encefálicas como, núcleo rubro, substância negra e a formação reticular, que são responsáveis pelo envio dos
sinais até os motoneuronios inferiores. (MENESES, 2011; MARTIN, 2009). Ele é formado pelos tratos
rubroespinhal, reticuloespinhal, tectoespinhal e vestibuloespinhal, que não passam pelas pirâmides bulbares,
diferentemente do que ocorre no sistema piramidal. (MACHADO, 2013; NETTER, 2015)
Figura 4 - O sistema extrapiramidal é composto por diferentes tratos, atuando no sistema motor voluntário e 
auttomático sem passagem pela estrutura piramidal do bulbo.
Fonte: MARTIN, 2016; p. 236.
De acordo com Martin (2016) e Bear (2017), temos que:
No trato rubroespinhal, a informação vai do núcleo rubro, localizado no mesencéfalo, para os neurônios motores
da medula espinal. Tem importante função no controle dos músculos dos membros (pernas e braços).
No trato reticuloespinhal, ocorre o transporte de informações da formação reticular, localizada no mesencéfalo,
VOCÊ O CONHECE?
Vladimir Betz foi um professor russo, especialista em anatomia e histologia. Betz foi um grande
estudioso do sistema nervoso, especialmente dos tecidos cerebrais, sendo o responsável pela
descoberta das células gigantes do sistema piramidal do córtex motor, as quais foram
nomeadas, em sua homenagem, de Células de Betz. (KUSCHAYEV, 2010).
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No trato reticuloespinhal, ocorre o transporte de informações da formação reticular, localizada no mesencéfalo,
ponte e bulbo para os neurônios motores na medula espinhal, com importante função no controle postural.
No trato tectoespinhal, ocorre recebimento de impulsos dos olhos e córtex visual, com importante função nos
reflexos visuais e controle da musculatura do pescoço.
No trato vestibuloespinhal, ocorre o envio de sinais do núcleo vestibular do bulbo até a medula e espinhal, com
importante função no equilíbrio, postura, e músculos extensores.
Além do controle motor, que envolve os motoneurônio e vias aferentes e são essenciais para motricidade do
organismo, o controle sensorial também tem grande importância, permitindo que ocorram interações e
respostas entre o meio e o organismo, através do reconhecimento das sensações. Esse é o tema de nossa próxima
sessão, vamos lá?
4.2 Controle sensorial: receptores; dermátomos e 
miótomos; grandes vias aferentes (tato, dor, temperatura, 
propriocepção, visão, audição e equilíbrio)
O controle sensorial tem como função principal a percepção e envio de informações para o sistema nervoso
central, para que ocorra uma resposta apropriada, controlando aspectos como o tipo de estímulo recebido, a sua
intensidade, local e durabilidade. (BEAR, 2017). Essecontrole é muito importante para percepção do mundo
externo, estado de vigília, formação de imagens, homeostase e equilíbrio corporal, além da regulação dos
movimentos. (MENESES, 2011; GUYTON, 2017).
O processamento dos sinais ambientais é realizado pelo sistema nervoso central, cujos estímulos são
transportados até ele através da medula espinhal e gânglios nervosos. O transporte desses sinais ocorre pelos
neurônios aferentes. É importante destacar que no Controle Motor, os motoneurônios são eferentes, ou seja, são
vias onde ocorre a condução de sinais do sistema nervoso até o órgão efetor, ao longo dos axônios motoneurais.
(MACHADO, 2013).
Já no controle sensorial, as vias são tipo aferentes, e o sinal é conduzido pelos neurônios até o sistema nervoso
central, a partir dos órgãos sensoriais. (NETTER, 2015). Todavia, ao receber a sinalização aferente, a resposta do
controle sensorial, através do sistema nervoso central, pode ser do tipo eferente, na forma de um estímulo
motor, por exemplo.
O controle sensorial depende de ação de receptores para captação de sinais externos. Os receptores respondem a
diversos estímulos ambientais – como percepção sonora, tátil ou luminosa, e traduzem esses estímulos em
impulso nervosos, que são, por sua vez, transmitidos até o sistema nervoso, originando uma resposta para
determinado estímulo. É importante dizer que os estímulos geram sensações quando a informação sensitiva
chega ao sistema nervoso (BEAR, 2017). Essas sensações são relacionadas aos sentidos, que podem ser gerais ou
especiais. É importante destacar que nem toda sensação causa uma percepção, visto que o sistema nervoso pode
filtrar informações sensoriais irrelevantes (MACHADO, 2013, 2014).
Os sentidos gerais são relacionados às percepções de dor, temperatura, pressão, vibração, posição do corpo, tato.
Essas percepções são, de modo mais específico, classificadas como: somestesia (tato, pressão, temperatura e
dor); propriocepção (consciência motora e postural) e interocepção (percepção visceral, bem ou mal-estar). Já os
sentidos especiais são aqueles sobre olfato, gustação, equilíbrio, audição e visão (MARTIN, 2016).
Para compreender como o controle sensorial dá origem aos sentidos, precisamos conhecer como essa estrutura
se organiza, comportando: os receptores, os dermátomos e miótomos, as grandes vias aferentes e o sistema
integrador que gera a resposta.
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Figura 5 - Fluxograma do sistema sensorial e seus componentes.
Fonte: Elaborada pela autora, 2020.
No fluxograma apresentado, o estímulo é captado por receptores e levado ao centro integrador pelas vias
aferentes.
4.2.1 Receptores sensoriais
Há diversos tipos de receptores, em diferentes locais do organismo, de modo a captar estímulos de variadas
origens. Os receptores podem ser macromoléculas, como proteínas de membrana, células ou estruturas
especializadas, localizados centralmente, dentro ou próximo ao encéfalo, como os receptores de visão, audição,
equilíbrio, olfação ou gustação). Ou, podem estar localizados perifericamente, fora do encéfalo, como a
temperatura, pressão, posição corporal, entre outros (MACHADO, 2013; MARTIN, 2016).
O local de atuação de um receptor é chamado de campo receptor.
Figura 6 - Os receptores se estendem na superfície de órgãos sensoriais, gerando um campo de captação de 
sinais externos.
Fonte: MARTIN, 2016, p. 471.
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Fonte: MARTIN, 2016, p. 471.
Os receptores que captam os estímulos químicos são chamados de quimiorreceptores, e os que captam estímulos
luminosos, de fotorreceptores. Já os estímulos mecânicos são captados por mecanorreceptores, e por fim,
aqueles que captam estímulos térmicos, são os termoreceptores. Há também, um tipo especial de receptores,
chamado Nocirreceptores. Eles são responsáveis por captar estímulos relacionados a sensações dolorosas ou
que possam causar danos de alta intensidade (MARTIN, 2016).
De acordo com Martin (2016) e Machado (2014), os receptores são classificados da seguinte forma:
• Quimiorreceptores
São capazes de captar moléculas químicas como odor, gerando estímulos olfativos e gustativos, e
também de captar alterações na pressão sanguínea, em relação a concentração de oxigênio. Ou seja, são
capazes de detectar sabores e cheiros, além dos níveis de homeostase corporal.
Figura 7 - Exemplo de funcionamento de quimiorreceptores na corrente sanguínea, monitorando e controlando 
ajustes no sistema cardiorrespiratório.
Fonte: MARTIN, 2016, p. 492.
• Fotorreceptores
Captam estímulos eletromagnéticos. São estimulados através da luz, sendo responsáveis pela visão. São
capazes de captar a energia luminosa direcionada à estrutura da retina, nos olhos, gerando o impulso ao
cérebro que será transmitido na forma de uma imagem, permitindo a visão.
• Mecanorreceptores
São capazes de responder a estímulos mecânicos, como pressão, tato ou vibrações. É um receptor
sensorial responsável pela captação de estímulos táteis, de equilíbrio postural, e deformações e
distorções mecânicas de modo geral. São, em sua grande maioria, cutâneos, mas também se apresentam
nos sistemas vestibulares e auditivos.
• Termoreceptores
Respondem a estímulos de natureza térmica, estando amplamente distribuídos pela derme. São muito
•
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•
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Respondem a estímulos de natureza térmica, estando amplamente distribuídos pela derme. São muito
importantes para manutenção do equilíbrio térmico corporal, respondendo a variações de temperatura.
• Nocirreceptores
São capazes de detectar estímulos de alta intensidade, e podem causar a sensação de dor – visando
assim, a proteção do organismo pelo afastamento da fonte do estímulo. Estão presentes em órgãos e
superfície do corpo. Os estímulos nocivos podem ser de diferentes origens, como químicos (compostos
nocivos), térmicos (temperaturas extremas) ou mecânicos (pressão extrema).
Além dos receptores, outras estruturas são de extrema importância no controle sensorial, e também no controle
motor. Afinal, os receptores captam os sinais, mas é necessário que esses sinais sejam corretamente
transportados e traduzidos. Os dermátomos e miótomos são áreas de grande importância, tanto para o controle
sensorial, como motor. Vamos aprender mais sobre eles no próximo item.
4.2.2 Dermátomos e miótomos
Os dermátomos contemplam uma área cutânea com inervação em fibras nervosas, com origem um gânglio
nervoso dorsal único. Ele é nomeado de acordo com sua raiz de inervação nos nervos espinhas. (BEAR, 2017;
MARTINS, 2016). De modo geral, os dermátomos estão relacionados a alterações de sensibilidade na região
cutânea, visto que suas fibras nervosas são do tipo sensitiva. Por exemplo, em casos de dormência, são os
dermátomos os responsáveis pela percepção sensitiva (MARTIN, 2016).
Os dermátomos são formados por áreas teóricas que particionam o organismo, de acordo com o tipo de nervo
espinhal local. A medula espinhal é composta por 33 vértebras, com 31 pares de nervos, de onde se originam
inervações de fibras motoras e sensoriais. Cada um dos nervos é responsável por conferir força ou sensibilidade
de forma organizada e segmentada ao longo do corpo.
Há 31 dermátomos no corpo humano, que estão relacionados às fibras sensoriais e se distribuem seccionado as
áreas da medula espinhal, sendo divididos entre dermátomos cervicais – rosto e pescoço, dermátomos torácicos
– região do tórax, dermátomos dos membros superiores – na grande área das mãos e braços, dermátomos
lombares, dos membros inferiores e da região do glúteo (região do sacro) (BEAR, 2017; GUYTON, 2017;
MACHADO,2014). Os dermátomos estão relacionados à formação do tecido conectivo e da região dérmica da
pele (MARTIN, 2009). Observe a figura seguinte, com a segmentação desses dermátomos.
•
VOCÊ SABIA?
Os receptores são muito importantes na captação dos estímulos, atuando em todo sistema
nervoso. Diariamente, recebemos diversos estímulos, e os diferentes receptores em nosso
corpo estão captando e enviando sinais específicos para que o sistema efetor gere a respostas
necessárias.
Considerando os diferentesreceptores em nosso corpo, considere as seguintes situações:
Quais receptores estão associados a cada uma dessas sensações?
• fechamento dos olhos devido a exposição a luz solar intensa;
• afastamento do rosto durante a percepção de um cheiro forte;
• cócegas devido o caminhar de um inseto sob a pele;
•
•
•
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pele (MARTIN, 2009). Observe a figura seguinte, com a segmentação desses dermátomos.
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Figura 8 - Inervação do sistema sensorial, com os dermátomos do corpo humano, segmentados pela região 
cervical, torácica, lombar e sacral.
Fonte: stihii, Shutterstock, 2020.
Quando ocorrem patologias associadas à sensibilidade, os dermátomos são de grande auxílio no diagnóstico,
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Quando ocorrem patologias associadas à sensibilidade, os dermátomos são de grande auxílio no diagnóstico,
visto que podem indicar problemas na raiz nervosa a eles associada. (MARTIN, 2009). Por exemplo, se houver
indícios de perda de sensibilidade na região dos joelhos, pode-se realizar testes dos dermátomos da região, como
L3, L4 e L5.
Os miótomos, por sua vez, são as áreas relacionadas às fibras motoras, sendo responsáveis pela movimentação
muscular. Os miótomos englobam todos os músculos com suprimento de determinada região espinhal, incluindo
os nervos espinhais. Assim como os dermátomos, sua nomenclatura tem origem na raiz nervosa que o origina.
Todavia, eles são responsáveis pela movimentação da musculatura, ao contrário dos dermátomos, que estão
associados a percepção da sensibilidade local (GUYTON, 2017; MACHADO, 2014; BEAR, 2017).
Os miótomos são responsáveis pela motricidade, como o ato de flexionar ou estender os membros superiores ou
inferiores, por exemplo. Cada miótomo tem uma função característica, relacionada ao seu local de inervação, da
região cervival, torácica, lombar ou sacral. Eles estão relacionados a formação do sistema muscular esquelético
do pescoço, troncos e membros. (MARTIN, 2009).
Os miótomos estão distribuídos ao longo do corpo, participando da motricidade dos músculos esqueléticos.
Alguns miótomos têm maior importância clínica, e são utilizados em testes diagnósticos para patologias
relacionadas a motricidade. (BEAR, 2017).
Vamos conhecê-los? Os miótomos C1, C2 e C3 estão relacionados a movimentação da cabeça. O miótomo C1 está
relacionado ao movimento de flexão, o C2, de extender, e o C3, de flexão lateral da cabeça. Já os miótomos de C4 a
C8 estão associados a movimentação dos membros superiores (ombro, braços e punho/mão). Já os miótomos T1
estão relacionados a abertura e fechamento dos dedos. Os miótomos da região lombar (L2 – L5) são
responsáveis pela motricidade das coxas (flexão), extensão do joelho, flexão dorsal e extensão do hálux. Os
miótomos sacrais, de S1 a S3, também estão relacionados a movimentação dos membros inferiores, ao passo que
os miótomos S4 e S5 estão relacionados à movimentação perianal. (MARTIN, 2016; BEAR, 2017, MACHADO,
2014; CROSSMAN, 2011).
Agora que vimos sobre receptores e sistemas de inervação, podemos compreender como as grandes vias
aferentes que resultam nas percepções sensoriais, como o tato e a visão.
4.2.3 Vias aferentes: tato, dor, temperatura, propriocepção, visão, audição e 
equilíbrio
Quando as informações chegam ao sistema nervoso, passam por um direcionamento, de acordo com o local e
natureza do estímulo associado. As vias aferentes são então ativadas, de acordo com o estímulo recebido. Os
neurônios sensitivos podem ser do tipo receptor tônico ou fásico, sendo que os tônicos estão sempre ativos –
CASO
O Herpes-Zóster é um vírus que causa erupções cutâneas dolorosas, sendo um bom exemplo
para compreensão da estrutura dos dermátomos e relação com os nervos. O vírus se aloja em
gânglios nervosos, e o diagnóstico utiliza dermátomos para estabelecer o quadro clínico.
Usualmente, o vírus do herpes se aloja nos nervos dos dermátomos de T3 a L3. As
manifestações mais comuns são nas regiões de dermátomos faciais, e as mais raras, nas regiões
de dermátomos sacrais. O diagnóstico se inicia com a percepção de queimadura na pele, em
determinado dermátomos, e fica circunscrita a ele. A doença reflete o funcionamento dos
dermátomos e sistema nervoso, onde os vírus se alojam nos nervos, e os sintomas são
observáveis em sua região cutânea referente ao dermátomos (PORTELLA, 2013).
- -16
neurônios sensitivos podem ser do tipo receptor tônico ou fásico, sendo que os tônicos estão sempre ativos –
relacionados às vias aferentes da visão, por exemplo; e os receptores fásicos são ativos apenas em determinados
momentos, e são relacionados às vias aferentes do tato e pressão cutânea, por exemplo (MARTIN, 2016).
De modo geral, os sistemas sensoriais podem ser simples ou altamente complexos. Os mais simples são aqueles
compostos por neurônios únicos, que captam a sinalização de dor, por exemplo. Já os sistemas mais complexos
são formados por órgãos sensoriais – como o olhos e orelhas. Vamos conhecer melhor sobre esses sistemas.
O primeiro sistema sensorial que veremos é o tato: dor, temperatura e propriocepção. O tato se divide em outros
sentidos além do somatossensorial (percepção de texturas). Ele também é responsável pela percepção de dor,
temperatura e propriocepção. As percepções táteis são do tipo simples, pois dependem de receptores únicos e
não de órgãos complexos (BEAR,2017). Vejamos a partir daqui os principais deles.
A percepção de pressão é dependente dos Corpúsculo de Pacini, um mecanorreceptor relacionado a
propriocepção, localizado nos tecidos conjuntivos. Já a percepção de toques mais leves, ocorre pela ação dos
Corpúsculo de Meissner, Discos de Merkel e Corpúsculos de Rufifini. Os corpúsculos de Meissner são
mecanorrecptores presentes na pele, ao passo que os Discos de Merkel não formam corpúsculos, mas sim
terminações axonais com extremidade achatada. As percepções térmicas, de frio e calor ocorrem,
respectivamente, pela ação dos Corpúsculos de Krause e Corpúsculos de Ruffini. Por fim, a percepção de dor é
dada pela ação dos nocirreceptores, formados por terminações nervosas livres.
Outros receptores também estão presentes na pele, como as glândulas sudoríferas para regulação térmica,
glândulas sebáceas para regulação da lubrificação da pele (MARTIN, 2016; GUYTON, 2017; MENESES, 2011).
Figura 9 - As sensações táteis são resposta as estruturas receptoras diferenciais presente na pele e demais 
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Figura 9 - As sensações táteis são resposta as estruturas receptoras diferenciais presente na pele e demais 
tecidos conjuntivos, como vícesas e tendões.
Fonte: Designua, Shutterstock, 2020.
O segundo sistema sensorial que veremos é o responsável pela audição e equilíbrio. A orelha externa é formada
pelo canal auditivo, que contém o tímpano. A orelha média é composta por pequenos ossos, chamados de
ossículos: martelo, bigorna e estribo. Já a orelha interna aloja as principais estruturas relacionadas à captação de
sinais para audição e equilíbrio contendo o aparelho vestibular, composto por canais semicirculares com
especial função no equilíbrio, e a estrutura da cóclea, que contém os receptores para audição (MARTINS, 2016).
O sistema vestibular é formado pelos órgãos do ouvido interno e participam do sistema auditivo e de equilíbrio.
Quando as ondas sonoras atingem a membrana do tímpano, elas adquirem característica vibracional. A vibração
atinge os ossículos da orelha média, que sofrem vibração. A vibração se estende ao líquido da orelha interna,
gerando uma cascata de sinalização que libera neurotransmissores.
Esses neurotransmissores ativam os neurônios sensoriais, e são transportados pelo nervo coclear até o encéfalo,
onde é processado, permitindo a sensação de “ouvir”. A informação aferente captada pelos receptores é
transportada para o cérebro pelo nervo craniano VIII, chamado de vestibulococlear (BEAR, 2017; MENESES,
2011).
Figura 10 - O sistema auditivo é formado por órgãos sensoriais e receptores que transportam os sinais ao centro 
integrador.
Fonte: Studio BKK, Shutterstock, 2020.
Estemesmo nervo é responsável pela transmissão da informação sobre equilíbrio corporal (BEAR, 2017).
O equilíbrio é essencial para manutenção da posição, postura e locomoção. Além do sistema vestibular, também
participam receptores musculares – chamados proprioceptores e o sistema visual. O sentido do equilíbrio é
garantido pela ação do gânglio vestibular, que, através do nervo vestibulococlear, recepta os sinais exteriores e
encaminha para o cerebelo. As respostas efetoras são realizadas pelo trato vestibuloespinhal, e o cerebelo é o
centro integrador do sentido do equilíbrio corporal (MARTIN, 2019).
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Figura 11 - Vias vestibulares responsáveis pelo equilíbrio.
Fonte: MARTIN, 2009, p. 487.
O terceiro sistema sensorial, que abordaremos agora, é a visão. A visão contempla um sistema sensorial
complexo. Os receptores da visão estão localizados nos olhos, um órgão que permite a detecção luminosa e
formação das imagens.
Os olhos são formados por três camadas: fibrosa externa, vascular e nervosa interna. Os receptores visuais estão
na camada nervosa interna. São do tipo fotorreceptores, podendo ser bastonetes ou cones. Os bastonetes
permitem a visualização em luz baixa, e os cones, em luz alta (brilhante). O estímulo luminoso é levado ao
sistema nervoso, passando inicialmente pelos receptores, e então às células bipolares, células ganglionares aos
discos ópticos, e finalmente ao encéfalo, através no nervo óptico. (BEAR, 2017; GUYTON, 2017; MACHADO,
2014). A informação é processada no encéfalo, onde a imagem é gerada. (MARTIN,2009).
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Figura 12 - O processo visual se inicia com a captação da luz do objeto, pelos receptores na córnea e é 
transportada pelo nervo óptico até o sistema efetor.
Fonte: Aliona Ursu, Shutterstock, 2020.
O sistema sensorial é muito importante para o organismo, participando de diversas funções importantes à
sobrevivência.
Assim, finalizamos nossa sessão sobre o sistema sensorial, incluindo conceitos importantes sobre receptores e
áreas de inervação que ativam as vias aferentes do sistema integrador, gerando as respostas proporcionais ao
estímulos recebidos nos órgãos efetores.
Agora, podemos compreender melhor como ocorre a ligação entre o sistema nervoso central aos órgãos efetores:
através do sistema nervoso periférico. Vamos aprender mais sobre ela na próxima sessão.
VOCÊ QUER VER?
Os sentidos são muito importantes para percepções do meio externo, gerando respostas vitais
aos organismos. O filme “Em busca do sentido da vida”, mostra as experiências de um homem,
que resolve suprimir seus sentidos, visando compreender os impactos da vida sem os sentidos
da visão, fala e audição.
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4.3 Sistema Nervoso Periférico. Nervos cranianos e 
paralisia do nervo facial. Nervos espinais
O sistema nervoso inclui o sistema nervoso central – composto pelo encéfalo e medula espinhal, e o sistema
nervoso periférico – que inclui todo o tecido nervoso externo ao sistema nervoso central (MARTIN, 2009).
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Figura 13 - O sistema nervoso periférico é composto por nervos que estão externamente localizados ao encéfalo 
e medula espinhal, ou seja, fora do sistema nervoso central.
Fonte: VectorMine, Shutterstock, 2020.
O sistema nervoso periférico (SNP) é responsável pelo envio de informações ao sistema nervoso central (SNC),
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O sistema nervoso periférico (SNP) é responsável pelo envio de informações ao sistema nervoso central (SNC),
que é o sistema integrador, processador e coordenador dos impulsos recebidos. O SNP pode ser do tipo aferente
ou eferente. (MARTIN, 2009).
Vamos recordar: as vias aferentes leva informações ao SNC, ao passo que as vias eferentes transportam as
“ordens” efetoras do SNC ao órgão ou tecido-alvo.
O SNP é formado por nervos, gânglios e órgãos terminais, sendo que os nervos podem ser do tipo sensitivos
(aferentes), motores (eferentes) ou de ambos os tipos (mistos) (MACHADO, 2014).
Há 12 nervos cranianos e 31 espinhais no SNP, além dos gânglios dorsais (sensitivos) e viscerais (motores). As
terminações nervosas aferentes são sensitivas, formadas por receptores, ao passo que as terminações nervosas
eferentes são do tipo motoras, formadas pelas junções neuroefetoras. As junções neuroefetoras são formadas
por placas motoras na musculatura esquelética somática, e por glândulas na musculatura lisa e cardíaca visceral.
(MACHADO, 2014; MARTINS, 2016; GUYTON,2017).
A conexão entre o SNP e o SNC ocorre pela ação desses nervos, que, de acordo com sua localização, podem ser
classificados como nervos espinhais ou cranianos.
Os nervos cranianos são 12 pares, e são responsáveis pela conexão com o encéfalo, inervando as estruturas da
região do pescoço e da cabeça (MACHADO, 2014).
Observe na seguinte figura os 12 pares de nervos cranianos e sua localização.
Figura 14 - Os nervos cranianos exercem funções associadas a percepções sensoriais como visão e olfato, além 
de motricidade facial.
Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2020.
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Fonte: Alila Medical Media, Shutterstock, 2020.
Os nervos cranianos possuem funções muito importantes. Vamos exemplificar as mais importantes. Eles são
responsáveis pelo olfato (nervo I), visão (nervo II), movimentação ocular (nervo III e IV), inervação da face e
regiões craniais (nervo VI), inervação da musculatura ocular (nervo VI), sensibilidade gustatória e
movimentação da cabeça e pescoço (nervo VII), equilíbrio (nervo VIII), controle da faringe (nervo IX),
manutenção das funções vitais (nervo X), deglutição (nervo XI) e movimentação da língua (nervo XII).
(MACHADO, 2014; GUYTON, 2017; MENESES, 2011).
De fato, os nervos cranianos são de grande importância para manutenção do bom funcionamento da face através
de mecanismos fisiológicos, como visão e gustação. Algumas patologias relacionadas a problemas nos nervos
cranianos podem causar casos sérios de paralisia.
Uma das doenças envolvidas com patologias dos nervos cranianos é a Paralisia do Nervo Facial, que ocorre
quando o Nervo VII (Facial) sofre danos. Diversas doenças podem causar essa paralisia, como: a Paralisia de Bell;
Doença de Lyme, ou outras infecciosas, como a herpes; diabetes; doenças do sistema imune, como o Lupus;
tumores, meningites, eclampsia, e traumas, como lacerações ou fraturas. (BEAR, 2017; MENESES, 2011). De
modo geral, ocorre um acometimento do nervo, que fica inchado e comprimido, perdendo sua capacidade de
transmissão motora, e portanto, causando o quadro de isquemia e paresia, paralisando a face. (MARTINS, 2016;
MACHADO, 2014). O acometimento do nervo pode ocorrer em qualquer área de sua extensão.
Figura 15 - Paralisias são associadas a injúrias dos nervos periféricos, como a paralisia facial, resultado da 
VOCÊ QUER LER?
Lesões no sistema nervoso periférico podem causar quadros clínicos muito graves, como a
perda da função do órgão associado. Estudos mostram que é possível estabelecer protocolos
de regeneração desses nervos. Um exemplo é o estudo com terapia celular e engenharia de
tecidos, como forma de auxiliar a regeneração e estímulo dos nervos periféricos. Para saber
mais, leia o trabalho de Sebben,2011, que realiza uma revisão da literatura e trás o estado da
arte sobre a temática. (SEBBEN, 2011).
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Figura 15 - Paralisias são associadas a injúrias dos nervos periféricos, como a paralisia facial, resultado da 
compressão no nervo facial (VII).
Fonte: Emre Terim, Shutterstock, 2020.
Há 31 pares de nervos espinhais no corpo humano, e eles são os conectivos com a medula espinhal. Eles são
responsáveis pela conexão com a medula espinhal e, portanto, se estendem por toda coluna, acompanhando as
vertebras. (NETTER, 2015; BEAR, 2017).
Observe a figura, indicando as vertebras e as subdivisões.
Figura 16 - Os nervos espinhais acompanham toda a estrutura vertebral, sendo subdivididos em 8 pares 
cervicais, 12 pares torácicos, 5 pares lombares e 5 pares sacrais, além de 1 par coccígeo.
Fonte: Udaix, Shutterstock, 2020.
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Fonte: Udaix, Shutterstock, 2020.
Os nervos espinhais são formados pela associação deuma raiz sensitiva dorsal a uma raiz motora ventral,
localizadas no sulco lateral posterior e anterior, respectivamente. Eles podem se associar, formando plexos
importantes para o equilíbrio do SNC e SNP. (MACHAD, 2014).
No próximo item, vamos conhecer um pouco mais sobre os plexos e patologias associadas.
4.4 Plexo cervical. Plexo braquial e nervos terminais; 
paralisia braquial obstétrica, síndrome do túnel do carpo. 
Plexo lombossacral e nervos terminais, ciatalgia e 
síndrome do piriforme. Dermátomos
Quando nervos se entrecruzam, formando uma rede nervosa enlaçada, ocorre a formação dos plexos. O termo
plexo vem do latim, e tem como significado “enlaçamento”. Os nervos espinhais se originam na medula, 
alongando-se até os órgãos ou tecidos alvo. Todavia, eles podem se entrelaçar, dando origem a estruturas
organizadas de nervos cruzados. (MARTINS, 2016)
Assim como os nervos espinhais, os plexos nervosos se subdividem de acordo com a região em que estão
localizados. Na região do tronco, há formação de 4 plexos: cervical, braquial, lombar e sacral. (MARTINS, 2016;
BEAR, 2017).
Observe a figura seguinte, com a distribuição dos nervos e seus respectivos plexos.
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Figura 17 - Distribuição de nervos espinhais e plexos nervosos ao longo do corpo.
Fonte: MARTINS, 2016, p. 371.
O plexo cervical faz as ligações nervosas entre a medula e a cabeça, pescoço e ombro. Ele inclui o entrelaçamento
dos nervos espinais de C1 a C4, e está localizado lateralmente nos músculos pré-vertebrais. O nervo C5 faz a
conexão com o plexo braquial. É responsável pela inervação de regiões da cabeça, pescoço, toráx e diafragma.
(MARTINS, 2016; MACHADO, 2014). 
O plexo braquial realiza as ligações nervosas entre a região medular e o peito e membros superiores (mão, braço,
antebraço e ombro). É formado pelos nervos de C5 a C8 e T1 e se estende da medula espinhal (pescoço) até a
região axilar. É responsável pela inervação da região superior (com exceção do trapézio e área axilar), a nível
muscular e cutâneo. O plexo braquial é bastante amplo, abrangendo uma grande região corpórea, sendo muito
importante clinicamente. (MARTINS, 2016; BEAR, 2017; MENESES, 2011).
Diversas lesões estão associadas a problemas nos nervos que compõe o plexo braquial, sendo elas:
A paralisia braquial obstétrica: ocorre devido a lesões no plexo braquial durante o nascimento, gerando um
estiramento dos troncos nervosos, ou ainda, avulsão radicalar. Como consequência, o recém-nascido perde a
capacidade de flexionar o cotovelo, e portanto, de realizar movimentos de abdução e rotação da região externa do
braço. (GHIZONI, 2010).
A síndrome do túnel do carpo ocorre devido a compressão do nervo mediano, no plexo braquial, na região do
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braço. (GHIZONI, 2010).
A síndrome do túnel do carpo ocorre devido a compressão do nervo mediano, no plexo braquial, na região do
túnel do carpo no punho. O túnel do carpo é uma região da mão onde ocorre a passagem de nervos e tendões do
punho até a mão, composto por tendões, ligamentos e ossos. O nervo mediano é responsável pela sensibilidade do
polegar, dedo indicador, médio e anelar. A compreensão do nervo causa sensação dolorosa, dormência e
formigamento (INTO, S.D).
Figura 18 - A síndrome Túnel de Carpo ocorre devido a problemas no nervo mediano, do plexo braquial, gerando 
desconforto e dores na região do pulso.
Fonte: corbac40, Shutterstock, 2020.
VOCÊ SABIA?
A síndrome de túnel do carpo pode ser causada pela postura inadequada no teclado do
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O plexo lombosacral inclui os plexos lombar e sacral. O plexo lombar faz as ligações nervosas entre a medula
espinhal e as regiões das costas, abdome, virilha, coxa, joelho e perna, e é composto pelos nervos de L1 a L4, e
também T12. Já o plexo sacral conecta à pelve, nádegas, órgãos sexuais, e também à coxa, pernas e pés, incluindo
os nervos L4 e L5, e de S1 a S4. O nervo L4 se une ao nervo L5, originado regiões chamadas de troncos
lombossacrais (MENESES, 2011; MARTIN, 2009).
O plexo lombossacral inclui uma sessão grande da coluna vertebral, e problemas em sua organização podem
gerar quadros clínicos graves e dolorosos, como ciatalgias e síndromes piriformes. As ciatalgias envolvem
problemas no nervo isquitático, conhecido porpularmente como ciático, como compressões e inchaços nas
raízes, localizada na região lombar. A síndrome causa uma sensação dolorosa, iniciando-se na região lombar e se
extendendo às pernas, além de perda de sensibilidade motora ou sensorial e problemas no reflexo. A
compressão do nervo pode ter diversas causas, como presença de tumores, traumas , hérnias, estenoses ou a
Síndrome do Músculo Piriforme. (MARTIN,2009) O músculo piriforme tem sua extensão da superfície da região
pélvica (trocânter) até o região do fêmur (coxa). O nervo isquiático se localiza abaixo dessa musculatura, e 
portanto, pode ser por ela comprimido. A compressão pode ocorrer durante o ato de sentar. (BEAR,2017;
MACHADO,2014).
A síndrome de túnel do carpo pode ser causada pela postura inadequada no teclado do
computador, durante a digitação, dentre outros fatores. Para prevenção da lesão, é importante
manter a mão em linha reta ao antebraço com o punho em posição neutra. Deve-se evitar
manter as mãos acima da linha do antebraço e o punho inclinado. Por isso, manter o teclado do
computador em posição baixa pode evitar o surgimento da síndrome (ANDERSON, 1996).
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Figura 19 - O músculo piriforme pode comprimir o nervo isquiático, sendo uma das causas de cialgias.
Fonte: medicalstocks, Shutterstock, 2020.
Os plexos estão distribuídos ao longo do corpo, sendo divididos em subáreas. As raízes que formam os plexos são
segmentadas em nervos periféricos, em uma estrutura chamada dermatomero, que por sua vez, forma as áreas
de inervação que estudamos na sessão anterior (dermátomos). (MARTINS,2016)
Observe a figura abaixo, para compreender essas regiões.
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Figura 20 - As regiões dos plexos nervosos refletem as áreas de dermatomeros, ou seja, os locais de 
enraizamento nervoso na espinha vertebral.
Fonte: Sakurra, Shutterstock, 2020.
Assim, os plexos são compostos pelas raízes nervosas e realizam funções associadas ao local de seus
dermátomos, cujas áreas estão relacionadas aos nervos espinhais que as originam.
Finalizamos assim, nossos estudos sobre tópicos do Sistema Nervoso.
Conclusão
Nesta unidade, foram abordados tópicos sobre estruturas do Sistema Nervoso. Foram abordados tópicos sobre
os nervos e mecanismos de sinalização para controle motor e sensorial, além da organização em plexos,
dermátomos e patologias associadas.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• Compreender o mecanismo geral de funcionamento do controle motor
• Reconhecer os componentes centrais das informações motoras
• Diferenciar vias aferentes das vias eferentes
• Compreender as funções principais associadas a musculatura esquelética
• Identificar as características das vias somáticas piramidais e extrapiramidais, suas funções e tratos 
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• Identificar as características das vias somáticas piramidais e extrapiramidais, suas funções e tratos 
associados
• Identificar as funções e estruturas que compõe o controle sensorial
• Diferenciar dermátomos e miótomos
• Compreender as vias de sinalização sensorial gerais e especiais
• Identificar e conceituar os diferentes tipos de receptores do sistema nervoso
• Compreender a função dos diferentes receptores táteis
• Reconhecer as estruturas, organização e funções do sistema nervoso periférico e patologias associadas
• Compreender as diferentes organizações dos plexos, e os nervos e patologias associadas
Bibliografia
BEAR, M.F. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017
CROSSMAN, A.R; NEARY, D. Neuroanatomia Ilustrada. 4. ed. Brasil: Elsevier, 2011. 210 p. ISBN 8535244123;
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Fundamentos de Fisiologia. 13. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier 2017.
NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 6ª ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2015. 
MARTIN, JohnH. Neuroanatomia: Texto e Atlas.. 6 edição ; Porto Alegre. RS: Artes Médicas. [https://integrada.
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MACHADO, Angelo; CAMPOS, Gilberto Belisário. Neuroanatomia funcional. 3. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2014 .
344 p. ISBN 9788538804574;
MENESES, Murilo S. Neuroanatomia aplicada. 3. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, c2011. xvi, 351 p. ISBN
9788527718431;
INTO. Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO. Ministério da Saúde. S. 
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Sebben, Alessandra Deise, Lichtenfels, Martina, & Silva, Jefferson Luis Braga da. (2011). Regeneração de nervos
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Kushchayev, Sergiy V., et al. "The Discovery of the Pyramidal Neurons: Volodymyr Betz and a New Era of
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https://doi.org/10.1590/S0102-36162011000600004
	Introdução
	4.1 Controle motor: grandes vias eferentes (piramidais e extrapiramidais)
	4.2 Controle sensorial: receptores; dermátomos e miótomos; grandes vias aferentes (tato, dor, temperatura, propriocepção, visão, audição e equilíbrio)
	4.2.1 Receptores sensoriais
	Quimiorreceptores
	Fotorreceptores
	Mecanorreceptores
	Termoreceptores
	Nocirreceptores
	4.2.2 Dermátomos e miótomos
	4.2.3 Vias aferentes: tato, dor, temperatura, propriocepção, visão, audição e equilíbrio
	4.3 Sistema Nervoso Periférico. Nervos cranianos e paralisia do nervo facial. Nervos espinais
	4.4 Plexo cervical. Plexo braquial e nervos terminais; paralisia braquial obstétrica, síndrome do túnel do carpo. Plexo lombossacral e nervos terminais, ciatalgia e síndrome do piriforme. Dermátomos
	Conclusão
	Bibliografia

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