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Aula 02 - Conteúdo Online - O que se entende por cultura

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Na aula passada, estudamos sobre as 
concepções existentes sobre cultura e a 
multiplicidade do conceito de cultura especialmente 
para a Antropologia 
Com isto, nesta aula, serão expostas algumas 
definições de cultura e de identidade cultura e suas 
complexidades. Como consequência dessa 
complexidade, abordaremos o significado do 
etnocentrismo e seus efeitos na cultura, algumas 
questões relacionadas à diversidade cultural e a 
importância de certo relativismo quando se tem em 
vista a cultura. 
• Definir o conceito de cultura; 
• Analisar a identidade cultural enquanto um 
conceito em “trânsito”; 
• Demonstrar o significado de etnocentrismo e 
seus efeitos na cultura; 
• Definir a cultura como diversa; 
• Demonstrar a importância do relativismo 
cultural; 
É certo que a Cultura é uma preocupação 
contemporânea, muito presente nos tempos atuais. 
Além disso, é uma forma de entender os diversos 
caminhos que conduziram os grupos humanos a suas 
relações presentes e suas perspectivas de futuro. 
Vejamos os significados para cultura ao longo 
da história. 
Vinda do verbo latino colere (cultivar, criar, 
tomar conta e cuidar), Cultura teve como significado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A cultura era a educação do espírito das 
crianças para tornarem-se membros excelentes e 
virtuosos da sociedade pelo refinamento e 
aperfeiçoamento das qualidades naturais, como o 
caráter, a índole e o temperamento sem excessos. 
Desta forma, Cultura seria o aprimoramento da 
natureza humana pela educação em sentido amplo. 
No século XVIII, passa-se a entender por cultura 
os resultados da formação ou educação dos seres 
humanos. Resultados esses observados em obras 
realizadas, feitos, ações e instituições, tais como as 
artes, as ciências, a Filosofia, os ofícios, a religião e o 
Estado. 
Torna-se, a Cultura, portanto, sinônimo de 
civilização. 
Os pensadores, dessa época, entendiam que o 
resultado dessa formação-educação se manifesta 
muito claramente na vida social e política ou na vida 
civil (do latim, cives, cidadão; civitas, a cidade-Estado). 
 
Cultura Brasileira 
–
No século XIX, observa-se uma atenção dirigida 
a formas sistemáticas de se estudar as culturas 
humanas, de se discutir sobre elas. Esses estudos se 
intensificaram na medida em que se aceleravam os 
contatos, nem sempre pacíficos, entre povos e 
nações. 
As reflexões em torno da cultura se voltaram 
tanto para compreensão das sociedades modernas e 
industriais quanto das que iam desaparecendo ou 
perdendo suas características originais em virtude 
daqueles contatos. 
É bom frisar que toda essa 
preocupação NÃO produziu uma definição clara e 
unânime do que seria cultura e isso mostra a 
dificuldade de conceituá-la. Hoje, pode-se elencar 
algumas concepções de cultura, para evidenciar sua 
complexidade. 
São basicamente duas concepções de cultura: 
1º A primeira concepção, nos remete a todos os 
aspectos de uma realidade social. Embora ela seja 
mais genérica, é mais usual quando se fala de povos 
e de realidades sociais bem diferentes das nossas, 
com os quais partilhamos de poucas características 
em comum; 
2º Na segunda concepção básica de cultura, observa-
se a referência a totalidade de características de uma 
realidade social, já que não se pode falar em 
conhecimento, ideias, crenças sem pensar na 
sociedade a qual se referem. Essa concepção diz 
respeito a uma esfera, a um domínio, da vida social. 
Uma definição mais completa de cultura está 
formulada no Dicionário Filosófico Abreviado, de M. 
Rosental e P. Iudin que define cultura como sendo um 
nível de desenvolvimento alcançado pela sociedade 
na instrução, na ciência, na literatura, na arte, na 
filosofia, na moral, etc., e as instituições 
correspondentes. 
Entre os índices mais importantes do nível 
cultural, em determinada etapa histórica, segundo 
esses autores, é preciso notar o grau de utilização 
dos aperfeiçoamentos técnicos e dos 
desenvolvimentos científicos na produção social, o 
nível cultural e técnico dos produtores dos bens 
materiais, assim como o grau de difusão da instrução, 
da literatura e das artes em geral entre a população. 
Segundo os especialistas em Estudos Culturais, 
as identidades culturais dizem respeito àqueles 
aspectos de nossas identidades que surgem de nosso 
“pertencimento” a culturas étnicas, raciais, linguísticas, 
religiosas e, acima de tudo, nacionais. 
Na construção da identidade nacional brasileira, 
se observa, que em diferentes épocas e sob 
diferentes aspectos, a questão da identidade nacional 
esteve vinculada, com frequência, à problemática 
da cultura popular. 
. 
Vários são os exemplos, não só no Brasil, que 
associam a identidade nacional à cultura popular, por 
isso, pode-se dizer que a relação entre nacional e 
popular se manifesta no interior de um quadro mais 
amplo, isto é, o Estado. 
Se for verdade que esta relação integra o 
quando mais abrangente do Estado, é necessário 
saber que tipo de relação é esta. 
Para tanto, é necessário que se tenha a 
compreensão da noção de memória, pois para 
responder a essa questão, é preciso lançar mão da 
ideia de memória, e de aproximar a problemática da 
cultura popular do Estado. 
“ ”
Um exemplo de memória coletiva popular é a 
prática do candomblé, 
que ao definir um 
espaço social sagrado, o 
terreiro, possibilita a 
encarnação da memória 
coletiva africana em 
determinados enclaves da sociedade brasileira. Assim, 
a origem é recorrentemente relembrada e se atualiza 
através do ritual religioso. A memória coletiva popular 
deve se transformar em vivência, pois somente dessa 
forma fica assegurada a sua permanência através das 
representações. 
O exemplo de memória coletiva (o candomblé) 
mostra a necessidade de a tradição se manifestar 
enquanto vivência de um grupo social restrito, a 
memória nacional se mostra em outro plano, visto que 
está vinculada à história e, assim sendo, pertence à 
esfera da ideologia. 
Um mito é encarnado por um grupo restrito; 
já a ideologia se estende à sociedade inteira. A 
memória nacional, dessa forma, não é propriedade 
particularizada de nenhum grupo social, pois ela se 
define como um universal que se impõe a todos os 
grupos. Ela não possui uma existência concreta, mas 
virtual, daí não poder se manifestar como vivência. 
O etnocentrismo consiste em julgar, a partir de 
padrões culturais próprios, como "certo" ou "errado", 
"feio" ou "bonito", "normal" ou "anormal" os 
comportamentos e as formas de ver o mundo dos 
outros povos, desqualificando suas práticas e até 
negando sua humanidade. 
Assim, percebemos como o etnocentrismo se 
relaciona com o conceito de estereótipo. Os 
estereótipos são uma maneira de biologizar as 
características de um grupo. 
O estereótipo funciona como um carimbo que 
alimenta os preconceitos ao definir a priori quem são 
e como são as pessoas. Sendo assim, o 
etnocentrismo se aproxima também do preconceito. 
O caráter dinâmico da cultura é extremamente 
relevante, pois muitas vezes a cultura é associada à 
ideia de "tradição", quando na verdade foi pensada 
como algo imutável, que tenderia a se reproduzir sem 
perder suas características. 
A dinâmica cultural está diretamente 
relacionada à diversidade cultural existente em nossa 
sociedade. Esta se confunde muitas vezes com a 
desigualdade social – que deve ser combatida – e 
com um universo de preconceitos – que devem 
ser superados. 
Seria pertinente salientar que o mais correto 
politicamente é se pensar na possibilidade de um 
verdadeiro relativismo cultural cujo princípio afirma 
que todos os sistemas culturais são intrinsecamente 
iguais em valor, e que os aspectos característicos de 
cada um têm de ser avaliados e explicados dentro do 
contexto do sistema em que aparecem, por um lado; 
por outro, entender e interiorizar o diferente como 
um sujeito igual em direitose oportunidades. 
Desde a antiguidade foram comuns as 
tentativas de explicar as diferenças comportamentais 
da humanidade a partir da associação com os 
ambientes físicos, clima ou região do planeta. 
 
 
Etnocentrismo é uma visão de mundo onde o nosso 
próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os 
outros são pensados e sentidos através dos nossos 
valores, nossos modelos, nossas definições do que é a 
existência.”. (ROCHA, p.5, 1986). 
• Julgamento de valor. 
• Julgamos o outro a partir do nosso olhar. 
Julga-se de forma moral, religiosa e social 
outras comunidades, e suas diferenças são 
consideradas anomalias. 
O autor TORRES GARCIA, 
ao fazer este desenho, 
ele justamente provoca 
uma análise do 
etnocentrismo. Fazendo 
com que a gente reflita 
esse processo. Mas 
porque ele coloca essa 
reflexão? 
Porque geralmente quando vemos algum mapa da 
América do Sul, nos observamos que o Brasil está acimo 
e o extremo da América do Sul está abaixo, ou seja, no 
desenho o autor inverte as posições de cabeça para baixo, 
justamente para provocar uma reflexão voltada ao 
etnocentrismo. 
- Charles Darwin (1809 – 1882), 
em 1859, escreveu o livro “A 
origem das espécies”. Início da 
concepção evolucionista. 
- Refere-se a uma teoria que 
admite a transformação 
progressiva das espécies. 
Com isto, as concepções trazidas no evolucionismo 
ela tem: 
• 
1º A população é a unidade evolutiva; 
2º Nas populações, os indivíduos apresentam 
variabilidade nas suas características; 
3º O ambiente atua sobre as populações exercendo 
seleção natural – os indivíduos mais aptos têm mais 
probabilidade de sobreviver; 
Região 
4º Os indivíduos mais aptos têm um maior 
sucesso reprodutor, logo maior número de 
desentendes. 
O determinismo foi 
utilizado, como sistema 
explicativo do universo, a partir 
da Idade Moderna, em especial 
para a determinação das leis 
que governam os fenômenos 
naturais. 
“
”
É a concepção 
de que a determinação 
dos atos dos indivíduos 
pertence à força de 
certas causas, externas 
e internas. Afirma a 
existência de relações fixas de causa e feito. O que 
acontece não poderia deixar de acontecer porque 
está ligado a causas anteriores 
O determinismo 
geográfico considera que 
as diferenças do ambiente 
físico condicionam a 
diversidade cultural. Estas 
teorias, relacionam a latitude 
com os centros de 
civilização, considerando o clima como um fator 
importante na dinâmica do progresso 
Essas concepções ainda estão presentes no nosso 
cotidiano, onde elas são sutilmente voltadas ao 
pensamento dos indivíduos. 
Segundo o determinismo geográfico, na região de latitude 
tropical, nós teríamos culturas específicas, enquanto, ao 
norte teríamos outros tipos de culturas que seriam 
determinadas então pelo clima, pela latitude. 
• 
Como explicar as variações culturais no mesmo 
ambiente físico? Como os lapões e esquimós do ártico!
Isso não é facilmente explicado, se nós pensarmos 
que, por exemplo, nas regiões frias nós teríamos os 
esquimós e os lapões. Onde eles estão localizados, numa 
latitude de clima frio, o clima vai determinar a cultura deles? 
Como explicar as diferenças culturais desses grupos? 
Podemos observar que quando é construída uma 
concepção que tem o intuito de dominar outro grupo, ela 
é facilmente desconstruída. 
 
Essas duas imagens são possíveis nos 
entendermos que é fácil desconstruir essa ideia de 
determinismo geográfico, já que nós temos em 
climas frios culturas completamente diferentes umas 
das outras. Então não vai ser só o determinismo 
geográfico que vai determinar a cultura. 
Um estudioso, antropólogo Márcio Mauss, que 
este estudioso fala que o que vai determinar uma 
cultura de um grupo, é justamente a cultura, que é 
capaz inclusive de manifestar suas técnicas num 
corpo de cada indivíduo. 
Um momento histórico e uma cultura ela 
determinar, inclusive no corpo, as características 
culturais. 
O corpo para Marcel 
Mauss é necessariamente 
uma construção simbólica e 
cultural, para ele, toda 
sociedade se utiliza de formas 
para marcar o corpo de seus 
membros. Por isso, os limites 
da dor, da excitabilidade, da 
resistência são diferentes em cada cultura. 
A cultura molda o indivíduo, ela não só molda 
de forma psicológica, mas sim os corpos do indivíduo 
Não existe correlação significativa entre a 
distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição 
dos comportamentos culturais. Qualquer criança 
humana normal pode ser educada em qualquer 
cultura. 
Cabe a nós refletir, aprofundar e pensar que 
se uma dada cultura que faz com que o indivíduo ele 
seja de determinada forma e não outra. Nós 
poderíamos dizer que qualquer criança poderia se 
educada em qualquer cultura, onde ela vai aprender a 
lidar com qualquer situação dentro de uma dada 
cultura. 
Então todos são capazes de aprender, 
independentemente de onde esse indivíduo nascer e 
assim, ele vai se adaptar. Não vai ser as características 
biológicas ou físicas do ambiente que vão determinar 
as ações desse indivíduo, ao contrário, vai ser a cultura 
que vai moldar esse indivíduo. 
Questão 01 - Como o determinismo geográfico e o 
biológico classificavam as diferenças culturais? 
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Questão 02 (Unicentro-PR) - A respeito do conceito de 
etnocentrismo, assinale a alternativa incorreta. 
a) O etnocentrismo foi um dos responsáveis pela 
geração de intolerância e preconceito – cultural, 
religioso, étnico e político – assumindo diferentes 
expressões no decorrer da história. 
b) O etnocentrismo se manifesta no mundo 
globalizado, na ideia de que a cultura ocidental é 
superior à de outros povos. 
c) O etnocentrismo aceita e respeita a diversidade 
humana, cultural e ideológica. 
d) O etnocentrismo se caracteriza pela noção de 
superioridade e inferioridade entre o “eu” e o 
“outro”. 
e) O etnocentrismo acentua a ideia de que haja, 
culturalmente, indivíduos ou grupos sociais 
superiores e inferiores.

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