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1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS APUCARANA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GABRIEL DA SILVA FÉLIX LOURENÇO IGOR AUGUSTO ANDREOTTI JAMES ANTUNES TAGLIARI JUNIOR LARISSA CASSIA SCALADA LUIS ANTOUN CAMILIOS COSSIOLO VICTOR MATOS LÁZARO TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS II MANUAL DA TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS APUCARANA 2021 2 GABRIEL DA SILVA FÉLIX LOURENÇO IGOR AUGUSTO ANDREOTTI JAMES ANTUNES TAGLIARI JUNIOR LARISSA CASSIA SCALADA LUIS ANTOUN CAMILIOS COSSIOLO VICTOR MATOS LÁZARO MANUAL DA TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS Relatório a ser apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal Do Paraná, como um dos quesitos para a obtenção da nota parcial da disciplina de Tecnologia da Construção de Edifícios II. Prof°. Ms°. Sérgio Tunis APUCARANA 2021 3 Sumário 1. Impermeabilização ..................................................................................................................... 8 1.1 Introdução ............................................................................................................................ 8 1.2 Classificações ..................................................................................................................... 8 1.3 Tipos e Materiais ................................................................................................................ 9 1.3.1 Aditivos Hidrófugos ................................................................................................... 9 1.3.2 Argamassa Polimérica .................................................................................................. 9 1.3.3 Aditivos Cristalizantes ............................................................................................ 10 1.3.4 Emulsão Acrílica ....................................................................................................... 11 1.3.5 Manta Asfáltica .......................................................................................................... 11 1.3.6 Poliéster Flexível ...................................................................................................... 12 1.3.7 Poliuréia ...................................................................................................................... 13 1.3.8 Resina Epóxi .............................................................................................................. 13 1.3.9 Solução 100% Silicone ............................................................................................ 14 1.4 Aplicações .......................................................................................................................... 14 1.5 Procedimentos de Execução ........................................................................................ 16 1.5.1 Aditivos Hidrófugos ................................................................................................. 16 1.5.2 Argamassa Polimérica ............................................................................................ 16 1.5.3 Aditivos Cristalizantes ............................................................................................ 17 1.5.4 Emulsão Acrílica ....................................................................................................... 18 1.5.5 Manta Asfáltica .......................................................................................................... 18 1.5.6 Poliéster Flexível ...................................................................................................... 20 1.5.7 Poliuréia ...................................................................................................................... 21 1.5.8 Resina Epóxi .............................................................................................................. 21 1.5.9 Solução Silicone ....................................................................................................... 21 1.6 Materiais Necessários Para a Execução do Processo ........................................... 21 1.7 Novas Tecnologias e Sustentabilidade ...................................................................... 22 1.8 Normas ................................................................................................................................ 24 1.9 Custos ................................................................................................................................. 24 2. Isolamento Térmico e Acústico ............................................................................................ 26 2.1 Introdução .......................................................................................................................... 26 2.2 Tipos e Materiais .............................................................................................................. 27 2.3 Aplicações .......................................................................................................................... 31 2.4 Procedimentos de Execução ........................................................................................ 32 2.5 Novas Tecnologias e Sustentabilidade ...................................................................... 33 4 2.6 Normas ................................................................................................................................ 35 2.7 Custos ................................................................................................................................. 36 3. Instalações hidráulicas e sanitárias .................................................................................... 37 3.1 Introdução .......................................................................................................................... 37 3.2 Tipos e materiais .............................................................................................................. 38 3.2.1 Sistemas de Distribuição – Água Fria ..................................................................... 38 3.2.1.1 Sistema de Distribuição Direto ......................................................................... 38 3.2.1.2 Sistema de Distribuição Indireto ...................................................................... 40 3.2.1.3 Sistema de Distribuição Indireto por Gravidade .......................................... 40 3.2.1.4 Sistema de Distribuição Indireto Hidropneumático .................................... 41 3.2.1.5 Sistema de Distribuição Misto .......................................................................... 42 3.2.2 Sistemas de Distribuição – Água Quente .......................................................... 42 3.2.2.1 Individual ................................................................................................................ 43 3.2.2.2 Central Privado ..................................................................................................... 44 3.2.2.3 Central Coletivo .................................................................................................... 44 3.2.3 Materiais...................................................................................................................... 45 3.2.3.1 Tubos Hidráulicos ................................................................................................ 45 3.2.3.2 Tubos de PVC ........................................................................................................ 45 3.2.3.3 Tubos de CPVC ..................................................................................................... 46 3.2.3.4 Tubos de Cobre ....................................................................................................46 3.2.3.5 Tubos de Ferro Fundido ..................................................................................... 46 3.2.3.6 Tubos em Aço Galvanizado ............................................................................... 46 3.2.3.7 Tubos PEX .............................................................................................................. 46 3.2.3.8 Louças e Metais .................................................................................................... 46 3.3 Aplicações .......................................................................................................................... 47 3.4 Procedimentos de execução ......................................................................................... 48 3.4.1 Condições Para Início dos Serviços ................................................................... 48 3.4.2 Tubos e conexões de PVC Soldável ................................................................... 48 3.4.3 Junta Roscável em Conexões com Bucha de Latão ...................................... 49 3.4.4 Instalação de Tubulação Enterrada ..................................................................... 49 3.4.5 Marcações e Instalações em Lajes e Vigas ....................................................... 50 3.4.6 Execução de Prumada ............................................................................................ 51 3.4.7 Ramais Hidráulicos .................................................................................................. 51 3.4.8 Especificações para Unidades Habitacionais Térreas (casas) .................... 52 3.5 Novas Tecnologias e Sustentabilidade ...................................................................... 53 5 3.6 Normas ................................................................................................................................ 54 3.7 Custos ................................................................................................................................. 54 4. Revestimento Argamassado, Revestimento Não Argamassado e Pinturas ............ 56 4.1 Introdução .......................................................................................................................... 56 4.2 Tipos e Materiais .............................................................................................................. 57 4.2.1 Revestimentos argamassados ............................................................................. 57 4.2.1.1 Chapisco ................................................................................................................. 57 4.2.1.2 Emboço ................................................................................................................... 57 4.2.1.3 Reboco .................................................................................................................... 57 4.2.2 Revestimentos não argamassados ..................................................................... 58 4.2.2.1 Revestimentos cerâmicos .................................................................................. 58 4.2.2.1.1 Porcelanato ............................................................................................................ 58 4.2.2.1.2 Azulejo ..................................................................................................................... 58 4.2.2.1.3 Pastilhas ................................................................................................................. 58 4.2.2.1.4 Litocerâmica .......................................................................................................... 59 4.2.2.2 Gesso ....................................................................................................................... 59 4.2.2.3 Pedras ..................................................................................................................... 59 4.2.2.4 Madeira .................................................................................................................... 59 4.2.2.5 Revestimento metálico ....................................................................................... 59 4.2.2.6 Revestimento Cimentício ................................................................................... 60 4.2.2.7 Revestimento Vinilico ......................................................................................... 60 4.2.3 Pintura ......................................................................................................................... 60 4.2.4 Fundo ........................................................................................................................... 60 4.2.5 Massa ........................................................................................................................... 61 4.2.6 Tinta ............................................................................................................................. 61 4.3 Aplicações .......................................................................................................................... 61 4.3.1 Revestimentos argamassados ............................................................................. 61 4.3.1.1 Argamassa de revestimento .............................................................................. 62 4.3.1.2 Argamassa para reboco ..................................................................................... 62 4.3.1.3 Argamassa decorativas em monocamada .................................................... 62 4.3.1.4 Argamassa Impermeabilizante ......................................................................... 62 4.3.1.5 Argamassa de proteção radiológica (argamassa britada) ........................ 62 4.3.2 Revestimentos não argamassados ..................................................................... 62 4.3.2.1 Gesso ....................................................................................................................... 63 4.3.2.2 Revestimento cerâmico ...................................................................................... 63 6 4.3.2.3 Revestimento de madeira .................................................................................. 63 4.3.2.4 Revestimento de plástico ................................................................................... 64 4.3.2.5 Pedras decorativas .............................................................................................. 64 4.3.3 Pintura ......................................................................................................................... 64 4.4 Procedimentos de Execução ........................................................................................ 65 4.4.1 Revestimentos argamassados ............................................................................. 65 4.4.2 Revestimento não argamassado .......................................................................... 67 4.4.2.1 Revestimento Acrilicos ....................................................................................... 67 4.4.2.2 Revestimento cerâmico ...................................................................................... 67 4.4.3 Pintura ......................................................................................................................... 70 4.5 Novas Sustentabilidades ................................................................................................ 70 4.6 Normas ................................................................................................................................ 71 4.7 Custos ................................................................................................................................. 71 5. Pisos e Pavimentações ...........................................................................................................74 5.1 Introdução .......................................................................................................................... 74 5.2 Tipos e materiais .............................................................................................................. 75 5.2.1 Piso cerâmico ............................................................................................................ 75 5.2.2 Piso de concreto ....................................................................................................... 77 5.2.3 Piso de madeira ........................................................................................................ 79 5.2.4 Piso vinílico................................................................................................................ 81 5.2.5 Piso granilite .............................................................................................................. 82 5.3 Aplicações .......................................................................................................................... 82 5.3.1 Piso cerâmico ............................................................................................................ 82 5.3.2 Piso de concreto ....................................................................................................... 83 5.3.3 Piso de madeira ........................................................................................................ 83 5.3.4 Piso vinílico................................................................................................................ 83 5.3.5 Granilite ....................................................................................................................... 84 5.4 Procedimentos de Execução ........................................................................................ 84 5.4.1 Piso cerâmico ............................................................................................................ 84 5.4.2 Piso de concreto ....................................................................................................... 87 5.4.3 Piso de madeira ........................................................................................................ 89 5.4.4 Piso vinílico................................................................................................................ 91 5.4.5 Granilite ....................................................................................................................... 92 5.5 Novas Tecnologias .......................................................................................................... 93 5.6 Custos ................................................................................................................................. 96 7 6. Esquadrias e Vidros ................................................................................................................ 97 6.1 Introdução .......................................................................................................................... 97 6.2 Tipos e Materiais .............................................................................................................. 98 6.3 Aplicações ........................................................................................................................ 104 6.4 Procedimento de Execução ......................................................................................... 107 6.5 Novas Sustentabilidades .............................................................................................. 109 6.6 Normas .............................................................................................................................. 110 6.7 Custos ............................................................................................................................... 111 7. Instalações elétricas .............................................................................................................. 112 7.1 Introdução ........................................................................................................................ 112 7.2 Tipos e materiais ............................................................................................................ 112 7.3 Aplicações ........................................................................................................................ 119 7.4 Procedimento de execução ......................................................................................... 121 7.6 Normas .............................................................................................................................. 124 7.7 Custos ............................................................................................................................... 124 8. Referências .............................................................................................................................. 127 8 1. Impermeabilização 1.1 Introdução O ser humano desde o início, teve preocupação com a impermeabilização de moradias, meio de transporte, ferramentas entre outras coisas. Principalmente, por conta do grande poder de penetração que a água tem. Até mesmo na bíblia, há citações sobre esse processo de impermeabilização. Nos livros Apócrifos, Noé se utilizou de óleos e betumes da época para impermeabilizar o caso da arca. (MORAES, 2002). A preocupação com a impermeabilização se estendeu durante os anos, indo da Muralha da China nos tempos antes de Cristo; aos aquedutos romanos do início do primeiro milênio; até as grandes obras de engenharia dos dias atuais. Vemos que o mercado de construção está cada vez mais competitivo, e assim pequenos detalhes fazem a diferença na hora da competição de vendas. Por isso, as empresas de construção estão cada vez mais preocupadas com a qualidade e vida útil de seus serviços, assim dando uma maior atenção as novas técnicas de impermeabilização de estruturas. (SOARES, 2014) 1.2 Classificações Antes de falarmos sobre os tipos de impermeabilizantes temos de entender as suas classificações, como: Os sistemas rígidos são aditivos químicos que devem ser incorporados à argamassa ou ao concreto na hora da cobertura. São comercializados sob a forma de cimentos poliméricos, cristalizantes e resinas epóxis. → Indicações: Basicamente, as indicações acontecem no sentido de utilizar materiais rígidos em locais onde a mobilidade da estrutura é menor (por exemplo, abaixo da linha do solo). Fundações, pisos internos em contato com o solo, piscinas aterradas, contenções, etc. Os sistemas flexíveis consistem em mantas pré-moldadas ou misturas moldadas no local, feitas de fibra flexível de poliéster. Quando secam essas estruturas funcionam como uma membrana protetora. 9 → Indicações: Já as soluções flexíveis devem ser instaladas em locais de maior movimentação estrutural dos materiais, grande circulação de pessoas ou cargas, espaços sujeitos a rachaduras e ao sol (que causa dilatação dos materiais). Lajes, terraços, estacionamentos e pátios, reservatórios suspensos de água, cozinhas, piscinas e banheiros. 1.3 Tipos e Materiais 1.3.1 Aditivos Hidrófugos Os aditivos hidrófugos são componentes que são incorporados na argamassa com o objetivo de torná-las impermeáveis. Trata-se de uma solução de execução simplificada e custos menores. Contudo este tipo de impermeabilização deve ser feito durante o período da obra, uma vez que os custos para refazer e reformar este tipo de sistema de impermeabilização são altos e inviabilizam a operação. Quando planejados e executados no decorrer da obra, os custos são bastante competitivos e se apresentam como uma boa solução de sistema de impermeabilização. A argamassa com aditivos hidrófugosé considerada um sistema rígido, sendo assim uma boa solução para locais enterrados, muros de arrimo, poços de elevador e áreas com baixa movimentação térmica em geral. → Vantagens: Baixo custo quando executado durante a fase de obra, não necessita mão de obra especializada. → Desvantagens: Sujeita a falhas durante a execução, difícil manutenção e recuperação quando começa a apresentar falhas. 1.3.2 Argamassa Polimérica A argamassa polimérica é um material produzido a partir de cimentos especiais, aditivos e polímeros impermeabilizantes. Este tipo de material pode ser classificado com semi-flexível, podendo ser utilizadas em diferentes elementos estruturais. 10 Este tipo de sistema de impermeabilização pode ser utilizado em subsolos, poços de elevador, muro de arrimo, vigas baldrames. Outro uso bastante comum da argamassa polimérica é em paredes internas e externas como camada anterior à pintura e também pisos frios, como em áreas de cozinhas e banheiros, como camada anterior à argamassa de assentamento dos revestimentos cerâmicos. De modo geral, este tipo de produto prolonga a vida útil dos elementos estruturais, formando uma barreira física que dificulta a passagem da água. Pontos de atenção: Os cantos devem ser reforçados com telas de poliéster, e é preciso respeitar os procedimentos de cura conforme especificados pelos fabricantes. → Vantagens: Facilidade de aplicação, versatilidade de ser aplicado em diferentes locais, facilidade em encontrar mão-de-obra. → Desvantagens: Durabilidade, baixa resistência à grandes movimentações térmicas, garantia menor. 1.3.3 Aditivos Cristalizantes Aditivos cristalizantes, de maneira similar aos aditivos hidrófugos, são compostos químicos que são adicionados ao concreto com o objetivo de impermeabilização. Este tipo de sistema promove a impermeabilização do concreto através da formação de cristais insolúveis nos capilares e que se expandem em contato com a umidade. Dessa forma, os poros e fissuras são preenchidos, e é formada uma barreira para que não haja a percolação da água. É uma boa opção para a fase de construção de reservatórios de água e estação de tratamento, pois não altera a qualidade da água. Além disso, pode ser usado em fundações, piscinas, túneis, lajes de subsolo. → Vantagens: Facilidade para aplicação, versatilidade para o uso, não é necessário mão-de-obra especializada. 11 → Desvantagens: Por se tratar de um sistema rígido, não pode ser aplicado em áreas sujeitas a movimentação térmica; dificuldade para manutenção e reparos. 1.3.4 Emulsão Acrílica Este tipo de sistema de impermeabilização é classificado como flexível, podendo ser utilizado em áreas sujeitas à movimentação térmica. É um resultado da emulsão de compostos acrílicos termoplásticos com água, que é aplicado na superfície a ser impermeabilizada, e entre as demãos é colocado um material estruturante, como por exemplo fibra de poliéster. A emulsão é utilizada em regiões de difícil acesso, pela sua facilidade de aplicação. É uma boa opção para reformas, e áreas onde não haverá tráfego de pessoas e veículos, pois os sistemas acrílicos não possuem resistência mecânica. O grande ponto em desfavor do uso deste sistema é o fato de não permitir poças de água, sob risco de o produto voltar ao estado de emulsão. → Vantagens: boa opção para áreas de difícil acesso, reformas, facilidade de execução. → Desvantagens: não resiste à abrasão, não resiste a presença de lâmina d’água. 1.3.5 Manta Asfáltica A manta asfáltica é um dos sistemas de impermeabilização flexíveis mais utilizados em todo país, e é indicado para os mais diversos elementos estruturais como lajes, vigas, reservatórios, piscinas, e é facilmente encontrado no mercado. Este é um sistema de impermeabilização pré-fabricado, vendido em rolos que são instalados à quente, com auxílio de um maçarico. A resistência mecânica e a abrasão são baixas, por isso deve ser feita uma camada de revestimento – contra piso e piso, por exemplo – de forma a proteger o sistema e garantir a sua durabilidade. É muito importante frisar que, apesar de bastante conhecido e utilizado, o sistema de impermeabilização com manta asfáltica deve ser aplicado seguindo os 12 procedimentos corretos e recomendações das normas e instalado por empresas e profissionais especializados. A qualidade deste tipo de sistema está diretamente ligada com a qualidade da mão-de-obra. → Vantagens: facilidade de encontrar no mercado, sistema conhecido, custo competitivo na fase de construção. → Desvantagens: dificuldade de manutenção e reforma, sistema com emendas, possibilidade alta de falhas na execução com mão-de-obra não qualificada. 1.3.6 Poliéster Flexível O sistema de poliéster flexível é uma impermeabilização definitiva. Pode ser aplicado diretamente sobre qualquer piso anterior, sem a necessidade de obras para retirada e, consequentemente, geração de entulho. O mesmo também pode ser aplicado durante o período de obras, ainda que seja mais utilizado em reformas. Esse sistema é bastante utilizado em lajes e estruturas em geral, terraços, estacionamentos, playgrounds, piscinas, bacias de contenção de produtos químicos e caixas d’água. O próprio sistema é o acabamento final, não sendo necessários novos revestimentos. Além disso, o sistema não apresenta juntas e emendas, que são pontos críticos de movimentação e consequentemente falhas. O poliéster flexível também pode ser utilizado em reservatórios sem comprometer a qualidade da água (sendo aprovado inclusive para contato com alimentos), além de resistir à pressão e abrasão internas. → Vantagens: resistência mecânica e a abrasão, alta resistência química e a ciclos de gelo e degelo, rapidez de liberação da área, pode ser feito sobre a estrutura preexistente, não precisa de revestimento superficial, 15 anos de garantia e durabilidade elevada. → Desvantagens: custo não é competitivo para a fase de construção (é ideal para reformas). 13 1.3.7 Poliuréia A membrana de poliuréia é um composto químico bastante refinado, é um sistema de impermeabilização indicado para ambientes bastante agressivos. Essa membrana tem uma espessura fina, o que representa mais um ponto positivo quando não é possível elevar o nível do piso preexistente com um novo sistema de impermeabilização. A boa durabilidade, elasticidade e resistência mecânica são outros pontos positivos. Contudo, a aplicação deste sistema é bastante complexa, exige equipamentos específicos, técnicas corretas e é difícil encontrar empresas e profissionais qualificados. → Vantagens: ideal para ambientes agressivos, liberação rápida ao tráfego, baixo índice de absorção de água, bons índices de resistência e durabilidade. → Desvantagens: custo elevado, mão-de-obra extremamente especializada, dificuldade de execução, especialmente em áreas de difícil acesso. Indicada para casos específicos. 1.3.8 Resina Epóxi A resina epóxi é um material bastante versátil, e pode ser utilizado de várias maneiras diferentes. Em madeiras, por exemplo, o epóxi é utilizado tanto como cola, quanto também para acabamento superficial. Trata-se de um composto químico com bons índices de resistência e rapidez para aplicação. Como sistema de impermeabilização, a resina epóxi forma uma membrana transparente fina e resistente, com boa aderência à superfície de concreto. Normalmente este tipo de impermeabilização é a opção para pisos de fábricas, cozinhas industriais, oficinas mecânicas, e locais em geral que tem uma maior exigência e frequência em relação à limpeza. → Vantagens: aplicação rápida, facilidade de manutenção, boa durabilidade, facilidade de limpeza, sistema sem emendas e juntas, rápida liberação. 14 → Desvantagens: maior grau de agressividade ao meio ambiente, necessidade da mãode obra especializada, a maioria perde propriedades quando exposta ao sol. 1.3.9 Solução 100% Silicone O Sistema 100% Silicone é composto de material nobre e é indicado para áreas de difícil acesso, reformas, e áreas tráfego eventual para manutenção. Pode ser aplicado diretamente sobre o sistema preexistente, sem adicionar sobrepeso e sem a necessidade de obras extensivas, o que faz deste sistema uma excelente opção para reformas. A Solução em Silicone, com tecnologia já consolidada internacionalmente, é uma novidade no mercado nacional. Neste sistema o produto aplicado é o que efetivamente permanece na superfície, diferentemente de outros sistemas. O silicone tem excelentes parâmetros de elasticidade, e é aplicado sem emendas, reduzindo assim as chances de falhas. → Vantagens: facilidade de aplicação, ideal para lugares de difícil acesso, não há geração de entulho, possibilidade de reparos pontuais, isolamento térmico, 15 anos de garantia contra infiltrações. → Desvantagens: não resiste ao tráfego intenso de pessoas e veículos, menor resistência mecânica. 1.4 Aplicações A aplicação do impermeabilizante irá depender da finalidade em tornar a edificação impermeável. Portanto, antes de tudo, deve ser feito a análise de cada etapa da construção e suas devidas áreas que devem ser impermeabilizadas. Os impermeabilizantes rígidos possibilitam uma estanqueidade em peças e áreas em que não sofreram extrema exposição ao sol e nem a mudanças constantes de temperatura. Os mesmos são indicados para impermeabilização de vigas baldrames, caixas d’agua, piscinas, argamassa e até mesmo concreto. Já os impermeabilizantes flexíveis possuem uma resistência a exposição solar e ao tempo mais elevada, podendo ser divididas em dois grupos: emulsões e mantas. 15 Emulsões: são feitas a base de elastômeros sintéticos e betumes, sendo necessário ser aplicado em local protegido de incidência de raios solares devido a sua sensibilidade ao mesmo. Podem ser produzidas na obra ou compradas já prontas, gerando uma membrana flexível sobre a peça aplicada. Sua aplicação pode ser realizada a frio ou a calor, dependendo do tipo que será utilizado, permitindo uma amplitude de opções e finalidades Mantas: existem em diferentes espessuras e materiais; mais utilizada nas obras devido o melhor acabamento e impermeabilização, entretanto necessitam uma mão de obra mais especializada para sua aplicação, pois são mais complexas e quando aplicadas de forma erronia, geram problemas e patologias a edificação. Os diferentes tipos são: Geomembrana PEAD, manta de EPDM, manta de TPO, manta de PVC, e manta asfáltica aluminizada. Esse tipo de impermeabilizante normalmente é utilizado em locais como: reservatórios de água superior, varandas, terraços e coberturas, lajes em geral, pisos frios (como por exemplo, banheiro e áreas de serviço), calhas de grandes dimensões, piscinas, entre outros. Todas as aplicações dos diferentes tipos de impermeabilizantes devem seguir exatamente a embalagem e as devidas recomendações do fornecedor, garantindo uma aplicação correta e evitando problemas futuros. Antes de qualquer aplicação, deve- se tomar alguns devidos cuidados para se obter um maior resultado, sendo alguns deles: A superfície de aplicação deve estar devidamente limpa, sem detritos de construção, nata de cimentos, óleos, entre outros, e ainda se necessário, deve ser lixada; A camada de regularização, quando necessária, deve ter sido executada considerando os caimentos sem projeto, sendo corrigidas quaisquer irregularidades; Nas paredes que terão rodapé impermeabilizado, estes deverão ser cortados e revestidos com argamassa de regularização; As execuções das passagens de tubos devem estar concluídas e as demais tubulações fixadas; 16 Os cantos formados entre planos diferentes de impermeabilização devem ser arredondados para atenuação das pressões, principalmente em reservatórios. 1.5 Procedimentos de Execução Para cada tipo de impermeabilizante utilizado dentro de uma obra, há uma forma correta em relação a sua aplicação. Para a realização da mesma ser bem- sucedida, tem que se curar durante 48h após a aplicação da última camada e evitar o trânsito de pessoas e a queda de objetos sob a superfície. 1.5.1 Aditivos Hidrófugos 1° Passo: Para melhor aderência em paredes, é necessário que a superfície tenha recebido uma camada de chapisco; 2° Passo: o aditivo hidrófugo é adicionado na água de amassamento para o preparo da argamassa; 3° Passo: Esperar secagem de acordo com o fabricante. Observação: Este tipo de argamassa também pode ser utilizado em elementos de fundação. 1.5.2 Argamassa Polimérica 1° Passo: Umedecer o substrato; 2° Passo: Aos poucos ir adicionando os componentes A e B, e misturando bem por 05 minutos e em quantidades para utilizar em até 40 minutos, tempo máximo de aplicação ou conforme manual técnico do fabricante; 3° Passo: Aplicar o produto com auxílio de uma brocha, trincha ou vassoura de pelo como se fosse uma pintura; 4° Passo: Aplicar 03 demãos cruzadas, em intervalos de 02 a 06 horas, dependendo da secagem do produto; 5° Passo: Caso se deseje aplicar como revestimento, utilizar uma desempenadeira dentada ou rodo, observando as orientações do fabricante para as proporções entre os componentes; 17 1.5.3 Aditivos Cristalizantes Segundo PEREIRA, 2017, os passos para a impermeabilização por cristalização é: 1° Passo: A superfície deve estar limpa e desprovida de impurezas ou qualquer outro material; 2° Passo: As partes defeituosas da superfície devem ser tratadas, tampando-se buracos e trincas e arredondando os cantos dos encontros das paredes com os pisos; 3° Passo: Os ralos e tubulações existentes deverão ser chumbados com grou; 4° Passo: Aplicar a primeira demão do produto impermeabilizante com vassoura de pelo e aguardar a secagem; 5° Passo: Aplicar a segunda demão do produto com vassoura de pelo ou rolo de lã. Deixar secar um pouco e aplicar a terceira demão; 6° Passo: As demãos deverão ser aplicadas no sentido cruzado em camadas uniformes com intervalos de 2 a 6 horas dependendo da temperatura ambiente; 7° Passo: Em regiões críticas como ao redor de ralos, deve-se calafetar com resinas após a secagem completa do impermeabilizante; 8° Passo: Verificar a estanqueidade durante, após cura por 5 dias ou conforme indicado na embalagem do produto utilizado, vedando os ralos e enchendo a área impermeabilizada com água. 18 1.5.4 Emulsão Acrílica 1° Passo: A superfície deve estar limpa e desprovida de impurezas ou qualquer outro material; 2° Passo: Preparo do produto de acordo com as especificações do fabricante; 3° Passo: Entre as demãos da aplicação, há a instalação de telas estruturantes; 4° Passo: Devem ser respeitados os procedimentos de cura para que haja secagem completa da água. 1.5.5 Manta Asfáltica Segundo Pezzolo, os passos para a aplicação da impermeabilizante “manta asfáltica” são: 1° Passo – Regularização da Superfície → A superfície de aplicação deve estar isenta de quaisquer impureza e material que esteja a obstruindo; → Executar a regularização da superfície com argamassa desempenada de cimento e areia; → Arredondar cantos vivos e arestas; Figura 1 – Impermeabilização de lajes por processo de cristalização Fonte: Pereira (2017) 19 → Tubulações deverão estar fixados para garantir a execução dos arremates; → Verificar o rebaixamento de 1cm de profundidade ao redor dos ralos, com diâmetros de 50cm; → A altura mínima nos rodapés é de 30cm do piso acabado e embutida com profundidade de 3cm; → Aguardar secagem para o próximo passo (mínimo de 48h). 2° Passo – Aplicação do Primer → Realizar aplicação na área utilizando primer fornecido com consumo aproximadode 0,5litro/𝑚2. 3° Passo – Aplicação do Asfalto Oxidado → Para aplicar o asfalto a quente, deve – se aplicar uma demão de asfalto a temperatura de 180° a 200° (limites confirmados pelo fabricante do produto), não passando de 3kg/𝑚2, conforme a especificação do fornecedor. 4° Passo – Aplicação da Manta Asfáltica → Após a aplicação do asfalto oxidado, tem que desenrolar a manta sobre a superfície ainda quente rapidamente, tendo cuidado ao excesso; → Executar a sobreposição entre as duas mantas de no mínimo de 10cm. 5° Passo – Aplicação da Camada Separadora → Colocar uma camada separadora composta com papel “Kraft”, filme de polietileno ou similar sobre a impermeabilização. A mesma tem a função de evitar aderência da proteção mecânica sobre a impermeabilização, evitando que atuem diretamente sobre a mesma provocando seu desgaste. 6° Passo – Proteção Mecânica → Fazer um revestimento primário ou definitivo para evitar abrasão, perfuração, desgaste prematuro e ressecamento do material. 7° Passo – Teste → Realizar o teste de estanqueidade. 20 1.5.6 Poliéster Flexível 1° Passo: Aplica – se sobre o piso existente; 2° Passo: É formado um compósito de resinas poliéster aditivadas para melhoria de performance com reforço de fios roving; Figura 2 - Esquema de sequência de aplicação do impermeabilizante manta asfáltica Fonte: Pezzolo (2021) Figura 3 – Impermeabilização de laje utilizando manta asfáltica Fonte: Pereira (2017) 21 3° Passo: A camada final é formada por gelcoat de resina poliéster estabilizada contra a ação das intempéries, ou por agregados minerais ou sintéticos especiais, selados com resina poliéster aditivada e estabilizada. 1.5.7 Poliuréia O processo de execução é complexo e refinado, e exige equipamentos como compressores, desumidificadores, dosadores computadorizados, e além disso todos os parâmetros como temperatura, pressão e umidade devem ser rigidamente controlados. 1.5.8 Resina Epóxi 1° Passo: Limpar todo o local de aplicação para que fique isento de impurezas; 2° Passo: Realizar todo o lixamento da superfície; 3° Passo: Aplicar o produto com a utilização de um rolo especial para epóxi, de acorod com as especificações do fabricante; 4° Passo: Aplicar as demãos com um tempo mínimo com um tempo de intervalo mínimo entre elas; Observação: É importante frisar que durante a aplicação é preciso se proteger contravapores tóxicos. 1.5.9 Solução Silicone A Solução em Silicone é aplicada diretamente sobre a estrutura. Ela pode, inclusive, ser aplicada sobre sistemas de impermeabilização que tenham falhado, como mantas aluminizadas, betuminosos, acrílico, entre outros, além de ser compatível com diversos outros materiais, aderindo sobre praticamente todo o tipo de superfície. 1.6 Materiais Necessários Para a Execução do Processo Para cada tipo de aplicação de um impermeabilizante, há um certo equipamento a ser utilizado, dentre eles, alguns estão citados abaixo: Equipamentos de segurança (bota de couro, capacete, uniforme, óculos, e cinto de segurança se for o caso); 22 Cimento; Areia; Desempenadeira; Hidrófugo; Tinta betuminosa; Brocha ou escova; Desempenadeira; Colher de pedreiro; Trincha; Vassoura de piaçava; Maçarico; Botijão de Gás. 1.7 Novas Tecnologias e Sustentabilidade A impermeabilização vem sofrendo muitas mudanças no mercado, devido a novas exigências e tendências. Dessa forma, os novos produtos buscam maior praticidade de execução e práticas sustentáveis. Algo que tem sido muito recorrente no mercado, são os produtos à base de água, onde o objetivo é diminuir a emissão de compostos orgânicos voláteis. Uma impermeabilização bem realizada garante a longevidade da edificação, e é essencial para evitar patologias. Assim, assegura uma construção sustentável, pois preserva o empreendimento, evitando reparos, consequentemente economizando recursos naturais. Os impermeabilizantes que recebem mais atualizações, são os flexíveis. Um método que tem ganhado espaço é a impermeabilização em poliéster flexível. É feita a aplicação diretamente sobre o contra piso, ou piso já existente, dispensando a quebra do material. O sistema resiste aos raios UV, diversos agentes químicos, tráfego de pessoas e veículos pesados. Devido ao fato de ser atóxico, pode ser utilizado em caixas d’água e reservatórios. É um produto moldado e aplicado no local, formando um sistema monolítico, dispensando a presença de emendas. Possui diversos tipos de acabamento, sendo de responsabilidade do cliente, escolher o que mais agradar. Deve ser aplicado por mão de obra especializada, para garantir um melhor produto final. A figura 4 mostra um ambiente com poliéster flexível acabado. 23 Outro produto que ganhou espaço, é a impermeabilização com silicone. Sua aplicação é rápida e eficiente, além de dispensar a quebra de pisos, gerando menos entulho, figura 5. Possui alta resistência aos raios UV e às intempéries, e ainda confere 35% de economia em refrigeração, quando aplicado em lajes e telhados. Pelo fato de poder ser aplicado sobre revestimentos, é uma ótima opção para restauração de um empreendimento. Apesar dos benefícios, o silicone tem suas limitações, onde não deve ser aplicado em locais de alto tráfego ou sujeitos à agressão química. Figura 4 – Poliéster Flexível com acabamento de piso laminado Fonte: FIBERSALS Figura 5 – Aplicação do impermeabilizante à base de silicone Fonte: FIBERSALS 24 1.8 Normas A norma de impermeabilização é a ABNT NBR 9575:2010. Ela estabelece as exigências e recomendações relativas à seleção e projeto de impermeabilização, para que sejam atendidos os requisitos mínimos de proteção da construção contra a passagem de fluidos, de forma a ser garantida a estanqueidade das partes construtivas, bem como os requisitos de salubridade, segurança e conforto ao cliente. Dentre todas as normas técnicas utilizadas à impermeabilização, as principais são: NBR 9574/1986: Execução de impermeabilização; - Procedimentos: NBR 9575/2003: Impermeabilização – Seleção e Projeto; NBR 9686/1986: Solução asfáltica empregada como material de imprimação na impermeabilização; NBR 9952/1998: Manta asfáltica com armadura para impermeabilização - Requisitos e Métodos de Ensaio; NBR 11905/1995: Sistema de impermeabilização composto por cimento impermeabilizante e polímeros; NBR 13321/1995: Membrana acrílica com armadura para impermeabilização; - Especificação: NBR 13532/1995: Elaboração de projetos de edificações - Arquitetura. NBR 13724/1996: Membrana asfáltica para impermeabilização com estruturante, aplicada à quente. NBR 6118/2003 - Projeto de Estrutura de Concreto Observação: Algumas destas normas técnicas citadas, se encontram em revisão bibliográfica. 1.9 Custos Além de diferenciar os tipos de impermeabilizações entre rígidas e flexíveis, podemos separá-las em diferentes sistemas, cada um com características específicas que são indicadas para as mais diversas finalidades. 25 Cada obra possui características únicas. Dessa forma, o projeto e cálculo dos custos oriundos dos sistemas de impermeabilização a serem utilizados, tornam-se necessários e de extrema importância. De acordo com a AEI – Associação de Engenharia de Impermeabilização, a estimativa é de que o valor gasto com impermeabilização representa 3% do valor total, ou seja; o menor custo de toda a obra. A figura 6 abaixo, expressa tais porcentagens. Algo interessante a ser descrito, é que segundo a AEI, caso a impermeabilização seja executada após serem constatados problemas com infiltrações em construções já prontas, tal processoultrapassada o percentual mostrado na figura 1, podendo chegar até 25% do custo total da obra. Um dos fatores impactantes, é a remoção dos revestimentos cerâmicos que precisarão ser removidos e repostos. Os itens que influenciam no custo médio de impermeabilização de uma obra são variados. Localidade do empreendimento, custo da mão de obra, os tipos de sistemas de impermeabilização que serão empregados, preço local dos materiais necessários, dentre outros fatores. Infelizmente, por variados motivos, muitas pessoas que começam a construir, desprezam e ignoram os sistemas de impermeabilização. Alguns optam por não impermeabilizar as áreas molháveis, deixando-as Figura 6 – Estimativa dos gastos de uma obra Fonte: Associação de Engenharia de Impermeabilização 26 desprotegidas para que infiltrações se instalem. E nesses casos, o gasto financeiro futuro é praticamente inevitável. A seguir temos a tabela 1, onde a mesma expõe alguns produtos impermeabilizantes, bem como seus preços médios encontrados na internet. Vale ressaltar que o custo de impermeabilização de um empreendimento não é baseado unicamente no preço dos produtos. Deve-se levar em consideração custos com a mão de obra, logística de transporte, entre outros fatores que possam existir. PRODUTOS IMPERMEABILIZANTES PREÇO ESTIMADO Neutrol à base de água R$219,90 - 18 LITROS Vedacit Manta Asfáltica R$239,90 - 10m² Vedacit Vedapren R$82,90 - 4,5KG Vedacit Vedatop 48,90 - 12KG Vedacit Primer Asfáltico R$229,90 - 18 LITROS Vedacit Rodapé R$119,90 - 12KG Carbolástico 2 117,12 - 4KG Carbolástico 3 R$112,24 - 4KG Vedatop Flex R$109,90 - 4KG 2. Isolamento Térmico e Acústico 2.1 Introdução Isolantes térmicos e acústicos surgiram do fato de que alguns materiais possuem propriedades de serem isolantes, ou seja; evitar ou diminuir as transferências de calor e/ou a propagação de ondas sonoras. Tendo isso em mente, sabe-se que, para ser considerado um isolante térmico, tal material deve possuir baixo coeficiente de condutibilidade, boa conservação de suas propriedades com decorrer do tempo, além de não ser inflamável. Já materiais considerados isolantes acústicos, têm por características materiais densos como mantas de borracha, madeira maciça, vidros espessos, entre outros. Quando se fala em isolamento acústico, o entendimento e definição de absorção sonora é de grande importância. São conceitos distintos. Por exemplo; Tabela 1: Preço médio de produtos Impermeabilizantes Fonte: Vedacit 27 quando ondas sonoras incidem sobre uma superfície e as mesmas não são refletidas para a fonte onde foram produzidas, temos uma absorção sonora. A energia foi parcialmente ou completamente absorvida pelo material. Para um material ser considerado um absorvedor sonoro, é preciso que ele permita às partículas do ar penetrarem; como é o caso das espumas em geral. Agora, materiais isolantes são aqueles que possuem muita massa e são eficientes em impedir que o som transcorra entre os ambientes. Materiais como tijolo, madeira maciça, ferro/ metal, vidros espessos são exemplos de bons isolantes acústicos. Dessa forma, a associação entre materiais de isolamento acústico e absorção sonora confere maior eficácia e qualidade em sistemas de isolamento. No decorrer dessa seção, tais características serão abordadas com maior ênfase. 2.2 Tipos e Materiais A isolação térmica e acústica é extremamente necessária para a qualidade e conforto de uma obra. São características importantes e necessárias para agradar os mais diversos clientes, sendo um dos pontos que diferenciam uma obra comum para uma obra de um nível mais elevado. Existem dois principais tipos de isoladores, aqueles que tem sua função dividida e de função exclusiva. A função dividida seriam, por exemplo, os blocos e telhas cerâmicas que tem como principal função ser um limitador físico para ações do tempo, mas são melhores isoladores que, por exemplo, um drywall. Já os materiais de função exclusiva, esse existe uma diversidade enorme tanto de função, material propriamente dito e aplicações, mas ao todo tem a função única e exclusiva de isolar. Os isoladores podem ser aplicados, em sua maioria, na laje, piso, parede e encanamentos. Neste tópico trataremos dos materiais de maior uso no mercado. Isopor É um dos melhores isoladores térmicos que existe no mercado. Aliando o preço, fácil instalação e resultados tudo em um único material, assim tornando-se um dos melhores custos benefício quando se trata de isolantes térmicos. 28 Pode ser aplicado nas lajes como pré-moldado, ou mesmo sendo aplicado junto a mistura do concreto. Também tem sua aplicação em forros, sendo pendurados direto na armação de madeira, ou junto com um pvc, por exemplo. Uma de suas maiores utilidades é com as telhas térmicas, onde o isopor é recortado seguindo a forma de telhas de zinco a presas ao telhado juntos, assim causando um ótimo isolamento refletindo e segurando o calor direto da telha. Lã de Rocha Tratando-se de isolamento acústico, a Lã de Rocha é o material que mais se destaca. Este material tem em sua composição rochas basálticas e outros minerais, que são aquecidos a mais de 1000ºC e transformadas em filamentos. Por conta de serem compostas de rochas, as propriedades de isolantes estão presentes desde matéria prima. Outra grande vantagem desse material é a leveza e a segurança para transporte, pois mesmo que seja amassado momentaneamente, o material não muda sua forma geral. Mas as vantagens da lã de rocha não são apenas para isolamento acústico. A lã de rocha, devido a suas propriedades minerais já citadas, também oferece resistência ao fogo e ao calor, sendo assim ótimo isolante térmico também. Suas aplicações vão desde expostas em paredes de estúdio, a serem uma camada de uma parede de gesso ou drywall, até mesmo acompanhando tubulações residenciais ou industriais, agindo tanto para a isolação acústica como térmica, Figuras 7 e 8. Fonte: Mundo Isopor Figura 7 – Forro de Isopor 29 Poliuretano O poliuretano é uma espuma rígida e resistente, que é comumente utilizada como isolante térmico. É vendido em sprays, que por conta de terem um agente de gás expansivo, quando aplicado se expande e acaba por preencher os espaços vazios. Utilizado principalmente em portas, janelas e lugares de difícil acesso, Figura 9. Também pode ser encontrado em chapas de espuma que são leves e facilmente recortáveis. Fonte: Biolã Figura 7 – Isolamento Acústico de Lã de Rocha Fonte: Biolã Figura 8 – Isolamento de Tubulações Industriais com Lã de Rocha 30 Lã de Vidro A lã de vidro grandes propriedades isolantes, tanto térmicas quanto acústicas. Sendo sua fabricação um tanto quanto similar a lã de rocha, mas diferenciando-se na sua matéria prima que tem por sua maioria sílica e sódio. E as similaridades não acabam por já, a lã de vidro também pode ser aplicada entre placas de pré-moldados, abaixo de assoalhos, beiral de janelas e mesmo em forros e telhados. Estes são alguns dos materiais mais utilizados na construção civil para isolamento acústico e térmico das construções civis. Porém, empresas do ramo continuam aumentando suas pesquisas para encontrar novos materiais, que tragam Fonte: Biolã Figura 9: Aplicação da Espuma de Poliuretano em Janelas Figura 10: Lã de vidro aplicada a paredes de DryWall Fonte: Retaprene 31 ainda mais vantagens e diferenciais para o mercado de construção civil. Isso faz com que mais materiais apareçam e incorporem o mercado a todo momento. Existem maneiras também de manter um isolamento térmico agradável utilizando a georeferência e estudo de espaços, com posicionamento de janelas, altura do pé direito, espaços deventilação entre outras. 2.3 Aplicações Aplicações Isolantes Térmicos O uso do isolante térmico é comum em revestimento de portas, turbinas, tubulações com alta temperatura e em vedações de expansão, também muito utilizado em petroquímicas, no revestimento de reatores, na indústria cerâmica atuando em fornos de calcinação e estufas e na construção civil como revestimento de telhados, pisos e paredes. Pode revestir dutos de ar condicionado, forrar fornos e estufas e até ser usado em tanques de armazenagem. Ele estabelece uma barreira entre os meios que igualam sua temperatura e para isso, são usados diversos tipos de materiais que são úteis de acordo o local de instalação. Vale ressaltar que a redução das perdas ou ganhos de calor ocasionada pelo uso de um isolante, resulta na economia de energia elétrica, controle de temperatura e fácil instalação e baixo custo, além de não ter fungos nem bactérias. Aplicações Isolantes Acústicos Espaços que recebem palestras, reuniões, eventos e exibições de vídeo, além dos próprios teatros, precisam ter um isolamento acústico de qualidade para que sons externos não atrapalhem as atividades. Há também a situação de indústrias, que devido ao barulho das máquinas, são obrigadas a investir em soluções acústicas, impedindo que a propagação do som das mesmas atrapalhe os arredores. Na construção civil, um exemplo negativo são aquelas casas germinadas/apartamentos onde o vizinho pode ouvir tudo o que se passa na residência ao lado. 32 Resumidamente, investir na acústica é melhorar a experiência de quem circula no local e agregar valor ao espaço. E saiba que, para isso, não é preciso diminuir a estética do ambiente. 2.4 Procedimentos de Execução É importante lembrar que a execução de cada isolante pode variar conforme a aplicação desejada ou as normas que o fornecedor recomenda. Isopor → Aplicado em telha O isopor em telha é feito de forma “sanduíche”, na qual o isopor fica entre duas telhas convencionais de zinco, criando um isolamento térmico e acústico em todo o telhado. A execução é feita a partir da recomendação do fabricante, normalmente vendendo em conjunto parafusos brocante, utilizados na junção das telhas e também para fixação na estrutura onde será apoiado. Normalmente apoiado em viga U ou viga G, reduzindo tempo e mão de obra. → Aplicado em laje Quando aplicado em laje, é seguido o dimensionamento passado pelo engenheiro ou arquiteto da obra, sendo utilizado laje de trilho pré-moldado e preenchido os vazios com placas de isopor. As placas serão posteriormente cobertas por concreto gerando um elemento único, composto então por trilos pré-moldado, isopor e concreto. O isopor resultará em uma laje mais leve, menor valor e menor custo, além é claro de um isolamento térmico e acústico. → Aplicado em forro O forro em isopor é comprado pré-fabricado com as dimensões necessárias parar cobrir o ambiente. A empresa que fornece as placas, normalmente também fornece a mão de obra, pois é necessária uma execução mais específica. As placas são acompanhadas de trilhos de alumínios, no qual serão fixados nas paredes do ambiente, acompanhados de adicionais para a aplicação de iluminação, geralmente em alumínio devido ao menor peso, para não sobrecarregar a estrutura que segura as placas. Lã de rocha, lã de vidro e poliuretano 33 Esses materiais são comumente usados entre paredes, telhados e vãos entre as esquadrias, ganhando cada vez mais força devido a eficiência alta como isolante termo acústico. Normalmente aplicado de forma “sanduíche” entre paredes ou telhas, como o drywall. O processo de execução se encontra cada vez mais simplificando devido ao aumento do uso desses materiais. No caso das lãs e poliuretano já expandido, é efetuado a compra do material já na espessura ideal e utilizando um estilete, cortar na medida ideal para o vão que será aplicado, deixando sempre um pouco a mais da medida, para acomodar com folga nas paredes ou telhas. Caso a espessura não seja igual a desejada, pode também cortar com um estilete na espessura adequada. O poliuretano expansível, é muito simples sua aplicação, colocando-o no vão que se deseja preencher, criando uma proteção e isolando de forma térmica e acústica das perturbações externas e internas. 2.5 Novas Tecnologias e Sustentabilidade Devido ao meio ambiente ser muito agredido hoje em dia, os engenheiros designer e arquitetos vem buscando cada vez mais tentando criar soluções inovadoras para amenizar os problemas em relação a sustentabilidade, uma vez que encaramos problemas econômicos recorrentes e graves preocupações ecológicas. O material Corkoco surgiu dessa filosofia consciente e vem mostrando eficiência para absorver baixas frequências, Figura 11. O mesmo se trata de uma solução acústica natural que mescla fibra de coco e cortiça (material vegetal que é extraído da casca do sobreiro), sendo que a fibra de coco é inodora, não apodrece e é resistente a umidade e fungos. Esse tipo de material pode ser aplicado entre paredes e no contra piso. 34 Assim como já citado anteriormente, os materiais citados abaixo também são sustentáveis. → Lã de PET: é utilizada para isolamento térmico e acústico, feito com cem por cento de fibras de poliéster, obtidas através da reciclagem de garrafas PET. → Lã de madeira: oferece um equilíbrio térmico, sendo totalmente reciclável e resistente a umidade e ao fogo. → Forros e painéis de fibra mineral: produzidos a partir da matéria – prima natural e reciclável. Não agride a saúde humana é indicado para hospitais. Outra forma muito utilizada principalmente na Europa, é a as fachadas ventiladas, paredes e telhados verdes. Elas ajudam a reduzir custos, como por exemplo a energia, e ajudam a isolar e atenuar as ondas sonoras, tantos internos quanto externos, Figura 12. As plantas possuem uma eficiência por dispersar e absorver o som, além de refrescar os ambientes. Figura 11: Material sustentável de Isolamento Acústico Fonte: Portal Acústica 35 Os telhados e paredes verdes vem ganhando cada vez mais o mercado, sendo utilizados em ambientes urbanos para atenuar a poluição sonora, poluição visual e principalmente equilibrar a temperatura térmica dentro de um estabelecimento. Utilizados em revestimentos externos e feitos com materiais como pedra, vidro e cerâmica, as fachadas atendem aos requisitos de normas ambientais da construção civil como os impostos pelo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). 2.6 Normas Isolamento Térmico → NBR 15220 (2005) “Desempenho Térmico de Edificações” Essa norma se divide em 5 partes, contendo métodos de cálculo e medição de propriedades térmicas dos componentes construtivos das edificações, zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. → NBR 15575 (2013) “Edificações Habitacionais – Desempenho” A norma institui nível de desempenho mínimo ao longo da vida útil dos principais elementos como estrutura, vedações, instalações elétricas e hidros sanitárias, pisos, fachada e cobertura de toda e qualquer edificação habitacional. Figura 12: Fachada com Jardim Vertical, Usado como Isolamento Térmico e Acústico. Fonte: Portal Acústica 36 Isolamento Acústico → NBR 10151 Normas para conforto acústico Esta norma fica as condições exigíveis para avaliação de aceitabilidade do ruído em comunidades; Ele especifica um método para a medição de ruído, a aplicação de correções nos níveis medidos (de acordo com a duração, característica espectral e fator pico) e uma comparação os níveis corrigidos, com um critério que leva em conta os vários fatores ambientais. → NBR 10152 Normas para conforto acústico Esta normafixa os níveis de ruído compatíveis com o conforto acústico em ambientais diversos. No projeto verificar: Fontes de ruído externas ao edifício; Verificar atividades que são interrompidas por ruídos: sono, descanso, estudos e outros trabalhos intelectuais. Estas atividades requerem baixos níveis de ruído; A conveniência entre essas duas categorias de atividade implica necessariamente na separação acústica. 2.7 Custos O Isolamento térmico e acústico, possui muitas variantes, dessa forma, existem no mercado diversos produtos que atenderão todos os tipos de necessidades. Com isso, o custo de um tipo de isolamento, depende do que o cliente procura. Isolar uma estrutura, começa desde as alvenarias até materiais específicos para complementa- las. Assim, a partir das estruturas das edificações, podemos quantificar os preços para o isolamento dos ambientes As paredes, são os locais que mais recebem tratamento para isolar acusticamente, devido ao seu alto índice de bloqueio sonoro. Os principais modelos de isolamento, são os materiais podem ser inseridos dentro da estrutura, formando uma parede dupla (“sanduiche”), ou os revestimentos internos. Dessa forma, os 37 preços variam de acordo com o material escolhido, porém, em média o custo é de R$ 75,00 o m². Portanto uma parede de 7 m² custaria aproximadamente R$ 525,00. Da mesma forma, para o conforto térmico, o preço fica em torno dos R$ 160,00/m², utilizando o método das paredes duplas, ou preenchimento com drywall. Em lajes, existem materiais que conferem baixa condutividade térmica, como o poliestireno extrudido, tendo o preço de sua aplicação de R$ 110,00/m². Para melhor desempenho acústico, utiliza-se mantas, muitas as vezes aplicadas em pavimentos de edificações, e assim tendo o custo de aproximadamente R$ 90,00 o m². Para uma construção, a simples escolha de uma janela ou porta corretas, garante um bom isolamento acústico. Janelas de vidro temperado ou PVC, são boas opções, tendo em média um custo de R$ 1.680, para uma esquadria de 1,20m x 120m. Por fim, o telhado, que possui grande contribuição para a temperatura do imóvel. Para isso, é utilizada uma manta térmica, posicionada logo abaixo dos caibros, garantindo a reflexão da radiação solar. O preço em média desse serviço é de R$ 60,00/m². Portanto podemos dizer que isolar uma casa custa entre R$ 50,00 e R$ 150,00 por metro quadrado, sendo que há diferentes tipos de métodos e com preços variados. Assim, é possível que o cliente escolha o que melhor se encaixa na sua necessidade e orçamento, para que no final tenha maior conforto dentro do seu lar. 3. Instalações hidráulicas e sanitárias 3.1 Introdução A água é uma substância essencial para a vida humana. O corpo humano é composto por 70% do líquido, demandando ingestão oral. Devido a esse fato, as civilizações sempre buscaram uma forma de abastecimento. Em documentos históricos, há registros de antigas culturas, que se preocupavam com o abastecimento de água. Os Romanos construíram várias obras hidráulicas com o objetivo de provimento para consumo e lazer. Na Espanha, ainda há aquedutos com mais de 10 quilômetros de extensão, construídos na época de Cristo. (CREDER, 2006). As instalações hidráulicas podem ser compreendidas como um subsistema de uma edificação, destinado a captação, transporte e armazenagem de fluidos. Assim, constituem uma instalação hidráulica: as instalações de água fria, instalações de água 38 quente, instalações de esgoto sanitário, instalações de água pluvial e combate a incêndio. A instalação de esgoto sanitário deve permitir a coleta e afastamento dos esgotos domésticos, encaminhando-os a uma rede pública ou, na falta desta, para um sistema particular de tratamento, sempre evitando contaminar o lençol freático. Portanto, nos dias atuais é imprescindível o fornecimento de água canalizada e tratada, assim como redes de esgotos que trazem melhor índice sanitário para a população. 3.2 Tipos e materiais Quando o assunto são sistemas de distribuição hidráulica predial, um ponto importante a ser decidido é a forma de como o sistema vai ser abastecido. Quanto aos tipos de sistemas de distribuição; temos sistemas para água fria e água quente. 3.2.1 Sistemas de Distribuição – Água Fria 3.2.1.1 Sistema de Distribuição Direto Nesse tipo de distribuição hidráulica predial o abastecimento se dá diretamente da rede pública, não há a presença de reservatórios superiores. O sistema possui um baixo custo de instalação, além disso, não há necessidade de um espaço reservado no projeto arquitetônico para localizar uma caixa d’água. Apesar da economia gerada pelo sistema de distribuição direto, é necessário que haja garantia de regularidade no atendimento de pressão e vazão por parte da rede pública de abastecimento, o que, na realidade brasileira, é um pré-requisito difícil a ser atendido. Além de ficar dependente do abastecimento irregular da rede pública, as tubulações ainda podem sofrer de fadiga pela variação de pressão gerada pela irregularidade no serviço. No sistema de distribuição direto, é necessário cuidado especial contra o refluxo. A presença da válvula de retenção no sistema é imprescindível. Vantagens 39 → Água de melhor qualidade devido a presença de cloro residual na rede de distribuição; → Maior pressão disponível devido a pressão mínima de projeto em redes de distribuição pública ser da ordem de 10 m.c.a.; → Menor custo de instalação, não havendo necessidade de reservatórios, bombas, registros de boia, etc. Desvantagens → Falta de água no caso de interrupção no sistema de abastecimento ou de distribuição; → Grandes variações de pressão ao longo do dia – picos de maior ou de menor consumo na rede; → Pressões elevadas em prédios situados nos pontos baixos da cidade; → Limitação de vazão, não havendo a possibilidade de instalação de válvulas de descarga devido ao pequeno diâmetro das ligações domiciliares empregadas pelos serviços de abastecimento público; → Possíveis golpe de aríete; → Tem-se um aumento da reserva de água no sistema público. A figura 13 expõe o esboço esquemático do sistema abordado Figura 13: Sistema de Distribuição Direto Fonte: BUARQUE (2013) 40 3.2.1.2 Sistema de Distribuição Indireto No sistema de distribuição indireto (S.D.I), a água captada oriunda da rede pública de distribuição é armazenada em reservatórios, afim de maior garantia de fornecimento de água. Como todos os sistemas, o S.D.I possui vantagens e desvantagens. Vantagens → Fornecimento de água de forma contínua, pois em caso de interrupções no fornecimento, têm-se um volume de água assegurado no reservatório; → Pequenas variações de pressão nos aparelhos ao longo do dia; → Permite a instalação de válvula de descarga; → Golpe de aríete desprezível Desvantagens → Possível contaminação da água reservada devido à deposição de lodo no fundo dos reservatórios e à introdução de materiais indesejáveis nos mesmos; → Menores pressões, no caso da impossibilidade da elevação do reservatório; → Maior custo da instalação devido a necessidade de reservatórios, registros de boia e outros acessórios. 3.2.1.3 Sistema de Distribuição Indireto por Gravidade Nesse tipo de sistema, a alimentação dos aparelhos, torneiras e peças da instalação se dá através de reservatórios. Há possibilidade de utilização de um reservatório superior, onde, a partir dele a água é distribuída para a encanação predial; ou a utilização de dois ou mais reservatórios elevados. A figura 14 abaixo expressa com maiores detalhes o sistema abordado. 41 3.2.1.4 Sistema de Distribuição Indireto Hidropneumático No sistema indireto hidropneumático, a rede de distribuição é pressurizada através de um tanque de pressão que contémágua e ar. Há a possibilidade de ser sem ou com bombeamento, ou ainda com bombeamento e reservatório inferior. SISTEMA INDIRETO HIDROPNEUMÁTICO SEM BOMBEAMENTO: Este sistema compõe-se de um alimentador predial, um tanque de pressão e as colunas de distribuição. A pressurização do tanque é através do sistema de abastecimento. SISTEMA INDIRETO HIDROPNEUMÁTICO COM BOMBEAMENTO: A composição deste sistema é a seguinte: alimentador predial, instalação elevatória, tanque de pressão e colunas de distribuição. O tanque é pressurizado através da instalação elevatória. SISTEMA HIDROPNEUMÁTICO (BOMBEAMENTO+RI): Este sistema compõe-se do alimentador predial com válvula de boia, um reservatório inferior, uma instalação elevatória e um tanque de pressão. Quando o tanque de pressão estiver sob pressão máxima e o sistema de recalque desligado, a água no reservatório deve estar no nível máximo e o sistema apresenta condições de iniciar seu ciclo. Desta forma, quando há consumo de água, o nível no reservatório começa a diminuir progressivamente. O colchão de ar expande-se e a pressão no interior do tanque diminui até atingir uma pressão mínima. Figura 14: Sistema de Distribuição Indireto por Gravidade Fonte: BUARQUE (2013) 42 Nessa situação, o pressostato aciona o sistema de recalque, elevando, simultaneamente, o nível d’água e a pressão no interior do tanque aos respectivos valores máximos. À pressão máxima, o pressostato desliga o sistema de recalque propiciando o início de um novo ciclo. O reservatório inferior comporta-se de forma idêntica ao do sistema Reservatório Inferior – Reservatório Superior. 3.2.1.5 Sistema de Distribuição Misto O sistema de distribuição misto tem por característica a combinação do sistema direto e indireto por gravidade. O sistema direto abastece alguns pontos de utilização, como torneiras de jardim, torneiras de pias de cozinha e tanques, situados no pavimento térreo. A figura 15 expõe com mais detalhes o sistema abordado. 3.2.2 Sistemas de Distribuição – Água Quente O sistema de água quente é totalmente separado do sistema de água fria. Para tanto, a água quente deve chegar em todos os pontos de consumo desejados com temperatura e pressão adequadas para o funcionamento dos equipamentos (chuveiros, misturadores de lavatórios, de pias, etc.). Os sistemas de água quente podem ser classificados em individual, central privado e central coletivo. Figura 15: Sistema de Distribuição Misto Fonte: BUARQUE (2013) 43 3.2.2.1 Individual Chama-se de sistema individual quando um equipamento alimenta um único aparelho. Os energéticos utilizados neste tipo de sistema são essencialmente o gás combustível e/ou a eletricidade. Tal sistema consiste na alimentação do ponto de utilização, sem a necessidade de uma rede de água quente. A figura 16 demonstra o projeto esquemático do sistema individual de água quente por resistência elétrica. Vantagens → Menores custos (não é necessária rede de água quente); → Facilidade de instalação; → Ideal em ambientes pequenos e em ambientes localizados afastados das demais dependências do prédio. Desvantagens → Risco de choque; Figura 16: Sistema Individual de água quente Fonte: AIRTON MARIA 44 → Vazões limitadas, sendo inadequado seu uso para abastecimento, por exemplo, de banheiras. 3.2.2.2 Central Privado No sistema central privado, a distribuição da água quente é dada através de ramais que conduzem a água desde o equipamento de aquecimento (instantâneo ou de acumulação) até os diversos pontos de utilização. O trajeto percorrido pela água quente deve ser o mais curto possível e as tubulações devidamente isoladas, afim de obter-se uma temperatura adequada no ponto de utilização. As fontes energéticas que geralmente são utilizadas neste tipo de sistema são: gás combustível, eletricidade, óleo combustível, lenha e energia solar. A figura 17 apresenta um esquema de distribuição no sistema central privado. 3.2.2.3 Central Coletivo O sistema central coletivo consiste de um equipamento, responsável pelo aquecimento da água e de uma rede de tubulações que distribuem a água aquecida a conjuntos de aparelhos pertencentes a mais de uma unidade como, por exemplo, edificações. Figura 17: Sistema Central Privado Fonte: FANEESP 45 O sistema central coletivo pode ser classificado em ascendente, descendente e misto. Quando a distribuição é ascendente, tem-se um barrilete inferior que alimenta as colunas. As colunas de subida terminam a céu aberto, em altura superior ao reservatório de água fria. Na distribuição descendente, um barrilete superior alimenta as colunas que abastecem as colunas que abastecem os pontos de utilização. A coluna de subida, também dando para a atmosfera, garante o equilíbrio de pressões e escoamento do ar. A combinação das classificações ascendente e descendente resulta na classificação mista. Este tipo de distribuição é o mais utilizado, pois as colunas abastecem os pontos de consumo na subida e na descida. 3.2.3 Materiais Os equipamentos e materiais constituintes do sistema hidrossanitário variam desde tubos e caixas d’água, até as louças e metais sanitários, bem como alguns equipamentos. 3.2.3.1 Tubos Hidráulicos Hoje o mercado oferece vasta opção de tipos de tubos para o transporte de água fria, água quente e esgoto. O consumidor deve optar pelo material que alie características como durabilidade, redução de procedimentos de manutenção e resistência à pressão de serviço. 3.2.3.2 Tubos de PVC Os tubos de policloreto de vinila (PVC) são encontrados em duas linhas distintas: linha hidráulica – para conduzir água fria; e a linha sanitária – para sistemas de esgoto, ventilação e captação de água pluvial. Tais tubos são os mais empregados nos sistemas hidrossanitários por possuir alta facilidade de instalação, durabilidade quase ilimitada, baixo custo, leveza e boa resistência à pressão. Os tubos de PVC da linha hidráulica ser do tipo junta soldada, que não permite o reaproveitamento das conexões já utilizadas, ou do tipo junta roscada, que permite a montagem e desmontagem das ligações sem danificar os tubos ou conexões. Já os 46 da linha sanitária, permitem outras alternativas no sistema de acoplamento como junta elástica com anel de borracha ou junta soldada. 3.2.3.3 Tubos de CPVC Os tubos de policloreto de vinila clorado (CPVC) possuem as mesmas propriedades dos tubos de PVC, mas são próprios para condução de água quente. O CPVC permite a passagem de água quente a uma temperatura máxima de 80°C. A junta dos tubos é feita com soldagem química a frio e as conexões de transição possuem roscas macho e fêmea com vedação de passagem de água. 3.2.3.4 Tubos de Cobre Tubos de cobre são usados para conduzir água fria ou quente e gás. Tal material possui resistência a altas temperaturas sem deformações ou rompimentos. Uma característica do tubo de cobre é que o mesmo é bactericida, algicida e fungicida, ou seja, inibe o crescimento de bactérias, fungos e algas no interior das tubulações. 3.2.3.5 Tubos de Ferro Fundido Tubos de ferro fundido são utilizados em esgotos sanitário e água pluviais de instalações prediais. O mesmo possui segurança contra incêndios e alta resistência mecânica. A montagem dispensa a utilização de cola e lubrificante. 3.2.3.6 Tubos em Aço Galvanizado São utilizados para condução de gás e água de combate a incêndio, no abastecimento de hidrantes. O mesmo possui alta resistência mecânica e à pressão, mas não deve ser embutido em alvenarias. 3.2.3.7 Tubos PEX O tubo de polietileno reticulado (PEX), são práticos, usam menos conexões e emendas, e tem por finalidade a condução de água fria e quente. Tubos PEX possuem preços mais elevados,
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