3 Aula 3 - psic x misticismo - psicologia no Brasil

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Introdução a Psicologia
Psicologia x misticismo
KWL
Por que algumas práticas “místicas” (como tarô, numerologia, entre outras práticas adivinhatórias) são associadas à prática da psicologia?
Qual a relação entre Psicologia e essas práticas?
Quais as implicações profissionais para o psicólogo que utiliza de tais práticas?
Como a psicologia pode abordar temas relacionados ao misticismo?
Como garantir que a prática da ciência psicológica não se confunda com práticas místicas?
Como garantir a atuação ética e científica dos profissionais da psicologia?
Como garantir o avanço da psicologia como ciência e como profissão?
 
A partir das questões disponibilizadas, os alunos deverão construir uma tabela contendo três colunas, K-W-L. 
Na coluna K, devem escrever o que pensam que já sabem a respeito das perguntas propostas. Na coluna W, devem escrever o que querem saber sobre os questionamentos propostos. A coluna L será preenchida ao final da aula.
	K
 (o que vocês sabe sobre as perguntas norteadoras)	W 
(o que você gostaria de saber sobre as perguntas norteadoras)	L 
(o que você aprendeu sobre as perguntas norteadoras)
	 	 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 	 
O advento da psicologia como ciência foi o marco do desligamento das ideias psicológicas daquelas abstratas e espiritualistas que defendiam a existência de um a alma nos seres humanos a qual seria a sede do psiquismo. 
A partir daí a história da psicologia é de fortalecimento de seu vínculo com os princípios e métodos científicos. 
O Homem, então, passa a ser entendido como um ser autônomo e responsável pelo seu desenvolvimento.
O homem está em Movimento E transformação, colocando novas perguntas para a psicologia.
Mesmo que a Psicologia ainda não dê conta de todas as questões humanas, é preciso lembrar que a ciência não esgotará o que há para se conhecer, pois a realidade está em permanente movimento.
Apesar desta constatação alguns psicólogos tem buscado respostas em outros campos do saber humano. Com isso algumas práticas que não pertencem a Psicologia como o tarô, astrologia a numerologia, a quiromancia, as runas, os búzios tem sido associadas com as práticas Psicológicas.
Tais práticas são outras formas de saber, mas não são práticas da Psicologia, pois: 
1. Não são construídas a partir de métodos e princípios científicos; 
2. Estão em oposição ao princípio da Psicologia – Homem como ser autônomo que se constitui a partir da sua relação com o mundo social. 
O Uso de práticas alternativas ou místicas pelo psicólogo/a é passível de punição pelo Conselho de Classe dos Psicólogos 
De acordo com o código de ética do Psicólogo:
Art.2º. Ao psicólogo é vedado: 
f- Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não estejam regulamentados ou reconhecidos pela profissão; 
Art. 21 - As transgressões dos preceitos deste Código constituem infração disciplinar com a aplicação das seguintes penalidades, na forma dos dispositivos legais ou regimentais:
a) Advertência;
b) Multa;
c) Censura pública;
d) Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias
e) Cassação do exercício profissional.
Psicologia como ciência
A Psicologia pode ser definida como a ciência que estuda o processo mental humano e o comportamento observável. Sua subjetividade.
 A sua origem remonta ao séc. V a.C., altura em que Platão e Aristóteles se viam às voltas com muitos dos problemas que ocupam hoje os Psicólogos. 
O estabelecimento formal desta ciência deu-se em 1879, em Leipzig na Alemanha, com o laboratório de Psicologia Experimental de Wundt.
 A Psicologia estuda todos os aspectos do funcionamento interno da mente, como a memória, os sentimentos, o pensamento e a percepção, bem como de funções de relação, como o comportamento e a fala.
 Estuda também a inteligência, a aprendizagem e o desenvolvimento da personalidade.
 Alguns dos métodos utilizados em Psicologia são a observação, a recolha de histórias pessoais e a utilização de instrumentos de avaliação de funções cognitivas, como a inteligência e a personalidade.
Foi há pouco mais de cem anos que os psicólogos definiram os fundamentos da psicologia e o seu objeto de estudo. 
Ao longo do séc. XIX, à medida que o método científico era utilizado para resolver os problemas da psicologia, houve várias manifestações de que esta disciplina estava a emergir. 
Em Dezembro de 1879, que Wilhelm Wundt fundou o primeiro laboratório de psicologia do mundo que permitiu conquistar autonomia para esta disciplina, emancipando-se da Filosofia. 
Wundt também criou a revista Philosophische Studien , dedicada a relatos de experiências. 
A Associação Americana de Psicologia (APA) , a primeira organização científica e profissional de psicólogos, foi fundada em 1892.
Psicologia no Brasil
Vídeo 50 anos da profissão no Brasil
https://www.youtube.com/watch?v=82shonzH99A
Psicologia no brasil
 No Brasil colônia já se encontrava alguns estudos e pensamentos voltados para psicologia, vindo de outras áreas do saber;
 Essas obras, apesar de serem de autores em sua grande maioria brasileiros eram impressas na Europa;
 Séc XIX preocupações relacionadas ao saber psicológico na educação e nas áreas médicas
 Ao final do século a Psicologia começou a ser buscada no sentido de contribuir com a solução de problemas relacionados à saúde, educação e a organização do trabalho 
 Neste contexto ocorreram importantes realizações da Psicologia no Brasil, as produções ainda são oriundas das instituições médicas;
Desenvolvimento de estudos ligados a psicologia realizado dentro dos hospícios;
Criação de laboratórios de psicologia nos hospícios 
Ulysses Pernambuco – Movimento psiquiátrico no recife, abolição de alguns métodos tais como camisa de força, e criação de laboratório de observação
Em 1890, a Reforma Benjamin Constant introduziu noções de Psicologia para a disciplina de Pedagogia, no currículo das Escolas Normais. 
1946- ministério da Educação fala de titulo de especialização ao que se refere ao psicólogo:
“Os candidatos que pretenderem o diploma de especialização deverão satisfazer às seguintes condições:
1) Psicólogo: Aprovado nos três primeiros anos do curso de Filosofia, bem como em cursos de Biologia, Fisiologia, Antropologia, Estatística, e em cursos especializados de Psicologia. Finalmente, estágio em serviços psicológicos, a juízo dos professores da seção”.	
O Presidente da República, João Belchior Goulart, promulga, a 27 de agosto de 1962, a Lei nº 4.119. É o primeiro diploma legal específico sobre Cursos de Formação de Psicólogos. O texto da Lei traz significativas inovações, entre as quais, destacamos:
 Permite aos portadores de diplomas ou certificados de especialista em Psicologia, Psicologia Educacional, Psicologia Clínica e Psicologia Aplicada ao Trabalho, o direito ao registro daqueles títulos, mediante a observância de outros requisitos (art. 19);
 permite aos que já venham exercendo, na data da publicação da Lei, ou tenham exercido por mais de cinco anos, atividades profissionais de Psicologia Aplicada, o registro de Psicólogo, devendo o registro ser requerido, no prazo de 180 dias, após a publicação da Lei (art. 21).
1973 – Criação do Conselho Federal de Psicologia;
No dia 27 de agosto de 1974, Dia Nacional do Psicólogo, são empossados, solenemente, em suas respectivas Regiões, os membros dos Conselhos Regionais de Psicologia, designados pelo Conselho Federal, de acordo com o art. 38 da Lei nº 5.766, em suas Disposições Gerais e Transitórias.
A Filosofia de ação deste Conselho Federal, desde os seus primeiros momentos, corporificou-se no empenho de elaboração das leis fundamentais sobre as quais se viessem a assentar, sólidas e definitivas, a tradição e a unidade da classe, recentemente reconhecida, ao lado de uma consciência de corpo, sob a égide de uma só Autarquia, tendo à frente o órgão maior, o CFP, e, no campo executivo,os sete Conselhos Regionais de Psicologia.
Naquele momento, a classe dos Psicólogos contava com a respeitável cifra de 895 profissionais, atuando, no País
Psicologia no brasil
1962- 27 de Agosto promulgação de lei nº 4.119, que regulamenta a profissão de Psicólogo;
1964- 21 de Janeiro, o Senhor Presidente da República, promulga o Decreto nº 53.464 que regulamenta a Lei nº 4.119;
1971- 20 de Dezembro, o Senhor Presidente da República, Emílio Garrastazú Médici, promulga a Lei nº 5.766, que cria os Conselhos Federal e Regionais de Psicologia;
Com a lei para criação dos conselhos federal e regionais, os Psicólogos brasileiros sentiram chegado o momento de se unirem em classe coesa e identificada, movidos pelo espírito da Lei, que lhes oferecia direitos profissionais privativos e imagem diferenciada e típica, diante da opinião pública. 
1971 – Ocorre o primeiro Encontro Nacional, proposto à Associação Brasileira de Psicólogos, pela Direção da Sociedade Mineira de Psicologia, realiza-se, em São Paulo.
Presidido pelo Psicólogo Geraldo Magnani, o Encontro definiu os passos dos novos conclaves e das atividades a se desempenharem, com vistas à regulamentação da Lei nº 5.766, à eleição e posse do Conselho Federal de Psicologia e às condutas de natureza prática e política para tais fins. 
1972 – Ocorre II Encontro Nacional em Minas Gerais.
Instituiu-se o DIA NACIONAL DO PSICÓLOGO a ser comemorado, a 27 de agosto, sendo designada a Sociedade de Psicologia do Distrito Federal para cuidar da transformação da referida data em Lei. As Sociedades de Psicologia do Brasil aceitam elaborar um anteprojeto de decreto de regulamentação da Lei nº 5.766
1973 – III Encontro Nacional de Sociedades de Psicologia
Foi discutida a importância e inadiável necessidade do Conselho Federal de Psicologia, para a sobrevivência da Classe. Para tanto, foram lembradas as posições de responsabilidade das reuniões anteriores e aprovadas novas atitudes políticas e práticas a se desdobrarem, a partir do encerramento do conclave. 
1973 – Eleição do 1º Conselho de Psicologia
Convocados pelo Senhor Ministro do Trabalho, Dr. Júlio Barata, a 19 de dezembro de 1973, compareceram a Brasília os delegados de todas as Sociedades de Psicologia, presentes ao III Encontro Nacional. A eleição se realizou, através de voto declarado, sendo, assim, constituído o Primeiro Conselho Federal de Psicologia.
Depois de criado o Regimento Interno, o Conselho Federal fixou, através da Resolução nº01/74, de 30 de abril, as zonas de jurisdição e sedes dos Conselhos Regionais. Complementando aquele diploma com a Resolução nº 02/74, que fixa as atribuições dos Conselhos Regionais de Psicologia, designa o CFP os primeiros componentes desses 36 Conselhos e dá outras providências. 
1974 – Conselhos Regionais
No dia 27 de agosto de 1974, Dia Nacional do Psicólogo, são empossados, solenemente, em suas respectivas Regiões, os membros dos Conselhos Regionais de Psicologia, designados pelo Conselho Federal, de acordo com o art. 38 da Lei nº 5.766, em suas Disposições Gerais e Transitórias. 
Inicialmente divididos em 07 regiões- Atualmente são 24 regiões
1975 – Código de Ética
Primeiro Conselho Federal a aprovar, pela Resolução nº 08, de 02 de fevereiro de 1975, o Código de Ética dos Psicólogos do Brasil, deixando, entretanto, em aberto, as discussões que se fariam imprescindíveis, ante a necessidade constante de atualização proposta pelos fatos humanos em constante mutação. Aquela Resolução seria, a 16 de outubro de 1976, aperfeiçoada por outro documento de nº 14. 
O Psicólogo brasileiro: Sua atuação e formação profissional
				Psicologia, Ciência e Profissão,1989 
Em 1973 a classe de psicólogos contava com a cifra de 895 profissionais atuando no Brasil
1985 – o número de psicólogos inscritos no conselho era de 53.338,
Porém neste mesmo ano de acordo com o MEC o número de graduados em psicologia no Brasil, chega a soma de 102.802.
Percebe-se uma grande diferença entre o número de graduados e o número de Psicólogos em exercício,
Perda de aproximadamente 50%
1988- o número de psicólogos inscritos no conselho era de 61.738
Distribuição dos psicólogos pelo Brasil em 1987
Distribuição desigual da profissão nas regiões do Brasil;
Quase 75% dos profissionais concentrados no sudeste;
Maior concentração em São Paulo com 1 psicólogo para cada 1.187 habitantes;
No CRP 03 o calculo é de 1 psicólogo para cada 13 mil habitantes;
Em média 70% dos psicólogos trabalhavam nas capitais;
Predomínio do sexo feminino, mais de 80%;
Neste ano mais de 70% dos psicólogos tinham menos de 40 anos, o que a caracterizava como uma profissão de jovens;
Dos psicólogos inscritos no CRP somente 60% atuavam exclusivamente como psicólogos
Predomínio da área clínica, 43,4% , seguida das áreas organizacional 18% e escolar 14%
Carga horária média de 34 horas semanais
As clínicas e consultórios psicológicos são, indiscutivelmente, os locais onde mais se concentra o trabalho do psicólogo
O consultório atinge 34,2% dos locais, de trabalho, 
Seguido de empresas (14,8%), escolas até o 2° grau (10,4%), instituições de ensino e pesquisa (8,5%), hospitais (7,8%), instituições de atendimento psicológico (5,9%), órgãos da administração (4,5%).
Sobre as atividades desenvolvidas: 
A psicoterapia individual foi citada por 42,9% dos entrevistados, sendo esta. atividade exercida por 68,5% dos que atuam em clínica.
 A aplicação de testes é a segunda mais frequente (33,5%) e aparece como uma atividade que permeia todas as áreas de atuação, chegando a atingir 48% dos que trabalham em organizacional.
Sobre orientação teórico metodológica:
O predomínio da psicanálise é inquestionável, no geral, aparece com 37,1% das citações, sendo a orientação mais citada em todas as áreas de atuação;
A análise do comportamento é a segunda orientação mais citada nas três principais áreas;
A gestalt é a terceira orientação predominante na clínica.
 O psicodrama e a abordagem humanística / existencialista alternam, nas diversas regiões, a quarta e quinta colocações como orientações citadas e aparecem, com maior força, entre os psicólogos clínicos.
Alguns dados atuais
Somos um total de 380.637 psicólogas (os) no Brasil (CFP) 
 365.883  (mar/2020)
Só no RS 23.924 psicólogas(os) inscritos no conselho
No RS eram 23.306 psicólogos inscritos em março/2020
 Do total dos psicólogos e psicólogas ocupados no Brasil, a imensa maioria (90,0%) entrevistada era feminina. (dados Dieese,2016)
Mais da metade dos(as) psicólogos (as) (55,2%) entrevistados trabalhavam até 39 horas semanais, (Dieese,2016)
21/09/2020
Março/2020
• BASTOS, A. V. B.; GOMIDE, P. I. C. O psicólogo brasileiro: sua atuação e formação profissional. Psicol. Cienc. Prof., Brasília, v. 9, n.1, 1989.
•BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
 Conselho Federal de psicologia - https://site.cfp.org.br/
• DECRETO nº 53.464 de 21-01-1964. http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2008/08/decreto_1964_53464.pdf
• SOARES, A. R. A. A psicologia no Brasil. Psicologia: ciência e profissão. Brasília, v. 30, n. spe, P. 8-41, dez. 2010. Available from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932010000500002&lng=en&nrm=iso. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932010000500002