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tipos de conhecimento

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Índice 
Introdução	2
Conhecimento	3
Tipos de conhecimentos	3
Conhecimento Popular ou senso comum	4
Conhecimento científico	6
Conhecimento Filosófico	9
Conhecimento religioso	11
Conclusão	13
Referências bibliográficas	14
Introdução 
Este trabalho almeja abordar a questão dos tipos de conhecimentos. Todavia, para realizar uma análise aprofundada a cerca do referido assunto é necessário esclarecer o que venha a ser a expressão conhecer. Assim, conhecer é incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenómeno qualquer.
Acompanhando a história da humanidade, observamos que o ser humano reuniu por séculos, diversas formas de conhecer, sempre em busca de explicar o mundo, o ambiente que o cerca. Na antiguidade, o indivíduo encontrava no mito, no sobrenatural, a explicação da sequência dos eventos terrestres, desde a origem da terra até o surgimento da raça humana. Com a descoberta da escrita, o ser humano iniciou também um processo de descoberta do poder da cura, para os males da vida. Povos antigos, como os do vale do Tigre e do Eufrates, às margens do Nilo, por meio da observação e experimentação, descobriram a matemática, na forma de medir e demarcar áreas. Assim, estabeleceram o calendário e registaram, por exemplo, o aparecimento de eclipses. 
Com o passar do tempo, o conhecimento dos povos antigos foi sendo aprimorado, e suas contribuições permitiram o avanço da ciência. Conhecimentos matemáticos e filosóficos, como os de Aristóteles, Francis Bacon, Descartes até August Comte, mostram um retrato do desenvolvimento do saber, em busca de métodos que explicassem a aquisição de conhecimento, bem como indicassem as formas de se conhecer o mundo. 
O desenvolvimento da erudição permite a aquisição de novas formas de saber, assim como a reunião e a integração dessas formas, representam o avanço rápido e intenso do saber humano, que se modifica, altera-se, a cada nova descoberta, adapta-se e se reconstrói sempre em busca de outros conhecimentos. O ser humano é capaz de reunir diversas formas de conhecer para interpretar o mundo, sendo elas, por exemplo: o senso comum, a religião, a ciência e a filosofia.
 
Conhecimento 
Segundo Chaui (2005), nosso conhecimento é bastante limitado. Aquilo que sabemos, não sabemos em profundidade e de forma absoluta. Daí concluirmos que a maior parte do nosso conhecimento é relativa e apenas provável, pois é ousado – embora possível – admitir uma certeza ou forma de conhecimento absoluta. Para os gregos, a partir do olhar de assombro diante do mundo é que se começou a pensar. Assim, o conhecimento se inicia quando as coisas nos provocam a fazer perguntas: como? quando? Por quê? A tarefa de conhecer pode ser resumida na relação entre o sujeito cognoscente (que busca o conhecimento) e o objecto conhecido (que se dá a conhecer). O conhecimento é, assim, produto da conjunção da actividade do sujeito com a manifestação de um objecto que de alguma forma se lhe mostra atraente/interessante; surge da reacção do organismo a um estímulo conveniente.
Tipos de conhecimentos
 Existem vários tipos de conhecimentos possíveis e cada um deles possui sua própria especificidade. Por isso, não se pode afirmar que um conhecimento pode ser superior a outro, ou o inverso, pois são tipos de conhecimentos diferentes (SANTOS, 2010)
A realidade é tão complexa que o homem, para apropriar-se dela, teve de aceitar diferentes tipos de conhecimento. Desde a Antiguidade, até os dias de hoje, um lavrador, mesmo iletrado e/ou desprovido de outros conhecimentos, sabe o momento certo da semeadura, a época da colheita, tipo de solo adequado para diferentes culturas. Todos são exemplos do conhecimento que é acumulado pelo homem, na sua interacção com a natureza.
O Conhecimento faz do ser humano um ser diverso dos demais, na medida em que lhe possibilita fugir da submissão à natureza. A acção dos animais na natureza é biologicamente determinada, por mais sofisticadas que possam ser, por exemplo, a casa do joão-de-barro ou a organização de uma colmeia, isso leva em conta apenas a sobrevivência da espécie.
O homem atua na natureza não somente em relação às necessidades de sobrevivência, (ou apenas de forma biologicamente determinada) mas se dá principalmente pela incorporação de experiências e conhecimentos produzidos e transmitidos de geração a geração, através da educação e da cultura, isso permite que a nova geração não volte ao ponto de partida da que a precedeu. Ao actuar o homem imprime sua marca na natureza, torna-a humanizada. E à medida que a domina e transforma, também amplia ou desenvolve suas próprias necessidades. Um dos melhores exemplos desta actuação são as cidades (SANTOS, 2010)
O Conhecimento só é perceptível através da existência de três elementos: o sujeito cognoscente (que conhece) o objecto (conhecido) e a imagem. O sujeito é quem irá deter o conhecimento o objecto é aquilo que será conhecido, e a imagem é a interpretação do objecto pelo sujeito. Neste momento, o sujeito apropria-se, de certo modo do objecto. “O conhecimento apresenta-se como uma transferência das propriedades do objecto para o sujeito” (SANTOS, 2010) 
O conhecimento leva o homem a apropriar-se da realidade e, ao mesmo tempo a penetrar nela, essa posse confere-nos a grande vantagem de nos tornar mais aptos para a acção consciente. A ignorância tolhe as possibilidades de avanço para melhor, mantém-nos prisioneiros das circunstâncias. O conhecimento tem o poder de transformar a opacidade da realidade em caminho iluminada, de tal forma que nos permite agir com certeza, segurança e precisão, com menos riscos e menos perigos (MARCONI e LAKATOS, 2008).
Conhecimento Popular ou senso comum
É um conhecimento que existe desde a época dos homens das cavernas. É um conhecimento passado de geração em geração, e que, de certa forma, deu origem a todos os outros tipos de conhecimento. A grande maioria dos fatos do nosso quotidiano actual teve origem no senso comum, e muitas vezes, por mero acaso. A descoberta do fogo, por exemplo, foi um dos maiores saltos tecnológicos experimentados pelos homens daquela época. O homem deve ter conhecido o fogo por acaso, mas a partir do momento que dominou a arte fazer o fogo, passou a ter, pela primeira vez, uma possibilidade de dominar a natureza. Chassot (2004) 
Acredita que a cocção de alimentos foi uma provável consequência da descoberta do fogo. Cozinhar alimentos exigiu a utilização de utensílios impermeáveis e resistentes ao fogo (cerâmicas).
 A partir dessa necessidade, foram surgindo outras utilizações, que levaram aos processos de fermentação de sucos vegetais, curtição de peles, tingimento e vitrificação. Existe a possibilidade de que até mesmo a metalurgia tenha surgido por puro acaso: Por volta de 4000 a.C., o homem usava metais. Inicialmente usava o ouro e o cobre apenas no fabrico de objectos de adorno, por serem esses metais encontrados livres na natureza. A disponibilidade de cobre aumentou muito quando foi descoberto que se podia obtê-lo, sem muita dificuldade, a partir do aquecimento de pedras azuladas. Foi talvez um acontecimento acidental que deu origem à metalurgia, quando humanos surpreenderam-se ao ver bolas brilhantes de cobre, quando faziam fogo em um terreno onde havia malaquita ou azurita (minérios de cobre) (CHASSOT, 2004, p. 18).
A época certa de se semear e colher determinados tipos de cereais é também um exemplo de
conhecimento muito antigo, que foi passado de geração em geração. Muitos camponeses de nossos dias, mesmo iletrados e desprovidos de outros conhecimentos, sabem o momento certo da
semeadura, a época da colheita, a necessidade da utilização de adubos e os tipos de solos
adequados para diferentes culturas (MARCONI e LAKATOS, 2008).
Segundo Mendes (2011, p. I) este conhecimento em questão é valorativo, pois se alicerça em base em estados de ânimo e emoções. Entretanto no mesmo a dualidade de realidades, isto é, de um lado o sujeito cognoscente e, de outro, o objecto conhecido, e este é possuído, de certa forma, pelo cognoscente, os valoresdo sujeito impregnam o objecto conhecido.
Portanto, ele é reflexivo, mas, estando limitado pela familiaridade com o objecto, não pode ser reduzido a uma formulação geral. Considerado também como assistemático baseia-se na "organização" particular das experiências próprias do sujeito cognoscente, e não em uma sistematização das ideias, na procura de uma formulação geral que explique os fenómenos observados, aspecto que dificulta a transmissão de pessoa a pessoa, desse modo de conhecer.
Assim finalmente segundo Mendes (2011) este conhecimento é falível e inexacto, pois conforma com a aparência e com o que se ouviu dizer a respeito do objecto. Em outros, não permite a formulação de hipóteses sobre a existência fenómenos situadas além das percepções objectivas.
O conhecimento matemático, astronómico e médico dos antigos egípcios era notável, e naquela
Época não havia ainda uma ciência formalizada. Tomo a liberdade de reproduzir nesse texto uma das práticas de prognóstico de gravidez utilizadas por eles: Modo de se saber se uma mulher dará a luz ou não: colocarás cevada e trigo em dois sacos de pano, que todos os dias a mulher molhará com a sua urina; e também tâmaras e areia nos dois sacos. Se a cevada e o trigo germinarem, ela dará a luz. Se a cevada germinar em primeiro lugar, será um menina; se o trigo germinar em primeiro lugar, será um menino. Se nem um nem outro germinar, ela não dará à luz (TATON, 1959 apud CHASSOT, 2003, p. 24).
Todos esses conhecimentos, quando devidamente comprovados, foram sistematizados e apropriados pela ciência. Entretanto, existem certas práticas derivadas do conhecimento popular que foram passadas de geração em geração, mas que não possuem respaldo científico. Por exemplo, as superstições: não comer mangas à noite e nem mistura-las com leite; não deixar o noivo ver sua amada vestida de noiva antes do casamento; não passar debaixo de escadas; colocar uma vassoura virada atrás da porta para espantar uma visita chata etc. Os ditos populares, expressões do conhecimento popular, não ferem a credibilidade do senso comum, pois não é imputado a esse tipo de conhecimento a obrigatoriedade de se verificar a sua validade de maneira sistematizada (Ibidem, p.26).
Devemos lembrar que uma dona de casa, ao fazer compras, escolhe produtos analisando qualidade e preço, no intuito de atender às suas expectativas de custo-benefício. Ela escolhe as frutas e verduras da estação, abundantes e portanto, mais baratas, em detrimento de frutas e verduras de fora da estação, escassas e, por conseguinte, mais caras. O cardápio semanal é montado de maneira balanceada, utilizando uma ginástica mental de tal modo que ela possa cumprir com o seu objectivo de alimentar a família sem exceder o orçamento. O conhecimento utilizado aqui, nesse caso, é o senso comum (CHASSOT, 2004, p. 20).
Muitas pessoas não saem de casa sem ler o horóscopo. Acreditam piamente que os conselhos estampados em uma folha de jornal possuem algum poder de condução de seu destino. Em suma,
acreditam em um tipo de conhecimento não sistematizado e sem preocupação com a questão da
verificabilidade, ou seja, típico do conhecimento popular ou senso comum.
Conhecimento científico
De acordo com Matallo Júnior (1989), o conhecimento científico começa a partir do momento em que as explicações saem do campo da opinião (eu acho que) e entram no mundo do método da ciência (eu sei que). O senso comum é um conjunto de informações não sistematizadas, fragmentadas. A partir do momento em que essas informações começam a ser justificadas por meio de argumentos aceitáveis, o senso comum começa a evoluir em direcção à ciência. Em outras palavras, o senso comum trabalha com o juízo de valor, com o subjectivo. Assim, não há como determinar se uma opinião é boa ou má, verdadeira ou falsa. O desenvolvimento científico leva esses comportamentos informais a um formalismo, um padrão aceitável pela maioria como verdade. Assim, a ciência pode ser definida como um conjunto de proposições coerentes, objectivas e desprovidas (até certo ponto) de valorações (MATALLO JÙNIOR, 1989). 
O mesmo autor nos ensina que o conhecimento científico tem início em problemas que visam solucionar questões práticas ou explicar irregularidades em padrões da natureza. Esses problemas criam teorias que devem ser validadas por um programa investigativo de pesquisa. Tais programas visam determinar leis que explicam e permitem fazer previsões (nem sempre infalíveis).
Para Soares (2010, p. I) o conhecimento científico é concreto e real, isso devido ao fato do mesmo lidar com as ocorrências ou fatos da realidade. Assim o mesmo constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida através da experiência e não apenas pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico.
Porém, o conhecimento científico também pode ser considerado sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos. Entretanto este conhecimento possui em seu bojo como característica a verificabilidade, pois suas afirmações pertencem ao âmbito da ciência. 
Assim segundo Soares (2010, p. 03) ensina que o conhecimento científico está configurado da seguinte maneira:
· Real, factual - lida com ocorrências, fatos, isto é, toda forma de existência que se manifesta de algum modo.
· Contingente - suas proposições ou hipóteses têm a sua veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação e não pela razão, como ocorre no conhecimento filosófico.
· Sistemático - saber ordenado logicamente, formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos.
· Verificáveis - as hipóteses que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência.
· Falível - em virtude de não ser definitivo absoluto ou final.
Aproximadamente exacto - novas proposições e o desenvolvimento de novas técnicas podem reformular o acervo de teoria existente. Todavia, apesar da separação "metodológica" entre os tipos de conhecimento popular, filosófico, religioso e científico, no processo de apreensão da realidade do objecto, o sujeito cognoscente pode penetrar nas diversas áreas de conhecimento.
Portanto, segundo Mendes (2011, p. I) o conhecimento científico é sistemático, exacto e verificável da realidade. Entretanto em relação a sua origem está inserida nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. Assim na visão do autor em questão o Conhecimento Científico: “É racional e objectivo. Atém-se aos fatos. Transcende aos fatos. É analítico. Requer exactidão e clareza. É comunicável. É verificável. Depende de investigação metódica. - Busca e aplica leis. - É explicativo. - Pode fazer predições. - É aberto. - É útil
Conhecimento Filosófico
Historicamente, a ciência e a filosofia caminharam juntas, mas, com a revolução científica ocorrida no século XVII, elas se separam em dois saberes. A ciência vai se fragmentando em conhecimentos especializados, como a física, a astronomia, química, biologia, psicologia, sociologia, entre outros, delimitando o seu campo de saber (ARANHA, 2006).
 A filosofia, por sua vez, continuou a tratar sobre os mesmos assuntos da ciência, mas, ao contrário dessa, que se ocupa de recortes da realidade, pela especificação de seus saberes, a filosofia se ocupa com o todo, com uma visão de conjunto, buscando a causa última de todas as coisas.
Na visão de Matallo Júnior (1989), os gregos foram os primeiros a criar condições para uma sistematização do conhecimento. Essa sistematização só foi possível devido à separação de classes (homens livres-cabeça-trabalho-intelectual e; escravos- mãos-trabalho braçal). O comércio (que colocou a Grécia em contacto com outros povos além mar) e a moeda (um símbolo aceito como padrão para substituir o escambo) foram alguns dos factores que alargaram os horizontes dos gregos, permitindo ampliar também os horizontes do pensamento. 
Os primeiros pensadores gregos, ao tomar contacto com estrangeiros, verificavamque eram homens como eles. Ao perguntarem sobre monstros marítimos e/ou lendários, começaram a perceber que esses não existiam, ou se existiam, não podiam ser comprovados, ganhando assim, o status de lenda. Essa busca da verdade levou ao questionamento dos mitos. A indagação em busca da verdade levou ao nascimento da filosofia (CHAUÍ, 2005).
Ao se estudar a história do nascimento da filosofia, que influenciou todo o pensamento ocidental, é comum dividirmos essa história em duas: antes de Sócrates (os pensadores pré-socráticos) e depois de Sócrates (representados pelo três grandes filósofos: Sócrates, Platão e Aristóteles).
De acordo com Russel (2002), vários são os pensadores pré-socráticos: Tales, Anaximandro, Anaxímenes, representantes da escola milésia (da cidade de Mileto); Pitágoras, Xenófanes (da cidade de Samos); Heráclito (da cidade de Éfeso); Parmênides (da cidade de Eléia, ao sul da Itália); Empédocles (da cidade de Agrigento); Anaxágoras (natural da cidade de Clazomenas) que vivia em Atenas; Zenão (também da cidade de Eléia); Melisso (também da cidade de Samos); Demócrito (da cidade de Abdera); Protágoras, um dos primeiros sofistas, e outros. Não faz parte dos objetivos deste texto listar todas as conquistas que os pré-socráticos fizeram, mas o primeiro filósofo pré-socrático conhecido, Tales de Mileto, nos fornece uma importante lição sobre a importância prática da busca da verdade. Muitas histórias são atribuídas a Tales. Em uma dessas histórias, Tales é desafiado sobre a utilidade prática de se pensar. Diante desse desafio,
[...] demonstrou o seu génio prático monopolizando o mercado de azeite de oliva. Seu conhecimento de meteorologia antecipou-lhe que a colheita seria abundante. Portanto, alugou todos os lagares que conseguiu e, chegada a hora, alugou-os, estipulando o preço. Assim, obteve uma grande quantia e demonstrou aos seus algozes que os filósofos podem ganhar dinheiro quando se dispõem (RUSSELL, 2002, p. 21).
Sócrates é o primeiro grande filósofo grego, sendo a ele é atribuído a criação da Dialéctica (debate no campo das ideias, que faz surgir as contradições), da Maiêutica (a arte de partejar espíritos) e a ironia (a arte de interrogar). Sócrates não deixou nada escrito, mas muitas das suas histórias chegaram até nós por meio das obras de discípulos como Platão e Xenofonte (CHASSOT, 2004).
Platão, o segundo grande filósofo grego, defende a tese do inatismo da razão, ou seja, que o homem já nasce com conhecimento. Platão fundou uma escola, a Academia, onde se desenvolveu a Dialéctica e o seu mundo das formas (ou ideias). Era um escritor de grande talento, que utilizava em seus escritos, um procedimento literário que o auxiliava a expor suas teorias mais difíceis. Tal procedimento é a alegoria ou o mito. Suas obras mais famosas são Mênon e República (MARCONI; LAKATOS, 2008), além de O político e As leis (CHASSOT, 2004).
Aristóteles (o terceiro grande filósofo grego), que foi discípulo de Platão, discordou da doutrina
Platónica, depois de mais de vinte anos de Academia. Ele promoveu uma aproximação entre os fenómenos e as formas, o que levou à criação do método indutivo. Essa discordância gerou uma
grande divergência com o seu mestre, Platão, a quem é atribuída a frase: “Aristóteles me despreza como o potro que escoiceia a mãe que o deu à luz”. Aristóteles respondeu: “Amigo de Platão, mas mais amigo da verdade” (CHASSOT, 2004, p. 51).
Aristóteles deixou Atenas e foi para a Macedónia, onde se tornou tutor do futuro rei Alexandre durante três anos. Quando retornou a Atenas, fundou a sua própria escola, chamada de Liceu (que recebeu inestimável auxílio financeiro de seu ex-aluno, Alexandre), onde trabalhou por treze anos seguidos (CHASSOT, 2004). Suas obras mais famosas são Física (em quatorze volumes) e Política (MATALLO JÙNIOR, 1989).
Filosofia e Ciência são irmãs: nasceram no mesmo local (Grécia), mesma época (aproximadamente seis séculos antes de Cristo) e com o mesmo objectivo: a busca da verdade. Ambas buscam uma sistematização do conhecimento. As duas caminharam praticamente juntas desde o nascimento até o final do século XIX, quando houve uma cisão mais definitiva entre as duas devido ao Positivismo. As perguntas que a Filosofia tenta responder são diferentes daquelas que a Ciência consegue responder. Enquanto a Ciência é fortemente baseada em fatos, tentando estabelecer leis e padrões, a Filosofia é especulativa, baseada principalmente na argumentação.
Perguntas como “Porque um corpo cai?” ou “Porque alguém morre?” ou ainda “Como prolongar a vida?” são objectos de estudo da Ciência. Perguntas como “Existe alma?” ou “Se as almas existem, como se ligam ao corpo” ou ainda “Até que ponto a eutanásia é um procedimento ético” são objectos de estudo da Filosofia
Conhecimento religioso 
Portanto, um dos itens do conhecimento é o religioso[footnoteRef:1], isto é, teológico. Segundo Soares (2010, p. I) este conhecimento se fundamenta em doutrinas que contêm teorias sagradas, por terem sido reveladas pelo sobrenatural e, por esse motivo, tais verdades são consideradas infalíveis e indiscutíveis; é um conhecimento sistemático do mundo como obra de um criador divino; suas evidências não são verificadas: está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado. Assim o conhecimento religioso ou teológico segundo o autor: [1: O fundamento do conhecimento religioso é a fé. Não é preciso ver para crer, e a crença ocorre mesmo que as evidências apontem no sentido contrário. As verdades religiosas são registadas em livros sagrados ou são reveladas por seres espirituais, por meio de alguns iluminados, santos ou profetas (FACHIN, 2006).
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[...] parte do princípio de que as "verdades" tratadas são infalíveis e indiscutíveis, por consistirem em "revelações" da divindade. A adesão das pessoas passa a ser um ato de fé, pois a visão sistemática do mundo é interpretada como decorrente do ato de um criador divino, cujas evidências, não são postas em dúvida nem sequer verificáveis.
De acordo com Mendes (2011, p. I) o posicionamento dos estudiosos, teólogos e cientistas perante a teoria da evolução das espécies, realiza algumas abordagens diversificadas, sendo que “[...] de um lado, as posições dos teólogos fundamentam-se nos ensinamentos de textos sagrados; de outro, os cientistas buscam, em suas pesquisas, fatos concretos capazes de comprovar (ou refutar) suas hipóteses”. Portanto, ainda segundo o entendimento do autor se verifica que a realidade, é mais abrangente. Sendo que e o alicerce do conhecimento científico incide na proeminência dos fatos analisados e experimentalmente controlados, e o do conhecimento filosófico e de seus enunciados, na evidência lógica, resultando com que em ambos os modos de conhecer devem a evidência proceder da pesquisa dos fatos ou da análise dos conteúdos dos enunciados, no caso do conhecimento teológico o fiel não se detém nelas à procura de evidência, pois a toma da causa primeira, ou seja, da revelação divina.
Diante do exposto pode-se concluir que o conhecimento científico é o produto de uma comunidade em geral, ou seja, de todo sociedade e não apenas de um individuo em questão e de suas descobertas realizadas de forma solitária. Porém, cada descoberta devera ser estudada testada por uma instituição antes de serem acolhidas como conhecimento. Portanto, é notório que a ciência como forma de conhecimento pode suprir o conhecimento dito confiável, desde que testadas e analisadas devidamente.
Conclusão 
 Fim do trabalho, concluí que apesar da separação “metodológica” entre os tipos de conhecimento popular, filosófico, religioso e científico, no  processo de apreensão da realidade do objecto, o sujeito cognoscente pode penetrar nas diversas áreas: ao estudar o homem, por exemplo, pode-se tirar uma série de conclusões sobre sua actuação na sociedade, baseada no senso comum ou na experiência quotidiana; pode-se analisá-lo como um ser biológico, verificando, com base na investigação experimental, as relações existentes entre determinadosórgãos e suas funções; pode-se questioná-los quanto a sua origem e destino, assim como quanto a sua liberdade; finalmente, pode-se observá-lo como ser criado pela divindade, a sua imagem e semelhança, e meditar sobre o que dele dizem os textos sagrados. No que versa o conhecimento É contingente porque as hipóteses podem ser validadas ou descartadas por base na experimentação, e não apenas pela razão. É sistemático porque busca a formulação de ideias correlacionadas que abrangem o todo do objecto delimitado para estudo. É verificável a tal ponto que as hipóteses que não forem comprovadas deixam de pertencer ao âmbito da ciência. É falível porque nenhuma verdade é definitiva e absoluta, enquanto conhecimento Filosófico: É valorativo porque parte de hipóteses que não podem ser submetidas à observação, ou seja, baseia-se na experiência, na argumentação, mas não na experimentação. É racional por consistir de um conjunto de enunciados logicamente relacionados. É sistemático pelo fato das hipóteses e enunciados buscarem uma representação coerente e geral da realidade estudada. É não verificável porque as hipóteses filosóficas, ao contrário das científicas, não podem ser confirmadas nem refutadas e por fim conhecimento Popular: É valorativo porque é influenciado pelos estados de ânimo e emoções do observador, que impedem uma isenção de opinião sobre o objecto estudado. É reflexivo, porque a familiaridade com o objecto estudado não instiga à formulação de padrões, não permitindo uma formulação geral. É assistemático porque baseia-se em uma organização particular (subjectiva), que depende do sujeito.
Referências bibliográficas 
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 3. Ed. São Paulo: Moderna, 2006.
 
BERGER, Peter. O dossel sagrado: elemento para uma teologia sociológica da religião. 5. Ed. São Paulo: Paulus Editora, 2004.
CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. São Paulo: Pensamento, 1989
. ________________. O poder do mito. São Paulo: Palas Atena, 1990.
 ________________. As transformações dos mitos através do tempo. São Paulo: Cultrix, 1993.
 ________________. Tu és isso: transformando a metáfora religiosa. São Paulo: Madras, 2003.
 CHASSOT, Attico. A ciência através dos tempos. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004. 
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. São Paulo: Ática, 2005.
CORREA, Wilson. Os diversos tipos de conhecimentos. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
 FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
SOARES, José Joaquim. Tipos de Conhecimento Humano. São Paulo: Edições Ática, 2002
MATALLO JÚNIOR, Heitor. A problemática do conhecimento. ed. Campinas, SP: 1989. 
RUSSELL, Bertrand. História do pensamento ocidental 6. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.

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