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Teoria do Valor Trabalho: A Mercadoria N�as de aula Professor Dr.: Raul da Silva Ventura Neto Apresentação: ● Motivações para o curso - Problema com o nome. ● Apresentação dos alunos e respectivos interesses pelo Marxismo, sem focar diretamente no projeto. ● Dinâmica das aulas: 1:30 de aula expositiva e 30 min para perguntas. ● Avaliação: Usando os temas abordados no curso, responda a pergunta: por que economia política da urbanização? Textos de apoio: Harvey, D. Para entender o Capital Livro 1 1. Questões sobre a obra "O Capital: Crítica da Economia Política". ○ "O aprendizado real sempre implica uma luta para compreender o desconhecido" ○ Tendência natural de ler Marx sob a ótica de uma disciplina particular e exclusivista, o que redunda em uma leitura organizada de forma deliberada e que perde um pouco a unidade da obra. ■ Contextualizar o Capital dentro da Obra de Marx ○ Em síntese o Capital é motivado e de certo modo organizado como uma análise crítica de três grandes tradições intelectuais e políticas: a economia política clássica, sobretudo britânica; A tradição crítico-filosófica alemã, sobretudo Hegeliana; e o socialismo utópico, sobretudo Francês. 1 ■ A crítica tinha com base a tentativa de desconstrução dos argumentos principais a partir do método dialético. ○ O método proposto por Marx pode ser entendido como uma interrogação da tradição britânica da economia política clássica, por meio de ferramentas da tradição alemã da filosofia crítica, aplicando tudo para iluminar o impulso utópico francês de socialismo e comunismo. ○ De todo modo, o grande objetivo de Marx no Capital é, por meio de uma crítica da economia política, compreender como o capitalismo funciona. ■ Faz isso empregando o método dialético de descenso e ascensão. Parte da realidade imediata para buscar cada vez mais profundamente os conceitos fundamentais dessa realidade, para daí fazer o retorno à superfície, como concreto pensado. ○ No Capital, porém, ele inicia apresentando os conceitos fundamentais e as conclusões que ele chegou com a aplicação do método dialético. ■ Os livros I, II e III expressam, em parte, essa metodologia utilizada, mesmo que representam apenas uma parte reduzida da obra programada inicialmente por Marx. ● Leitura citação (12) página 21 ○ A grande qualidade dessa possibilidade de leitura integrada e dirigida da obra é a sua possibilidade de entendimento de questões atuais do sistema. 2. Sobre a Mercadoria, ○ Item 1: ■ A Mercadoria é o ponto de partida de Marx, mas ao mesmo tempo que expõe os resultados, torna a compreensão do conjunto muito complexa e uma leitura difícil. 2 ■ A riqueza da sociedade aparece como uma enorme coleção de mercadorias. ■ A ideia de aparecer indicando a superficialidade do mundo ao nosso redor. ■ Os caminhos que Marx encontra para falar da mercadoria em geral é começar por um conceito associado à sua utilidade (Valor de uso) e como suporte material do seu Valor de troca. ■ A questão se direciona no entanto para entender qual elemento comum torna as mercadorias intercambiáveis. Qual seria o seu Valor? ● "Como valores de uso, as mercadorias são, antes de tudo, de diferente qualidade; como valores de troca, elas podem ser apenas de quantidade diferente, sem conter, portanto, nenhum átomo de valor de uso". ■ Prescindindo do valor de uso dos corpos da mercadoria resta a ela uma única propriedade a de serem produtos do trabalho humano. ● Ou seja, todas as mercadorias têm em comum o fato de serem suporte do trabalho humano incorporado em sua produção. ● Nesse caso, de trabalho humano abstrato. ■ Logo, as mercadorias se tornam suporte do Valor incorporado a elas, com geleia de trabalho humano indiferenciado. Uma objetividade fantasmagórica. ■ Para entender o que constitui a substância do trabalho humano é preciso entendê-lo como trabalho humano igual: "a força de trabalho conjunta da sociedade, que se apresenta nos valores do mundo das mercadorias". ■ A definição de valor portanto passa a ser a de tempo de trabalho socialmente necessário, aquele requerido para produzir um valor de uso qualquer sob as condições normais existentes e com o grau social médio de destreza e intensidade do trabalho. ■ O valor é permanentemente sujeito a reviravoltas motivadas por mudanças tecnológicas. ● Diferença fundamental com a Economia Política clássica 3 ■ Nesse sentido, se quisermos entender quem somos como sociedade, em qualquer tempo e contexto, devemos entender qual nosso lugar nesse turbilhão de valores, ou seja, como os valores das mercadorias são criados e produzidos, e quais suas consequências - sociais, ambientais e políticas. ● E a cidade e o planejamento urbano nisso? ■ Valor de troca, valor de Uso e Valor seguem portanto uma determinação dialética permanente e historicamente constituída no interior da Mercadoria. ● Citação (10) página 33. ■ Assim, a totalidade da mercadoria (e por que não do capitalismo em alguma medida?) pode ser mais bem apreendida por meio do triunvirato formado pelos conceitos de valor de uso, valor de troca e valor. ■ Se a questão é então o entendimento do Valor, é preciso entender como Marx chega à ideia de trabalho humano abstrato. ○ Item 2: ■ As mercadorias possuem também um duplo caráter de trabalho que se representam nelas: o trabalho concreto e trabalho abstrato. ■ A representação do trabalho concreto (útil) faz referências à miríade de trabalhos distintos que são empregados na produção da mercadoria, seja ela qual for. ■ No entanto, a lógica de produção servindo ao processo de troca como elemento primordial leva à redução de todas essas diferentes formas de trabalho concreto ao trabalho abstrato e indiferencia. ○ Item 3: A forma de Valor ou valor de troca. ■ A imersão em uma sociedade de mercado, elemento central do modo de produção capitalista, as inúmeras possibilidade de trocas por mercadorias equivalentes, faz surgir uma mercadoria que se coloca como equivalente geral ou universal. ■ Nesse caso, no capitalismo, a mercadoria que desempenha esse papel é a mercadoria-dinheiro 4 ● A mercadoria-dinheiro surge de um sistema de trocas, e não o precede, ou seja, a proliferação das trocas que é crucial para a cristalização da forma-dinheiro. ■ A propagação das relações de troca de mercadorias que disciplina toda e qualquer forma simbólica precedente à forma-dinheiro necessária para facilitar as trocas mercantis. ■ Com isso, o surgimento da troca de mercadorias faz com que o tempo de trabalho socialmente necessário se torne força norteadora no interior do modo de produção capitalista. ■ O valor é trabalho humano socialmente necessário e cristalizado na mercadoria a partir do emprego da força de trabalho, tambem como mercadoria cujo único valor uso é a própria criaçã do Valor. ■ No capitalismo a representação do Valor é a própria mercadoria-dinheiro e não o quantum de trabalho depositado, que não pode ser medido. ● O valor só existe em relações entre mercadorias e só pode ser expresso materialmente na forma contraditória e problemática da mercadoria-dinheiro. ○ Item 4: ■ O caráter misterioso da mercadoria, seu fetiche, é que ela reflete aos homens os caracteres sociais de seu própios trabalho como caracteres objetivos dos próprios produtos do trabalho, como propriedades sociais que são naturais a essas coisas. ■ O resultado é uma relação social entre coisas e não entre pessoas. ● A relação social entre os homens assume a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. ■ O sistema de mercado e a forma-dinheiro portanto disfarçam relações reais por meio de troca de coisas. ■ Desde o início da Teoria do Valor trabalho, portanto, Marx só entender qualquer possibilidade de superação do Capitalismo se vier associada a uma transformação do fetichismo 5 6
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