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Resumo Violência e Direitos Humanos

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violência e direitos humanosviolência e direitos humanos
Texto: CFP. V Seminário Nacional Psicologia e Políticas Públicas. Pg. 31-57. Brasília, 2011. Psicologia, Direitos Humanos
e políticas públicas.
 Em 1948, a Organização das Nações Unidas (ONU)
declarava que todos os seres humanos são iguais e
têm direitos como à saúde, à educação, alimentação,
trabalho e são livres de escravidão e tortura, por
exemplo. Essas promessas são asseguradas por meio
da Declaração Universal dos Direitos Humanos. No
entanto, uma parcela da sociedade tem boa parte
dos seus direitos violados diariamente.
 No código de Ética Profissional do Psicólogo consta:
Princípios Fundamentais - I. O psicólogo baseará o
seu trabalho no respeito e na promoção da
liberdade, da dignidade, da igualdade e da
integridade do ser humano, apoiado nos valores que
embasam a Declaração Universal dos Direitos
Humanos.
 Na primeira parte da gênese social da categoria
violência; se o Fanon fosse ler “Nenhuma forma de
violência vale a pena”, ele perguntaria o seguinte: “Os
dominados não têm direito ao ódio? Os dominados
não têm direito à violência?” Os colonizados só
conseguem se libertar do jugo e da dominação se
tiverem capacidade de odiar, de se contrapor à
violência que é colocada sobre eles.
 Na ideia genérica de que a violência não vale a pena,
para Bourdieu, faltaria um complemento da oração,
“para quem”? Não se pode operar por uma forma
estruturalista, elidindo o sujeito da ação, tem de
buscar quem é o sujeito da ação. Para Bourdieu, o
sujeito da ação então deveria ser identificado. 
 Foucault, na análise dos códigos, a ideia de justiça:
os códigos jurídicos procuram sempre tirar na
penalização todos os elementos visíveis de violência.
Não se mata com a guilhotina, com a forca, mas se
mata sempre com uma cápsula, uma forma que
parece que não tem violência na morte e isso nos faz
nos habituar com essa ideia de morte, é como se isso
fosse retirar dela a violência e tudo fica sendo
violência simbólica. Há uma eufemização da violência
física, uma ilusão de que se não comete violência. 
 
 Ao mesmo tempo que está colocada em um
desdobramento, está colocada também como
relação. A violência entremeia formas de relações
sociais. Então ela é relacional por definição e isso os
obriga sempre a situar o que nós estamos falando. 
 Esses elementos todos nos colocam diante de uma
situação em que os castigos corporais vão se
tornando menos visíveis e se tem a ideia de que se
pratica a justiça quando a justiça se apresenta por
meio de elementos não visíveis da violência física , da
elisão da violência física. 
 A violência é também um elemento regulador da
relação. Ela não está fora da relação, não existe fora ,
não é um tema de composição nem um tema de
tratado erudito, ela é uma maneira disciplinadora de
relações sociais. Isso tem de aparecer fortemente
senão nós não entendemos a vida social, não
entendemos a vida cotidiana. Ela pode variar
também segundo culturas diferentes, o Brasil tem
uma diversidade cultural, pode variar segundo etnias.
 Nesse sentido, a violência é uma categoria trans-
histórica e tem de ser colocada nessa trans-
historicidade, senão nós não conseguiremos
entender o que está em jogo nas relações. 
 Há uma sensibilização para os direitos humanos,
mas na verdade é uma sensibilização que não leva
muito à ação. Então nesse momento percebemos
que precisávamos aprofundar de certa forma a busca
de novos detalhamentos que dessem conta de inserir
a disciplina Direitos Humanos na graduação de
Psicologia.
 A preocupação do Conselho Regional com relação a
essa temática não foi meramente técnico-científica,
mas inferiu-se a difusão e a consolidação de um
modo de se conceber profissional de Psicologia
voltado para a difusão dos ideais e valores de direitos
humanos, da democracia e da cidadania como eixos
norteadores da sua prática.

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