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Psicologia humanista ACP

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Abordagem Centrada Na Pessoa – ACP
Antecedentes:
 A abordagem humanista surgiu, de forma geral, como uma reação aos modelos psicológicos vigentes em virtude de desconforto com relação a real eficácia dos demais modelos em determinadas situações.
· Acreditava que a perspectiva psicanalista de Freud era muito reducionista, colocando a vida da pessoa dependente de pulsões e emoções negativas, focada apenas na patologia;
· Acreditava que o behaviorismo de Skinner, era muito mecanicista, cientificista, tratando a pessoa como ser inanimado e reduzia a natureza humana às simples respostas condicionadas;
Abordagem:
 Neste contexto houve o surgimento da renovação da psicoterapia que ao invés de se concentrar nas patologias, ou seja, no que há de errado com as pessoas. Adota uma abordagem holística (pesquisar sig.) olhando o indivíduo como um todo e enfatizando o desejo de autorrealização.
· Ao longo do tempo, com o nítido interesse de Carl Rogers pela psicologia humanista há uma evolução ao longo da sua carreira até ser definida em 1940. Suas denominações foram diversas e conforme os estudos foram se encorpando e ganhando novos vieses, como:
1ª Fase: Psicoterapia Não-Diretiva (1940-1950) – Parte de conceitos que têm como base o impulso individual para o crescimento e para saúde.
2ª Fase: Fase Reflexiva (1950-1957) – O reflexo de sentimentos é muito utilizado, daí sua denominação. É a fase da terapia centrada no cliente.
3ª Fase: Fase experiencial (1957-1970) – Foca na experiência da pessoa e como ela se manifesta.
Não diretiva
 Nessa época, trabalhando com crianças, observou nelas um potencial positivo para o desenvolvimento, com base no qual formulou a sua abordagem não diretiva. Segundo esta, competia ao terapeuta oferecer as condições propícias para que esse potencial se desenvolvesse e, à medida que ele fosse se revelando, passasse a orientar a abordagem e o tratamento. Essa perspectiva contrastava com as perspectivas diretivas, em que o terapeuta era quem indicava o curso da abordagem e do tratamento conforme os aspectos, que, na sua avaliação, atendiam às demandas em questão.
Conceituação:
· A Abordagem Centrada na Pessoa, como o próprio nome sugere, defende a pessoa como o centro das preocupações, como o fim básico.
· É uma abordagem que se diferencia das demais sob diversos aspectos, mas sobretudo por não haver técnica. Acreditamos que a melhor maneira de se tentar ajudar alguém é confiar no potencial da pessoa e na sua condição natural de pensar, sentir, buscar e se direcionar no caminho de suas necessidades. É a partir desta visão, que a ACP se baseia para tentar facilitar condições ideais à pessoa, para que ela possa buscar em si as suas próprias respostas.
· "todo organismo é movido por uma tendência inerente para desenvolver todas as suas potencial idades e para desenvolvê-Ias de maneira a favorecer sua conservação e seu enriquecimento." (ROGERS, 1959).
· Rogers acredita, portanto, que todo ser humano tem um potencial de crescimento pessoal natural, que lhe é inerente e que ocorrerá desde que lhe sejam dadas as condições psicológicas adequadas para tal, ou seja uma tendência de atualização.
Tendência de atualização
· Toda pessoa possui uma capacidade natural de se autodirigir no sentido de buscar suprir as suas necessidades. Existe em todo organismo uma tendência natural de evolução, um movimento natural de atualização a todo o momento.
 Exemplo: Quando há a imposição de formas de ser, nos distanciamos de nós mesmos, mas mesmo nessas condições somos movidos pela tendência atualizante de irmos adiante; porém as vezes continuamos de maneira dissociada de quem realmente somos ou do que seria melhor para a gente.
· Quando são proporcionadas condições facilitadoras para que a pessoa se autodirija, ela tende a ampliar o seu repertório interno e a buscar novas formas de se atualizar ganhando maiores condições de encontrar uma maior harmonia interna e em consequência, uma maior harmonia com o seu meio.
Condições Facilitadoras
1 – Compreensão empática:
 Em primeiro lugar é imprescindível que tanto o facilitador quanto o cliente sintam-se bem e verdadeiramente disponíveis nessa relação.
 Depois, o facilitador deverá ser capaz de tentar enxergar a pessoa buscando se aproximar da visão dela, tendo desta forma, provavelmente, maior disponibilidade interna em se livrar dos seus princípios e valores e de compreender melhor o outro sob a perspectiva do outro, seus motivos, seus medos e sentimentos e consequentemente mais condições de não julgar ou direcionar a relação de ajuda.
2 – Congruência
 É imprescindível que o facilitador busque ser autêntico quanto aos seus sentimentos e percepções em relação a pessoa que está buscando ajuda.
 É importante que tudo que o facilitador sinta de forma persistente na relação seja dito. Com empatia, cuidado, respeito, mas principalmente com autenticidade.
 Para a Abordagem Centrada na Pessoa, é importante que o facilitador diga o que sente, mais é claro que como sendo a sua verdade, e não como verdade do outro. 
 Numa relação de ajuda onde o facilitador assume os seus sentimentos como seus, além de dar ao outro o direito de pensar a respeito, a tendência é que o outro assuma os seus sentimentos também, livre de ameaças, apoiado na aceitação, na autenticidade e no acolhimento.
3 – Consideração Incondicional Positiva
 É a capacidade do facilitador em aceitar o outro sempre de maneira positiva, entendendo que o outro à sua maneira está sempre, no fundo procurando se sentir bem e se encontrar.
 Se o facilitador consegue de fato ser empático e tem a convicção de que o outro busca sempre as alternativas que entende como melhores dentro do seu repertório interno, através da tendência atualizante, fica mais fácil aceitar à pessoa, mesmo não entendendo ou não concordando. Aceitar não significa concordar.
 Em um ambiente onde a pessoa sinta-se verdadeiramente aceita e acolhida, livre de ameaças, ela tende a ser ela mesma e a entrar em contato consigo própria para buscar aquilo que julga importante para o seu desenvolvimento pessoal.

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