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CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS

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AULA 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Já vimos que contrato é o negócio jurídico que tem por objetivo criar, modificar, transferir ou extinguir obrigações (art. 81 do Código Civil), sendo sua função fazer circular riquezas através das obrigações que proporcionam a troca de bens e a prestação de serviços. Trata-se, portanto, de um instrumento básico da autonomia privada e o pressuposto de qualquer sistema econômico.
De acordo com a espécie de contrato sob exame na prática jurídica, há distintas consequências com variadas formas de interpretação e enfoque da posição das partes e do objeto contratado. Classificar o contrato é uma premissa inicial para atingir sua natureza jurídica e, consequentemente, seus efeitos
Boa parte da doutrina encarrega-se de classificar os contratos, e tais classificações ganham relevo, sobretudo por sua utilidade na apuração das responsabilidades dos contratantes e das regras a serem aplicadas a cada tipo de contrato.
A luz do Código Civil, não se é possível ter a expressa classificação dos contratos (exceto os aleatórios), sendo essa feita através da doutrina. 
A existência de aspectos comuns a diversas espécies de contratos torna conveniente a sua classificação. Podemos, assim, dividir os contratos em: 
· contratos unilaterais e contratos bilaterais; 
· contratos onerosos e contratos gratuitos; 
· contratos consensuais e contratos reais; 
· contratos comutativos e contratos aleatórios; 
· contratos de execução imediata, diferida e sucessiva; 
· típico e atípico
· solene e não solene
· principal e acessório
· prazo determinado e indeterminado
· pessoal e impessoal
· preliminar e definitivo
· paritário e de adesão
UNILATERAIS OU BILATERAIS 
Todo contrato, como já visto antes, é fruto de uma manifestação bilateral ou plurilateral de vontades, gerando, em regra, obrigações recíprocas.
Quando falamos na classificação dos contratos como unilaterais ou bilaterais, não nos referimos à bilateralidade de partes ou de manifestações de vontade. Aqui se faz a classificação quanto à carga contratual atribuída aos contratantes, quais sejam iguais direitos e deveres, prestação e contraprestação. 
Sempre, no contrato, têm-se, no mínimo, dois polos, já que não existe contrato com unilateralidade de partes. Contudo, aqui não se fala em quantidade de contratantes, e sim carga contratual. Se essa for atribuída para ambas partes, é bilateral. Se distribuída de forma que a carga recaia sobre apenas um contratante, como na doação, na qual só há prestação, é unilateral.
Deixo aqui meus comentários pessoais por entender que mesmo em contratos que parte da doutrina considera como unilaterais (ex: doação), ainda assim há o encargo do recebimento como condição de concretização do negócio jurídico. Ou seja, mesmo quando parece haver uma carga contratual unilateral, é possível verificar a existência, ainda que mínima de carga bilateral.
GRATUITOS OU ONEROSOS
São intimamente ligados à carga contratual, como os unilaterais ou bilaterais. Logo, pode-se traçar um paralelo entre gratuitos e unilaterais, já que a carga recai somente a uma parte, restando à outra somente o desfrute dos benefícios. E outro paralelo entre bilaterais e onerosos, já que há a prestação de um e a contraprestação de outro, com direitos e deveres repartidos.
Contratos onerosos são aqueles em que existem vantagens e ônus para ambas as partes. Contratos gratuitos são aqueles em que existem vantagens apenas para uma das partes e ônus para outra. Exemplo: doação, mútuo.
Pela mesma razão anterior, guardo minhas críticas em relação à essa classificação.
CONSENSUAL E REAL 
Todo o contrato é consensual, respeitado o princípio da autonomia da vontade, pois parte de um acordo inter partes. O consenso é uma das primeiras etapas da formulação de contrato. Contudo, nesta classificação, bastaria o consenso para dar validade e eficácia plena para o acordo. É o caso dos contratos que envolvem bens de menor importância econômica, como a venda de uma caneta.
Já os contratos reais são ligados aos modos de aquisição de propriedade, res, coisa. Exige-se para o seu nascimento a “traditio”, que é a entrega efetiva da coisa. A entrega não é execução do contrato, mas sim requisito de sua constituição. Nestes contratos, o consentimento apenas é insuficiente. (ex.: mútuo, comodato, depósito). Em verdade, tal classificação caminha aos poucos para o desuso já que se tende a considerar a “traditio” como execução da avença e não como requisito de sua existência.
Contratos consensuais são aqueles que se formam com um simples acordo de vontades. Exemplo: compra e venda, doação, locação. Contratos reais são aqueles que além do acordo exigem a entrega de uma coisa. 
COMUTATIVOS OU ALEATÓRIOS
Como parte dos contratos onerosos, os comutativos dão pleno conhecimento, inicialmente, às partes de suas prestações. Já os aleatórios não dão esta certeza desde a sua formação, se fundando na álea, como nos contratos de seguro.
Tem-se então o seguinte cenário: os comutativos são aqueles em que cada uma das partes conhece, no momento da celebração, a extensão de suas vantagens e desvantagens, enquanto os contratos aleatórios são aqueles em que, na celebração, uma das partes não sabe a extensão de suas obrigações.
Nos contratos aleatórios a prestação de uma das partes não é conhecida e estipulada com precisão antecipada. Depende, em verdade, de um acontecimento incerto. Um dos contratantes arca com o risco do negócio aleatório. O risco existe em qualquer contrato, mas no contrato aleatório o risco integra a sua essência (loteria, seguro, etc.).
Álea pode dar-se:
· com relação a existência da coisa (art. 1.118 CC/ 458 CC).
· sobre a quantidade da coisa (art. 1.119 CC / 459, caput CC): não se paga se nada for produzido, já que fixada a álea em razão da quantidade.
EXECUÇÃO IMEDIATA, DIFERIDA E SUCESSIVA
Em relação ao momento da execução, os contratos podem ser classificados como sendo os de execução imediata, diferida ou sucessiva, também chamados de “trato sucessivo” ou “trato continuado”. 
Nos contratos de execução imediata, a solução do contrato se efetiva em uma só prestação, que extingue a obrigação. (compra e venda à vista)
Sílvio Venosa com muita pertinência, realça a existência de contratos instantâneos com execução diferida, quando as partes adiam o cumprimento de suas obrigações para um momento posterior ao contrato. Tal ocorre na compra e venda, quando o pagamento ou a entrega da coisa é fixado para outra data, que não a da realização da avença.
Já o contrato de execução sucessiva ou continuada ou de duração é aquele em que as prestações não são cumpridas em um único momento. Nesses contratos, as prestações se protraem no tempo. Ex: compra e venda em prestações, locações, etc. O contrato sobrevive no tempo, muito embora periodicamente haja a solução de uma obrigação, e permanece até determinado termo, condição ou até o decurso de um prazo. Diz-se que embora haja pagamento, a obrigação “renasce”. Em caso de nulidade de tais contratos, respeitam-se os efeitos já produzidos. A prescrição corre em separado para cada uma das prestações. (ex.: locação)
TÍPICO OU ATÍPICO
Quanto à designação, podem ser Nominados ou Típicos, e Inominados ou Atípicos.
Contratos nominados ou típicos são os disciplinados na lei com designação própria. O Código Civil prevê 23 contratos: compra e venda, troca, contrato estimatório, doação, locação de coisas, empréstimo, prestação de serviço, empreitada, depósito, mandato, comissão, agência, distribuição, corretagem, transporte, constituição de renda, seguro, jogo, aposta, fiança, sociedade, transação e compromisso. Há ainda, outros contratos nominados, previstos na legislação extravagante. Com efeito a Lei º 9.610/98 prevê o contrato de edição, representação e execução; e a Lei nº 4.504/64 (Estatuto da Terra) que prevê o contrato de parceria rural.
Os contratos inominados ou atípicos, por sua vez, são os criados pelas partes com base no princípio da autonomia da vontade. Sobre o assunto, dispõe o art. 425 do CC:“é lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código”. Conclui-se, portanto, que o rol dos contratos é numerus apertus, isto é, meramente exemplificativo. Como exemplos desses contratos, podemos citar: o contrato de cessão de clientela, o contrato sobre exploração de lavoura de café, permuta de coisa com obrigação de fazer, a hospedagem, etc.
SOLENES E NÃO SOLENES
Em relação à formalidade que os contratos precisam cumprir, eles podem ser classificados como solenes e não solenes, lembrando que em regra a forma é livre para os contratos, salvo quando a lei exigir.
Por contratos solenes deve se entender aqueles em que a lei exige como requisito de validade uma forma especial. Por isso são também chamados de contratos formais. Exemplos: compra e venda, doação, permuta de bem imóvel, pois dependem de escritura pública. Outros exemplos: penhor, seguro, fiança exigem a forma escrita, portanto, também são contratos solenes. Em todos os casos, a violação da forma gera nulidade do contrato.
Já por contratos não solenes, deve se entender aqueles que se formam pelo simples acordo de vontades, independentemente de forma especial. Por isso são chamados de contratos informais ou não formais. Exemplos: locação, comodato, parceria, etc. Nesses casos, qualquer forma é válida, inclusive a verbal e a tácita. Nada obsta, porém, que as partes promovam estes contratos estipulando que os mesmos não valerão sem instrumento público, conforme preceitua o art. 109, CC. Em tal situação, o instrumento público passa a ser da substância do negócio jurídico, figurando, portanto, como requisito de validade do ato.
PRINCIPAL OU ACESSÓRIO
Quanto ao exame de uns em relação aos outros, pode ser Principais e Acessórios.
Os contratos principais e acessórios são denominados e reciprocamente considerados, porquanto examinados uns em relação aos outros.
Contrato principal é o que tem existência autônoma, isto é, independentemente de outro contrato. Exemplo: compra e venda, doação, permuta, etc. é dotado de autonomia, ou seja, não necessita de outro para sua aplicação. 
Já os acessórios são dependentes do principal, é o caso do contrato de fiança. Venosa salienta o fato de que, se é extinto o acessório, não influi na existência do principal. Contudo, se resolve o principal, o acessório nem sempre é extinto, pois "o acessório pode servir de preparação de outro contrato, como o mandato". Diz-se que o contrato acessório ou dependente ou pacta adjecta é o que visa assegurar a execução de outro contrato, à exemplo da fiança, etc. Assim, o contrato acessório tem por pressuposto outro contrato. Como decorrência máxima: “o acessório segue o principal”, convém destacar duas regras fundamentais:
· A invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal (art. 184, segunda parte, CC).
· A prescrição da obrigação principal estende-se às acessórias, mas a destas não se comunica àquelas.
PRAZO DETERMINADO OU INDETERMINADO
Os contratos de prazo determinado, têm sua validade e eficácia garantidas pelo tempo que o contrato estabelecer, como no contrato de locação de seis meses. Se, por exemplo, termine o prazo de seis meses, e tacitamente ou expressamente o locador continua locando para o locatário sem determinar prazo, torna-se um contrato de prazo indeterminado.
PESSOAL OU IMPESSOAL
Quanto à importância da pessoa do contratante, os contratos podem ser Pessoais e Impessoais.
Os contratos pessoais ou intuitu personae são os que envolvem uma obrigação de fazer ou não fazer infungíveis. Nesses contratos, a prestação deve ser cumprida pessoalmente pelo devedor.
Os contratos impessoais são aqueles em que a prestação pode ser cumprida por qualquer pessoa. Tal ocorre com a obrigação de dar e as obrigações de fazer e não fazer fungíveis.
PRELIMINAR E DEFINITIVO
Quanto ao objeto, os contratos podem ser Preliminares e Definitivos.
O contrato definitivo é que é objeto do contrato preliminar. O contrato preliminar por sua vez, também chamado de pacto de contraendo é o que tem por objeto a realização de um contrato definitivo. Há ainda outras denominações, a saber: compromisso, pré-contrato, contrato preparatório, promessa de contrato etc.
Por meio do contrato preliminar, as partes se comprometem a celebrar, no futuro, um contrato definitivo. O contrato preliminar é um verdadeiro contrato, gerando, portanto, direitos e obrigações, não se confundindo com as negociações preliminares, pois estas últimas não geram direitos contratuais, tendo em vista a inexistência do contrato. Acrescente-se ainda que o descumprimento do contrato preliminar autoriza a outra parte a mover ação judicial de emissão de declaração de vontade, obtendo-se uma sentença que produza o mesmo efeito que o contrato definitivo. No compromisso de compra e venda, essa ação denomina-se Adjudicação compulsória. Em contrapartida, a desistência das negociações preliminares, em hipótese alguma, autoriza a ação de emissão de declaração de vontade, podendo, em certos casos, como já foi dito, ensejar uma ação de perdas e danos com base na responsabilidade extracontratual. O contrato preliminar encontra-se disciplinado nos arts. 462 a 466 do CC.
PARITÁRIO OU DE ADESÃO
Quanto ao modo de elaboração, os contratos podem ser Paritários e De adesão.
Os contratos paritários são aqueles em que as cláusulas são fixadas pelas partes, após o livre debate na fase das negociações preliminares. Há uma paridade entre as partes (são isonômicos em relação à manifestação de vontades e formulação das cláusulas).
Em contrapartida, os contratos de adesão são aqueles elaborados exclusivamente por uma das partes, que detém o monopólio de fato ou de direito do objeto do negócio. Ex: fornecimento de gás, eletricidade, água, etc. Nesses casos, não existe paridade entre os contraentes em relação à formulação das cláusulas e em relação à manifestação de vontades. Diz-se que a manifestação de vontades de uma das partes é limitada apenas à aceitação ou não do negócio jurídico.

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