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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7
Cadernos PDE
II
1 
 
1. Identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014 
 
Título: Mário de Andrade: uma proposta de leitura literária para os contos “O 
peru de Natal” e “Primeiro de maio” 
Autor: IVANI FANTUCCI VIEIRA 
Disciplina/Área: 
 
PORTUGUÊS - LÍNGUA PORTUGUESA 
Escola de Implementação do 
Projeto e sua localização: 
DR. GASTÃO VIDIGAL-MARINGÁ-PR 
Município da escola: MARINGÁ 
Núcleo Regional de Educação: MARINGÁ 
Professor Orientador: Prof. Drª CARMEN RODRIGUES DE LIMA 
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Maringá- UEM 
Relação Interdisciplinar: Português-Artes-História 
Resumo: 
 
Esta produção didático-pedagógica foi 
pensada a partir das dificuldades 
encontradas pelos professores em relação à 
falta de interesse dos alunos pela 
leitura. Assim, a intenção deste 
trabalho é propiciar tanto aos professores 
quanto aos alunos um conjunto de atividades, 
cuja abordagem 
metodológica busca contribuir de forma 
a minimizar a problemática que envolve a 
construção do sentido do texto, motivando os 
sujeitos envolvidos no contexto escolar a 
utilizar estratégias de leitura a fim de tornar o 
leitor autônomo, capaz de interpretar e 
compreender um texto, especialmente o 
literário. Desta forma, baseados nas 
pesquisas de Solé (1998), Menagassi (2010), 
Massaud Moisés (1978), entre outros autores, 
apresentaremos nossa proposta de leitura 
literária que será abordada em 9 encontros 
com 9 unidades a serem trabalhadas em 32 
horas/aulas. Neste sentido, procuramos 
apontar soluções que possam auxiliar 
estudantes e professores em suas práticas 
2 
 
diárias de trabalho com o texto literário. 
Esperamos que essa proposta de trabalho 
possa estar ampliando os conhecimentos dos 
alunos para que eles possam interagir em seu 
meio social, familiar, pessoal, exercendo o 
seu papel como cidadão. 
Palavras-chave: 
 
Educação, Língua Portuguesa, Estratégias de 
Leitura, Conto, Mário de Andrade 
Formato do Material Didático: Sequência didática 
Público: Alunos do 3º ano do ensino médio 
 
2. APRESENTAÇÃO 
 
 O presente trabalho se trata de uma produção didático-
pedagógica que contempla uma das fases do Projeto de Desenvolvimento 
Educacional (PDE) do qual participamos. Esse projeto é proporcionado pelo 
Governo do Estado do Paraná aos professores da rede pública estadual e tem 
como linha de pesquisa o ensino e aprendizagem de leitura. É importante 
destacar que ele será implementado, no Colégio Estadual Dr. Gastão Vidigal- 
EFM na cidade de Maringá-Pr, com alunos do 3º ano do Ensino Médio. 
 Esta Produção Didático-pedagógica é uma proposta de 
abordagem metodológica que resultou da nossa pesquisa, inicialmente 
realizada por ocasião da apresentação do nosso Projeto de Intervenção 
Pedagógica na Escola. 
 A elaboração dessas atividades significa uma 
preparação minuciosa do material a ser utilizado, desde a seleção do corpus, a 
abordagem teórica a ser utilizada e as atividades propostas.Toda essa 
organização cuidadosa busca contribuir com o aprimoramento da prática 
pedagógica, mostrando alternativas de superação para os problemas 
percebidos por nós professores no dia a dia na escolano que concerne à 
leitura, sobretudo, do texto literário. Portanto, a busca por uma melhor 
qualidade na leitura dos alunos pode, a nosso ver, ser alcançada por meio de 
propostas ou estratégias a serem desenvolvidas em sala de aula. 
 Nesse material, pretendemos apresentar atividades que 
professores e alunos poderão utilizar com o intuito de desenvolver a habilidade 
de leitura e por consequência de escrita, baseados nas pesquisas de Solé 
3 
 
(1998), Menegassi (2010), Massaud Moisés (1978), nas DCEs e, ainda, com 
base nas concepções de leitura e ensino que norteiam os Parâmetros 
Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa. 
 Assim, acreditamos que através da leitura literária em 
especial do conto, resgatando um grande autor que é Mário de Andrade, o 
aluno terá a oportunidade de desenvolver tais habilidades, pois se trata de um 
gênero de boa aceitação entre os discentes, sem contar que será abordada 
também uma nova conceituação desse gênero clássico, hoje em dia, 
apresentado em forma de minicontos entre outras denominações. 
 Portanto, o trabalho a ser desenvolvido vai ao encontro da 
proposta das DCEs: “é tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem 
de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com 
a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação” (PARANÁ, 2008, p. 
4). 
 Nas unidades que apresentaremos serão abordados 
encaminhamentos metodológicos que auxiliarão os professores no 
trabalho com seus alunos, baseados em estratégias, que visam um trabalho 
bastante meticuloso que ocorrerá antes, durante e depois da leitura, bem como 
atividades que incluam a avaliação de leitura e a escrita. 
 
3. Material Didático 
 
Queridos alunos, 
 
 Ziraldo, escritor brasileiro de grande 
sucesso, possui uma frase que diz o seguinte: “Ler é mais 
importante do que estudar”. Certamente quando ele diz isso 
há que se pensar na importância da leitura em nossas vidas! 
Não podemos negar e quem já percebeu isso, sabe do que ele 
está falando. 
 A leitura em nossa vida é tão importante que 
o mesmo autor sentencia dizendo que “o livro é o alimento 
da alma”. Ora, se há tempos se afirma isso por renomados 
autores, escritores, filósofos, estudiosos, cientistas, 
http://kdfrases.com/frase/136844
http://kdfrases.com/frase/136844
4 
 
professores, pode-se dizer que há um consenso a respeito da 
importância da leitura e não podemos ignorar tal 
pensamento. 
 Desta forma, esse projeto, tem a intenção de 
ajudar você aluno a descobrir possíveis estratégias de 
leitura de um texto, no nosso caso, do texto literário 
(conto) e a partir destas estratégias, ampliar seus 
conhecimentos e utilizá-las não só neste momento, mas em 
qualquer fase da sua vida e diante de qualquer gênero 
textual. Neste material, você será então levado a conhecer 
e aplicar as estratégias de leitura, conhecendo para tanto 
de início o modernismo no Brasil, o autor Mário de Andrade 
e para a aplicação prática serão utilizados dois contos de 
Mário de Andrade, seguidos de atividades para a ampliação e 
contextualização dos conhecimentos. 
 Com isso, pretendemos auxiliá-lo nessa 
caminhada de descobrimento da leitura e ainda poder 
contribuir para seu aperfeiçoamento como leitor e 
consequentemente como cidadão. 
 
 
1º Encontro 
 
Tema: Ler é importante? 
Objetivo: Demonstrar a importância da leitura 
Duração: 4 aulas 
Recursos utilizados: Imagem; vídeo; texto; música 
Metodologia: Apresentar, inicialmente, aos alunos as imagens com o objetivo 
de fazê-los refletir sobre a importância da leitura. Na sequência, exibir o vídeo 
para conscientizá-los e motivá-los para o trabalho com o tema proposto acerca 
da importância da leitura. 
 
 
 
 
5 
 
Unidade 1 – Ler é importante? 
 
“ Ler é sonhar pela mão de outrem” – Fernando Pessoa 
 
1) Analisando a imagem a seguir e a frase do escritor Ziraldo, responda: 
 
a) O que você entende pela figura do lado esquerdo? 
 
b) O que pode representar a figura cujo título é “crianças” e a “crianças com 
livros”? 
 
c) Você concorda com a frase do escritor? Justifique. 
 
 
 
Ziraldo
 
 
 
 Sabemos que a leitura é fundamental para o 
desenvolvimento pessoal e intelectual de qualquer indivíduo. Isabel Solé, diz 
que a “leitura não é só um meio de adquirir informação: ela também nos torna 
mais críticos e capazes de considerar diferentes perspectivas.” A seguir vamos 
pensar mais a respeito deste tema conhecendo o vídeo e a indicação do livro"The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore" ou em português "Os 
Fantásticos Livros Voadores de Modesto Máximo". 
 
 
 
 
6 
 
Saiba um pouco mais: 
Vencedor do Oscar 2012 de melhor curta animado, "The Fantastic Flying Books 
of Mr. Morris Lessmore" ou em português "Os Fantásticos Livros Voadores de 
Modesto Máximo" traz reflexões interessantes sobre o que e o porquê a leitura 
é importante. Esse vídeo além de ser premiado também inspirou a criação de 
um livro, que apesar de ser indicado para crianças não deixa de ser 
maravilhoso e encantador para as pessoas de qualquer idade. 
 
Vejamos a capa do livro e suas especificações: 
"Os Fantásticos Livros Voadores de 
Modesto Máximo" 
 Editora: Rocco Pequenos Leitores 
 
 Autor: William Joyce 
 Ilustrador: William Joyce e Joe Bluhm 
 Tradução: Elvira Vigna 
 Páginas: 56 
 Ano da edição: 2012 
 
 
 Para motivar os alunos em relação ao tema leitura, 
iniciaremos com a exibição do vídeo a seguir, muito bem feito, que 
aparentemente parece ser simples, mas de uma riqueza imensa, pois 
demonstra a paixão pelos livros através do personagem Modesto Máximo, 
numa combinação do texto, em frases curtas e diretas, com imagens 
belíssimas e um cenário cheios de detalhes. 
 
 Percebe-se também referências a clássicos que norteiam o 
ambiente infantil como, por exemplo, a cara de Buster Keaton, o personagem 
Modesto Máximo, as referências ao Mágico de Oz, ao Júlio Verne ou ao 
boneco Humpty Dumpty. 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
Buster Keaton 
Figura 1: http://n.i.uol.com.br/licaodecasa/biografias/keaton.jpg 
Disponível em: http://educacao.uol.com.br/biografias/buster-keaton.jhtm 
Acesso em 17/12/2014 
 
“Diz a tradição que famoso mágico Harry Houdini, vendo o bebê de seis meses 
de seu parceiro Joseph Keaton cair da escada sem um arranhão, batizou-o de 
"Buster" (o destruidor). Keaton e Houdini eram donos de um teatro de 
"vaudeville" que se apresentava de cidade em cidade. Buster Keaton cresceu 
fazendo números cômicos com seus pais. Tornou-se um ator de muitos 
recursos e de impressionante presença cênica. Aos 21 anos de idade, com o 
encerramento da carreira de seu pai, que se tornara alcoólatra, Buster Keaton 
rendeu-se à atração que tinha pelo cinema e mudou-se para Nova York. Lá, 
encontrou um antigo companheiro, o ator Roscoe "Fatty" Arbuckle, que o 
convidou para trabalhar com ele no filme "The Butcher Boy" (o Menino 
Açougueiro). A dupla cômica fez um sucesso tão grande que logo foi convidada 
para estrelar uma sucessão de onze comédias. Keaton passou a escrever seus 
próprios esquetes e trabalhar como assistente de direção nos filmes de que 
participava. Logo passou a escrever seus próprios filmes.” 
Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/buster-keaton.jhtm 
 
Vamos conhecer alguns vídeos deste artista: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=JzZYZj0i3Og 
https://www.youtube.com/watch?v=9qzradFgPxU 
http://n.i.uol.com.br/licaodecasa/biografias/keaton.jpg
http://educacao.uol.com.br/biografias/buster-keaton.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/buster-keaton.jhtm
https://www.youtube.com/watch?v=JzZYZj0i3Og
https://www.youtube.com/watch?v=9qzradFgPxU
8 
 
 Após assistirem aos vídeos, que tem curta duração 
responda: 
a) A qual figura podemos comparar o personagem principal, tendo em vista o 
tipo de imagem transmitida? 
 
b) Buster Keaton era conhecido pela crítica como o palhaço que nunca ri. Qual 
poderia ser sua intenção uma vez que parece contraditório fazer humor sem o 
riso? 
 
c) Pelos recursos tecnológicos da época, qual sua opinião sobre o trabalho 
realizado por Keaton? 
 
d) Se pensarmos nos programas de humor atual, há algum semelhante ao 
apresentado por Buster Keaton? 
 
e) Você considera que realmente há humor conforme exibição dos vídeos? 
Quais os pontos positivos e negativos se considerarmos o humor apresentado 
por Buster Keaton e os de hoje em dia? 
 
 Além da personagem apresentada, temos também outra 
personagem que aparece no vídeo, podendo fazer uma alusão a Humpty 
Dumpty, vamos saber quem era essa: 
 
Figura 2 : http://media-cache-
ec0.pinimg.com/736x/4a/60/6f/4a606f4cefdd8826585fca8be5912fa8.jpg 
http://media-cache-ec0.pinimg.com/736x/4a/60/6f/4a606f4cefdd8826585fca8be5912fa8.jpg
http://media-cache-ec0.pinimg.com/736x/4a/60/6f/4a606f4cefdd8826585fca8be5912fa8.jpg
9 
 
Disponível em : http://www.pinterest.com/pin/66568900716921225/ 
Acesso em 17/12/2014 
 
 Humpty Dumpty é uma personagem de uma rima enigmática 
infantil, melhor conhecida no mundo anglófono pela versão de Mamãe 
Gansa na Inglaterra. Ela é retratada como um ovo antropomórfico, com rosto, 
braços e pernas. Esta personagem aparece em muitas obras literárias, 
como Alice Através do Espelho de Lewis Carroll, e também nas histórias em 
quadrinhos como na revista Fábulas da Vertigo/DC Comics. 
 Também se diz que é um homem-ovo que fica em cima de 
um muro e lá em cima observa as diferentes espécies de seres vivos, a 
personagem foi utilizada por Lewis Carroll para representar a consciência do 
mundo e, devido a sua forma de ovo, ela tenta manter o equilíbrio. O seu 
formato oval acaba por se constituir como símbolo da instabilidade e da 
vertigem. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Humpty_Dumpty 
 
Vamos conhecer a música: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=h1fiPIhGXYA 
 
Humpty Dumpty sat on a wall, 
Humpty Dumpty had a great fall. 
All the king's horses and all the king's men 
Couldn't put Humpty together again 
Tradução 
Humpty Dumpty sentou-se em um muro, 
Humpty Dumpty caiu no chão duro. 
E todos os homens e cavalos do Rei 
Não conseguiram junta-lo outra vez. 
 
 Neste momento de introdução, seguindo também as 
estratégias de leitura de um texto, poderemos antecipá-las a partir do vídeo 
utilizado. Logo no início, pausar e levantar hipóteses, pedindo para que os 
alunos anotem em seus cadernos todas elas para tentarmos descobrir sobre 
http://www.pinterest.com/pin/66568900716921225/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mam%C3%A3e_Gansa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mam%C3%A3e_Gansa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Through_the_Looking-Glass
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lewis_Carroll
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_em_quadrinho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_em_quadrinho
http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1bulas_%28DC_Comics%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/Humpty_Dumpty
https://www.youtube.com/watch?v=h1fiPIhGXYA
10 
 
qual assunto o vídeo trata. A pausa, por exemplo, poderá ser feita no momento 
em que a personagem está sentada, rodeada de livros, no momento em que se 
inicia a ventania: 
 
a) O que vai acontecer? 
 
b) Por que os livros estão voando? 
 
c) O que vai acontecer com a personagem? 
 
d) Qual o lugar onde pode ter acontecido tal situação? 
 
e) Trata-se de algo real ou imaginário (ficção)? 
 
 
 Durante a exposição do vídeo, os alunos anotarão no 
caderno as respostas das seguintes questões: 
 
 
f) Além da personagem, o que restou ao seu redor? 
 
g) No meio da destruição o que chama mais a atenção? 
 
h) Quais elementos nos fazem perceber que apesar da destruição a esperança 
não acabou? 
 
i) O ambiente pelo qual o livro-pássaro leva a personagem indica o quê? 
 
j) Quem leva a personagem principal ao mundo da leitura? 
 
k) Diante da destruição o que a personagem faz com os livros? Onde ela vai 
parar? 
 
l) Pelo aspecto facial da personagem, como ela se sentia nessa “viagem”? 
 
m) Ela (a personagem) apenas lia? 
 
n) A personagem teve uma atitude egoísta diante da situação vivida? 
 
o) Ao final os seus “companheiros” se entristecem, pois imaginam que a 
personagem irá desistir porque já passou muito tempo e está velho. O que 
ocorre nestaparte? 
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p) A personagem assume o lugar da moça planando –que, no início da história, 
lhe deu um livro- o que isso nos revela? 
 
q) Em sua opinião, no final do vídeo, há um desfecho triste ou feliz? 
 
 
 Após as respostas, poderemos apresentar o/os texto/s que 
serão trabalhados na sequência, para que os alunos, neste momento, 
confirmem ou não suas hipóteses e ainda para que eles possam ampliar os 
conhecimentos a respeito do vídeo apresentado. 
 
http://revistadecinema.uol.com.br/index.php/2012/10/os-fantasticos-livros-
voadores-de-modesto-maximo/ 
 
http://criancas.uol.com.br/novidades/2013/05/29/livros-voadores-ganham-vida-
em-historia-que-ganhou-o-oscar.jhtm 
 
http://textosvoadoresuffs.blogspot.com.br/2013/07/o-poder-dos-livros-voadores-
do-sr.html 
 
 Após a confirmação ou não das hipóteses levantadas, 
sintetize em um pequeno texto com no máximo dez linhas, o enredo do vídeo. 
 
2º Encontro 
 
Tema: A semana de Arte Moderna 
Objetivo: Contextualizar o Modernismo no Brasil, bem como o autor Mário de 
Andrade 
Duração: 2 aulas 
Recursos utilizados: Vídeo e textos 
Metodologia: Apresentar o vídeo para e solicitar que os alunos 
façam anotações no caderno sobre as informações assimiladas. Após a 
realização desse trabalho, as informações serão compartilhadas com o 
restante da turma. 
http://revistadecinema.uol.com.br/index.php/2012/10/os-fantasticos-livros-voadores-de-modesto-maximo/
http://revistadecinema.uol.com.br/index.php/2012/10/os-fantasticos-livros-voadores-de-modesto-maximo/
http://criancas.uol.com.br/novidades/2013/05/29/livros-voadores-ganham-vida-em-historia-que-ganhou-o-oscar.jhtm
http://criancas.uol.com.br/novidades/2013/05/29/livros-voadores-ganham-vida-em-historia-que-ganhou-o-oscar.jhtm
http://textosvoadoresuffs.blogspot.com.br/2013/07/o-poder-dos-livros-voadores-do-sr.html
http://textosvoadoresuffs.blogspot.com.br/2013/07/o-poder-dos-livros-voadores-do-sr.html
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Unidade 2 – A semana de Arte Moderna 
 
 Falar do Modernismo no Brasil é retomar conceitos daquilo 
que foi o movimento artístico mais importante do nosso país, pois a partir dele 
que pudemos nos libertar da convenções e imposições advindas de ideais 
europeus, sendo que tais preceitos estava distante dos anseios de nossos 
escritores, nosso povo, nosso país. Vejamos a seguir um vídeo que traça um 
panorama a partir da Semana de Arte Moderna que ocorreu em 1922, dando-
nos um parâmetro a partir de várias opiniões de estudiosos, artistas e 
escritores a respeito desse momento ímpar da nossa arte, da nossa literatura. 
 Durante a exibição do vídeo, anote em seu caderno quais 
são as questões mais importantes demonstradas como o período, local, as 
principais características, os principais artistas e escritores, os desdobramentos 
deste acontecimento. 
 
http://www.youtube.com/watch?v=gqYWeD55ArM 
 
 Após a exibição do vídeo, compartilhe com seus colegas o 
que você anotou, acrescentando informações que não tenha se atentado. 
 
3º Encontro 
 
Tema: Conhecendo Mário de Andrade 
Objetivo: Apresentar o escritor Mário de Andrade, sua vida e obra 
Duração: 2 aulas 
Recursos utilizados: Vídeo e textos 
Metodologia: Inicialmente, faremos uma leitura silenciosa. O aluno, após essa 
leitura, deverá grifar, com lápis colorido, as informações principais a 
respeito do texto e responder as questões propostas em relação ao vídeo. 
 
 
 
 
http://www.youtube.com/watch?v=gqYWeD55ArM
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Unidade 3 – Conhecendo Mário de Andrade 
 
 
Figura 3: Imagem 11/70 Amaral, Tarsila do (1866-1973) Mário de Andrade, 
post, 1922, 0,54x0,45, Palácio dos Bandeirantes, São Paulo 
Fonte: http://outraspalavras.net/wp-content/uploads/2014/06/140613_Tarsila-
do-Amaral.jpg 
Disponível em: http://outraspalavras.net/posts/mario-de-andrade-revisita-
modernismo-2/ 
Acesso em: 17/12/2014 
 
 Para conhecer melhor a vida e a obra deste importante 
autor, você deverá realizar uma leitura silenciosa do texto a seguir e, durante a 
leitura, deverá grifar com um lápis colorido as informações principais. 
 Após a leitura silenciosa, a partir das anotações dos alunos, 
destacaremos as principais características e obras do autor. 
Biografia 
 Mário Raul de Moraes Andrade (São Paulo SP 1893 - idem 
1945). Poeta, cronista e romancista, crítico de literatura e de arte, musicólogo e 
pesquisador do folclore brasileiro, fotógrafo. Conclui o curso de piano pelo 
Conservatório Dramático e Musical de São Paulo em 1917. Nesse ano, sob o 
pseudônimo de Mário Sobral, publica seu primeiro livro de versos, Há Uma 
Gota de Sangue em Cada Poema. Conhece Oswald de Andrade (1890 - 1954) 
e assiste à exposição modernista da pintora Anita Malfatti (1889 - 1964). 
http://outraspalavras.net/wp-content/uploads/2014/06/140613_Tarsila-do-Amaral.jpg
http://outraspalavras.net/wp-content/uploads/2014/06/140613_Tarsila-do-Amaral.jpg
http://outraspalavras.net/posts/mario-de-andrade-revisita-modernismo-2/
http://outraspalavras.net/posts/mario-de-andrade-revisita-modernismo-2/
14 
 
 Em 1918, escreve em A Gazeta como crítico de música e, no 
ano seguinte, colabora em A Cigarra, O Echo e continua em A Gazeta. 
Trabalha assiduamente na revista paulista Papel e Tinta em 1920. Nessa 
época, frequenta o estúdio do escultor Victor Brecheret (1894 - 1955), de quem 
compra um exemplar do bronze Cabeça de Cristo. Em 1921, escreve para o 
Jornal do Comércio a série Mestres do Passado, contra o parnasianismo e 
colabora com a revista Klaxon, em 1922. Integra o Grupo dos Cinco com 
Tarsila do Amaral (1886 - 1973), Anita Malfatti, Oswald de Andrade (1890 - 
1954) e Menotti del Picchia (1892 - 1988). 
 Foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna, em 
fevereiro de 1922. Neste evento, leu seus poemas no palco do Teatro 
Municipal de São Paulo e foi vaiado. Ainda em 1922, lança seu segundo livro, 
Paulicéia Desvairada, um marco na literatura moderna brasileira. 
 Em 1925, lança o livro de ensaios A Escrava que Não É 
Isaura, onde discute algumas tendências da poesia modernista, sendo 
considerado como um dos principais teóricos do movimento modernista. Em 
1927, viaja pela região amazônica, e, no ano seguinte, pelo Nordeste brasileiro, 
registrando em fotos as paisagens, a arquitetura e a população dos locais 
visitados. Também fotografa paisagens de São Paulo, em especial da região 
central, e cenas, na fazenda de Oswald e Tarsila. 
 Lança o romance Amar, Verbo Intransitivo em 1927. Passa a 
escrever para o Diário Nacional, órgão do Partido Democrático - PD, ao qual se 
filia. Nesse jornal, publica a maior parte de sua produção, entre críticas, contos, 
crônicas e poemas, até 1932. Em 1928, lança Macunaíma, Herói sem Caráter e 
Ensaio Sobre Música Brasileira; em 1929, Compêndio da História da Música; 
em 1930, Modinhas Imperiais e, em 1933, Música, Doce Música. Sempre 
interessado pela música erudita e popular, busca promover pesquisas de 
nacionalização da música brasileira. 
 De 1933 a 1935, é crítico do Diário de São Paulo. Em 1935, 
funda, com Paulo Duarte, o Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, 
do qual se torna o primeiro diretor. Em 1937, convida o casal Lévi-Strauss para 
15 
 
ministrar um curso de etnografia. Cria, com Dina Lévi-Strauss, a Sociedade de 
Etnografia e Folclore, e se torna seu primeiro presidente. Organiza o 
Congresso de Língua Nacional Cantada. É eleito membro da Academia 
Paulista de Letras. 
 De fevereiro a julho de 1938, envia um grupo de 
pesquisadores ao Norte e ao Nordeste do Brasil. Batizada de Missão de 
Pesquisas Folclóricas, a expedição por ele idealizada grava, fotografa,filma e 
estuda uma grande diversidade de melodias cantadas no trabalho, em festas e 
rezas. Em 1938, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde dirige o Instituto de 
Artes da Universidade do Distrito Federal, além de ocupar a cátedra de história 
e filosofia da arte. Retorna a São Paulo em 1941. 
 Como técnico da seção paulista do Sphan, viaja por todo o 
Estado realizando pesquisas. Com outros intelectuais, contrários ao regime 
ditatorial do Estado Novo, funda em 1942 a Associação Brasileira de Escritores 
- ABRE, entidade que luta pela redemocratização do país. Colabora no Diário 
de S. Paulo e na Folha de S. Paulo. No salão de conferências da Biblioteca do 
Ministério das Relações Exteriores ministra a célebre conferência "O 
movimento modernista", incluída no livro Aspectos da Literatura Brasileira, de 
1943. 
 Publica O Baile das Quatro Artes, com comentários de 
crítica literária e artística, em 1943 e, no ano seguinte, escreve Lira paulistana, 
livro de poesias, publicado postumamente. 
 
 
Obras publicadas - primeiras edições 
Poesia 
Há uma Gota de Sangue em Cada Poema - 1917 
Paulicéia Desvairada - 1922 
Losango Cáqui ou Afetos Militares de Mistura com os Porquês de Eu Saber 
Alemão - 1926 
Clã do Jabuti - 1927 
Remate de Males - 1930 
Poesias - 1941 
Lira Paulistana - 1945 
O Carro da Miséria - 1946 
16 
 
Conto 
Primeiro Andar - 1926 
Belazarte - 1934 
Contos Novos* - 1947 
Romance 
Amar, Verbo Intransitivo - 1927 
Macunaíma, o Herói sem Nenhum Caráter - 1928 
Quatro Pessoas* - 1984 
Ensaio 
A Escrava que Não É Isaura - 1925 
Ensaio sobre a Música Brasileira - 1928 
Compêndio de História da Música - 1929 
Modinhas Imperiais - 1930 - seleção de quinze romanças brasileiras de salão, 
com prólogo e notas do autor 
Música, Doce Música - 1933 
O Aleijadinho de Álvares de Azevedo - 1935 
Namoros com a Medicina - 1939 
Música do Brasil - 1941 
O Movimento Modernista - 1942 - conferência 
Aspectos da Literatura Brasileira - 1943 
Os Filhos da Candinha - 1943 
O Baile das Quatro Artes - 1943 
O Empalhador de Passarinho - 1944 
Padre Jesuíno de Monte Carmello - 1945 
Danças Dramáticas do Brasil* - 1959 
Música de Feitiçaria no Brasil* - 1963 
Aspectos da Música Brasileira* - 1965 
Aspectos das Artes Plásticas no Brasil* - 1965 
O Banquete* - 1977 
Os Cocos* - 1984 
As Melodias do Boi e Outras Peças* - 1987 
Carta 
Cartas de Mário de Andrade a Manuel Bandeira* - 1958 
71 Cartas de Mário de Andrade* - 1965 
Cartas a Manuel Bandeira* - 1967 
Mário de Andrade Escreve Cartas a Alceu, Meyer e Outros* - 1968 
Mário de Andrade por Ele Mesmo (correspondência entre Paulo Duarte e Mário 
de Andrade e entre Sérgio Milliet e Mário de Andrade)* - 1971 
Itinerários (cartas a Alphonsus de Guimaraens Filho)* - 1974 
Cartas a um Jovem Escritor (correspondência de Mário de Andrade a Fernando 
Sabino)* - 1981 
Cartas a Murilo Miranda* - 1981 
Cartas de Trabalho - Correspondência com Rodrigo de Mello Franco: 
1936/1945* - 1981 
A Lição do Amigo: Cartas de Mário de Andrade a Carlos Drummond de 
Andrade, Anotadas pelo Destinatário* - 1982 
Correspondente Contumaz, Cartas a Pedro Nava: 1925/1944* - 1982 
Mário de Andrade - Oneyda Alvarenga: Cartas* - 1983 
Cartas a Prudente de Morais Neto* - 1985 
17 
 
Depoimentos 
Mário de Andrade* - 1966 - depoimentos 
Entrevistas e Depoimentos* - 1983 
Crônica 
Táxi e Crônicas no Diário Nacional* - 1976 
Narrativa de viagem 
O Turista Aprendiz* - 1976 
Infantil e juvenil 
Será o Benedito!* - 2008 
*Publicação póstuma 
 
A seguir imagens de Mário de Andrade: 
 
Figura 4– Mario de Andrade . Fonte: 
http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/9/marioandrade.j
pg 
Disponível em: 
http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=479&ev
ento=9 
Acesso em : 18/10/2014 
http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/9/marioandrade.jpg
http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/9/marioandrade.jpg
http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=479&evento=9
http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=479&evento=9
18 
 
 
Figura 5. Fonte 
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M
%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg?uselang=pt-
br#mediaviewer/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_A
ndrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg 
 
 A seguir assistiremos a um vídeo sobre Mário de Andrade. 
 
Identificações: 
Ficha Técnica 
Direção e roteiro: Hilton Lacerda 
Produção: Malu Viana Batista 
Realização: Pólo Imagem e TV PUC para a TV ESCOLA/MEC, 2001 
Duração: 31’06” 
 
http://midiaseducacao-videos.blogspot.com.br/2006/05/mario-de-andrade-
reiventando-o-brasil.html 
 
 Após a exibição do filme os alunos deverão responder as 
seguintes questões: 
 
a) Como se deu a formação pessoal e acadêmica de um dos mentores da 
Semana de Arte Moderna de 1922, Mário de Andrade? 
 
b)Qual a importância do movimento modernista brasileiro? 
 
c) O clássico Macunaíma, pode ser considerado um "espelho-crítica" da 
formação do homem brasileiro? Porquê? 
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg?uselang=pt-br#mediaviewer/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg?uselang=pt-br#mediaviewer/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg?uselang=pt-br#mediaviewer/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg?uselang=pt-br#mediaviewer/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg
http://midiaseducacao-videos.blogspot.com.br/2006/05/mario-de-andrade-reiventando-o-brasil.html
http://midiaseducacao-videos.blogspot.com.br/2006/05/mario-de-andrade-reiventando-o-brasil.html
19 
 
4º Encontro 
 
Tema: Teoria do conto 
Objetivo: Explicitar a base teórica sobre o conto, caracterizando-o como 
gênero. Apresentar novas conceituações sobre o gênero relacionado à 
literatura digital. 
Duração: 4 aulas 
Recursos utilizados: Acesso ao computador e textos 
Metodologia: Entregar para os alunos o texto com a teoria sobre o gênero 
conto, realizando a leitura compartilhada e sintetizando as principais 
características desse gênero. Em seguida, apresentar os novos conceitos da 
literatura digital em relação aos contos, fazendo com que os alunos tenham 
contato com tais textos no laboratório de informática. 
 
Unidade 4 – Teoria do conto 
 
 Massaud Moisés (1978), explicitando as características do 
conto, diz que esse gênero, em sua essência, é a matriz da novela e do 
romance. No entanto, não devendo transformar-se neles. O autor ainda o 
caracteriza como sendo unívoco e univalente. Ele se constitui como unidade 
dramática, cujas características apresentam: uma célula dramática, girando em 
torno de um só conflito, um só drama e uma só ação. Dessa forma, o conto, 
segundo o autor, apresenta características que se extraem dessa unidade de 
ação que resultam em uma estruturação harmoniosa que podemos conferir por 
meio do esquema: 
 
- unidade dramática 
- unidade de espaço 
- unidade de tempo 
- número reduzido de personagens 
- diálogo (dominante) 
- descrição (tende a anular-se) 
- narração(tende a anular-se) 
- dissertação (praticamente ausente). (MOISÉS, 
1978, p. 54) 
 
20 
 
 Ainda para o autor, o conto, diferentemente do romance e da 
novela, é carregado de uma tensão poética que desencadeia no leitor 
sentimentos que podem levar à comoção ou causar perplexidade acerca da 
vida. Na verdade, existe uma proximidade muito grande entre as experiências 
vivenciadas pelo leitor e aquelas vivenciadas pelas personagens que 
configuram o conto, tornando-os, desse modo, praticamente um o reflexo do 
outro. 
 Assim, é possível verificar que o conto em si possui uma 
estrutura que permite que o leitor evidencie em sua vida algo descrito 
ficcionalmente no enredo, o que lhe permite, a partir da leitura realizada, 
ampliar seu horizonte de conhecimentos. 
 Para Gotlib (1985), o conto sofreu, com o passar dos tempos 
e devido à efusão da modernidade, algumas mudanças quanto a sua técnica, 
ou seja, a maneira como ele é narrado. Desta maneira, sua forma de 
estruturação permanece a mesma. Alguns teóricos não partilham da mesma 
opinião, ao contrário, eles afirmam que, na verdade, houve sim, juntamente 
com o advento da modernidade, uma nova forma de exposição desse gênero 
literário. 
 
Com a complexidade dos novos tempos, e devido 
em grande parte À Revolução Industrial que vai 
progressivamente se firmando desde o século XVIII, 
o caráter de unidade da vida e, consequentemente, 
da obra, vai se perdendo. Acentua-se o caráter da 
fragmentação dos valores, das pessoas, das obras. 
E nas obras literárias, das palavras, que se 
apresentam sem conexão lógica, soltas, como 
átomos (segundo as propostas do Futurismo, a 
partir, sobretudo, de 1909). Esta realidade, 
desvinculada de um antes e um depois (início e fim), 
solta neste espaço, desdobra-se em tantas 
configurações quantas são as experiências de cada 
um, em cada momento destes (GOTLIB, 1985, p. 
30). 
 
 A justificativa apresentada pela pesquisadora para que tais 
mudanças ocorressem está alicerçada nas mudanças significativas pelas quais 
o contexto histórico e social da humanidade passou. Antes das mudanças a 
21 
 
forma de narrar tinha como parâmetro o mundo como um todo. A narrativa 
conseguia, sem maiores problemas, representar esse todo. 
 Entretanto, devido às mudanças ocorridas, o todo se 
fragmenta, o que dificulta estabelecer um ponto fixo. Nesse sentido, temos 
cada um representa de forma subjetiva uma parte desse todo. 
 Na exposição sobre a estrutura do conto apresentada por 
Gotlib (1985), ela faz referência aos conceitos da teoria literária. Para ela, 
podem participar do conto: o narrador e as personagens. O gênero conto ainda 
apresenta um ponto de vista e o enredo. Esse último se caracteriza 
principalmente por sua pequena extensão e concisão. Gotlib justifica que a 
extensão do conto está atrelada ao fato de ele desenvolver apenas uma 
história e apresentar um único clímax. Em relação ao romance, a diferença 
está no fato de a trama deste desdobrar-se em conflitos secundários. 
 O conto depende de um efeito único ou impressão total que 
causa no leitor. Para outros, é o próprio conto que representa um momento 
especial em que algo acontece. Nesse sentido, Norman Friedman (p. 134, 
apud GOTLIB, 1985, p. 64) pontua que: 
 
Um conto é curto porque, mesmo tendo uma ação 
longa a amostrar, sua ação é melhor mostrada numa 
forma contraída ou numa escala de proporção 
contraída. 
 
 Por outro lado, o conto é um gênero literário que apresenta 
uma grande flexibilidade, podendo se aproximar da poesia e da crônica. Os 
historiadores afirmam que os ancestrais do conto são o mito, a lenda, a 
parábola, o conto de fadas e mesmo a anedota. 
 Na obra “Contos novos”, podemos também identificar essas 
características, esclarecendo ainda que: 
 
a) a existência dum único conflito, duma única “história”, está intimamente 
relacionada com essa concentração de efeitos e de pormenores: o conto 
aborrece as digressões, as divagações, os excessos. Ao contrário, exige que 
todos os seus componentes estejam galvanizados numa única direção e ao 
redor dum só drama. [...] a soma dos objetivos, parciais e absolutos, que 
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/poesia-versos-estrofes-metrica.htm
http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/cronica-genero-entre-jornalismo-e-literatura.htm
22 
 
vamos tendo pela vida fora, poderia dar uma série de pequenos dramas. 
(MOISÉS, 1985, p.21). 
b) O lugar físico em que a ação decorre geralmente é um só, em relação ao 
tempo a narrativa é cronológica e curta, não passa de dias, de horas ou de 
minutos, conservando a unidade do conto. 
c) O conto é objetivo, vai direto ao ponto, ressaltado pela unidade de ação, 
lugar e tempo. Entende-se por isso que todas as partes da narrativa devem 
obedecer a uma estruturação harmoniosa, com o mesmo e único objetivo. 
Este, por sua vez, corresponde à preocupação de todo contista no sentido de 
provocar no espírito do leitor numa só impressão, seja de pavor, piedade, ódio, 
simpatia, acordo, ternura, indiferença, etc. (MOISÉS, 1985, p23). 
d) A linguagem do conto também deve ser objetiva, tendo como importância o 
diálogo. Massaud Moises (1985, p.28) salienta que por seu estofo 
eminentemente dramático, deve ser, tanto quanto possível, dialogado. Sem 
diálogo não há discórdia, desavença ou mal-entendido; sem isso não há 
conflito, nem ação. As palavras como signos de sentimentos, ideias, 
pensamentos, emoções, podem construir ou destruir. Sem diálogo torna-se 
impossível qualquer forma completa de comunicação. 
e) Em relação às personagens são poucas, se igualando as outras 
características especificas do conto. As personagens do conto geralmente são 
planas, não crescem durante a trama, mostram apenas um recorte de sua 
personalidade. Desse modo, as personagens tendem a serem estáticas 
imóveis no tempo, no espaço e na personalidade. 
f) De acordo com Massaud Moisés (1985 p.32), a narração e descrição são 
pouco utilizadas, mas a descrição pode ter mais importância, dependendo do 
tipo de história. As personagens dos contos são diferenciadas pelo contorno 
dramático ou psicológico e não pela fisionomia ou vestimenta. Não há interesse 
em oferecer desenho acabado das figuras. O drama mora nas pessoas, não 
nas coisas ou roupagens; estas, quando muito, refletem-no. 
e) O uso da dissertação é raro ainda. Por tudo isso se compreende que a 
posição do leitor diante do conto é de quem deseja, à pressa, desentediar-se e, 
mesmo, enriquecer-se mentalmente. Como fiapos de arte e de vida, a imagem 
da existência fornecida pelo conto é fragmentária e por vezes excessivamente 
densa: ao leitor fica vedada. (MOISÉS, 1985, p.44). 
 
 
 
23 
 
PARA ALÉM DO TRADICIONAL - CONHECENDO OS NOVOS CONCEITOS 
SOBRE O CONTO: MINICONTO-HIPERCONTO-MICROCONTO-
NANOCONTO-MINICONTOS DE OUVIR 
 
 Durante o desenvolvimento dessa produção didática, 
novidades surgiram em termos de definição de contos e de modernidade, visto 
que hoje podemos dizer que além do conto tradicional, temos ainda o que 
aparece na era digital chamado de literatura eletrônica, que seria o 
miniconto ou hiperconto e microconto. 
 Pensamos então em apresentar aos alunos essa novidade, 
pois se eles já estão no último ano do ensino médio, pode ser uma forma de 
estimular a continuação de possíveis leituras, escritas, interação, sendo nosso 
maior intuito que mesmo que eles saiam da escola haja uma possibilidade de 
tornarem-se leitores independentes e capazes. 
 Como se trata de atividade que depende da questão 
tecnológica, o professor deverána semana anterior reservar o laboratório de 
informática, verificar se as caixas de som funcionam normalmente e pedir para 
que os alunos tragam os seus fones de ouvido para a escola a fim de poderem 
conhecer tais recursos. Em seguida o professor apresenta as definições: 
Vamos conhecer melhor esses conceitos? 
A) LITERATURA DIGITAL 
Literatura digital é aquela nascida no meio digital, um objeto digital de primeira 
geração criado pelo uso de um computador e (geralmente) lido em uma tela de 
computador. 
B) MINICONTO OU HIPERCONTO 
Miniconto, é uma espécie de conto muito pequeno, podendo ter até uma 
página. Embora a teoria literária ainda não reconheça o miniconto como 
um gênero literário à parte, fica evidente que as características do que 
chamamos de miniconto são diferentes das de um "conto pequeno". No 
miniconto muito mais importante que mostrar é sugerir, deixando ao leitor a 
tarefa de "preencher" as elipses narrativas e entender a história por trás da 
história escrita. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Conto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_Literatura
http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero_liter%C3%A1rio
24 
 
O guatemalteco Augusto Monterroso é apontado como autor do mais 
famoso miniconto, escrito com apenas trinta e sete letras: 
Quando acordou o dinossauro ainda estava lá. 
Assim como o estadunidense Ernest Hemingway é autor de outro famoso 
miniconto. Com apenas vinte e seis letras, mas por trás das quais há toda uma 
história de tragédia familiar: 
 
Vende-se: sapatos de bebê, sem uso. 
 
Características do miniconto 
Concisão 
Narratividade (muitos dos ditos minicontos são, na verdade, tiradas líricas) 
Totalidade (um miniconto não é uma story line) 
Subtexto 
Ausência de descrição 
Retrato de "pedaços da vida" 
 
 Outra possibilidade do conto nas novas tecnologias é o conto 
em que o leitor participa de sua evolução através de hiperlink, gênero que se 
define como hiperconto. 
 Depois de apresentado as conceituações acima, o 
professor deverá escrever os links abaixo, no quadro existente na sala de 
informática ou em papel kraft. Ele poderá também digitá-los em papel sulfite e 
entregá-los para cada aluno para que seja feito o acesso. 
http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=3034&titulo=O_
hiperconto_e_a_literatura_digital 
http://www.literaturadigital.com.br/ 
 
http://www.literaturadigital.com.br/estudoemvermelho/ 
 
http://www.artistasgauchos.com.br/veredas/paraoprofessor 
 
http://microcontos-cgv.blogspot.com.br/p/o-que-sao- microcontos-afinal.html 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guatemala
http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Monterroso
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dinossauro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am%C3%A9rica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernest_Hemingway
http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=3034&titulo=O_hiperconto_e_a_literatura_digital
http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=3034&titulo=O_hiperconto_e_a_literatura_digital
http://www.literaturadigital.com.br/
http://www.literaturadigital.com.br/estudoemvermelho/
http://www.artistasgauchos.com.br/veredas/paraoprofessor
http://microcontos-cgv.blogspot.com.br/p/o-que-sao-%20%20%20microcontos-afinal.html
25 
 
C) MINICONTOS DE OUVIR – como o próprio nome diz trata-se de textos que 
podem ser ouvidos por meios eletrônicos. Disponível em: 
http://www.literaturadigital.com.br/minicontosdeouvir/ 
http://www.literaturadigital.com.br/minicontosdeouvir/audios.html 
 
D) O QUE SÃO MICROCONTOS? 
São caracterizados como textos que possuem o limite de 150 caracteres 
(contando letras, espaços e pontuação) para permitir seu envio através de 
mensagens SMS (torpedos) pelo celular, evidenciando uma das características 
do microtexto, que é sua ligação com as novas tecnologias de informação e 
comunicação. 
No Brasil, o livro Ah,é? 1994, de Dalton Trevisan, é considerado o ponto de 
partida do miniconto no seu formato contemporâneo. Também se destaca João 
Gilberto Noll que apresenta obras voltadas para o tema. 
 
E) O QUE SÃO NANOCONTOS? 
 São textos que teriam até 50 letras, sem contar espaços e 
pontuação. Ainda não há uma definição exata, tal como acontece com o conto. 
Este, talvez tenha sido melhor definido por Mario de Andrade: “Conto será 
sempre aquilo que seu autor batizou de conto”. 
 
F) SUGESTÃO DE MINICONTOS PARA TRABALHAR EM SALA DE AULA 
Segundo o autor do site, “pela temática, nem todos os minicontos são 
adequados para o trabalho em sala de aula, pelo menos não com crianças.” 
Ela cita alguns exemplos que poderão ser trabalhados em sala de aula: 
Colégio Novo: aborda o chamado bullying que sofrem crianças especiais, no 
caso um cadeirante. 
O monstro embaixo da cama: excelente para discutir com os jovens sobre os 
medos, brincar com eles sobre o infantil "medo de monstro" e refletir sobre os 
medos que substituíram estes. 
Solidariedade: a partir da singela história de um papeleiro e seu cavalo, este 
miniconto permite todo um debate acerca da solidariedade (ou da falta dela) 
nos dias de hoje. 
http://www.literaturadigital.com.br/minicontosdeouvir/
http://www.literaturadigital.com.br/minicontosdeouvir/audios.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/SMS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Novas_tecnologias_de_informa%C3%A7%C3%A3o_e_comunica%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Novas_tecnologias_de_informa%C3%A7%C3%A3o_e_comunica%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/1994
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dalton_Trevisan
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Gilberto_Noll
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Gilberto_Noll
http://www.artistasgauchos.com.br/veredas/?apid=2414&tipo=2&dt=0&wd=&autor=Marcelo%20Spalding&titulo=Col%E9gio%20Novo
http://www.artistasgauchos.com.br/veredas/?apid=2421&tipo=2&dt=0&wd=&autor=Ana%20Mello&titulo=O%20monstro%20embaixo%20da%20cama
http://www.artistasgauchos.com.br/veredas/?apid=2401&tipo=2&dt=0&wd=&autor=Leonardo%20Brasiliense&titulo=Solidariedade
26 
 
Nômades: aborda a complexidade das formações familiares atuais, com pais 
separados, jovens morando em mais de uma casa, etc. 
http://www.minicontos.com.br/paraoprofessor 
 
5º Encontro 
 
Tema: O Modernismo e sua relação com a arte 
Objetivo: Motivar os alunos a conhecerem a obra literária de Mário de Andrade 
através de obras de arte pertencentes ao Modernismo no Brasil. 
Duração: 4 aulas 
Recursos utilizados: Imagens que podem ser visualizadas na TV pendrive e 
textos. 
Metodologia: Exibir obras importantes do Modernismo, analisando-as 
conforme as características do movimento literário e do referido contexto-
histórico. 
 
Unidade 5 – O Modernismo e sua relação com a arte 
 
 Para conhecermos melhor a obra de Mário de Andrade, e 
contextualizarmos a sua produção, vejamos as obras a seguir: 
 
 
http://www.artistasgauchos.com.br/veredas/?apid=2947&tipo=2&dt=0&wd=&titulo=N%F4mades
http://www.minicontos.com.br/paraoprofessor
27 
 
Imagem 21/70 - Portinari, Cândido (1903-62) Café, Post, 1,30x193, 1935, 
Museu Nac. de Belas Artes, Rio de Janeiro. 
Figura 6 : http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/images/foto202.gif 
Disponível em: http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml 
Acesso em: 10/11/2014 
 
Discutindo com os alunos sobre a tela de Portinari. 
 
a) Quais ações que estão sendo realizadas. 
 
 
b) Todas as pessoas estão trabalhando? 
 
 
c) Que trabalho é esse? 
 
 
d) Descreva a expressão dos rostos e dos corpos? 
 
 
e) Quem está em posto de trabalho diferenciado? Qual a diferença na postura 
corporal entre essa figura e a dos trabalhadores? 
 
 
f) Observe as mãos e os pés. Como são eles? 
 
 
g) Qual é a cor que predomina no quadro? 
 
 
h) Como estão ordenadas as linhas do fundo onde há plantação? E as do chão? 
 
i) Como você prefere percorrer a imagem com seu olhar? 
 
 
j) O que será queos figurantes farão depois do trabalho? Fale sobre alguns 
deles. 
 
 
k) Quais são as relações de trabalho? Esse trabalho parece ser bem 
remunerado? 
 
 
l) Se Portinari pintou esse quadro para denunciar a condição do trabalhador rural, 
como defender essa opinião através de elementos presentes no quadro. 
 
 
 
http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/images/foto202.gif
http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml
28 
 
 
Imagem 16 / 70 Di Cavalcanti, Emiliano (1897-1976) Pescadores, post, 1942, 
0,81x1,00, Palácio Bandeirantes, SP. 
Figura 7 : http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/images/fo0313.gif 
Disponível em: http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml 
Acesso em: 10/11/2014 
 
5) A respeito dessa obra “Pescadores”, de Di Cavalcanti, há uma observação 
feita por Mário de Andrade que transcreveremos abaixo: 
 
Nenhum outro pintor brasileiro chegou tão perto da nossa 
alma popular. A figura da mulata é símbolo da 
malemolência da nossa nacionalidade interpretada por um 
artista que amava viver em todos os sentidos. Sua obra 
abrange outros motivos, ao mesmo tempo brasileiros e 
cariocas, como o carnaval, os sambistas, as mulheres das 
noites da Lapa (famoso bairro boêmio carioca que inspirou 
inúmeros compositores), impregnadas de sensualidade. 
Como ele próprio afirmava “a nossa arte tem de ser como a 
nossa comida, o nosso ar, o nosso mar. Tem de ser 
reveladora de nossa cultura, pois a boa arte é sempre 
cultural, e sua dimensão própria é a de antecipar um 
momento cultural”. 
http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml 
 Você concorda com a opinião de Mário de Andrade? Por 
quê? 
 
http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/images/fo0313.gif
http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml
http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml
29 
 
 Uma das obras mais famosas do período modernista é a 
obra da artista Tarsila do Amaral. Vejamos: 
 
Imagem 13/70 Amaral, Tarsila do (1886-1973) Operários, post, 1931, 
1,20x2,05, Palácio Bandeirantes, São Paulo 
 
Figura 8 : http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/images/fo0911.gif 
Disponível em: http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml 
Acesso em: 10/11/2014 
 
 
1. Que elementos você vê na imagem? 
2. Que sentimentos ela lhe desperta? 
 
3. Que elementos da pintura fazem referência a que situação? 
 
4. Como você interpreta a tela? O que você supõe que o artista quis provocar 
ou transmitir? 
 
 Não podemos deixar de apresentar a obra “O Lavrador de 
café” que faz menção à temática social das mais recorrentes em Portinari que, 
só sobre esse tema, realizou cerca de 50 obras, tendo recebido, em 1935, a 2ª 
Menção Honrosa do Carnegie Institute, em Pittsburgh, nos EUA pela tela 
“Café”. Hoje, a tela pertencente ao Museu Nacional de Belas Artes do Rio de 
Janeiro. É uma das telas mais famosas de Candido Portinari (1903-1962), cuja 
http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/images/fo0911.gif
http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml
30 
 
data é confusa. Para o MASP, ela teria sido elaborada em 1939, mas para o 
Projeto Portinari , a obra data de 1934. 
 
 
Pintura a óleo sobre tela 100x 81 cm “Lavrador de café” Portinari. 1934 
Figura 9 http://4.bp.blogspot.com/-
0Ov3Ixl_5_c/TqyA8NLCcQI/AAAAAAAABFc/eoFvOObayU8/s400/Candido-
Portinari-1.jpg 
Disponível em: http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2011/10/o-
lavrador-de-cafe-candido-portinari.html 
Acesso em: 10/11/2014 
 
 
 A partir da observação da obra, levante hipóteses e, depois 
confira as suas respostas com o texto apresentado abaixo: 
 
a) Qual título você daria a essa obra? 
b) Quem seria esse homem. Quais características físicas são apresentadas? 
 
c) Onde ele está? 
 
d) Quais outros elementos da obra chamam atenção? 
 
e) Que elementos contrastam na imagem? 
 
 
http://4.bp.blogspot.com/-0Ov3Ixl_5_c/TqyA8NLCcQI/AAAAAAAABFc/eoFvOObayU8/s400/Candido-Portinari-1.jpg
http://4.bp.blogspot.com/-0Ov3Ixl_5_c/TqyA8NLCcQI/AAAAAAAABFc/eoFvOObayU8/s400/Candido-Portinari-1.jpg
http://4.bp.blogspot.com/-0Ov3Ixl_5_c/TqyA8NLCcQI/AAAAAAAABFc/eoFvOObayU8/s400/Candido-Portinari-1.jpg
http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2011/10/o-lavrador-de-cafe-candido-portinari.html
http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2011/10/o-lavrador-de-cafe-candido-portinari.html
31 
 
 Após as respostas, o professor vai lendo o texto disponível 
no link abaixo, fazendo as inferências e a verificação em relação às respostas 
dadas. 
 
http://www.sabercultural.com/template/obrasCelebres/PortinariOLavradorDeCaf
e.html 
http://educar.sc.usp.br/cordoba/gob_bispo/arte_bispo.html 
 
6º Encontro 
 
Tema: Estratégia de leitura nos contos de Mário de Andrade 
Objetivo: Apresentar o livro “Contos Novos”, de Mário de Andrade e aplicar na 
prática as estratégias propostas, conforme embasamento teórico definido no 
Projeto de Intervenção Pedagógica 
Duração: 6 aulas 
Recursos utilizados: Textos impressos 
Metodologia: Leitura silenciosa e integral dos textos (contos), utilizando-se das 
estratégias de leitura estudadas, ou seja, analisar os textos, considerando: o 
antes, o durante e o depois da leitura. 
 
Unidade 6 – Estratégias de leitura nos contos de Mário de Andrade 
 
Contos Novos de Mario de Andrade 
 
 O livro Contos Novos, de Mário de Andrade, foi publicado 
postumamente, em 1947. A morte prematura impediu ao autor que finalizasse o 
projeto do livro, que compreenderia doze contos. No entanto, apenas nove 
foram efetivamente escritos. Segundo indicações do próprio Mário, ele iniciou a 
redação ainda na década de 1920, tendo-a revisado em diversas ocasiões, 
como é o caso, por exemplo, de “Atrás da Catedral de Ruão”, iniciado em 1927, 
que passou por, ao menos, cinco revisões até a finalização, em julho de 1944. 
Mário de Andrade iniciou sua carreira no auge da implantação do Modernismo 
http://www.sabercultural.com/template/obrasCelebres/PortinariOLavradorDeCafe.html
http://www.sabercultural.com/template/obrasCelebres/PortinariOLavradorDeCafe.html
http://educar.sc.usp.br/cordoba/gob_bispo/arte_bispo.html
32 
 
no Brasil. Ao lado de Oswald de Andrade e outros diversos artistas, colaborou 
decisivamente para a revolução modernista e para a realização da Semana de 
Arte Moderna, em 1922. 
 E, como tal, fez diversas experiências estilísticas tanto na 
prosa quanto na poesia, com destaque para Macunaíma e Amar, verbo 
intransitivo. No caso de Contos novos, Mário abandona o experimentalismo 
mais radical, em prol de uma narrativa modernista segura e madura, por assim 
dizer. 
 As histórias que se passam em São Paulo, tanto na capital 
quanto no interior, têm como objetivo retratar o processo de urbanização e 
industrialização, o duelo entre patriarcalismo e progressismo, denúncia de 
injustiças sociais e análise psicológica dos personagens. 
 
 A seguir, faremos juntamente com os alunos a análise dos 
contos: 
 
O PERU DE NATAL 
 Para tanto, inicialmente, levaremos o livro para a sala de 
aula para mostrá-lo para a sala toda, para que os alunos vejam materialmente 
o que vão estudar. Como o livro é composto de 9 contos, permite-se, neste 
momento, que os alunos possam saber quais contos, ou vejam de quais títulos 
o livro é composto. Não iremos interferir na escolha da leitura de nenhum 
deles, é apenas um momento para um primeiro contato e motivação, o qual 
também podemos chamar de seleção. 
 Após esse contato, perguntaremos para os alunos por qual 
dos títulos eles mais se interessaram e acolheremos algumas sugestões 
indagando o porquê da escolha deles. 
 Como houve já uma prévia motivação para a leitura de 
alguns textos, podemos inserir os títulos objetos de estudo deste trabalho, que 
é “O peru de Natal” e “Primeiro de maio”, do mesmo autor e livro e, na 
sequência, faremos algumas questões: 
 
 
33 
 
Antes da leitura: 
 
a) Qual o tema poderá ser tratado nesse texto de acordo com o título? 
 
b) Observandoo texto que você recebeu, percebe-se que é um texto curto. Quais 
gêneros textuais possuem essa especificidade? E suas características? Como 
podemos classifica-los de acordo com as categorias, ou seja, jornalística, 
literária, etc? 
 
c) Tendo como referência o autor Mário de Andrade, a que gênero poderia ter 
sido classificado por ele para escrever esse texto? 
 
d) Que outros textos literários vocês já leram que tenha tido como título “peru” ou 
“natal”? 
 
 Com essas questões há exploração do conhecimento prévio 
do aluno com questões que não tratem exclusivamente do significado do texto, 
apenas do seu tema. Segundo, Menegassi (2010, p.93) “nessa atividade, o 
professor consegue identificar, a partir da discussão inicial com o aluno, o nível 
de conhecimento prévio do leitor sobre o assunto do texto (...). Na verdade, 
nessa fase de pré-leitura, o professor já efetiva uma avaliação inicial, para 
saber qual procedimento tomará no decorrer da leitura e no após para auxiliar e 
verificar a compreensão do aluno”. 
 O próximo passo se trata de antecipação acontecendo aqui 
o início da leitura. Como já foi realizada uma reflexão sobre o título, o aluno já 
antecipa algumas previsões sobre o conteúdo do texto. Com o início da leitura 
o aluno então, pode comprovar ou não a sua predição iniciada no título, o que 
lhe permite continuar com a estratégia escolhida ou então poderá fazer sua 
readequação. Conforme esclarece Menegassi (2010, p.44), 
 
ao adentrar à leitura do texto, o leitor vai, 
gradativamente, comprovando suas antecipações e, 
se são adequadas, continua a produzir novas 
predições, dando prosseguimento a leitura. 
Entretanto, se suas antecipações não são 
comprovadas, o leitor, conscientemente, procura 
adequar uma nova estratégia à leitura realizada, 
mostrando sua capacidade, e competência no trato 
com o texto. 
 
34 
 
 Para Solé (1998), a maior parte do esforço do leitor ocorre 
durante a leitura. O resultado desse esforço resultará, sem dúvida, numa maior 
compreensão. A pesquisadora apresenta ainda algumas possibilidades de 
leitura, entre elas, destacamos a compartilhada que, segundo ela, é o momento 
mais produtivo para os alunos, visto que ela proporciona na prática a aplicação 
das estratégias apresentadas para a compreensão do texto. 
 Ela também é importante, pois possibilita que o professor 
realize uma avaliação formativa da leitura e de todo o processo realizado. 
Uma das estratégias importantíssimas para ser seguida em situação de leitura 
é a utilização de textos completos, não apenas de fragmentos textuais. Isso é 
recomendado para que o aluno conheça todo o sentido do texto e, além disso, 
possa manuseá-lo como se procede naturalmente na sociedade. 
 
 Segue o link, caso os alunos ou os professores não tenham 
o livro na escola: 
 
http://www.releituras.com/marioandrade_natal.asp 
 
 Também faz parte, deste momento, a etapa da inferência, ou 
seja, conforme nos explicita Menegassi (2010, p. 94), o levantamento das 
ideias centrais do texto permite construir uma ideia mais concreta das possíveis 
intenções do autor, já que nem todas as informações estão diretamente 
expostas no texto, devendo ser observadas a partir da inferência textual. 
 Nesta etapa, são feitas perguntas e afirmações inferenciais, 
ou seja, a produção de um conjunto de perguntas que reúna várias 
informações sobre o texto, exigindo do leitor busca, construção e produção de 
conhecimentos a partir das informações oferecidas pelo texto e as que ele tem 
em sua memória, dá origem à inferência textual. 
 Como afirma Marcuschi (2001, p.56), “inferir é produzir 
informações novas a partir de informações prévias, sejam elas textuais ou não”. 
Dessa forma, por meio de perguntas e afirmações inferenciais, o leitor costuma 
“acrescentar ou eliminar; generalizar ou reordenar; substituir ou extrapolar 
informações” e, com isso, produz novos sentidos ao texto, isto é, avaliando, 
http://www.releituras.com/marioandrade_natal.asp
35 
 
generalizando, comparando, associando, reconstruindo, particularizando 
informações, como se faz cotidianamente na sociedade. 
 
 
Durante a leitura: 
 
1) Como era a ceia feita, por muitos anos, no estilo do pai? 
 
2) Comer peru em outras ocasiões diferentes da noite de Natal não era inédito na 
família do narrador, porém, de que forma a família comportava-se quando 
podiam tê-lo em suas refeições? 
 
3) Em várias partes do texto há a expressão “e era louco mesmo”. O que isso 
representa? 
 
4) De que forma a figura feminina da mãe é retratada? Faça um quadro 
comparativo entre o antes e o depois da morte do pai do narrador e, seu 
marido. 
 
5) Retire dos textos exemplos de que a figura do pai do narrador causa a 
infelicidade no restante da família. 
 
6) Qual a estratégia utilizada pelo narrador para resolver o impasse causado pela 
presença do pai, naquela noite? 
 
7) Qual o sentido real da expressão “comer peru”, naquela noite? 
 
Aqui a mediação do professor é através da leitura compartilhada, podendo 
ainda ser interrompida a leitura e realizada a intervenção do professor para 
haver efetividade na interpretação. 
 
8) Das características do modernismo, do autor Mário de Andrade, conforme 
sua compreensão a respeito do texto “O Peru de Natal”, marque se 
verdadeiro ou falso as seguintes proposições abaixo: 
 
36 
 
( ) O autor, neste conto, faz uma reescritura não só da história familiar da 
personagem, mas da própria literatura brasileira, quando se entende o 
Modernismo como uma: ruptura, literatura que representa uma crítica global às 
estruturas mentais das velhas gerações e um esforço de penetrar mais fundo 
na realidade brasileira (BOSI, 1995, p. 375). 
 
( ) O vocabulário, a sintaxe e o ritmo de Contos novos refletem a preocupação 
com a língua falada. Isso pode ser percebido, no início do período por 
conjunção adversativa e pontuação, o que denota marcas da oralidade: “_ Se 
lembre de seus manos, Juca!” (ANDRADE, 1990, p. 78). 
 
( ) A partir da narrativa do conto em questão não é possível adquirir o 
conhecimento profundo da alma humana. 
 
( ) Observa-se uma maior apuração da escrita, uma sutileza em abordar 
temas corriqueiros, como a rotina familiar mantida pela aparência, 
envolvimento de seus membros na realização das próprias aspirações. Como 
modernista imbui-se de uma manutenção das regras, padrões... 
 
( ) O peru era o símbolo da união familiar. A personagem principal odeia o pai, 
mas ama a mãe, irmã, tia. Quando as barreiras da infelicidade foram embora, a 
vida reluzente toma seu espaço; e assim sendo, o evento do peru irradia a 
família com toda felicidade, e, às vezes, em alguns momentos, o falecido é 
lembrado. 
 
( ) Pode-se relacionar o momento em que o peru vai sendo comido com a 
devoração antropofágica, sendo que a devoração do peru simboliza a 
destruição da figura do pai e, portanto, põe fim à escravização da mãe. Para 
muitos estudiosos da obra de Mário de Andrade este conto é a obra-prima do 
autor, em virtude do poder de síntese alcançado por ele na narrativa. 
 
 A seguir, atividades do segundo conto para análise: 
 
 
37 
 
PRIMEIRO DE MAIO 
 
 Segue o link, caso os alunos ou os professores não tenham 
o livro na escola: http://www.vermelho.org.br/noticia/153015-11 
 
 
1) Pelas caraterísticas físicas da personagem apresentadas, como podemos 
defini-lo psicologicamente? 
 
2) Pelo contexto histórico porque “35” sabia que o proletariado era uma classe 
oprimida? 
 
3) Pesquisando ainda o contexto histórico, porque no dia 1º de maio teria 
“grandes motins” em Paris, Cuba, Chile e Madri? Qual a situação político-social 
desses países atualmente? E no Brasil? Temos motivos para comemorar a 
data de 1º de maio? 
 
4) “35” cita, que o divórcio era necessário -ao selembrar da moça do 
apartamento- o que pressupõe que ele seria casado. Era possível naquela 
época divorciar-se? E hoje como funciona essa questão? 
 
5) A figura dos deputados da época foi caracterizada de que forma? Essa 
caracterização ainda continua? 
 
6) Como se pode explicar, de acordo com o texto, a expressão “estava quase 
infeliz”? 
 
 
 Nesse momento, já se pode realizar uma avaliação de 
leitura, pois conforme Menegassi (2010, p. 93), as diferenças interpretativas 
para um mesmo texto marca a interação entre leitor e o texto, 
consequentemente com seu autor, a partir da mediação do professor, que 
orientará o diálogo do aluno com o texto, mostrando que toda leitura coerente é 
passível de ser aproveitada e considerada, na discussão em sala de aula. 
 
 
7) Que fator biológico faz a personagem principal se esquecer de suas 
indecisões? O que acontece a partir disso? 
8) Num dado momento, temos a presença de mais uma personagem 
caracterizada por um número. Descreva-as. 
http://www.vermelho.org.br/noticia/153015-11
38 
 
9) O autor utiliza-se de um recurso da linguagem dramática em seu texto. 
Identifique-o e classifique. 
 
10) Atualmente existe um escritor muito conhecido que utiliza o recurso de não 
nomear personagens, mas sim denominá-las conforme suas características 
pessoais. Esse autor é José Saramago e para ampliação dos conhecimentos 
vejamos um trecho do livro “Ensaio sobre a cegueira”, que comprova essa 
maneira inovadora de escrever: 
 
Mas a cegueira não é assim, disse o outro, a cegueira dizem que 
é negra, Pois eu vejo tudo branco, Se calhar a mulherzinha tinha 
razão, pode ser coisa de nervos, os nervos são o diabo, Eu bem 
sei o que é, uma desgraça, sim, uma desgraça, Diga-me onde 
mora, por favor, ao mesmo tempo ouviu-se o arranque do motor. 
Balbuciando, como se a falta de visão lhe tivesse enfraquecido a 
memória, o cego deu uma direcção, depois disse, Não sei como 
lhe hei-de agradecer, e o outro respondeu, Ora, não tem 
importancia, hoje por si, amanhã por mim, não sabemos para o 
que estamos guardados, Tem razão, quem me diria, quando saí 
de casa esta manhã, que estava para me acontecer uma 
fatalidade como esta. Estranhou que continuassem parados, Por 
que é que não andamos, perguntou, O sinal está no vermelho, 
respondeu o outro, Ah, fez o cego, e pôs-se a chorar outra vez. A 
partir de agora deixara de poder saber quando o sinal estava 
vermelho. (SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. São 
Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 13) 
 
 Fica a dica para que assistam também ao filme com o 
mesmo nome do livro, como atividade complementar. 
 
11) No conto “Primeiro de maio”, é possível perceber a utilização do recurso da 
falta de nomeação das personagens? Dê exemplos indicando o número de 
páginas e a personagem a que se refere. 
 
12) Retirar do texto palavras que foram modificadas pelo novo acordo ortográfico, 
justificando sua alteração. 
 
13) Pela condição social de “35”, percebe-se que ele não possuía conhecimento 
elaborado e que o medo e a força falaram mais alto. Partindo da trajetória 
individual da personagem daquela época, compare-a com a as manifestações 
atuais, principalmente ocorridas em 2013, em que muito se comentou sobre a 
39 
 
possibilidade, tanto do cidadão comum quanto do mais elitizado, de demonstrar 
seus pensamentos e ideologia. 
 
14) A personagem “35” incorpora a figura do trabalhador que viveu em 
determinada época no Brasil em que se iniciava o desejo de lutas por direitos 
trabalhistas mais efetivos. Hoje, estamos diante de uma situação, jamais 
imaginada naquela época, trata-se da imigração, ou seja, nosso país está 
acolhendo pessoas de diversos países, que vêm para o Brasil em busca de 
emprego e melhores condições de vida. Assim, a respeito do conto marque V 
para verdadeiro ou F para falso: 
 
( ) A caracterização da personagem com o número 35 pode se referir ao ano 
em que o conto foi escrito. 
 
( ) A década de 1930 foi marcada pelo avanço do comunismo no mundo. 
 
( ) O protagonista enquanto trabalhador, não possui consciência da classe e 
nem mesmo é reprimido em sua consciência social. 
 
( ) A Revolução Constitucionalista de 1932, foi um movimento de São Paulo 
contra o resto do país, liderado por João Figueiredo, que culmina com o fim da 
soberania dos barões do café sobre a política nacional, fato contra o qual 
Figueiredo lutou e ganhou de São Paulo sua antipatia eterna. 
 
( ) Com a Revolução Constitucionalista, houve uma grande incorporação do 
movimento operariado à revolução, pautada também pela ideia de uma melhor 
remuneração de leis trabalhistas eficazes pata todos. 
 
( ) O comunismo aparecia de forma expressiva naquele momento, liderado 
pela coluna Prestes, junto com o facismo e o liberalismo, defendido pelos 
paulistas na idealização da Constituição. O anarquismo também era expressivo 
dado à solidariedade para com os mais oprimidos. 
 
( ) Ao final do conto, percebemos um otimismo demonstrado pelo narrador, 
como podemos perceber neste trecho: “E foi logo escolhendo as duas malas 
maiores, que ergueu numa só mão, num esforço satisfeito de músculos. O 22 
olhou pra ele, feroz, imaginando que 35 propunha rachar o galho. Mas o 35 deu 
um soco só de pândega no velhote, que estremeceu socado e cambaleou três 
passos. Caíram na risada os dois. Foram andando.” 
 
17) Identifique no trecho a seguir o tipo de discurso utilizado pelo narrador da 
seguinte forma- DD – Discurso Direto / DI – Discurso Indireto 
40 
 
 ( ) [...] se esperavam “grandes motins” em Paris, deu uma raiva tal no 35. 
E ele ficou todo fremente, quase sem respirar, desejando “motins” (devia ser 
turumbamba) na sua desmesurada força física, ah, as fuças de algum... 
polícia? Policia. Pelo menos os safados dos policias [...] (ANDRADE, 1933, 
p.37) 
18) Classifique o narrador em 1ª ou 3 ª pessoa, ou seja, trata-se de narrador 
personagem ou narrador-observador? Analise e classifique conforme trecho a 
seguir: 
 
[...] regava todo por “dentro” dum espírito generoso de sacrifício. Estava outra 
vez enormemente piedoso, morreria sorrindo, morrer... Teve uma nítida, 
envergonhada sensação de pena. Morrer assim tão lindo, tão moço. A moça do 
apartamento [...] (ANDRADE, 1993, p. 38). 
 
( ) narrador em 1ª pessoa 
( ) narrador em 3 ª pessoa 
 
 Após o trabalho utilizando as estratégias de leitura com os 
contos “O peru de natal” e “Primeiro de maio”, o professor deverá incentivar a 
leitura dos outros contos que compõem a obra “Contos novos”, que poderá ser 
realizada de maneira individual pelos alunos como tarefa complementar. 
 
 Uma atividade interessante a respeito do trabalho com 
contos é a leitura dramatizada ou a encenação teatral dos dois contos, ou dos 
outros que não foram lidos, ou mesmo de todos os contos que compõem a 
obra. Certamente é um trabalho que dá certo, no entanto é preciso que o 
professor preveja tal atividade antes, já alertando os alunos no início dos 
trabalhos para que haja uma organização de datas, grupos, valoração de 
notas, etc. 
 
7º Encontro 
 
Tema: Ampliando conhecimentos a partir dos temas tratados nos contos de 
Mário de Andrade 
 
41 
 
Objetivo: Oportunizar ao aluno a ampliação dos conhecimentos a partir do 
trabalho realizado com os contos. Neste caso, escolhemos o tema 
do trabalhador presente no conto “Primeiro de maio” para que o aluno possa 
atualizar essa questão a partir de um texto jornalístico. 
Duração: 4 aulas 
Recursos utilizados: Textos impressos 
Metodologia: Contextualizar o tema referente ao “trabalhador” ou “trabalho”, 
fazendo uma ligação com o mesmo tema tratado no conto “Primeiro de 
maio”. Apresentaremos, para tanto, um texto jornalístico atual e um vídeo que 
demonstra um viés da real situação dos novos imigrantes no Brasil. 
 
 
Unidade 7 – Ampliando conhecimentos a partir dos temas tratados noscontos de Mário de Andrade 
 
 Para Menegassi (2010, p. 92), é preciso a realização de 
situações de leituras próximas das situações reais da sociedade, pois: 
 
“o artificialismo comum às situações de leitura na 
sala de aula deve dar lugar à criação de situações 
de leituras mais próximas possíveis de situações 
reais.Desse modo, produzir situações de avaliação 
de leitura que se assemelhem ao que o aluno 
encontra na sociedade em que vive é muito 
importante. (...) Ao chegar o momento da avaliação, 
que também pode ser uma das ituações corriqueiras 
da sala de aula, o aluno não se sentirá 
despreparado; ao encontrar na sociedade, uma 
situação de leitura que exija dele uam posição de 
leitor competente”. 
 
 
 No âmbito da literatura, temos outros contos que tratam da 
temática do pai, por exemplo: “Pai contra mãe” e “Teoria do medalhão”, de 
Machado de Assis; “A terceira margem do rio, de Guimarães Rosa, entre 
outros. 
 A literatura ou a leitura literária ou a leitura em si, seja de um 
conto, de um livro, de um texto nos abre um leque para um mundo em que 
antes não havíamos pensado, habitado, refletido. Partindo desse conceito, 
42 
 
vamos ampliar também nossos horizontes pensando na realidade da nossa 
sociedade e de certa maneira de mundo também. 
 Vimos que no conto de Mário de Andrade, “Primeiro de 
maio”, a temática de um trabalhador de meados do século passado, que expõe 
todas as suas dúvidas, incertezas, medos permeados por uma questão 
histórica opressora. 
 Cabe a nós leitores, pensarmos também na situação desse 
trabalhador nos dias atuais e fazermos alguns questionamentos? Como estão 
os trabalhadores atuais? Quais são seus direitos? A realidade é a mesma? 
Qual o contexto atual de empregabilidade? 
 Diante de um cenário atual, percebemos que muitas coisas 
mudaram como, por exemplo, a questão da carga horária diárias, dos direitos 
trabalhistas, do respeito a esse trabalhador e temos ainda uma nova situação 
no Brasil que são os trabalhadores de outros países que vêm em busca de 
oportunidades, algo que seria inimaginável num país que caminhava a passos 
pequenos, em termos de industrialização. 
 Hoje, pelo menos em boa parte do país, resplandece uma 
realidade de desenvolvimento econômico que necessita de trabalhadores e já 
não se encontra mão de obra para suprir as necessidades. É aí que surge, 
então, a oportunidade, na visão de estrangeiros, de se empregar no mercado 
de trabalho brasileiro, fazendo o caminho inverso de uns anos atrás, em que, 
na realidade, o brasileiro é que saia do nosso país em busca de oportunidades. 
 Agora, mais uma vez, temos a presença de haitianos, 
bolivianos, africanos, caribenhos entre outros, que mudam diariamente a nossa 
realidade. 
 É preciso então, repensar não apenas a posição desses 
trabalhadores estrangeiros como também dos trabalhadores brasileiros, e se 
possível compará-los com aquele apresentado no conto de Mário de Andrade. 
 Cumpre ressaltar que Mário era apaixonado pela cidade de 
São Paulo, que se desenvolvia, se industrializava. Além da cidade, a chegada 
dos imigrantes, as chaminés das fábricas, ou seja, as mudanças pelas quais 
essa cidade passava vão interessar o olhar de Mário. Mas, certamente com o 
mundo globalizado percebemos e temos contato com a realidade não apenas 
43 
 
de São Paulo, mas do mundo inteiro, em especial a dos novos imigrantes do 
Brasil. 
 
 Para abordarmos tais situações junto aos alunos, vejamos 
algumas reportagens a respeito disso: 
 
 Primeiramente, vamos conhecer um pouco sobre a realidade 
desses novos imigrantes que desembarcam no Brasil em busca de 
oportunidades de trabalho e que nem sempre essa realidade condiz com o que 
foi pretendido quando saíram de seus países: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=KQLVQkBZMvQ 
 
 Após assistirem ao vídeo, o que podemos apreender sobre 
a condição vivida por esses imigrantes? O que são os “coiotes” conforme 
apresentados no vídeo? Você concorda com a posição do Brasil em acolher 
essas pessoas que vem em busca de trabalho? 
 A seguir apresentamos o texto “Imigrantes haitianos e 
africanos são explorados em carvoarias e frigoríficos”, que nos remetem à 
nossa realidade próxima e nos mostra uma situação nova e histórica 
vivenciada em nossa região, no nosso país. Leia mais sobre esse assunto em: 
 
http://oglobo.globo.com/brasil/imigrantes-haitianos-africanos-sao-explorados-
em-carvoarias-frigorificos-13633084 
 
 A partir da leitura do texto primeiramente silenciosa e depois 
oral, responda: 
 
1) Qual é a ideia central do texto “Imigrantes haitianos e bolivianos são 
explorados em carvoarias e frigoríficos”? 
 
2) Que fator ambiental citado no texto faz referência ao contexto histórico do 
vídeo “Os fantásticos livros voadores de Modesto Máximo que desencadeia a 
https://www.youtube.com/watch?v=KQLVQkBZMvQ
http://oglobo.globo.com/brasil/imigrantes-haitianos-africanos-sao-explorados-em-carvoarias-frigorificos-13633084
http://oglobo.globo.com/brasil/imigrantes-haitianos-africanos-sao-explorados-em-carvoarias-frigorificos-13633084
44 
 
trajetória de vida do personagem principal e atualmente dos imigrantes 
haitianos? 
3) Quais cidades do Paraná foram citadas no texto e que tipo de trabalho 
exercem os imigrantes que vieram para morar nessas cidades? 
4) Quais as condições de trabalho as quais os trabalhadores são submetidos? 
Você já teve contato com algum imigrante nessa situação? 
5) Quais normas são desrespeitadas pelos empregadores? 
6) Além dos haitianos, que outros imigrantes também vêm para o Brasil ou até 
mesmo para o Paraná em busca de trabalho? 
7) A respeito da rotina suportada pelos trabalhadores imigrantes no Brasil, a 
que situação de trabalho é classificada essa condição? 
 
 Veja a seguir, um texto publicado no jornal O Estado de S. 
Paulo de 30 de julho de 1892, anunciando a vinda de Um milhão de imigrantes 
europeus em dez anos para o Brasil? 
http://midiacidada.org/um-milhao-de-imigrantes-europeus-em-dez-anos-
anuncia-jornal-paulista-em-1892/ 
 
 Após a leitura, discuta com seus colegas e professores quais 
as semelhanças e diferenças do contexto em relação aos dias de hoje que foi 
demonstrada, no texto anterior. 
 
 No link abaixo, encontramos uma situação que chamou a 
atenção dos brasileiros, pois ao receber encomenda vinda da China, a 
consumidora encontra um pedido de socorro. 
 
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/10/24/interna_cid
adesdf,454104/moradora-do-df-recebe-compra-de-site-chines-com-pedido-de-
ajuda.shtml 
 
 Com relação à condição de trabalho transmitida nesta 
situação, o que podemos depreender sobre o trabalho realizado na China? 
Qual a sua opinião sobre a compra, efetuada pelos consumidores do produto 
http://midiacidada.org/um-milhao-de-imigrantes-europeus-em-dez-anos-anuncia-jornal-paulista-em-1892/
http://midiacidada.org/um-milhao-de-imigrantes-europeus-em-dez-anos-anuncia-jornal-paulista-em-1892/
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/10/24/interna_cidadesdf,454104/moradora-do-df-recebe-compra-de-site-chines-com-pedido-de-ajuda.shtml
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/10/24/interna_cidadesdf,454104/moradora-do-df-recebe-compra-de-site-chines-com-pedido-de-ajuda.shtml
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/10/24/interna_cidadesdf,454104/moradora-do-df-recebe-compra-de-site-chines-com-pedido-de-ajuda.shtml
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que, certamente, o adquirem pelo fato de que ele é mais em barato, mas que 
esconde uma dura realidade de trabalhadores de outros países. 
 
8º Encontro 
 
Tema: Aprendendo e treinando com o vestibular e produzindo resumo 
Objetivo: Oportunizar ao aluno a ampliação dos conhecimentos a partir do 
trabalho rezliado com os contos, e neste caso escolhemos o tema do 
trabalhdor presente no conto “Primeiro de maio” e atualizar essa questão a 
partir de texto jornalístico

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