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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II 1 1. Identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014 Título: Mário de Andrade: uma proposta de leitura literária para os contos “O peru de Natal” e “Primeiro de maio” Autor: IVANI FANTUCCI VIEIRA Disciplina/Área: PORTUGUÊS - LÍNGUA PORTUGUESA Escola de Implementação do Projeto e sua localização: DR. GASTÃO VIDIGAL-MARINGÁ-PR Município da escola: MARINGÁ Núcleo Regional de Educação: MARINGÁ Professor Orientador: Prof. Drª CARMEN RODRIGUES DE LIMA Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Maringá- UEM Relação Interdisciplinar: Português-Artes-História Resumo: Esta produção didático-pedagógica foi pensada a partir das dificuldades encontradas pelos professores em relação à falta de interesse dos alunos pela leitura. Assim, a intenção deste trabalho é propiciar tanto aos professores quanto aos alunos um conjunto de atividades, cuja abordagem metodológica busca contribuir de forma a minimizar a problemática que envolve a construção do sentido do texto, motivando os sujeitos envolvidos no contexto escolar a utilizar estratégias de leitura a fim de tornar o leitor autônomo, capaz de interpretar e compreender um texto, especialmente o literário. Desta forma, baseados nas pesquisas de Solé (1998), Menagassi (2010), Massaud Moisés (1978), entre outros autores, apresentaremos nossa proposta de leitura literária que será abordada em 9 encontros com 9 unidades a serem trabalhadas em 32 horas/aulas. Neste sentido, procuramos apontar soluções que possam auxiliar estudantes e professores em suas práticas 2 diárias de trabalho com o texto literário. Esperamos que essa proposta de trabalho possa estar ampliando os conhecimentos dos alunos para que eles possam interagir em seu meio social, familiar, pessoal, exercendo o seu papel como cidadão. Palavras-chave: Educação, Língua Portuguesa, Estratégias de Leitura, Conto, Mário de Andrade Formato do Material Didático: Sequência didática Público: Alunos do 3º ano do ensino médio 2. APRESENTAÇÃO O presente trabalho se trata de uma produção didático- pedagógica que contempla uma das fases do Projeto de Desenvolvimento Educacional (PDE) do qual participamos. Esse projeto é proporcionado pelo Governo do Estado do Paraná aos professores da rede pública estadual e tem como linha de pesquisa o ensino e aprendizagem de leitura. É importante destacar que ele será implementado, no Colégio Estadual Dr. Gastão Vidigal- EFM na cidade de Maringá-Pr, com alunos do 3º ano do Ensino Médio. Esta Produção Didático-pedagógica é uma proposta de abordagem metodológica que resultou da nossa pesquisa, inicialmente realizada por ocasião da apresentação do nosso Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola. A elaboração dessas atividades significa uma preparação minuciosa do material a ser utilizado, desde a seleção do corpus, a abordagem teórica a ser utilizada e as atividades propostas.Toda essa organização cuidadosa busca contribuir com o aprimoramento da prática pedagógica, mostrando alternativas de superação para os problemas percebidos por nós professores no dia a dia na escolano que concerne à leitura, sobretudo, do texto literário. Portanto, a busca por uma melhor qualidade na leitura dos alunos pode, a nosso ver, ser alcançada por meio de propostas ou estratégias a serem desenvolvidas em sala de aula. Nesse material, pretendemos apresentar atividades que professores e alunos poderão utilizar com o intuito de desenvolver a habilidade de leitura e por consequência de escrita, baseados nas pesquisas de Solé 3 (1998), Menegassi (2010), Massaud Moisés (1978), nas DCEs e, ainda, com base nas concepções de leitura e ensino que norteiam os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa. Assim, acreditamos que através da leitura literária em especial do conto, resgatando um grande autor que é Mário de Andrade, o aluno terá a oportunidade de desenvolver tais habilidades, pois se trata de um gênero de boa aceitação entre os discentes, sem contar que será abordada também uma nova conceituação desse gênero clássico, hoje em dia, apresentado em forma de minicontos entre outras denominações. Portanto, o trabalho a ser desenvolvido vai ao encontro da proposta das DCEs: “é tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação” (PARANÁ, 2008, p. 4). Nas unidades que apresentaremos serão abordados encaminhamentos metodológicos que auxiliarão os professores no trabalho com seus alunos, baseados em estratégias, que visam um trabalho bastante meticuloso que ocorrerá antes, durante e depois da leitura, bem como atividades que incluam a avaliação de leitura e a escrita. 3. Material Didático Queridos alunos, Ziraldo, escritor brasileiro de grande sucesso, possui uma frase que diz o seguinte: “Ler é mais importante do que estudar”. Certamente quando ele diz isso há que se pensar na importância da leitura em nossas vidas! Não podemos negar e quem já percebeu isso, sabe do que ele está falando. A leitura em nossa vida é tão importante que o mesmo autor sentencia dizendo que “o livro é o alimento da alma”. Ora, se há tempos se afirma isso por renomados autores, escritores, filósofos, estudiosos, cientistas, http://kdfrases.com/frase/136844 http://kdfrases.com/frase/136844 4 professores, pode-se dizer que há um consenso a respeito da importância da leitura e não podemos ignorar tal pensamento. Desta forma, esse projeto, tem a intenção de ajudar você aluno a descobrir possíveis estratégias de leitura de um texto, no nosso caso, do texto literário (conto) e a partir destas estratégias, ampliar seus conhecimentos e utilizá-las não só neste momento, mas em qualquer fase da sua vida e diante de qualquer gênero textual. Neste material, você será então levado a conhecer e aplicar as estratégias de leitura, conhecendo para tanto de início o modernismo no Brasil, o autor Mário de Andrade e para a aplicação prática serão utilizados dois contos de Mário de Andrade, seguidos de atividades para a ampliação e contextualização dos conhecimentos. Com isso, pretendemos auxiliá-lo nessa caminhada de descobrimento da leitura e ainda poder contribuir para seu aperfeiçoamento como leitor e consequentemente como cidadão. 1º Encontro Tema: Ler é importante? Objetivo: Demonstrar a importância da leitura Duração: 4 aulas Recursos utilizados: Imagem; vídeo; texto; música Metodologia: Apresentar, inicialmente, aos alunos as imagens com o objetivo de fazê-los refletir sobre a importância da leitura. Na sequência, exibir o vídeo para conscientizá-los e motivá-los para o trabalho com o tema proposto acerca da importância da leitura. 5 Unidade 1 – Ler é importante? “ Ler é sonhar pela mão de outrem” – Fernando Pessoa 1) Analisando a imagem a seguir e a frase do escritor Ziraldo, responda: a) O que você entende pela figura do lado esquerdo? b) O que pode representar a figura cujo título é “crianças” e a “crianças com livros”? c) Você concorda com a frase do escritor? Justifique. Ziraldo Sabemos que a leitura é fundamental para o desenvolvimento pessoal e intelectual de qualquer indivíduo. Isabel Solé, diz que a “leitura não é só um meio de adquirir informação: ela também nos torna mais críticos e capazes de considerar diferentes perspectivas.” A seguir vamos pensar mais a respeito deste tema conhecendo o vídeo e a indicação do livro"The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore" ou em português "Os Fantásticos Livros Voadores de Modesto Máximo". 6 Saiba um pouco mais: Vencedor do Oscar 2012 de melhor curta animado, "The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore" ou em português "Os Fantásticos Livros Voadores de Modesto Máximo" traz reflexões interessantes sobre o que e o porquê a leitura é importante. Esse vídeo além de ser premiado também inspirou a criação de um livro, que apesar de ser indicado para crianças não deixa de ser maravilhoso e encantador para as pessoas de qualquer idade. Vejamos a capa do livro e suas especificações: "Os Fantásticos Livros Voadores de Modesto Máximo" Editora: Rocco Pequenos Leitores Autor: William Joyce Ilustrador: William Joyce e Joe Bluhm Tradução: Elvira Vigna Páginas: 56 Ano da edição: 2012 Para motivar os alunos em relação ao tema leitura, iniciaremos com a exibição do vídeo a seguir, muito bem feito, que aparentemente parece ser simples, mas de uma riqueza imensa, pois demonstra a paixão pelos livros através do personagem Modesto Máximo, numa combinação do texto, em frases curtas e diretas, com imagens belíssimas e um cenário cheios de detalhes. Percebe-se também referências a clássicos que norteiam o ambiente infantil como, por exemplo, a cara de Buster Keaton, o personagem Modesto Máximo, as referências ao Mágico de Oz, ao Júlio Verne ou ao boneco Humpty Dumpty. 7 Buster Keaton Figura 1: http://n.i.uol.com.br/licaodecasa/biografias/keaton.jpg Disponível em: http://educacao.uol.com.br/biografias/buster-keaton.jhtm Acesso em 17/12/2014 “Diz a tradição que famoso mágico Harry Houdini, vendo o bebê de seis meses de seu parceiro Joseph Keaton cair da escada sem um arranhão, batizou-o de "Buster" (o destruidor). Keaton e Houdini eram donos de um teatro de "vaudeville" que se apresentava de cidade em cidade. Buster Keaton cresceu fazendo números cômicos com seus pais. Tornou-se um ator de muitos recursos e de impressionante presença cênica. Aos 21 anos de idade, com o encerramento da carreira de seu pai, que se tornara alcoólatra, Buster Keaton rendeu-se à atração que tinha pelo cinema e mudou-se para Nova York. Lá, encontrou um antigo companheiro, o ator Roscoe "Fatty" Arbuckle, que o convidou para trabalhar com ele no filme "The Butcher Boy" (o Menino Açougueiro). A dupla cômica fez um sucesso tão grande que logo foi convidada para estrelar uma sucessão de onze comédias. Keaton passou a escrever seus próprios esquetes e trabalhar como assistente de direção nos filmes de que participava. Logo passou a escrever seus próprios filmes.” Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/buster-keaton.jhtm Vamos conhecer alguns vídeos deste artista: https://www.youtube.com/watch?v=JzZYZj0i3Og https://www.youtube.com/watch?v=9qzradFgPxU http://n.i.uol.com.br/licaodecasa/biografias/keaton.jpg http://educacao.uol.com.br/biografias/buster-keaton.jhtm http://educacao.uol.com.br/biografias/buster-keaton.jhtm https://www.youtube.com/watch?v=JzZYZj0i3Og https://www.youtube.com/watch?v=9qzradFgPxU 8 Após assistirem aos vídeos, que tem curta duração responda: a) A qual figura podemos comparar o personagem principal, tendo em vista o tipo de imagem transmitida? b) Buster Keaton era conhecido pela crítica como o palhaço que nunca ri. Qual poderia ser sua intenção uma vez que parece contraditório fazer humor sem o riso? c) Pelos recursos tecnológicos da época, qual sua opinião sobre o trabalho realizado por Keaton? d) Se pensarmos nos programas de humor atual, há algum semelhante ao apresentado por Buster Keaton? e) Você considera que realmente há humor conforme exibição dos vídeos? Quais os pontos positivos e negativos se considerarmos o humor apresentado por Buster Keaton e os de hoje em dia? Além da personagem apresentada, temos também outra personagem que aparece no vídeo, podendo fazer uma alusão a Humpty Dumpty, vamos saber quem era essa: Figura 2 : http://media-cache- ec0.pinimg.com/736x/4a/60/6f/4a606f4cefdd8826585fca8be5912fa8.jpg http://media-cache-ec0.pinimg.com/736x/4a/60/6f/4a606f4cefdd8826585fca8be5912fa8.jpg http://media-cache-ec0.pinimg.com/736x/4a/60/6f/4a606f4cefdd8826585fca8be5912fa8.jpg 9 Disponível em : http://www.pinterest.com/pin/66568900716921225/ Acesso em 17/12/2014 Humpty Dumpty é uma personagem de uma rima enigmática infantil, melhor conhecida no mundo anglófono pela versão de Mamãe Gansa na Inglaterra. Ela é retratada como um ovo antropomórfico, com rosto, braços e pernas. Esta personagem aparece em muitas obras literárias, como Alice Através do Espelho de Lewis Carroll, e também nas histórias em quadrinhos como na revista Fábulas da Vertigo/DC Comics. Também se diz que é um homem-ovo que fica em cima de um muro e lá em cima observa as diferentes espécies de seres vivos, a personagem foi utilizada por Lewis Carroll para representar a consciência do mundo e, devido a sua forma de ovo, ela tenta manter o equilíbrio. O seu formato oval acaba por se constituir como símbolo da instabilidade e da vertigem. http://pt.wikipedia.org/wiki/Humpty_Dumpty Vamos conhecer a música: https://www.youtube.com/watch?v=h1fiPIhGXYA Humpty Dumpty sat on a wall, Humpty Dumpty had a great fall. All the king's horses and all the king's men Couldn't put Humpty together again Tradução Humpty Dumpty sentou-se em um muro, Humpty Dumpty caiu no chão duro. E todos os homens e cavalos do Rei Não conseguiram junta-lo outra vez. Neste momento de introdução, seguindo também as estratégias de leitura de um texto, poderemos antecipá-las a partir do vídeo utilizado. Logo no início, pausar e levantar hipóteses, pedindo para que os alunos anotem em seus cadernos todas elas para tentarmos descobrir sobre http://www.pinterest.com/pin/66568900716921225/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Mam%C3%A3e_Gansa http://pt.wikipedia.org/wiki/Mam%C3%A3e_Gansa http://pt.wikipedia.org/wiki/Through_the_Looking-Glass http://pt.wikipedia.org/wiki/Lewis_Carroll http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_em_quadrinho http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_em_quadrinho http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A1bulas_%28DC_Comics%29 http://pt.wikipedia.org/wiki/Humpty_Dumpty https://www.youtube.com/watch?v=h1fiPIhGXYA 10 qual assunto o vídeo trata. A pausa, por exemplo, poderá ser feita no momento em que a personagem está sentada, rodeada de livros, no momento em que se inicia a ventania: a) O que vai acontecer? b) Por que os livros estão voando? c) O que vai acontecer com a personagem? d) Qual o lugar onde pode ter acontecido tal situação? e) Trata-se de algo real ou imaginário (ficção)? Durante a exposição do vídeo, os alunos anotarão no caderno as respostas das seguintes questões: f) Além da personagem, o que restou ao seu redor? g) No meio da destruição o que chama mais a atenção? h) Quais elementos nos fazem perceber que apesar da destruição a esperança não acabou? i) O ambiente pelo qual o livro-pássaro leva a personagem indica o quê? j) Quem leva a personagem principal ao mundo da leitura? k) Diante da destruição o que a personagem faz com os livros? Onde ela vai parar? l) Pelo aspecto facial da personagem, como ela se sentia nessa “viagem”? m) Ela (a personagem) apenas lia? n) A personagem teve uma atitude egoísta diante da situação vivida? o) Ao final os seus “companheiros” se entristecem, pois imaginam que a personagem irá desistir porque já passou muito tempo e está velho. O que ocorre nestaparte? 11 p) A personagem assume o lugar da moça planando –que, no início da história, lhe deu um livro- o que isso nos revela? q) Em sua opinião, no final do vídeo, há um desfecho triste ou feliz? Após as respostas, poderemos apresentar o/os texto/s que serão trabalhados na sequência, para que os alunos, neste momento, confirmem ou não suas hipóteses e ainda para que eles possam ampliar os conhecimentos a respeito do vídeo apresentado. http://revistadecinema.uol.com.br/index.php/2012/10/os-fantasticos-livros- voadores-de-modesto-maximo/ http://criancas.uol.com.br/novidades/2013/05/29/livros-voadores-ganham-vida- em-historia-que-ganhou-o-oscar.jhtm http://textosvoadoresuffs.blogspot.com.br/2013/07/o-poder-dos-livros-voadores- do-sr.html Após a confirmação ou não das hipóteses levantadas, sintetize em um pequeno texto com no máximo dez linhas, o enredo do vídeo. 2º Encontro Tema: A semana de Arte Moderna Objetivo: Contextualizar o Modernismo no Brasil, bem como o autor Mário de Andrade Duração: 2 aulas Recursos utilizados: Vídeo e textos Metodologia: Apresentar o vídeo para e solicitar que os alunos façam anotações no caderno sobre as informações assimiladas. Após a realização desse trabalho, as informações serão compartilhadas com o restante da turma. http://revistadecinema.uol.com.br/index.php/2012/10/os-fantasticos-livros-voadores-de-modesto-maximo/ http://revistadecinema.uol.com.br/index.php/2012/10/os-fantasticos-livros-voadores-de-modesto-maximo/ http://criancas.uol.com.br/novidades/2013/05/29/livros-voadores-ganham-vida-em-historia-que-ganhou-o-oscar.jhtm http://criancas.uol.com.br/novidades/2013/05/29/livros-voadores-ganham-vida-em-historia-que-ganhou-o-oscar.jhtm http://textosvoadoresuffs.blogspot.com.br/2013/07/o-poder-dos-livros-voadores-do-sr.html http://textosvoadoresuffs.blogspot.com.br/2013/07/o-poder-dos-livros-voadores-do-sr.html 12 Unidade 2 – A semana de Arte Moderna Falar do Modernismo no Brasil é retomar conceitos daquilo que foi o movimento artístico mais importante do nosso país, pois a partir dele que pudemos nos libertar da convenções e imposições advindas de ideais europeus, sendo que tais preceitos estava distante dos anseios de nossos escritores, nosso povo, nosso país. Vejamos a seguir um vídeo que traça um panorama a partir da Semana de Arte Moderna que ocorreu em 1922, dando- nos um parâmetro a partir de várias opiniões de estudiosos, artistas e escritores a respeito desse momento ímpar da nossa arte, da nossa literatura. Durante a exibição do vídeo, anote em seu caderno quais são as questões mais importantes demonstradas como o período, local, as principais características, os principais artistas e escritores, os desdobramentos deste acontecimento. http://www.youtube.com/watch?v=gqYWeD55ArM Após a exibição do vídeo, compartilhe com seus colegas o que você anotou, acrescentando informações que não tenha se atentado. 3º Encontro Tema: Conhecendo Mário de Andrade Objetivo: Apresentar o escritor Mário de Andrade, sua vida e obra Duração: 2 aulas Recursos utilizados: Vídeo e textos Metodologia: Inicialmente, faremos uma leitura silenciosa. O aluno, após essa leitura, deverá grifar, com lápis colorido, as informações principais a respeito do texto e responder as questões propostas em relação ao vídeo. http://www.youtube.com/watch?v=gqYWeD55ArM 13 Unidade 3 – Conhecendo Mário de Andrade Figura 3: Imagem 11/70 Amaral, Tarsila do (1866-1973) Mário de Andrade, post, 1922, 0,54x0,45, Palácio dos Bandeirantes, São Paulo Fonte: http://outraspalavras.net/wp-content/uploads/2014/06/140613_Tarsila- do-Amaral.jpg Disponível em: http://outraspalavras.net/posts/mario-de-andrade-revisita- modernismo-2/ Acesso em: 17/12/2014 Para conhecer melhor a vida e a obra deste importante autor, você deverá realizar uma leitura silenciosa do texto a seguir e, durante a leitura, deverá grifar com um lápis colorido as informações principais. Após a leitura silenciosa, a partir das anotações dos alunos, destacaremos as principais características e obras do autor. Biografia Mário Raul de Moraes Andrade (São Paulo SP 1893 - idem 1945). Poeta, cronista e romancista, crítico de literatura e de arte, musicólogo e pesquisador do folclore brasileiro, fotógrafo. Conclui o curso de piano pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo em 1917. Nesse ano, sob o pseudônimo de Mário Sobral, publica seu primeiro livro de versos, Há Uma Gota de Sangue em Cada Poema. Conhece Oswald de Andrade (1890 - 1954) e assiste à exposição modernista da pintora Anita Malfatti (1889 - 1964). http://outraspalavras.net/wp-content/uploads/2014/06/140613_Tarsila-do-Amaral.jpg http://outraspalavras.net/wp-content/uploads/2014/06/140613_Tarsila-do-Amaral.jpg http://outraspalavras.net/posts/mario-de-andrade-revisita-modernismo-2/ http://outraspalavras.net/posts/mario-de-andrade-revisita-modernismo-2/ 14 Em 1918, escreve em A Gazeta como crítico de música e, no ano seguinte, colabora em A Cigarra, O Echo e continua em A Gazeta. Trabalha assiduamente na revista paulista Papel e Tinta em 1920. Nessa época, frequenta o estúdio do escultor Victor Brecheret (1894 - 1955), de quem compra um exemplar do bronze Cabeça de Cristo. Em 1921, escreve para o Jornal do Comércio a série Mestres do Passado, contra o parnasianismo e colabora com a revista Klaxon, em 1922. Integra o Grupo dos Cinco com Tarsila do Amaral (1886 - 1973), Anita Malfatti, Oswald de Andrade (1890 - 1954) e Menotti del Picchia (1892 - 1988). Foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna, em fevereiro de 1922. Neste evento, leu seus poemas no palco do Teatro Municipal de São Paulo e foi vaiado. Ainda em 1922, lança seu segundo livro, Paulicéia Desvairada, um marco na literatura moderna brasileira. Em 1925, lança o livro de ensaios A Escrava que Não É Isaura, onde discute algumas tendências da poesia modernista, sendo considerado como um dos principais teóricos do movimento modernista. Em 1927, viaja pela região amazônica, e, no ano seguinte, pelo Nordeste brasileiro, registrando em fotos as paisagens, a arquitetura e a população dos locais visitados. Também fotografa paisagens de São Paulo, em especial da região central, e cenas, na fazenda de Oswald e Tarsila. Lança o romance Amar, Verbo Intransitivo em 1927. Passa a escrever para o Diário Nacional, órgão do Partido Democrático - PD, ao qual se filia. Nesse jornal, publica a maior parte de sua produção, entre críticas, contos, crônicas e poemas, até 1932. Em 1928, lança Macunaíma, Herói sem Caráter e Ensaio Sobre Música Brasileira; em 1929, Compêndio da História da Música; em 1930, Modinhas Imperiais e, em 1933, Música, Doce Música. Sempre interessado pela música erudita e popular, busca promover pesquisas de nacionalização da música brasileira. De 1933 a 1935, é crítico do Diário de São Paulo. Em 1935, funda, com Paulo Duarte, o Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, do qual se torna o primeiro diretor. Em 1937, convida o casal Lévi-Strauss para 15 ministrar um curso de etnografia. Cria, com Dina Lévi-Strauss, a Sociedade de Etnografia e Folclore, e se torna seu primeiro presidente. Organiza o Congresso de Língua Nacional Cantada. É eleito membro da Academia Paulista de Letras. De fevereiro a julho de 1938, envia um grupo de pesquisadores ao Norte e ao Nordeste do Brasil. Batizada de Missão de Pesquisas Folclóricas, a expedição por ele idealizada grava, fotografa,filma e estuda uma grande diversidade de melodias cantadas no trabalho, em festas e rezas. Em 1938, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde dirige o Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal, além de ocupar a cátedra de história e filosofia da arte. Retorna a São Paulo em 1941. Como técnico da seção paulista do Sphan, viaja por todo o Estado realizando pesquisas. Com outros intelectuais, contrários ao regime ditatorial do Estado Novo, funda em 1942 a Associação Brasileira de Escritores - ABRE, entidade que luta pela redemocratização do país. Colabora no Diário de S. Paulo e na Folha de S. Paulo. No salão de conferências da Biblioteca do Ministério das Relações Exteriores ministra a célebre conferência "O movimento modernista", incluída no livro Aspectos da Literatura Brasileira, de 1943. Publica O Baile das Quatro Artes, com comentários de crítica literária e artística, em 1943 e, no ano seguinte, escreve Lira paulistana, livro de poesias, publicado postumamente. Obras publicadas - primeiras edições Poesia Há uma Gota de Sangue em Cada Poema - 1917 Paulicéia Desvairada - 1922 Losango Cáqui ou Afetos Militares de Mistura com os Porquês de Eu Saber Alemão - 1926 Clã do Jabuti - 1927 Remate de Males - 1930 Poesias - 1941 Lira Paulistana - 1945 O Carro da Miséria - 1946 16 Conto Primeiro Andar - 1926 Belazarte - 1934 Contos Novos* - 1947 Romance Amar, Verbo Intransitivo - 1927 Macunaíma, o Herói sem Nenhum Caráter - 1928 Quatro Pessoas* - 1984 Ensaio A Escrava que Não É Isaura - 1925 Ensaio sobre a Música Brasileira - 1928 Compêndio de História da Música - 1929 Modinhas Imperiais - 1930 - seleção de quinze romanças brasileiras de salão, com prólogo e notas do autor Música, Doce Música - 1933 O Aleijadinho de Álvares de Azevedo - 1935 Namoros com a Medicina - 1939 Música do Brasil - 1941 O Movimento Modernista - 1942 - conferência Aspectos da Literatura Brasileira - 1943 Os Filhos da Candinha - 1943 O Baile das Quatro Artes - 1943 O Empalhador de Passarinho - 1944 Padre Jesuíno de Monte Carmello - 1945 Danças Dramáticas do Brasil* - 1959 Música de Feitiçaria no Brasil* - 1963 Aspectos da Música Brasileira* - 1965 Aspectos das Artes Plásticas no Brasil* - 1965 O Banquete* - 1977 Os Cocos* - 1984 As Melodias do Boi e Outras Peças* - 1987 Carta Cartas de Mário de Andrade a Manuel Bandeira* - 1958 71 Cartas de Mário de Andrade* - 1965 Cartas a Manuel Bandeira* - 1967 Mário de Andrade Escreve Cartas a Alceu, Meyer e Outros* - 1968 Mário de Andrade por Ele Mesmo (correspondência entre Paulo Duarte e Mário de Andrade e entre Sérgio Milliet e Mário de Andrade)* - 1971 Itinerários (cartas a Alphonsus de Guimaraens Filho)* - 1974 Cartas a um Jovem Escritor (correspondência de Mário de Andrade a Fernando Sabino)* - 1981 Cartas a Murilo Miranda* - 1981 Cartas de Trabalho - Correspondência com Rodrigo de Mello Franco: 1936/1945* - 1981 A Lição do Amigo: Cartas de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade, Anotadas pelo Destinatário* - 1982 Correspondente Contumaz, Cartas a Pedro Nava: 1925/1944* - 1982 Mário de Andrade - Oneyda Alvarenga: Cartas* - 1983 Cartas a Prudente de Morais Neto* - 1985 17 Depoimentos Mário de Andrade* - 1966 - depoimentos Entrevistas e Depoimentos* - 1983 Crônica Táxi e Crônicas no Diário Nacional* - 1976 Narrativa de viagem O Turista Aprendiz* - 1976 Infantil e juvenil Será o Benedito!* - 2008 *Publicação póstuma A seguir imagens de Mário de Andrade: Figura 4– Mario de Andrade . Fonte: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/9/marioandrade.j pg Disponível em: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=479&ev ento=9 Acesso em : 18/10/2014 http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/9/marioandrade.jpg http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/uploads/9/marioandrade.jpg http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=479&evento=9 http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=479&evento=9 18 Figura 5. Fonte http://commons.wikimedia.org/wiki/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M %C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg?uselang=pt- br#mediaviewer/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_A ndrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg A seguir assistiremos a um vídeo sobre Mário de Andrade. Identificações: Ficha Técnica Direção e roteiro: Hilton Lacerda Produção: Malu Viana Batista Realização: Pólo Imagem e TV PUC para a TV ESCOLA/MEC, 2001 Duração: 31’06” http://midiaseducacao-videos.blogspot.com.br/2006/05/mario-de-andrade- reiventando-o-brasil.html Após a exibição do filme os alunos deverão responder as seguintes questões: a) Como se deu a formação pessoal e acadêmica de um dos mentores da Semana de Arte Moderna de 1922, Mário de Andrade? b)Qual a importância do movimento modernista brasileiro? c) O clássico Macunaíma, pode ser considerado um "espelho-crítica" da formação do homem brasileiro? Porquê? http://commons.wikimedia.org/wiki/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg?uselang=pt-br#mediaviewer/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg http://commons.wikimedia.org/wiki/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg?uselang=pt-br#mediaviewer/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg http://commons.wikimedia.org/wiki/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg?uselang=pt-br#mediaviewer/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg http://commons.wikimedia.org/wiki/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg?uselang=pt-br#mediaviewer/File:C%C3%A2ndido_Portinari,_Ant%C3%B4nio_Bento,_M%C3%A1rio_de_Andrade_e_Rodrigo_Melo_Franco_1936.jpg http://midiaseducacao-videos.blogspot.com.br/2006/05/mario-de-andrade-reiventando-o-brasil.html http://midiaseducacao-videos.blogspot.com.br/2006/05/mario-de-andrade-reiventando-o-brasil.html 19 4º Encontro Tema: Teoria do conto Objetivo: Explicitar a base teórica sobre o conto, caracterizando-o como gênero. Apresentar novas conceituações sobre o gênero relacionado à literatura digital. Duração: 4 aulas Recursos utilizados: Acesso ao computador e textos Metodologia: Entregar para os alunos o texto com a teoria sobre o gênero conto, realizando a leitura compartilhada e sintetizando as principais características desse gênero. Em seguida, apresentar os novos conceitos da literatura digital em relação aos contos, fazendo com que os alunos tenham contato com tais textos no laboratório de informática. Unidade 4 – Teoria do conto Massaud Moisés (1978), explicitando as características do conto, diz que esse gênero, em sua essência, é a matriz da novela e do romance. No entanto, não devendo transformar-se neles. O autor ainda o caracteriza como sendo unívoco e univalente. Ele se constitui como unidade dramática, cujas características apresentam: uma célula dramática, girando em torno de um só conflito, um só drama e uma só ação. Dessa forma, o conto, segundo o autor, apresenta características que se extraem dessa unidade de ação que resultam em uma estruturação harmoniosa que podemos conferir por meio do esquema: - unidade dramática - unidade de espaço - unidade de tempo - número reduzido de personagens - diálogo (dominante) - descrição (tende a anular-se) - narração(tende a anular-se) - dissertação (praticamente ausente). (MOISÉS, 1978, p. 54) 20 Ainda para o autor, o conto, diferentemente do romance e da novela, é carregado de uma tensão poética que desencadeia no leitor sentimentos que podem levar à comoção ou causar perplexidade acerca da vida. Na verdade, existe uma proximidade muito grande entre as experiências vivenciadas pelo leitor e aquelas vivenciadas pelas personagens que configuram o conto, tornando-os, desse modo, praticamente um o reflexo do outro. Assim, é possível verificar que o conto em si possui uma estrutura que permite que o leitor evidencie em sua vida algo descrito ficcionalmente no enredo, o que lhe permite, a partir da leitura realizada, ampliar seu horizonte de conhecimentos. Para Gotlib (1985), o conto sofreu, com o passar dos tempos e devido à efusão da modernidade, algumas mudanças quanto a sua técnica, ou seja, a maneira como ele é narrado. Desta maneira, sua forma de estruturação permanece a mesma. Alguns teóricos não partilham da mesma opinião, ao contrário, eles afirmam que, na verdade, houve sim, juntamente com o advento da modernidade, uma nova forma de exposição desse gênero literário. Com a complexidade dos novos tempos, e devido em grande parte À Revolução Industrial que vai progressivamente se firmando desde o século XVIII, o caráter de unidade da vida e, consequentemente, da obra, vai se perdendo. Acentua-se o caráter da fragmentação dos valores, das pessoas, das obras. E nas obras literárias, das palavras, que se apresentam sem conexão lógica, soltas, como átomos (segundo as propostas do Futurismo, a partir, sobretudo, de 1909). Esta realidade, desvinculada de um antes e um depois (início e fim), solta neste espaço, desdobra-se em tantas configurações quantas são as experiências de cada um, em cada momento destes (GOTLIB, 1985, p. 30). A justificativa apresentada pela pesquisadora para que tais mudanças ocorressem está alicerçada nas mudanças significativas pelas quais o contexto histórico e social da humanidade passou. Antes das mudanças a 21 forma de narrar tinha como parâmetro o mundo como um todo. A narrativa conseguia, sem maiores problemas, representar esse todo. Entretanto, devido às mudanças ocorridas, o todo se fragmenta, o que dificulta estabelecer um ponto fixo. Nesse sentido, temos cada um representa de forma subjetiva uma parte desse todo. Na exposição sobre a estrutura do conto apresentada por Gotlib (1985), ela faz referência aos conceitos da teoria literária. Para ela, podem participar do conto: o narrador e as personagens. O gênero conto ainda apresenta um ponto de vista e o enredo. Esse último se caracteriza principalmente por sua pequena extensão e concisão. Gotlib justifica que a extensão do conto está atrelada ao fato de ele desenvolver apenas uma história e apresentar um único clímax. Em relação ao romance, a diferença está no fato de a trama deste desdobrar-se em conflitos secundários. O conto depende de um efeito único ou impressão total que causa no leitor. Para outros, é o próprio conto que representa um momento especial em que algo acontece. Nesse sentido, Norman Friedman (p. 134, apud GOTLIB, 1985, p. 64) pontua que: Um conto é curto porque, mesmo tendo uma ação longa a amostrar, sua ação é melhor mostrada numa forma contraída ou numa escala de proporção contraída. Por outro lado, o conto é um gênero literário que apresenta uma grande flexibilidade, podendo se aproximar da poesia e da crônica. Os historiadores afirmam que os ancestrais do conto são o mito, a lenda, a parábola, o conto de fadas e mesmo a anedota. Na obra “Contos novos”, podemos também identificar essas características, esclarecendo ainda que: a) a existência dum único conflito, duma única “história”, está intimamente relacionada com essa concentração de efeitos e de pormenores: o conto aborrece as digressões, as divagações, os excessos. Ao contrário, exige que todos os seus componentes estejam galvanizados numa única direção e ao redor dum só drama. [...] a soma dos objetivos, parciais e absolutos, que http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/poesia-versos-estrofes-metrica.htm http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/cronica-genero-entre-jornalismo-e-literatura.htm 22 vamos tendo pela vida fora, poderia dar uma série de pequenos dramas. (MOISÉS, 1985, p.21). b) O lugar físico em que a ação decorre geralmente é um só, em relação ao tempo a narrativa é cronológica e curta, não passa de dias, de horas ou de minutos, conservando a unidade do conto. c) O conto é objetivo, vai direto ao ponto, ressaltado pela unidade de ação, lugar e tempo. Entende-se por isso que todas as partes da narrativa devem obedecer a uma estruturação harmoniosa, com o mesmo e único objetivo. Este, por sua vez, corresponde à preocupação de todo contista no sentido de provocar no espírito do leitor numa só impressão, seja de pavor, piedade, ódio, simpatia, acordo, ternura, indiferença, etc. (MOISÉS, 1985, p23). d) A linguagem do conto também deve ser objetiva, tendo como importância o diálogo. Massaud Moises (1985, p.28) salienta que por seu estofo eminentemente dramático, deve ser, tanto quanto possível, dialogado. Sem diálogo não há discórdia, desavença ou mal-entendido; sem isso não há conflito, nem ação. As palavras como signos de sentimentos, ideias, pensamentos, emoções, podem construir ou destruir. Sem diálogo torna-se impossível qualquer forma completa de comunicação. e) Em relação às personagens são poucas, se igualando as outras características especificas do conto. As personagens do conto geralmente são planas, não crescem durante a trama, mostram apenas um recorte de sua personalidade. Desse modo, as personagens tendem a serem estáticas imóveis no tempo, no espaço e na personalidade. f) De acordo com Massaud Moisés (1985 p.32), a narração e descrição são pouco utilizadas, mas a descrição pode ter mais importância, dependendo do tipo de história. As personagens dos contos são diferenciadas pelo contorno dramático ou psicológico e não pela fisionomia ou vestimenta. Não há interesse em oferecer desenho acabado das figuras. O drama mora nas pessoas, não nas coisas ou roupagens; estas, quando muito, refletem-no. e) O uso da dissertação é raro ainda. Por tudo isso se compreende que a posição do leitor diante do conto é de quem deseja, à pressa, desentediar-se e, mesmo, enriquecer-se mentalmente. Como fiapos de arte e de vida, a imagem da existência fornecida pelo conto é fragmentária e por vezes excessivamente densa: ao leitor fica vedada. (MOISÉS, 1985, p.44). 23 PARA ALÉM DO TRADICIONAL - CONHECENDO OS NOVOS CONCEITOS SOBRE O CONTO: MINICONTO-HIPERCONTO-MICROCONTO- NANOCONTO-MINICONTOS DE OUVIR Durante o desenvolvimento dessa produção didática, novidades surgiram em termos de definição de contos e de modernidade, visto que hoje podemos dizer que além do conto tradicional, temos ainda o que aparece na era digital chamado de literatura eletrônica, que seria o miniconto ou hiperconto e microconto. Pensamos então em apresentar aos alunos essa novidade, pois se eles já estão no último ano do ensino médio, pode ser uma forma de estimular a continuação de possíveis leituras, escritas, interação, sendo nosso maior intuito que mesmo que eles saiam da escola haja uma possibilidade de tornarem-se leitores independentes e capazes. Como se trata de atividade que depende da questão tecnológica, o professor deverána semana anterior reservar o laboratório de informática, verificar se as caixas de som funcionam normalmente e pedir para que os alunos tragam os seus fones de ouvido para a escola a fim de poderem conhecer tais recursos. Em seguida o professor apresenta as definições: Vamos conhecer melhor esses conceitos? A) LITERATURA DIGITAL Literatura digital é aquela nascida no meio digital, um objeto digital de primeira geração criado pelo uso de um computador e (geralmente) lido em uma tela de computador. B) MINICONTO OU HIPERCONTO Miniconto, é uma espécie de conto muito pequeno, podendo ter até uma página. Embora a teoria literária ainda não reconheça o miniconto como um gênero literário à parte, fica evidente que as características do que chamamos de miniconto são diferentes das de um "conto pequeno". No miniconto muito mais importante que mostrar é sugerir, deixando ao leitor a tarefa de "preencher" as elipses narrativas e entender a história por trás da história escrita. http://pt.wikipedia.org/wiki/Conto http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_Literatura http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero_liter%C3%A1rio 24 O guatemalteco Augusto Monterroso é apontado como autor do mais famoso miniconto, escrito com apenas trinta e sete letras: Quando acordou o dinossauro ainda estava lá. Assim como o estadunidense Ernest Hemingway é autor de outro famoso miniconto. Com apenas vinte e seis letras, mas por trás das quais há toda uma história de tragédia familiar: Vende-se: sapatos de bebê, sem uso. Características do miniconto Concisão Narratividade (muitos dos ditos minicontos são, na verdade, tiradas líricas) Totalidade (um miniconto não é uma story line) Subtexto Ausência de descrição Retrato de "pedaços da vida" Outra possibilidade do conto nas novas tecnologias é o conto em que o leitor participa de sua evolução através de hiperlink, gênero que se define como hiperconto. Depois de apresentado as conceituações acima, o professor deverá escrever os links abaixo, no quadro existente na sala de informática ou em papel kraft. Ele poderá também digitá-los em papel sulfite e entregá-los para cada aluno para que seja feito o acesso. http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=3034&titulo=O_ hiperconto_e_a_literatura_digital http://www.literaturadigital.com.br/ http://www.literaturadigital.com.br/estudoemvermelho/ http://www.artistasgauchos.com.br/veredas/paraoprofessor http://microcontos-cgv.blogspot.com.br/p/o-que-sao- microcontos-afinal.html http://pt.wikipedia.org/wiki/Guatemala http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Monterroso http://pt.wikipedia.org/wiki/Dinossauro http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am%C3%A9rica http://pt.wikipedia.org/wiki/Ernest_Hemingway http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=3034&titulo=O_hiperconto_e_a_literatura_digital http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=3034&titulo=O_hiperconto_e_a_literatura_digital http://www.literaturadigital.com.br/ http://www.literaturadigital.com.br/estudoemvermelho/ http://www.artistasgauchos.com.br/veredas/paraoprofessor http://microcontos-cgv.blogspot.com.br/p/o-que-sao-%20%20%20microcontos-afinal.html 25 C) MINICONTOS DE OUVIR – como o próprio nome diz trata-se de textos que podem ser ouvidos por meios eletrônicos. Disponível em: http://www.literaturadigital.com.br/minicontosdeouvir/ http://www.literaturadigital.com.br/minicontosdeouvir/audios.html D) O QUE SÃO MICROCONTOS? São caracterizados como textos que possuem o limite de 150 caracteres (contando letras, espaços e pontuação) para permitir seu envio através de mensagens SMS (torpedos) pelo celular, evidenciando uma das características do microtexto, que é sua ligação com as novas tecnologias de informação e comunicação. No Brasil, o livro Ah,é? 1994, de Dalton Trevisan, é considerado o ponto de partida do miniconto no seu formato contemporâneo. Também se destaca João Gilberto Noll que apresenta obras voltadas para o tema. E) O QUE SÃO NANOCONTOS? São textos que teriam até 50 letras, sem contar espaços e pontuação. Ainda não há uma definição exata, tal como acontece com o conto. Este, talvez tenha sido melhor definido por Mario de Andrade: “Conto será sempre aquilo que seu autor batizou de conto”. F) SUGESTÃO DE MINICONTOS PARA TRABALHAR EM SALA DE AULA Segundo o autor do site, “pela temática, nem todos os minicontos são adequados para o trabalho em sala de aula, pelo menos não com crianças.” Ela cita alguns exemplos que poderão ser trabalhados em sala de aula: Colégio Novo: aborda o chamado bullying que sofrem crianças especiais, no caso um cadeirante. O monstro embaixo da cama: excelente para discutir com os jovens sobre os medos, brincar com eles sobre o infantil "medo de monstro" e refletir sobre os medos que substituíram estes. Solidariedade: a partir da singela história de um papeleiro e seu cavalo, este miniconto permite todo um debate acerca da solidariedade (ou da falta dela) nos dias de hoje. http://www.literaturadigital.com.br/minicontosdeouvir/ http://www.literaturadigital.com.br/minicontosdeouvir/audios.html http://pt.wikipedia.org/wiki/SMS http://pt.wikipedia.org/wiki/Novas_tecnologias_de_informa%C3%A7%C3%A3o_e_comunica%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Novas_tecnologias_de_informa%C3%A7%C3%A3o_e_comunica%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/1994 http://pt.wikipedia.org/wiki/Dalton_Trevisan http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Gilberto_Noll http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Gilberto_Noll http://www.artistasgauchos.com.br/veredas/?apid=2414&tipo=2&dt=0&wd=&autor=Marcelo%20Spalding&titulo=Col%E9gio%20Novo http://www.artistasgauchos.com.br/veredas/?apid=2421&tipo=2&dt=0&wd=&autor=Ana%20Mello&titulo=O%20monstro%20embaixo%20da%20cama http://www.artistasgauchos.com.br/veredas/?apid=2401&tipo=2&dt=0&wd=&autor=Leonardo%20Brasiliense&titulo=Solidariedade 26 Nômades: aborda a complexidade das formações familiares atuais, com pais separados, jovens morando em mais de uma casa, etc. http://www.minicontos.com.br/paraoprofessor 5º Encontro Tema: O Modernismo e sua relação com a arte Objetivo: Motivar os alunos a conhecerem a obra literária de Mário de Andrade através de obras de arte pertencentes ao Modernismo no Brasil. Duração: 4 aulas Recursos utilizados: Imagens que podem ser visualizadas na TV pendrive e textos. Metodologia: Exibir obras importantes do Modernismo, analisando-as conforme as características do movimento literário e do referido contexto- histórico. Unidade 5 – O Modernismo e sua relação com a arte Para conhecermos melhor a obra de Mário de Andrade, e contextualizarmos a sua produção, vejamos as obras a seguir: http://www.artistasgauchos.com.br/veredas/?apid=2947&tipo=2&dt=0&wd=&titulo=N%F4mades http://www.minicontos.com.br/paraoprofessor 27 Imagem 21/70 - Portinari, Cândido (1903-62) Café, Post, 1,30x193, 1935, Museu Nac. de Belas Artes, Rio de Janeiro. Figura 6 : http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/images/foto202.gif Disponível em: http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml Acesso em: 10/11/2014 Discutindo com os alunos sobre a tela de Portinari. a) Quais ações que estão sendo realizadas. b) Todas as pessoas estão trabalhando? c) Que trabalho é esse? d) Descreva a expressão dos rostos e dos corpos? e) Quem está em posto de trabalho diferenciado? Qual a diferença na postura corporal entre essa figura e a dos trabalhadores? f) Observe as mãos e os pés. Como são eles? g) Qual é a cor que predomina no quadro? h) Como estão ordenadas as linhas do fundo onde há plantação? E as do chão? i) Como você prefere percorrer a imagem com seu olhar? j) O que será queos figurantes farão depois do trabalho? Fale sobre alguns deles. k) Quais são as relações de trabalho? Esse trabalho parece ser bem remunerado? l) Se Portinari pintou esse quadro para denunciar a condição do trabalhador rural, como defender essa opinião através de elementos presentes no quadro. http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/images/foto202.gif http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml 28 Imagem 16 / 70 Di Cavalcanti, Emiliano (1897-1976) Pescadores, post, 1942, 0,81x1,00, Palácio Bandeirantes, SP. Figura 7 : http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/images/fo0313.gif Disponível em: http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml Acesso em: 10/11/2014 5) A respeito dessa obra “Pescadores”, de Di Cavalcanti, há uma observação feita por Mário de Andrade que transcreveremos abaixo: Nenhum outro pintor brasileiro chegou tão perto da nossa alma popular. A figura da mulata é símbolo da malemolência da nossa nacionalidade interpretada por um artista que amava viver em todos os sentidos. Sua obra abrange outros motivos, ao mesmo tempo brasileiros e cariocas, como o carnaval, os sambistas, as mulheres das noites da Lapa (famoso bairro boêmio carioca que inspirou inúmeros compositores), impregnadas de sensualidade. Como ele próprio afirmava “a nossa arte tem de ser como a nossa comida, o nosso ar, o nosso mar. Tem de ser reveladora de nossa cultura, pois a boa arte é sempre cultural, e sua dimensão própria é a de antecipar um momento cultural”. http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml Você concorda com a opinião de Mário de Andrade? Por quê? http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/images/fo0313.gif http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml 29 Uma das obras mais famosas do período modernista é a obra da artista Tarsila do Amaral. Vejamos: Imagem 13/70 Amaral, Tarsila do (1886-1973) Operários, post, 1931, 1,20x2,05, Palácio Bandeirantes, São Paulo Figura 8 : http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/images/fo0911.gif Disponível em: http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml Acesso em: 10/11/2014 1. Que elementos você vê na imagem? 2. Que sentimentos ela lhe desperta? 3. Que elementos da pintura fazem referência a que situação? 4. Como você interpreta a tela? O que você supõe que o artista quis provocar ou transmitir? Não podemos deixar de apresentar a obra “O Lavrador de café” que faz menção à temática social das mais recorrentes em Portinari que, só sobre esse tema, realizou cerca de 50 obras, tendo recebido, em 1935, a 2ª Menção Honrosa do Carnegie Institute, em Pittsburgh, nos EUA pela tela “Café”. Hoje, a tela pertencente ao Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. É uma das telas mais famosas de Candido Portinari (1903-1962), cuja http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/images/fo0911.gif http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag008.shtml 30 data é confusa. Para o MASP, ela teria sido elaborada em 1939, mas para o Projeto Portinari , a obra data de 1934. Pintura a óleo sobre tela 100x 81 cm “Lavrador de café” Portinari. 1934 Figura 9 http://4.bp.blogspot.com/- 0Ov3Ixl_5_c/TqyA8NLCcQI/AAAAAAAABFc/eoFvOObayU8/s400/Candido- Portinari-1.jpg Disponível em: http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2011/10/o- lavrador-de-cafe-candido-portinari.html Acesso em: 10/11/2014 A partir da observação da obra, levante hipóteses e, depois confira as suas respostas com o texto apresentado abaixo: a) Qual título você daria a essa obra? b) Quem seria esse homem. Quais características físicas são apresentadas? c) Onde ele está? d) Quais outros elementos da obra chamam atenção? e) Que elementos contrastam na imagem? http://4.bp.blogspot.com/-0Ov3Ixl_5_c/TqyA8NLCcQI/AAAAAAAABFc/eoFvOObayU8/s400/Candido-Portinari-1.jpg http://4.bp.blogspot.com/-0Ov3Ixl_5_c/TqyA8NLCcQI/AAAAAAAABFc/eoFvOObayU8/s400/Candido-Portinari-1.jpg http://4.bp.blogspot.com/-0Ov3Ixl_5_c/TqyA8NLCcQI/AAAAAAAABFc/eoFvOObayU8/s400/Candido-Portinari-1.jpg http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2011/10/o-lavrador-de-cafe-candido-portinari.html http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2011/10/o-lavrador-de-cafe-candido-portinari.html 31 Após as respostas, o professor vai lendo o texto disponível no link abaixo, fazendo as inferências e a verificação em relação às respostas dadas. http://www.sabercultural.com/template/obrasCelebres/PortinariOLavradorDeCaf e.html http://educar.sc.usp.br/cordoba/gob_bispo/arte_bispo.html 6º Encontro Tema: Estratégia de leitura nos contos de Mário de Andrade Objetivo: Apresentar o livro “Contos Novos”, de Mário de Andrade e aplicar na prática as estratégias propostas, conforme embasamento teórico definido no Projeto de Intervenção Pedagógica Duração: 6 aulas Recursos utilizados: Textos impressos Metodologia: Leitura silenciosa e integral dos textos (contos), utilizando-se das estratégias de leitura estudadas, ou seja, analisar os textos, considerando: o antes, o durante e o depois da leitura. Unidade 6 – Estratégias de leitura nos contos de Mário de Andrade Contos Novos de Mario de Andrade O livro Contos Novos, de Mário de Andrade, foi publicado postumamente, em 1947. A morte prematura impediu ao autor que finalizasse o projeto do livro, que compreenderia doze contos. No entanto, apenas nove foram efetivamente escritos. Segundo indicações do próprio Mário, ele iniciou a redação ainda na década de 1920, tendo-a revisado em diversas ocasiões, como é o caso, por exemplo, de “Atrás da Catedral de Ruão”, iniciado em 1927, que passou por, ao menos, cinco revisões até a finalização, em julho de 1944. Mário de Andrade iniciou sua carreira no auge da implantação do Modernismo http://www.sabercultural.com/template/obrasCelebres/PortinariOLavradorDeCafe.html http://www.sabercultural.com/template/obrasCelebres/PortinariOLavradorDeCafe.html http://educar.sc.usp.br/cordoba/gob_bispo/arte_bispo.html 32 no Brasil. Ao lado de Oswald de Andrade e outros diversos artistas, colaborou decisivamente para a revolução modernista e para a realização da Semana de Arte Moderna, em 1922. E, como tal, fez diversas experiências estilísticas tanto na prosa quanto na poesia, com destaque para Macunaíma e Amar, verbo intransitivo. No caso de Contos novos, Mário abandona o experimentalismo mais radical, em prol de uma narrativa modernista segura e madura, por assim dizer. As histórias que se passam em São Paulo, tanto na capital quanto no interior, têm como objetivo retratar o processo de urbanização e industrialização, o duelo entre patriarcalismo e progressismo, denúncia de injustiças sociais e análise psicológica dos personagens. A seguir, faremos juntamente com os alunos a análise dos contos: O PERU DE NATAL Para tanto, inicialmente, levaremos o livro para a sala de aula para mostrá-lo para a sala toda, para que os alunos vejam materialmente o que vão estudar. Como o livro é composto de 9 contos, permite-se, neste momento, que os alunos possam saber quais contos, ou vejam de quais títulos o livro é composto. Não iremos interferir na escolha da leitura de nenhum deles, é apenas um momento para um primeiro contato e motivação, o qual também podemos chamar de seleção. Após esse contato, perguntaremos para os alunos por qual dos títulos eles mais se interessaram e acolheremos algumas sugestões indagando o porquê da escolha deles. Como houve já uma prévia motivação para a leitura de alguns textos, podemos inserir os títulos objetos de estudo deste trabalho, que é “O peru de Natal” e “Primeiro de maio”, do mesmo autor e livro e, na sequência, faremos algumas questões: 33 Antes da leitura: a) Qual o tema poderá ser tratado nesse texto de acordo com o título? b) Observandoo texto que você recebeu, percebe-se que é um texto curto. Quais gêneros textuais possuem essa especificidade? E suas características? Como podemos classifica-los de acordo com as categorias, ou seja, jornalística, literária, etc? c) Tendo como referência o autor Mário de Andrade, a que gênero poderia ter sido classificado por ele para escrever esse texto? d) Que outros textos literários vocês já leram que tenha tido como título “peru” ou “natal”? Com essas questões há exploração do conhecimento prévio do aluno com questões que não tratem exclusivamente do significado do texto, apenas do seu tema. Segundo, Menegassi (2010, p.93) “nessa atividade, o professor consegue identificar, a partir da discussão inicial com o aluno, o nível de conhecimento prévio do leitor sobre o assunto do texto (...). Na verdade, nessa fase de pré-leitura, o professor já efetiva uma avaliação inicial, para saber qual procedimento tomará no decorrer da leitura e no após para auxiliar e verificar a compreensão do aluno”. O próximo passo se trata de antecipação acontecendo aqui o início da leitura. Como já foi realizada uma reflexão sobre o título, o aluno já antecipa algumas previsões sobre o conteúdo do texto. Com o início da leitura o aluno então, pode comprovar ou não a sua predição iniciada no título, o que lhe permite continuar com a estratégia escolhida ou então poderá fazer sua readequação. Conforme esclarece Menegassi (2010, p.44), ao adentrar à leitura do texto, o leitor vai, gradativamente, comprovando suas antecipações e, se são adequadas, continua a produzir novas predições, dando prosseguimento a leitura. Entretanto, se suas antecipações não são comprovadas, o leitor, conscientemente, procura adequar uma nova estratégia à leitura realizada, mostrando sua capacidade, e competência no trato com o texto. 34 Para Solé (1998), a maior parte do esforço do leitor ocorre durante a leitura. O resultado desse esforço resultará, sem dúvida, numa maior compreensão. A pesquisadora apresenta ainda algumas possibilidades de leitura, entre elas, destacamos a compartilhada que, segundo ela, é o momento mais produtivo para os alunos, visto que ela proporciona na prática a aplicação das estratégias apresentadas para a compreensão do texto. Ela também é importante, pois possibilita que o professor realize uma avaliação formativa da leitura e de todo o processo realizado. Uma das estratégias importantíssimas para ser seguida em situação de leitura é a utilização de textos completos, não apenas de fragmentos textuais. Isso é recomendado para que o aluno conheça todo o sentido do texto e, além disso, possa manuseá-lo como se procede naturalmente na sociedade. Segue o link, caso os alunos ou os professores não tenham o livro na escola: http://www.releituras.com/marioandrade_natal.asp Também faz parte, deste momento, a etapa da inferência, ou seja, conforme nos explicita Menegassi (2010, p. 94), o levantamento das ideias centrais do texto permite construir uma ideia mais concreta das possíveis intenções do autor, já que nem todas as informações estão diretamente expostas no texto, devendo ser observadas a partir da inferência textual. Nesta etapa, são feitas perguntas e afirmações inferenciais, ou seja, a produção de um conjunto de perguntas que reúna várias informações sobre o texto, exigindo do leitor busca, construção e produção de conhecimentos a partir das informações oferecidas pelo texto e as que ele tem em sua memória, dá origem à inferência textual. Como afirma Marcuschi (2001, p.56), “inferir é produzir informações novas a partir de informações prévias, sejam elas textuais ou não”. Dessa forma, por meio de perguntas e afirmações inferenciais, o leitor costuma “acrescentar ou eliminar; generalizar ou reordenar; substituir ou extrapolar informações” e, com isso, produz novos sentidos ao texto, isto é, avaliando, http://www.releituras.com/marioandrade_natal.asp 35 generalizando, comparando, associando, reconstruindo, particularizando informações, como se faz cotidianamente na sociedade. Durante a leitura: 1) Como era a ceia feita, por muitos anos, no estilo do pai? 2) Comer peru em outras ocasiões diferentes da noite de Natal não era inédito na família do narrador, porém, de que forma a família comportava-se quando podiam tê-lo em suas refeições? 3) Em várias partes do texto há a expressão “e era louco mesmo”. O que isso representa? 4) De que forma a figura feminina da mãe é retratada? Faça um quadro comparativo entre o antes e o depois da morte do pai do narrador e, seu marido. 5) Retire dos textos exemplos de que a figura do pai do narrador causa a infelicidade no restante da família. 6) Qual a estratégia utilizada pelo narrador para resolver o impasse causado pela presença do pai, naquela noite? 7) Qual o sentido real da expressão “comer peru”, naquela noite? Aqui a mediação do professor é através da leitura compartilhada, podendo ainda ser interrompida a leitura e realizada a intervenção do professor para haver efetividade na interpretação. 8) Das características do modernismo, do autor Mário de Andrade, conforme sua compreensão a respeito do texto “O Peru de Natal”, marque se verdadeiro ou falso as seguintes proposições abaixo: 36 ( ) O autor, neste conto, faz uma reescritura não só da história familiar da personagem, mas da própria literatura brasileira, quando se entende o Modernismo como uma: ruptura, literatura que representa uma crítica global às estruturas mentais das velhas gerações e um esforço de penetrar mais fundo na realidade brasileira (BOSI, 1995, p. 375). ( ) O vocabulário, a sintaxe e o ritmo de Contos novos refletem a preocupação com a língua falada. Isso pode ser percebido, no início do período por conjunção adversativa e pontuação, o que denota marcas da oralidade: “_ Se lembre de seus manos, Juca!” (ANDRADE, 1990, p. 78). ( ) A partir da narrativa do conto em questão não é possível adquirir o conhecimento profundo da alma humana. ( ) Observa-se uma maior apuração da escrita, uma sutileza em abordar temas corriqueiros, como a rotina familiar mantida pela aparência, envolvimento de seus membros na realização das próprias aspirações. Como modernista imbui-se de uma manutenção das regras, padrões... ( ) O peru era o símbolo da união familiar. A personagem principal odeia o pai, mas ama a mãe, irmã, tia. Quando as barreiras da infelicidade foram embora, a vida reluzente toma seu espaço; e assim sendo, o evento do peru irradia a família com toda felicidade, e, às vezes, em alguns momentos, o falecido é lembrado. ( ) Pode-se relacionar o momento em que o peru vai sendo comido com a devoração antropofágica, sendo que a devoração do peru simboliza a destruição da figura do pai e, portanto, põe fim à escravização da mãe. Para muitos estudiosos da obra de Mário de Andrade este conto é a obra-prima do autor, em virtude do poder de síntese alcançado por ele na narrativa. A seguir, atividades do segundo conto para análise: 37 PRIMEIRO DE MAIO Segue o link, caso os alunos ou os professores não tenham o livro na escola: http://www.vermelho.org.br/noticia/153015-11 1) Pelas caraterísticas físicas da personagem apresentadas, como podemos defini-lo psicologicamente? 2) Pelo contexto histórico porque “35” sabia que o proletariado era uma classe oprimida? 3) Pesquisando ainda o contexto histórico, porque no dia 1º de maio teria “grandes motins” em Paris, Cuba, Chile e Madri? Qual a situação político-social desses países atualmente? E no Brasil? Temos motivos para comemorar a data de 1º de maio? 4) “35” cita, que o divórcio era necessário -ao selembrar da moça do apartamento- o que pressupõe que ele seria casado. Era possível naquela época divorciar-se? E hoje como funciona essa questão? 5) A figura dos deputados da época foi caracterizada de que forma? Essa caracterização ainda continua? 6) Como se pode explicar, de acordo com o texto, a expressão “estava quase infeliz”? Nesse momento, já se pode realizar uma avaliação de leitura, pois conforme Menegassi (2010, p. 93), as diferenças interpretativas para um mesmo texto marca a interação entre leitor e o texto, consequentemente com seu autor, a partir da mediação do professor, que orientará o diálogo do aluno com o texto, mostrando que toda leitura coerente é passível de ser aproveitada e considerada, na discussão em sala de aula. 7) Que fator biológico faz a personagem principal se esquecer de suas indecisões? O que acontece a partir disso? 8) Num dado momento, temos a presença de mais uma personagem caracterizada por um número. Descreva-as. http://www.vermelho.org.br/noticia/153015-11 38 9) O autor utiliza-se de um recurso da linguagem dramática em seu texto. Identifique-o e classifique. 10) Atualmente existe um escritor muito conhecido que utiliza o recurso de não nomear personagens, mas sim denominá-las conforme suas características pessoais. Esse autor é José Saramago e para ampliação dos conhecimentos vejamos um trecho do livro “Ensaio sobre a cegueira”, que comprova essa maneira inovadora de escrever: Mas a cegueira não é assim, disse o outro, a cegueira dizem que é negra, Pois eu vejo tudo branco, Se calhar a mulherzinha tinha razão, pode ser coisa de nervos, os nervos são o diabo, Eu bem sei o que é, uma desgraça, sim, uma desgraça, Diga-me onde mora, por favor, ao mesmo tempo ouviu-se o arranque do motor. Balbuciando, como se a falta de visão lhe tivesse enfraquecido a memória, o cego deu uma direcção, depois disse, Não sei como lhe hei-de agradecer, e o outro respondeu, Ora, não tem importancia, hoje por si, amanhã por mim, não sabemos para o que estamos guardados, Tem razão, quem me diria, quando saí de casa esta manhã, que estava para me acontecer uma fatalidade como esta. Estranhou que continuassem parados, Por que é que não andamos, perguntou, O sinal está no vermelho, respondeu o outro, Ah, fez o cego, e pôs-se a chorar outra vez. A partir de agora deixara de poder saber quando o sinal estava vermelho. (SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 13) Fica a dica para que assistam também ao filme com o mesmo nome do livro, como atividade complementar. 11) No conto “Primeiro de maio”, é possível perceber a utilização do recurso da falta de nomeação das personagens? Dê exemplos indicando o número de páginas e a personagem a que se refere. 12) Retirar do texto palavras que foram modificadas pelo novo acordo ortográfico, justificando sua alteração. 13) Pela condição social de “35”, percebe-se que ele não possuía conhecimento elaborado e que o medo e a força falaram mais alto. Partindo da trajetória individual da personagem daquela época, compare-a com a as manifestações atuais, principalmente ocorridas em 2013, em que muito se comentou sobre a 39 possibilidade, tanto do cidadão comum quanto do mais elitizado, de demonstrar seus pensamentos e ideologia. 14) A personagem “35” incorpora a figura do trabalhador que viveu em determinada época no Brasil em que se iniciava o desejo de lutas por direitos trabalhistas mais efetivos. Hoje, estamos diante de uma situação, jamais imaginada naquela época, trata-se da imigração, ou seja, nosso país está acolhendo pessoas de diversos países, que vêm para o Brasil em busca de emprego e melhores condições de vida. Assim, a respeito do conto marque V para verdadeiro ou F para falso: ( ) A caracterização da personagem com o número 35 pode se referir ao ano em que o conto foi escrito. ( ) A década de 1930 foi marcada pelo avanço do comunismo no mundo. ( ) O protagonista enquanto trabalhador, não possui consciência da classe e nem mesmo é reprimido em sua consciência social. ( ) A Revolução Constitucionalista de 1932, foi um movimento de São Paulo contra o resto do país, liderado por João Figueiredo, que culmina com o fim da soberania dos barões do café sobre a política nacional, fato contra o qual Figueiredo lutou e ganhou de São Paulo sua antipatia eterna. ( ) Com a Revolução Constitucionalista, houve uma grande incorporação do movimento operariado à revolução, pautada também pela ideia de uma melhor remuneração de leis trabalhistas eficazes pata todos. ( ) O comunismo aparecia de forma expressiva naquele momento, liderado pela coluna Prestes, junto com o facismo e o liberalismo, defendido pelos paulistas na idealização da Constituição. O anarquismo também era expressivo dado à solidariedade para com os mais oprimidos. ( ) Ao final do conto, percebemos um otimismo demonstrado pelo narrador, como podemos perceber neste trecho: “E foi logo escolhendo as duas malas maiores, que ergueu numa só mão, num esforço satisfeito de músculos. O 22 olhou pra ele, feroz, imaginando que 35 propunha rachar o galho. Mas o 35 deu um soco só de pândega no velhote, que estremeceu socado e cambaleou três passos. Caíram na risada os dois. Foram andando.” 17) Identifique no trecho a seguir o tipo de discurso utilizado pelo narrador da seguinte forma- DD – Discurso Direto / DI – Discurso Indireto 40 ( ) [...] se esperavam “grandes motins” em Paris, deu uma raiva tal no 35. E ele ficou todo fremente, quase sem respirar, desejando “motins” (devia ser turumbamba) na sua desmesurada força física, ah, as fuças de algum... polícia? Policia. Pelo menos os safados dos policias [...] (ANDRADE, 1933, p.37) 18) Classifique o narrador em 1ª ou 3 ª pessoa, ou seja, trata-se de narrador personagem ou narrador-observador? Analise e classifique conforme trecho a seguir: [...] regava todo por “dentro” dum espírito generoso de sacrifício. Estava outra vez enormemente piedoso, morreria sorrindo, morrer... Teve uma nítida, envergonhada sensação de pena. Morrer assim tão lindo, tão moço. A moça do apartamento [...] (ANDRADE, 1993, p. 38). ( ) narrador em 1ª pessoa ( ) narrador em 3 ª pessoa Após o trabalho utilizando as estratégias de leitura com os contos “O peru de natal” e “Primeiro de maio”, o professor deverá incentivar a leitura dos outros contos que compõem a obra “Contos novos”, que poderá ser realizada de maneira individual pelos alunos como tarefa complementar. Uma atividade interessante a respeito do trabalho com contos é a leitura dramatizada ou a encenação teatral dos dois contos, ou dos outros que não foram lidos, ou mesmo de todos os contos que compõem a obra. Certamente é um trabalho que dá certo, no entanto é preciso que o professor preveja tal atividade antes, já alertando os alunos no início dos trabalhos para que haja uma organização de datas, grupos, valoração de notas, etc. 7º Encontro Tema: Ampliando conhecimentos a partir dos temas tratados nos contos de Mário de Andrade 41 Objetivo: Oportunizar ao aluno a ampliação dos conhecimentos a partir do trabalho realizado com os contos. Neste caso, escolhemos o tema do trabalhador presente no conto “Primeiro de maio” para que o aluno possa atualizar essa questão a partir de um texto jornalístico. Duração: 4 aulas Recursos utilizados: Textos impressos Metodologia: Contextualizar o tema referente ao “trabalhador” ou “trabalho”, fazendo uma ligação com o mesmo tema tratado no conto “Primeiro de maio”. Apresentaremos, para tanto, um texto jornalístico atual e um vídeo que demonstra um viés da real situação dos novos imigrantes no Brasil. Unidade 7 – Ampliando conhecimentos a partir dos temas tratados noscontos de Mário de Andrade Para Menegassi (2010, p. 92), é preciso a realização de situações de leituras próximas das situações reais da sociedade, pois: “o artificialismo comum às situações de leitura na sala de aula deve dar lugar à criação de situações de leituras mais próximas possíveis de situações reais.Desse modo, produzir situações de avaliação de leitura que se assemelhem ao que o aluno encontra na sociedade em que vive é muito importante. (...) Ao chegar o momento da avaliação, que também pode ser uma das ituações corriqueiras da sala de aula, o aluno não se sentirá despreparado; ao encontrar na sociedade, uma situação de leitura que exija dele uam posição de leitor competente”. No âmbito da literatura, temos outros contos que tratam da temática do pai, por exemplo: “Pai contra mãe” e “Teoria do medalhão”, de Machado de Assis; “A terceira margem do rio, de Guimarães Rosa, entre outros. A literatura ou a leitura literária ou a leitura em si, seja de um conto, de um livro, de um texto nos abre um leque para um mundo em que antes não havíamos pensado, habitado, refletido. Partindo desse conceito, 42 vamos ampliar também nossos horizontes pensando na realidade da nossa sociedade e de certa maneira de mundo também. Vimos que no conto de Mário de Andrade, “Primeiro de maio”, a temática de um trabalhador de meados do século passado, que expõe todas as suas dúvidas, incertezas, medos permeados por uma questão histórica opressora. Cabe a nós leitores, pensarmos também na situação desse trabalhador nos dias atuais e fazermos alguns questionamentos? Como estão os trabalhadores atuais? Quais são seus direitos? A realidade é a mesma? Qual o contexto atual de empregabilidade? Diante de um cenário atual, percebemos que muitas coisas mudaram como, por exemplo, a questão da carga horária diárias, dos direitos trabalhistas, do respeito a esse trabalhador e temos ainda uma nova situação no Brasil que são os trabalhadores de outros países que vêm em busca de oportunidades, algo que seria inimaginável num país que caminhava a passos pequenos, em termos de industrialização. Hoje, pelo menos em boa parte do país, resplandece uma realidade de desenvolvimento econômico que necessita de trabalhadores e já não se encontra mão de obra para suprir as necessidades. É aí que surge, então, a oportunidade, na visão de estrangeiros, de se empregar no mercado de trabalho brasileiro, fazendo o caminho inverso de uns anos atrás, em que, na realidade, o brasileiro é que saia do nosso país em busca de oportunidades. Agora, mais uma vez, temos a presença de haitianos, bolivianos, africanos, caribenhos entre outros, que mudam diariamente a nossa realidade. É preciso então, repensar não apenas a posição desses trabalhadores estrangeiros como também dos trabalhadores brasileiros, e se possível compará-los com aquele apresentado no conto de Mário de Andrade. Cumpre ressaltar que Mário era apaixonado pela cidade de São Paulo, que se desenvolvia, se industrializava. Além da cidade, a chegada dos imigrantes, as chaminés das fábricas, ou seja, as mudanças pelas quais essa cidade passava vão interessar o olhar de Mário. Mas, certamente com o mundo globalizado percebemos e temos contato com a realidade não apenas 43 de São Paulo, mas do mundo inteiro, em especial a dos novos imigrantes do Brasil. Para abordarmos tais situações junto aos alunos, vejamos algumas reportagens a respeito disso: Primeiramente, vamos conhecer um pouco sobre a realidade desses novos imigrantes que desembarcam no Brasil em busca de oportunidades de trabalho e que nem sempre essa realidade condiz com o que foi pretendido quando saíram de seus países: https://www.youtube.com/watch?v=KQLVQkBZMvQ Após assistirem ao vídeo, o que podemos apreender sobre a condição vivida por esses imigrantes? O que são os “coiotes” conforme apresentados no vídeo? Você concorda com a posição do Brasil em acolher essas pessoas que vem em busca de trabalho? A seguir apresentamos o texto “Imigrantes haitianos e africanos são explorados em carvoarias e frigoríficos”, que nos remetem à nossa realidade próxima e nos mostra uma situação nova e histórica vivenciada em nossa região, no nosso país. Leia mais sobre esse assunto em: http://oglobo.globo.com/brasil/imigrantes-haitianos-africanos-sao-explorados- em-carvoarias-frigorificos-13633084 A partir da leitura do texto primeiramente silenciosa e depois oral, responda: 1) Qual é a ideia central do texto “Imigrantes haitianos e bolivianos são explorados em carvoarias e frigoríficos”? 2) Que fator ambiental citado no texto faz referência ao contexto histórico do vídeo “Os fantásticos livros voadores de Modesto Máximo que desencadeia a https://www.youtube.com/watch?v=KQLVQkBZMvQ http://oglobo.globo.com/brasil/imigrantes-haitianos-africanos-sao-explorados-em-carvoarias-frigorificos-13633084 http://oglobo.globo.com/brasil/imigrantes-haitianos-africanos-sao-explorados-em-carvoarias-frigorificos-13633084 44 trajetória de vida do personagem principal e atualmente dos imigrantes haitianos? 3) Quais cidades do Paraná foram citadas no texto e que tipo de trabalho exercem os imigrantes que vieram para morar nessas cidades? 4) Quais as condições de trabalho as quais os trabalhadores são submetidos? Você já teve contato com algum imigrante nessa situação? 5) Quais normas são desrespeitadas pelos empregadores? 6) Além dos haitianos, que outros imigrantes também vêm para o Brasil ou até mesmo para o Paraná em busca de trabalho? 7) A respeito da rotina suportada pelos trabalhadores imigrantes no Brasil, a que situação de trabalho é classificada essa condição? Veja a seguir, um texto publicado no jornal O Estado de S. Paulo de 30 de julho de 1892, anunciando a vinda de Um milhão de imigrantes europeus em dez anos para o Brasil? http://midiacidada.org/um-milhao-de-imigrantes-europeus-em-dez-anos- anuncia-jornal-paulista-em-1892/ Após a leitura, discuta com seus colegas e professores quais as semelhanças e diferenças do contexto em relação aos dias de hoje que foi demonstrada, no texto anterior. No link abaixo, encontramos uma situação que chamou a atenção dos brasileiros, pois ao receber encomenda vinda da China, a consumidora encontra um pedido de socorro. http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/10/24/interna_cid adesdf,454104/moradora-do-df-recebe-compra-de-site-chines-com-pedido-de- ajuda.shtml Com relação à condição de trabalho transmitida nesta situação, o que podemos depreender sobre o trabalho realizado na China? Qual a sua opinião sobre a compra, efetuada pelos consumidores do produto http://midiacidada.org/um-milhao-de-imigrantes-europeus-em-dez-anos-anuncia-jornal-paulista-em-1892/ http://midiacidada.org/um-milhao-de-imigrantes-europeus-em-dez-anos-anuncia-jornal-paulista-em-1892/ http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/10/24/interna_cidadesdf,454104/moradora-do-df-recebe-compra-de-site-chines-com-pedido-de-ajuda.shtml http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/10/24/interna_cidadesdf,454104/moradora-do-df-recebe-compra-de-site-chines-com-pedido-de-ajuda.shtml http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2014/10/24/interna_cidadesdf,454104/moradora-do-df-recebe-compra-de-site-chines-com-pedido-de-ajuda.shtml 45 que, certamente, o adquirem pelo fato de que ele é mais em barato, mas que esconde uma dura realidade de trabalhadores de outros países. 8º Encontro Tema: Aprendendo e treinando com o vestibular e produzindo resumo Objetivo: Oportunizar ao aluno a ampliação dos conhecimentos a partir do trabalho rezliado com os contos, e neste caso escolhemos o tema do trabalhdor presente no conto “Primeiro de maio” e atualizar essa questão a partir de texto jornalístico
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