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Resenha Metodologia cientifica Olhar, ouvir, escrever PIERCALO E FELIPE

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CURSO LICENCIATURA EM GEOGRAFIA 
 
 
 
 
 
LUIS FELIPE SANTOS AMARAL 
PIERCALO REIS DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA: Olhar, ouvir, escrever 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRAGANÇA 
2021 
 
 
 
INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ - CAMPUS BRAGANÇA 
CURSO LICENCIATURA EM GEOGRAFIA 
 
LUIS FELIPE SANTOS AMARAL 
PIERCALO REIS DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA: Olhar, ouvir, escrever 
 
Atividade apresentada como parte da 
avaliação da disciplina Metodologia 
da Pesquisa Científica, ministrada 
pela Prof. Aninha Melo Moreira, do 
Curso de Licenciatura em Geografia, 
Instituto Federal de Tecnologia, 
Ciência e Educação do Estado do 
Pará. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRAGANÇA 
2021 
 
Olhar, ouvir, escrever 
Roberto Cardoso de Oliveira 
No texto Roberto Cardoso de Oliveira questiona algumas das “faculdades do 
entendimento” socio-cultural que, segundo ele, são inerentes ao modo de conhecer 
das ciências sociais. Estas faculdades seriam o olhar, o ouvir e o escrever e seriam 
essenciais para a construção do saber. 
Começando pelo “olhar”, o autor coloca que o olhar do pesquisador é domesticado 
pelas disciplinas acadêmicas e que isso faz com que o pesquisador altere o objeto 
de estudo desde a sua primeira percepção do mesmo. 
Entretanto, o autor defende que esse conhecimento conceitual anterior, obtido na 
academia, é necessário para se compreender o que os olhos veem. É importante 
que o antropólogo tenha o olhar disciplinado. “ A teoria social pré-estrutura nosso 
olhar e sofistica a nossa capacidade de observação”, diz o autor. 
O autor acrescenta que o olhar não pode ser usado de forma independente no 
exercício da investigação, e seria complementado pelo ouvir. Os dois devem estar 
sempre juntos e servem como apoio ao pesquisador para que este passe pelo difícil 
caminho de chegada até o conhecimento. Dessa forma, o ouvir também deve ser 
disciplinados para superar as dificuldades do caminho, saber separar o que é “ruído”, 
o que não é necessário e pode atrapalhar a chegada ao conhecimento, do que é 
relevante. 
Apenas o olhar e o ouvir podem não catar o sentido das coisas, seu real significado. 
Por isso, se faz uso de entrevistas, um ouvir especial. Entretanto, esse ouvir também 
deve ser disciplinado. O entrevistador deve saber ouvir. A grande dificuldade das 
entrevistas está na diferença de culturas entre o entrevistador e o nativo, chamado 
pelo autor de “idiomas culturais”. O bom antropólogo tem de saber se afastar de sua 
cultura no momento da entrevista para não fazer uma análise de forma incorreta. 
Entretanto, sempre haverá uma interferência do pesquisador no resultado da 
entrevista, é impossível haver uma total neutralidade. O foco a que levam as 
perguntas e a forma como as respostas são interpretadas empobrece o 
conhecimento. 
Uma solução para o problema da entrevista seria se criar algum tipo de relação entre 
o entrevistador e o entrevistado para que se estabeleça um diálogo. Assim, haverá 
um encontro etnográfico podendo haver uma fusão de horizontes, se ambas as 
partes se ouvirem. Dessa forma, não haverão receios de contaminação do discurso 
do nativo. A partir do momento em que o antropólogo assumir uma posição de 
observador participante, se inserir na sociedade observada de alguma forma aceita 
 
pelos nativos, poderá conhecer a realidade. 
O escrever seria a configuração final do produto de todo o trabalho de campo 
realizado pelo antropólogo ou estudioso de ciências sociais e seria também o ponto 
mais crítico. Seguindo a linha de pensamento de Geertz, o autor fala que o ato de 
escrever fora do campo de pesquisa é o que gera o verdadeiro conhecimento. O 
processo de textualização é essencial para a comunicação de divulgação do 
conhecimento. Dentro dessa ideia surge o conceito de idiomas das disciplinas,que 
seriam os idiomas por meio dos quais os estudiosos pensam e se comunicam. O 
homem precisa da coletividade para produzir conhecimento. Existe uma forma 
adequada de se escrever em cada contexto e o mesmo ocorre com a antropologia. 
No momento de transcrição de suas análises para o “idioma da disciplina”, o 
pesquisador tem autonomia e acaba interpretando as análises com base nos 
conceitos que conhece. Entretanto, mesmo o autor fazendo sua interpretação, seus 
escritos estão fundamentados na sua experiência, em dados. 
Na conclusão o autor estabelece que o escrever está altamente associado ao 
pensamento. Que é no escrever que o pesquisador tem seu momento de reflexão 
sobre os problemas encontrados na observação e tenta encontrar soluções para 
eles. É no ato de escrever que as informações são organizadas e as ideias surgem, 
e se aperfeiçoam na reescrita. 
 
 
 
 
Referencia: 
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Olhar, Ouvir, Escrever. Revista de Antropologia, 
Vol. 39, No. 1 (1996), pp. 13-37

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