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BRAGANÇA 2021 CURSO LICENCIATURA EM GEOGRAFIA LUIS FELIPE SANTOS AMARAL PIERCALO REIS DO NASCIMENTO Educação das Relações Étnico-Raciais-ERER BRAGANÇA 2021 INSTITUTO FEDERAL DO PARÁ - CAMPUS BRAGANÇA CURSO LICENCIATURA EM GEOGRAFIA LUIS FELIPE SANTOS AMARAL PIERCALO REIS DO NASCIMENTO Educação das Relações Étnico-Raciais-ERER Atividade apresentada como avaliações da disciplina Educação das Relações Étnico-Raciais- ERER, ministrada pelo Prof. Rafael Grigorio Reis Barbosa, do Curso de Licenciatura em Geografia, Instituto Federal de Tecnologia, Ciência e Educação do Estado do Pará. BRAGANÇA 2021 01ª e 2ª avaliação 1. De acordo com os textos estudados e suas análises, de que maneira um professor ou professora de Geografia pode abordar o tema das relações étnico-raciais em suas aulas? Em análise dos textos estudados em Educação das Relações Étnico-raciais-ERER, e a maneira que podemos abordar em nossas aulas, vamos falar texto por texto, e os conceitos assimilados por nós de cada um: A Biografia de Mahommah G. Baquaqua Tratar da etnicidade dos escravos e da rota escravista no Brasil. E se torna um tema de discussão acalorado e atual, com o pensamento de que novos enfoques do problemático conceito de etnicidade podem ser importantes para os estudos e pesquisas acerca da escravidão. Exibindo um conceito de “miragem” da etnicidade. Buscando no transcorrer do texto apresentar os relatos de Baquaqua como exemplo, de maneira a mostrar como uma biografia pode transmitir o pleno entendimento da diáspora africana, em saberes geográficos, dar para investigar a identificar o transcorrer das rotas da escravidão no Brasil, lembradas por Baquaqua em sua biografia. “Chegamos em Pernambuco, América do Sul, de manhã cedo e o navio ficou jantando durando o dia, sem lançar âncora. “( p. 209). “Depois de algumas semanas, ele me despachou de navio para o Rio de Janeiro onde permaneci duas semanas até ser vendido novamente.” ( p. 214). INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ CAMPUS BRAGANÇA CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA DISCIPLINA: Educação para as relações étnico-raciais PROFESSOR: Rafael Grigorio Reis Barbosa Turma: Geografia/2020 Data: 04 /11 /2021 Estudantes: Luís Felipe Santos Amaral e Piercalo Reis do Nascimento BRAGANÇA 2021 EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA NO SÉCULO XX: DA ESCOLA PARA OS ÍNDIOS À ESCOLA ESPECÍFICA E DIFERENCIADA Maria Aparecida Bergamaschi. Podemos tratar as questões de diversidades cultural e a riqueza de conhecimentos, saberes e práticas tantas vezes negada pelo saber hegemônico e pelo poder autoritário no período colonial. Onde tem que se trabalhado a aceitação da diferença e do pluralismo cultural do ser indígena. “Implementar escolas entre os índios é uma das práticas mais antigas de intervenção, comum no período colonial, pois, mesmo reconhecendo as relações de educação inseridas no modo de vida dos grupos indígenas contatados, como expressam os cronistas dos séculos XVI e XVII, ações educativas introduzidas pelas missões religiosas, que incluíam em alguns casos o ensino escolar, produziram marcas de europeização e de cristianização que ainda hoje se mantêm.” ( p. 402). NEGROS E EDUCAÇÃO NO BRASIL Luiz A. O. Gonçalves. Traz para o debate em sala de aula sobre o racismo, com o embate entre a manutenção do racismo e a necessidade dos negros em alcançar a cidadania. Abordar o surgimento de organizações de negros com o objetivo de conquista de igualdade, dentro de uma sociedade racista, que utilizava do conhecimento científico da época para justificar a exclusão do negro da sociedade. Entre as principais reivindicações desses movimentos estava a educação, pois na visão dos negros do começo do século passado, a superação do racismo somente viria quando houvesse o acesso à todos a escolarização. “Foram relatos como esses que me fizeram repensar o papel da educação para os negros naquele momento da história brasileira. Penso que fica clara a ideia anteriormente apresentada de que a educação para os negros, no início do século XX, teria de funcionar como técnica social de influenciar comportamentos.” (p. 339). ALGUNS TERMOS E CONCEITOS PRESENTES NO DEBATE SOBRE RELAÇÕES RACIAIS NO BRASIL: UMA BREVE DISCUSSÃO- Nilma Lino Gomes BRAGANÇA 2021 Traz a discussão acerca da diversidade de conceitos presentes nas relações raciais no brasil. “Quanto mais a sociedade, a escola e o poder público negam a lamentável existência do racismo entre nós, mais o racismo existente no Brasil vai se propagando e invadindo as mentalidades, as subjetividades e as condições sociais dos negros. O abismo racial entre negros e brancos no Brasil existe de fato. As pesquisas científicas e as recentes estatísticas oficiais do Estado brasileiro que comparam as condições de vida, emprego, saúde, escolaridade, entre outros índices de desenvolvimento humano, vividos por negros e brancos, comprovam a existência de uma grande desigualdade racial em nosso país. Essa desigualdade é fruto da estrutura racista, somada a exclusão social e a desigualdade socioeconômica que atingem toda a população brasileira e, de um modo particular, o povo negro.” (P. 47) DESCOBRINDO OS BRANCOS David Kopenawa Yanomami As questões que mobilizam os interesses indígenas, tais como a exploração de atividades econômicas em suas terras. Valorizar as identidades étnicas e culturais plurais do território brasileiro “Os brancos são engenhosos, têm muitas máquinas e mercadorias, mas não têm nenhuma sabedoria. Não pensam mais no que eram seus ancestrais quando foram criados. Nos primeiros tempos, eles eram como nós, mas esqueceram todas as suas antigas palavras. Mais tarde, atravessaram as águas e vieram em nossa direção. Depois, repetem que descobriram esta terra. Só compreendi isso quando comecei a compreender sua língua. Mas nós, os habitantes da floresta, habitamos aqui há longuíssimo tempo, desde que Omama nos criou.” (p. 18). A geografia, sendo uma ciência crítica, não poderia se silenciar em meio da valorização do indivíduo nas suas diversas manifestações culturais e sociais, e a Educação para Relações Étnico-Racial-ERER, é um tema de extrema relevância para a pauta da educação. A presença do racismo, do preconceito, isto é, da discriminação étnico-racial nas escolas brasileiras, e sabemos que o racismo não acontece apenas na escola, mas pelo o ambiente escolar ser um espaço onde ele também se desenvolve, podendo se multiplicar de forma intensa, afinal, se esse problema não sofrer intervenções imediatas, pode se tornar cada vez maior, tanto dentro quanto fora da escola. Nós como professores teremos papel relevante nesse cenário, já que seremos agentes sociais no processo de transformação de nossos alunos BRAGANÇA 2021 Recentemente na mídia, uma imagem dos desembargadores do Tribunal de Justiça do estado do São Paulo, chamou atenção do público, pelo fato de seus componentes serem todos da cor branca e pela ausência de pessoas negros na imagem, sendo o Brasil, um país de uma grande heterogeneidade racial. Os negros tem ocupado menos cargos em áreas consideradas “de elite” ao longo da história deste país. A meritocracia tem se dado em volta de uma concepção de raça, branquitude, neste aspecto da foto acima citado. A que se deve a ausência de negros na imagem? Como a supremacia branca se dá em um país de variedade racial? Porque o Brasil, ainda caminha passos lentos na efetivação da inserção do negro em espaços de poder, político e social? Para se entender a ausência de negros em locais ditos de elite, é preciso entender os processos históricos, quando no país, se tem a chegada da população negra, que se deu através da travessia do atlântico, vindo do continente africano, no século XVII, vieram escravizados por europeus, que o africanista Alberto da Costa e Silva, em A Manilha e o Limbambo, cita que “o tráfico povoou o Brasil e pôs a África em nossas veias”, na ainda colônia portuguesa na América, uma concepção vinda do continente europeu, um dos fatos que que o Doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito, Sílvio de Almeida, cita em seu livro Racismo Estrutural, que a questão do racismo, onde ele aponta vários fatores para o surgimento do racismo no mundo, até chegar ao Brasil, no trecho que cita, Ellen Meiksins Wood para falar sobre o racismo com o colonialismo: “O racismo moderno é diferente, uma concepção mais viciosamente sistemática de inferioridade intrínseca e natural, que surgiu no final do século XVII ou início do século XVIII, e culminou no século XIX, quando adquiriu o reforço pseudocientífico de teorias biológicas de raça, e continuou a servir como apoio ideológico para opressão colonial mesmo depois da abolição da escravidão” A partir deste apanhado histórico, começa-se a entender que o racismo tem em suas gênesis a questão histórica, o que a autora Lília Moritz Schwarcz, vai definir em seu livro, “Sobre o autoritarismo brasileiro”, que a escravidão no Brasil, vai “moldar condutas, definir desigualdades socais, fez da raça e cor, marcadores das diferenças fundamentais...” e Sílvio de Almeida condiciona que essas questões vão gerar a discriminação e o preconceito, ao qual este texto aborda, a partir da análise da imagem dos desembargadores do Tribunal de Justiça do estado de São Paulo, que ele fala que “o racismo é uma forma sistemática de discriminação que tem a raça como BRAGANÇA 2021 fundamento, e que se manifesta por meio de práticas conscientes ou inconscientes que culminam em desvantagens ou privilégios para indivíduos, a depender do grupo racial ao qual pertençam.” A sociedade brasileira em seu contexto histórico tem sua dominância pelos pensamentos raciais brancos, o que vai de sua colonização e mesmo com o período pós abolição não se construiu uma nação mais igualitária. Historicamente, a branquitude desenvolveu métodos de manutenção de que seria politicamente correto em relação à pauta racial. No começo desta república, até políticas de “embranquecimento” foi realizado por parte do governo, ao trazer para este país, imigrantes europeus. Esses privilégios são latentes na sociedade brasileira, onde são recorrente notícias de “segregação” econômica, educacional, social, urbana, política e até mesmo nos espaços dos empregos formais. O Estado tem um sério problema nesta questão, pois pouco se tem avançado em políticas públicas nos últimos dois anos na questão debatida. Essa desigualdade é citada por Sílvio de Almeida quando ele fala que “a desigualdade racial é uma característica da sociedade não apenas por causa da ação isolada de grupos ou de indivíduos racistas, mas fundamentalmente porque as instituições são hegemonizadas por determinados grupos raciais que utilizam mecanismos institucionais para impor seus interesses políticos e econômicos. A falta de condições de acesso à esses espaços se dá por conta de um racismo estrutural, como fala, a autora Djamila Ribeiro, em seu livro “Pequeno manual antirracista”, e que Silvio de Almeida vai classificar o racismo onde “não se trata, portanto, de apenas um ato discriminatório ou mesmo de um conjunto de atos, mas de um processo em que condições de subalternidade e de privilégio que se distribuem entre grupos raciais se reproduzem nos âmbitos da política, da economia e das relações cotidianas.” O debate sobre a discriminação e o preconceito deve ser aberto em todos espaços, seja ele educacional ou até mesmo dentro de casa, e isso só vai se dá se houver uma utilização maciça de autores e intelectuais negros que façam abertamente o debate, pois debater na base, poderemos formar uma geração mais crítica que retire o estereótipo do preconceito racial em nosso país, para que o negro tenha seu protagonismo na sociedade e ascenda nos cargos públicos ou privados sem passar por preconceitos. Ler mais autores negros ajudará a sociedade que devemos criar políticas igualitárias.
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