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aula02 HISTÓRICO PCN E CIÊNCIAS NATURAIS

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17
2ºAula
Histório e PCN para ciências 
naturais
Caros(as) alunos(as), nesta aula será possível, 
conhecer e discutir os pontos relevantes da proposta 
Boa aula!
Figura 4
Fonte: <http://soparaprofessoras.blogspot.com.br/2011/05/importancia-dos-
pcns-e-da-ldb.html>.
dos PCN’s para Ciências Naturais. Estes pontos 
serão apresentados na íntegra, por meio de trechos 
retirados do próprio texto em que estão inseridos 
os parâmetros. Nossas discussões e comentários 
farão a intermediação para que tenhamos uma aula 
objetiva, e tranquila.
Vamos lembrar que nossa aula deve ser 
prazerosa e nosso contato será contínuo. Caso 
tenham dúvidas ou sintam necessidades de realizar 
comentários, manter contato pela plataforma da 
disciplina. Então, bom trabalho!
Ensino das Ciências Naturais nos anos Iniciais do Ensino Fundamental
18
Objetivos de aprendizagem
1 - A Ciências Naturais e o Currículo escolar
2 - Período de Evolução no Ensino de Ciências 
entre 1950 - 1960
3 - Fases e Tendências Dominantes do Ensino 
de Ciências
4 - O Ensino de Ciências entre o período de 
1970 - 1985
5 - O Ensino de Ciências Naturais após os anos 80
1 – A Ciências Naturais e o Currículo 
escolar
Com relação aos currículos das disciplinas de 
Ciências, veremos que sofreram várias mudanças, 
isso não quer dizer que as mesmas ocorreram apenas 
nesta área, mas também em outras como Física, 
Química, entre outras, mas todas com os enfoques: 
forma de aprendizagem dos conceitos científicos; 
produção de material didático; formas de serem 
trabalhadas as metodologias; formas de fazer uso da 
linguagem; ferramentas para motivação e interesse 
por parte dos alunos em suas diferentes faixas etárias.
Todas essas mudanças foram importantes para 
os educadores, como sendo uma forma de poder 
trabalhar melhor o ensino de Ciências, podendo 
investigar as propostas que estão inseridas nos 
parâmetros curriculares, e isso se fez por meios de 
projetos curriculares: livros para os alunos, guia de 
estudo para os professores, material didático e até 
mesmo provas para avaliação dos estudos, como o 
ENEN, por exemplo. E estes estão servindo para 
que os professores realizem cursos de capacitações 
e treinamentos de lideranças para que possam fazer 
tais reforços no intuito de melhorar à educação.
Ao término desta unidade, vocês serão capazes de:
• analisar a história evolutiva do ensino de 
ciências;
• relacionar os eventos importantes de cada 
período evolutivo;
• reconhecer qual a relação da tecnologia com 
ciências naturais. 
Seções de estudo
Quero ressaltar que na aula 2 e aula 3, nas 
quais trataremos sobre o currículo escolar, e mais 
especificamente sobre Currículo do Ensino de 
Ciências, as discussões que se seguem foram baseados 
nas obras de Myriam Krasilchik, professora de 
Biologia e Ciências em escolas públicas de São Paulo, 
pessoa de grande relevância nesta área se tratando 
de analisar currículos de Ciência, inclusive membro 
de assessoria de organizações internacionais, como 
a UNESCO.
Agora, iniciando nossa aula, Krasilchik (2006) 
vai nos mostrar os resultados destas mudanças, que 
não estão sendo satisfatórias nas escolas, sugerindo 
que ainda há falta de preparo dos professores para 
transmitir o currículo de forma conclusiva com as 
propostas. A autora ainda completa:
não basta dizer que os professores não 
são capazes de colocar idéias em ação, e 
que subvertem as intenções dos autores 
de currículos, mas considerar a natureza 
dinâmica do processo educativo e buscar 
a compatibilização dos esforços que se 
desenvolvem em vários planos de atuação.
Vejamos caros(as) alunos(as), na citação de 
Krasilchik (2006), a consideração acerca da dificuldade 
que nós, professores, temos em consolidar de forma 
real os pontos estabelecidos pelos parâmetros 
curriculares, a fim de evitar algumas frustrações com 
o objetivo de acertar e seguir as propostas. 
Observem agora, que nossas possíveis 
fragilidades, vêm de uma evolução destas mudanças 
ocorridas no ensino de Ciências, e por muitas e muitas 
vezes nós, professores, precisamos nos adaptar 
e também adaptar os alunos às novas propostas e 
material didático.
Revermos a evolução da história das Ciências 
seria observamos mudanças feitas ao longo de trina 
e cinco anos, analisando currículo escolar e suas 
mudanças propostas nas disciplinas para educação 
dos alunos. 
2 - Período de Evolução no Ensino 
de Ciências entre 1950 - 1960
 
Este período sofreu grande influência após 
os ocorridos na Segunda Guerra Mundial, onde a 
industrialização, os desenvolvimentos tecnológicos e 
científicos estavam em grande ascensão. Esta parte 
vocês poderão comprovar mais a frente no próprio 
texto dos PCN’s de Ciências.
19
Todos estes avanços influenciaram muito os 
currículos escolares, onde aos cientistas renomados 
aproveitaram do campo da educação para atribuir 
valores de cidadania e cuidados com a saúde.
As primeiras alterações sofridas nos currículos 
escolares, devido influências da Segunda Guerra 
Mundial, ocorreram nos Estados Unidos, depois 
nos países europeus e somente mais tarde estas 
vias passaram a chamar atenção da educação 
brasileira, porém, ainda vivíamos num período de 
industrialização crescente e um movimento político 
que lutava contra a ditadura do governo militar. 
Assim, o ensino ginasial tinha apenas por visão 
formar mão de obra profissionalizante, específica, 
para atender as necessidades da expansão vivenciada.
Mas vejam só queridos alunos, as mudanças 
não vinham somente por causa da industrialização, 
estas já foram propostas no Manifesto dos Pioneiros 
da Educação Nova (1932), onde era discutido um 
projeto de lei sobre “Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional”, que tinha como principal mudança 
substituir os chamados métodos tradicionais pela 
metodologia ativa.
O método ativo tinha como proposta o ensino 
verbalista, focando no uso de livro-texto e na palavra 
do professor, cuja tinha por principal função: 
transmissão de informações que deveriam ser 
memorizadas e repetidas. O método ativo também 
contemplava em suas propostas o aluno. Este tinha 
maior liberdade e autonomia para participar do 
processo de aquisição do conhecimento.
Podemos assim dizer que o ensino de Ciências 
proposto era assim como o de hoje: teórico, livresco, 
memorístico, e estimulando à passividade. Algumas 
mudanças propostas não foram alcançadas, estas se 
centravam em:
• com a Segunda Guerra Mundial, ocorreram 
mudanças e expansão do conhecimento científico, 
como por exemplo, modernização no potencial 
bélico, porém, estes avanços positivos, se é 
que podemos dizer assim, poderiam ter sidos 
repassados aos currículos escolares, com as grandes 
descobertas nas áreas da Física, Química e Biologia, 
permaneciam distantes dos alunos nos ensinos 
primários e médio, mantendo apenas as velhas 
informações obsoletas. As novas informações eram 
inclusas na Universidade, as quais fora transmitida 
de maneira urgente e pouco confiável, para que 
obtivessem profissionais qualificados para ingressar 
no mercado trabalho que tanto exigia estas mão-
de-obra especializada. O objetivo principal desta 
proposta de ensino, era instruir apenas uma parcela 
desta sociedade, que seria à elite na qual dominaria a 
expansão da industrialização no Brasil;
• também buscavam-se alcançar com as mudanças 
nos currículos aulas expositivas, com auxílio de 
laboratórios, onde os alunos pudessem praticar e assim 
motivar à compreensão dos conceitos transmitidos.
“Aprender fazendo”, este era o que levou 
muitos educadores buscarem quando se tratavam 
das aulas práticas, alunos que raciocinassem as 
atividades científicas. Para atender essas mudanças, 
pesquisadores em educação dos Estados Unidos, 
começaram a ser organizar, e melhor ainda, com 
auxílio do governo. 
Em 1958, uma organização de educadores de 
matemática, deram os primeiros passos nas mudanças 
do ensino, procurando garantir as solicitações 
pontuadas na metodologia ativa. Posteriormente o 
ensinode Ciências Biológicas também passará ser 
contemplado gradativamente com tais mudanças em 
seus currículos.
Vejam caros(as) alunos(as), para nossa 
admiração, nossa educação brasileira, saiu na frente 
da norte-americana em prol da melhoria do ensino de 
Ciências, no início dos anos 50, organizou-se em São 
Paulo o Instituto Brasileiro de Educação, Ciências 
e Cultura, liderado por professores universitários, 
propunham melhorias no ensino superior, para 
atender o processo de desenvolvimento nacional que 
por hora o Brasil passara.
Além disso, o grupo de pesquisadores em 
educação buscou atualização do conteúdo e propostas 
para elaboração de aulas práticas. O Ministério 
da Educação também contribuiu, promovendo 
cursos de capacitação pela CADES (Campanha de 
Aperfeiçoamento do Ensino Secundário).
Os cursos promovidos pela CADES serviram 
para capacitar professores improvisados, pois era 
raro haver profissionais com licenciatura, já que as 
disciplinas científicas eram ministradas por médicos, 
engenheiros, farmacêuticos e bacharéis. 
O programa tinha por objetivo “transmitir 
informações, apresentar conceitos, fenômenos, 
descrever espécies e objetos, enfim, o que se chama 
o produto da Ciência. Não se discutia a relação da 
Ciência com o contexto econômico, social, e político 
e tampouco os aspectos tecnológicos e as aplicações 
práticas” (KRASILCHIK, 2006).
Ensino das Ciências Naturais nos anos Iniciais do Ensino Fundamental
20
3 – Fases e Tendências Dominantes do 
Ensino de Ciências Breve histórico de 
acordo com a visão íntegra dos PCN’s 
O ensino de ciências é relativamente novo na 
escola fundamental e vem sendo feito deste de 1971, 
a partir da aplicação da lei 5.692, que obriga as séries 
do atual ensino fundamental a inserirem-na em seus 
programas de ensino. 
Antes de essa lei passar a vigorar, o ensino era 
considerado tradicionalista e aos professores, cabia 
apenas a função de transmitir, por meio de aulas 
expositivas, os conhecimentos acumulados e aos alunos 
cabia a reprodução dessas informações. Nesse período, 
o questionário predominava no estudo e na avaliação. 
A seguir, podemos ver, na íntegra o que os PCN’s 
dizem sobre ciências naturais (Disponível: <portal.
mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencias.pdf>.
O ensino de Ciências Naturais, na escola fundamental, 
tem sido praticado de acordo com diferentes propostas 
educacionais, que se sucedem ao longo das décadas 
como elaborações teóricas e que, de diversas maneiras, se 
expressam nas salas de aula. Muitas práticas, ainda hoje, 
são baseadas na mera transmissão de informações, tendo 
como recurso exclusivo o livro didático e sua transcrição na 
lousa; outras já incorporam avanços produzidos nas últimas 
décadas sobre o processo de ensino e aprendizagem em 
geral e sobre o ensino de Ciências, em particular.
Até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, 
de 1961, ministravam aulas de Ciências Naturais apenas 
nas duas últimas séries do antigo curso ginasial. Essa lei 
estendeu a obrigatoriedade do ensino da disciplina a todas 
as séries ginasiais, mas, apenas, a partir de 1971, com a Lei 
nº 5.692, Ciências passou a ter caráter obrigatório nas oito 
séries do primeiro grau. Quando foi promulgada a Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação, de 1961, o cenário escolar 
era dominado pelo ensino tradicional, ainda que esforços 
de renovação estivessem em processo. Aos professores, 
cabia a transmissão de conhecimentos acumulados pela 
humanidade, por meio de aulas expositivas, e, aos alunos, 
a reprodução das informações. No ambiente escolar, o 
conhecimento científi co era considerado um saber neutro, 
isento, e a verdade científi ca, tida como inquestionável. 
A qualidade do curso era defi nida pela quantidade de 
conteúdo trabalhado. O principal recurso de estudo 
e avaliação era o questionário, ao qual os estudantes 
deveriam responder, detendo-se nas idéias apresentadas 
em aula ou no livro didático escolhido pelo professor.
As propostas para a renovação do ensino de Ciências 
Naturais orientam-se, então, pela necessidade de o 
currículo responder ao avanço do conhecimento científi co 
e às demandas pedagógicas geradas por infl uências do 
movimento denominado Escola Nova. Essa tendência 
deslocou o eixo da questão pedagógica dos aspectos 
puramente lógicos, para aspectos psicológicos, valorizando-
se a participação ativa do estudante no processo de 
aprendizagem. Objetivos preponderantemente informativos 
deram lugar a objetivos também formativos. As atividades 
práticas passaram a representar importante elemento 
para a compreensão ativa de conceitos, mesmo que sua 
implementação prática tenha sido difícil, em escala nacional.
A preocupação de desenvolver atividades práticas começou 
a ter presenças marcantes nos projetos de ensino e nos 
cursos de formação de professores, tendo sido produzidos 
vários materiais didáticos dessa tendência. O objetivo 
fundamental do ensino de Ciências Naturais passou a ser: 
dar condições para o aluno vivenciar o que se denominava 
método científi co, ou seja, a partir de observações, levantar 
hipóteses, testá-las, refutá-las e abandoná-las quando fosse 
o caso, trabalhando de forma a redescobrir conhecimentos.
O método da redescoberta, com sua ênfase no método 
científi co, acompanhou, durante muito tempo, os objetivos 
do ensino de Ciências Naturais, levando alguns professores 
a, inadvertidamente, identifi carem metodologia científi ca 
Figura 5
Figura 6
21
com metodologia do ensino de Ciências Naturais, perdendo-
se a oportunidade de trabalhar com os estudantes, com 
maior amplitude e variedade, processos de investigação 
adequados às condições do aprendizado e abertos a 
questões de natureza distinta daquelas de interesse 
estritamente científi co.
Apesar de não ter atingido a maioria das escolas e de ter 
criado a idéia, no professorado, de que somente com 
laboratórios é possível alguma modifi cação no ensino de 
Ciências, muitos materiais didáticos produzidos, segundo a 
proposta da aprendizagem por redescoberta constituíram 
um avanço relativo, para o qual contribuíram equipes 
de professores, trabalhando em instituições de ensino e 
pesquisa, para a melhoria do ensino de Ciências Naturais. 
Entre outros aspectos, essa proposta enfatizou trabalhos 
escolares em grupos de estudantes, introduziu novos 
conteúdos e os organizou de acordo com faixas etárias. 
Introduziu, também, orientações para o professor, ainda 
que numa perspectiva mais diretiva e prescritiva.
Transcorridos quase 30 anos, o ensino de Ciências, 
atualmente, ainda é trabalhado em muitas salas de aula, 
não levando em conta sequer o progresso relativo que essa 
proposta representou. Durante a década de 80, no entanto, 
pesquisas sobre o ensino de Ciências Naturais revelaram 
o que muitos professores já tinham percebido: que a 
experimentação, sem uma atitude investigativa mais ampla, 
não garante a aprendizagem dos conhecimentos científi cos.
O modelo desenvolvimentista, mundialmente hegemônico, 
na segunda metade do século, caracterizou-se pelo incentivo 
à industrialização acelerada, ignorando-se os custos sociais 
e ambientais desse desenvolvimento. Em conseqüência, 
problemas sociais e ambientais, associados às novas formas 
de produção, passaram a ser realidade reconhecida em 
todos os países, inclusive no Brasil. 
Os problemas relativos ao meio ambiente e à saúde 
começaram a ter presença nos currículos de Ciências Naturais, 
mesmo que abordados em diferentes níveis de profundidade.
Agora que vocês puderam acompanhar o que os 
PCN’s trazem exatamente de feitos históricos dentro 
da educação de Ciências, vamos discutir um pouco 
sobre o assunto e retomar pontos importantes destes 
acontecimentos.
Entre os períodos de 1960-1970, esperava-se que 
após a Segunda Guerra Mundial, o desenvolvimento 
industrial e a prosperidade garantissem à paz 
no mundo. As sabemos que isso não ocorreu, o 
mundo passou então a ouvir falar de Guerra Fria, 
confronto entre o ocidente e o mundo socialista.Isso influenciou nos currículos escolares incluindo 
o método científico como promotor de formação 
de um cidadão crítico as transformações políticas 
e sociais que estava vivenciando, e restringindo-se à 
preparação de um cientista.
Vejam que a partir destes novos acontecimentos, 
a democracia passa a dar destino ao homem, que 
deveria conviver com os produtos gerados pela 
Ciência e Tecnologia, não apenas como especialista de 
um aprendizado, mas também como futuro político, 
operário, profissional liberal, e principalmente cidadão.
É possível analisar desta forma que as alterações 
propostas nos currículos escolares, visava atender 
às investigações científicas, procurando observar 
fatos e buscar compreensão e manipulação de 
equipamentos, que muitos surgira no mercado.
Neste contexto, o aluno não ficou esquecido, 
o mesmo passara a ser estimulado à construir 
hipóteses, identificar os problemas, analisar as 
variáveis, planejar seus experimentos e apresentar 
resultados. Porém, por mais que o método científico 
tenha sido proposto, não tornou-se visível nos 
primeiros projetos escolares, somente depois das 
alterações nas literaturas e material reformulado, é 
que os professores realmente passaram a ter contato 
com à nova metodologia.
Bem, mas para que as tais mudanças ocorrem 
nos currículos escolares, não foi um processo tão 
simples assim. Veja um trecho abaixo extraído do 
livro O professor e o currículo das Ciências, de Krasilchik 
(2006, p.10 - 11), onde ela comenta como se deu 
esta transformação importante e grande avanço no 
ensino das Ciências:
Para a realização dos trabalhos iniciais, 
formaram-se grupos temporários de 
cientistas e professores secundários que, 
sediados geralmente em Universidades 
ou Institutos de Pesquisa, preparavam um 
conjunto de materiais, visando à melhoria 
Figura 7
Ensino das Ciências Naturais nos anos Iniciais do Ensino Fundamental
22
das tradicionais disciplinas científi cas: 
Matemática, Física, Química e Biologia. 
Paulatinamente foi sendo constatada 
a necessidade da formação de equipes 
heterogêneas, demandando competências 
bastante diversifi cadas.
A participação de psicólogos, especialistas 
em currículos e avaliação, foi sendo 
requisitada pelo núcleo inicial dos 
autores de projetos curriculares, em 
decorrência de dúvidas relativas à 
decisões tangentes a processos de 
aprendizagem, procedimentos para 
avaliação e difi culdades na preparação dos 
professores para o uso do material.
Paralelamente, foi sentida uma outra 
ordem de difi culdade, no plano editoração 
dos livros. A diagramação, ilustração dos 
diversos componentes de um projeto, 
assim como sua divulgação, exigiam a 
assessoria de profi ssionais no campo.
Após a construção das primeiras edições, 
percebeu-se as mudanças nos livros, mas como 
sabemos que tudo que é novo causa uma certa 
“impactação, resistência”, houve necessidade de 
formar um núcleo de avaliadores durante do ano 
letivo para orientar as reformulações dos livros e 
providenciar especialistas que pudessem dar suporte 
a esse novo processo de ensino e material didático 
que era inserido – o método científico. Isso implicava 
em criação de núcleos permanentes e centralizados 
as produções, aplicações e revisão dos materiais.
Desta forma, estes núcleos de apoio acabaram 
por se transformar em Centros de Ciências, que de 
maneira geral tinham por função: analisar o material 
existente no ensino; avaliar os objetivos propostos 
para as aulas, se os objetivos estavam de acordo com 
a metodologia sugerida; se os conteúdos abordados 
estavam de acordo com a série e faixa etária do 
educando; sequência dos conteúdos; e forma de 
apresentação dos elementos que servira de ensino.
Os núcleos instituídos geram a conclusão de que 
os materiais precisam ser revistos permanentemente, 
portanto, estas equipes deveriam também ser 
mantidas, implicando também um trabalho constante 
junto aos sistemas educacionais e professores.
O Ministério da Educação e Cultura, 
reconhecendo o trabalho realizado pelos Centros 
de Ciências, passa a oficializar os mesmos e ainda 
respeitar suas flexibilidades de organização quanto 
aos valores locais. Foram instituídos os Centros de 
Ciências em Minas Grais, Bahia, Pernambuco, São 
Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, todos 
vinculados às Universidades, ou seja, forte influência 
da comunidade acadêmica. 
Com os Centros de Ciências formados, os 
projetos de organização das novas propostas de 
ensino, passaram a aplicar atividades diversificadas, 
aulas sugeridas com material audiovisual, e materiais 
complementares. Tinha tudo para dar certo.
Mas por que este processo inovador no ensino 
não teve o sucesso esperado, que qualidade do 
material, iria garantir sua aplicação maciça e bem-
sucedida no ensino?
 
Hoje temos à percepção de que tudo deve estar 
perfeitamente relacionado: 
 
professor ↔ ensino ↔ aluno
Assim, com a mesma percepção, os Centros de 
Ciências também sentiram a necessidade de atualizar 
e treinar os professores. Um grande marco ocorrido 
para discutir estas dificuldades, foi uma conferência 
realizada nas Universidades de Cornell e Califórnia, 
em 1964, denominada Piaget redescoberto, proferida 
pelo próprio grande mestre, onde focava os estudos 
cognitivos e desenvolvimento de currículos.
Como foi mencionado acima, esta conferência 
de Piaget foi realmente um marco, pois os 
pesquisadores em educação puderam compreender 
que o processo de ensino e aprendizagem deve 
ser construído e não deve existir “transplantes de 
currículos”, isso quer dizer que as mudanças são 
válidas para a evolução e melhoria de qualidade do 
ensino, os programas almejados pelos Centros de 
Ciências, com a reformulação do material didático era 
muito louvável, porém cada nação, ou cada localidade 
têm seus sistemas educacionais com especificidades 
e demandas próprias, e cada a eles (educadores), 
competência na adequação de seu currículo, os 
Centros de Ciências, apenas teriam por papel realizar 
sugestões e avaliar seus pontos de coerência, mas a 
busca pela implantação e manutenção caberia à cada 
um, - a cada sistema de ensino.
Com estes novos caminhos, integrantes da 
comunidade acadêmica em educação transformaram-
se em educadores em ciências, objetivando apenas 
as disciplinas científicas no currículo. Surgiram as 
revistas científicas onde eram relatadas experiências e 
pesquisas de campo do ensino de Ciências, além deste 
processo adequar seus núcleos para formação de 
professores das Ciências, e criação de cursos de pós-
23
graduação, mestrado e doutorado, onde pudessem 
surgir lideranças para assumir as novas reformas.
Neste mesmo período vivia-se no Brasil 
a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação – Lei nº 4.024, de 21 de dezembro de 1961, 
que tinha por principal proposta a implantação da 
disciplina Iniciação à Ciência desde a primeira série 
do curso ginasial e carga horária aumentada também 
para as disciplinas de Física, Química e Biologia.
De acordo com as diretrizes aplicadas de 
agora em diante, os Centros de Ciências deveram 
produzir material e organizar cursos de atualização 
para os professores.
Outro fator a ser discutido pelos órgãos de 
ensino é o do papel da Ciência como um processo 
contínuo na busca do conhecimento. Os conteúdos 
deveriam ser avaliados de acordo com sua proposta 
de investigação, por parte do aluno, das observações 
diretas dos fenômenos, e busca da solução dos 
problemas levantados.
As aulas práticas continuavam sendo uma meta 
importante, e o método científico a ferramenta para 
garantir esse processo. 
 
Para vocês recordarem as etapas: 
a) observação do fato;
b) levantamento do problema (questionamento);
c) levantamento das hipóteses (possíveis 
respostas a serem testadas);
d) experimentação (praticar, exercitar);
e) resultados encontrados;
f) conclusão.4 – O Ensino de Ciências entre o 
período de 1970 - 1985
 Neste período o mundo ainda vinha sentindo as 
mudanças do período industrial e consequentemente 
suas alterações no meio ambiente. As agressões ao 
nosso planeta passar ser percebida pela população 
e assim à educação ambiental tem grande valor no 
ensino de Ciências, onde deveria mostrar para o 
aluno tais alterações e fazer com que este discutisse 
as ações do desenvolvimento científico. 
Na década de 70, o ensino de Ciências em 
grande expansão, levante um dilema – qualidade X 
quantidade, onde a escola secundária não deveria 
ser apenas formadora de um futuro cientista ou 
profissional liberal, mas principalmente um cidadão 
crítico inserido em seu meio social.
Por mais que o discurso do parágrafo anterior 
tenha sido citado na lei de Diretrizes e Bases no 
Brasil, não foi o que realmente aconteceu neste 
período. O currículo foi atravancado por disciplinas 
profissionalizantes ou instrumentais, o que suprimiu 
as disciplinas científicas. O ensino secundário perdeu 
sua identidade, surgiam os “cursinhos” preparatórios 
para o vestibular, no qual apenas se fixavam em 
transmitir informações e reforço do ensino para 
ingressar na universidade.
A consequência disso tudo foi a formação de 
professores mal qualificados, presos a livros e com 
pouquíssima prática de ensino e submetidos ao 
mercado de trabalho com péssimas condições.
Outro ponto negativo foi à apresentação literal, 
em que os livros realmente se tornaram peças 
fundamentais e essenciais no processo de ensino e 
aprendizagem, chamado neste período erroneamente 
de “estudo dirigido”, onde as atividades eram 
elaboradas com questões de múltipla escolha e raras 
questões dissertativas que requeriam transmissão 
basicamente na integra de trechos literais.
Paralelamente o governo federal com apoio 
dos Centros de Ciências e as Universidades, ainda 
buscavam uma Ciência como sendo capacidade de 
pensar e desenvolver-se de maneira lógica e crítica. 
Surgiu então o Programa de Expansão e Melhoria do 
Ensino (PREMEN), em 1972, tendo como objetivo 
principal a Ciência Integrada, o que ainda não foi 
bem compreendido.
O ensino continua com a prática de aulas 
expositivas, ou textos impressos longos e 
descontextualizados, onde os alunos deveriam 
memorizar, sem interesse, apenas como caráter de 
cumprir para obter nota.
Assim, o processo educacional acaba se deparando 
com profissionais (professores) despreparados, mas 
não por sua falta de informação, mas com docentes 
que em sua carreira acadêmica também não tiveram 
contato sequer com aulas práticas, planejamento e 
desenvolvimento em laboratório, aulas de campo, 
durante sua formação de curso, tornando-os 
inteiramente dependentes de livro-texto, de baixo 
nível, reforçando mais ainda a impressão de uma 
educação sem o comprometimento com um ensino 
que levaria o aluno a pensar em sua sociedade.
Com este levantamento da Sociedade Brasileira 
para o Progresso da Ciência (SBPC), com a Resolução 
nº 30/74, consegue chamar atenção para o problema 
da licenciatura.
Ensino das Ciências Naturais nos anos Iniciais do Ensino Fundamental
24
Entre os períodos de 1980-1985 com a crise 
econômica em todo o mundo, um diploma de ensino 
médio ou superior, não garante mais um emprego. As 
salas de aulas lotadas provocam na educação queda 
na qualidade, resultando imposição social à escola 
de valores que cabiam à família ensinar, são agora 
transferidos ao meio escolar, acarretando, com isso, 
docentes estressados e sem motivação para buscar 
qualificação permanente.
Devido tais situações, os professores organizam-
se em associações de classe que tem por finalidade 
garantir melhoria salarial, condições aceitáveis de 
trabalho e participação nas decisões.
Mais uma vez há necessidade de uma 
redefinição do processo educacional, envolvendo 
o desenvolvimento da capacidade de comunicação 
verbal e escrita, a participação da tecnologia, e a 
valorização do cidadão.
Acompanhem logo abaixo a Evolução do ensino 
de Ciências elaborado por Krasilchik (2006).
Conceito
Fator 1950 1960 1970 1980
Situação 
Mundial
Guerra Fria Crise 
energética
Problemas 
ambientais
Competi-
ção tecno-
lógica
Situação 
brasileira
Industrializa-
ção/
democrati-
zação
ditadura Transição 
política
Objetivos do 
ensino 1º e
 2º Graus
Formar elite Formar 
cidadão
Preparar 
trabalhador
Formar 
cidadão-
trabalha-
dor
Infl uências 
no ensino
Escola Nova Comportamen-
talista
Comporta-
mento
cognitivista
Cognitivis-
mo
Objetivos da 
renovação 
do ensino de 
Ciências
Transmitir 
informações 
atualizadas
Vivenciar o 
método 
científi co
Pensar 
lógica e criti-
camente
Analisar
 impli-
cações 
sociais do 
desenvol-
vimento 
científi co e 
tecnoló-
gico
Visão da 
Ciência no 
currículo da 
escola de 1º e 
2º Graus
Atividade 
neutra 
enfatizando 
produtos
Evolução 
histórica 
enfatizando o 
processo
Produto do 
contexto 
econômico, 
político, 
social e de 
movimentos 
intrínsecos 
(a)
Repetição 
do item 
anterior (a)
Metodologia 
recomendada 
dominante
Laboratório Laboratório 
mais 
discussões 
de pesquisa
Jogos e 
simulações. 
Resolução 
de proble-
mas (b)
Repetição 
do item 
anterior 
(b)
Instituições 
que infl uem 
na proposição 
na proposição 
de mudanças 
a nível 
internacional
Associações 
profi ssionais 
científi cas e 
instituições 
governamen-
tais
Projetos 
curriculares. 
Organizações 
internacionais
Centros de 
Ciências
Organiza-
ções pro-
fi ssionais, 
científi cas 
e de pro-
fessores
Nesta evolução do ensino de Ciências, é 
possível acompanhar os grandes acontecimentos 
internacionais e nacionais, permitindo esclarecer o 
seu significado e suas doutrinas, assim possibilitando 
ao futuro professor ter compreensão das propostas 
curriculares e a escolher de forma consciente as 
estruturas e conteúdos para um ensino de Ciências 
de qualidade.
5 – O Ensino de Ciências Naturais 
após os anos 80
 Daqui por diante acompanhem o que diz 
o restante dos PCN’s para o ensino de Ciências. 
São trechos extraídos na íntegra para que vocês 
possam acompanhar essa evolução frente a visão do 
Ministério da Educação. 
Figura 8
Fonte: portfolioricardo.zip.net
Figura 9
Fonte: <ambientalish.blogspot.com
Tabela 1
25
Especialmente, a partir dos anos 80, o ensino das Ciências 
Naturais se aproxima das Ciências Humanas e Sociais, 
reforçando a percepção da Ciência como construção humana, 
e não como “verdade natural”, e nova importância é atribuída à 
História e à Filosofia da Ciência, no processo educacional. Desde 
então, também o processo de construção do conhecimento 
científico pelo estudante passou a ser a tônica da discussão do 
aprendizado, especialmente a partir de pesquisas realizadas 
desde a década anterior, que comprovaram que os estudantes 
possuíam idéias, muitas vezes, bastante elaboradas, sobre os 
fenômenos naturais, tecnológicos e outros, e suas relações 
com os conceitos científicos.
 
As pesquisas acerca do processo de ensino e aprendizagem 
levaram a várias propostas metodológicas, diversas delas 
reunidas sob a denominação de construtivismo, o qual 
pressupõem que o aprendizado se dá pela interação 
professor/estudantes/conhecimento, ao se estabelecer um 
diálogo entre as idéias prévias dos estudantes e a visão 
científica atual, com a mediação do professor, entendendo 
que o estudante reelabora sua percepção anterior de 
mundo, ao entrar em contato com a visão trazida pelo 
conhecimento científico.
As diferentes propostas reconhecem, hoje, que os mais 
variados valores humanos não são alheios ao aprendizado 
científico e que a Ciência deve ser apreendida em suas 
relações com a Tecnologia e com as demais questões 
sociais e ambientais. As novas teorias de ensino, mesmo as 
que possam ser amplamente debatidas entre educadores 
especialistas e pesquisadores, continuam longe de ser 
uma presença efetiva em grande parte de nossa educação 
fundamental. Propostas inovadoras têmtrazido renovação 
de conteúdos e de métodos, mas é preciso reconhecer que 
poucas alcançam a maior parte das salas de aula onde, na 
realidade, persistem velhas práticas. Mudar tal estado de 
coisas, portanto, não é algo que se possa fazer unicamente 
a partir de novas teorias, ainda que exija sim uma nova 
compreensão do sentido mesmo da educação, do processo 
pelo qual se aprende. A caracterização do ensino de Ciências 
Naturais, no presente documento, pretende contribuir para 
essa nova compreensão.
CIÊNCIAS NATURAIS E CIDADANIA 
COM A VISÃO DOS PCN’S
Desde a Revolução Industrial, em meados do 
século XVIII, a ciência tem ganhado cada vez mais 
destaque, pois levou a humanidade a conquistas 
que pareciam pura ficção: desvendou o interior do 
átomo, produziu a bomba atômica, chegou à Lua, 
criou a engenharia genética. Como nem tudo são 
flores na história da ciência, os PCN’s propõem 
que a construção do conhecimento científico seja 
feita a partir de uma visão crítica e integrada com 
as Ciências Humanas, para que se transforme em 
um aliado da cidadania. (Disponível em: <www.
klickeducacao.com.br/>). A esse respeito, vejamos 
o que dizem os PCN’s:
Durante muitos séculos, o ser humano se imaginou no 
centro do Universo, com a natureza à sua disposição, 
e apropriou-se de seus processos, alterou seus ciclos, 
redefiniu seus espaços, mas acabou deparando-se com 
uma crise ambiental que coloca em risco a vida do planeta 
inclusive a humana.
 
Não foi sem repúdio e espanto que a humanidade assistiu à 
explosão da bomba atômica no Japão e, ainda que sob muitos 
protestos, à continuidade na produção de armamento 
nuclear e de outras armas químicas e biológicas, de imenso 
potencial destrutivo. São fatos que mostram claramente a 
associação entre desenvolvimento científico e tecnológico e 
interesses políticos e econômicos. A Ciência que, acima de 
qualquer julgamento, domina a natureza e descobre suas 
leis, passa a ser percebida, então, em sua dimensão humana, 
com tudo que isso pode significar: trabalho, disciplina, erro, 
esforço, emoção e posicionamentos éticos. É importante, 
portanto, que se supere a postura que apresenta o ensino 
de Ciências Naturais como sinônimo da mera descrição de 
suas teorias e experiências, sem refletir sobre seus aspectos 
éticos e culturais.
Na educação contemporânea, o ensino de Ciências Naturais 
é uma das áreas em que se pode reconstruir a relação ser 
humano/natureza, em outros termos, contribuindo para o 
desenvolvimento de uma consciência social e planetária.
Nesse ponto, cabe uma reflexão sobre o que 
Santos pensa sobre as mudanças propostas pelos 
PCN’s: 
em geral, as mudanças apresentadas têm 
o objetivo de melhorar as condições da 
formação do espírito científico dos alunos 
em vista das circunstâncias histórico-
culturais da sociedade. As alterações 
tentam situar a ciência e o seu ensino no 
tempo e no espaço, enfatizando em cada 
momento um aspecto considerado mais 
relevante na forma de o homem entender 
e agir cientificamente no mundo por meio 
de um conhecimento que, de modo geral, 
está além do senso comum.
Ensino das Ciências Naturais nos anos Iniciais do Ensino Fundamental
26
Continue a leitura dos PCN:
Um conhecimento maior sobre a vida e sobre sua condição 
singular na natureza permite ao aluno se posicionar acerca 
de questões polêmicas como os desmatamentos, o acúmulo 
de poluentes e a manipulação gênica. Deve poder, ainda, 
perceber a vida humana e seu próprio corpo, como um 
todo dinâmico que interage com o meio, em sentido amplo, 
pois tanto a herança biológica quanto as condições culturais, 
sociais e afetivas refl etem-se no corpo. Nessa perspectiva, a 
área de Ciências Naturais pode contribuir para a percepção 
da integridade pessoal e para a formação da auto-estima, da 
postura de respeito ao próprio corpo e ao dos outros, para o 
entendimento da saúde como um valor pessoal e social e para 
a compreensão da sexualidade humana sem preconceitos.
Você observou que nas propostas dos PCN’s 
para Ciências Naturais, a visão da escola para com 
a colaboração da cidadania do aluno, encontra-
se fortemente comprometida em garantir essa 
qualidade, por meio dos conteúdos? É por isso 
que os conteúdos precisam ser compreendidos 
e trabalhados de forma que possam servir de 
instrumentos que possibilitem a compreensão da 
realidade do aluno. Assim, eles poderão discutir, 
debater, opinar e até mesmo intervir, inserindo desta 
maneira, nas questões sociais. Em outra importante 
passagem dos PCN’s lê-se:
Além disso, conviver com produtos científi cos e tecnológicos 
é algo hoje universal, o que não signifi ca conhecer seus 
processos de produção e distribuição. Mais do que em 
qualquer época do passado, seja para o consumo, seja 
para o trabalho, cresce a necessidade de conhecimento a 
fi m de interpretar e avaliar informações, até mesmo para 
poder participar e julgar decisões políticas ou divulgações 
científi cas na mídia. A falta de informação científi co-
tecnológica pode comprometer a própria cidadania, deixada 
à mercê do mercado e da publicidade.
 
Mostrar a Ciência como elaboração humana para uma 
compreensão do mundo é uma meta para o ensino da área, 
na escola fundamental. Seus conceitos e procedimentos 
contribuem para o questionamento do que se vê e se 
ouve, para interpretar os fenômenos da natureza, para 
compreender como a sociedade nela intervém, utilizando 
seus recursos e criando um novo meio social e tecnológico. 
É necessário favorecer o desenvolvimento de uma postura 
refl exiva e investigativa, de não-aceitação, a priori, de idéias 
e informações, assim como a percepção dos limites das 
explicações, inclusive dos modelos científi cos, colaborando 
para a construção da autonomia de pensamento e de ação.
Figura 10
Fonte: <http://mnegocio.blog.uol.com.br/images/globo.jpg>.
O trecho acima evidencia que é fundamental 
que o professor proporcione a formação de 
alunos críticos, curiosos, e com ideias solidárias 
comprometidas com o meio ambiente, de maneira 
social, realizando seus argumentos sólidos por meio 
de arguições conceituais científicas, ou seja, de 
maneira clara, objetiva e embasado cientificamente.
Considerando a obrigatoriedade do ensino fundamental no 
Brasil, não se pode pensar no ensino de Ciências Naturais 
como propedêutico ou preparatório, voltado apenas para 
o futuro distante. O estudante não é só cidadão do futuro, 
mas já é cidadão hoje, e, nesse sentido, conhecer Ciência 
é ampliar a sua possibilidade presente de participação 
social e desenvolvimento mental, para, assim, viabilizar sua 
capacidade plena de exercício da cidadania.
CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLOGIA NA VISÃO DOS PCN’S
Ciência e Tecnologia são heranças culturais, conhecimento 
e recriação da natureza. Ao lado da mitologia, das artes e 
da linguagem, a tecnologia é um traço fundamental das 
culturas. Por exemplo, conhece-se o período paleolítico 
pelo domínio do fogo e pelo uso da pedra lascada como 
instrumento de caça e pesca, substituído pela pedra polida, 
no período neolítico, marcado pelo desenvolvimento da 
agricultura, da criação de animais e da utilização do ouro e 
do cobre.
Atualmente, em meio à industrialização intensa e à 
urbanização concentrada, também potenciadas pelos 
conhecimentos científi cos e tecnológicos, conta-se com 
a pílula anticoncepcional, com a sofi sticação da medicina 
científi ca das tomografi as computadorizadas e com a 
enorme difusão da teleinformática. 
27
Ao mesmo tempo, convive-se com ameaças como o buraco 
na camada de ozônio, a bomba atômica, a fome, as doenças 
endêmicas não controladas e as decorrentes da poluição. A 
associação entre Ciência e Tecnologia se amplia, tornando-
se mais presente no cotidiano e modificando, cada vez mais, 
o mundo e o próprio ser humano.
Então, a Ciência ajuda o indivíduo a construir 
verdades sólidas, por meio do conhecimento 
científico adquirido, decorrente da relação com 
a natureza. Desta forma, o aluno irá valorizar aexperimentação, juntamente com seu conhecimento 
próprio, e a tecnologia vem sendo a ferramenta 
perfeita no auxílio deste aprendizado.
Portanto, a divisão que muitas vezes se faz entre o 
conhecimento científico e o desenvolvimento de tecnologia 
para a produção e para outros aspectos da vida é, 
geralmente, imprecisa. Isso vale tanto para a roda d’água 
medieval, para a pasteurização de alimentos, para as 
indústrias farmacêutica e química e para o motor elétrico do 
século passado como para o desenvolvimento do laser, da 
imunologia e dos semicondutores neste século.
Ao descobrir e explicar fenômenos naturais, organiza-se 
e sintetiza-se conhecimento em teorias continuamente 
debatidas, modificadas e validadas pelas comunidades 
científicas. As teorias sinalizam aos cientistas quais fenômenos 
e problemas investigar, quais métodos empregar. Teorias 
apresentam-se como conjunto de afirmações, hipóteses e 
metodologias fortemente articuladas.
Daí a importância, do educador, incentivar e 
orientar o aluno a seguir os passos para se chegar 
ao conhecimento científico, - trabalhado na aula nº1. 
É preciso nortear o aluno na busca do saber, mas 
alguns critérios precisam ser estabelecidos, pois a 
tendência do cientista (mesmo o aluno) é ter o desejo 
de descobrir e de entender o porquê das coisas. São, 
assim, grandes curiosos da natureza.
As diferentes Ciências utilizam-se de diferentes métodos 
de investigação, sendo impreciso definir as etapas de um 
método científico único e igualmente significativo para 
todas as Ciências e suas diferentes abordagens. Muitas 
metodologias vão sendo criadas; às vezes, confundem-se 
com as próprias pesquisas. Apesar disso, são constantes, 
na prática científica, os procedimentos de observação, de 
experimentação, de hipotetização, de quantificação, de 
comparação e a busca de rigor nos resultados.
Embora o processo de acumulação de herança cultural tenha 
grande significado, o conhecimento da natureza não se faz 
por mera acumulação de informações e interpretações. A 
produção científica comporta rupturas e delas depende. 
Quando novas teorias são aceitas, convicções antigas são 
abandonadas, os mesmos fatos são descritos em novos 
termos, criando-se novos conceitos. Um mesmo aspecto 
da natureza passa a ser explicado segundo uma nova 
compreensão geral, uma nova linguagem é proposta. 
Debates e controvérsias acompanham as verdadeiras 
revoluções do conhecimento, que não se restringem apenas 
ao âmbito interno das Ciências, mas interagem com o pensar 
filosófico e a sociedade em geral.
Figura 11
Fonte: <mic.editora.stela.org.br>.
Com a leitura dos PCN’s sobre Ciências 
Naturais, foi possível perceber que a ciência está 
sempre em busca do conhecimento científico e este 
acaba, como consequência, garantindo ensinamentos 
sociais, culturais e tecnológicos ao aluno, preparando 
um cidadão atuante na sociedade e interligado-o ao 
mundo globalizado.
Apenas para concluir esta aula, vejamos o 
que diz o texto abaixo, da UNESCO, sobre o 
ensino de Ciência e Tecnologia: considerando que 
a Ciência e a Tecnologia desempenham um papel 
muito importante na escola elementar, em 1983, 
a UNESCO elencou algumas justificativas para a 
inclusão desses temas nos currículos escolares:
• As ciências podem ajudar as crianças a pensar de maneira 
lógica sobre os fatos cotidianos e a resolver problemas 
práticos simples. 
• As ciências, e suas aplicações tecnológicas, podem ajudar 
a melhorar a qualidade de vida das pessoas. As ciências e a 
tecnologia são atividades socialmente úteis que esperamos 
sejam familiares às crianças. 
• Dado que o mundo tende a orientar-se cada vez mais num 
sentido científico e tecnológico, é importante que os futuros 
cidadãos se preparem para viver nele. 
• As ciências podem promover o desenvolvimento intelectual 
das crianças. 
Ensino das Ciências Naturais nos anos Iniciais do Ensino Fundamental
28
Se ao fi nal desta aula tiverem dúvidas, vocês poderão saná-
las através das ferramentas “fórum” ou “quadro de avisos” e 
“chat”. 
• As ciências podem ajudar positivamente as crianças em 
outras áreas, especialmente em linguagem e matemática.
• Numerosas crianças de muitos países deixam de estudar 
ao acabar a escola primária, sendo esta a única oportunidade 
de que dispõem para explorar seu ambiente de um modo 
lógico e sistemático. 
• As ciências nas escolas primárias podem ser realmente 
divertidas. 
(UNESCO apud HARLEN, 1994, p. 28-29,). <Disponível: www.
faculdadefortium.com.br>.
Retomando a aula
Parece que estamos indo bem. Então, para 
encerrar esse tópico, vamos recordar:
1 – A Ciências Naturais e o Currículo escolar
Quando iniciamos nossa aula, esta seção aborda 
o ensino de ciências em relação a sua aplicação no 
currículo escolar, ou seja, quando a disciplina passa a 
fazer parte da escolaridade do educando.
2 - Período de Evolução no Ensino de 
Ciências entre 1950 - 1960
Neste período o ensino de ciências, ocorre 
após a Segunda Guerra Mundial, e o período da 
industrialização passa a ser acelerado, assim a mão 
de obra tecnicista é escassa, forçando o ensino a 
aprendizagem repetitiva, a memorização. 
3 - Fases e Tendências Dominantes do 
Ensino de Ciências
Após a percepção de que o ensino de ciências, 
não poderia mais ser um processo repetitivo, pois 
o aluno expressara seu pensamento, trazia seu 
conhecimento cotidiano, a ciência, passou a ter outro 
olhar, para o educando, assim começou a surgir o elo:
professor ↔ ensino ↔ aluno
4 - O Ensino de Ciências entre o período de 
1970 - 1985
Após a grande expansão industrial, o cidadão 
passou a perceber as consequências desse crescimento 
e seu reflexo no meio ambiente. Desta maneira o 
ensino de ciências tornou-se um dois mais bens 
cotados pelo processo ensino-aprendizagem no que 
tange a educação dos alunos. Este cidadão agora neste 
período, têm voz e atitude, mesmo que ainda com 
algumas repressões da época, ainda assim as questões 
sobre cuidados ao meio ambiente foram levantadas.
5 - O Ensino de Ciências Naturais após os 
anos 80 
Chegamos a era científica e tecnológica, o aluno 
consegui guiar-se, após seu aprendizado sobre as 
etapas do método científico. A evolução científica 
deu grandes saltos, com o aprimoramento dos 
equipamentos, que inclusive passaram a chegar na 
escola. E até o momento o ensino de ciências a cada 
dia ganha mais espaço juntamente com este mundo 
tecnológico e globalizado.

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