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Filosofia- Dworkin

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Aulas 12, 13 e 14 
- Como a lei pode comandar quando sua 
letra não é clara, é ambígua ou não nos diz 
algo? 
R- Raciocínio jurídico, a primeira questão é a 
interpretação (a norma é o sentido e o 
resultado dessa interpretação); 
- Então para Dworking é necessária uma 
interpretação construtiva; 
- A lei consiste na melhor justificação de 
nossas práticas jurídicas como um todo, 
consiste na narrativa que transforma essa 
história no melhor que ela pode ser; 
- O direito sempre determina uma resposta e 
o juiz deve procurá-la, o DIREITO NÃO DEIXA 
o juiz decidir por si! 
Exemplo: Um prefeito quer punir os 
servidores que não se vacinarem 
O município/prefeito tem esse direito? 
R- Provavelmente não haverá uma resposta 
direta na lei, e Dworkin quer saber como 
solucionar essas questões? 
- Para Dworkin o direito SEMPRE tem 
resposta e nunca deixa o juiz decidir; 
- Mas o juiz deve PROCURAR no direito (pode 
ser que ele erre, mas ele não pode usar a 
sua opinião) 
 Visão de Dworkin: holística, ou seja, 
uma visão ampla, que mostra o todo 
do direito, modelo de regras, finita 
*existe um número definido de regras, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
há uma regra para cada situação 
(visão atomística), deve apontar a 
regra que mostre que isso pode 
ocorrer; 
 Visão de Hart: atomística, ou seja, 
uma regra para cada coisa, objetiva e 
determinada, o direito fala pelo seu 
conjunto, então não pode olhar 
somente uma regra, mas um todo, 
além disso precisa haver uma visão 
mais filosófica, o juiz precisa conhecer 
a sociedade; 
- Quando não encontra uma resposta pronta, 
deve olhar para o todo, para a sociedade, 
práticas, e a partir desse todo ele 
encontraria uma resposta para algo 
particular; 
- A regra final para Hart era a regra de 
reconhecimento; 
- O juiz precisa ter uma visão filosófica para 
encontrar as respostas (Dworkin); *as 
respostas dependerão do “o que é direito?” 
- Para Hart: a convenção estabelece quais 
são os fundamentos/direitos da sociedade; 
- Para Dworkin: a convenção é pré-
interpretativa, estabelece O QUE será 
interpretato (ex: somos católicos? 
Partiremos da Bíblia para interpretar o 
direito) *sabemos de qual texto iremos partir 
para entender/ler, no Brasil é o vade mecum; 
- Hart diz que a convenção estabelece 
critérios, estes que nos ajudam a mostrar 
quando uma norma é jurídica; 
- A norma resulta da INTERPRETAÇÃO: 
 Para Hart, a convenção é maior e 
define os critérios a serem usados 
para se interpretar; *convenções 
estabelecem critérios 
 Para Dworkin, a convenção é menor e 
define o texto (exemplo: os textos 
serão estes e a partir deles terão 
diversas interpretações), não os 
critérios que estão usando para 
entender; 
Interpretação e dimensões: 
 1-Precisa ser adequada, não pode fugir 
do texto; 
 2-A melhor interpretação é a que 
transforma o que o direito pode ser de 
melhor (dentro do texto, qual o modo 
melhor a se explicar, sem MENTIR ou 
acrescentar o que não há *Agatha 
Christie); 
OBS: não tem como inventar que a Agatha 
escreve tratados sobre morte para 
“melhorar” ela como escritora, mas 
podemos elevar como a melhor contadora de 
histórias, mostrando uma boa forma de ler; 
Contra positivismo: 
- Tese da discricionariedade x tese da 
resposta certa: 
- Para Dworkin, SEMPRE existe uma 
resposta certa, mesmo que o juiz tenha dado 
a resposta errada, errado na interpretação; 
-Tese da discricionariedade: 
 É dizer que o juiz legisla (faz a lei 
enquanto decide), 
 É ter um espaço para escolher uma 
resposta, pois o direito não diz pra ele; 
 
- Dworkin é um grande crítico dessa tese a 
cima, ele diz que o juiz pensa por si e 
interpreta, sendo uma LEVE 
discricionariedade, mas essa 
discricionariedade (que Hart usa) é muito 
extrapolada; 
Cap1: O que é direito? 
R- O direito é a mais reveladora de nossas 
instituições sociais. Se entendermos melhor 
a natureza do nosso argumento jurídico, nós 
saberemos melhor que tipo de povo somos; - 
Dworkin 
- Tanto para Hart quanto para Dworkin, o 
direito é uma prática social; 
- Dworkin é bem mais reflexivo, ele fala que 
nós não teríamos esse direito se o jurista 
não entendesse “o que é direito” e se não 
conseguisse compreender e justificar o que 
ele faz; 
Direito e moral: 
- Dimensão moral da ação judicial; 
- Toda ação judicial tem um peso moral; 
- Quando um juiz toma uma sentença, ele 
também está marcando como moral; 
- Para Dworkin, o juiz precisa estar atento a 
isso; 
Direito Constitucional: 
- A última palavra das cortes 
constitucionais; 
- As cortes sempre ficam com a última 
palavra sobre questões; 
Exemplo: sobre o aborto, eles não 
LEGALIZARAM o aborto em anencefalos 
porque não possuem esse poder, mas eles 
interpretaram que se não tem céfalo, não é 
feto, portanto, pode abortar; *a mídia 
divulgou como se eles tivessem legalizado e 
eles não tem esse poder, foi uma 
INTERPRETAÇÃO 
- Igual a interpretação de homem e mulher 
no casamento, eles INTERPRETARAM como 
duas pessoas, não necessariamente um 
homem e uma mulher; 
- Por isso não tem como separar a moral do 
direito, interpretar já é usar a moral; 
Três tipos de questões em processos 
judiciais: 
 Questões de fato; 
 Questões jurídicas; 
 Questões de moralidade política; 
Questões jurídicas: 
- Advogados e juízes parecem discordar 
frequentemente até sobre a lei aplicável a 
um caso e a maneira de descobri-la; 
Proposições jurídicas: 
- Várias declarações e alegações sobre: 
 O que a lei permite; 
 O que ela proíbe; 
 Direitos que ela confere; 
Exemplo: se você disser que pode fumar 
maconha em público, que é permitido, você 
está fazendo uma proposição jurídica 
Agora se ela vai ser verdadeira, depende do 
fundamento; 
- Fundamentos: aquilo em virtude de que 
proposições jurídicas são verdadeiras ou 
falsas; 
- Duas maneiras de advogados e juízes 
discordarem sobre as proposições: 
 Desacordos empíricos: (Desacordo na 
aplicação da lei) concordam sobre 
quando a verdade ou falsidade de 
certas proposições tornam 
proposições jurídicas verdadeiras ou 
falsas, mas discordam sobre se esses 
fundamentos são de fato satisfeitos 
em um caso particular. 
Exemplo: você tem uma lei que não 
pode trafegar com veículos no parque, 
uns vão considerar patins veículos e 
uns não, mas ambas podem estar de 
acordo com o FUNDAMENTO, ou seja, 
A LEI que proíbe veículos, elas só 
discordam sobre poder patins ou não; 
- Proposição jurídica verdadeira: é 
verdade que é proibido andar de patins 
no parque; 
- Proposição jurídica falsa: é falso que 
seja proibido andar de patins no 
parque; 
 Desacordos teóricos: (Desacordos 
sobre os fundamentos do direito); 
*São ignorados pelo grande público, 
que pensa que se trata do juiz ser ou 
não leal à lei; 
*Conservadores querem que o juiz 
aplique mecanicamente a lei; 
*Progressistas querem que o juiz 
prefira a justiça; 
Exemplo: o abordo deve ou não ser 
legalizado? A lei é a mesma, no caso o 
fundamento, mas há discordância 
sobre ele, sobre O QUE o fundamento 
diz para fazer e para o povo, se há 
discordância é porque alguém está 
fora da lei; 
 Para Dworkin o público não sabe 
sobre desacordos, então o povo acha que 
quando tem é porque um quer seguir a lei e 
o outro não; 
 Para Hart não pode haver desacordos 
teóricos, já que para ele existe as regras de 
reconhecimento que delimitam os 
fundamentos 
- Povo: progressistas: faça justiça 
independente da lei; conservadores: 
aplaudem quem segue a lei; 
- Dworkin diz que quem acha isso é 
ignorante, pois eles não estão discutindo 
sobre SEGUIR ou NÃO, mas sobre O QUE a 
lei diz para eles; 
- Para Dworkin, as divergências não são 
simplesmente: “patins é veículo ou não?”, 
mas sim, algo sobre as proposições 
jurídicas, sobre qual é verdadeira; 
OBS: esse direito não precisa ser pacificopara que seja válido; 
Plain fact view: 
- Dworkin critica e atribui ao senso comum; 
 Desacordos teóricos são uma ilusão. 
 Todos concordam sobre os 
fundamentos da lei. 
 A lei é apenas uma questão do que 
instituições jurídicas decidiram no 
passado. 
 Se há controvérsias entre juristas, é 
porque um deles cometeu um erro 
empírico sobre quais decisões foram 
tomadas no passado. 
 O treinamento jurídico consiste em 
saber onde procurar essas leis e como 
interpretar o vocabulário jurídico em 
que foram registradas. 
- As pessoas acham que a gente só estuda 
onde procura a lei e a lei no seu sentido 
sólido e se houve uma discordância é porque 
houve um erro empírico sobre o que foi 
decidido no passado; 
Discricionariedade: 
 Versão acadêmica da “plain fact” 
view nega que os livros de direito 
contenham leis decisivas para todas 
as questões que possam aparecer 
diante de um juiz. 
 Juiz preenche lacunas fazendo novas 
leis ou torna leis vagas mais precisas. 
- Ela descobriu que não tem todas as leis 
(quando o acadêmico descobre que os livros 
têm limites), o acadêmico positivista sabe 
que não tem tudo e o juiz que diz/interpreta 
(Exemplo: se patins é veículo ou não, se 
kindle é livro ou não), pois o senso comum 
acha que TODAS as respostas estão na lei e 
não é o que ocorre; 
- O juiz quando não encontra a resposta, 
precisa cria-las, agindo com 
discricionariedade; 
LEMBRAR: Dworkin condena, essa é a teoria 
“rival” a dele; 
Argumentação: 
- O direito é um fenômeno social, mas sua 
complexidade, função e consequências 
dependem de uma característica especial de 
sua estrutura: PRÁTICA ARGUMENTATIVA; 
- Faz parte do coração do direito; 
- Para ele, o direito é uma prática social 
argumentativa; 
Dois pontos de vista sobre argumentação: 
 Ponto de vista externo: é do 
historiador ou sociólogo que quer 
entender porque certos padrões de 
argumentos jurídicos se desenvolvem 
em certas épocas; 
 Ponto de vista interno: é do 
participante, o livro toma esse ponto 
de vista, estudo formal do argumento 
jurídico pelo ponto de vista do juiz, 
estrutura do argumento judicial é mais 
explicita e sua influência é maior; 
- Hart acreditava que sua filosofia era do 
ponto de vista externo (teórico), que não 
precisava justificar a existência dele, 
acreditava que o direito poderia ser descrito 
sem colocar a pergunta: “Pra que esse 
direito existe?” *Há diferença de ponto de 
vista de juiz e filósofo, cada um com seu 
ponto 
- Para Dworkin, o filósofo precisa estar do 
ponto de vista interno, ponto de vista do juiz, 
de quem aceita e a gente compreende o 
direito quando entende o PORQUE ele é bom 
ou PORQUE deveria existir; *Não há uma 
diferença de ponto de vista entre filósofo e 
juiz, ambos precisam ter o pensamento/se 
por no lugar do outro 
- A grande pergunta do Dworkin é: “Como 
pode ser legitimo que você use a força com 
base em decisões tomadas no passado?” 
“Qual a teoria que mostra que isso é 
legítimo/moral?” 
Caso jurídico: 
I-Caso Elmer: (Riggs x Palmer) 
 Em 1882, Elmer matou o avô recém-
casado temendo que esse alterasse 
seu testamento; 
 Elmer foi julgado e cumpriu pena pelo 
crime; 
 Ele tinha direito jurídico à herança, 
conforme previsto no último 
testamento de seu avô? 
- O estatuto de testamentos vigente em 
Nova York na época não dizia coisa alguma 
sobre se um testamentário poderia herdar 
de acordo com os termos do testamento se 
tivesse assassinado o legatário; 
- O advogado de Elmer alegou que o 
testamento era válido por não ter violado 
qualquer das provisões explícitas do 
estatuto e, como Elmer foi nomeado em um 
testamento válido, ele deveria herdar. 
(na LETRA da lei, Elmer deveria receber, já 
que não havia nada alegando o contrário) 
- Os magistrados da Suprema Corte de NY 
discordaram sobre o caso 
 Como pode ser que pessoas que 
tenham o texto da lei diante de si 
discordem sobre o que diz na lei? 
- Caso prático da questão: mesmo texto, 
mas fundamentos/critérios diferentes para 
julgar se as proposições são verdadeiras ou 
falsas; 
Dois sentidos de estatutos: 
 Entidade física: qualquer coisa que 
exista fisicamente; (existe o texto 
fisicamente) 
 A lei é criada pela promulgação 
daquele documento (então o estatuto 
não é a lei, mas sim, a interpretação 
feita a partir dele) 
Crítica literária: 
- Analogia com crítica literária, atividade na 
qual é preciso ao menos um estilo de 
interpretação para que se construa o poema 
por trás do texto; 
- Juízes precisam da teoria da legislação; 
(se os críticos precisam de um estilo de 
interpretação, os juízes precisam de uma 
teoria) 
- Mesmo que palavras no estatuto não 
sofram qualquer defeito; 
- O estatuto não é ambíguo, a sua PALAVRA, 
mas o contexto; 
- Ele em si, é claro, e mesmo que seja, o juiz 
precisa usar a teoria da interpretação; 
- No caso Elmer: 
 Juiz Gray usou a teoria da legislação 
literal ou acontextual; *é sem 
contexto, é sua letra em si; 
 Juiz Earl, usou a teoria baseada na 
intenção do legislador e em princípios 
do direito; *nesse caso a letra da lei 
não conta, 
Um estatuto não tem consequência 
alguma que os legisladores teriam 
rejeitado se tivessem pensado nela, 
(juiz disse que o legislador não pode 
ter essa intenção, pois vai contra um 
princípio) 
Estatutos devem ser construídos 
contra o pano de fundo de princípios 
 
de justiça que a lei assume em outras 
partes suas, (a intenção do legislador 
não seria de violar um princípio, por 
isso, a intenção conta mais que a lei), 
“Ninguém deve se beneficiar de um 
dano que ele próprio causou”. 
- Elmer não recebeu a herança; 
II-Caso peixe caramujo: 
 Em 1973, o Congresso dos EUA 
promulgou o Ato das Espécies 
Ameaçadas, conferindo poder a uma 
secretaria para designar espécies que 
estariam ameaçadas pela destruição 
de algum habitat e, então, requerer de 
todas as agências e departamentos do 
governo que tomassem as ações 
necessárias para assegurar que ações 
autorizadas, financiadas ou levadas a 
cabo por eles não prejudicariam a 
continuidade da existência dessas 
espécies; 
 Ambientalistas que se opunham à 
construção de uma barragem que já 
havia custado 100 milhões de dólares 
provavelmente destruiria o único 
habitat do peixe caramujo, um 
pequeno peixe sem importância; 
- O caso acabou na Suprema Corte, que 
ordenou a suspensão das obras; 
 Juiz Burguer argumentou que, quando 
o texto é claro, a Corte não tem o 
direito de deixar de aplicá-lo porque 
considera bobo o resultado; 
Defende uma versão fraca do 
legislador: Se o significado 
acontextual das palavras no texto é 
claro, a corte precisa atribuir às 
palavras esse significado, a menos 
que possa ser demonstrado que a 
legislatura realmente queria o 
resultado oposto para o caso; 
- É preciso provar que o legislador NÃO 
queria o resultado gerado pelo significado 
acontextual do texto para que não se 
aplique esse significado, do contrário, vale o 
significado acontextual; 
- É preciso provar que o legislador quer tirar 
o poder do secretário; 
 Versão forte da teoria da intenção do 
legislador seria: Se a consequência da 
aplicação de uma leitura acontextual 
é “subótima”, não se atribui esse 
significado às palavras, a menos que 
possa se demonstrado que era 
realmente essa a consequência que o 
legislador queria, 
- Ônus da prova é invertido, 
- É preciso provar que o legislador queria o 
resultado “subótimo” gerado pela leitura 
acontextual do texto para que se aplique 
esse significado, 
Juiz Powell divergiu (optou pela visão 
forte) e ficou com a minoria, segue a 
mesma linha de raciocínio de Earl 
(Elmer), mas troca os princípios de 
justiça por bom senso; 
- Se você pode mostrar que o sentido literal 
pode ferir algum princípio, ele pode perder 
sua força; 
III- Caso Mcloughlin: 
 Este caso diz respeitoa um 
precedente, e não a um estatuto. Em 
19 de outubro de 1973, o marido e 
quatro filhos da Sra. McLoughlin se 
feriram em um acidente de trânsito na 
Inglaterra. 
 Duas horas depois, a Sra. McLoughlin 
soube do acidente em casa, por 
intermédio de um vizinho. 
 A Sra. McLoughlin se dirigiu 
imediatamente para o hospital, onde 
soube que sua filha havia morrido e o 
restante da família estava em estado 
grave. 
 A Sra. McLoughlin entrou em estado 
de choque e processou o motorista 
que causou o acidente, bem como 
outros envolvidos, requerendo uma 
indenização por danos emocionais. 
- Doutrina precedente: 
 Doutrina segundo a qual decisões 
tomadas em casos passados, que 
sejam suficientemente similares a um 
novo caso, devem ser repetidas nesse 
novo caso. 
 stare decisis - manter o que foi 
decidido 
 ratio decidendi - razão para decidir 
 obiter dictum - o que não vincula na 
decisão 
 stare rationibus decidendi - manter as 
rationes decidendi de casos 
anteriores] 
- Doutrina estrita do precedente: 
 Obriga o juiz a seguir as decisões 
prévias de certas outras cortes, 
mesmo que o juiz acredite que essas 
decisões foram erradas. 
 Geralmente, trata-se de cortes 
superiores, mas, às vezes, podem ser 
cortes do mesmo nível hierárquico em 
sua jurisdição. 
- Doutrina relaxada do precedente: 
 Demanda apenas que o juiz dê algum 
peso a decisões passadas sobre o 
mesmo assunto, decisões que ele 
precisa seguir a menos que ele pense 
que essas decisões estão 
suficientemente erradas para 
suplantar a presunção inicial a seu 
favor. 
 Esta doutrina pode abranger as 
decisões passadas não somente de 
cortes superiores ou da mesma 
jurisdição, mas até de cortes em 
outros países (direito comparado). 
- Esta distinção explica muitas 
controvérsias em processos, mas não foi o 
ponto central do caso McLoughlin; 
- Às vezes, um lado argumenta que certas 
decisões passadas vêm ao caso e o outro 
argumenta que essas decisões podem ser 
“distinguidas”, o que significa que são 
diferentes do caso presente de algum modo 
que as isenta da doutrina; 
- Naturalmente, nem toda diferença entre os 
casos é relevante;’ 
 O juiz de primeira instância do caso 
McLoughlin considerou relevante o 
fato do dano emocional ter sido 
sofrido longe da cena. 
- Um princípio da common law diz que 
pessoas que agem de forma descuidada são 
sujeitas à responsabilização somente por 
danos razoavelmente previsíveis (danos que 
uma pessoa razoável anteciparia se 
pensasse sobre o assunto). 
- Segundo o juiz, o fato citado acima fez com 
que o dano sofrido pela Sra. McLoughlin não 
fosse “previsível". 
 A Sra. McLoughlin apelou da decisão e 
a corte de segunda instância manteve 
a decisão da primeira instância, mas 
com um argumento diferente. 
- A corte de apelação considerou que o dano 
sofrido pela Sra. McLoughlin era, sim, 
previsível, mas que não seria uma boa 
política ampliar a área de responsabilidade, 
já que isso ampliaria o número de 
processos, congestionando as cortes e 
aumentando o preço dos seguros de 
automóveis. 
- A Sra. McLoughlin apelou à Câmara dos 
Lordes, então Suprema Corte da Inglaterra, 
e acabou vencendo nesta instância, mas os 
lordes divergiram sobre a legitimidade de se 
usar argumentos de política, como os 
usados pela corte de apelação. 
IV-Caso Brown: 
 Depois da guerra civil nos EUA, o 
Norte vitorioso acrescentou uma 
décima quarta emenda à constituição, 
estabelecendo que nenhum estado 
poderia negar a qualquer pessoa a 
igual proteção das leis. 
 Porém, uma vez novamente no 
controle de suas próprias políticas, os 
estados do Sul segregaram muitos 
espaços públicos por raça. 
 No caso Plessy vs. Ferguson, o 
acionado (Plessy, que violou a divisão 
por cor em vagões de trem) alegou que 
essas práticas de segregação 
violavam a décima quarta emenda da 
constituição. 
 A Suprema Corte rejeitou o argumento, 
dizendo que, de acordo com décima 
quarta emenda, os espaços poderiam 
ser separados, desde que fossem 
iguais. 
 Em 1954, um caso do estado do 
Kansas levou a questão à Suprema 
Corte novamente. 
 [O estado se recusou a matricular a 
filha de Oliver Brown na escola mais 
próxima de sua casa, porque se 
tratava de uma escola só para 
brancos.] 
 Os advogados dos estados do Sul 
argumentaram que a Suprema Corte 
teria que respeitar o precedente do 
caso Plessy. 
 De forma inesperada, desta vez, a 
Corte decidiu unanimemente a favor 
do requerente. 
- Porém, a unanimidade foi garantida pela 
opinião de um dos ministros da Suprema 
Corte, Earl Warren, que não disse 
abertamente que a Corte estava rejeitando o 
precedente do caso Plessy, mas apenas que, 
se a decisão presente era inconsistente com 
Plessy, então aquela antiga decisão estava 
sendo rejeitada. 
- De maneira mais importante, o remédio 
para o caso prescrito pelo argumento de 
Warren não foi o fim imediato da 
segregação. 
- Em uma frase que se tornou um emblema 
da hipocrisia, Warren determinou que as 
escolas dos estados do Sul acabassem com 
a segregação com "toda pressa deliberada”. 
- Muitos críticos da decisão da Suprema 
Corte concordavam com a imoralidade da 
segregação e prefeririam uma constituição 
diferente. 
- Eles alegaram que a décima quarta emenda 
não era inconsistente com segregação e que 
o precedente do caso Plessy não poderia ser 
rejeitado tão facilmente. 
- A divergência se deu sobre os fundamentos 
apropriados para o direito constitucional, e 
não sobre moralidade. 
Positivismo jurídico: 
Teorias semânticas do direito: pressupõem 
que juristas usam os mesmos critérios ao 
decidirem quais proposições jurídicas são 
verdadeiras ou falsas, ou seja, que os 
juristas concordam sobre os fundamentos do 
direito. 
Teorias positivas: dizem que esses critérios 
se baseiam em eventos históricos 
específicos.

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