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tcc de pedagogia sobre o lúdico na educação infantil

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A LUDICIDADE FRENTE AO ENSINO REMOTO NA TURMA DO 1º ANO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NA E.M.E.I.F. DE GUAJARÁ DE CARAPAJÓ NO MUNICÍPIO DE CAMETÁ-PA
Autora: Dilma dos Santos Machado
Tutor externo: Me. Luís Ribeiro da Rocha
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Licenciatura em Pedagogia (PED2405) – Projeto de Ensino
03/12/2021
RESUMO 
Organize seu resumo. Leia as orientações do que deve conter no modelo que postei no grupo. Essas informações estão nas Diretrizes do PE. Não exceder 250 palavras
Palavras-chave: ___________. ____________. _______________.
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho de conclusão de curso foi realizado na Escola Municipal de Educação Infantil e Fundamental (EMEIF) de Guajará de Carapajó, localizada na zona ribeirinha do município de Cametá, no estado do Pará. A busca por soluções pedagógicas, através do lúdico, capazes de fazer com que as crianças continuassem seus estudos durante a pandemia, nortearam a presente pesquisa.
Dessa forma, o tema escolhido para o trabalho foi: a ludicidade frente ao ensino remoto na turma do 1º ano da educação infantil na EMEIF de Guajará de Carapajó no município de Cametá-PA. Sua abordagem, deu-se de maneira gradual, pois a maioria do contato feito com a professora responsável pela turma foi através de aplicativos de mensagens. Além disso, as aulas presenciais na escola estavam suspensas, sendo que uma vez na semana havia o encontro dos professores, corpo pedagógico e pais ou responsáveis para a entrega de materiais.
O referido trabalho tem como área de concentração as metodologias de ensino, pois nunca foi tão essencial quanto agora, buscar maneiras de inovar a educação para crianças e adolescentes, pois em tempos de tantas mudanças em todos os cenários, a inovação faz-se necessária para que tudo volte aos trilhos e possamos enxergar todas as situações como aprendizado.
A EMEIF de Guajará de Carapajó buscou através de seus educadores soluções pedagógicas através do lúdico aos alunos, haja vista que, a situação demandava por algo inovador e ao mesmo tempo capaz de suprir as necessidades de todos que compõem o corpo escolar, especialmente os alunos. 
Desse modo, a pesquisa apresenta como objetivos: Compreender a ludicidade na presente escola; Observar como o ensino lúdico foi levado pelos educadores até a casa dos alunos; Analisar a importância da escola mesmo durante a pandemia ao continuar mantendo encontros semanais entre professores e responsáveis; Dialogar com os anseios dos educadores e pais frente aos desafios do ensino remoto durante a pandemia.
Dessa maneira, o trabalho foi uma pesquisa de cunho bibliográfico, contando também, com a colaboração dos educadores que repassaram uma série de informações que foram fundamentais para que chegássemos aos resultados que almejávamos ao redigir o trabalho. Outra importante colaboração para o desenvolvimento do trabalho deu-se por parte dos pais e responsáveis de alguns alunos que repassaram seus anseios e desafios através de mensagens, além do desafio de estarem sendo eles os responsáveis diretos pelo ensino formal de suas crianças. 
2 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS IMPACTOS DA PANDEMIA DO COVID-19 NA EDUCAÇÃO
Com a necessidade do distanciamento social para diminuir a transmissão do novo Coronavírus, instituições educacionais precisaram suspender as aulas presenciais e grande parte das instituições de ensino deu continuidade aos processos educativos por meio do ensino remoto ou não presencial. É nesse contexto que a presente pesquisa foi realizada e é nesse contexto que será finalizada. 
Observamos que o mundo mudou, e essa mudança infelizmente, exigiu muito de nós, pois devido ao surgimento e disseminação do Novo Coronavírus, fomos forçados a buscar novas maneiras de sobrevivência, e a adaptação a esse meio, deu-se de maneira dolorosa. Sentimo-nos impotente frente à doença e a consequência disso, foi a falta gradativa de tudo. 
De repente, não tínhamos escolas, teatros, cinemas, shopping, ou qualquer outro estabelecimento considerado “não essencial” funcionando. O uso de máscara e álcool em gel tornou-se tão comum quanto o uso das roupas diárias. O direito à liberdade de ir e vir tornou-se restrito devido ao toque de recolher. O desemprego e a busca pelo Auxilio Emergencial oferecido pelo governo deram a tônica de uma população desesperada que cada vez mais polarizava-se entre escolher sobreviver a doença ou a escassez de alimentos e outros produtos essenciais. 
É nessa atmosfera que a educação precisou transcorrer, pois com tudo impactado pela doença, não houve alternativa mais viável que a paralisação total das aulas presenciais, num primeiro momento. Em seguida, o governo federal decretou que as aulas seriam retomadas no formato de ensino remoto, o que foi adotado por Estados e Municípios e até a presente data continua vigorando em praticamente todo o país. 
Dessa maneira, podem-se destacar os desdobramentos que necessitaram ser feitos por todos para a solução dos problemas em todas as áreas e atividades. Tratando-se da educação, a busca por novidades que pudessem ajudar no ensino remoto, como a aquisição das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) fundamentais para que o ensino chegasse até as crianças através das aulas online. As metodologias inovadoras capazes de fazer com que o aluno tenha interesse pelas aulas mesmo à distância, caso da utilização do lúdico. 
Por fim, observou-se que a pandemia trouxe um novo olhar a tudo em nossa volta, portanto, a valorização de coisas simples como a liberdade de passear nas praças, teatros, estádio de futebol, ou mesmo, ter o futebol e a novela na TV, passaram a ser vistas como algo importante para todos nós. Mais ainda, foi a falta sentida da interação entre familiares, amigos, colegas etc. tão sentida por todos e agora já podendo acontecer de maneira mais normal devido a vacinação. Enfim, o Covid-19 fez com que muitos de nós valorizássemos algo que estava meio que perdido e precisava de algo que a vontade de viver de maneira digna e feliz. 
2.1 A LUDICIDADE NO ENSINO REMOTO NA EMEIF DE GUAJARÁ DE CARAPAJÓ 
A presente escola fica localizada no Rio Guajará de Carapajó, no município de Cametá – PA. Ela, assim como muitas outras escolas nos municípios da região amazônica, é descrita como escola ribeirinha, pois geralmente, pertencem a localidades distantes da sede do localizadas na sede municipal. 
Dessa maneira, os professores que atuam nessas escolas são desafiados constantemente a está realizando um trabalho que venha a suprir a falta de apoio ou suporte que as escolas sediadas na cidade possuem. Por isso, novas ideias pedagógicas capazes de romper o tradicionalismo, recorrente nessas escolas, são essenciais. 
Nesse sentido, os professores da educação infantil e fundamental decidiram em reunião com o corpo pedagógico responsável pela administração escolar, que adotariam o modelo de trabalho baseado no lúdico como forma de estarem levando até as crianças conteúdos mais atraentes as crianças e também, espera-se que pais e responsáveis entrem “nessa brincadeira”, que é bastante educativa se desenvolvida de maneira correta.
Assim, o lúdico, deu-se de maneira constante na referida escola durante o período da pandemia, em que as escolas optaram pelo ensino remoto, uma vez que, as aulas saíram da escola e adentraram as casas das crianças, então se necessitou que metodologias fossem mudadas, que novos agentes tomassem a frente da educação das crianças, caso de pais e responsáveis, além disso, precisou-se que professores desdobrassem-se para que pudessem inovar de uma forma nunca antes vista, pois devido a Pandemia tal situação foi necessariamente necessária. 
2.2 PRÁTICAS LÚDICAS EM TEMPOS DE PANDEMIA E ISOLAMENTO SOCIAL: DESAFIOS E POSSIBILIDADES
A ludicidade nos dias atuais é um dos principais meios de educar as crianças com qualidade, pois os jogos e brincadeiras se expandem para além da ideia de lazer restrito às experiências externas. Nesse sentido, ao tratarmos de ludicidade, estamos tratando de uma forma ou experiência capaz de ir além inclusive,do concreto. Nesse sentido, Luckesi (2004, p. 18) fala que:
[...] quando estamos definindo ludicidade como um estado de consciência, onde se dá uma experiência em estado de plenitude, não estamos falando, em si das atividades objetivas que podem ser descritas sociológica e culturalmente como atividade lúdica, como jogos ou coisas semelhantes. Estamos, sim, falando do estado interno do sujeito que vivencia a experiência lúdica. Mesmo quando o sujeito está vivenciando essa experiência com outros, a ludicidade é interna; a partilha e a convivência poderão oferecer-lhe, e certamente oferecem, sensações do prazer da convivência, mas, ainda assim, essa sensação é interna de cada um, ainda que o grupo possa harmonizar-se nessa sensação comum; porém um grupo, como grupo, não sente, mas soma e engloba um sentimento que se torna comum; porém, em última instância, quem sente é o Sujeito 
Desse modo, o Sujeito acima descrito é aquele que ao estar participando de atividades lúdicas está internamente ligado a uma sensação única, capaz de oferecer-lhe o prazer de maneira singular, o que pode ser compartilhado com o grupo através de um sentimento único e comum.
Diante disto, Queiroz (2009) destaca que a atividade lúdica é essencial para a criança porque estimula a inteligência, a imaginação, a criatividade, ajuda no exercício de concentração e atenção, favorecendo a formação da motricidade infantil. Este aspecto é confirmado por Kishimoto (2000, p. 22), quando fala que:
Ao permitir a manifestação do imaginário infantil, por meio de objetos simbólicos dispostos intencionalmente, a função pedagógica subsidia o desenvolvimento integral da criança. Neste sentido, qualquer jogo [...], desde que respeite a natureza do ato lúdico, apresenta caráter educativo e pode receber também a denominação geral de jogo educativo.
Por essa característica, o lúdico já vem sendo explorado desde sempre pelos mais variados povos sempre com o objetivo de educar. Dessa maneira, grandes pensadores e educadores viram na ludicidade uma maneira ímpar de expressar suas ideias e práticas educacionais.
Analisando historicamente, observamos que a ludicidade já vem sendo usada como fator educacional há muitos séculos. Acerca disso, parafraseamos Almeida, (2003, p. 119), que discorre e diz que já na Grécia Antiga, um dos maiores pensadores, Platão (427-348), afirmava que os primeiros anos da criança deveriam ser ocupados com jogos educativos, praticados em comum pelos dois sexos, sob vigilância e em jardins de infância. Além disso, ele e todo o pensamento grego da época, afirmavam que a educação deveria começar aos sete anos de idade.
Almeida (2003) fala também do educador francês Montaigne (1533-1592) e sua maneira de aplicar a educação lúdica, na qual “já partia para o campo da observação, fazendo a criança adquirir curiosidade por todas as coisas que visse ao redor: um edifício, uma ponte, um homem, um lugar, entre outros”. (ALMEIDA, 2003 p. 117). 
Outro educador incentivador do lúdico na educação foi Comênio (1592-1671) que segundo (FROEBEL, 2001, p. 60), “resumia seu método em três ideias que foram as bases da nova didática: naturalidade, intuição e auto-estima”. Esse método obedeceu às leis do desenvolvimento da criança: rapidez, facilidade e consistência no aprendizado.
Também, o famoso educador Lev Vygotsky, foi adepto da ludicidade na educação. Grande entusiasta do lúdico no processo de ensino-aprendizagem, defendia que “por meio do lúdico, a criança se relaciona com o mundo real, testando comportamentos que poderão ser colocados em prática ou não quando atingir a idade adulta”. (VYGOTSKI, 1998, p. 112-124). 
Ainda sobre a ludicidade na educação, Vygotsky (1998) destaca que: “É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança [...] A essência do brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual, ou seja, entre situações no pensamento e situações reais”. 
Da visão de Vygotsky acerca da ludicidade, muitos educadores compartilharam, pois a analogia entre as situações pensadas e as reais é à base de desenvolvimento de qualquer atividade que tenha a ludicidade como principal meio de explanação pedagógica. 
Disso tudo, pode-se chegar a realidade das escolas brasileiras que cada vez mais vem desenvolvendo o ensino/aprendizado das crianças e adolescentes com a ludicidade como principal meio pedagógico de ensino. Tal fato, deve-se preponderantemente ao devido valor atribuído aos jogos e brincadeiras em detrimento de um melhor fazer educacional as crianças. Sobre as atividades lúdicas, Luckesi (2000, p. 62) diz que “são aquelas atividades que propiciam uma experiência de plenitude, em que nos envolvemos por inteiro, estando flexível e saudável”, por isso, o momento vivido possibilita ao sujeito o conhecimento de si mesmo e do outro.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - RCNEI (BRASIL, 1998) afirma que, por ser tão importante para o desenvolvimento das crianças o jogo (ou lúdico) é um assunto de interesse para os profissionais da educação: “O jogo tornou-se objeto de interesse de psicólogos, educadores e pesquisadores como decorrência da sua importância para a criança e da ideia de que é uma prática que auxilia o desenvolvimento infantil, a construção ou potencialização de conhecimentos”. (BRASIL, 1998, p. 210).
Vê-se a importância da ludicidade na educação nacional, quando passam a redigir leis nas quais tal prática começa a ganhar contornos de algo real, a ser aplicado no dia-a-dia da escola. Por isso, é fundamental que haja um melhor entendimento por parte dos educadores sobre o que é a ludicidade e o quão importante ela pode ser ao contexto educacional sob o qual estamos, pois, o desafio de educar tornou-se tão complexo, chegando a um nível de exigência nunca visto antes, tal fato, pode ser constatado nas constantes avaliações a nível Nacional, Estadual e Municipal que os alunos e consequentemente, o trabalho do professor passam anualmente.
Por isso, buscar novos modos de melhorar a educação é fundamental. Nesse sentido, Mukhina (1995, p. 155) aponta que o jogo é extremamente importante para o desenvolvimento da criança porque ele “[...] dá origem às mudanças qualitativas na psique infantil”. Além disso, a introdução dos jogos e brincadeiras tornou-se fundamental e os educadores devem passar a fazer uso de tal artificio com mais frequência. 
Outro autor que enxerga no lúdico a forma perfeita de refazer educação para as crianças é Kishimoto (2005, p. 67), ao explanar que: “as brincadeiras desenvolvem a inteligência facilitando assim o estudo, por esse motivo passou a fazer parte dos conteúdos escolares. O lúdico é o inverso do ensino tradicional, e todo pedagogo deveria dar forma lúdica aos conteúdos”. O que poderia acontecer caso houvesse um melhor preparo dos educadores que atuam na educação infantil e fundamental, e também, mais apoio por parte dos governantes aos professores que em muitos casos sequer tem a assistência continuada a seus estudos, e quando tem, acaba não sendo de acordo com a realidade vivida pelo professor, que atua em uma escola ribeirinha, por exemplo. 
Dessa maneira, observa-se que os jogos (lúdico), são formas originais que a criança tem de se relacionar e de se apropriar do mundo. É brincando que ela se relaciona com as pessoas e objetos ao seu redor, aprendendo o tempo todo com as experiências que podem ter. São essas vivências, na interação com as pessoas de seu grupo social, que possibilitam a apropriação da realidade, da vida e toda sua plenitude.
Portanto, o lúdico é essencial na educação atual, pois possibilita a criança uma infinidade de conhecimentos e sensações que a educação tradicional não é capaz de explorar. Nesse sentido, recorremos novamente a Kishimoto (2005, p. 146), que brilhantemente, associa a brincadeira lúdica a criança e consequentemente, a educação. Assim, diz: “por ser uma ação iniciada e mantida pela criança, a brincadeira possibilita a busca de meios, pela exploração ainda que desordenada, e exerce papelfundamental na construção de saber fazer”.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização do presente artigo, contamos com diversos materiais, que foram cruciais para que pudéssemos chegar ao resultado almejado. Livros, projetos e monografias, tanto na versão impressa, quanto na online, formaram a base metodológica da pesquisa. Além disso, um questionário contendo perguntas sobre o tema foi elaborado e, em seguida, repassado para alguns educadores da escola que responderam, e assim, colaboraram com o desenvolvimento do trabalho.
Nesse sentido, o levantamento bibliográfico foi utilizado em demasiado, pois o desenvolvimento do trabalho perpassa por uma árdua e permanente pesquisa. Ainda, em se tratando de levantamento bibliográfico, Ruiz (2009, p. 58) diz que “é conjunto das produções escritas para esclarecer as fontes, para divulgá-las, para analisá-las, para refutá-las ou para estabelecê-las; é toda a literatura originária de determinada fonte”.
Dessa maneira, pode-se dizer que materiais como: notebooks, celulares, impressoras e demais ferramentas capazes de levar e trazer informações para o auxílio do trabalho foram essenciais, pois sem isso, não teríamos chegado ao resultado almejado, e assim, concluído a referida pesquisa de conclusão de curso.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A presente pesquisa foi realizada na EMEIF de Guajará de Carapajó, localizada na zona ribeirinha do município de Cametá, no estado do Pará. A princípio, buscamos encontrar modos de entrar em contato com os educadores e coordenadores responsáveis pela escola, uma vez que as aulas presenciais foram suspensas em nosso município desde 2020, e o retorno as aulas presenciais na região ribeirinha ainda não aconteceu até a conclusão do trabalho.
Em posse dos contatos, buscamos compreender de que maneira os professores estão trabalhando para fazer chegar até aos alunos “a escola”, haja vista que desde o ano passado, o ensino remoto vem sendo adotado como alternativa ao ensino regular em nossas escolas. Nesse sentido, o município vem adotando o ensino remoto desde a promulgação do parecer do Conselho Nacional de Educação, em 2020. Descrito por Almeida e Martins (2020, p. 2), da seguinte maneira:
Diante de tantas iniciativas e propostas educacionais diferenciadas, o Conselho Nacional de Educação (CNE) publicou em 28 de abril de 2020, parecer favorável à possibilidade de cômputo de atividades pedagógicas não presenciais para fins de cumprimento da carga horária mínima anual e proposta de parecer sobre a reorganização do Calendário Escolar, em razão da Pandemia da COVID-19, homologado pelo Ministério da Educação (MEC), em despacho de 29 de maio de 2020. 
Diante disso, o ensino remoto tornou-se a principal possibilidade de engajar os alunos as tarefas escolares, e tal fato, desencadeou ainda mais desafios aos professores que tiveram de alterar suas metodologias e dessa maneira, mudar a sua forma de trabalho. Diante de tão grande desafio desencadeou-se uma série de situações até então inéditas a muitos educadores, e quando não inéditas vistas por eles apenas como teorias nos livros das universidades. 
Esse fato acabou fazendo com que muitas crianças “perdessem o interesse em estudar”, como veremos mais adiante nas respostas dos educadores. Além disso, fez também, com que pais e responsáveis ficassem avessos as tarefas escolares, mesmo que essas tarefas fossem enviadas até a sua residência, o que dificultou ainda mais o trabalho dos docentes.
É claro que sabemos o quão a pandemia do COVID-19 contribuiu para isso, mas também sabemos que mesmo antes disso, havia um grande número de crianças e adolescentes que deixavam de frequentar a escola nas regiões ribeirinhas durante o ano-calendário. 
Essa situação acaba sendo comum nessas escolas, principalmente, quando chega o período da coleta do açaí, onde é comum termos a criança ajudando a família na coleta desse produto. Há outras localidades ribeirinhas em que ainda prevalece a pesca do mapará, aonde ainda é comum termos, crianças e adolescentes, em sua maioria, ajudando na pescaria. 
Esses fatos, por si só, já tornavam a educação nas escolas ribeirinhas um imenso desafio. O que apenas foi agravado com o surgimento da Pandemia. Diante disso, os professores buscaram criar atividades que possibilitassem as crianças uma melhor compreensão dos assuntos que são exigidos no ano letivo. Por isso, a adoção da ludicidade como possibilidade de tornar o ensino a essas crianças mais atraente foi um dos principais fatores que motivaram os educadores a buscar essa alternativa. 
Porém, para que o ensino chegue de fato como o educador planejou até a casa do aluno, parcerias são fundamentais, e o principal parceiro do educador nesse período mora junto aos alunos. Os pais ou responsáveis tem papel fundamental nisso tudo, pois eles acabaram tendo de assumir um pouco, ou melhor, mais um pouco, essa responsabilidade de educador formal de suas crias, e são quem de fato vai sentar com a criança e desenvolver a atividade que lhes foi dirigida pela escola. 
Essa por sua vez, deve adotar segundo a Secretaria de Educação Municipal esclarece em Nota Oficial do dia 19 de agosto de 2020, uma das 5 estratégias de acordo com suas possibilidades. Elas são: o estudo dirigido; a disponibilidade do professor plantonista (para um atendimento semanal para a entrega de atividades aos pais dos alunos); aulas em grupos de WhatsApp/por turma; portal alunos web em Cametá; e a TV/Rádio Escola Cametá.
Nesse sentido, o estudo dirigido, e a adoção do professor plantonista, acabaram sendo as duas principais formas de trabalho adotadas pelas escolas ribeirinhas, uma vez que, as demais exigem o uso das TICs e demais meios de informação e comunicação, o que acabou ficando restrito a algumas escolas localizadas na sede do município. 
Dessa maneira, o educador cria suas atividades em casa e leva até a escola em um determinado dia da semana. Lá ele faz a entrega desse material aos pais ou responsáveis que ficam incumbidos de repassa-los até as crianças para que realizem os estudos e resolvam as atividades a eles dirigida, em seguida, os pais recolhem esse material e levam de volta até a escola, noutra data marcada, para que o professor possa está fazendo a correção e a avaliação. Da mesma maneira o professor repassa outros materiais aos pais ou responsáveis para que possam estar novamente levando e assim, o ciclo educacional durante esse período, vai construindo-se. 
5 CONCLUSÃO 
O referido trabalho tratou do lúdico aplicado no ensino remoto na EMEIF de Guajará de Carapajó, em Cametá-PA. Observou-se no desenvolvimento dessa pesquisa o quão é desafiador o trabalho do educador nas escolas ribeirinhas e o quanto tiveram de desdobrar-se para levar até a casa das crianças a educação, no presente momento. 
Observamos também, que o lúdico tornou-se uma excelente alternativa a ser empregada pelos educadores como proposta pedagógica, pois devido ao distanciamento propiciado pela pandemia, fez-se necessário que as crianças estudassem em casa, e para isso contaram com o auxílio de pais, responsáveis, parentes, ou alguém de seu convívio familiar. Nesse sentido a tarefa de professor foi meio que dividida, então se fez necessário que o professor criasse conteúdos mais atraentes e propícios aos alunos que de fato, tiveram no seio familiar a figura do educador, no momento.
Não obstante, testemunhamos uma série de desafios diários tanto dos educadores, quanto dos pais ou responsáveis dos alunos que eram a ponte entre os conteúdos propostos pelos professores e as crianças. 
Dessa forma, a pesquisa deu-se de maneira positiva, pois conseguimos a partir dela extrair uma série de resultados e também desafios que nortearam e ainda norteiam muitos educadores de escolas ribeirinhas que veem na ludicidade a maneira mais atraente e inovadora de fazer com que a criança não perca o gosto pela escola e consequentemente, por seus estudos. Notamos também, que o desafio vai além da criança, pois muitos pais e responsáveis acabaram usando o fato do período de pandemia para desvincular a criançacompletamente da escola, o que a curto prazo pode causar a reprovação da criança, e a longo prazo sequelas inimagináveis uma vez que, a educação é fundamental a qualquer cidadão para que possa viver sua vida com mais dignidade em todos os aspectos, na sociedade.
Assim, esperamos que mais educandos possam estar pesquisando a respeito do referido assunto e possam enxertar mais conhecimentos a essa área tão essencial da educação que é a ludicidade no ensino de crianças e adolescentes. Por isso, necessita-se de um olhar mais aguçado a esse fato e também a educação que é apresentada nas escolas ribeirinhas e seus desafios diários a todos os agentes que a compõem.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Ana C. P. C. de; SHIGUNOV, Viktor. A Atividade Lúdica Infantil e Suas Possibilidades. In: Revista da Educação Física. Maringá. v. 11. n. 01, 2000.
BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. v. 1. Brasília: MEC/SEF, 1998.
FROEBEL, F. A. Educação do homem. Tradução de: Maria Helena Câmara Bastos. Passo Fundo: Universitária, 2001.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2000.
KISHIMOTO, T. M. Jogos tradicionais Infantis: O jogo, A Criança e a Educação. Petrópolis: Vozes, 1993.
LUCKESI, Cipriano. Estados de consciência e atividades lúdicas. In: PORTO, Bernadete (Org.). Educação e ludicidade. Salvador: UFBA, 2004
MUKHINA, Valéria. Psicologia da idade pré-Escolar. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
VYGOTSKY, Lev Semenovitch. A Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. _____. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
Sites:
https://prefeituradecameta.pa.gov.br/nota-de-esclarecimento-sobre-o-retorno-das-atividades-escolares/. Acesso em: 20 de outubro de 2021.

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