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Apostila Direitos Humanos Polícia CIVIL DE MG 2018 Prof. Mauro Metzker

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DIREITOS HUMANOS 
 
Apostila elaborada para preparação de candidatos às 119 
(cento e dezenove) vagas para o cargo de: 
 
Escrivão de Polícia Civil I 
 
 Órgão: Polícia Civil - MG 
Banca: FUMARC 
Dúvidas específicas poderão ser sanadas pelo e-
mail: contato.ampliarconcursos@gmail.com 
 
AmpliarConcursos 
O canal para expandir seus horizontes 
2018 
 
Todos os direitos reservados ® 
 
Nenhuma parte desta apostila poderá ser reproduzida, armazenada em nuvem na categoria 
pública ou transmitida sem prévia autorização dos autores e editor. 
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Sumário 
 
1. CRONOGRAMA DE DIREITOS HUMANOS | ESCRIVÃO I PC-MG ................................... 3 
2. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 ....................................................................... 4 
3. NOÇÕES GERAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS. ........................................................... 5 
4. GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS. ........................................................................ 10 
5. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 E OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE 
PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. ............................................................................. 12 
6. O SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. ................... 15 
7. O SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E A 
REDEFINIÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL. ........................................................................ 22 
8. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988: DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS............... 30 
9. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 88: DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 36 
9.5. DOS PARTIDOS POLÍTICOS ........................................................................................ 78 
10. DIREITOS HUMANOS DAS MINORIAS E GRUPOS VULNERÁVEIS. ............................... 83 
11. POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS ........................................................ 110 
12. SOBRE O AUTOR ..................................................................................................... 120 
13. REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 121 
14. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS ® ...................................................................... 121 
 
 
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1. CRONOGRAMA DE DIREITOS HUMANOS | ESCRIVÃO I PC-MG 
1. A Constituição Brasileira de 1988. 
2. Noções gerais sobre direitos humanos. 
3. Gerações de direitos humanos. 
4. A Constituição Brasileira de 1988 e os Tratados Internacionais de Proteção 
dos Direitos Humanos. 
5. O Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos. 
6. O Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos e a Redefinição 
da Cidadania no Brasil. 
7. A Constituição Brasileira de 1988: Dos princípios fundamentais. 
8. A Constituição Brasileira de 1988: Dos Direitos e Garantias Fundamentais. 
 8.1. Dos direitos e deveres individuais e coletivos. 
 8.2. Dos direitos sociais. 
 8.3. Da nacionalidade. 
 8.4. Dos direitos políticos. 
 8.5. Dos partidos políticos. 
9. Direitos humanos das minorias e grupos vulneráveis. 
10. Política nacional de direitos humanos. 
 
Referência Bibliográfica disponibilizada no edital: 
 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 - Atualizada. 
 
 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direitos Humanos. Rio de 
Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017. 
 
 PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional 
Internacional. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
Clique aqui para baixar o edital completo 
 
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2. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 
A Constituição brasileira de 1988 veio como um marco na história de 
democratização e amplitude de direitos em âmbito nacional, sendo apelidada 
de Constituição Cidadã, inclusive considerada uma das Constituições mais 
avançadas do mundo em relação a essa matéria. Em breve análise, 
demonstraremos a importância da compreensão deste assunto para a 
sistemática de direitos humanos, visando a assimilação do conteúdo deste 
material de maneira sistematizada e direcionada a gabaritar a prova de Direitos 
Humanos da Policia Civil de Minas Gerais. 
Ainda no entendimento da sistemática dos Direitos Humanos, vamos, em 
resumida análise, identificar o status hierárquico existente entre as normas 
internacionais e a Constituição Federal, verificar o impacto dessa 
hierarquização e como isso poderá ser cobrado na prova aplicada pela Fumarc 
para o concurso PC-MG. Também serão analisados os principais temas e 
documentos que regulamentam os Direitos Humanos internacionais e que 
afetam a Constituição Brasileira. 
Em capitulo especifico traremos as principais definições sobre a Constituição 
Brasileira de 1988, que serão cobradas em provas e as peculiaridades de cada 
tema para que você LEITOR, ao fim deste estudo possa realizar uma excelente 
prova e ingressar no cargo de escrivão da Polícia Civil/MG. 
Importante esclarecer que o foco desta apostila é fazer você gabaritar na prova 
de Direitos humanos e não esgotar o assunto, pois isso gastaria muito tempo 
do candidato e tempo perdido é questão errada. Então vamos iniciar os 
estudos e garantir essa tão sonhada vaga!!! 
 
Vamos praticar... 
Exercício 01- (PC-MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) A 
Constituição Federal de 1988 pode ser considerada, na história do Brasil, o 
documento mais abrangente e pormenorizado sobre os direitos humanos até 
então adotado. Sobre a Constituição Federal de 1988, NÃO é correto o que se 
afirma em: 
a) Alargou o campo dos direitos e das garantias fundamentais. 
b) É a primeira vez que uma Constituição assinala, especificamente, objetivos 
do Estado brasileiro. 
c) Inclui os direitos sociais, a nacionalidade e os direitos políticos no rol dos 
direitos e garantias fundamentais. 
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d) Não se coloca entre as Constituições mais avançadas do mundo no que diz 
respeito à matéria. 
Confira o gabarito aqui. 
 
3. NOÇÕES GERAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS. 
 
Direitos Humanos é uma expressão genérica dada a uma proteção que está 
intimamente ligada ao direito internacional público, o seja, aquele direito que 
possui proteção de ordem internacional. Assim quando falamos de proteção de 
direitos da pessoa em âmbito internacional, estamos diante de direitos 
humanos, ao passo que a proteção desses direitos em âmbito interno 
(ESTADO), estamos diante de um direito fundamental. 
Os direitos humanos são aqueles protegidos por uma ordem internacional 
(tratados com múltiplas adesões em âmbito global e regional) e visam a 
proteger as pessoas dos abusos que podem ser cometidos por um Estado, 
visam resguardar um mínimo que todo Estado devem respeitar e em caso de 
descumprimento estará sujeito a punição. A proteção não é direcionada a 
nacionalidade da pessoa violada, bastando apenas que tenha ocorrido a 
violação do direito pelo Estado que a vítima se vincule. 
 
 
Alguns conceitos são importantes para o entendimento do assunto, entre eles 
o conceito e diferenciação entre Direitos do homem x Direitos fundamentais, 
assim direitos do homem compreendem aqueles direitos que ainda não foram 
positivados (jusnaturalista), ou seja, aqueles que não foram escritos em lei mas 
que naturalmente é sabido existir. Atualmente é pouco provável que exista 
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algum direito relacionado a proteção da pessoa que não esteja positivado, seja 
em ordem interna ou internacional. Direitos fundamentais são aqueles direitos 
inerentes as pessoas e que estão positivados em âmbito interno, ou seja, 
proteção aos direitos de ordem interna, no caso do Brasil na Constituição 
Federal como principal norma jurídica 
Importante esclarecer tal tema para demonstrar que ambos conceitos 
apresentados não estão positivados em âmbito internacional e por conseguinte 
não se tratam de direitos humanos, conforme cita Mazzuoli: 
 
Assim, quando se fala em “direitos humanos”, está-se a referir aos 
direitos inscritos (positivados) em tratados ou previstos em costumes 
internacionais. Trata-se, em suma, daqueles direitos que já 
ultrapassaram as fronteiras estatais de proteção e ascenderam ao 
plano de proteção internacional. 
 
Outra importante diferenciação é a amplitude de cada direito, pois ao falarmos 
de direitos fundamentais estamos diante de um direito que pode ser restringido 
e isto não será considerado abuso, como exemplo o direito de voto, que não 
pode ser exercido pelos conscritos. Em sentido contrario os direitos humanos 
quando violados serão alvo de reinvindicação, desde que tal direito esteja 
previsto em tratado ratificado pelo Estado de origem da vítima da violação. 
A Constituição Federal adota essa nomenclatura técnica em seu texto e como 
exemplo tem o parágrafo terceiro do artigo 5º, quando cita sobre os tratados e 
convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados em 
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos 
dos respectivos membros serão equivalentes às emendas constitucionais. 
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Ao analisar a Declaração Universal de 1948 pode-se inferir que os direitos 
humanos possuem três princípios básicos: 
 1) o da inviolabilidade da pessoa, cujo significado traduz a ideia de que não 
se podem impor sacrifícios a um indivíduo em razão de que tais sacrifícios 
resultarão em benefícios a outras pessoas; 
2) o da autonomia da pessoa, pelo qual toda pessoa é livre para a realização 
de qualquer conduta, desde que seus atos não prejudiquem terceiros; 
3) o da dignidade da pessoa, verdadeiro núcleo-fonte de todos os demais 
direitos fundamentais do cidadão, por meio do qual todas as pessoas devem 
ser tratadas e julgadas de acordo com os seus atos, e não em relação a outras 
propriedades suas não alcançáveis por eles. 
 
 
Os direitos humanos possuem algumas características peculiares, que o 
diferem de outros direitos, principalmente os de ordem interna, sendo elas: 
 a) Historicidade. Os direitos humanos são históricos, isto é, são direitos que 
se vão construindo com o decorrer do tempo. Teve inicio de sua aplicação após 
a 2ª Guerra com a criação da ONU. 
 b) Universalidade. Significa que toda pessoa humana por esse simples fato 
“ser humana” possui a proteção dos direitos humanos. 
 
• Aprovados em cada Casa( 
Senado e Camara dos 
Deputados) 
 
• Aprovados em 2 turnos 
( em cada Casa) 
 
• Por 3/5( três quintos) dos 
votos dos respectivos 
membros de cada Casa 
 
• Serão equivalentes às 
EMENDAS 
CONSTITUICIONAIS 
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 c) Essencialidade. Expressa valores supremos a serem obedecidos e 
mesmo que não escrito (positivado), cria o dever para o Estado 
 d) Irrenunciabilidade. Não é possível abrir mão do direito de forma alguma e 
não se pode justificar um abuso com a autorização do detentor do direito, pois 
este não possui autonomia para isso. 
 e) Inalienabilidade. São indisponíveis e inegociáveis, logo não podem ser 
negociados de forma onerosa ou gratuita. 
 f) Inexauribilidade. Podem ser complementados a qualquer tempo, e seus 
efeitos e alcance não são limitados. 
 g) Imprescritibilidade. São os direitos humanos imprescritíveis, não se 
esgotando com o passar do tempo e não sofrem prescrição. Exceção se 
houver previsão em Tratado internacional sobre forma de procedimento em 
busca do direito. 
 h) Vedação do retrocesso. Os direitos humanos devem aumentar sua 
proteção, e esta característica veda a criação de uma norma que vise diminuir 
a proteção de determinada norma, logo não pode o Estado proteger menos que 
em tempo anterior. 
As características citadas acima podem ser alvo de questões por parte da 
banca da Fumarc, pois além de significarem importantes conhecimentos no 
tema Direitos Humanos, também é bem simples de se confundir os conceitos e 
por isso fiquem atentos ao examinarem questões sobre o assunto e, além 
disso, busque entender o conceito e não decora-lo. 
 
Vamos praticar... 
Exercício 02- (PC-MG - Delegado de Polícia - FUMARC/2011) A verdadeira 
consolidação do Direito Internacional dos Direitos Humanos surge em meados 
do século XX, em decorrência da Segunda Guerra Mundial, por isso o moderno 
Direito Internacional dos Direitos Humanos é um fenômeno do pós-guerra. 
Dentre as proposições abaixo, assinale a que não corrobora com o enunciado 
acima: 
a) o desenvolvimento do Direito Internacional dos Direitos Humanos pode ser 
atribuído às monstruosas violações de direitos humanos da era Hitler e, após, à 
crença de que somente uma guerra poderia por fim a essas violações no 
âmbito internacional para garantir internamente em cada Estado nacional a 
dignidade da pessoa humana. 
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b) a internacionalização dos direitos humanos constitui um movimento 
extremamente recente da história, surgido a partir do pós-guerra, como 
proposta às atrocidades e aos horrores cometidos durante o nazismo. Se a 
Segunda Guerra significou a ruptura com os direitos humanos, o pós-guerra 
deveria significar sua reconstrução. 
c) no momento em que os seres humanos se tornam supérfluos e descartáveis, 
no momento em que vige a lógica de destruição, em que cruelmente se abole o 
valor da pessoa humana, torna-se necessária a reconstrução dos direitos 
humanos como paradigma ético capaz de restaurar a lógica do razoável. 
d) a barbárie do totalitarismo significou a ruptura do paradigma dos direitos 
humanos, por meio da negação do valor da pessoa humana, como valor fonte 
do direito. Essa ruptura fez emergir a necessidade da reconstrução dos direitos 
humanos como referencial e paradigma ético que aproxime o direito da moral. 
 
Exercício 03- Questão adaptada. Em se tratando de Direitos Humanos, 
podemos citar algumas características peculiares a esta seara. Nesta ótica, 
marque abaixo qual característica corresponde a uma inerente aos Direitos 
Humanos. 
 a) Vedação do retrocesso. Os direitos humanos são históricos, isto é, são 
direitos que se vão construindo com o decorrer do tempo. Teve inicio de sua 
aplicação após a 2ª Guerra com a criação da ONU. 
 b) Essencialidade. Significa que toda pessoa humana por esse simples fato 
“ser humana” possui a proteção dos direitos humanos. 
 c) Essencialidade. Expressa valores supremos a serem obedecidos e mesmo 
que não escrito (positivado), cria o dever para o Estado 
 d) Inalienabilidade. Não é possível abrir mão do direito de forma alguma e 
não se pode justificar um abuso com a autorização do detentor do direito, pois 
este não possui autonomia para isso. 
 e) Irrenunciabilidade. São indisponíveis e inegociáveis, logo não podem ser 
negociados de forma onerosa ou gratuita. 
Confira o gabarito aqui. 
 
 
 
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4. GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS. 
Os direitos humanos são comumente divididos em gerações ou categoria de 
acordo com o momento histórico em que foram criados, também existem 
aqueles que falam em dimensões, como o argumento de que geração 
pressupõe a substituição da anterior, o que não muda é a idealização a partir 
da Revolução Francesa. 
 
 
Sobre as gerações de direitos humanos, Mazzuoli faz breve explanação: 
 As “gerações” acima referidas têm sido compreendidas ao longo do 
tempo, especialmente no plano doutrinário, com base estritamente na 
evolução histórica pela qual passou o constitucionalismo ocidental. 
Nesse sentido, tem-se entendido que os direitos começaram a 
desenvolver-se no plano dos direitos civis e políticos, passando, num 
segundo momento, para o âmbito dos direitos econômicos, sociais e 
culturais e, bem assim, dos direitos coletivos ou de coletividades, 
culminando com a proteção de direitos como o meio ambiente, a 
comunicação, o patrimônio comum da humanidade etc. 
 
 
 
 
•direitos civis e políticos 1ª 
 Liberdade 
•direitos econômicos, sociais e 
culturais 
2ª 
 Igualdade 
•direito ao desenvolvimento, à paz, ao 
meio ambiente, à comunicação e ao 
patrimônio comum da humanidade 
3ª 
 Fraternidade 
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Hora de praticar... 
Exercício 04- Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público 
- Reaplicação A respeito da teoria das gerações ou dimensões de Direitos 
Humanos, considere: 
I. A adoção do conceito de gerações de Direitos Humanos é consensual na 
doutrina brasileira. 
II. Os Direitos Humanos de segunda geração ou dimensão estão relacionados 
à ideia de solidariedade ou fraternidade, da mesma forma como os direitos de 
primeira geração ou dimensão estão amparados na ideia de liberdade. 
III. Os Direitos Humanos de primeira geração ou dimensão, por se tratarem de 
direitos de defesa, não acarretam qualquer atuação prestacional do Estado em 
relação à efetivação dos mesmos. 
IV. Os Direitos Humanos de segunda geração ou dimensão, dada a sua 
natureza prestacional, exigem uma atuação positiva do Estado para a sua 
efetivação. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a)I e IV. 
b)I, II e III. 
c)II, III e IV. 
d)IV. 
e)II. 
 
 
Confira o gabarito aqui. 
 
 
 
 
 
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5. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 E OS TRATADOS 
INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. 
 
Neste tópico vamos tratar da normatização constitucional sobre Tratados 
Internacionais de Direitos Humanos. Para inicio, vejamos o que diz o Art. 5º, § 
2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
Com efeito, quando um tratado internacional ingressa no ordenamento jurídico 
acrescenta outros direitos e deveres Em relação à primeira dimensão de 
direitos, inicialmente, denota-se a afirmação dos direitos de liberdade, referente 
aos direitos que tendem a limitar o poder estatal e reservar parcela dele para o 
indivíduo (liberdade em relação ao Estado), sendo que posteriormente 
despontam os direitos políticos, relativos às liberdades positivas no sentido de 
garantir uma participação cada vez mais ampla dos indivíduos no poder político 
(liberdade no Estado). Os dois movimentos que levaram à afirmação dos 
direitos de primeira dimensão, que são os direitos de liberdade e os direitos 
políticos, foram a Revolução Americana, que culminou na Declaração de 
Virgínia (1776), e a Revolução Francesa, cujo documento essencial foi a 
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789). 
Quanto à segunda dimensão, foram proclamados os direitos sociais, 
expressando o amadurecimento das novas exigências como as de bem-estar e 
igualdade material (liberdade por meio do Estado). Durante a Revolução 
Industrial tomaram proporção os direitos de segunda dimensão, que são os 
direitos sociais, refletindo a busca do trabalhador por condições dignas de 
trabalho, remuneração adequada, educação e assistência social em caso de 
invalidez ou velhice, garantindo o amparo estatal à parte mais fraca da 
sociedade. Ao lado dos direitos sociais, chamados de segunda geração, 
emergiram os chamados direitos de terceira geração, que constituem uma 
categoria ainda heterogênea e vaga, mas que concentra na reivindicação do 
direito de viver num ambiente sem poluição. 
A doutrina não é pacífica no que tange à definição de dimensões posteriores de 
direitos humanos. Para Bobbio- e a maioria da doutrina - os chamados direitos 
de quarta dimensão se referem aos efeitos traumáticos da evolução da 
pesquisa biológica, que permitirá a manipulação do patrimônio genético do 
indivíduo de modo cada vez mais intenso; enquanto que Bonavides defende 
que são de quarta dimensão os direitos inerentes à globalização política. 
Bonavides também diverge ao falar de uma quinta dimensão composta pelo 
direito à paz, o qual foi colocado por Vasak na terceira dimensão. Autores do 
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direito eletrônico como Peck e Olivo entendem que ele seria a quinta dimensão 
dos direitos humanos, envolvendo o direito de acesso e convivência num 
ambiente salutar no ciberespaço. 
Logo, todos os tratados que ingressaram no ordenamento jurídico após a 
Constituição Federal de 1988 são mais que leis ordinárias, mas efetivas fontes 
de direitos implícitos. A exemplo, pode-se mencionar os pactos internacionais 
dos direitos civis e políticos e dos direitos econômicos, sociais e culturais, 
ambos de 1966, e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos de 1969, 
que entraram em vigor no ordenamento em 1992; e a Convenção sobre a 
tortura de 1984, que entrou em vigor no Brasil em 1991. A questão é que tais 
tratados não passaram pelo procedimento similar ao da Emenda Constitucional 
para aprovação, uma vez que a alteração constitucional que passou a assim 
estabelecer data de 2004: 
Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos 
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais.Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/04, 
que introduziu o §3º ao artigo 5º da Constituição Federal, os tratados 
internacionais de direitos humanos foram equiparados às emendas 
constitucionais, desde que houvesse a aprovação do tratado em cada Casa do 
Congresso Nacional e obtivesse a votação em dois turnos e com três quintos 
dos votos dos respectivos membros. 
Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados de direitos humanos que 
ingressarem no ordenamento jurídico brasileiro, versando sobre matéria de 
direitos humanos, irão passar por um processo de aprovação semelhante ao 
da emenda constitucional. Não há dúvidas de que os tratados internacionais 
posteriores à emenda, aprovados pelo quórum de 3/5, em dois turnos, têm 
status de norma constitucional. 
Atualmente, está nesta condição a Convenção Internacional de Direitos da 
Pessoa Portadora de Deficiência (Decreto nº 6949/09). 
E os demais tratados? 
Há posicionamentos conflituosos quanto à possibilidade de considerar como 
hierarquicamente constitucional os tratados internacionais de direitos humanos 
que ingressaram no ordenamento jurídico brasileiro anteriormente ao advento 
da referida emenda. A posição predominante foi estabelecida pelo Supremo 
Tribunal Federal na discussão que se deu com relação à prisão civil do 
depositário infiel, prevista como legal na Constituição e ilegal no Pacto de São 
José da Costa Rica (tratado de direitos humanos aprovado antes da EC nº 
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45/04 e depois da CF/88). O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento 
pela supra legalidade do tratado de direitos humanos anterior à Emenda 
(estaria numa posição que paralisaria a eficácia da lei infraconstitucional, mas 
não revogaria a Constituição no ponto controverso). Logo, o tratado de direitos 
humanos anterior à Emenda Constitucional nº 45/04 é mais do que lei 
ordinária, e por isso paralisa a lei ordinária que o contrarie, porém menos que o 
texto constitucional. Criou-se, então, uma necessidade de dupla 
compatibilidade das leis ordinárias. 
Para o tratado internacional ingressar no ordenamento jurídico brasileiro deve 
ser observado um procedimento complexo, que exige o cumprimento de quatro 
fases: a negociação (bilateral ou multilateral, com posterior assinatura do 
Presidente da República), submissão do tratado assinado ao Congresso 
Nacional (que dará referendo por meio do decreto legislativo), ratificação do 
tratado (confirmação da obrigação perante a comunidade internacional) e a 
promulgação e publicação do tratado pelo Poder Executivo. 
O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originária na Constituição 
Federal, conferindo o caráter de primazia dos direitos humanos, desde logo 
consagrando o princípio da primazia dos direitos humanos, como reconhecido 
pela doutrina e jurisprudência majoritários na época. “O princípio da primazia 
dos direitos humanos nas relações internacionais implica em que o Brasil deve 
incorporar os tratados quanto ao tema ao ordenamento interno brasileiro e 
respeitá-los. Implica, também em que as normas voltadas à proteção da 
dignidade em caráter universal devem ser aplicadas no Brasil em caráter 
prioritário em relação a outras normas”. 
Regra geral, os tratados internacionais comuns ingressam com força de lei 
ordinária no ordenamento jurídico brasileiro porque somente existe previsão 
constitucional quanto à possibilidade da equiparação às emendas 
constitucionais se o tratado abranger matéria de direitos humanos. 
Antes da Emenda Constitucional nº 45/04 que alterou o quadro quanto aos 
tratados de direitos humanos, era o que acontecia, ou seja, tratados de direitos 
humanos possuem caráter de lei ordinária, mas isso não significa que tais 
direitos eram menos importantes. Na verdade, após a Constituição de 1988 
passou-se a afirmar que os tratados de direitos humanos são mais do que leis 
ordinárias, mas fontes de direitos implícitos, o que mostra a primazia dos 
direitos humanos. O precedente histórico da declaração dos tratados 
internacionais como fonte de direito implícitos foi o questionamento pelo Partido 
MDB com relação à LC nº 5. Tal partido político brasileiro que abrigou os 
opositores do Regime Militar de 1964 ante o poderio governista da Aliança 
Renovadora Nacional (ARENA). Organizado em fins de 1965 e fundado no ano 
seguinte, o partido se caracterizou por sua multiplicidade ideológica graças, 
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sobretudo aos embates entre os “autênticos” e “moderados” quanto aos rumos 
a seguir no enfrentamento ao poder militar. Inicialmente raquítico em seu 
desempenho eleitoral, experimentou grande crescimento no governo de 
Ernesto Geisel obrigando os militares a extinguirem o bipartidarismo e assim 
surgiu o Partido do Movimento Democrático Brasileiro em 1980. A LC nº 5 
previa que eram inelegíveis não só os condenados por certos crimes, mas 
também quem estivesse sendo processado por estes. Foi efetuada a arguição 
incidental de inconstitucionalidade, identificando no padrão de confronto o 
princípio do estado de inocência, que na época era implícito (uma vez que 
previsto na Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948). 
 
 
Vamos praticar... 
Exercício 05- (PC-MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) Nos termos 
do inciso LXVII do art. 5º da Constituição Federal de 1988, “não haverá prisão 
civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e 
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel”. À luz de decisão 
do Supremo Tribunal Federal, considerando os termos do Pacto Internacional 
dos Direitos Civis e Políticos, assim como da Convenção Americana de Direitos 
Humanos, é CORRETO afirmar sobre a previsão constitucional da prisão civil 
do depositário infiel que: 
a) é cláusula pétrea e, por tal razão, nenhum tratado internacional tem força 
suficiente para afastar a sua aplicabilidade sobre os casos concretos. 
b) foi revogada. 
c) não foi revogada e, exatamente por isso, continua sendo aplicável pelo 
poder judiciário brasileiro. 
d) não foi revogada, porém deixou de ter aplicabilidadediante do efeito 
paralisante desses tratados. 
Confira o gabarito aqui. 
 
 
6. O SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS. 
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O sistema internacional de direitos humanos surgiu a partir da criação da 
Organização das Nações Unidas - ONU, em 24 de Outubro de 1945, e do 
consequente estabelecimento de órgãos e instâncias voltadas à proteção dos 
direitos humanos. Com a posterior Declaração Universal dos Direitos 
Humanos, proclamada em 10 de dezembro de 1948, que veiculava verdadeiro 
código de princípios e valores universais a serem respeitados pelos Estados, 
materializava-se então a estrutura formal e material da chamada “jurisdição” 
internacional, vocacionada à proteção dos direitos fundamentais da pessoa 
humana. 
O marco temporal do movimento de internacionalização dos direitos humanos 
foi o pós-guerra, e os espólios da campanha nazista na Europa. O marco 
ideológico foi a disseminação da ideia de que a proteção dos direitos humanos 
não deve se reduzir ao domínio reservado do Estado, isto é, não deve ficar ao 
alvedrio exclusivo da competência nacional ou à jurisdição doméstica, 
porquanto tais direitos transcendem os interesses do estado soberano, 
representando legítimo interesse internacional. 
Neste novo cenário, a soberania estatal não é absoluta, de forma que, se 
determinado estado membro não adotar providências a fim de garantir os 
direitos humanos poderá ser pressionado ou obrigado pelas instâncias 
internacionais. Neste ponto, trago à colação lição de Flávia Piovesan a respeito 
das características deste novo cenário: 
“1ª) a revisão da noção tradicional de soberania absoluta do Estado, que passa 
a sofrer um processo de relativização, na medida em que são admitidas 
intervenções no plano nacional, em prol da proteção dos direitos humanos; 
permitem-se formas de monitoramento e responsabilização internacionais, 
quando os direitos humanos forem violados (transita-se de uma concepção 
“hobbesiana” de soberania centrada no Estado para uma concepção “kantiana” 
de soberania centrada na cidadania universal); 
2ª) a cristalização da idéia de que o indivíduo deve ter direitos protegidos na 
esfera internacional, na condição de sujeito de direito. “Prenuncia-se, desse 
modo, o fim da era em que a forma pela qual o Estado tratava seus nacionais 
era concebida como um problema de jurisdição doméstica, decorrência de sua 
soberania.” 
O sistema internacional de proteção dos direitos humanos é constituído por 
duas esferas: a esfera global, formada pela ONU, e a esfera regional, 
constituída, no caso brasileiro, pela Organização dos Estados Americanos -
OEA. Tais sistemas, e seus respectivos instrumentos específicos (tratados, 
convenções, recomendações, etc.) não são estanques, antes disso, são 
complementares, pelo que coexistem com o propósito de salvaguardar os 
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mesmos direitos, objetivando a máxima eficácia na tutela de proteção aos 
direitos humanos. 
Necessário frisar que o sistema internacional de proteção aos direitos humanos 
é dotado das características típicas de um modelo de prestação jurisdicional, 
apresentando poderes de coerção e sanção destinados à imposição de suas 
decisões aos Estados-membros transgressores. 
No âmbito global, também conhecido como o Sistema das Nações Unidas de 
proteção dos direitos humanos, a justicialização operou-se com ênfase na 
esfera penal, mediante a criação de Tribunais ad hoc e, posteriormente, do 
Tribunal Penal Internacional. 
Já nos sistemas regionais, a justicialização operou-se na esfera civil, a exemplo 
da atuação das Cortes europeia e interamericana. No âmbito da OEA, o Pacto 
de San José previu dois órgãos processuais internacionais, que são a 
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, com sede em Washington DC 
(EUA), e a Corte Interamericana de Direitos Humanos, com sede em San José 
(Costa Rica). Enquanto a Comissão é um órgão político-administrativo, com 
competência para, dentre outras funções, receber e analisar petições 
individuais que contenham denúncias de violação aos direitos humanos contra 
os Estados-partes, a Corte é um verdadeiro órgão judiciário internacional, 
dotado de força jurídica vinculante e obrigatória. 
Para que o Estado reconheça a competência contenciosa da Corte 
Interamericana, ele deve manifestar vontade expressa para tanto. No caso 
brasileiro, reconheceu-se a competência consultiva da Corte Interamericana 
em 1992, ao ratificar o Pacto de San José, só aceitando a competência 
contenciosa em 1998, malgrado a Constituição Federal de 1998 já houvesse 
previsto a formação de um “tribunal internacional de Direitos Humanos”, na 
forma da diretriz dada pelo art. 7º do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias. 
A incorporação dos tratados internacionais de proteção dos Direitos Humanos 
no ordenamento jurídico brasileiro gera para o País a obrigação de reconhecer 
a prevalência da norma internacional sobre a norma interna, de forma que 
incorporada a norma alienígena ao ordenamento jurídico brasileiro, seja com 
status de lei ordinária ou de norma constitucional (art. 5º, §3º com redação 
dada pela EC 45/04), esta prevalecerá qualquer que seja o grau hierárquico da 
norma conflitiva. Ademais, o poder constituinte derivado ou reformador 
brasileiro está sujeito à limitação consubstanciada em não fazer reformas à 
Constituição que vão de encontro com um preceito de tratado internacional. 
Neste sentido lecionam LUIZ FLÁVIO GOMES e VALERIO DE OLIVEIRA 
MAZZUOLI: 
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Não se pode olvidar, além do mais, que a Convenção de Viena sobre o Direito 
dos Tratados impõe a todos os Estados a obrigatoriedade de reconhecerem a 
primazia do direito internacional sobre o direito interno, regra esta consagrada, 
com a exceção do art. 46, no seu art. 27.6 E isso quer dizer que: 
 Mesmo quando internamente um tratado possa ser declarado 
inconstitucional a responsabilidade externa do Estado subsiste 
plenamente; 
 A discordância entre o princípio da primazia, internacionalmente 
consagrado, e as soluções em contrário adotadas internamente, 
implica em quebra da harmonia do sistema jurídico estatal, 
incompatível com aquela que deve reger a totalidade do seu 
sistema jurídico. 
A nosso sentir, o conteúdo sistema internacional de direitos humanos é mais 
abrangente que o complexo de órgãos, tratados e convenções, recomendações 
etc.. que o integram, porquanto estados membros que se comprometem, 
perante a ordem internacional, a resguardar direitos humanos, devem enraizar, 
no seu ordenamento jurídico interno, a própria filosofia de preservação da 
dignidade da pessoa humana, filtrando suas leis a luz de princípios como a 
“vedação ao retrocesso social”, “máxima efetividade na implementação e 
proteção aos direitos humanos” etc.. Em outros termos, o sistema internacional 
de direitos humanos só será verdadeiramente efetivo se suas instâncias 
jurisdicionais não forem acionadas ante o total comprometimento pelos estados 
membros com a proteção aos direitos humanos. 
 
Hora de praticar... 
Exercício 06- Ano: 2013 Banca: FUMARC Órgão: TJM-MG Prova: Oficial 
Judiciário - AssistenteTécnico de Sistemas 
 “Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das 
Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948, como o ideal comum a ser 
atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada 
indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta 
Declaração, se esforcem, através do ensino e da educação, por promover o 
respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas 
progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu 
reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os 
povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios 
sob sua jurisdição”. O documento de que trata a conceituação acima é a 
 
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a)Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
b) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
c)Constituição da República Federativa do Brasil (Preâmbulo). 
d)Convenção Interamericana de Direitos Humanos de São José da Costa Rica 
 
Exercício 07- Ano: 2013 Banca: FUMARC Órgão: TJM-MG Prova: Técnico 
Judiciário - Administrador de Redes 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi aprovada em 
1948 na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O 
documento é a base da luta universal contra a opressão e a discriminação, 
defende a igualdade e a dignidade das pessoas e reconhece que os direitos 
humanos e as liberdades fundamentais devem ser aplicados a cada 
cidadão do planeta. No que respeita à liberdade de opinião e expressão, 
dispõe o art. XIX da DUDH que: “Toda pessoa tem direito à liberdade de 
opinião e expressão” e, ainda, que este direito inclui a liberdade de, 
 
a)observado o controle soberano do Estado, ter opiniões e de procurar receber 
e transmitir informações e ideias por quaisquer meios, vedado o anonimato. 
b)respeitada a soberania de cada fronteira, ter opiniões e de procurar receber e 
transmitir informações e ideias por quaisquer meios. 
c)sem interferência, ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações 
e ideias por quaisquer meios nos limites das fronteiras de cada país. 
d)sem interferência, ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações 
e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras. 
 
Exercício 08- Ano: 2013 Banca: FUMARC Órgão: TJM-MG Prova: Técnico 
Judiciário - Administrador de Redes 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 constitui um marco 
na afirmação internacional de direitos essenciais à proteção da dignidade 
humana e pode ser compreendida como uma reação histórica aos horrores 
vivenciados na Segunda Guerra Mundial. 
Dentre as previsões da mencionada declaração, NÃO se encontra 
proclamado o seguinte direito: 
a) Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, 
no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e 
reputação. Contra tais intromissões ou ataques, toda a pessoa tem direito à 
proteção da lei. 
b) Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de 
religião. Este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, 
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assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em 
comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto 
e pelos ritos. 
c) Toda pessoa vítima de perseguição tem o direito de procurar e de gozar de 
asilo em outros países. Este direito pode ser invocado, inclusive, no caso de 
perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum. 
d) Toda pessoa tem direito ao repouso e ao lazer, especialmente, a uma 
limitação razoável da duração do trabalho e às férias periódicas remuneradas. 
 
Exercício 09- Ano: 2011Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: Delegado de 
Polícia 
O sistema internacional de proteção dos direitos humanos pode apresentar 
diferentes âmbitos de aplicação, daí poder se falar de sistemas global e 
regional. O instrumento de maior importância no sistema interamericano é a 
Convenção Americana de Direitos Humanos, também denominada Pacto de 
San José da Costa Rica que 
a)foi assinada em San José, Costa Rica, em 1969, tendo como Estados-
membros todos os países das Américas do Norte, Central e do Sul, que 
queiram participar. 
b)substancialmente reconhece e assegura um catálogo de direitos civis, 
políticos, econômicos, sociais e culturais, garantindo-lhes a plena realização. 
c)exige dos governantes dos Estados signatários estritamente obrigações de 
natureza negativas, como por exemplo o dever de não torturar um indivíduo. 
d)em face dos direitos constantes no texto, cada Estado-parte deve respeitar e 
assegurar o livre e pleno exercício desses direitos e liberdades, sem qualquer 
discriminação. 
 
Exercício 10- Ano: 2013 Banca: FUMARC Órgão: TJM-MG Prova: Oficial 
Judiciário - Oficial de Justiça 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos - DUDH, adotada e proclamada 
pela Resolução 217 A (III) da Assembleia Geral da ONU em 10/12/1948 e 
assinada pelo Brasil na mesma data, representou o repúdio direto das 
ideologias que tinham por princípio “o desprezo e o desrespeito pelos direitos 
do homem”. Segundo esse documento, “toda pessoa, vítima de perseguição, 
tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países”, entretanto, prevê 
também que esse direito não pode ser invocado em caso de 
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a)crimes contra a humanidade. 
b)condenação legitimamente proferida por crimes contra a segurança nacional 
de qualquer Nação. 
c)sentença transitada em julgado por crimes de responsabilidade proferida pela 
mais alta corte do país. 
d)perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos 
contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas. 
 
Exercício 11- Ano: 2013 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: Perito 
Criminal 
Considerando a proteção do “direito à vida” na Convenção Americana de 
Direitos Humanos de 1969 (Pacto São José da Costa Rica), leia as seguintes 
afirmativas: 
 
I. Os países que aboliram a pena de morte poderão restabelecê-la em casos 
excepcionais e mediante a criação de lei anterior que defina a conduta e 
estabeleça a pena, proibindo-se a sua imposição ou decretação por juízo ou 
tribunal de exceção. 
II. A pena de morte, nos países que a admitem, poderá ser aplicada a delitos 
comuns conexos com delitos políticos. 
III. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da 
perpetração do delito, for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem 
aplicá-la a mulher em estado de gravidez. 
IV. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou 
comutação da pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos. Não 
se pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver pendente de 
decisão ante a autoridade competente. 
 
São VERDADEIRAS apenas as afirmativas 
a)I e III. 
b)I e IV. 
c)II e IV.,3 
d)III e IV. 
 
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7. O SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS E A REDEFINIÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL. 
O Direito Internacional dos Direitos Humanos, como se sabe, constitui um 
movimento extremamente recente na história, surgindo, a partir do Pós-Guerra, 
como resposta às atrocidades cometidas durante o nazismo. É neste cenário 
que se desenha o esforço de reconstrução dos direitos humanos, como 
paradigma e referencial ético a orientar a ordem internacional contemporânea. 
Nesse sentido, uma das principais preocupações desse movimento foi 
converter os direitos humanos em tema de legítimo interesse da comunidade 
internacional, o que implicou nos processos de universalização e 
internacionalização desses mesmos direitos. Esses processos permitiram, por 
sua vez, a formação de um sistema normativo internacional de proteção de 
direitos humanos, de âmbito global e regional, como também de âmbito geral e 
específico. Adotando o valor da primazia da pessoa humana, esses sistemas 
se complementam, interagindo com o sistema nacional de proteção, a fim de 
proporcionar a maior efetividade possível na tutela e promoção de direitos 
fundamentais. A sistemática internacional, como garantia adicional de proteção, 
institui mecanismos de responsabilização e controle internacional, acionáveis 
quando o Estado se mostra falho ou omisso na tarefa de implementar direitos e 
liberdades fundamentais. 
Ao acolher o aparato internacional de proteção, bem como as obrigações 
internacionais dele decorrentes, o Estado passa a aceitar o monitoramento 
internacional, no que se refere ao modo pelo qual os direitos fundamentais são 
respeitados em seu território. O Estado passa, assim, a consentir no controle e 
na fiscalização da comunidade internacional quando, em casos de violação a 
direitos fundamentais, a resposta das instituições nacionais se mostra 
insuficiente e falha, ou, por vezes, inexistente. Enfatize-se, contudo, que a ação 
internacional é sempre uma ação suplementar, constituindo uma garantia 
adicional de proteção dos direitos humanos. 
Essas transformações decorrentes do movimento de internacionalização dos 
direitos humanos contribuíram ainda para o processo de democratização do 
próprio cenário internacional, já que, além do Estado, novos sujeitos de direito 
passam a participar da arena internacional, como os indivíduos e as 
organizações não governamentais. Os indivíduos convertem-se em sujeitos de 
direito internacional — tradicionalmente, uma arena em que só os Estados 
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podiam participar. Com efeito, na medida em que guardam relação direta com 
os instrumentos internacionais de direitos humanos, os indivíduos passam a 
ser concebidos como sujeitos de direito internacional. Na condição de sujeitos 
de direito internacional, cabe aos indivíduos o acionamento direto de 
mecanismos internacionais, como é o caso da petição ou comunicação 
individual, mediante a qual um indivíduo, grupos de indivíduos ou, por vezes, 
entidades não governamentais, podem submeter aos órgãos internacionais 
competentes denúncia de violação de direito enunciado em tratados 
internacionais. É correto afirmar, no entanto, que ainda se faz necessário 
democratizar determinados instrumentos e instituições internacionais, de modo 
a que possam prover um espaço participativo mais eficaz, que permita maior 
atuação de indivíduos e de entidades não governamentais, mediante 
legitimação ampliada nos procedimentos e instâncias internacionais. 
No caso brasileiro, o processo de incorporação do Direito Internacional dos 
Direitos Humanos e de seus importantes instrumentos é consequência do 
processo de democratização. O marco inicial do processo de incorporação de 
tratados internacionais de direitos humanos pelo Direito brasileiro foi a 
ratificação, em 1º de fevereiro de 1984, da Convenção sobre a Eliminação de 
todas as formas de Discriminação contra a Mulher. A partir dessa ratificação, 
inúmeros outros relevantes instrumentos internacionais de proteção dos 
direitos humanos foram também incorporados pelo Direito Brasileiro, sob a 
égide da Constituição Federal de 1988. Assim, a partir da Carta de 1988, 
importantes tratados internacionais de direitos humanos foram ratificados pelo 
Brasil, dentre eles: 
a) a Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, em 20 de julho 
de 1989; 
b) a Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou 
Degradantes, em 28 de setembro de 1989; 
c) a Convenção sobre os Direitos da Criança, em 24 de setembro de 1990; 
d) o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, em 24 de janeiro de 
1992; 
e) o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, em 24 de 
janeiro de 1992; 
f) a Convenção Americana de Direitos Humanos, em 25 de setembro de 1992; 
g) a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência 
contra a Mulher, em 27 de novembro de 1995. 
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O processo de democratização possibilitou, assim, a reinserção do Brasil na 
arena internacional de proteção dos direitos humanos — embora relevantes 
medidas ainda necessitem ser adotadas pelo Estado brasileiro para o completo 
alinhamento do país à causa da plena vigência dos direitos humanos. Com 
efeito, para que o Brasil se alinhe efetivamente à sistemática internacional de 
proteção dos direitos humanos, relativamente aos tratados ratificados, é 
emergencial uma mudança radical de atitude política, de modo a que o Estado 
Brasileiro não mais se recuse a aceitar procedimentos que permitam acionar de 
forma direta e eficaz a international accountability, como a sistemática de 
petições individuais e comunicações interestatais, acrescida da competência 
jurisdicional da Corte Interamericana. Superar essa postura de recuo e 
retrocesso — que remonta ao período de autoritarismo — é fundamental à 
plena e integral proteção dos direitos humanos no âmbito nacional. Neste 
sentido, é prioritária ao Estado Brasileiro a revisão de declarações restritivas 
elaboradas, por exemplo, quando da ratificação da Convenção Americana. É 
também prioritária a reavaliação da posição do Estado Brasileiro quanto a 
cláusulas e procedimentos facultativos — destacando-se a premência do Brasil 
reconhecer a competência jurisdicional da Corte Interamericana de Direitos 
Humanos, bem como a urgência em aceitar os mecanismos de petição 
individual e comunicação interestatal previstos nos tratados já ratificados. Deve 
ainda o Estado brasileiro adotar medidas que assegurem eficácia aos direitos 
constantes nos instrumentos internacionais de proteção, como, por exemplo, 
no caso da Convenção contra a Tortura. A essas providências adicione-se a 
urgência do Brasil incorporar relevantes tratados internacionais ainda 
pendentes de ratificação, como o Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional 
dos Direitos Civis e Políticos. 
Inobstante todas essas ações sejam essenciais para o completo alinhamento 
do país à causa dos direitos humanos, há que se reiterar que na experiência 
brasileira faz-se clara a relação entre o processo de democratização e a 
reinserção do Estado Brasileiro no cenário internacional de proteção dos 
direitos humanos. Nesse sentido, percebe-se a dinâmica e a dialética da 
relação entre Democracia e Direitos Humanos, tendo em vista que, se o 
processo de democratização permitiu a ratificação de relevantes tratadosinternacionais de direitos humanos, por sua vez essa ratificação permitiu o 
fortalecimento do processo democrático, através da ampliação e do reforço do 
universo de direitos fundamentais por ele assegurado. Se a busca democrática 
não se atém apenas ao modo pelo qual o poder político é exercido, mas 
envolve também a forma pela qual direitos fundamentais são implementados, e 
manifesta a contribuição da sistemática internacional de proteção dos direitos 
humanos para o aperfeiçoamento do sistema de tutela desses direitos no 
Brasil. Nesse prisma, o aparato internacional permite intensificar as respostas 
jurídicas ante casos de violação de direitos humanos e, consequentemente, ao 
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reforçar a sistemática de proteção de direitos, o aparato internacional permite o 
aperfeiçoamento do próprio regime democrático. Atente-se, assim, para o 
modo pelo qual os direitos humanos internacionais inovam a ordem jurídica 
brasileira, complementando e integrando o elenco de direitos nacionalmente 
consagrados e nele introduzindo novos direitos, até então não previstos pelo 
ordenamento jurídico interno. 
Enfatize-se que a Constituição brasileira de 1988, como marco jurídico da 
institucionalização dos direitos humanos e da transição democrática no país, 
ineditamente, consagra o primado do respeito aos direitos humanos como 
paradigma propugnado para a ordem internacional. Esse princípio invoca a 
abertura da ordem jurídica brasileira ao sistema internacional de proteção dos 
direitos humanos e, ao mesmo tempo, exige uma nova interpretação de 
princípios tradicionais como a soberania nacional e a não-intervenção, impondo 
a flexibilização e relativização desses valores. Se para o Estado brasileiro a 
prevalência dos direitos humanos é princípio a reger o Brasil no cenário 
internacional, está-se consequentemente admitindo a concepção de que os 
direitos humanos constituem tema de legítima preocupação e interesse da 
comunidade internacional. Os direitos humanos, para a Carta de 1988, surgem 
como tema global. 
O texto democrático ainda rompe com as Constituições anteriores ao 
estabelecer um regime jurídico diferenciado aplicável aos tratados 
internacionais de proteção dos direitos humanos. À luz desse regime, os 
tratados de direitos humanos são incorporados automaticamente pelo Direito 
brasileiro e passam a apresentar status de norma constitucional, diversamente 
dos tratados tradicionais, os quais se sujeitam à sistemática da incorporação 
legislativa e detêm status hierárquico infra-constitucional. A Carta de 1988 
acolhe, desse modo, um sistema misto, que combina regimes jurídicos 
diferenciados — um aplicável aos tratados internacionais de proteção dos 
direitos humanos e o outro aplicável aos tratados tradicionais. Esse sistema 
misto se fundamenta na natureza especial dos tratados internacionais de 
direitos humanos que — distintamente dos tratados tradicionais que objetivam 
assegurar uma relação de equilíbrio e reciprocidade entre Estados pactuantes 
— priorizam a busca em assegurar a proteção da pessoa humana, até mesmo 
contra o próprio Estado pactuante. 
Insista-se, a Constituição de 1988, por força do artigo 5º, parágrafos 1º e 2º, 
atribuiu aos direitos humanos internacionais natureza de norma constitucional, 
incluindo-os no elenco dos direitos constitucionalmente garantidos, que 
apresentam aplicabilidade imediata. Essa conclusão advém de interpretação 
sistemática e teleológica do texto constitucional de 1988, especialmente em 
face da força expansiva dos valores da dignidade humana e dos direitos 
fundamentais, como parâmetros axiológicos a orientar a compreensão do 
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fenômeno constitucional. Com a Carta democrática de 1988, a dignidade da 
pessoa humana, bem como os direitos e garantias fundamentais vêm a 
constituir os princípios constitucionais que incorporam as exigências de justiça 
e dos valores éticos, conferindo suporte axiológico a todo sistema jurídico 
brasileiro. A esse raciocínio se conjuga o princípio da máxima efetividade das 
normas constitucionais, particularmente das normas concernentes a direitos e 
garantias fundamentais, que hão de alcançar a maior carga de efetividade 
possível — este princípio vem a consolidar o alcance interpretativo que se 
propõe relativamente aos parágrafos do artigo 5º do texto. 
A favor da natureza constitucional dos direitos enunciados nos tratados 
internacionais, adicione-se também o fato do processo de globalização ter 
implicado na abertura da Constituição à normação internacional. Tal abertura 
resultou na ampliação do bloco de constitucionalidade, que passou a incorporar 
preceitos enunciadores de direitos fundamentais que, embora decorrentes de 
fonte internacional, veiculam matéria e conteúdo de inegável natureza 
constitucional. Admitir o contrário traduziria o equívoco de consentir na 
existência de duas categorias diversas de direitos fundamentais — uma de 
status hierárquico constitucional e outra de status ordinário. Há que ser 
também afastada a frágil argumentação de que os direitos internacionais 
integrariam o universo impreciso e indefinido dos direitos implícitos, 
decorrentes do regime ou dos princípios adotados pela Constituição. Ainda que 
não explícitos no texto constitucional, os direitos internacionais são direitos 
"explicitáveis", bastando para tanto a menção aos dispositivos dos tratados 
internacionais de proteção dos direitos humanos, que demarcam um catálogo 
claro, preciso e definido de direitos. Em suma, todos esses argumentos se 
reúnem no sentido de endossar o regime constitucional privilegiado conferido 
aos tratados de proteção de direitos humanos — regime esse semelhante ao 
que é conferido aos demais direitos e garantias constitucionais. 
Quanto ao impacto jurídico do Direito Internacional dos Direitos Humanos no 
Direito brasileiro e por força do princípio da norma mais favorável à vítima — 
que assegura a prevalência da norma que melhor e mais eficazmente projeta 
os direitos humanos — os direitos internacionais apenas vêm a aprimorar e 
fortalecer, jamais a restringir ou debilitar, o grau de proteção dos direitos 
consagrados no plano normativo constitucional. A sistemática internacional de 
proteção vem ainda a permitir a tutela, a supervisão e o monitoramento de 
direitos por organismos internacionais. 
Embora incipiente no Brasil, verifica-se que a advocacia do Direito Internacional 
dos Direitos Humanos tem sido capaz de propor relevantes ações 
internacionais, invocando a atenção da comunidade internacional para a 
fiscalização e controle de sérios casos de violação de direitos humanos. No 
momento em que tais violações são submetidas à arena internacional, elas se 
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tornam mais visíveis, salientes e públicas. Diante da publicidade de casos de 
violações de direitos humanos e de pressões internacionais, o Estado se vê 
"compelido" a prover justificações, o que tende a implicar em alterações na 
própria prática do Estado relativamente aos direitos humanos, permitindo, por 
vezes, um sensível avanço na forma pela qual esses direitos são 
nacionalmente respeitados e implementados. A ação internacionalconstitui, 
portanto, um importante fator para o fortalecimento da sistemática de 
implementação dos direitos humanos. 
Seja em face da sistemática de monitoramento internacional que proporciona, 
seja em face do extenso universo de direitos que assegura, o Direito 
Internacional dos Direitos Humanos vem a instaurar o processo de redefinição 
do próprio conceito de cidadania, no âmbito brasileiro. O conceito de cidadania 
se vê, assim, alargado e ampliado, na medida em que passa a incluir não 
apenas direitos previstos no plano nacional, mas também direitos 
internacionalmente enunciados. A sistemática internacional de accountability 
vem ainda a integrar esse conceito renovado de cidadania, tendo em vista que, 
ao lado das garantias nacionais, são adicionadas garantias de natureza 
internacional. Consequentemente, o desconhecimento dos direitos e garantias 
internacionais importa no desconhecimento de parte substancial dos direitos da 
cidadania, por significar a privação do exercício de direitos acionáveis e 
defensáveis na arena internacional. 
Hoje pode-se afirmar que a realização plena e não apenas parcial dos direitos 
da cidadania envolve o exercício efetivo e amplo dos direitos humanos, 
nacional e internacionalmente assegurados. 
Na esfera internacional, observou-se a tendência de fortalecimento da 
jurisdição em matéria de direitos humanos, com a expansão do repertório de 
casos submetidos ao Tribunal Penal Internacional (com destaque aos casos 
relativos à Líbia e à Costa do Marfim), bem como a ampliação da jurisprudência 
dos Tribunais ad hoc para a ex-Iugoslávia e para a Ruanda, e da Corte 
Interamericana de Direitos Humanos. 
Decisões emblemáticas da Corte Interamericana mereceram especial ênfase, 
como o caso Gomes Lund vs. Brasil, em que a Corte condenou o Brasil em 
virtude do desaparecimento de integrantes da guerrilha do Araguaia durante as 
operações militares ocorridas na década de 70, ressaltando que a lei de anistia 
de 1979 é manifestamente incompatível com a Convenção Americana, carece 
de efeitos jurídicos e não pode seguir representando um obstáculo para a 
investigação de graves violações de direitos humanos, nem para a identificação 
e punição dos responsáveis. 
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No caso Acevedo Buendía vs. Peru, a Corte reconheceu que os direitos 
humanos devem ser interpretados sob a perspectiva de sua integralidade e 
interdependência, a conjugar direitos civis e políticos e direitos econômicos, 
sociais e culturais, inexistindo hierarquia entre eles e sendo todos direitos 
exigíveis. Realçou ser a aplicação progressiva dos direitos sociais suscetível de 
controle e fiscalização pelas instâncias competentes, destacando o dever dos 
Estados de não regressividade em matéria de direitos sociais. Outra situação 
emblemática refere-se ao caso Xákmok 
Kásek vs. Paraguai, em que a Corte consagrou o direito da comunidade 
indígena à identidade cultural, salientando o dever do Estado em assegurar 
especial proteção às comunidades indígenas, à luz de suas particularidades 
próprias, suas características econômicas e sociais e suas especiais 
vulnerabilidades, considerando o direito consuetudinário, os valores, os usos e 
os costumes dos povos indígenas. 
Constatou-se também avanços na crescente ampliação do universo de 
Estados-partes em tratados de direitos humanos, com realce à entrada em 
vigor da Convenção Internacional para a proteção de todas as pessoas contra 
o Desaparecimento Forçado, ratificada pelo Estado brasileiro em 29 de 
novembro de 2010. No plano do monitoramento internacional, esta edição 
realizou atenta e cuidadosa revisão, atualizando o trabalho dos Comitês da 
ONU (os treaty bodies) e realçando a jurisprudência por eles fomentada. Com 
relação ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, destaque foi dado à 
decisão de 25 de fevereiro de 2011, que, por unanimidade, recomendou a 
suspensão da Líbia, em face de graves e sistemáticas violações a direitos 
humanos. 
Na esfera doméstica, merece menção a consolidação da jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal no sentido de conferir aos tratados internacionais de 
direitos humanos um regime especial e diferenciado, distinto dos tratados 
tradicionais, baseado na supralegalidade dos tratados de direitos humanos. 
Verificou-se, assim, o impacto e a força catalizadora do leading case Recurso 
Extraordinário n. 466.343/2008 a compor um novo norte interpretativo aos 
julgados proferidos pelo Supremo Tribunal Federal. Percebeu-se, ainda, maior 
abertura desta Corte aos parâmetros protetivos internacionais, com a gradativa 
incorporação de instrumentos e jurisprudência internacionais em suas 
decisões. Outro avanço extraordinário foi a inédita decisão do Superior Tribunal 
de Justiça, no IDC n. 2, em 27 de outubro de 2010, determinando o imediato 
deslocamento das investigações e do processamento da ação penal do caso 
Manoel Mattos ao âmbito federal, por considerar atendidos os pressupostos do 
art. 109, § 5º, da Constituição Federal concernentes à federalização das 
violações de direitos humanos. 
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Hora de praticar... 
 
Exercício 12- Ano: 2014 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: Investigador 
de Policia 
Sobre o sistema internacional de proteção dos direitos humanos, 
é CORRETO afrmar: 
 a)A Corte Interamericana de Direitos Humanos já decidiu que a lei da anistia 
de 1979, editada pelo Brasil, é manifestamente incompatível com a Convenção 
Americana de Direitos Humanos. 
b)O Brasil não ratifcou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com 
Defciência e seu Protocolo Facultativo. 
c)O Brasil não se submete à jurisdição da Corte Interamericana de Direitos 
Humanos. 
d)O Tribunal Penal Internacional é um órgão jurisdicional criado no âmbito do 
sistema interamericano de proteção dos direitos humanos, cuja atuação 
depende de provocação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. 
 
Exercício 13- Ano: 2014 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: Investigador 
de Policia 
Nos termos do inciso LXVII do art. 5º da Constituição Federal de 1988, “não 
haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento 
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infel”. À luz 
de decisão do Supremo Tribunal Federal, considerando os termos do Pacto 
Internacional dos Direitos Civis e Políticos, assim como da Convenção 
Americana de Direitos Humanos, é CORRETO afrmar sobre a previsão 
constitucional da prisão civil do depositário infel que 
a)é cláusula pétrea e, por tal razão, nenhum tratado internacional tem força 
sufciente para afastar a sua aplicabilidade sobre os casos concretos. 
b)foi revogada. 
c)não foi revogada e, exatamente por isso, continua sendo aplicável pelo poder 
judiciário brasileiro. 
d)não foi revogada, porém deixou de ter aplicabilidade diante do efeito 
paralisante desses tratados. 
 
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Confira o gabarito aqui. 
 
8. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988: DOS PRINCÍPIOS 
FUNDAMENTAIS 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático 
de Direito e tem como fundamentos:I - a soberania; 
 II - a cidadania; 
 III - a dignidade da pessoa humana; 
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
 V - o pluralismo político. 
 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de 
representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
O Título I – Dos princípios fundamentais é bastante cobrado em prova. Logo, 
necessário pelo menos um entendimento do superficial do que traz. 
O Art. 1º diz que o Brasil é uma República Federativa. Isto quer dizer que o 
Brasil adota como forma de governo a republicana, em que o Presidente 
“comanda” o Estado1. Além disso, o Art. 1º diz que o Brasil é um Estado 
Democrático de Direito e que o poder emana do povo, o que seria o mesmo 
que dizer que o Brasil é dirigido por um presidente que é um representante do 
povo, que o elege através do voto, e que este Estado defende a os direitos e 
garantias fundamentais do ser humano. 
A democracia pode ser exercida de forma indireta (eleição dos representantes) 
ou de forma direta (consulta popular através do plebiscito, referendo ou 
iniciativa popular). 
 
1
 Estado aqui tem sentido de país. 
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O Brasil, é um Estado Federado. Um todo dividido em unidades federativas que 
são chamadas de Estados ou Distrito Federal. E este todo ele é indivisível, não 
pode se repartir. 
O mais importante de lembrar para a prova é que o Brasil traz como 
FUNDAMENTOS (base de agir): 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos Exercitar um pouco... 
Exercício 14- A Constituição brasileira apresenta como seus fundamentos: 
a) o respeito à liberdade de qualquer cidadão de ser candidato a cargo 
político. 
b) a defesa da cidadania, soberania e dignidade da pessoa humana. 
c) a existência de partidos políticos que possam disputar eleições pelo 
critério majoritário. 
d) a construção de uma sociedade que valorize o capital intelectual do ser 
humano. 
e) a construção de uma sociedade que seja uniforme no que diz respeito à 
composição de sua população. 
Exercício 15- A República Federativa do Brasil é composta pela união 
indissolúvel dos seguintes entes federados 
a) União, Estados, Distrito Federal e Municípios. 
b) União, Estados, Territórios, Distrito Federal e Municípios. 
c) Estados, Territórios, Distrito Federal e Municípios. 
d) União, Estados e Distrito Federal. 
SOberania 
CIdadania 
DIgnidade da pessoa 
humana 
VAlores sociais do trabalho e 
da livre iniciativa 
PLUralismo político 
SO – CI – DI – VA - PLU 
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e) União, Estados e Municípios. 
 
Exercício 16- No tocante aos princípios fundamentais, é correto afirmar que: 
a) a forma de governo adotada no Brasil é a de uma federação. 
b) a forma de Estado adotada no Brasil é a de uma república. 
c) a soberania, em âmbito internacional, confere superioridade do Estado 
Brasileiro nas relações com os demais Estados independentes. 
d) no Brasil vigora apenas a democracia indireta, por meio de instrumentos 
tais como o plebiscito e o referendo. 
e) o princípio da dignidade da pessoa humana consagra o Brasil como um 
estado centrado no ser humano. 
 
Confira o gabarito aqui. 
 
Retornando ao texto da Constituição... 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o executivo e o Judiciário. 
Este artigo diz que o Brasil adota a divisão de poderes, que são três: 
Legislativo, Executivo e Judiciário. O Legislativo é responsável por legislar, 
criar leis. O Executivo por administrar o Estado (a figura maior desse poder é o 
Presidente da República). O Judiciário é o poder responsável por fiscalizar e 
aplicar a lei (o Judiciário julga). Nenhum poder pode interferir no outro, nenhum 
manda mais que o outro, cada um cuida da sua parte. 
Praticando para assimilar o conteúdo... 
Exercício 17- São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si: 
a) o Presidente, o Senado e os Municípios. 
b) a União, os Estados e os Municípios. 
c) o Ministério Público, o Legislativo e o Judiciário. 
d) o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
e) o Senado, o Ministério Público e o Judiciário 
Exercício 18- O artigo 2º, da Constituição Federal, ao enunciar que "são 
Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário", consagra o princípio: 
a) da federação. 
b) da soberania dos poderes. 
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c) do pluralismo político. 
d) da separação dos poderes. 
e) da igualdade dos poderes. 
Confira o gabarito aqui. 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais 
e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
O art. 3º também é bastante cobrado em prova, principalmente em comparação 
com o art. 1º. LEMBRE-SE o art. 1º fala dos princípios fundamentais ou 
fundamentos, enquanto o art. 3º trata dos objetivos fundamentais. 
Os objetivos fundamentais são os resultados primeiros que o povo brasileiro 
pretende alcançar. São eles: 
 
 
 
 
 
 
 
Veja como ele pode ser cobrado em prova: 
Exercício 19- NÃO é um dos objetivos fundamentais da República 
Federativa do Brasil: 
CONstruir uma sociedade livre, justa e solidária. 
GArantir o desenvolvimento nacional 
Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e regionais 
PROmover o bem de todos, sem preconceitos e sem 
discriminação 
 
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a) garantir o desenvolvimento nacional. 
b) construir uma sociedade livre, justa e solidária. 
c) constituir uma supremacia perante os países da América Latina. 
d) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais. 
e) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade 
e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
Exercício 20- Constituem objetivos fundamentais da República Federativa 
do Brasil, EXCETO: 
a) Garantir o desenvolvimento nacional. 
b) Estabelecer os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
c) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
d) Construir uma sociedade livre, justa e solidária. 
 
Confira o gabarito aqui. 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações 
internacionais pelos seguintes princípios: 
 I - independência nacional; 
 II - prevalência dos direitos humanos; 
 III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
 V - igualdade entre os Estados; 
 VI - defesa da paz;

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