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1 ‘ Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 https://www.youtube.com/channel/UC6aRvlEGllZ2-KtW10MN-2Q?view_as=subscriber Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ DIREITOS HUMANOS Apostila elaborada para preparação de candidatos às 119 (cento e dezenove) vagas para o cargo de: Escrivão de Polícia Civil I Órgão: Polícia Civil - MG Banca: FUMARC Dúvidas específicas poderão ser sanadas pelo e- mail: contato.ampliarconcursos@gmail.com AmpliarConcursos O canal para expandir seus horizontes 2018 Todos os direitos reservados ® Nenhuma parte desta apostila poderá ser reproduzida, armazenada em nuvem na categoria pública ou transmitida sem prévia autorização dos autores e editor. Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com https://www.youtube.com/channel/UC6aRvlEGllZ2-KtW10MN-2Q?view_as=subscriber Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ Sumário 1. CRONOGRAMA DE DIREITOS HUMANOS | ESCRIVÃO I PC-MG ................................... 3 2. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 ....................................................................... 4 3. NOÇÕES GERAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS. ........................................................... 5 4. GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS. ........................................................................ 10 5. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 E OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. ............................................................................. 12 6. O SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. ................... 15 7. O SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E A REDEFINIÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL. ........................................................................ 22 8. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988: DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS............... 30 9. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 88: DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 36 9.5. DOS PARTIDOS POLÍTICOS ........................................................................................ 78 10. DIREITOS HUMANOS DAS MINORIAS E GRUPOS VULNERÁVEIS. ............................... 83 11. POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS ........................................................ 110 12. SOBRE O AUTOR ..................................................................................................... 120 13. REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 121 14. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS ® ...................................................................... 121 Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 2 Dúvidas? Faça contato conosco!!! contato.ampliarconcursos@gmail.com Ou deixe seu comentário em uma das nossas redes sociais: Youtube Facebook Instagram Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com https://www.youtube.com/channel/UC6aRvlEGllZ2-KtW10MN-2Q https://www.facebook.com/Ampliar_Concursos-313491336117539/ https://www.instagram.com/AmpliarConcursos/ https://www.youtube.com/channel/UC6aRvlEGllZ2-KtW10MN-2Q?view_as=subscriber 3 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ 1. CRONOGRAMA DE DIREITOS HUMANOS | ESCRIVÃO I PC-MG 1. A Constituição Brasileira de 1988. 2. Noções gerais sobre direitos humanos. 3. Gerações de direitos humanos. 4. A Constituição Brasileira de 1988 e os Tratados Internacionais de Proteção dos Direitos Humanos. 5. O Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos. 6. O Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos e a Redefinição da Cidadania no Brasil. 7. A Constituição Brasileira de 1988: Dos princípios fundamentais. 8. A Constituição Brasileira de 1988: Dos Direitos e Garantias Fundamentais. 8.1. Dos direitos e deveres individuais e coletivos. 8.2. Dos direitos sociais. 8.3. Da nacionalidade. 8.4. Dos direitos políticos. 8.5. Dos partidos políticos. 9. Direitos humanos das minorias e grupos vulneráveis. 10. Política nacional de direitos humanos. Referência Bibliográfica disponibilizada no edital: Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 - Atualizada. MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direitos Humanos. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2017. PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional. São Paulo: Saraiva, 2012. Clique aqui para baixar o edital completo Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com https://drive.google.com/file/d/1qEQnM8aV_1RL_OzWoEekAVvsaYQatJiW/view?usp=sharing 4 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ 2. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 A Constituição brasileira de 1988 veio como um marco na história de democratização e amplitude de direitos em âmbito nacional, sendo apelidada de Constituição Cidadã, inclusive considerada uma das Constituições mais avançadas do mundo em relação a essa matéria. Em breve análise, demonstraremos a importância da compreensão deste assunto para a sistemática de direitos humanos, visando a assimilação do conteúdo deste material de maneira sistematizada e direcionada a gabaritar a prova de Direitos Humanos da Policia Civil de Minas Gerais. Ainda no entendimento da sistemática dos Direitos Humanos, vamos, em resumida análise, identificar o status hierárquico existente entre as normas internacionais e a Constituição Federal, verificar o impacto dessa hierarquização e como isso poderá ser cobrado na prova aplicada pela Fumarc para o concurso PC-MG. Também serão analisados os principais temas e documentos que regulamentam os Direitos Humanos internacionais e que afetam a Constituição Brasileira. Em capitulo especifico traremos as principais definições sobre a Constituição Brasileira de 1988, que serão cobradas em provas e as peculiaridades de cada tema para que você LEITOR, ao fim deste estudo possa realizar uma excelente prova e ingressar no cargo de escrivão da Polícia Civil/MG. Importante esclarecer que o foco desta apostila é fazer você gabaritar na prova de Direitos humanos e não esgotar o assunto, pois isso gastaria muito tempo do candidato e tempo perdido é questão errada. Então vamos iniciar os estudos e garantir essa tão sonhada vaga!!! Vamos praticar... Exercício 01- (PC-MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) A Constituição Federal de 1988 pode ser considerada, na história do Brasil, o documento mais abrangente e pormenorizado sobre os direitos humanos até então adotado. Sobre a Constituição Federal de 1988, NÃO é correto o que se afirma em: a) Alargou o campo dos direitos e das garantias fundamentais. b) É a primeira vez que uma Constituição assinala, especificamente, objetivos do Estado brasileiro. c) Inclui os direitos sociais, a nacionalidade e os direitos políticos no rol dos direitos e garantias fundamentais. Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 5 Apostila de DireitosHumanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ d) Não se coloca entre as Constituições mais avançadas do mundo no que diz respeito à matéria. Confira o gabarito aqui. 3. NOÇÕES GERAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS. Direitos Humanos é uma expressão genérica dada a uma proteção que está intimamente ligada ao direito internacional público, o seja, aquele direito que possui proteção de ordem internacional. Assim quando falamos de proteção de direitos da pessoa em âmbito internacional, estamos diante de direitos humanos, ao passo que a proteção desses direitos em âmbito interno (ESTADO), estamos diante de um direito fundamental. Os direitos humanos são aqueles protegidos por uma ordem internacional (tratados com múltiplas adesões em âmbito global e regional) e visam a proteger as pessoas dos abusos que podem ser cometidos por um Estado, visam resguardar um mínimo que todo Estado devem respeitar e em caso de descumprimento estará sujeito a punição. A proteção não é direcionada a nacionalidade da pessoa violada, bastando apenas que tenha ocorrido a violação do direito pelo Estado que a vítima se vincule. Alguns conceitos são importantes para o entendimento do assunto, entre eles o conceito e diferenciação entre Direitos do homem x Direitos fundamentais, assim direitos do homem compreendem aqueles direitos que ainda não foram positivados (jusnaturalista), ou seja, aqueles que não foram escritos em lei mas que naturalmente é sabido existir. Atualmente é pouco provável que exista Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 6 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ algum direito relacionado a proteção da pessoa que não esteja positivado, seja em ordem interna ou internacional. Direitos fundamentais são aqueles direitos inerentes as pessoas e que estão positivados em âmbito interno, ou seja, proteção aos direitos de ordem interna, no caso do Brasil na Constituição Federal como principal norma jurídica Importante esclarecer tal tema para demonstrar que ambos conceitos apresentados não estão positivados em âmbito internacional e por conseguinte não se tratam de direitos humanos, conforme cita Mazzuoli: Assim, quando se fala em “direitos humanos”, está-se a referir aos direitos inscritos (positivados) em tratados ou previstos em costumes internacionais. Trata-se, em suma, daqueles direitos que já ultrapassaram as fronteiras estatais de proteção e ascenderam ao plano de proteção internacional. Outra importante diferenciação é a amplitude de cada direito, pois ao falarmos de direitos fundamentais estamos diante de um direito que pode ser restringido e isto não será considerado abuso, como exemplo o direito de voto, que não pode ser exercido pelos conscritos. Em sentido contrario os direitos humanos quando violados serão alvo de reinvindicação, desde que tal direito esteja previsto em tratado ratificado pelo Estado de origem da vítima da violação. A Constituição Federal adota essa nomenclatura técnica em seu texto e como exemplo tem o parágrafo terceiro do artigo 5º, quando cita sobre os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros serão equivalentes às emendas constitucionais. Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 7 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ Ao analisar a Declaração Universal de 1948 pode-se inferir que os direitos humanos possuem três princípios básicos: 1) o da inviolabilidade da pessoa, cujo significado traduz a ideia de que não se podem impor sacrifícios a um indivíduo em razão de que tais sacrifícios resultarão em benefícios a outras pessoas; 2) o da autonomia da pessoa, pelo qual toda pessoa é livre para a realização de qualquer conduta, desde que seus atos não prejudiquem terceiros; 3) o da dignidade da pessoa, verdadeiro núcleo-fonte de todos os demais direitos fundamentais do cidadão, por meio do qual todas as pessoas devem ser tratadas e julgadas de acordo com os seus atos, e não em relação a outras propriedades suas não alcançáveis por eles. Os direitos humanos possuem algumas características peculiares, que o diferem de outros direitos, principalmente os de ordem interna, sendo elas: a) Historicidade. Os direitos humanos são históricos, isto é, são direitos que se vão construindo com o decorrer do tempo. Teve inicio de sua aplicação após a 2ª Guerra com a criação da ONU. b) Universalidade. Significa que toda pessoa humana por esse simples fato “ser humana” possui a proteção dos direitos humanos. • Aprovados em cada Casa( Senado e Camara dos Deputados) • Aprovados em 2 turnos ( em cada Casa) • Por 3/5( três quintos) dos votos dos respectivos membros de cada Casa • Serão equivalentes às EMENDAS CONSTITUICIONAIS Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 8 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ c) Essencialidade. Expressa valores supremos a serem obedecidos e mesmo que não escrito (positivado), cria o dever para o Estado d) Irrenunciabilidade. Não é possível abrir mão do direito de forma alguma e não se pode justificar um abuso com a autorização do detentor do direito, pois este não possui autonomia para isso. e) Inalienabilidade. São indisponíveis e inegociáveis, logo não podem ser negociados de forma onerosa ou gratuita. f) Inexauribilidade. Podem ser complementados a qualquer tempo, e seus efeitos e alcance não são limitados. g) Imprescritibilidade. São os direitos humanos imprescritíveis, não se esgotando com o passar do tempo e não sofrem prescrição. Exceção se houver previsão em Tratado internacional sobre forma de procedimento em busca do direito. h) Vedação do retrocesso. Os direitos humanos devem aumentar sua proteção, e esta característica veda a criação de uma norma que vise diminuir a proteção de determinada norma, logo não pode o Estado proteger menos que em tempo anterior. As características citadas acima podem ser alvo de questões por parte da banca da Fumarc, pois além de significarem importantes conhecimentos no tema Direitos Humanos, também é bem simples de se confundir os conceitos e por isso fiquem atentos ao examinarem questões sobre o assunto e, além disso, busque entender o conceito e não decora-lo. Vamos praticar... Exercício 02- (PC-MG - Delegado de Polícia - FUMARC/2011) A verdadeira consolidação do Direito Internacional dos Direitos Humanos surge em meados do século XX, em decorrência da Segunda Guerra Mundial, por isso o moderno Direito Internacional dos Direitos Humanos é um fenômeno do pós-guerra. Dentre as proposições abaixo, assinale a que não corrobora com o enunciado acima: a) o desenvolvimento do Direito Internacional dos Direitos Humanos pode ser atribuído às monstruosas violações de direitos humanos da era Hitler e, após, à crença de que somente uma guerra poderia por fim a essas violações no âmbito internacional para garantir internamente em cada Estado nacional a dignidade da pessoa humana. Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 9 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.cominstagram.com/AmpliarConcursos/ b) a internacionalização dos direitos humanos constitui um movimento extremamente recente da história, surgido a partir do pós-guerra, como proposta às atrocidades e aos horrores cometidos durante o nazismo. Se a Segunda Guerra significou a ruptura com os direitos humanos, o pós-guerra deveria significar sua reconstrução. c) no momento em que os seres humanos se tornam supérfluos e descartáveis, no momento em que vige a lógica de destruição, em que cruelmente se abole o valor da pessoa humana, torna-se necessária a reconstrução dos direitos humanos como paradigma ético capaz de restaurar a lógica do razoável. d) a barbárie do totalitarismo significou a ruptura do paradigma dos direitos humanos, por meio da negação do valor da pessoa humana, como valor fonte do direito. Essa ruptura fez emergir a necessidade da reconstrução dos direitos humanos como referencial e paradigma ético que aproxime o direito da moral. Exercício 03- Questão adaptada. Em se tratando de Direitos Humanos, podemos citar algumas características peculiares a esta seara. Nesta ótica, marque abaixo qual característica corresponde a uma inerente aos Direitos Humanos. a) Vedação do retrocesso. Os direitos humanos são históricos, isto é, são direitos que se vão construindo com o decorrer do tempo. Teve inicio de sua aplicação após a 2ª Guerra com a criação da ONU. b) Essencialidade. Significa que toda pessoa humana por esse simples fato “ser humana” possui a proteção dos direitos humanos. c) Essencialidade. Expressa valores supremos a serem obedecidos e mesmo que não escrito (positivado), cria o dever para o Estado d) Inalienabilidade. Não é possível abrir mão do direito de forma alguma e não se pode justificar um abuso com a autorização do detentor do direito, pois este não possui autonomia para isso. e) Irrenunciabilidade. São indisponíveis e inegociáveis, logo não podem ser negociados de forma onerosa ou gratuita. Confira o gabarito aqui. Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 10 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ 4. GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS. Os direitos humanos são comumente divididos em gerações ou categoria de acordo com o momento histórico em que foram criados, também existem aqueles que falam em dimensões, como o argumento de que geração pressupõe a substituição da anterior, o que não muda é a idealização a partir da Revolução Francesa. Sobre as gerações de direitos humanos, Mazzuoli faz breve explanação: As “gerações” acima referidas têm sido compreendidas ao longo do tempo, especialmente no plano doutrinário, com base estritamente na evolução histórica pela qual passou o constitucionalismo ocidental. Nesse sentido, tem-se entendido que os direitos começaram a desenvolver-se no plano dos direitos civis e políticos, passando, num segundo momento, para o âmbito dos direitos econômicos, sociais e culturais e, bem assim, dos direitos coletivos ou de coletividades, culminando com a proteção de direitos como o meio ambiente, a comunicação, o patrimônio comum da humanidade etc. •direitos civis e políticos 1ª Liberdade •direitos econômicos, sociais e culturais 2ª Igualdade •direito ao desenvolvimento, à paz, ao meio ambiente, à comunicação e ao patrimônio comum da humanidade 3ª Fraternidade Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 11 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ Hora de praticar... Exercício 04- Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público - Reaplicação A respeito da teoria das gerações ou dimensões de Direitos Humanos, considere: I. A adoção do conceito de gerações de Direitos Humanos é consensual na doutrina brasileira. II. Os Direitos Humanos de segunda geração ou dimensão estão relacionados à ideia de solidariedade ou fraternidade, da mesma forma como os direitos de primeira geração ou dimensão estão amparados na ideia de liberdade. III. Os Direitos Humanos de primeira geração ou dimensão, por se tratarem de direitos de defesa, não acarretam qualquer atuação prestacional do Estado em relação à efetivação dos mesmos. IV. Os Direitos Humanos de segunda geração ou dimensão, dada a sua natureza prestacional, exigem uma atuação positiva do Estado para a sua efetivação. Está correto o que se afirma APENAS em a)I e IV. b)I, II e III. c)II, III e IV. d)IV. e)II. Confira o gabarito aqui. Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 12 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ 5. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 E OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. Neste tópico vamos tratar da normatização constitucional sobre Tratados Internacionais de Direitos Humanos. Para inicio, vejamos o que diz o Art. 5º, § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Com efeito, quando um tratado internacional ingressa no ordenamento jurídico acrescenta outros direitos e deveres Em relação à primeira dimensão de direitos, inicialmente, denota-se a afirmação dos direitos de liberdade, referente aos direitos que tendem a limitar o poder estatal e reservar parcela dele para o indivíduo (liberdade em relação ao Estado), sendo que posteriormente despontam os direitos políticos, relativos às liberdades positivas no sentido de garantir uma participação cada vez mais ampla dos indivíduos no poder político (liberdade no Estado). Os dois movimentos que levaram à afirmação dos direitos de primeira dimensão, que são os direitos de liberdade e os direitos políticos, foram a Revolução Americana, que culminou na Declaração de Virgínia (1776), e a Revolução Francesa, cujo documento essencial foi a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789). Quanto à segunda dimensão, foram proclamados os direitos sociais, expressando o amadurecimento das novas exigências como as de bem-estar e igualdade material (liberdade por meio do Estado). Durante a Revolução Industrial tomaram proporção os direitos de segunda dimensão, que são os direitos sociais, refletindo a busca do trabalhador por condições dignas de trabalho, remuneração adequada, educação e assistência social em caso de invalidez ou velhice, garantindo o amparo estatal à parte mais fraca da sociedade. Ao lado dos direitos sociais, chamados de segunda geração, emergiram os chamados direitos de terceira geração, que constituem uma categoria ainda heterogênea e vaga, mas que concentra na reivindicação do direito de viver num ambiente sem poluição. A doutrina não é pacífica no que tange à definição de dimensões posteriores de direitos humanos. Para Bobbio- e a maioria da doutrina - os chamados direitos de quarta dimensão se referem aos efeitos traumáticos da evolução da pesquisa biológica, que permitirá a manipulação do patrimônio genético do indivíduo de modo cada vez mais intenso; enquanto que Bonavides defende que são de quarta dimensão os direitos inerentes à globalização política. Bonavides também diverge ao falar de uma quinta dimensão composta pelo direito à paz, o qual foi colocado por Vasak na terceira dimensão. Autores do Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01- HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 13 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ direito eletrônico como Peck e Olivo entendem que ele seria a quinta dimensão dos direitos humanos, envolvendo o direito de acesso e convivência num ambiente salutar no ciberespaço. Logo, todos os tratados que ingressaram no ordenamento jurídico após a Constituição Federal de 1988 são mais que leis ordinárias, mas efetivas fontes de direitos implícitos. A exemplo, pode-se mencionar os pactos internacionais dos direitos civis e políticos e dos direitos econômicos, sociais e culturais, ambos de 1966, e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos de 1969, que entraram em vigor no ordenamento em 1992; e a Convenção sobre a tortura de 1984, que entrou em vigor no Brasil em 1991. A questão é que tais tratados não passaram pelo procedimento similar ao da Emenda Constitucional para aprovação, uma vez que a alteração constitucional que passou a assim estabelecer data de 2004: Art. 5º, § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/04, que introduziu o §3º ao artigo 5º da Constituição Federal, os tratados internacionais de direitos humanos foram equiparados às emendas constitucionais, desde que houvesse a aprovação do tratado em cada Casa do Congresso Nacional e obtivesse a votação em dois turnos e com três quintos dos votos dos respectivos membros. Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados de direitos humanos que ingressarem no ordenamento jurídico brasileiro, versando sobre matéria de direitos humanos, irão passar por um processo de aprovação semelhante ao da emenda constitucional. Não há dúvidas de que os tratados internacionais posteriores à emenda, aprovados pelo quórum de 3/5, em dois turnos, têm status de norma constitucional. Atualmente, está nesta condição a Convenção Internacional de Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Decreto nº 6949/09). E os demais tratados? Há posicionamentos conflituosos quanto à possibilidade de considerar como hierarquicamente constitucional os tratados internacionais de direitos humanos que ingressaram no ordenamento jurídico brasileiro anteriormente ao advento da referida emenda. A posição predominante foi estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal na discussão que se deu com relação à prisão civil do depositário infiel, prevista como legal na Constituição e ilegal no Pacto de São José da Costa Rica (tratado de direitos humanos aprovado antes da EC nº Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 14 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ 45/04 e depois da CF/88). O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento pela supra legalidade do tratado de direitos humanos anterior à Emenda (estaria numa posição que paralisaria a eficácia da lei infraconstitucional, mas não revogaria a Constituição no ponto controverso). Logo, o tratado de direitos humanos anterior à Emenda Constitucional nº 45/04 é mais do que lei ordinária, e por isso paralisa a lei ordinária que o contrarie, porém menos que o texto constitucional. Criou-se, então, uma necessidade de dupla compatibilidade das leis ordinárias. Para o tratado internacional ingressar no ordenamento jurídico brasileiro deve ser observado um procedimento complexo, que exige o cumprimento de quatro fases: a negociação (bilateral ou multilateral, com posterior assinatura do Presidente da República), submissão do tratado assinado ao Congresso Nacional (que dará referendo por meio do decreto legislativo), ratificação do tratado (confirmação da obrigação perante a comunidade internacional) e a promulgação e publicação do tratado pelo Poder Executivo. O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originária na Constituição Federal, conferindo o caráter de primazia dos direitos humanos, desde logo consagrando o princípio da primazia dos direitos humanos, como reconhecido pela doutrina e jurisprudência majoritários na época. “O princípio da primazia dos direitos humanos nas relações internacionais implica em que o Brasil deve incorporar os tratados quanto ao tema ao ordenamento interno brasileiro e respeitá-los. Implica, também em que as normas voltadas à proteção da dignidade em caráter universal devem ser aplicadas no Brasil em caráter prioritário em relação a outras normas”. Regra geral, os tratados internacionais comuns ingressam com força de lei ordinária no ordenamento jurídico brasileiro porque somente existe previsão constitucional quanto à possibilidade da equiparação às emendas constitucionais se o tratado abranger matéria de direitos humanos. Antes da Emenda Constitucional nº 45/04 que alterou o quadro quanto aos tratados de direitos humanos, era o que acontecia, ou seja, tratados de direitos humanos possuem caráter de lei ordinária, mas isso não significa que tais direitos eram menos importantes. Na verdade, após a Constituição de 1988 passou-se a afirmar que os tratados de direitos humanos são mais do que leis ordinárias, mas fontes de direitos implícitos, o que mostra a primazia dos direitos humanos. O precedente histórico da declaração dos tratados internacionais como fonte de direito implícitos foi o questionamento pelo Partido MDB com relação à LC nº 5. Tal partido político brasileiro que abrigou os opositores do Regime Militar de 1964 ante o poderio governista da Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Organizado em fins de 1965 e fundado no ano seguinte, o partido se caracterizou por sua multiplicidade ideológica graças, Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 15 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ sobretudo aos embates entre os “autênticos” e “moderados” quanto aos rumos a seguir no enfrentamento ao poder militar. Inicialmente raquítico em seu desempenho eleitoral, experimentou grande crescimento no governo de Ernesto Geisel obrigando os militares a extinguirem o bipartidarismo e assim surgiu o Partido do Movimento Democrático Brasileiro em 1980. A LC nº 5 previa que eram inelegíveis não só os condenados por certos crimes, mas também quem estivesse sendo processado por estes. Foi efetuada a arguição incidental de inconstitucionalidade, identificando no padrão de confronto o princípio do estado de inocência, que na época era implícito (uma vez que previsto na Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948). Vamos praticar... Exercício 05- (PC-MG - Investigador de Polícia - FUMARC/2014) Nos termos do inciso LXVII do art. 5º da Constituição Federal de 1988, “não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel”. À luz de decisão do Supremo Tribunal Federal, considerando os termos do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, assim como da Convenção Americana de Direitos Humanos, é CORRETO afirmar sobre a previsão constitucional da prisão civil do depositário infiel que: a) é cláusula pétrea e, por tal razão, nenhum tratado internacional tem força suficiente para afastar a sua aplicabilidade sobre os casos concretos. b) foi revogada. c) não foi revogada e, exatamente por isso, continua sendo aplicável pelo poder judiciário brasileiro. d) não foi revogada, porém deixou de ter aplicabilidadediante do efeito paralisante desses tratados. Confira o gabarito aqui. 6. O SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS. Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 16 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ O sistema internacional de direitos humanos surgiu a partir da criação da Organização das Nações Unidas - ONU, em 24 de Outubro de 1945, e do consequente estabelecimento de órgãos e instâncias voltadas à proteção dos direitos humanos. Com a posterior Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada em 10 de dezembro de 1948, que veiculava verdadeiro código de princípios e valores universais a serem respeitados pelos Estados, materializava-se então a estrutura formal e material da chamada “jurisdição” internacional, vocacionada à proteção dos direitos fundamentais da pessoa humana. O marco temporal do movimento de internacionalização dos direitos humanos foi o pós-guerra, e os espólios da campanha nazista na Europa. O marco ideológico foi a disseminação da ideia de que a proteção dos direitos humanos não deve se reduzir ao domínio reservado do Estado, isto é, não deve ficar ao alvedrio exclusivo da competência nacional ou à jurisdição doméstica, porquanto tais direitos transcendem os interesses do estado soberano, representando legítimo interesse internacional. Neste novo cenário, a soberania estatal não é absoluta, de forma que, se determinado estado membro não adotar providências a fim de garantir os direitos humanos poderá ser pressionado ou obrigado pelas instâncias internacionais. Neste ponto, trago à colação lição de Flávia Piovesan a respeito das características deste novo cenário: “1ª) a revisão da noção tradicional de soberania absoluta do Estado, que passa a sofrer um processo de relativização, na medida em que são admitidas intervenções no plano nacional, em prol da proteção dos direitos humanos; permitem-se formas de monitoramento e responsabilização internacionais, quando os direitos humanos forem violados (transita-se de uma concepção “hobbesiana” de soberania centrada no Estado para uma concepção “kantiana” de soberania centrada na cidadania universal); 2ª) a cristalização da idéia de que o indivíduo deve ter direitos protegidos na esfera internacional, na condição de sujeito de direito. “Prenuncia-se, desse modo, o fim da era em que a forma pela qual o Estado tratava seus nacionais era concebida como um problema de jurisdição doméstica, decorrência de sua soberania.” O sistema internacional de proteção dos direitos humanos é constituído por duas esferas: a esfera global, formada pela ONU, e a esfera regional, constituída, no caso brasileiro, pela Organização dos Estados Americanos - OEA. Tais sistemas, e seus respectivos instrumentos específicos (tratados, convenções, recomendações, etc.) não são estanques, antes disso, são complementares, pelo que coexistem com o propósito de salvaguardar os Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 17 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ mesmos direitos, objetivando a máxima eficácia na tutela de proteção aos direitos humanos. Necessário frisar que o sistema internacional de proteção aos direitos humanos é dotado das características típicas de um modelo de prestação jurisdicional, apresentando poderes de coerção e sanção destinados à imposição de suas decisões aos Estados-membros transgressores. No âmbito global, também conhecido como o Sistema das Nações Unidas de proteção dos direitos humanos, a justicialização operou-se com ênfase na esfera penal, mediante a criação de Tribunais ad hoc e, posteriormente, do Tribunal Penal Internacional. Já nos sistemas regionais, a justicialização operou-se na esfera civil, a exemplo da atuação das Cortes europeia e interamericana. No âmbito da OEA, o Pacto de San José previu dois órgãos processuais internacionais, que são a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, com sede em Washington DC (EUA), e a Corte Interamericana de Direitos Humanos, com sede em San José (Costa Rica). Enquanto a Comissão é um órgão político-administrativo, com competência para, dentre outras funções, receber e analisar petições individuais que contenham denúncias de violação aos direitos humanos contra os Estados-partes, a Corte é um verdadeiro órgão judiciário internacional, dotado de força jurídica vinculante e obrigatória. Para que o Estado reconheça a competência contenciosa da Corte Interamericana, ele deve manifestar vontade expressa para tanto. No caso brasileiro, reconheceu-se a competência consultiva da Corte Interamericana em 1992, ao ratificar o Pacto de San José, só aceitando a competência contenciosa em 1998, malgrado a Constituição Federal de 1998 já houvesse previsto a formação de um “tribunal internacional de Direitos Humanos”, na forma da diretriz dada pelo art. 7º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. A incorporação dos tratados internacionais de proteção dos Direitos Humanos no ordenamento jurídico brasileiro gera para o País a obrigação de reconhecer a prevalência da norma internacional sobre a norma interna, de forma que incorporada a norma alienígena ao ordenamento jurídico brasileiro, seja com status de lei ordinária ou de norma constitucional (art. 5º, §3º com redação dada pela EC 45/04), esta prevalecerá qualquer que seja o grau hierárquico da norma conflitiva. Ademais, o poder constituinte derivado ou reformador brasileiro está sujeito à limitação consubstanciada em não fazer reformas à Constituição que vão de encontro com um preceito de tratado internacional. Neste sentido lecionam LUIZ FLÁVIO GOMES e VALERIO DE OLIVEIRA MAZZUOLI: Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 18 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ Não se pode olvidar, além do mais, que a Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados impõe a todos os Estados a obrigatoriedade de reconhecerem a primazia do direito internacional sobre o direito interno, regra esta consagrada, com a exceção do art. 46, no seu art. 27.6 E isso quer dizer que: Mesmo quando internamente um tratado possa ser declarado inconstitucional a responsabilidade externa do Estado subsiste plenamente; A discordância entre o princípio da primazia, internacionalmente consagrado, e as soluções em contrário adotadas internamente, implica em quebra da harmonia do sistema jurídico estatal, incompatível com aquela que deve reger a totalidade do seu sistema jurídico. A nosso sentir, o conteúdo sistema internacional de direitos humanos é mais abrangente que o complexo de órgãos, tratados e convenções, recomendações etc.. que o integram, porquanto estados membros que se comprometem, perante a ordem internacional, a resguardar direitos humanos, devem enraizar, no seu ordenamento jurídico interno, a própria filosofia de preservação da dignidade da pessoa humana, filtrando suas leis a luz de princípios como a “vedação ao retrocesso social”, “máxima efetividade na implementação e proteção aos direitos humanos” etc.. Em outros termos, o sistema internacional de direitos humanos só será verdadeiramente efetivo se suas instâncias jurisdicionais não forem acionadas ante o total comprometimento pelos estados membros com a proteção aos direitos humanos. Hora de praticar... Exercício 06- Ano: 2013 Banca: FUMARC Órgão: TJM-MG Prova: Oficial Judiciário - AssistenteTécnico de Sistemas “Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948, como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforcem, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição”. O documento de que trata a conceituação acima é a Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 19 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ a)Declaração Universal dos Direitos Humanos. b) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. c)Constituição da República Federativa do Brasil (Preâmbulo). d)Convenção Interamericana de Direitos Humanos de São José da Costa Rica Exercício 07- Ano: 2013 Banca: FUMARC Órgão: TJM-MG Prova: Técnico Judiciário - Administrador de Redes A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi aprovada em 1948 na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O documento é a base da luta universal contra a opressão e a discriminação, defende a igualdade e a dignidade das pessoas e reconhece que os direitos humanos e as liberdades fundamentais devem ser aplicados a cada cidadão do planeta. No que respeita à liberdade de opinião e expressão, dispõe o art. XIX da DUDH que: “Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão” e, ainda, que este direito inclui a liberdade de, a)observado o controle soberano do Estado, ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios, vedado o anonimato. b)respeitada a soberania de cada fronteira, ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios. c)sem interferência, ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios nos limites das fronteiras de cada país. d)sem interferência, ter opiniões e de procurar receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras. Exercício 08- Ano: 2013 Banca: FUMARC Órgão: TJM-MG Prova: Técnico Judiciário - Administrador de Redes A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 constitui um marco na afirmação internacional de direitos essenciais à proteção da dignidade humana e pode ser compreendida como uma reação histórica aos horrores vivenciados na Segunda Guerra Mundial. Dentre as previsões da mencionada declaração, NÃO se encontra proclamado o seguinte direito: a) Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na sua vida privada, na sua família, no seu domicílio ou na sua correspondência, nem ataques à sua honra e reputação. Contra tais intromissões ou ataques, toda a pessoa tem direito à proteção da lei. b) Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião. Este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 20 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos. c) Toda pessoa vítima de perseguição tem o direito de procurar e de gozar de asilo em outros países. Este direito pode ser invocado, inclusive, no caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum. d) Toda pessoa tem direito ao repouso e ao lazer, especialmente, a uma limitação razoável da duração do trabalho e às férias periódicas remuneradas. Exercício 09- Ano: 2011Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: Delegado de Polícia O sistema internacional de proteção dos direitos humanos pode apresentar diferentes âmbitos de aplicação, daí poder se falar de sistemas global e regional. O instrumento de maior importância no sistema interamericano é a Convenção Americana de Direitos Humanos, também denominada Pacto de San José da Costa Rica que a)foi assinada em San José, Costa Rica, em 1969, tendo como Estados- membros todos os países das Américas do Norte, Central e do Sul, que queiram participar. b)substancialmente reconhece e assegura um catálogo de direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, garantindo-lhes a plena realização. c)exige dos governantes dos Estados signatários estritamente obrigações de natureza negativas, como por exemplo o dever de não torturar um indivíduo. d)em face dos direitos constantes no texto, cada Estado-parte deve respeitar e assegurar o livre e pleno exercício desses direitos e liberdades, sem qualquer discriminação. Exercício 10- Ano: 2013 Banca: FUMARC Órgão: TJM-MG Prova: Oficial Judiciário - Oficial de Justiça A Declaração Universal dos Direitos Humanos - DUDH, adotada e proclamada pela Resolução 217 A (III) da Assembleia Geral da ONU em 10/12/1948 e assinada pelo Brasil na mesma data, representou o repúdio direto das ideologias que tinham por princípio “o desprezo e o desrespeito pelos direitos do homem”. Segundo esse documento, “toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países”, entretanto, prevê também que esse direito não pode ser invocado em caso de Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 21 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ a)crimes contra a humanidade. b)condenação legitimamente proferida por crimes contra a segurança nacional de qualquer Nação. c)sentença transitada em julgado por crimes de responsabilidade proferida pela mais alta corte do país. d)perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas. Exercício 11- Ano: 2013 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: Perito Criminal Considerando a proteção do “direito à vida” na Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969 (Pacto São José da Costa Rica), leia as seguintes afirmativas: I. Os países que aboliram a pena de morte poderão restabelecê-la em casos excepcionais e mediante a criação de lei anterior que defina a conduta e estabeleça a pena, proibindo-se a sua imposição ou decretação por juízo ou tribunal de exceção. II. A pena de morte, nos países que a admitem, poderá ser aplicada a delitos comuns conexos com delitos políticos. III. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da perpetração do delito, for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de gravidez. IV. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar anistia, indulto ou comutação da pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos. Não se pode executar a pena de morte enquanto o pedido estiver pendente de decisão ante a autoridade competente. São VERDADEIRAS apenas as afirmativas a)I e III. b)I e IV. c)II e IV.,3 d)III e IV. Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 22 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/Confira o gabarito aqui. 7. O SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E A REDEFINIÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL. O Direito Internacional dos Direitos Humanos, como se sabe, constitui um movimento extremamente recente na história, surgindo, a partir do Pós-Guerra, como resposta às atrocidades cometidas durante o nazismo. É neste cenário que se desenha o esforço de reconstrução dos direitos humanos, como paradigma e referencial ético a orientar a ordem internacional contemporânea. Nesse sentido, uma das principais preocupações desse movimento foi converter os direitos humanos em tema de legítimo interesse da comunidade internacional, o que implicou nos processos de universalização e internacionalização desses mesmos direitos. Esses processos permitiram, por sua vez, a formação de um sistema normativo internacional de proteção de direitos humanos, de âmbito global e regional, como também de âmbito geral e específico. Adotando o valor da primazia da pessoa humana, esses sistemas se complementam, interagindo com o sistema nacional de proteção, a fim de proporcionar a maior efetividade possível na tutela e promoção de direitos fundamentais. A sistemática internacional, como garantia adicional de proteção, institui mecanismos de responsabilização e controle internacional, acionáveis quando o Estado se mostra falho ou omisso na tarefa de implementar direitos e liberdades fundamentais. Ao acolher o aparato internacional de proteção, bem como as obrigações internacionais dele decorrentes, o Estado passa a aceitar o monitoramento internacional, no que se refere ao modo pelo qual os direitos fundamentais são respeitados em seu território. O Estado passa, assim, a consentir no controle e na fiscalização da comunidade internacional quando, em casos de violação a direitos fundamentais, a resposta das instituições nacionais se mostra insuficiente e falha, ou, por vezes, inexistente. Enfatize-se, contudo, que a ação internacional é sempre uma ação suplementar, constituindo uma garantia adicional de proteção dos direitos humanos. Essas transformações decorrentes do movimento de internacionalização dos direitos humanos contribuíram ainda para o processo de democratização do próprio cenário internacional, já que, além do Estado, novos sujeitos de direito passam a participar da arena internacional, como os indivíduos e as organizações não governamentais. Os indivíduos convertem-se em sujeitos de direito internacional — tradicionalmente, uma arena em que só os Estados Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 23 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ podiam participar. Com efeito, na medida em que guardam relação direta com os instrumentos internacionais de direitos humanos, os indivíduos passam a ser concebidos como sujeitos de direito internacional. Na condição de sujeitos de direito internacional, cabe aos indivíduos o acionamento direto de mecanismos internacionais, como é o caso da petição ou comunicação individual, mediante a qual um indivíduo, grupos de indivíduos ou, por vezes, entidades não governamentais, podem submeter aos órgãos internacionais competentes denúncia de violação de direito enunciado em tratados internacionais. É correto afirmar, no entanto, que ainda se faz necessário democratizar determinados instrumentos e instituições internacionais, de modo a que possam prover um espaço participativo mais eficaz, que permita maior atuação de indivíduos e de entidades não governamentais, mediante legitimação ampliada nos procedimentos e instâncias internacionais. No caso brasileiro, o processo de incorporação do Direito Internacional dos Direitos Humanos e de seus importantes instrumentos é consequência do processo de democratização. O marco inicial do processo de incorporação de tratados internacionais de direitos humanos pelo Direito brasileiro foi a ratificação, em 1º de fevereiro de 1984, da Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher. A partir dessa ratificação, inúmeros outros relevantes instrumentos internacionais de proteção dos direitos humanos foram também incorporados pelo Direito Brasileiro, sob a égide da Constituição Federal de 1988. Assim, a partir da Carta de 1988, importantes tratados internacionais de direitos humanos foram ratificados pelo Brasil, dentre eles: a) a Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, em 20 de julho de 1989; b) a Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes, em 28 de setembro de 1989; c) a Convenção sobre os Direitos da Criança, em 24 de setembro de 1990; d) o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, em 24 de janeiro de 1992; e) o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, em 24 de janeiro de 1992; f) a Convenção Americana de Direitos Humanos, em 25 de setembro de 1992; g) a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, em 27 de novembro de 1995. Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 24 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ O processo de democratização possibilitou, assim, a reinserção do Brasil na arena internacional de proteção dos direitos humanos — embora relevantes medidas ainda necessitem ser adotadas pelo Estado brasileiro para o completo alinhamento do país à causa da plena vigência dos direitos humanos. Com efeito, para que o Brasil se alinhe efetivamente à sistemática internacional de proteção dos direitos humanos, relativamente aos tratados ratificados, é emergencial uma mudança radical de atitude política, de modo a que o Estado Brasileiro não mais se recuse a aceitar procedimentos que permitam acionar de forma direta e eficaz a international accountability, como a sistemática de petições individuais e comunicações interestatais, acrescida da competência jurisdicional da Corte Interamericana. Superar essa postura de recuo e retrocesso — que remonta ao período de autoritarismo — é fundamental à plena e integral proteção dos direitos humanos no âmbito nacional. Neste sentido, é prioritária ao Estado Brasileiro a revisão de declarações restritivas elaboradas, por exemplo, quando da ratificação da Convenção Americana. É também prioritária a reavaliação da posição do Estado Brasileiro quanto a cláusulas e procedimentos facultativos — destacando-se a premência do Brasil reconhecer a competência jurisdicional da Corte Interamericana de Direitos Humanos, bem como a urgência em aceitar os mecanismos de petição individual e comunicação interestatal previstos nos tratados já ratificados. Deve ainda o Estado brasileiro adotar medidas que assegurem eficácia aos direitos constantes nos instrumentos internacionais de proteção, como, por exemplo, no caso da Convenção contra a Tortura. A essas providências adicione-se a urgência do Brasil incorporar relevantes tratados internacionais ainda pendentes de ratificação, como o Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. Inobstante todas essas ações sejam essenciais para o completo alinhamento do país à causa dos direitos humanos, há que se reiterar que na experiência brasileira faz-se clara a relação entre o processo de democratização e a reinserção do Estado Brasileiro no cenário internacional de proteção dos direitos humanos. Nesse sentido, percebe-se a dinâmica e a dialética da relação entre Democracia e Direitos Humanos, tendo em vista que, se o processo de democratização permitiu a ratificação de relevantes tratadosinternacionais de direitos humanos, por sua vez essa ratificação permitiu o fortalecimento do processo democrático, através da ampliação e do reforço do universo de direitos fundamentais por ele assegurado. Se a busca democrática não se atém apenas ao modo pelo qual o poder político é exercido, mas envolve também a forma pela qual direitos fundamentais são implementados, e manifesta a contribuição da sistemática internacional de proteção dos direitos humanos para o aperfeiçoamento do sistema de tutela desses direitos no Brasil. Nesse prisma, o aparato internacional permite intensificar as respostas jurídicas ante casos de violação de direitos humanos e, consequentemente, ao Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 25 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ reforçar a sistemática de proteção de direitos, o aparato internacional permite o aperfeiçoamento do próprio regime democrático. Atente-se, assim, para o modo pelo qual os direitos humanos internacionais inovam a ordem jurídica brasileira, complementando e integrando o elenco de direitos nacionalmente consagrados e nele introduzindo novos direitos, até então não previstos pelo ordenamento jurídico interno. Enfatize-se que a Constituição brasileira de 1988, como marco jurídico da institucionalização dos direitos humanos e da transição democrática no país, ineditamente, consagra o primado do respeito aos direitos humanos como paradigma propugnado para a ordem internacional. Esse princípio invoca a abertura da ordem jurídica brasileira ao sistema internacional de proteção dos direitos humanos e, ao mesmo tempo, exige uma nova interpretação de princípios tradicionais como a soberania nacional e a não-intervenção, impondo a flexibilização e relativização desses valores. Se para o Estado brasileiro a prevalência dos direitos humanos é princípio a reger o Brasil no cenário internacional, está-se consequentemente admitindo a concepção de que os direitos humanos constituem tema de legítima preocupação e interesse da comunidade internacional. Os direitos humanos, para a Carta de 1988, surgem como tema global. O texto democrático ainda rompe com as Constituições anteriores ao estabelecer um regime jurídico diferenciado aplicável aos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos. À luz desse regime, os tratados de direitos humanos são incorporados automaticamente pelo Direito brasileiro e passam a apresentar status de norma constitucional, diversamente dos tratados tradicionais, os quais se sujeitam à sistemática da incorporação legislativa e detêm status hierárquico infra-constitucional. A Carta de 1988 acolhe, desse modo, um sistema misto, que combina regimes jurídicos diferenciados — um aplicável aos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos e o outro aplicável aos tratados tradicionais. Esse sistema misto se fundamenta na natureza especial dos tratados internacionais de direitos humanos que — distintamente dos tratados tradicionais que objetivam assegurar uma relação de equilíbrio e reciprocidade entre Estados pactuantes — priorizam a busca em assegurar a proteção da pessoa humana, até mesmo contra o próprio Estado pactuante. Insista-se, a Constituição de 1988, por força do artigo 5º, parágrafos 1º e 2º, atribuiu aos direitos humanos internacionais natureza de norma constitucional, incluindo-os no elenco dos direitos constitucionalmente garantidos, que apresentam aplicabilidade imediata. Essa conclusão advém de interpretação sistemática e teleológica do texto constitucional de 1988, especialmente em face da força expansiva dos valores da dignidade humana e dos direitos fundamentais, como parâmetros axiológicos a orientar a compreensão do Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 26 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ fenômeno constitucional. Com a Carta democrática de 1988, a dignidade da pessoa humana, bem como os direitos e garantias fundamentais vêm a constituir os princípios constitucionais que incorporam as exigências de justiça e dos valores éticos, conferindo suporte axiológico a todo sistema jurídico brasileiro. A esse raciocínio se conjuga o princípio da máxima efetividade das normas constitucionais, particularmente das normas concernentes a direitos e garantias fundamentais, que hão de alcançar a maior carga de efetividade possível — este princípio vem a consolidar o alcance interpretativo que se propõe relativamente aos parágrafos do artigo 5º do texto. A favor da natureza constitucional dos direitos enunciados nos tratados internacionais, adicione-se também o fato do processo de globalização ter implicado na abertura da Constituição à normação internacional. Tal abertura resultou na ampliação do bloco de constitucionalidade, que passou a incorporar preceitos enunciadores de direitos fundamentais que, embora decorrentes de fonte internacional, veiculam matéria e conteúdo de inegável natureza constitucional. Admitir o contrário traduziria o equívoco de consentir na existência de duas categorias diversas de direitos fundamentais — uma de status hierárquico constitucional e outra de status ordinário. Há que ser também afastada a frágil argumentação de que os direitos internacionais integrariam o universo impreciso e indefinido dos direitos implícitos, decorrentes do regime ou dos princípios adotados pela Constituição. Ainda que não explícitos no texto constitucional, os direitos internacionais são direitos "explicitáveis", bastando para tanto a menção aos dispositivos dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos, que demarcam um catálogo claro, preciso e definido de direitos. Em suma, todos esses argumentos se reúnem no sentido de endossar o regime constitucional privilegiado conferido aos tratados de proteção de direitos humanos — regime esse semelhante ao que é conferido aos demais direitos e garantias constitucionais. Quanto ao impacto jurídico do Direito Internacional dos Direitos Humanos no Direito brasileiro e por força do princípio da norma mais favorável à vítima — que assegura a prevalência da norma que melhor e mais eficazmente projeta os direitos humanos — os direitos internacionais apenas vêm a aprimorar e fortalecer, jamais a restringir ou debilitar, o grau de proteção dos direitos consagrados no plano normativo constitucional. A sistemática internacional de proteção vem ainda a permitir a tutela, a supervisão e o monitoramento de direitos por organismos internacionais. Embora incipiente no Brasil, verifica-se que a advocacia do Direito Internacional dos Direitos Humanos tem sido capaz de propor relevantes ações internacionais, invocando a atenção da comunidade internacional para a fiscalização e controle de sérios casos de violação de direitos humanos. No momento em que tais violações são submetidas à arena internacional, elas se Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 27 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ tornam mais visíveis, salientes e públicas. Diante da publicidade de casos de violações de direitos humanos e de pressões internacionais, o Estado se vê "compelido" a prover justificações, o que tende a implicar em alterações na própria prática do Estado relativamente aos direitos humanos, permitindo, por vezes, um sensível avanço na forma pela qual esses direitos são nacionalmente respeitados e implementados. A ação internacionalconstitui, portanto, um importante fator para o fortalecimento da sistemática de implementação dos direitos humanos. Seja em face da sistemática de monitoramento internacional que proporciona, seja em face do extenso universo de direitos que assegura, o Direito Internacional dos Direitos Humanos vem a instaurar o processo de redefinição do próprio conceito de cidadania, no âmbito brasileiro. O conceito de cidadania se vê, assim, alargado e ampliado, na medida em que passa a incluir não apenas direitos previstos no plano nacional, mas também direitos internacionalmente enunciados. A sistemática internacional de accountability vem ainda a integrar esse conceito renovado de cidadania, tendo em vista que, ao lado das garantias nacionais, são adicionadas garantias de natureza internacional. Consequentemente, o desconhecimento dos direitos e garantias internacionais importa no desconhecimento de parte substancial dos direitos da cidadania, por significar a privação do exercício de direitos acionáveis e defensáveis na arena internacional. Hoje pode-se afirmar que a realização plena e não apenas parcial dos direitos da cidadania envolve o exercício efetivo e amplo dos direitos humanos, nacional e internacionalmente assegurados. Na esfera internacional, observou-se a tendência de fortalecimento da jurisdição em matéria de direitos humanos, com a expansão do repertório de casos submetidos ao Tribunal Penal Internacional (com destaque aos casos relativos à Líbia e à Costa do Marfim), bem como a ampliação da jurisprudência dos Tribunais ad hoc para a ex-Iugoslávia e para a Ruanda, e da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Decisões emblemáticas da Corte Interamericana mereceram especial ênfase, como o caso Gomes Lund vs. Brasil, em que a Corte condenou o Brasil em virtude do desaparecimento de integrantes da guerrilha do Araguaia durante as operações militares ocorridas na década de 70, ressaltando que a lei de anistia de 1979 é manifestamente incompatível com a Convenção Americana, carece de efeitos jurídicos e não pode seguir representando um obstáculo para a investigação de graves violações de direitos humanos, nem para a identificação e punição dos responsáveis. Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 28 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ No caso Acevedo Buendía vs. Peru, a Corte reconheceu que os direitos humanos devem ser interpretados sob a perspectiva de sua integralidade e interdependência, a conjugar direitos civis e políticos e direitos econômicos, sociais e culturais, inexistindo hierarquia entre eles e sendo todos direitos exigíveis. Realçou ser a aplicação progressiva dos direitos sociais suscetível de controle e fiscalização pelas instâncias competentes, destacando o dever dos Estados de não regressividade em matéria de direitos sociais. Outra situação emblemática refere-se ao caso Xákmok Kásek vs. Paraguai, em que a Corte consagrou o direito da comunidade indígena à identidade cultural, salientando o dever do Estado em assegurar especial proteção às comunidades indígenas, à luz de suas particularidades próprias, suas características econômicas e sociais e suas especiais vulnerabilidades, considerando o direito consuetudinário, os valores, os usos e os costumes dos povos indígenas. Constatou-se também avanços na crescente ampliação do universo de Estados-partes em tratados de direitos humanos, com realce à entrada em vigor da Convenção Internacional para a proteção de todas as pessoas contra o Desaparecimento Forçado, ratificada pelo Estado brasileiro em 29 de novembro de 2010. No plano do monitoramento internacional, esta edição realizou atenta e cuidadosa revisão, atualizando o trabalho dos Comitês da ONU (os treaty bodies) e realçando a jurisprudência por eles fomentada. Com relação ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, destaque foi dado à decisão de 25 de fevereiro de 2011, que, por unanimidade, recomendou a suspensão da Líbia, em face de graves e sistemáticas violações a direitos humanos. Na esfera doméstica, merece menção a consolidação da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de conferir aos tratados internacionais de direitos humanos um regime especial e diferenciado, distinto dos tratados tradicionais, baseado na supralegalidade dos tratados de direitos humanos. Verificou-se, assim, o impacto e a força catalizadora do leading case Recurso Extraordinário n. 466.343/2008 a compor um novo norte interpretativo aos julgados proferidos pelo Supremo Tribunal Federal. Percebeu-se, ainda, maior abertura desta Corte aos parâmetros protetivos internacionais, com a gradativa incorporação de instrumentos e jurisprudência internacionais em suas decisões. Outro avanço extraordinário foi a inédita decisão do Superior Tribunal de Justiça, no IDC n. 2, em 27 de outubro de 2010, determinando o imediato deslocamento das investigações e do processamento da ação penal do caso Manoel Mattos ao âmbito federal, por considerar atendidos os pressupostos do art. 109, § 5º, da Constituição Federal concernentes à federalização das violações de direitos humanos. Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 29 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ Hora de praticar... Exercício 12- Ano: 2014 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: Investigador de Policia Sobre o sistema internacional de proteção dos direitos humanos, é CORRETO afrmar: a)A Corte Interamericana de Direitos Humanos já decidiu que a lei da anistia de 1979, editada pelo Brasil, é manifestamente incompatível com a Convenção Americana de Direitos Humanos. b)O Brasil não ratifcou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Defciência e seu Protocolo Facultativo. c)O Brasil não se submete à jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos. d)O Tribunal Penal Internacional é um órgão jurisdicional criado no âmbito do sistema interamericano de proteção dos direitos humanos, cuja atuação depende de provocação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Exercício 13- Ano: 2014 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: Investigador de Policia Nos termos do inciso LXVII do art. 5º da Constituição Federal de 1988, “não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infel”. À luz de decisão do Supremo Tribunal Federal, considerando os termos do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, assim como da Convenção Americana de Direitos Humanos, é CORRETO afrmar sobre a previsão constitucional da prisão civil do depositário infel que a)é cláusula pétrea e, por tal razão, nenhum tratado internacional tem força sufciente para afastar a sua aplicabilidade sobre os casos concretos. b)foi revogada. c)não foi revogada e, exatamente por isso, continua sendo aplicável pelo poder judiciário brasileiro. d)não foi revogada, porém deixou de ter aplicabilidade diante do efeito paralisante desses tratados. Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 30 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ Confira o gabarito aqui. 8. A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988: DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. O Título I – Dos princípios fundamentais é bastante cobrado em prova. Logo, necessário pelo menos um entendimento do superficial do que traz. O Art. 1º diz que o Brasil é uma República Federativa. Isto quer dizer que o Brasil adota como forma de governo a republicana, em que o Presidente “comanda” o Estado1. Além disso, o Art. 1º diz que o Brasil é um Estado Democrático de Direito e que o poder emana do povo, o que seria o mesmo que dizer que o Brasil é dirigido por um presidente que é um representante do povo, que o elege através do voto, e que este Estado defende a os direitos e garantias fundamentais do ser humano. A democracia pode ser exercida de forma indireta (eleição dos representantes) ou de forma direta (consulta popular através do plebiscito, referendo ou iniciativa popular). 1 Estado aqui tem sentido de país. Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 31 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ O Brasil, é um Estado Federado. Um todo dividido em unidades federativas que são chamadas de Estados ou Distrito Federal. E este todo ele é indivisível, não pode se repartir. O mais importante de lembrar para a prova é que o Brasil traz como FUNDAMENTOS (base de agir): Vamos Exercitar um pouco... Exercício 14- A Constituição brasileira apresenta como seus fundamentos: a) o respeito à liberdade de qualquer cidadão de ser candidato a cargo político. b) a defesa da cidadania, soberania e dignidade da pessoa humana. c) a existência de partidos políticos que possam disputar eleições pelo critério majoritário. d) a construção de uma sociedade que valorize o capital intelectual do ser humano. e) a construção de uma sociedade que seja uniforme no que diz respeito à composição de sua população. Exercício 15- A República Federativa do Brasil é composta pela união indissolúvel dos seguintes entes federados a) União, Estados, Distrito Federal e Municípios. b) União, Estados, Territórios, Distrito Federal e Municípios. c) Estados, Territórios, Distrito Federal e Municípios. d) União, Estados e Distrito Federal. SOberania CIdadania DIgnidade da pessoa humana VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa PLUralismo político SO – CI – DI – VA - PLU Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 32 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ e) União, Estados e Municípios. Exercício 16- No tocante aos princípios fundamentais, é correto afirmar que: a) a forma de governo adotada no Brasil é a de uma federação. b) a forma de Estado adotada no Brasil é a de uma república. c) a soberania, em âmbito internacional, confere superioridade do Estado Brasileiro nas relações com os demais Estados independentes. d) no Brasil vigora apenas a democracia indireta, por meio de instrumentos tais como o plebiscito e o referendo. e) o princípio da dignidade da pessoa humana consagra o Brasil como um estado centrado no ser humano. Confira o gabarito aqui. Retornando ao texto da Constituição... Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o executivo e o Judiciário. Este artigo diz que o Brasil adota a divisão de poderes, que são três: Legislativo, Executivo e Judiciário. O Legislativo é responsável por legislar, criar leis. O Executivo por administrar o Estado (a figura maior desse poder é o Presidente da República). O Judiciário é o poder responsável por fiscalizar e aplicar a lei (o Judiciário julga). Nenhum poder pode interferir no outro, nenhum manda mais que o outro, cada um cuida da sua parte. Praticando para assimilar o conteúdo... Exercício 17- São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si: a) o Presidente, o Senado e os Municípios. b) a União, os Estados e os Municípios. c) o Ministério Público, o Legislativo e o Judiciário. d) o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. e) o Senado, o Ministério Público e o Judiciário Exercício 18- O artigo 2º, da Constituição Federal, ao enunciar que "são Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário", consagra o princípio: a) da federação. b) da soberania dos poderes. Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 33 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ c) do pluralismo político. d) da separação dos poderes. e) da igualdade dos poderes. Confira o gabarito aqui. Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. O art. 3º também é bastante cobrado em prova, principalmente em comparação com o art. 1º. LEMBRE-SE o art. 1º fala dos princípios fundamentais ou fundamentos, enquanto o art. 3º trata dos objetivos fundamentais. Os objetivos fundamentais são os resultados primeiros que o povo brasileiro pretende alcançar. São eles: Veja como ele pode ser cobrado em prova: Exercício 19- NÃO é um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: CONstruir uma sociedade livre, justa e solidária. GArantir o desenvolvimento nacional Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais PROmover o bem de todos, sem preconceitos e sem discriminação Licensed to Ana Cláudia acerbi - anaclaudiaacerbi@hotmail.com - 111.683.796-01 - HP01116371855995 mailto:contato.ampliarconcursos@gmail.com 34 Apostila de Direitos Humanos para concursos públicos – contato.ampliarconcursos@gmail.com instagram.com/AmpliarConcursos/ a) garantir o desenvolvimento nacional. b) construir uma sociedade livre, justa e solidária. c) constituir uma supremacia perante os países da América Latina. d) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. e) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Exercício 20- Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, EXCETO: a) Garantir o desenvolvimento nacional. b) Estabelecer os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. c) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. d) Construir uma sociedade livre, justa e solidária. Confira o gabarito aqui. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz;
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