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141 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO Unidade IV 7 MARKETING DE VAREJO E O COMPOSTO PROMOCIONAL Dando continuidade aos Ps do varejo, vamos começar pelo P de presentation – apresentação. 7.1 Composto de marketing no varejo – apresentação Não basta ter um bom ponto, este deve ter uma apresentação visual eficiente e coerente com a proposta do negócio. Pensamos em decoração, layout de loja, distribuição das mercadorias pelas prateleiras, iluminação, uso ou não de música ambiente, enfim, tudo voltado a criar uma atmosfera agradável e propícia à venda. 7.2 Layout A ambientação do ponto de venda ganha uma nova dimensão, pois ele permite que as lojas se transformem não só em destinos para compras, mas para viver momentos de entretenimento, atrai o consumidor por meio dos estímulos sensoriais, retendo sua atenção, e dirige os seus olhos através das áreas da loja, dos displays, das exposições de produtos e marcas. A nova geração de ponto de venda preocupa-se e já atende essas novas necessidades e demandas do consumidor, por meio de ambientação de produtos e marcas que são percebidas como serviço ao consumidor. Além do ganho de espaço físico gerado em razão da melhor distribuição das mercadorias, observa-se a intenção de obter maior produtividade, envolvendo o consumidor em um ambiente agradável e atrativo como forma de fazê-lo retornar. Dessa forma, vamos estudar a seguir os pontos importantes a serem observados na execução de layouts. Área de transição As pessoas andam depressa e, enquanto andam, a visão periférica diminui, assim, qualquer coisa colocada na entrada da loja será ignorada. Para minimizar esse efeito, sugere-se: iluminação especial demarcando “fora” e “dentro”; colocar uma pessoa saudando ou oferecendo uma cesta ou folheto; fixar um “quebra-molas” (por exemplo: banca de promoções), obrigando as pessoas a diminuírem o ritmo. 142 Unidade IV Taxa de captura Refere-se ao quanto o consumidor vê do que é exposto. A zona confiável vai de um pouco acima dos olhos até a altura dos joelhos. Para o espaço restante, deve-se exibir produtos grandes de fácil visualização (por exemplo: fraldas). Taxa bumerangue Trata-se de quantas vezes o freguês deixa de percorrer totalmente um corredor. Uma maneira de minimizar esse efeito é posicionar produtos mais populares no meio do corredor ou colocar chamarizes em ambas as pontas. Espalhar cestas por toda a loja Muitos clientes entram para comprar um único item e, devido às compras impulsivas, o volume de produtos aumenta, mas acabam não levando porque simplesmente não cabe mais nada em suas mãos. Posicionar as gôndolas ligeiramente inclinadas (não em 90º) As pessoas andam olhando para frente e, nesse formato, a visualização dos produtos é facilitada. O problema é que essa configuração ocupa mais espaço, sendo indicada na exposição de produtos de compra comparada. As mercadorias não devem interromper a linha de visão dos clientes Eles devem conseguir ver não só o que está a sua frente, mas também outras partes da loja. Levar o consumidor ao fundo de loja Para isso, posicionam-se nessa área categorias de destino, que englobam 5% a 7% das categorias no gerenciamento por categorias. Assim, quem procura por esses itens comprará outros na ida e na volta. O varejista é quem elege produtos para transformar em destino e atrair público. Contudo, para utilizar essas estratégias de maneira efetiva, é preciso também conhecer os tipos de layouts que se apresenta na literatura. Existem basicamente quatro tipos de layout de lojas de varejo, que serão apresentados a seguir. Grid (traduz-se como malha) O mais utilizado devido a sua simplicidade. As mercadorias de compra impulsiva devem ser localizadas perto da via principal, os equipamentos ficam dispostos de forma retangular, paralelos e formando um ângulo reto com a fachada e fundo (LAS CASAS, 2013; PARENTE, 2000). Como ponto negativo, o fluxo é direcionado ao longo dos corredores principais, deixando certas partes com menos movimento, por isso 143 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO é indicado localizar as categorias de destino nessas áreas. Lembre-se de que as categorias de destino têm o papel de atrair o público para a loja. Em geral, elas compõem, no máximo, 30% do faturamento total da loja, porque exigem um trabalho com foco em sortimento completo, preço adequado (ou abaixo do mercado) e espaço amplo. Elas são recomendadas para supermercados, hipermercados, farmácias e lojas de descontos. Fluxo livre Trata-se de fixar produtos agrupados mais livremente em diferentes ambientes e expostos em equipamentos baixos, facilitando a visualização e encorajando compras impulsivas (PARENTE, 2000). As compras impulsivas são aquelas em que a decisão de compra é tomada no próprio ponto de venda e que não estavam programadas pelo consumidor. Como desvantagem, encoraja furtos, é confuso para consumidor e dificulta a limpeza. Isso é recomendado para loja de departamentos, loja de presentes ou loja de confecções. Butique Produtos relacionados são agrupados em setores (por exemplo, lojas de móveis, onde se separa por cômodo da casa, como cozinhas, salas, dormitórios), com espaço semisseparado e bem definido, tendo sua própria identidade visual (LAS CASAS, 2013). Tem como desvantagem os custos maiores e é ineficiente no uso dos espaços. É algo recomendado para lojas de móveis e lojas de departamentos sofisticadas. Pista Tem semelhanças com o de fluxo livre e a butique, porém possui um corredor principal no início da loja e faz com que os clientes circulem ao longo dos perímetros dela, incentivando as compras por impulso (PARENTE 2000). Como desvantagem, a pista apresenta altos custos de segurança e custos operacionais mais elevados. É recomendada para lojas de departamentos e lojas especializadas. A vitrine é a peça de comunicação de menor custo se comparado com os recursos financeiros mobilizados para as campanhas de comunicação como catálogos, folders, mídia (televisão, rádio, jornais etc.) ou brindes. O custo da vitrine é muito menor. Para ter uma ideia, ela custa mensalmente menos do que um vendedor, com a diferença responsável por mais de 80% das vendas diretas. A resposta do consumidor é imediata; e uma vitrine atraente é um impulso de compra instantâneo. 7.3 A atmosfera A atmosfera de uma loja é um termo criado inicialmente por Philip Kotler para descrever as qualidades sensoriais especiais dos pontos de vendas, muitas vezes, projetadas para evocar respostas específicas nos consumidores. A atmosfera em uma loja do varejo é composta de uma combinação física e emocional com atributos tangíveis e intangíveis e pode ser considerada como uma característica da imagem da loja, podendo afetar o comportamento do consumidor. 144 Unidade IV Entre os principais fatores que afetam a atmosfera do varejo, temos o ambiente, que envolve os elementos sensoriais (cor, iluminação, temperatura, música ambiente, barulho, qualidade do ar, espaço, equipamentos, móveis, estilo da decoração, disposição de produtos, sinalização e aroma) e os sociais (número de pessoas percorrendo os corredores, ambiente amigável e atenção dos funcionários). Para melhorar o atendimento como um todo, o varejista deve cuidar de seu relacionamento com seus clientes, primando pela melhoria na aparência, na cortesia e na competência, que formam o conjunto de ações que devem ser observadas detalhadamente. A aparência interfere muito na atmosfera do estabelecimento, e esse fator é definido por três tópicos: o primeiro é o estado de conservação e limpeza da loja; o segundo é a apresentação dos produtos; e o terceiro é o asseio pessoal dos funcionários. Em suma, trata-se da apresentação da loja, das mercadorias e dos funcionários. Conservação e limpeza Nunca é demais falar da importância de manter perceptíveis a boa aparência, a ordem e a limpeza de tudo o que contempla o ambiente de sua loja. A limpeza é imprescindível, deve sempre considerar o ponto de vista do cliente. Tais cuidadosrepresentam eficiência, qualidade e aquilo que o consumidor mais busca em um varejo: confiança. Manter a loja limpa significa zelar pelas coisas e pelas pessoas dentro de um ambiente sadio. As primeiras providências quanto à limpeza devem ser limpeza da frente da loja (na fachada, manter paredes externas com pinturas novas, ela é um importante cartão de visitas, além de atrair a atenção de consumidores potenciais e transmitir uma imagem positiva ao cliente); limpeza do balcão, dos computadores, do caixa, das peças em exposição e do chão. É fundamental que sejam providenciados vários cestos de lixo e que eles estejam posicionados em locais de fácil acesso, tanto para facilitar o trabalho dos funcionários quanto para oferecer conforto aos clientes, colocando-os em pontos visíveis e, preferencialmente, devem ser padronizados. Apresentação dos produtos Começa-se pelas vitrines, que é a melhor amostra dos produtos e promoções e atenção aos preços e condições expostas; o preço de cada produto deve estar claro e legível, indicado no produto e/ou próximo a ele, destacando os promocionais. Lembre-se de considerar o volume da embalagem e a participação do produto no total de vendas e atentar para os possíveis agrupamentos e para a vizinhança, a fim de manter a devida exposição. Cortesia dos funcionários Envolve a simpatia e o respeito com os clientes, o interesse às suas solicitações e reconhecê-los pelo nome. Finalmente, destaca-se a competência, que é avaliada por seus clientes, como o conhecimento e a habilidade dos funcionários, as repostas às perguntas feitas pelos clientes e a rapidez no atendimento. O pessoal de atendimento deve ser identificado por crachá, uniformizado ou corretamente vestido, mantendo um bom tempo de atendimento. A equipe deve ser prestativa, atenciosa, agradável e ter senso de humor. 145 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO Nas políticas do varejo, podemos citar ainda a credibilidade, a moeda que move o comércio. Ela é identificada como um conjunto de ações, sendo definida por políticas de atendimento e garantia de qualidade, pelo suporte das garantias e devoluções oferecidas e pela confiança na qualidade dos produtos e nos preços fixados, ou seja, é necessário demonstrar que aquilo que se vende e por quanto se vende está em equilíbrio com o mercado, nem muito acima nem muito abaixo. Assim, a empresa e seus funcionários devem inspirar e transmitir credibilidade. 7.3.1 Climatização Locais muito quentes ou gelados afugentam os consumidores. O ponto de venda deve ser um ambiente com condições ideais de temperatura, pois não há nada mais desaconselhável que um ambiente frio ou quente demais. Há dois fatores a serem considerados na climatização, e um deles é de armazenagem de produtos que necessitam refrigeração, como carnes e derivados congelados. Se as lojas não possuem nenhum sistema para climatização, as temperaturas de armazenagem são controladas somente por geladeiras, freezers ou câmaras frias. A variedade de alimentos congelados tem aumentado cada vez mais, e esses alimentos geralmente apresentam temperaturas diferentes de armazenagem, e também devem ser considerados os frios e a carne fresca. Seria necessária uma gama enorme de equipamentos de armazenagem, o que inviabilizaria o processo. O segundo ponto importante de perdas referentes a esse setor é o manuseamento dos clientes. Muitos produtos hoje estão diretamente em contato com o cliente, que muitas vezes o manuseia sem o cuidado necessário. E, por tratar-se de produtos alimentícios, quase nunca é possível o reaproveitamento. Outro quesito a ser ponderado é o ambiente da loja. A adoção de ar-condicionado (quente e frio) ou um bom sistema de ventilação é algo necessário para o conforto dos clientes enquanto permanecem na loja. Lembre-se de que eles devem estar nem muito frios e nem muito quentes. Nesse contexto, destaca-se o horário de atendimento. Ao meio-dia, possivelmente o calor chegará ao pico, e deve-se prestar atenção na temperatura do ambiente. 7.3.2 Aromas Ambientes com cheiro agradável sempre deixam uma boa lembrança nos clientes, e algumas empresas passaram a utilizar aromas característicos para fortalecer a personalidade do ambiente e favorecer a sensação de bem-estar dos clientes. Então, compreende-se que a análise do ponto de venda é feita a partir da experiência que o cliente tem com o local, já que a experiência vivida no ambiente de loja tem influência significativa na decisão de compra dos consumidores. Já cheiros desagradáveis podem afugentar os clientes, dando a impressão de falta de higiene. 146 Unidade IV Figura 36 – A odorização pode ser uma ferramenta interessante na composição das lojas Disponível em: https://bit.ly/3eGXVq5. Acesso em: 21 jul. 2021. 7.3.3 Sons Lojas muito silenciosas intimidam os clientes. Uma solução é adotar uma música ambiental para a criação de uma atmosfera de bem-estar, mas é necessário ter cuidado com relação à altura da música e ao gênero musical escolhido. A música precisa ser audível e ao mesmo tempo suave. O tipo de música depende muito do público frequentador. Não deixe a escolha do gênero musical para os funcionários, pois eles tendem a selecionar músicas de gosto pessoal, inclusive de qualidade duvidosa. Também não sintonize rádio, que pode estar fazendo propaganda da concorrência. Recomenda-se, por exemplo, o lounge music (gênero musical que pretende provocar nos ouvintes a sensação de estar em determinado lugar, por exemplo, uma selva, uma ilha paradisíaca, no espaço) e jazz. Músicas leves e românticas predispõem os clientes, que tendem a consumir mais. Lembre-se de que os produtos são tangíveis, os serviços são intangíveis e as experiências inesquecíveis. Torne o ambiente de sua loja uma experiência inesquecível para seus clientes. 7.3.4 Iluminação A escolha da iluminação de uma loja deve ser feita de acordo com a sua identidade, além de ter como objetivo criar uma atmosfera que agrade o cliente. Uma iluminação bem planejada é um fator de diferenciação da concorrência, já que a loja ganha destaque. Iluminar um local não significa apenas colocar certa quantidade de lâmpadas, mas criar condições para que, com a luz, as atividades sejam desenvolvidas do modo mais eficiente e confortável. Com relação aos fatores ambientais, a iluminação é um dos estímulos mais influentes no comportamento de consumo, pois torna possível a criação de atmosferas cada vez mais apelativas, induzindo os clientes a consumir. Para destacar a vitrine, a fachada, os produtos, os expositores, a decoração, enfim, todos os detalhes que tornam uma loja atraente aos olhos do público não são possíveis sem a elaboração de um bom 147 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO projeto de iluminação. A vitrine deve demonstrar os produtos, expondo-os para que as pessoas os vejam facilmente. Independentemente da localização da loja e do produto comercializado, qualquer estabelecimento necessita de efeitos de luz capazes de chamar a atenção do consumidor, o que trará como consequência um incremento nas vendas. Alguns aspectos são fundamentais, e um deles é o conforto visual, tanto para quem está do lado de fora da loja quanto para os funcionários e para os clientes atendidos lá dentro. A intensidade da iluminação deve ser projetada para não haver luz demais nem de menos. Lembre-se de que o excesso de luz poderá provocar um ofuscamento na vista das pessoas, prejudicando a visualização dos produtos. Lojas escuras desestimulam os clientes a entrar e passam uma percepção de desleixo. Então, o ideal é buscar o equilíbrio, criando uma iluminação que permita evidenciar o produto sem, no entanto, incomodar as pessoas. A boa iluminação transmite uma sensação de limpeza, atrai clientes e contribui para que eles permaneçam por mais tempo dentro da loja. Normalmente, na quantidade de lâmpadas ou luminárias e na distribuição ideal pelos ambientes, utilizamos softwares de cálculos luminotécnicos, parametrizados segundo as normas que se aplicam,como o conhecido DIALux, um software de uso livre e muito usado no mundo todo. Saiba mais Para fazer os cálculos luminotécnicos, você pode baixar gratuitamente o software DIAlux: DIAL. Download DIALux and product catalogues. Lüdenscheid, 2017. Disponível em: https://bit.ly/3zo365U. Acesso em: 21 jul. 2021. 7.3.5 Cores As cores afetam a percepção do ambiente e devem ser utilizadas para comunicar a identidade da loja, e não o seu gosto pessoal. A identidade visual de uma empresa é a combinação de elementos gráficos que proporcionem um exclusivo reconhecimento no mercado pelo qual os produtos e serviços são divulgados, por isso a importância da identidade visual é fundamental para uma corporação. Uma empresa estabelece uma “identidade” em vários aspectos operacionais, que inclui a forma como ela se apresenta, como atua no mercado, como trata seus funcionários e como as pessoas tornam-se capazes de identificá-la e diferenciá-la de seus concorrentes. 148 Unidade IV Uma empresa quer que o público, ao ouvir o seu nome ou ver um elemento visual como sua marca ou logotipo, tenha um reconhecimento imediato associado. Estabelecer uma identidade visual corporativa é uma maneira de a empresa controlar essa parte importante de sua relação com o público. As cores têm forte influência sobre as pessoas, podem animar, relaxar e provocar emoções boas ou más. Observação Logotipo é um símbolo que serve à identificação de uma empresa, instituição, produto, marca etc. e que consiste na estilização de uma letra ou na combinação de grupo de letras com design característico. Certamente, você já deve ter notado que a maioria das lanchonetes abusa do vermelho e do amarelo, porque, quando se fica exposto a uma luz vermelha num ambiente onde essa cor predomina, o ritmo cardíaco aumenta, a respiração se acelera e as secreções glandulares intensificam-se, daí a tendência a sentir fome. As clínicas médicas preferem o branco e os tons de verde para induzir à calma. Esses exemplos já são suficientes para demonstrar que as cores despertam sensações, influenciam comportamentos e estado de espírito. Então não há como negar que o ser humano é atraído pela infinidade de tons e de cores. Nós reagimos de maneira mais emotiva do que racional diante das cores. As cores são utilizadas para estimular, acalmar, afirmar, negar, decidir, curar. Por isso a propaganda se utiliza das cores para despertar sensações, atrair e influenciar o consumo, assim como a sinalização de trânsito ou de segurança, para alertar o que é ou onde está o perigo. Conforme Marini (2009), as cores influenciam na personalidade de acordo com a preferência. A primeira cor de preferência de uma pessoa refere-se aos aspectos da personalidade real dela, ou seja, como ela se mostra para os outros. A segunda cor de preferência refere-se aos objetivos da vida, ou seja, o que se almeja da vida. A cor que a pessoa não gosta refere-se às frustrações da vida. Mas é importante destacar que as cores preferidas mudam de acordo com o momento emocional da pessoa. Por essa razão, nós temos reações e sensações diferentes para cada cor. A cor é assimilada pelo ser humano por meio do sentido da visão. A percepção das cores depende de vários fatores: o modo de vida, a cultura, o ambiente, a faixa etária, o sexo etc. Na China, por exemplo, a cor do luto é azul. Outras culturas associam branco à morte, em outras, como no Brasil, o preto é o sinal de luto. Portanto, dependendo desses fatores, as cores podem ter interpretações e significados diferentes. Vamos observar a seguir algumas associações de cores a significados, mas não devemos ficar presos a elas; bom senso, harmonia e adequação são fatores primordiais na escolha das cores. 149 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO Normalmente, as cores transmitem certos sentimentos e significados. É verdade que diferentes culturas apresentam variações nessas interpretações, mas isso não nos impede de destacar algumas dicas e cuidados ao escolher cores para o estabelecimento ou logomarcas: • Azul: pode expressar confiança, reserva, harmonia, afeto, amizade, fidelidade, amor, honestidade, lealdade, responsabilidade e conservadorismo. Sugere uma sensação de tranquilidade. É uma boa cor para um psicólogo ou consultor financeiro. Quando escuro, é ideal para promover um negócio seguro, ambicioso e determinado. • Vermelho: apropriado para empresas de fast-food ou negócios que envolvam velocidade e ação. Transmite também raiva, agressão e vingança. Para usar vermelho, deve ser uma empresa muito confiante. É a cor mais excitante de todas, pode significar paixão, emoção, ação, agressividade, perigo. Vermelho-escuro é apropriado para empresas de profissionais como advogados ou corretores. • Verde: pode expressar natureza, juventude, desejo, descanso, equilíbrio, segurança, riqueza e crescimento. É associado a natureza, meio ambiente, compaixão e carinho. Sugere equilíbrio emocional e harmonia, uma boa opção para empresas de tipo ambiental, jardinagem, golfe, assistentes sociais, conselheiros e trabalhadores da caridade e clínicas médicas. • Laranja: escolhida como sinal de precaução. Pode significar regozijo, festa, prazer, aurora e otimismo. É estimulante para os sentidos e uma boa cor para empresas relacionadas com a alimentação, comunicação e interação social, como restaurantes e grupos comunitários. É aconselhável para empresas de aventura, ginásios ou negócios de alpinismo. • Amarelo: estimulante para a mente. Relaciona-se com a lógica, é a cor da luz e pode significar egoísmo, ciúmes, inveja, ódio, adolescência, riso, prazer, ajuda na tomada de decisão. O amarelo é apropriado para jornalistas, professores, animadores e palhaços. Muito amarelo pode produzir ansiedade. • Turquesa: versátil e criativa. Representa a clareza de pensamento e de comunicação, ideal para professores, formadores e oradores, meios de comunicação, indústrias de informática e clínicas de saúde. É uma ótima cor para empresas de produtos aquáticos ou negócios de limpeza. • Roxo ou violeta: despertam imaginação e espiritualidade. Relacionam-se com o futuro, sonhos e fantasia, indica a ausência de tensão. Pode significar calma, autocontrole, dignidade, aristocracia e também violência, engano, agressão premeditada. São boas opções para artistas, poetas e atividades que lidam com o futuro. Criam uma sensação de riqueza, luxo e extravagância. Apropriadas para empresas que oferecem serviços ou produtos de altíssima qualidade. • Rosa: carinho, ingenuidade, bondade, ternura, ausência de toda forma de mal. Uma cor calmante, adequada para empresas do mercado feminino, incluindo cosméticos, moda, salões de beleza e doces. Rosas fortes são utilizadas para o marketing de produtos menos caros e modernos e para o mercado adolescente. 150 Unidade IV • Dourado: caro e elegante. Ouro simboliza qualidade, luxo e opulência. É a cor da vitória e conquista. • Cinza: expressa algo conservador, neutro e reservado. É uma cor segura para usar em muitas aplicações de negócios. Funciona bem como cor de fundo. É a cor que iguala todas as coisas e que permite a cada cor suas próprias características sem interferir nelas; pode expressar desconsolo, passado, velhice, desânimo, indeterminação. É adequada para empresas jurídicas e financeiras para sugerir poder e controle. • Branco: expressa a ideia de inocência, paz, infância, divindade, estabilidade absoluto, calma, harmonia, segurança, conservadorismo. É utilizado pela maioria das empresas como base do seu estacionário. É adequado para a maioria dos mercados-alvo. Se a ideia é se destacar da multidão, branco não é a melhor escolha. • Preto: é a ausência de cor e pode determinar tudo o que está escondido, velado e pode expressar separação, tristeza, morte e noite. Poderoso e sério. Sugere sofisticação e elegância por um lado, e mistério e intimidação por outro. Também possui sensações positivas como seriedade, nobreza e pesar. Figura 37 – A escolha e o equilíbriono uso das cores devem acompanhar o estilo do ponto comercial Disponível em: https://bit.ly/3kHm1oo. Acesso em: 21 jul. 2021. Associe as cores de acordo com o grau de atenção que você deseja despertar. Por exemplo: se deseja passar seriedade e confiança nos anúncios, use cores sóbrias. Harmonize as cores do anúncio com as cores do produto. Não misture muitas cores, não faça um carnaval colorido, a menos que saiba trabalhar bem a harmonia. Em grandes formatos ou mídias exteriores (outdoors), as cores devem chamar bem a atenção. Utilize contrastes. Na dúvida, deixe o fundo branco e o titulo preto. Não falha nunca, mas corre-se o risco de o anúncio não se diferenciar entre a concorrência. Observe que toda a atenção para os itens que compõem o ponto comercial e a apresentação têm potencial para oferecer as mais variadas experiências aos clientes. Tais aspectos promovem boas possibilidades para que o cliente tenha sempre o melhor acompanhamento e ainda a melhor imagem da marca, do produto, da loja, do site de internet ou do e-commerce. 151 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO 7.4 O composto de marketing no varejo – promoção Para uma empresa ser conhecida no mercado, a comunicação (promotion) deve ser benfeita e inclui propaganda, promoções de vendas uma gama de ações que atraia o cliente à loja. A ideia é que, quando o cliente entrar na loja, tais ações facilitem e estimulem a venda. Para muitos varejos segmentados, voltados para públicos específicos, o marketing direto pode também ser utilizado. Mas não basta vender: os varejos que prezam pela excelência procuram manter a sua clientela para sempre, realizando, para isso, um trabalho de pós-venda e de assistência ao cliente na solução de eventuais problemas. O quarto P (promoção) “cobre todas aquelas ferramentas de comunicação que fazem chegar uma mensagem ao público-alvo” (KOTLER; KELLER, 2018, p. 136). A promoção de um produto ou serviço engloba todas as estratégias que as empresas utilizam para que seus produtos sejam os escolhidos pelo consumidor entre todas as opções existentes. A propaganda, a promoção de vendas, o marketing e a exposição dos produtos no ponto de venda e a força de vendas são os principais aspectos de comercialização dos produtos no varejo, envolvem o chamado composto promocional. A comunicação com os consumidores deve ser apropriada e é uma das chaves do sucesso no negócio de varejo. Para comunicar-se com muitos consumidores, a empresa varejista deve desenvolver ações nas áreas de promoções de vendas, promoções de eventos, vendas pessoais, merchandising, comunicação no ponto de venda (PDV) e internet. 7.5 Propaganda A propaganda, como o próprio nome já indica, tem o papel de propagar, divulgar e criar condições para que o mercado conheça o produto ou serviço da empresa. É um dos mais importantes meios de comunicação do composto promocional por definição, pois trata de uma comunicação indireta, por intermédio de mídias diversas, com o pagante identificado. Para que se desenvolva toda a estratégia de comunicação da empresa e sejam elaboradas campanhas, o varejista deve definir claramente com a agência: o público-alvo; o posicionamento de mercado; a imagem que ele deseja construir ou fortalecer; e os diferenciais estratégicos que pretende oferecer para se destacar da concorrência e também aqueles reservados para superar as expectativas dos clientes (que não serão mostrados na propaganda). A propaganda não conta com a vantagem do feedback imediato, como acontece com a venda pessoal, por exemplo. Nesse caso, a medição do retorno ocorre de várias formas, como análise de vendas, pesquisa de recall etc. Mesmo assim, é uma ferramenta promocional com muita influência. Vários são os objetivos principais de propaganda para atividade varejista. Observe os itens a seguir: • Geração de fluxos de clientes: muitas campanhas objetivam ampliar a demanda dos consumidores para visitas à loja. Evidentemente, para esses casos, o estoque deve ser previsto a fim de atender à demanda esperada. 152 Unidade IV • Venda de produtos: o enfoque publicitário é direcionando à venda direta de produtos; nesse caso, é possível fazer promoções, como a venda de produtos selecionados, promoções especiais etc. • Imagem da loja: a propaganda institucional visa à divulgação de uma imagem positiva, institucional, de modo a divulgar a empresa de forma indireta, tornando sua imagem simpática para a comunidade. • Retenção de imagem: também pode ser usada como uma lembrança constante dos negócios. Uma vez estabelecidos os objetivos, deve-se escolher um método para determinar a verba a ser destinada à propaganda. A propaganda promocional visa à venda direta. O foco são os produtos comercializados pela empresa, e um determinado retorno é esperado. O foco pode ser nos preços, em novos produtos etc. Já a propaganda institucional não busca a venda direta, mas a promoção de imagem da empresa. O objetivo é realizar vendas futuras, fazendo o cliente lembrar-se da empresa quando necessitar dos produtos do tipo comercializados pelo anunciante. Por sua vez, a propaganda cooperativa ocorre quando os varejistas dividem as despesas de propaganda entre eles ou quando algum atacadista patrocina uma parte e divide a outra entre os demais anunciantes. Os folhetos de supermercado, cujos produtos lá vendidos são colocados como ofertas, são exemplos de propaganda cooperativa. Muitos varejistas baseiam-se em propagandas promocionais. Por consequência, os clientes passam a esperar as promoções em diferentes épocas do ano. Muitos consumidores aguardam promoções de preço, liquidações de inverno, saldos etc. A propaganda eficaz para o varejo é aquela ligada à conquista de novos públicos, ao aumento do fluxo de consumidores ou do valor da compra, ao fortalecimento da imagem ou, ainda, a um determinado evento, por exemplo, uma liquidação ou alguma data do calendário promocional. 7.6 Vendas pessoais A venda pessoal é entendida como o processo pelo qual o vendedor identifica, realiza a comercialização e satisfaz as necessidades e desejos do comprador, gerando benefícios recíprocos e contínuos, tanto para o vendedor como para o cliente. As vendas se dividem em venda ativa e passiva. Na primeira, o profissional realiza diretamente suas vendas, também conhecida como venda pessoal, ao contrário das vendas passivas, em que o trabalho de prospectar o cliente é feito por meio de ações de marketing, o que atrai o consumidor para o estabelecimento e o leva a fechar sua compra. Vendedor é uma das profissões mais antigas das quais se tem conhecimento. Porém, o perfil do vendedor atual em nada se confunde com os antigos vendedores, conhecidos como mascates ou caixeiros-viajantes. 153 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO Hoje, para ter sucesso, os profissionais de venda direta precisam ser muito educados, preparados para tirar as dúvidas dos clientes e, ainda, conseguir manter um relacionamento que vá além do momento da compra. A construção de uma relação mais estendida garantirá o retorno desse cliente; é um investimento de longo prazo. Aumentar as habilidades do vendedor, sejam elas técnicas, sejam elas intelectuais, são boas maneiras de aumentar o número de vendas. Além disso, é importante elevar o número de visitas aos clientes, melhorar a prospecção de novos clientes, a apresentação, desenvolver melhor a fala, aprender a ouvir, ou seja, aprender a ser o consultor de vendas no mundo de hoje. Considera-se a venda pessoal uma ferramenta promocional de grande relevância. Isso porque é compreendida como uma forma de comunicação direta, focalizada diretamente para uma clientela qualificada, e o vendedor é a fonte responsável pela transmissão e pela recepção das mensagens. Por ser uma relação direta com o cliente, essa ferramenta de comunicação apresenta diversas vantagens, como ter condições de realizar a apresentação de vendas. Conforme for a observação do que é importante no momento de contato com o comprador, o vendedor visualizadiretamente o resultado do seu trabalho. Assim, terá condições de realizar correções em tempo hábil e, na venda pessoal, caso ocorram quaisquer objeções por parte do comprador, elas poderão ser sanadas instantaneamente pelo vendedor, o que auxilia e aumenta o desejo dos consumidores em adquirir o produto. Entretanto, também possui desvantagens, pois a venda pessoal apresenta-se como uma estratégia muito dispendiosa frente às demais. Isso ocorre em virtude da extrema necessidade de investir altos valores em treinamento, controle ou gastos com transportes. Já em relação à imagem no mercado, o que torna a estratégia cara é a dificuldade de o fabricante exercer o controle referente à projeção da imagem de sua empresa no mercado, visto que o resultado do trabalho dos vendedores pode ser positivo ou negativo, conforme a personalidade de cada um. 7.7 Relações públicas Atualmente, com a evidência e a importância das marcas, cada vez mais a comunicação passa pela criação de relacionamentos com todos os stakeholders. Falamos então na perspectiva institucional apresentada com o viés imaterial, simbólico e de articulação de discursos e práticas. A empresa precisa dialogar com a sociedade. Para tal, a atenção deve se voltar para a força articuladora das redes de relacionamento com foco na criação de uma reputação, uma imagem positiva e credibilidade na construção da marca. Dessa forma, trata-se de uma função estratégica, e a constituição de canais de diálogo com os diferentes stakeholders deve ser a busca da empresa, pois isso a levará ao diferencial competitivo. 154 Unidade IV 7.7.1 Prosumer O consumidor busca personalização – produtos segmentados e diferenciados – e consome não apenas produtos, mas participa do processo produtivo e entende a informação como produto, sendo o prosumer, termo para designar o consumidor e/ou produtor de mídia e conteúdo. Como o consumidor se orienta pela marca, as oportunidades de comunicação buscam multiplicar as oportunidades de experiência do público com a marca. Dessa forma, os objetivos gerais de comunicação podem ser (MURAD, s.d.): • gerar reposição; • upgrade; • gerar experimentação; • aumentar o recall; • inseri-la no repertório de marcas do consumidor; • reapresentar a marca ao mercado; • tornar a marca mais conhecida para outros públicos; • gerar simpatia e memória positiva; • acrescentar novos valores. 7.7.2 Ações institucionais – eventos A promoção institucional é uma das ferramentas de comunicação mais seguras para que a empresa associada a um determinado evento tenha reforçada a imagem desejada. A promoção institucional pode fazer com que uma marca passe da primeira fase – do desconhecimento para o conhecimento. O planejamento promocional é um importante instrumento de apoio à divulgação e à criação e sustentação da imagem da loja, da marca e do produto. Divide-se em promoção de imagem e promoção social. A promoção de imagem é aquela realizada por meio do patrocínio a eventos culturais ou esportivos, tendo por objetivo associar a imagem da loja a um momento singular de descontração ou desligamento das atividades rotineiras e dos problemas, o que facilita a fixação da marca patrocinadora na mente do consumidor. 155 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO A promoção social está ligada a ações sociais. Essas promoções podem ser: • Promoções dirigidas à comunidade: envolve o espaço de loja para reuniões e convenções ou mesmo para outro evento, e isso é feito pelos varejistas. É um serviço à comunidade local que contribui para a formação de uma imagem favorável e pode consistir no patrocínio de atividades específicas. • Datas especiais: são um leque de oportunidades para essa alternativa promocional. Podem ser eventos conforme o mês em andamento: festas especiais, como aniversários, inaugurações etc. Pode-se promover semanas dedicadas a algum país, como a semana italiana, quando então os produtos desta origem são promovidos. • Shows e desfiles: apresentações de novas linhas ou produtos. É possível combinar beleza estética com som, atores, manequins etc. • Programas educacionais: programas especiais visando ao desenvolvimento cultural, como cursos de vinhos e culinária. • Diversos: concursos realizados para divulgação institucional bem como o patrocínio de clubes de futebol, eventos culturais e doações. Conforme mencionado, no âmbito de promoção de vendas, não há limites para a diversificação. Também é possível classificá-las em promoções planejadas, promoções de oportunidade, sazonais e de produtos obsoletos. Evidentemente, o varejista deve estabelecer uma posição na mente de seus clientes-alvo, e essa posição deve ser singular e passar uma mensagem simples e consistente, destacando uma empresa de suas concorrentes. Esse posicionamento pode ser feito por segmentos: Quadro 9 – Posicionamento por segmentos Segmento Características Produtos Serviços Clientes Superior Exclusivo; tem prestígio; é mercado classe A Marcas caras de alta qualidade Alto poder aquisitivo; são seletivos e personalizados Menor número, mas arcam com preços altos Intermediário Dá muito valor ao dinheiro Possui marcas preferidas, de etiqueta e de boa qualidade Bem diversificados Numerosos, mas empresas brigam por eles Inferior Produtos baratos; quer descontos; popular Não há marca preferida Limitados ao essencial Numerosos, mas limitados ao poder aquisitivo Atenção: o quadro anterior não é segmentação do mercado, mas de posicionamento da empresa no mercado. O desenvolvimento de uma campanha de comunicação de marketing se assenta em dois grandes tipos de estratégias base: estratégia push e pull. 156 Unidade IV Campanhas promocionais Cliente Varejo Manufatura Pu sh Pu ll VarejoPromoção na lojaCliente Figura 38 O sistema push – empurrar Consiste em investir na força de vendas para promover o produto diretamente no distribuidor; o produtor empurra o seu produto para o consumidor por meio do revendedor; a venda direta é o formato menos complexo dessa estratégia. Exemplo: o produtor de massa de tomate (ou qualquer outro produto) entrega um grande volume de mercadorias ao varejista para que este promova o produto aos clientes. O sistema pull – puxar Consiste em dirigir-se diretamente ao consumidor por meio de campanhas de comunicação, incitando os distribuidores a pedir o produto para satisfazer os seus clientes; o produtor procura puxar o consumidor para o seu produto. Exemplo: a Colgate faz a propaganda de creme dental na televisão dizendo que é a número 1 na recomendação dos dentistas. Essa propaganda faz com que o consumidor busque o produto no varejo. Se não encontrar o produto que ele quer, ele vai adquiri-lo em outro local. Assim, se a procura for intensa, o varejista se vê pressionado a comprar o creme dental da Colgate. Atualmente, as estratégias são combinadas e é muito difícil um fabricante adotar apenas um tipo delas, criando sempre ações para estimular o varejista e o consumidor final. 7.8 Trade marketing Segundo definição de Motta, Santos e Serralvo (2008, p. 48): Trade marketing opera no sentido de adequar a estratégia, a estrutura e a operação da companhia à dinâmica dos canais de distribuição, com o objetivo de atender melhor e mais rentavelmente seus clientes e, por seu intermédio, os consumidores. As mudanças dos últimos trinta anos, com a globalização e a entrada da internet, tornaram as relações entre produtores, varejistas e consumidores finais ainda mais competitivas, críticas e complexas. 157 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO A revolução tecnológica, o surgimento da internet, os impactos da globalização e o aumento da capacidade de troca de informações são alguns indicativos para o nascimento de um comportamento de consumo muito mais crítico, articulado, engajado e, principalmente, com voz ativa nas redes sociais. Se o consumidor muda, já que a ele sempre coube a possibilidade de escolher ou não determinadas marcas no momento exato da compra, as empresas tambémmudam na estruturação da cadeia de fornecedores e distribuição seus produtos. O termo trade marketing faz referência a um conceito relativamente novo, nascido de prática empresarial recente para se referir à integração das funções de seu departamento de vendas e marketing voltados para estreitar as relações comerciais com seus distribuidores. Conforme Santos (1990, p. 134): O trade marketing situa-se na área de marketing de business to business e, como tal, deve ter como parâmetros três enfoques básicos: • Maximização do valor oferecido aos varejistas – o objetivo de compra dos varejistas é revender o produto com lucratividade. • Assegurar a rentabilidade nos principais clientes individualmente – oferecer maior valor tem forte influência nos custos, e estes variam de acordo com o cliente. • Administrar o grau de concentração de vendas – a característica de concentração de vendas em poucos clientes no mercado de business to business é bastante comum, o que gera dependência e risco nos negócios. Saiba mais Consulte a obra a seguir: ASSOCIAÇÃO DE MARKETING PROFISSIONAL (AMPRO). Guia das melhores práticas em trade marketing. São Paulo: Ampro, 2014. Disponível em: https://bit.ly/2W8a94z. Acesso em: 21 jul. 2021. A área de marketing identifica o consumidor e compreende seu comportamento e tendências de consumo. Também é essa área que define as campanhas publicitárias. Trata-se de “brifar” as agências (em inglês, brief significa sumário, e é uma palavra muito conhecida na área da publicidade) e elaborar os comerciais e anúncios voltados para o consumidor, ampliando a visibilidade de cada produto. 158 Unidade IV A área de vendas é responsável pelo atendimento comercial dos clientes em todos os canais disponibilizados pela empresa. Cabe à área de vendas fazer a gestão dos clientes, assim como desenvolver um planejamento para crescimento a curto, médio e longo prazo. Entre as suas mais diversas atividades, podemos citar o suprimento de mercadorias para exposição no estabelecimento e as negociações de tabloides e/ou pontos de exposição diferenciados. O trade marketing está no meio dessas duas áreas, é por ele que se fala com o consumidor por meio do varejo e cada gerente de categoria de trade se relaciona diretamente com o gerente de categoria do marketing, garantindo que as estratégias fiquem alinhadas, seja na publicidade, seja para o varejista, seja para o consumidor final. As ações fortalecem a relação fabricante-varejista, com o objetivo de criar uma experiência de compra positiva para o consumidor e aumentar as vendas. Ao promover ações de relacionamento com o consumidor, o trade marketing atua incentivando o giro dos produtos. Assim, temos como objetivos do trade marketing: • criar um relacionamento estratégico entre o fornecedor e os estabelecimentos comerciais; • criar uma ligação entre as áreas de marketing e vendas; • planejar canais de venda e clientes-chave; • melhorar o posicionamento das marcas e dos produtos no varejo; • garantir a atuação da marca com os consumidores finais. 7.9 Merchandising Envolve as ações no ponto de venda, o lugar que o consumidor decidirá qual produto realmente irá comprar, mesmo que tenha chegado ao local com uma lista pronta na cabeça. São as ações realizadas no ponto de venda (PDV) que estimularão o impulso final pela compra, induzindo o consumidor a preferir a marca que estiver mais bem exposta. Há uma discussão do que é merchandising – mesmo porque não existe uma tradução ao pé da letra – e, dessa maneira, ele é visto de formas diferentes pelos veículos de comunicação e pelos fabricantes. Palavra de língua inglesa, merchandising é um conceito da área do marketing que indica uma técnica de planejamento e promoção de um produto no local e tempo adequados. Talvez a melhor definição de merchandising seja compará-lo com a propaganda: enquanto esta leva o consumidor até o produto, aquela leva o produto até o consumidor. Segundo Blessa (2010, p. 154): “[...] o merchandising bem feito numa loja traz as seguintes vantagens: aumenta a média geral de vendas e o índice de compra por impulso; desenvolve a fidelidade dos consumidores à loja; atrai novos clientes para a loja; e aumenta os lucros”. 159 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO Assim, o sucesso no varejo passa a depender diariamente do poder de criação no ponto de venda a fim de chamar a atenção dos consumidores e ter êxito nas vendas, mas, de um lado, temos consumidores cada vez mais exigentes e, de outro, a concorrência acirrada, criando e reinventando formas de diferenciação na busca pelo sucesso. Para falar sobre merchandising, primeiramente, é preciso considerar alguns aspectos importantes, como o autosserviço, a compra por impulso e a utilização dos bens de consumo, o que ressalta ainda mais o papel do merchandising. Com o crescimento do autosserviço, assistimos também uma evolução do conceito de merchandising no PDV, que não é diferente quando consideramos produtos de compra por impulso, mas acabam nos seduzindo pela sua colocação estratégica no PDV. Por outro lado, os fabricantes consideram merchandising toda e qualquer atividade realizada no PDV, desde o espaço e posicionamento na gôndola, uma ação de abordagem e/ou degustação, propaganda e assim por diante. Assim, o ambiente do ponto de venda ganha certa atenção por ser neste lugar que as marcas têm um contato direto com o consumidor e onde começam a criar sua identidade. Ao começar a fase de merchandising, temos os centros de soluções, os famosos “espaços dedicados” para um tema central, como exemplo o “Espaço Mundo do Bebê ou Mamãe e Bebê”. Se pensarmos em livrarias, temos o “Espaço Geek” (geek é uma expressão idiomática da língua inglesa, que define pessoas peculiares ou excêntricas obcecadas com tecnologia, eletrônica e jogos eletrônicos). Existe também o “Espaço Kids” (crianças), o “Espaço Disney”, o “Espaço Lego”, em supermercados, poderíamos ter o “Espaço Churrasco ou Eventos Sociais ou Reunindo os Amigos”. Enfim o principal objetivo da solução é conseguir em um espaço agrupar produtos que respondem a uma mesma ocasião de consumo, uma necessidade, um universo. A criação dessas soluções de “espaços dedicados”, além de permitir ao varejista se diferenciar, torna o ato de comprar mais prazeroso ao cliente e permitirá uma melhor performance em vendas, margem, resultados do negócio. Além dos centros de soluções, é nessa fase que o varejista desenha os detalhes do layout da loja, define a disposição das categorias pela loja, elabora o plano de cada categoria e define as diretrizes de abastecimento das categorias para assegurar que os produtos estejam disponíveis em seus PDVs, atendendo ao nível de serviço desejado. O produto deve seduzir seu público, seja pela qualidade, design, características, marca, embalagem e tamanho, e deve estar disponível nos locais que o seu público-alvo normalmente frequenta, ou pretende encontrá-lo. O preço deve ser adequado ao custo do produto e ao mercado. Conforme Kotler (2018, p. 543) “[...] promoção é a relação dos instrumentos que estão à disposição do emitente, cujo papel principal é o da comunicação persuasiva”. 160 Unidade IV Segundo Blessa, (2010, p. 25), “[...] pesquisas mostram que 85% das compras em lojas são realizadas por impulso, isto é, são feitas num súbito desejo, sem prévio planejamento. O consumidor resolve comprar a mercadoria apenas porque a viu exposta”. E é o merchandising que vai chamar atenção desse consumidor. Observação Os veículos de comunicação defendem que merchandising é toda veiculação fora do espaço reservado para a mídia tradicional, que na televisão convencionou-se chamar de break (traduzido como pausa). Portanto, aquela marca de celular que aparece nas cenas da novela, incorporada à trama, é vendida como merchandising. Product placement A mídia nos faz acreditar que o merchandising é a inserção de produtos em novelas, mas, na verdade, essa ferramenta se chama product placement,termo que pode ser definido como a inserção de marcas nas produções de entretenimento, seja por meios audiovisuais, seja por meio de citações, sendo normalmente atrelado a trocas financeiras. No início de sua utilização em filmes e programas televisivos, o product placement era muito empregado para custear as produções. Essas marcas aparecem para reforçar a sua notoriedade ou lançar um novo produto. 7.9.1 Funções do merchandising Murad (s.d.) ensina as principais funções do merchandising: • auxilia o giro do produto para o consumo; • cria o clima ou o ambiente adequado ao consumo utilizando os recursos de exibitécnica; • transforma o canal de vendas em um veículo da promoção; • funciona como estratégia de comunicação realizada no PDV; • dirige-se ao público-final – consumidor ou comprador empresarial; • busca motivar as compras por impulso. O merchandising é considerado a mídia mais rápida e eficaz, pois é a única em que a mensagem conta com os três elementos-chave para concretização de uma venda: o consumidor, o produto e o dinheiro. 161 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO O efeito é maior nos produtos de massa (compra por conveniência) e deve ser explorado em todos os períodos de venda do produto (ciclo de vida), inclusive nas épocas de alta venda (sazonais), para destacar-se mais dos concorrentes. Diferenças de comportamento entre consumidores homens e mulheres sempre intrigaram os pesquisadores de marketing. As reações díspares de cada sexo diante dos comerciais de TV, assim como suas atitudes no PDV, são conhecidas. Estudos recentes revelam que os homens são impacientes e, portanto, mais impulsivos nas lojas do que as mulheres, independentemente da classe social a que pertençam. As mulheres são mais detalhistas e gostam de experimentar e comparar produtos antes de se decidir (MAUTONE, 2005). Assim, as ações de merchandising no ponto de venda sensibilizam muito mais as mulheres do que os homens, pois, para elas, as compras envolvem aspectos psicológicos e emocionais ausentes na maioria dos homens. Os homens andam sempre mais rápido que as mulheres pelos corredores das lojas, despendem menos tempo olhando os produtos e dificilmente se fixam em algo que não têm intenção de comprar. As mulheres são geralmente mais pacientes e indagadoras, sentindo-se completamente à vontade em um ambiente de vendas. Elas gostam de estudar os produtos antes de comprar, sobretudo se for um produto novo no mercado. Assim, as promoções feitas nos pontos de venda devem facilitar ao máximo a ação das mulheres, que se sentem muito mais atraídas pelas ofertas do que os homens. Figura 39 – Promoções nas lojas Disponível em: https://bit.ly/3eJafGi. Acesso em: 21 jul. 2021. Desse modo, as organizações devem usar toda criatividade para surpreender o cliente, explorando nichos e desenvolvendo ações estratégicas de marketing que possibilitem envolver o consumidor no PDV de forma a estimular o processo de compra por meio de técnicas de merchandising. 162 Unidade IV 7.10 Comunicação no ponto de venda (PDV) Todas as ações realizadas no PDV fazem parte da estratégia das empresas na busca de melhorar a experiência do consumidor, independentemente do ponto de contato em que ele estiver. Vamos conhecer a seguir as formas de atuação do merchandising no ponto de venda. 7.10.1 Exibitécnica Conforme a visão de Murad (s.d.), a técnica de exposição dos produtos para aumentar o interesse dos clientes envolve o seguinte: • ser destacado – autosseleção; • ser posicionado em locais de grande fluxo de tráfego; • passar a sensação de vantagem – pechincha; • dar a sensação de grande número de unidades do produto; • irradiar beleza, simpatia e charme; • prender a atenção do consumidor, dando a impressão de que o produto está indo ao encontro dele; • obedecer ao layout da loja; • estar na direção do fluxo de clientes; • ser de fácil acesso e ficar em local amplo de compra, deixar o produto visível e disponível; • ser criativo, causando impacto e fácil memorização; • ser funcional, simples de colocar e retirar. 7.10.2 Disposição dos produtos Você se lembra de ter ido a algum ponto de venda e ter encontrado uma linda ponta de gôndola com seu chocolate preferido? Ou com uma marca de sabão em pó em oferta? Murad (s.d.) nos ensina os tipos de exposição do produto: • gôndola; • expositores, pilhas e ilhas; 163 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO • faixas de gôndola, displays, displays de ponta de gôndola, de parede, de canto; • balcão; • bandejas; • banners, folhetos, cartazetes, posters, carrinho, sanduíche; • móbiles, wobbler, balões infláveis, stoppers, gargantilha; • relógios digitais de parede ou de teto; • dispositivos mecânicos, dispositivos eletrônicos, indicadores e quiosques; • letreiros; • vitrines; • take one – folhetos; • shelf-talkers – minicartazetes; • iluminação; • etiquetas de preço; • fragrâncias e climatizadores; • TVs in-store e mídia in-store – TVS e mídias na loja; • totens, blisters e armações. Observação Shelf-talkers são dispositivos que permitem falar com o consumidor quando ele passa pela gôndola. Podem ser postos jingles, informações sobre a promoção, características do produto e funcionam de forma parecida com os cartões de natal musicais. São aplicáveis em stoppers (expositor promocional), wobblers (informativos), faixas de gôndolas ou quaisquer outros materiais impressos. 164 Unidade IV Exemplo de aplicação A lista de possibilidades de materiais para PDV é bem grande. Faça uma busca na internet para conhecer cada um deles. Visite sites de grandes varejistas, de grandes marcas e poderá encontrar muitos exemplos. 7.11 As gôndolas e o planograma A ferramenta mais conhecida para orientar a exposição de produtos nas gôndolas é o planograma, espécie de planta baixa onde se indica exatamente o espaço que deve ser ocupado por cada item da categoria (frentes), conforme seu giro, estoque em gôndola, importância e lucro. A ação dos profissionais de marketing e de trade marketing que estudam a maneira como os produtos devem ser apresentados no ponto de venda é chamada de planograma ou plano de gôndola, que tem como objetivo organizar e mensurar os produtos no ponto de venda, a fim de fomentar vendas, gerenciar rupturas e estimular a comunicação com os clientes. Assim, o planograma nada mais é do que um planejamento de como os produtos de cada categoria devem ser expostos nas prateleiras. No projeto, entram todo tipo de orientação, tais como quantidade de itens em cada gôndola, tipo e altura de empilhamento, além de organização de acordo com marcas, aromas, sabores etc. Um bom planograma reúne o máximo de informações possíveis, traçadas de acordo com estratégias planejadas pela equipe da própria indústria ou do varejista. Entre os objetivos de um planograma está, principalmente, o de melhorar a exposição dos produtos, para que o consumidor se sinta estimulado a comprar mais. Levando em conta que, em média, 80% das decisões de compra são tomadas no ponto de venda, entende-se a importância do planejamento para o aumento das vendas. Figura 40 – Categorias devem ser agrupadas em um planograma 165 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO É a partir desse gerenciamento de exposição dos produtos que são obtidos os resultados para que os profissionais possam desenvolver ações de gerenciamento de categorias. Portanto, um planograma não é um gerenciamento de categorias, mas sim uma ferramenta de trade marketing que auxilia na implantação de ações no ponto de venda. As principais informações a serem consideradas na elaboração de um planograma serão apresentadas a seguir. Produtos de maior lucratividade em evidência Após a captação de todos os dados de categorias e produtos presentes na loja – com avaliações de lucratividade, composição, precificação e nível de vendas de cada um –, o ideal é optar por manter os itens que geram maior lucro em evidência. Essas mercadorias devem estar na altura dos olhos, nas chamadas áreas nobres da gôndola,para que o consumidor as veja com mais facilidade, o que aumenta as chances de compra. Mais vendidos em locais distantes Os produtos mais procurados pelo consumidor podem ser mantidos mais distantes da entrada da loja e não necessitam ocupar espaços nobres nas gôndolas. A estratégia parte da premissa de que tais itens já são buscados naturalmente, portanto facilitar muito o acesso a eles pode diminuir o tempo de permanência do consumidor no ponto de venda. Além disso, no trajeto que o consumidor percorre para chegar aos produtos mais vendidos, é possível que ele visualize outras mercadorias que não estavam em sua lista de compras, mas que podem gerar vendas por impulso ou estar relacionadas às suas eventuais necessidades ou desejos. Promoções em pontos estratégicos Para as promoções, as pontas da gôndola são os locais mais indicados, pois são de fácil visualização. O mesmo vale para as ilhas, aqueles pontos nos corredores centrais das lojas por onde a maioria dos consumidores passa em algum momento. Geralmente, esses espaços são negociados pelo varejista com as marcas, a fim de promover a venda em maior volume de determinado item. Além disso, os produtos em oferta merecem maior destaque, pois podem estar associados à liquidação de itens de baixa rotatividade, com estoque alto ou, ainda, com data de validade próxima do fim. Atenção ao comportamento dos clientes Mesmo com todas essas orientações gerais relacionadas às áreas nobres e à organização da gôndola, é importante estar sempre atento às mudanças no perfil do consumidor. Na elaboração do planograma, é fundamental ouvir a opinião de funcionários ou de promotores da loja. São eles que estão frequentemente em contato com os consumidores e podem identificar comportamentos específicos para cada categoria de produto ou mesmo apontar diferentes hábitos de consumo de acordo com a região geográfica, por exemplo. 166 Unidade IV Observação máxima ao gerenciamento por categoria Entre os itens que devem ser seguidos no planograma está o gerenciamento por categoria. A partir de dados como volume de vendas, valor de varejo e informações de mercado, tais como market share (grau de participação de uma empresa no mercado em termos das vendas de determinado produto; fração do mercado controlada por ela), preço e concorrência, é definido o sortimento ideal de cada loja, dividindo-o por categorias de produtos. Por meio desses indicadores, é possível, por exemplo, diminuir ou excluir itens com pouca saída e aumentar o espaço para as mercadorias que realmente interessam a determinado público, ou seja, que têm mais procura naquele ponto de venda. Portanto, o gerenciamento por categoria é essencial para encontrar novas oportunidades de venda, melhorar a experiência do cliente ou, ainda, fidelizar o canal ou a rede varejista. Ajuste da equipe ao planograma De nada adianta criar diversas estratégias e não manter a equipe de loja capacitada para executar as ações necessárias. Se os colaboradores não forem bem instruídos, seja pela indústria ou pelo varejista, o descumprimento do planograma pode gerar prejuízos tanto na fidelização do cliente como nas vendas. Portanto, as equipes devem ser atualizadas sempre que houver mudanças no planograma ou introdução de novos produtos, para que isso não afete toda a estrutura do projeto. Para aplicar da melhor forma os conceitos do gerenciamento por categorias em cada loja e cadeia de abastecimento, existe um processo de trabalho detalhado. Em seu formato completo, é uma metodologia relativamente complexa para empresas de menor porte, razão pela qual foi desenvolvida essa nova metodologia. Lembrete Planograma é a representação gráfica ou desenhada do posicionamento de um produto, do seu sortimento ou da sua categoria em determinada gôndola, prateleira, expositor etc. Figura 41 – Categorias devem estar agrupadas na loja Disponível em: https://bit.ly/2UFEwyZ. Acesso em: 21 jul. 2021. 167 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO 7.12 Marketing sensorial e experiências Uma ferramenta em alta é o chamado marketing sensorial, que utiliza dos sentidos humanos para atrair consumidores e gerar melhoria nos negócios da empresa. Os sentidos podem ser considerados fundamentais para reações que expressam aprovação ou reprovação sobre algum produto ou serviço. Por meio do estímulo dos sentidos, é possível fazer com que as pessoas criem vínculo com a marca. Em teoria, essa forma de marketing nada mais é que a ação de estimular os sentidos – olfato, visão, paladar, audição ou tato – a fim de instigar o consumidor para a compra. Contudo, como trabalhar o marketing sensorial? O segredo é conhecer o produto com o qual você trabalha. Atuando com alimentos, devem-se montar ações com o objetivo de fazer com que os clientes experimentem os seus produtos, para estimular o paladar e, assim, aumentar as vendas. Docerias já atuam dessa forma, oferecendo seus produtos em pequenas porções, o que vai ajudar não apenas na escolha do que comprar, mas no estímulo à compra de um produto que poderíamos até não querer comprar simplesmente porque acreditamos que seu gosto não é tão bom quanto o visual. Essa estratégia também funciona com a venda de salgados e massas e de bebidas em geral. A prova de produtos também é um marketing sensorial e funciona bem em lojas de perfumes e produtos de beleza, onde sempre ficam à mostra alguns itens para serem experimentados. Uma boa saída pode ser oferecer amostras grátis em pequenos frascos, que também é considerada uma atuação de marketing, funcionando bastante, principalmente, em lançamentos de novas marcas ou com um novo produto. Outra ação de comunicação no ponto de venda que se acentua é chamada de cross merchandising, técnica que tem por finalidade cruzar (cross) os produtos no ponto de venda que tenham entre si relação direta de consumo destacando-os entre os demais (merchandising). Essa técnica serve para lembrar o consumidor de um produto exposto (gerar interesse de compra) quando estiver comprando outro item. Para lembrar o consumidor da existência do produto, citam-se dois exemplos: fixar óleo lubrificante junto de ferramentas ou fazer a venda de cerveja e dispor amendoins ou salgadinhos ao lado. Hoje a comunicação no ponto de venda é realizada por meio dos sentidos humanos, capturando a atenção, estimulando a experimentação e concretizando a venda por meio das novas ferramentas de comunicação, as quais utilizam cores, design, comunicação visual, iluminação, som, aromas e texturas unindo-se à arquitetura. Os cenários das lojas cada vez mais precisam encantar os clientes, convencê-los a entrar, a olhar, a se identificar com o ambiente e a consumir. Integrar e gerar a participação do consumidor é a principal abordagem da comunicação no ponto de venda, e tem por objetivo vender e também romper com 168 Unidade IV a crescente imunidade aos apelos da comunicação de massa que o consumidor vem adquirindo nos últimos anos. A comunicação no PDV, por meio de uma forte presença, constante e estimuladora, é hoje um processo irreversível. Estimular o consumidor a experimentar e a criar relações duradouras pode significar a permanência das propostas de produtos e marcas em um mercado cada vez mais competitivo. 7.13 Promoção A ideia que existe no Brasil entre a maioria das pessoas é a de que promoções são apenas vendas de produtos baratos e de baixa qualidade. Isso porque comerciantes realizam promoções de “desova de estoque”, ou seja, de venda de encalhe, associando a promoção de vendas apenas ao aumento de vendas em um curto período, desfazendo-se de produtos encalhados nos estoques. Ao contrário do que muitos varejistas pensam, fazer uma promoção não significa perder dinheiro ou vender mais barato, e sim fazer o estoque girar. Com promoções, você conseguirá se livrar daquele estoque parado há muito tempo, garantir a entrada de recursos no caixa e otimizar o capital de giro. 7.13.1 Promoções planejadas Há diversas formas defazer promoções que não implicam necessariamente queda de preços, como oferta de amostras grátis, programas de fidelidade ou desoneração de alguma etapa do processo de venda, como entrega grátis ou fazer o orçamento de forma gratuita. Quando a promoção representa um benefício para a imagem da empresa – é preciso conhecer o consumidor e verificar como ele percebe o valor da empresa e de seus produtos –, deve, antes de tudo, ter um objetivo claro, que resolva alguma deficiência do empreendimento. São muitas as vantagens que uma promoção eficientemente planejada e bem desenvolvida pode ocasionar para uma empresa. Engana-se quem acredita que apenas grandes empresas que oferecem produtos de vários segmentos ou marcas já consolidadas no mercado podem investir em ações promocionais. Lojas menores e de nicho também podem fazer uso desse recurso, desde que adaptem a promoção à realidade do negócio. Para ajudar a esvaziar e renovar o estoque, promoções como “pague 3 leve 4” ou, em casos maiores, liquidações, podem ajudar. Por isso, liquidações são mais raras e possuem datas mais precisas: lojas de vestuário liquidam a cada fim de estação e lojas de departamentos liquidam no início do ano, após o Natal. É bem conhecida a promoção planejada da loja Magazines Luiza, no início de janeiro de todo ano. Funciona do seguinte modo: baixam-se os preços, e a loja não entrega o produto, vende-o no estado em que se encontra; pode ser um produto de mostruário, sem embalagem, com pequenos riscos. Os preços são considerados muito bons pelos consumidores. 169 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO 7.13.2 Promoções de produtos obsoletos A promoção de produtos obsoletos é a mais problemática de todas. Seguramente as ações de prevenção e redução de riscos de formação dos estoques obsoletos deveriam ter maior êxito se seguíssemos algumas etapas predefinidas nesse sentido, especificamente se nos dedicássemos a mapear ou desenhar um processo administrativo formal e claro de ativação e desativação de produtos para toda a empresa, preferivelmente em um formato de fluxo de informações interdepartamentais. Esse processo deve servir para orientar passo a passo as atividades necessárias para a desativação eficaz de produtos e deverá conter regras para todas as áreas da empresa a fim de que cada um contribua para o esgotamento pleno de todo o estoque e, sempre que possível, que esse esgotamento seja realizado em perfeita sincronia com a data exata de envio da última remessa do item ao cliente. Por princípio, esse processo deverá ter interfaces com diferentes áreas, principalmente com marketing, logística, fornecedores e clientes. Antes de tudo, é importante lembrar que empresas com gestão ineficiente deixam as mercadorias acumulando poeira no estoque, enquanto boas empresas sempre buscam formas de contornar os prejuízos causados por produtos que não foram vendidos. Por isso, ao constatar que a empresa está com produtos sem giro no estoque, a primeira ação que se deve tomar é analisar todos os itens. É preciso classificá-los por preço, quantidade, espaço ocupado no estoque e data de validade, sobretudo se o seu comércio trabalhar com produtos alimentícios ou outros que têm curto tempo de validade ou que não apresentaram nenhuma movimentação nos últimos 24 meses. Com esses dados em mãos, é necessário reunir-se com a equipe e buscar novas maneiras de vendê-los para o público. Isso certamente evitará que seu comércio perca produtos e que o investimento feito para comprá-los seja totalmente desperdiçado. Os itens candidatos à obsolescência devem ser identificados, principalmente com relação ao ciclo de vida do produto, por exemplo, peças que não apresentam nenhuma movimentação nos últimos 24 meses. Em casos particulares da indústria da moda, apesar de os ciclos serem bem definidos conforme estações do ano, eles são curtos e exigem muitas vezes antecipações de produção, o que implica a necessidade de uma análise de risco e decisão entre perder oportunidade de venda ou formar estoques obsoletos. As ações devem começar assim que o montante estocado passe a prejudicar o andamento e o crescimento do negócio. A empresa deve definir o que fazer com produtos obsoletos e que possam ter uma liquidação. Além de baixar os preços, é preciso criar promoções que induzam o cliente a comprar mais de uma peça. Se mesmo com promoções você ainda não conseguir vender todos os produtos com baixo giro e tem estoque alto, a melhor alternativa será incluí-los como brindes em outras compras. 170 Unidade IV Apesar de a medida não reduzir os prejuízos e não gerar ganhos financeiros, ela poderá ser uma forma de o comércio dizer “obrigado” aos compradores. Isso certamente chamará a atenção do público, o que pode trazer um grande diferencial para o negócio e até estimular novas compras. Lembre-se: para não perder dinheiro, um dos fatores responsáveis pelo sucesso de seu comércio é a gestão correta de seu estoque. Estoque é dinheiro e precisa ter giro, e um dos elementos mais importantes de gestão é a definição de estoque mínimo (estoque de segurança) e máximo. É importante considerar que estoque mínimo é a quantidade mínima de produtos para que ele não falte, pois, na falta, vendas serão perdidas. Consequentemente, o estoque máximo é a quantidade máxima de determinado produto para que não ocorra perda por vencimento de validade ou aconteça o terror dos comerciantes: o encalhe do produto. Observação Quando o varejista foca suas promoções somente em preços, muitas vezes, estará destruindo sua margem e deteriorando a imagem da marca/ negócio. Promoções de cross-selling, que permitem alavancar vendas de produtos complementares, e promoções progressivas, que incentivam o cliente a levar maior quantidade, são bons exemplos de promoções feitas na medida certa. No entanto, as promoções de vendas devem ser utilizadas apenas em situações excepcionais, afinal, o produto de uma empresa deve ser vendido em função de seus próprios atributos, e não de benefícios adicionais. Caso o produto só seja vendido se estiver em promoção, é importante prestar mais atenção nele, pois pode estar com problemas mais sérios envolvendo outros elementos do marketing mix, como um preço muito elevado ou com uma qualidade inferior. Dessa forma, a promoção não terá capacidade de solucionar o problema, servindo apenas como uma solução de curto prazo até que a solução definitiva seja encontrada. 7.14 Promoções de vendas Kotler e Keller (2018, p. 616) definem de maneira clara e objetiva a promoção de vendas como “um conjunto de ferramentas de incentivos, a maioria em curto prazo, projetada para estimular a compra mais rápida ou em maior quantidade”. A promoção deve ser usada para gerar valor para o consumidor, dando um incentivo para a compra e levando o consumidor até o produto ou serviço, com o objetivo principal da compra imediata. Promoções de vendas são estratégias de mercado que se encontram ao alcance de qualquer empresa, independentemente de seu porte ou ramo de atuação. Podem apresentar diferentes objetivos, como 171 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO a renovação do estoque, o aumento do número de clientes e a apresentação de novos produtos, e merecem atenção quanto à adequação às necessidades mercadológicas do empreendimento. A realização de promoções sem objetivos definidos é um erro cometido por milhares de empresas: a redução aleatória dos preços ou o simples oferecimento de brindes e prêmios nem sempre trazem os resultados esperados e podem impactar negativamente as finanças do negócio e a imagem da empresa. Assim, algumas táticas de promoção são fundamentais para o sucesso dessas ações. Parente (2000) afirma que as atividades de promoção de vendas ajudam o varejista a se diferenciar de seus concorrentes, pois são excelentes instrumentos para estimular o comportamento do consumidor, conseguindo resultados em curto prazo. Porém, essa técnica pode ser utilizada para outras finalidades, como apresentar umnovo produto ao público; oferecer benefícios adicionais (cupons, brindes); ter tempo determinado. As promoções são classificadas em ações de persuasão e ações institucionais. As ações de persuasão são aquelas que buscam a venda de determinado produto, e as institucionais são aquelas que buscam a promoção da imagem de uma pessoa, empresa ou produto. 7.14.1 Tipos de promoções de vendas Promoções sazonais Utilizadas nas comemorações de datas determinadas, por exemplo: Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Namorados, Páscoa, Dia das Crianças, Sete de Setembro, Carnaval etc., para despertar o interesse da massa consumidora. Concursos e sorteios Concurso é o meio de promoção que requer uma participação ativa do receptor. A característica principal do concurso é a de o participante não depender especificamente da sorte, mas da competição para ganhar. Sua intenção é não apenas premiar os participantes, mas também divulgar a empresa ou um de seus produtos. Já o sorteio depende exclusivamente da sorte e geralmente é feito após a distribuição de números entre os participantes. Concursos e sorteios devem respeitar o disposto na Portaria n. 422 do Ministério da Fazenda, de 18 de julho de 2013, publicada no Diário Oficial da União em 22 de julho de 2013. Em seu art. 1º, a lei acentua que é preciso solicitar uma autorização prévia ao Ministério da Fazenda ou à Caixa Econômica Federal (BRASIL, 2013). Prêmios Trata-se de oportunidades concedidas ao consumidor de ganhar dinheiro, mercadorias ou outros incentivos por ter comprado o produto; portanto, o objetivo do prêmio é dar ao consumidor uma razão 172 Unidade IV para comprar determinado produto. Ele pode ser distribuído pelo serviço postal, pelos revendedores, na embalagem do produto (vindo da fábrica) ou ser adicionado ao produto. Cupons Certificados que oferecem um desconto no preço do produto. Normalmente são encontrados em jornais, revistas, publicações de grandes magazines e supermercados. Há casos de cupons impressos ou colocados na embalagem do próprio produto, destinados a oferecer ao consumidor uma redução de preços e incremento nas vendas. Plus Significa pouco mais do produto pelo mesmo preço. Deve-se deixar bem claro que se trata de uma promoção para que o consumidor não confunda com mudança de embalagem, não percebendo, assim, a vantagem. Descontos Esse tipo de promoção consiste em rebaixar o preço de venda. Há, por exemplo, as seguintes formas de desconto: marcados no produto, maior quantidade pelo mesmo preço, preço menor de um produto a partir de certa quantidade, saldos, queimas, liquidações de estações e ofertas especiais por tempo limitado etc. Vale-brinde É uma pequena peça de papel ou outro material colocado no produto, dentro dele ou na embalagem. A pessoa que encontrar o vale-brinde tem direito a receber um prêmio cujo nome deverá estar impresso na própria peça. O vale-brinde ajuda a formação ou fixação da imagem da empresa ou do produto, auxiliando o giro de estoque do produto. Selos O consumidor deve colecionar selos ou embalagens para serem trocados por um prêmio, o que deve ocorrer em lugares pré-determinados. Brindes Fazem parte de uma técnica de promoção de vendas em que se oferece uma mercadoria grátis ou a um preço baixo na compra de um produto ou serviço. Ofertas São vantagens adicionais oferecidas ao consumidor. Ocorrem, por exemplo, quando são vendidas duas unidades pelo preço de uma. Quando isso ocorre, a ação tem para o consumidor o mesmo valor 173 ADMINISTRAÇÃO DO VAREJO promocional que um desconto, mas, para o fabricante, ela pode significar mais economia e, ao mesmo tempo, maior quantidade de venda do produto. Amostra do produto Uma das formas de se induzir um consumidor a usar um produto é oferecer-lhe uma amostra. A intenção é que, por meio dela, o consumidor experimente o produto. Essa amostra pode ser distribuída de porta em porta, ser anexada a outro produto ou à embalagem do próprio produto. Degustações ou demonstrações Nessas ações, são entregues ao consumidoras amostras do produto já preparado para seu uso. Essa atividade é recomendável no caso de produtos desconhecidos do consumidor, sendo ideal para lançamentos, principalmente de produtos alimentícios. Embalagens e folhetos inseridos em embalagens A embalagem, além da proteção e conservação do produto, contribui para sua comunicação e promoção. A inserção de um folheto sobre uso e demonstrações, até mesmo contendo informações e ilustrações sobre outros produtos da mesma linha, constitui ferramenta promocional de grande relevância. 7.14.2 Proibições na realização das promoções Nesse instante, é essencial destacar as informações do que é proibido: • realizar concursos apenas nas redes sociais; • relacionar o concurso/promoção a eventos e datas comemorativas, como campeonatos esportivos, Dia das Mães, Natal, aniversário de estado, de município e demais hipóteses semelhantes; • premiar vencedores com produtos ou serviços da empresa; • exigir preenchimento de cadastro detalhado ou resposta a pesquisas e/ou aceitação de recebimento de material publicitário de qualquer natureza; • propaganda da empresa ou de seus produtos ou serviços, bem como de terceiros, nos materiais de divulgação em qualquer canal ou meio, ressalvada a mera identificação da promotora do concurso; • qualquer identificação da empresa (nome, produto, serviço, atividade ou outro elemento) no material produzido pelo participante ou na mecânica do concurso; • identificação da empresa no nome ou na chamada da promoção/concurso; 174 Unidade IV • qualquer modalidade que envolva risco, adivinhação, sorte ou pagamento pelos participantes, em qualquer fase do concurso; • relacionar os participantes ou vencedores com premiações para aquisição ou uso de quaisquer bem, serviços ou produtos relacionados à empresa; • expor o participante a produtos, serviços ou marcas da empresa ou de terceiros (em qualquer meio, seja internet, seja off-line); • divulgação do concurso na embalagem de produto da organizadora ou de terceiros; • realizar concursos na TV obrigando os participantes a pagarem taxas ou realizarem ações em benefício prévio da empresa (participação onerosa); • inscrições por meio de ligações telefônicas ou SMS. 7.15 Marketing de relacionamento – programas de fidelização de clientes Esses programas aparecem como uma alternativa e como um grande aliado das ações promocionais. Diferentemente das promoções que possuem caráter mais temporário, essas ações são permanentes, por meio das quais os clientes fiéis de um estabelecimento recebem recompensas e benefícios pelas compras realizadas. Os programas de fidelidade vêm ganhando cada vez mais espaço nos mais diversos ramos de atuação, como forma de não somente aumentar os lucros, mas garantir um melhor relacionamento com o cliente e entender seu comportamento de consumo. Um exemplo é o da rede de supermercados Pão de Açúcar, com o programa de fidelização denominado Cliente Mais, um programa de relacionamento gratuito que tem ofertas exclusivas e promoções, além de permitir ao cliente acumular pontos para resgatar vales-compra em todas as lojas da rede Pão de Açúcar. 8 INTERNET, ATENDIMENTO E EXPERIÊNCIAS O mundo está conectado e o uso de computadores e de smartphones é cada vez mais comum para a realização de compras no e-commerce. Com a introdução de novas ferramentas de interação, possibilitadas pela web, o design também passou a ter novas funções na vida dos internautas. Como o tempo dedicado a cada espaço na rede é curto, os novos formatos devem passar as características essenciais de forma funcional e direta. 8.1 Comunicação na internet e o marketing digital Todas as ferramentas de comunicação apresentadas neste livro-texto servem para ser utilizadas também na internet, seja no site das empresas, seja nas redes sociais, seja nos e-commerces. O anúncio deve ser trabalhado de forma diferenciada e funcional, buscando agregar
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