Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DENISE CALHAU RA2154008 TURMA 003108B02 APS DE DIREITO DO TRABALHO APLICADO- - ADVOCACIA PREVENTIVA AO CONTENCIOSO TRABALHISTA A presente parecer circunstanciado e fundamentado sobre a correção ou não das condutas estabelecidas pela empresa com aval do Departamento de Recursos Humanos. A empresa Bitcoin Serviços de Informática Ltda contrata seu escritório de advocacia objetivando efetivar o levantamento jurídico-trabalhista das pendências que envolvem a empresa considerando a recente reforma da legislação trabalhista. A empresa possui quadro de empregados diretos além de contar com quadro fixo de 80 trabalhadores autônomos, e 20 estagiários assim distribuídos: um diretor, um gerente, quatro assistentes e quatro auxiliares da área administrativa; um diretor, oito supervisores (sendo que um deles exerce as atribuições de gerência), vinte e oito vendedores; 80 representantes comerciais autônomos e dos 20 estagiários, todos subordinados a diretoria comercial. Em levantamento in loco preliminar que restou apresentado a diretoria da empresa foram eleitas as seguintes questões: 1. A empresa não possui nenhum planejamento relacionado a medicina e segurança do trabalho, pois, segundo orientação do Departamento de Recursos Humanos não há risco na atividade desenvolvida. R: toda empresa deve ter meios de prevenções de acidentes ou de doenças ocupacionais, não importando qual atividade o trabalhador exerce. Conforme a NR-7, é indispensável a elaboração e implementação do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), este programa possibilita a preservação de saúde dos trabalhadores. Segundo o artigo 168/CLT, é necessário que o empregador realize, regularmente, exames em todos os empregados da empresa, e principalmente, quando admitir ou demitir alguém; os resultados, deverão constar na ficha clínico individual. Outro programa existente para prevenção dos trabalhadores é o PPRA ( Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), sendo este, obrigatório e é regido pelo NR-9 da Portaria 3.214/1978, que objetiva a proteção e a plenitude dos empregados. Por meio do adiantamento, reconhecimento, avaliação e consequente domínio da ocorrência de riscos ambientais que existem ou que venham ocorrem no espaço de trabalho. O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais aconselha utilizar os EPI (Equipamentos de Proteção Individual), eles tem o fito de prevenir, diminuir e/ou eliminar os relatos negativos aos trabalhadores. E para concluir, há também, a NR-5, esta está regularizada por meio da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), essa comissão é formada por empregados e por representantes do empregador, e ela tem o foco em prevenir acidentes de trabalho e promover a saúde dos trabalhadores. Conforme os artigos 154 e 157/CLT, nas situações que não haja riscos no ambiente de trabalho, a empresa deve seguir as normas de planejamento em razão da segurança do trabalho. 2. A empresa é ré em várias ações objetivando indenizações que apresentam como causa de pedir fática o tratamento vexatório diuturno a que são submetidos os vendedores e representantes comerciais que não alcançam o patamar de metas estabelecidos pelo supervisor que exerce as atribuições de gerência na área comercial, sendo que o Departamento de Recursos Humanos, ao analisar os casos informou a diretoria da empresa que a atitude do supervisor em presentear os vendedores com menor patamar de vendas com uma camiseta com a inscrição “ Sou o Lanterninha do Mês”, não é ofensivo e que todos os vendedores melhoram sua produção nos meses seguintes; R: levando-se em conta o caso relatado acima, a empresa deveria se conservar, pois ocorreu o tratamento de forma errônea, em razão que tratou-se de forma desonrosa seus funcionários devido ao fato que são obrigados a usar uma camiseta com a mensagem que “Sou o Lanterninha do Mês”, acarretando assédio moral, pois excedeu os limites do aceitável, levando ao constrangimento o funcionário. Essa atitude foi uma violação dos princípios da dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, regulamentados no artigo. 1º,III e IV/CF. Além de violar o artigo 223-C/CLT, por ter afetado a autoestima e a saúde mental dos trabalhadores que não conseguiram obter a meta imposta pelo supervisor, lesando a imagem e a honra dos mesmos. Os trabalhadores expostos ao ocorrido, poderão pedir indenização por dano moral, para compensá-los da lesão sofrida, conforme os artigos 483 e 223-B/CLT; além do dano extrapatrimonial por todos colaborarem com esta ofensa, por meio de omissão ou ação, conforme o artigo 223-E/CLT. 3. Parte dos representantes comerciais são obrigados no comparecimento diário na sede da empresa, em horário determinado pelo diretor comercial, sendo certo que em eventual ausência o dia de trabalho é descontado das comissões no mês de referência, sendo que os demais somente comparecem a empresa para aviamento das necessidades comerciais (entrega de pedidos, recebimento de mostruários e recebimento de comissões), conduta esse, aprovada pelo Departamento de Recursos Humanos da empresa. R: a conduta relatada da empresa não está dentro das imposições da Lei nº 4886/65. A atitude do diretor comercial é ilícita, pois ele não pode exigir o comparecimento dos representantes comerciais, não podendo também, descontar comissões pela ausência, em razão que esses tipos de trabalhadores, fazem parte dos regimentos internos do CONFERE (Conselheiros Federais dos Representantes) e do CORE (Conselho Estadual dos Representantes); não possuindo obrigação de subordinação, conforme o artigo 3º,§ único/CLT, logo, eles não estão submetidos a horários e ordens, eles apenas são obrigados a cumprir entrega de resultados final e devendo eles, serem pagos por esta entrega, portanto, não precisam serem pagos pela presença diária na empresa. Como esta conduta ilícita foi aprovada pelo Departamento de Recursos Humanos da empresa, poderá ocorrer ações desses trabalhadores que foram obrigados a essas imposições, pedindo o pagamento de todas verbas rescisórias. 4. Todos os estagiários (cursando Administração de Empresas, Tecnologia da Informação e Direito) são contratados diretamente pela empresa, sem qualquer formalidade efetivada pelo Departamento de Recursos Humanos, a não ser o pagamento de vale transporte e bolsa auxílio e se ativam exclusivamente no recebimento dos pedidos de compras, independentemente da área acadêmica que pertençam e laboram oito horas diários e semanalmente são submetidos a horas extras. R: a empresa não está agindo conforme a lei manda pois o empregador é obrigado a celebrar o termo de compromisso de estágio com a instituição de ensino superior e o estagiário, como manda a LEI DO ESTAGIÁRIO Nº 11.788/2008, artigo 9º,I. Sem contar que a jornada para os estagiários estabelecida por lei, não poderá ultrapassar a 6 horas diárias e 30 horas semanais, conforme o artigo 10, II da LEI Nº 11.788/2008, não podendo nesse caso, ter horas extras. O fato de pagar o bolso auxílio e vale-transporte não acarreta na descaracterização do estágio mas quando ultrapassa o tempo estipulado por lei, ocorre, ficando como vínculo empregatício, regulamentada pela CLT. Portanto, a empresa deverá pagar todas as verbas rescisórias estabelecidas pela CLT, sendo sujeita a condenação. 5. Um dos assistentes comerciais foi denunciado por um dos clientes em razão de furto de numerário (o cliente apresentou vídeo contendo as filmagens do local onde a conduta restou comprovada), no entanto, o Departamento de Recursos Humanos da empresa desaconselhou a demissão sob alegação do mesmo ser detentor de estabilidade em decorrência de acidente do trabalho, em relação ao qual foi emitida a CAT (comunicação de Acidente do Trabalho) com afastamento médico de 10 dias. R: a escolha do Departamento Humanos da empresa não foi sábia na sua decisãoda não demissão, pois essa atitude acarreta na violação da Súmula 378/TST. Súmula 378 TST: II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (Primeira parte - ex-OJ 230/TST-SDI-I – Inserida em 20/06/2001). III - O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego, decorrente de acidente de trabalho, prevista no art. 118 da Lei 8.213/1991. E ainda, a Lei nº 8.213/91, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, dando outra providência. Nele, em seu artigo 118, diz que aquele que sofreu acidente de trabalho tem garantia, pelo prazo, de 12 meses, no mínimo, com a devida ‘‘manutenção do seu vínculo empregatício na empresa após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente’’. Concluo que a empresa tem a faculdade sim, de realizar o desligamento por justa causa pelo delito de furto realizado com as devidas provas apresentadas, preenchendo o requisito do artigo 482,a/CLT, ou seja, o ato de improbidade. 6. Os empregados da empresa, com exceção dos Diretores e. gerente e supervisores recebem em média valor de R$ 4.500,00, valor esse fruto do percentual comissional das vendas realizadas, além de valor fixo de R$ 2000,00 o Departamento de Recursos Humanos, orientou a empresa, no sentido que a fixação de pagamento de parcela salarial fixa desonera a empresa de qualquer reflexo ou integração em relação aos valores comissionais. R: a empresa não deve se abster ao pagamento de qualquer reflexo ou integração no que se refere a comissão, em razão que, o vendedor teve o direito de sua aquisição a partir do momento que ocorreu a transação e em sequência, aceita pela empresa, que não apresentou em escrito, a sua recusa, dentro do prazo estipulado por lei, de 10 dias, como manda a LEI Nº 3.207/57, em seu artigo 3º. E por fim, em razão do artigo 457,§1º /CLT, na remuneração do empregado, tem o devido salário e também, pago pelo empregador como contraprestação, as gorjetas que recebeu. Integram a remuneração, “as comissões, percentagens, gramificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador”.
Compartilhar