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UNIDADE I Conceitos Fundamentais de Finanças Corporativas Dr. Ricardo Goncalves da Silva O Conceito Financeiro e Empresas e seus Objetivos Nessa aula, iremos abordar as principais características da gestão financeira nas organizações, suas atividades e funções e os principais conceitos utilizados pelos analistas, bem como fazer uma comparação das funções dos gestores financeiros e dos contadores e como essas duas funções estão intricadamente relacionadas desde o inicio da administração financeira e o papel que o contador deverá atuar frente às mudanças tecnológicas e globais nos dias atuais. Administração de Finanças Corporativas e os Objetivos Organizacionais De uma forma pratica podemos definir administração de finanças como a ciência que se preocupa com o valor monetário da organização e está relacionado às decisões que o gestor deverá tomar com os investimentos, os financiamentos e principalmente com os resultados da organização no final do período contábil exigido por lei. Para que se tenha uma objetividade na administração financeira é necessário que haja uma maximização do valor da organização e dos stakeholders. Portanto as principais questões que o gestor financeiro deve se ater são: Aula 01 1 Onde devem ser alocados os recursos financeiros assegurando a rentabilidade, liquidez e segurança para os stakeholders? De que forma é mais conveniente obter recursos financeiros. Por meio do capital próprio ou por meio de terceiros? Após o balanço contábil como proceder com os lucros obtidos (se houver), reter para reinvestimentos ou distribuir entre os acionistas? Da mesma forma após o balanço contábil como proceder com os prejuízos obtidos (se houver)? Sendo a administração coorporativa uma ciência, o desafio dos gestores é combinar e utilizar as ferramentas (teorias, softwares e informações) avançadas dessa disciplina com as outras de sua atuação (contabilidade, auditoria, etc.) para aplicar o principio básico da administração: Planejar, Organizar, Liderar e Controlar os recursos financeiros da organização. De acordo com Gitman (1997), podemos conceituar finanças como "a arte e a ciência de administrar fundos. Praticamente, todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem. Finanças ocupam-se do processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos". (GITMAN 1997, p. 12). Dessa foram estabelecendo a relação com a análise financeira esta nos fornece os meios para tornar flexíveis e corretas as decisões de investimento, no momento apropriado e mais vantajoso. Segundo Gitman (1997), as principais áreas de finanças podem ser divididas em duas amplas partes de acordo com as oportunidades de carreira, quais sejam: 1) Serviços Financeiros e 2) Administração Financeira. 2 De acordo com Gropelli e Nikbakht (2002), para serem bem sucedidos, os gestores financeiros têm que se envolver com as mudanças que ocorrem, constantemente, no ambienta global das finanças, ou seja, os mesmos são responsáveis pelo reconhecimento e respostas aos fatores de mudanças em todos os ambientes, sejam eles privados, públicos ou financeiros; interno e externo a organização. É necessário ressaltar que a gestão financeira é uma atividade orientada por objetivos cujas ações o gestor financeiro visa à análise e ao planejamento financeiro, às decisões de investimento e às decisões de financiamentos, sendo que estas devem ser tomadas visando-se ao cumprimento dos objetivos dos stakeholders. Portanto, deve-se entender qual é o objetivo da gestão financeira, o qual irá gerar uma base concreta para a tomada e a avaliação de decisões financeiras: Com isso concordamos com Damodaram (2002), quando o mesmo classifica todas as decisões financeiras em três grupos: “... decisões sobre onde investir os recursos ou os fundos que a empresa obteve (a decisão sobre investimento), sobre e como obter os fundamentos para financiar esses investimentos (decisão sobre financiamento) e decisão sobre o montante e a forma de devolver os fundos aos proprietários (a decisão sobre dividendos)”. (DAMODARAM, 2002, p. XI) SAIBA MAIS Serviços Financeiros é a área das finanças voltada à concepção e à prestação de assessoria, tanto quanto à entrega de produtos financeiros a indivíduos, empresas e governo. Administração Financeira diz respeito às responsabilidades da empresa. Administradores financeiros administram, ativamente, as finanças de todos os tipos de empresas, financeiras ou não, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, mesmos assem fins lucrativos. Eles desempenham uma variedade de tarefas, tais como: a) orçamentos; b) previsões financeiras; c) administração do caixa; d) administração do crédito; e) análise de investimentos; f) captação de fundos. 3 De uma forma esquemática poderíamos expor a colocação citada dessa forma: MAXIMIZAR O VALOR DA EMPRESA Decisão sobre Investimentos da Empresa Decisão sobre Financiamento valor da Empresa Decisão sobre Dividendo no valor da Empresa Fonte: adaptado de Demodaran (2002) p. xii Para que as decisões sejam tomadas de forma eficiente as organizações, de maneira geral, necessitam ser auferidas permanentemente e com isso verificar se o seu desempenho está compatível com os objetivos estabelecidos, para tanto deverá ser utilizados indicadores ou parâmetros de desempenho como critérios de eficácia dos gerentes, entre eles os mais utilizados são: 4 PARÂMETROS FINANCEIROS Que aufere a maximização da participação de mercado, dos rendimentos para os acionistas, do retorno sobre o patrimônio líquido ou fluxo de caixa, em geral as organizações utilizam parâmetros financeiros para avaliar o desempenho e manter a credibilidade entre os investidores ou financiadores. PARÂMETROS DE PRODUTIVIDADE As organizações sempre buscam aumentam a produtividade aumentando a produção para um determinado nível de produto ou serviço. A eficiência pode ser medida por critérios de produtividade: por exemplo, produção por hora/funcionário ou percentual de sucata em relação ao produto final. ARÂMETRO DE CRESCIMENTO As organizações atuais buscam aumentar sua eficácia como aumento das vendas, das receitas totais e dos lucros líquidos; mantendo ou reduzindo o emprego de insumos. PARÂMETRO DE SATISFAÇÃO DO CLIENTE De acordo com o principio administrativo e de marketing o custo para atrair novos clientes é mais alto do que o de manter os existentes dessa forma às organizações necessitam estar atentas aos desejos e interesses de seus clientes com relação aos serviços e produtos a eles oferecidos. PARÂMETRO DE QUALIDADE De acordo com o parâmetro anterior os clientes buscam serviços/produtos com qualidade e baixos custos, dessa forma as organizações devem procurar primar pela qualidade do que for ofertado o que significa eliminar as redundâncias e custos operacionais. PARÂMETRO DE FLEXIBILIDADE As mudanças sociais, econômicas e tecnológicas verificada nas últimas décadas exigem que as organizações estejam preparadas para uma competição global e dessa forma se adaptem rapidamente a bruscas mudanças que possa ocorrer com o que está sendo ofertado e com o desejo dos consumidores. PARÂMETRO DE CRESCIMENTO E SATISFAÇÃO DO COLABORADOR INTERNO As organizações atuais devem ter foco nos seus colaboradores interno. Visto que alta qualidade e atendimento ao consumidor exigem colaboradores treinados e motivado sendo um desafio do gestor em aumentar a produtividade e a flexibilidade mantendo, ao mesmo tempo, a motivação dos seus colaboradores internos. PARÂMETRO DE ACEITAÇÃO SOCIAL Atualmente todas as organizações sejam elas de serviços ou produtos devem estar atentas às ações dos órgãos governamentais, dos grupos de defesa do consumidor com a finalidade de atuarem com boas práticas sociais e ambientais e não ferir o código do consumidor. 5 Atualmente todas as organizações sejam elas de serviços ou produtos devem estar atentas às ações dos órgãos governamentais, dos grupos dedefesa do consumidor com a finalidade de atuarem com boas práticas sociais e ambientais e não ferir o código do consumidor.Portanto os gerentes financeiros dever, além de cuidar de suas funções específicas, estar atentos aos parâmetros de eficiência relacionados acima para que a organização cumpra e atinja seus objetivos. Dessa forma a função da administração financeira de forma geral pode ser descrita como sua atuação dentro da organização em relação com a economia e a contabilidade. Contudo os gerentes financeiros devem principalmente se preocupar com suas atividades especificas que segundo Guitman (1997, p.14) são: 1. Fazer a análise e o planejamento financeiro, 2. Tomar decisões sobre investimentos e 3. Tomar decisões dobre o financiamento. Com esse tópico podemos fazer o relacionamento entre contabilidade e gestão financeira que embora teoricamente sejam apresentadas separadas, na prática nas organizações não há diferença formalmente, existindo somente a divisão departamental entre as duas. Gestão Financeira e Contabilidade Desde o inicio da atuação da gestão financeira esta está relacionada diretamente e de forma abrangente com a economia e com a contabilidade. Com relação aos economistas, os gestores financeiros devem entender e analisar o quadro geral da economia e dessa forma estar atendo as consequências da variação dos níveis de atividade econômica, assim como por mudanças na política econômica, ou seja, nas mudanças politicas, tecnológicas e sociais relatadas acima. Para os gestores financeiros ou administradores, tendo em vista o princípio econômico mais importante, está em utilizar a análise marginal, na qual as decisões financeiras devem ser tomadas e as ações executadas somente quando os benefícios adicionais excederem os custos somados. No que diz respeito ao relacionamento com a contabilidade, a função financeira busca dar ênfase no regime de caixa, que reconhece as receitas e os gastos somente com relação aos fluxos de entrada e saída de reais de caixa. O regime de competência reconhece as receitas no momento das vendas e os gastos quando incorridos. 6 Portanto com a introdução da administração cientifica, contabilidade e gestões financeiras estão intrinsicamente relacionadas. Embora nas pequenas ou médias empresas, o controller[1], frequentemente, assume a função financeira. Por outro lado nas grandes organizações, muitos contadores estão intimamente envolvidos em várias atividades financeiras. Contudo, há basicamente duas diferenças entre Contabilidade e Finanças, sendo que a ênfase ocorre principalmente no a) fluxo de caixa e na b) tomada de decisão. Com relação ao fluxo de caixa é o contador (ou tesoureiro) que prepara as demonstrações financeiras, que reconhecem as receitas no momento da venda e as despesas, quando incorridas, ou seja, adota o regime de competência. Compete dessa forma ao denominado Tesoureiro a gestão eficiente do Fluxo de Caixa que é o instrumento adequado para essa finalidade. Por outro lado o gestor financeiro enfatiza o fluxo de caixa, ou seja, entradas e saídas de caixa. Ele mantém a solvência da empresa, analisando e planejando o fluxo de caixa para satisfazer as obrigações e adquirir os ativos necessários ao cumprimento dos objetivos da empresa. Por outro lado, o gestor financeiro adota o regime de caixa para reconhecer as receitas e despesas que efetivamente representam entradas e saídas de caixa, devendo enxergar além das demonstrações financeiras, para poder detectar os problemas atuais ou os potenciais, sendo capaz de evitar a insolvência e atingir os objetivos financeiros da empresa. Com relação à tomada de decisão o contador volta sua atenção para a coleta e apresentação dos dados financeiros, enquanto o gestor financeiro analisa os demonstrativos contábeis, desenvolve dados adicionais e a tomada de decisões, com base em suas avaliações acerca dos riscos e retornos inerentes. Para Gropelli E Nikbakht (2002), "os administradores financeiros contam com os contadores para prepararem os demonstrativos financeiros que fornecem informações sobre a lucratividade, sobre o demonstrativo de resultado do exercício e sobre a posição financeira da empresa balanço patrimonial". 7 Sendo assim, os demonstrativos financeiros auxiliam os gestores: 1. na tomada de decisões de negócios envolvendo o melhor uso do caixa, 2. na realização de operações eficientes, 3. na alocação ótima de fundos entre os ativos e o efetivo financiamento de operações e na alocação dos investimentos. A interpretação dos demonstrativos financeiros é realizada, parcialmente, usando-se índices financeiros, relatórios gerenciais, demonstrativo de origens e aplicações de recursos e orçamentos de caixa. Portanto, na administração moderna não há uma separação formal entre contadores e gestores financeiros sendo que na maior parte das organizações elas dão preferencias aos contadores para assumirem funções de gestão financeira. Sendo que para Gitman (1997), as atividades chaves do gestor financeiro, seja ele administrador ou contador se atem as atividades financeiras que estão relaciwonadas às demonstrações financeiras básicas da organização. Sendo que as suas atividades primárias fundamentais são: 1. Realizar análise e planejamento financeiro, ou seja, transformar os dados financeiros, de forma que possam ser utilizados para monitorar a situação financeira da organização; 2. Avaliar a necessidade de se aumentar ou reduzir a capacidade produtiva e determinar aumentos ou reduções dos financiamentos requeridos. Quanto a tomar decisões de investimentos, essa atividade diz respeito ao lado esquerdo do balanço. Determinam a combinação e os tipos de ativos constantes do balanço patrimonial da empresa. Tais decisões são importantes porque afetam o sucesso da organização na consecução de seus objetivos. Quanto a tomar decisões de financiamento, essa atividade diz respeito ao lado direito patrimonial e envolve duas áreas principais. Primeiro, a combinação mais apropriada entre financiamentos de curto e de longo prazo deve ser estabelecida. Não devendo ser deixada de lado uma segunda preocupação, igualmente importante para que o gestor financeiro tome decisão, são as fontes de financiamento, de curto e de longo prazo, e 8 dentre elas quais são as melhores, em um dado instante frente ao balanço patrimonial da organização. Finalizando esse tópico podemos afirmar que de acordo com Ross; Westerfield e Jordan (1998), o gestor financeiro deve preocupar-se com três tipos básicos de questões: 1. Orçamento de capital; 2. Estrutura de capital e 3. Administração do capital de giro. Com relação ao Orçamento de capital, o processo de planejamento e gestão dos investimentos de longo prazo, numa organização, é denominado Orçamento de capital. Nessa função, o gestor financeiro busca identificar as oportunidades de investimento cujo valor, para a organização, é superior a seu custo de aquisição. Isto está relacionado independentemente do investimento específico que esteja sendo considerado. Os gestores financeiros devem ocupar- se com o quanto se espera receber, em termos monetários, quando se espera recebê-lo e com a probabilidade de que seja recebido. A avaliação da magnitude, da distribuição no tempo e do risco dos fluxos de caixa futuros é a essência do orçamento de capital. Com relação à Estrutura de capital ou Estrutura financeira de uma organização é a combinação específica de capital de terceiros, de longo prazo, e capital próprio que a empresa utiliza para financiar suas operações. O gestor financeiro, além de decidir quanto à combinação de recursos, precisa decidir exatamente como e onde os recursos devem ser captados. Com relação à Administração do capital de giro ou Capital de giro está diz respeito tanto aos ativos de curto prazo de uma empresa, como estoques; quanto a seus passivos de curto prazo, como quantias devidas a fornecedores. A gestão do capital de giro de uma empresa é uma atividade diária que visa a assegurar que a empresa tenha recursos suficientespara continuar suas operações e evitar interrupções muito caras. Dessa forma podemos constatar que não há uma separação formal entre Contadores e Gestores Financeiros, sendo que o primeiro dever, além de suas funções próprias, estar preparado para assumir as analise de gestão financeira em uma organização. 9 SAIBA MAIS Assista ao vídeo sobre As funções do gestor financeiro e observe como estão relacionados às funções dos gestores financeiros e as funções dos contadores e como ambas se relacionam. Se tiver tempo veja os outros vídeos relacionados em seguida. Funções do Gestor Financeiro I GEST FIN 1.2 Contabilidade X Gestão Financeira. Saiba como a contabilidade está relacionada a gestão financeira e como é importante um contador ter conhecimento de finanças esse é um depoimento de um escritório de contabilidade Moreira Mendes & Contadores Associados, assista ao vídeo em: Contabilidade X Gestão Financeira 10 https://www.youtube.com/watch?v=hLecM9SPwzQ https://www.youtube.com/watch?v=gSIvWRqaJPw O Ambiente Interno à Organização Nessa aula iremos apresentar o conceito de gestão de valor de uma organização, como se proceder para analisar a valorização da mesma e como é importante verificar os três processos decisórios discutido na aula. Além iremos verificar as formas de valorização por meio da contabilidade e por meio do fluxo de caixa e o papel que esse desempenha para que se possas fazer uma gestão baseada no valor sem esquecer que o papel do gestor financeiro é fundamental nesse processo. Modelo de Gestão Baseada no Valor A questão de finanças corporativas está intimamente relacionada ao ambiente externo à empresa, as grandes transformações nos dias atuais assumem caráter abrangente frente às organizações colocando o gestor financeiro como atuação crescente visto às complexidades dos negócios em nosso século. Aula 02 11 Sendo que o custo de capital ou estrutura de capital de uma organização reflete, em essência e remuneração mínima exigida pelos stakeholders de suas fontes de recursos. Portanto, é utilizado como a taxa mínima de atratividade das decisões de investimentos indicando criação de riqueza econômica quando o retorno operacional auferido superar a taxa requerida de retorno determinada pela alocação de investimentos. Portanto podemos verificar que as atividades organizacionais envolvem recursos financeiros e se orientam para a obtenção de valor ou lucro, os quais visam multiplicar recursos financeiros investidos e nos quais os stakeholdrs desejam um retorno compatível com o risco assumido. As decisões de investimento, de financiamento e de remuneração dos investidores (acionistas) buscam maximizar o valor das ações ou quotas de capital da empresa. A escolha adequada da estrutura de capital envolve essas decisões. A empresa se depara constantemente com novos projetos, novos negócios, novas demandas, novos desafios, que determinam a necessidade de captação de recursos financeiros. SAIBA MAIS Podemos conceituar criação de valor quando a taxa do retorno do investimento superar a taxa requerida de retorno determinada pela alocação do custo do capital ou estrutura de capital. SAIBA MAIS De acordo com Lemes Junior “Estrutura de capital é a combinação de todas as fontes de financiamento de longo prazo, dívida ou capital próprio, utilizada pela empresa”. (LEMES JUNIOR et al., 2002, p.233). Sendo que para Gropelli E Nikbakht (2002), “O valor de uma empresa é igual ao valor total de suas dividas mais o lucro líquido capitalizado” (GROPPELLI e NIKBAKHT, 2002, P.195). 12 Em sua maior parte o gestor financeiro é chamado a tomar decisões em um mundo mais complexo e cheio de interatividade onde a velocidade dos negócios que outrora era controlado por dias, atualmente são controlados em bits, onde a cada segundo os fatores se alteram e o gestor dever estar atendo a essas mudanças e utilizar de estratégia para melhor se posicionar no mercado. Em um ambiente cada vez mais globalizado e com uma crescente competitividade as organizações devem tomar decisões que viabilizem economicamente seus investimentos e criando valor para os stakeholders. Portanto, devem se posicionar estrategicamente no ambiente externo a organização. Isto posto, podemos compreender da necessidade da atuação de uma contabilidade mais sofisticada, atuando de acordo com as informações dos vários agentes de mercado, necessitando entretanto que seus profissionais (gestores e contadores) tenham uma melhor interpretação do atual contexto dos negócios referente as finanças corporativas cuja finalidade é a valorização da organização. A maximização valorização organizacional ou lucro como critério contábil é o resultado auferido pela organização após a apuração do exercício (ou operação) que o gestor financeiro deve auferir para apresentar os resultados aos principais interessados (stakeholders). Portanto, Influenciam nesta tarefa todas as decisões operacionais e não operacionais da organização que envolva processos que atinjam diretamente os recursos organizacionais. A busca na maximização do valor de mercado é o objetivo que reflete o desempenho da organização perante o valor dela no mercado. Nos dias atuais uma organização é avaliada pelos seus tangíveis (edifício, novéis, maquinas etc) e intangíveis (marca, posicionamento de mercado, etc.) e principalmente as decisões do gestor financeiro refletem neste resultado. Nesse sentido quando o gestor maximiza o lucro organizacional ou o valor de mercado, conseqüentemente aumenta o valor para os stakeholders. Contudo a gestão financeira, no entanto deve seguir a corrente da sustentabilidade organizacional visando utilizar de forma consciente os recursos sem prejudicar o meio ambiente e mantendo um equilíbrio dos mesmos para se auto sustentar e buscar sempre a geração de valor. Frente a estes objetivos, o papel do gestor financeiro é reforçar nas três grandes decisões que englobam sua atuação conforme apresentada na aula: Decisão sobre Investimentos da Empresa; Decisão sobre Financiamento valor da Empresa e Decisão sobre Dividendo no valor da Empresa. 13 Dessa forma fica evidente do que foi apresentado acima que podemos inferir que o principal escopo da gestão financeira é na tomada de decisão sobre investimento, financiamento e distribuição de resultados sendo que estas visam sempre maximizar o capital e a rentabilidade operacional visando geração de valor. Reforçando que o objetivo das finanças corporativas englobam os estudos que envolvem a tomada de decisão e a gestão dos recursos financeiros das organizações. A gestão financeira é feita pela obtenção de recursos e na otimização da aplicação desses recursos. Os recursos são obtidos para: a) investimentos em bens (meios de produção) – imóveis; instalações e equipamentos; b) giro das operações - matérias-primas, mão-de-obra, gastos de fabricação e demais despesas operacionais. O financiamento das operações é originado de recursos dos acionistas ou do lucro retido e, de capital de terceiros, obtido por meio de financiamentos e empréstimos com instituições financeiras, debêntures, leasing e créditos dos fornecedores. Na função financeira de financiamento cabem as tarefas básicas de obtenção de recursos em condições favoráveis e, alocação eficiente destes recursos. Para Hoji (2003, p.182), o levantamento de recursos é a função desempenhada exclusivamente pela área financeira, que define: 1. classificação das fontes de recursos - próprios e de terceiros, permanentes e temporários, onerosos e não onerosos; 2. adequação entre as fontes e os usos - investimento com prazo de maturação superior ao do financiamento; 3. contratação de encargos e prazos sobre os financiamentos, definindo as compras a prazo e a alocação de recursos próprios, bem como, os critérios de remuneração do capital. Contudo não podemos esquecer que nesse escopo são necessárias analises de curto e de longo prazo, ou seja, a questão que se coloca é como são tratadas essas decisões pelo gestor financeiro. Pois há necessidade queo mesmo faça uma análise financeira que irá abordar questões de introdutória das finanças no ambiente das organizações e as suas funções como gestor financeiro, fazendo parte de sua analise entender os conceitos micro e macro econômicos no qual as organizações estão inseridas. Dessa maneira, sua atuação também deve levar em consideração sobre o estudo e a atualização e conversão monetária, formação dos resultados, analise de demonstrativos 14 contábeis e indicadores financeiros. Bem como oferecer suporte para elaboração de pareceres financeiros. Dessa forma podemos afirmar que a gestão financeira de curto prazo trata da gestão do capital de giro nas organizações, que é composta pela administração do ativo circulante. Destaca-se aqui a gestão do caixa, das contas a receber (crédito), gestão financeira dos estoques e de fontes de financiamento de curto prazo (passivo circulante). Por outro lado, as finanças de longo prazo abordam os aspectos relacionados à estruturação de capital da empresa, fontes de financiamento de longo prazo nas empresas, abordagem quando ao risco financeiro, custo de capital, analise de viabilidade de investimentos, avaliação de negócios e de empresas, geração de riqueza e criação de valor, ou seja, objetivos específicos das finanças corporativas no ambiente das finanças. Sem esquecer que a elaboração de projetos e controle financeiro deverá tratar de aspectos como a administração orçamentária e estruturação de planos de negócios. Bem como outra parte que não poderá ser negligenciada e a de mercados financeiros que estuda e atua nos mercados de capitais, as finanças bancárias e finanças internacionais. A gestão financeira é feita pela obtenção de recursos e na otimização da aplicação desses recursos. Os recursos são obtidos para: 1. investimentos em bens (meios de produção) – imóveis; instalações e equipamentos; 2. giro das operações - matérias-primas, mão-de-obra, gastos de fabricação e demais despesas operacionais. O levantamento de recursos é a função desempenhada exclusivamente pela área financeira, que define: 1. classificação das fontes de recursos - próprios e de terceiros, permanentes e temporários, onerosos e não onerosos; 2. adequação entre as fontes e os usos - investimento com prazo de maturação superior ao do financiamento; 3. contratação de encargos e prazos sobre os financiamentos, definindo as compras a prazo e a alocação de recursos próprios, bem como, os critérios de remuneração do capital. De maneira geral os recursos aplicados em ativos não são encontrados em abundância, pois envolvem custos financeiros ou de oportunidade. Na análise dos projetos de investimentos, os níveis elevados de estoques de matéria-prima e materiais auxiliares são vantagem para as áreas de suprimentos e de produção; os estoques altos de produtos são vantagens para as 15 áreas de produção e de vendas; os prazos dilatados de faturamento são vantagens para os clientes, mas com provável comprometimento do fluxo de caixa. Assim, os aspectos que devem ser considerados na gestão financeira: 1. liquidez e rentabilidade - constitui-se em uma condição sem a qual não será possível a continuidade da Organização. A organização não pode abrir mão do crédito de seus fornecedores e das instituições financeiras; 2. as restrições ao crédito envolvem a administração dos ativos e passivos - excesso de estoques, clientes com prazo médio de pagamentos demasiadamente longo, fontes inadequadas de financiamento; 3. falência da organização ocorre quando há descompasso no fluxo de caixa; 4. rentabilidade - grau de êxito econômico obtido pela organização em relação ao capital nela investido; 5. liquidez x rentabilidade - o equilíbrio entre a liquidez adequada e a rentabilidade satisfatória; 6. valor de mercado da organização - valor das ações; valor atual de seus lucros futuros; 7. utilização das informações contábeis - a análise da informação contábil orienta todo o processo decisório, que constitui o aspecto central da gestão financeira; 8. organização da função financeira - na distribuição das atividades e responsabilidades. Nesse processo, de acordo com Lemes Junior, (2002, p.234), avalia as condições gerais da economia, conhece o mercado financeiro, analisa as decisões operacionais e financeiras a serem tomadas, dimensiona as necessidades de recursos a serem financiados e escolhe a estrutura de capital. Capital é o total de recursos, próprios ou de terceiros, que financiam as necessidades de longo prazo da empresa. Dessa fora para atingir o objetivo da organização na geração de valor, a otimização da estrutura de capital deve buscar atingir os objetivos de: Maximizar o valor das ações e, Minimizar o custo de obtenção do capital. Com menos custo de capital, a empresa pode avançar na realização de projetos de investimento que gerem aumento da riqueza da própria organização e de suas partes relacionadas. 16 Dessa forma para se calcular a gestão baseada no valor utiliza-se o método do fluxo de caixa livre descontado, sendo esse usado, pois apresenta fundamentados contábeis seguros, portanto, o valor de uma organização é determinado da seguinte forma: Valor de uma Organização = Valor Presente Liquido dos Fluxos de Caixa Livre Futuros + Prêmio pela Perpetuidade - Valor das Dívidas Financeiras Dessa maneira, o que influencia na construção ou destruição do valor de uma organização é o seu fluxo de caixa livre e não o lucro líquido, sendo que esse fluxo de caixa é influenciado pelos investimentos que a empresa fará e pela variação do capital de giro, capital necessário a sua operação. Portanto devemos descontar os fluxos de caixas futuros, ou seja, para trazê-los para valor presente, usa-se o custo de capital que a empresa possui e isso depende do quanto ela possui de capital próprio e de terceiros. O custo do capital também é influenciado pelo fator risco, o qual será discutido em outra aula. Em relação à perpetuidade, entende-se que uma empresa seja perpetua e para isso se faz necessário com uma equipe de gestores financeiros profissionais e envolvidos inteiramente com os objetivos da organização adotando um modelo de gestão profissional, que envolva os processos sucessórios definidos e seguros, além de estratégias claras à organização. Dessa forma podemos afirmar que o lucro, contábil é uma medida limitada da capacidade de competitividade de uma empresa, ficando geralmente referenciada a um horizonte de curto prazo. Portanto, a apuração de um resultado contábil positivo não garante necessariamente o sucesso do empreendimento, porém para se ter uma gestão de valor da organização, este deve ser medido pela atratividade econômica em remunerar o custo de oportunidade de seu investimento com um horizonte de longo prazo, que deve ser mensurado isso sim, pelo fluxo de caixa livre. 17 SAIBA MAIS Assista ao vídeo Gestão Baseada em Valor apresentado por Adriano Fabri. O mesmo de forma clara e objetiva argumenta como é necessário a utilização do fluxo de caixa para que se visualize o valor da organização. Gestão Baseada em Valor Leia o artigo “Análise das Práticas de Gestão Baseada em Valor: Um Estudo de Caso em Usina Açucareira do Brasil ” de autoria de Otávio Gomes Cabello e Claudio Parisi apresentado na Revista Contemporânea de Contabilidade. UFSC, Florianópolis, ano 05, v.1, n°9, p. 113-130, Jan./Jun., 2008. E veja um exemplo pratico de se mensurar o valor de uma organização. 18 https://www.youtube.com/watch?v=ui7Nitur7WE https://periodicos.ufsc.br/index.php/contabilidade/index Indicadores de Analise Financeira Prezados alunos, nesta aula abordaremos a importância dos índices financeiros e econômicos que mostram a capacidade de a empresa honrar seus compromissos e sua importância para o analista projetar o desempenho da organização visando um controle eficiente da área financeira trazendo à organização maior segurança nas suas decisões. Descrição de Índices Financeiros e Econômicos. Para que possamos ter uma visão apurada da situação financeirae econômica da organização faz-se necessário a utilização de conceitos que são aceito entre os principais analistas de administração financeira, um dos conceitos mais aceitos e empregados para que possamos ter um panorama da organização é a utilização de índices que meçam a desempenho da empresa, apresentaremos a concepção de três dos principais estudiosos do assunto. Para Gitman (1997), a análise de índices envolve métodos, cálculos e interpretações de índices financeiros para compreender, analisar e monitorar o desempenho da empresa buscando um controle eficiente da área financeira trazendo à organização maior segurança nas decisões financeiras e econômicas. Aula 03 19 Na concepção de Matarazzo (2010), os índices representam a relação entre um grupo de contas das demonstrações financeiras que buscam informar sobre a situação econômica e financeira da organização. Outra concepção colocada por Hoji (2003), afirma que a técnica de análise utilizando-se de índices consiste em relacionar contas ou grupo de contas visando extrair conclusões acerca da tendência da situação financeira e econômica da organização. Podem-se classificar os índices da empresa como ótimos, bons, satisfatórios ou deficientes, ao compará-los com os índices de outras empresas do mesmo ramo e porte ou com os índices do setor, publicados pelas revistas especializadas (HOJI, 2003). Os índices são um quociente entre duas grandezas, obtidos dos dados financeiros da organização fornecendo informações uteis como: 1. Instrumentar e apoiar na tomada de decisão. 1. Na comparação do desempenho financeiro econômico das organizações. 2. Na evolução do desempenho financeiro econômico de longo prazo. 1. Facilitar a análise da organização 2. Dar consistência à análise entre organizações 3. Classificar o desempenho da organização por setor. Dependendo do objetivo da análise os índices podem ser classificados de acordo com a tabela abaixo: 20 ÍNDICES OBJETIVOS Financeiros Relacionados com aspectos financeiros, ou seja, estrutura financeira, capacidade de endividamento, solvência, etc. Econômicos Relacionados à situação econômica da organização; estrutura de custo e de retorno e indicação das margens. Financeiro Econômico Relacionados a aspectos financeiros econômicos; rentabilidade do capital, rotação dos ativos, etc. Funcional Relacionados aos ciclos da organização: prazo de pagamentos, ciclo de recebíveis, etc. Técnicos Relacionados diretamente a atividade da organização; ciclo de produtividade, qualificação da mão-de-obra, etc. Tabela 1 : Índices Financeiros e Economicos De acordo com Gitman (1997), a análise de índices financeiros envolve métodos, cálculos e interpretações para compreender, analisar e monitorar o desempenho da empresa. São fundamentais para analise de índices o a Demonstração de Resultado do Exercício - DRE e o Balanço Patrimonial – BP. A seguir iremos apresentar e descrever os principais índices utilizados na administração financeira classificados por: Estrutura de Capital; Liquidez e Rentabilidade. 21 Índices de Estrutura de Capital Olá alunos! Veremos agora sobre Índices de estrutura de capital Tenha uma boa aula! Conforme Silva (2008), a estrutura de capital de uma empresa se deve a fontes de financiamentos utilizados, os fundos aplicados vêm dos proprietários da organização ou de terceiros e ambos esperam retorno sobre o valor fornecido. O retorno aos proprietários e terceiros, ocorre por meio de dividendos ou distribuição de lucros e valorização da empresa. A análise dos índices de estrutura de capital é uma fonte geradora de informações sobre investimentos e financiamentos. Aula 04 22 ESTRUTURA DE CAPITAL ÍNDICE FORMULA INDICAM ANALISE Participação de Capitais de Terceiros - PCT Capital de Terceiros - CT / Patrimônio Líquido - PL. X 100 Quanto à empresa tomou de capital de terceiros para cada $ 100,00 de Patrimônio Líquido - PL Quanto menor melhor Composição de Endividamento - CE Passivo Circulante - PC / Capitais de Terceiros – CT X 100 Qual o porcentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais Quanto menor melhor Imobilização do Patrimônio Líquido - IPL Ativo Permanente - AP / Patrimônio Líquido – PL X 100 Quanto à empresa aplicou no Ativo Permanente - AP para cada $ 100,00 de Patrimônio Líquido - PL Quanto menor melhor Imobilização dos Recursos não Correntes - IRNC Ativo Permanente - AP / Patrimônio Líquido – PL + Exigível de Longo Prazo – ELP X 100 Qual o porcentual dos recursos não correntes (PL + ELP) foi destinado ao Ativo Permanente - AP Quanto menor melhor Quadro XX - Índices Financeiros e Econômicos. Fonte: adaptado. Matarazzo (2010, p. 86). Os índices de estrutura de capital demonstram viabilidade de decisões financeiras em termos de aplicação e obtenção de recursos. Participação de capitais de terceiros - PCT: O quociente de participação de capitais de terceiros expressa em porcentagem quanto é o endividamento da empresa em relação aos fundos totais, ou seja, qual o percentual do ativo total financiado com recursos de terceiros. De acordo como Iudícibus (1998). Esse percentual não pode ser muito grande, pois aumenta progressivamente duas despesas financeiras, acabando com a rentabilidade da organização. Entretanto, isso dependerá muito da taxa de endividamento comparada com a taxa de retorno ganha pelo giro no ativo dos recursos de terceiros. Um exemplo disso é que se a taxa de despesas financeira sobre o endividamento médio continuar menor que a taxa de retorno obtida pelo uso dos empréstimos, a participação de capitais de terceiros será favorável para a organização. 23 Composição do Endividamento - CE: Esse indicador aritmeticamente deve ficar entre os valores 0 e 1, quanto menor for o quociente, menor é a concentração de dívidas no curto prazo. Imobilização do Patrimônio Líquido IPL: esse índice indica a parcela dos recursos próprios investidos no ativo permanente. Por exemplo, se o quociente for $1.200,00 aplicados no ativo permanente, quer dizer que $1.000,00 foi originado do capital próprio e $200,00 originado do capital de terceiros, indicando que a empresa opera com capital de giro de terceiros. Imobilização dos Recursos não Correntes - IRNC: Esse índice permite analisar o prazo compatível de duração do imobilizado ou qual prazo seja suficiente para a empresa desenvolver recursos para resgatar as dívidas de longo prazo. Com isso, é necessário fazer a comparação das aplicações fixas com os recursos não correntes, para verificar o percentual dos recursos não correntes destinados ao ativo circulante. 24 Índices de Liquidez De acordo com Gitman (1997), a liquidez de uma empresa é analisada pela sua capacidade de saldar suas obrigações no curto prazo. Ou seja, é a facilidade que a empresa tem de pagar suas contas em dia. No caso de ter uma liquidez baixa, a empresa deve ficar em alerta, pois futuramente poderá apresentar problemas com o fluxo de caixa e a insolvência iminente no mercado. LIQUIDEZ ÍNDICE FORMULA INDICAM ANALISE Liquidez Geral - LG AC + Realizável a L.P. / PC + Exigível a L.P. Quanto a empresa possui de AC + Realizável a L.P. para cada $ 1,00 de divida total Quanto maior melhor Liquidez Corrente - LC AC / PC Quanto a empresa possui de AC para cada $1,00 em PC Quanto maior melhor Liquidez Seca - LS Ativo Líquido – AL / PC Quanto a empresa possui de AL para cada $1,00 em PC Quanto maior melhor Quadro XX - Índices Financeiros e Econômicos. Fonte: adaptado. Matarazzo (2010, p. 86). Aula 05 25 Pode-se verificar a situação financeira da empresa, pois é a partir destes índices que ocorre o confronto dos ativos circulantes com as dívidas. Para uma empresa ter boas condições de pagar suas dívidas, deve ter bons índices de liquidez. Liquidez Geral - LG: Esse índice representa a capacidade que a empresa tem em pagar suas dívidas de longo prazo. Se o resultado do índice for superior a R$1,00 significa que ela possui bens e direitos suficientespara liquidar seus compromissos financeiros. Porém, se der menor do que R$1,00 a empresa apresenta problemas financeiros no curto prazo. Liquidez Corrente LC: Esse é considerado o melhor indicador para avaliar a situação líquida da empresa, pois relaciona o quanto de dinheiro disponível e conversível imediatamente tem a empresa em relação às dívidas de curto prazo. Por exemplo, se para cada R$1,00 de exigibilidade a empresa tem R$2,00 de recursos imediatos para liquidar com seus compromissos financeiros, indica que seu ativo circulante é maior que o passivo circulante, e além de cumprir com suas obrigações, a empresa tem uma folga de R$1,00. Liquidez Seca - LS: Esse índice é derivado da liquidez corrente e demonstra a capacidade que a empresa tem de pagar suas dívidas a curto prazo, mesmo que a empresa não consiga vender seus estoques. Calcula-se o quociente de liquidez seca quando a empresa não tem elementos para calcular a rotação dos estoques, e quando fica difícil a construção de valores para conversão em moeda. Esse fato ocorre quando, por exemplo, a empresa vende mais em algumas épocas do ano (sazonalidade), possui problemas com o mercado econômico, ocasionando queda nas vendas e, com isso, as rotações dos estoques se tornam lentas. Por exemplo, se o quociente for R$2,00 de direitos para cada R$1,00 de obrigações, significa que, mesmo sem vender seus estoques, a empresa consegue cumprir com suas obrigações de curto prazo. 26 Índices de Rentabilidade Para Gitman (1997), há inúmeras medidas de rentabilidade para uma empresa, dessa maneira devem-se avaliar os lucros que a mesma obteve em relação as suas vendas, ativos ou investimentos dos proprietários. A empresa deve ter lucro, pois, caso contrário, poderá não atrairá capital para investimento ou mesmo deixar o mercado ir à falência. Aula 06 27 RENTABILIDADE ÍNDICE FORMULA INDICAM ANALISE Giro de Ativo - GA Vendas Líquidas / Ativo Quanto a empresa vendeu para cada $ 1,00 de investimento total Quanto maior melhor Margem Liquida - ML Lucro Líquido / Vendas Líquidas X 100 Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100,00 vendidos Quanto maior melhor Rentabilidade do Ativo - RA Lucro Líquido / Ativo X 100 Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100,00 de investimento total Quanto maior melhor Rentabilidade do PL - RPL Lucro Líquido / PL Médio x100 Quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100,00 de capital próprio investido. (PL em média no período) Quanto maior melhor Quadro XX - Índices Financeiros e Econômicos. Fonte: adaptado. Matarazzo (2010, p. 86). Com a análise dos índices de rentabilidade é possível verificar os capitais investidos e, com isso, qual foi o resultado econômico da empresa. Pode-se medir a capacidade de produzir lucro do total do capital investido. Não é somente o capital próprio, mas também todos os capitais aplicados, sendo de terceiros ou próprios. 28 Giro do Ativo - GA: esse índice indica quantas vezes à empresa recuperou o valor do seu ativo por meio de suas vendas, de um determinado período. É um retorno sobre os investimentos. Algumas empresas trabalham com baixa margem, por isso precisam de muito giro para obter lucratividade. Margem Líquida - ML: esse índice indica a capacidade da empresa em gerar lucro em comparação a sua receita líquida de vendas. Rentabilidade do Ativo - RA: Representa o retorno sobre o total do ativo, independente da procedência. É a rentabilidade total dos recursos administrados pela empresa. Por exemplo, se o quociente for igual a R$800,00 indica que cada R$1.000,00 de ativo total teve R$800,00 de retorno. Este índice mostra quanto à empresa obteve de lucro líquido em relação ao ativo. Se o resultado do quociente for R$80,00 para cada R$1.000,00 investidos, quer dizer que seu lucro líquido em relação ao ativo teve aumento de R$80,00. Rentabilidade do Patrimônio Líquido - RPL: Esse índice demonstra quanto rende o capital aplicado na empresa pelos proprietários. O patrimônio médio corresponde em patrimônio líquido inicial mais o patrimônio líquido final dividido por dois. Por exemplo, se o índice resultante for de 25%, quer dizer que em relação ao PL seu lucro aumentou em 25%. Portanto, a utilização dos índices financeiros e econômicos auxilia no processo de tomada de decisão visando evitar problemas de insolvência futuros nas organizações, fornecem subsídios necessários para um acompanhamento detalhado da situação em que uma empresa se encontra em um determinado momento. 29 SAIBA MAIS Para saber mais leia o artigo que utiliza na pratica os índices econômicos financeiros para fazer uma analise de uma empresa. A Utilização de Índices Econômico-Financeiros em uma Empresa do Ramo das Autopeças: vislumbrando a internacionalização . Artigo que utiliza dos índices financeiros e econômicos para a gestão econômica buscando a análise realizada em uma empresa de comércio e prestação de serviços. Gestão Economica e Financeira: a Aplicação de Indicadores 30 https://assets.website-files.com/5d4d883ae11fbe66996a5ae4/5d4daccc7ec3664699c884c9_texto1.pdf https://assets.website-files.com/5d4d883ae11fbe66996a5ae4/5d4daced574a782dacda420a_texto2.pdf capa Aula 01 Aula 02 Aula 03 Aula 04 Aula 05 Aula 06
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