Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Por Enderson Fernandes Cardíaca Semiologia Semiologia Cardíaca Semiologia Cardíaca Enderson Fernandes Na Semiologia Cardiovascular temos a parte Cardio, que corresponde ao exame do precórdio e parte Vascular que é o exame periférico. Recomenda-se iniciar pela parte vascular que é menor e posteriormente seguir a parte cardio com ausculta e palpação. No exame vascular periférico, vai ser avaliado basicamente a simetria dos pulsos arteriais (sinais vitais), a turgência jugular e o edema. VASCULAR ❊ Simetria dos pulsos arteriais O primeiro passo é verificar a amplitude dos pulsos simétricos com o intuito de verificar se não há diferença, por uma possível obstrução parcial ou vasoconstricção, ou seja, é preciso avaliar pulso a pulso simetricamente, podendo ser unilateral comparando ou verificar os dois ao mesmo tempo Dica: Sugere seguir um roteiro, uma vez que estamos falando de TODOS os pulsos. Os pulsos a serem avaliados são: ❊ Pulsos carotídeos Ter cautela por conta dos barorreceptores no local, principalmente em idosos. ❊ Pulsos braquiais ❊ Pulsos radiais ❊ Pulsos femorais ❊ Pulsos poplíteos Pode-se ter uma dificuldade de encontrar esses pulsos, pois são mais profundos. Uma dica é segurar individualmente o joelho com as duas mãos e pesquisar profundamente a região posterior, caso ainda haja dificuldade, solicitar ao paciente para ficar em decúbito ventral e pesquisar novamente. ❊ Pulsos tibiais ❊ Pulsos pediosos Pode-se ter uma dificuldade de encontrar esse pulso. Uma dica é seguir o espaço entre o hálux e o segundo dedo, que seguindo você irá encontrar diretamente com a artéria pedioso Uma manobra muito utilizada para verificar a circulação da mão é o Teste de Allen, com ele você verifica separadamente o quanto a artéria radial e artéria ulnar está contribuindo para a irrigação da mão. Técnica: Com os dois polegares você irá ocluir as duas artérias e solicitar para o paciente abrir e fechar continuamente até que seja observado uma palidez palmar, quando isso ocorrer você libera o fluxo apenas de uma das artérias e verifica se houve perfusão adequada, ou seja se a mão voltou a ficar vermelha, depois é só repetir a manobra alternando a artéria, assim como alternando a mão do paciente. O que ainda se pode realizar nessa etapa é auscultar as carótidas em busca de sopros. Semiologia Cardíaca Semiologia Cardíaca Enderson Fernandes ❊ Turgência Jugular Na avaliação da turgência podemos indiretamente verificar o estado da pressão venosa central, ou seja, a dinâmica do coração direito. A turgência é uma dilatação provocada pelo aumento do volume. Exemplo: Na insuficiência cardíaca congestiva o raciocínio simples é que onde estiver ocorrendo um acúmulo, faca o caminho reverso do sangue para entender as complicações. Se houver uma insuficiência cardíaca direita isso irá prejudicar o retorno venoso, logo o volume nas veias aumenta, sendo assim, quanto maior o volume nas jugulares mais facilmente poderá vê-las. Obs.: Só é normal ver a turgência jugular em decúbito (por conta de que o sangue não tem mais a gravidade para auxiliar o seu retorno), se você verifica uma turgência jugular em uma posição que não deveria ter, por exemplo com paciente sentado, pode ser um sinal de insuficiência cardíaca a direita. A semiotécnica correta para verificar a turgência jugular é colocar o paciente em decúbito dorsal com a cabeceira a 45º e avaliar a altura da turgência, para isso você traça uma linha do ângulo esternal em direção ao pescoço e se a turgência ultrapassar superiormente essa linha caracteriza um Ingurgitamento jugular. ❊ Edema O Edema é resultado do acúmulo exagerado de líquido no espaço intersticial que reflete um desbalanço nas Forças de Frankstarling (resposta fisiológica de curto prazo, baseada na relação comprimento-tensão do músculo cardíaco). As características do edema são marcantes: Pele lisa e brilhosa; se você realizar uma pressão digital no local do edema pode perceber a formação de uma depressão no local que se desfaz lentamente (Sinal do Cacifo); Simetria; Sinais de Flagose (calor, rubor e dor) Categorização: Classifica-se o edema em graus de escala ascendente. Maleolar + Terço médio da perna ++ Nível do Joelho +++ Raiz da cocha ++++ Generalizada (Anasarca) Em resumo, identifica-se o edema, registra se é simétrico ou unilateral e determina o grau. Além disso pode identificar se há sinal de inflamação, que pode ajudar no raciocínio clínico posteriormente. Semiologia Cardíaca Semiologia Cardíaca Enderson Fernandes PRECÓRDIO Nessa parte da semiotécnica vamos buscar alteração na região precordial. Com o paciente em decúbito dorsal vamos iniciar a inspeção. ❊ Inspeção + Palpação De forma tangencial, avaliar o paciente pelo lado direito e se possível avaliar dos pés da cama em busca de abaulamentos, que pode ser tanto pelo aumento cardíaco quanto pelo aneurisma de aorta. O próximo passo é identificar e classificar o Ictus Cordis, que é o nome dado ao choque ápice do coração com a parede torácica, que pode ser visível e palpável, que é o nosso objetivo nesse primeiro passo. A posição habitual do Ictus Cordis é no quinto espaço intercostal na linha hemiclavicular esquerda. Então ainda na inspeção deve-se tentar visualizar uma pulsação da pele na região e também nas proximidades. E antes de determinar que não é visível, espalme a mão na região e tente identificar sua posição com a palpação e depois volta a inspecionar e confirma se realmente não é visível Agora, apenas com a palpação você irá determinar a exata posição com base nas linhas do tórax; avaliar a extensão por quantas polpas digitais você o sente. E por fim, classificar em cruzes a depender da intensidade, considerando que ++ é o normal. Dica: Em pacientes longilíneos ( o coração está mais verticalizado, sendo assim o Ictus pode estar no sexto espaço intercostal e um ou dois cm mais medial. Enquanto que nos brevelíneos é o contrário, o coração está mais horizontalizado e consequentemente o Ictus pode estar no quarto espaço intercostal e um ou dois CM mais lateral. Caso tenha dificuldade para palpar o Ictus, pode-se pedir ao paciente para se colocar em decúbito lateral esquerdo, o que vai aproximar ainda mais o coração da parede torácica e pesquisar através da palpação o Ictus. Na palpação, também se faz busca por frêmitos cardiovasculares que serão resultados de sopros cardíacos. Para isso deve-se espalmar a mão nos pontos de ausculta. ❊ Ausculta Para se realizar uma boa ausculta cardíaca precisa-se de muita prática para que se consiga reconhecer os sons e identificar quais são os achados. É importante saber e identificar os sons e os ciclos fisiológicos. O coração possui um ciclo bem determinado em que o fechamento das valvas emite um som característicos das duas primeiras bulhas. A identificação delas, na ausculta é o primeiro passo e é fundamental se quisermos reconhecer as alterações. Semiologia Cardíaca Semiologia Cardíaca Enderson Fernandes B1 (Fisiológico) Fechamento das Valvas Mitral e Tricúspide na Sístole - TUM B2 (Fisiológico) Fechamento das Valvas Aórtica e Pulmonar no final da Sístole - TA B3 (Fisiológico ou Patológico) Consequência da Ejeção Atrial – Fica mais fácil escutar com a campânula B4 (Fisiológico ou Patológico) Gênese desconhecida Semiologia Cardíaca Semiologia Cardíaca Enderson Fernandes REFERÊNCIAS Bates - Propedêutica Médica - Lynn S. Bickley. 11ª Edição. 2015. Editora Guanabara Koogan. Semiologia Médica - Celmo Celeno Porto - 7ª Edição. 2013. Editora Guanabara Koogan. Semiologia Médica - Mario López, José Laurentys Medeiros –5ª Edição. 2009. Editora Atheneu.
Compartilhar