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Semiologia Sistema Cardiovascular

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Clara Rêgo – Resumo Porto + ARTIGO DE SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR USP
SISTEMA CARDIOVASCULAR
	O exame físico do coração inclui a inspeção, a palpação e a ausculta.
	Obs: a inspeção e a palpação são realizadas simultaneamente porque os achados semióticos tornam-se mais significativos quando avaliados em conjunto. Os seguintes parâmetros são avaliados: abaulamento; ictus cordis; batimentos ou movimentos visíveis ou palpáveis; pesquisa do frêmito cardiovascular.
INSPEÇÃO
· Ictus cordis choque da ponta
· É o contato da porção anterior do ventrículo esquerdo com a parede torácica, durante a fase de contração isovolumétrica fase que o coração se aproxima da parede torácica e logo após, inicia-se a ejeção ventricular.
· Batimento do ventrículo direito linha paraesternal esquerda.
· Impulsões sistólicas.
· Abaulamentos (“curvado para fora”): visível em casos de aneurisma, cardiomegalia, por exemplo. 
PALPAÇÃO
· Abaulamento no tórax? Tenho que descobrir o porquê. Pode ser um aneurisma pulmonar, pneumotórax, cardiomegalia.
· Ictus cordis na maioria dos pacientes, com o coração a esquerda, vai estar no 5º espaço intercostal na linha hemiclavicular esquerda isso depende do biotipo do paciente.
· Batimentos palpáveis.
· Frêmito cardiovascular eu sinto um uma vibração produzida pelo coração ou vasos (segundo o Porto, “como palpar o pescoço de um gato que ronrona”). Quando eu encontrar o frêmito, vou investigar três características:
1. Localização;
2. Situação do ciclo cardíaco (avaliando assim se então compatíveis com o ciclo);
3. Intensidade.
Obs: os frêmitos correspondem aos sopros e sua ocorrência tem grande significado para a clínica.
ICTUS CORDIS
	Características que precisam ser avaliadas do ictus:
· Localização varia com cada biotipo você, médico, precisa anotar em qual posição ele está. Geralmente é encontrado no quarto ou quinto espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular. Já no decúbito lateral esquerdo, pode sofrer um deslocamento em direção à axila.
	Obs: quando temos alguma dificuldade de sentir o ictus, como em pacientes com tórax em tonel, o colocamos virado para o lado esquerdo, assim fazendo com que o coração fica mais facilmente “palpável”.
	Obs2: a determinação da localização do ictus pode ser extremamente dificultada em algumas doenças pulmonares, como o enfisema pulmonar, em que ocorre hiperexpansão do tórax e interposição de tecido pulmonar entre o coração e a parede torácica.
· Extensão: duas polpas digitais.
· Intensidade: impulsivo ou pouco impulsivo (a força que a gente sente batendo na parede do abdomem);
· Mobilidade: ele pode mudar de 1 – 2 cm.
· Frequência cardíaca ritmo do ictus.
AUSCULTA
	Essencial para a semiologia cardíaca. Precisa ser feita em um ambiente silencioso; paciente em decúbito dorsal; tórax descoberto; e o médico à direita.
· Podemos fazer o paciente mudar de posição, fazendo assim mais fácil a ausculta de determinada área do coração:
· A posição padrão é o decúbito dorsal
· Podemos pedir para o paciente se inclinar para frente, assim ouvimos melhor a base do coração.
· Em decúbito lateral esquerdo com a mão na cabeça, o médico consegue ouvir fenômenos da área mitral. Por isso, às vezes, B3 é mais audível em decúbito lateral esquerdo.
	Obs: nessa posição também é melhor ouvido o sopro diastólico da estenose.
· Em pé e debruçado, na mesa de exame posição usada quando há hipofonese das bulhas ou quando se quer exacerbar o som da base do coração. Assim o coração fica mais próximo da caixa torácica, tornando os sons mais audíveis.
· Usar estetoscópio do tipo membrana campânula. 
· Membrana pega frequências mais agudas.
· A campanula pega as mais graves B3, B4, ruflar.
· Foco de ausculta:
· Focos de ausculta não correspondem às localizações anatômicas! Lembrar disso.
· Foco MITRAL: localizada no 5º espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular corresponde ao ictus cordis. Nessa área são melhor escutados bulhas e sopros originados na valva mitral.
· Foco PULMONAR: localiza-se no 2º espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno. Essa é a melhor área para ouvir B2. Obs: sons originados nas valvas pulmonares são muito pouco irradiados, de forma que são estudados apenas no foco pulmonar.
· Foco AÓRTICO: localizado no 2º espaço intercostal esquerdo, justaesternal. Contudo, o melhor local para perceber fenômenos de origem aórtica é entre o 3º e 4º espaço intercostal.
· Foco TRICÚSPIDE: corresponde à base do apêndice xifoide, ligeiramente para a esquerda. Obs: os sopros sistólicos indicando insuficiência tricúspide são mais percebidos nas proximidades da área mitral.
BULHAS
· B1: TUM
· Sons gerados pela vibração dos folhetos após seu fechamento. Primeiro componente é o fechamento da válvula mitral e seu segundo componente é a válvula tricúspide.
· Coincide com ictus cordis e o pulso carotídeo.
· Mais intenso no foco MITRAL. 
· Timbre grave.
· Indica inicio da sístole ventricular.
· B2: TA
· Som gerado pelo fechamento da válvula aórtica e pulmonar.
· O componente aórtico é escutado em toda região precordial, já o pulmonar, apenas no foco pulmonar.
· Pode ocorrer desdobramento fisiológico durante a inspiração TUM-TRÁ ao inspirar, os componentes da segunda bulha se afastam. Ele é geralmente encontrado em todas as crianças:
· Resulta do aumento da negatividades intratorácica durante a inspiração que se acompanha de maior enchimento do ventrículo direito, por isso, o desdobramento só ocorre na inspiração.
· Timbre agudo.
· Em condições normais, B2 é mais intenso nos focos de base (aórtico e pulmonar). Em crianças B2 tem maior intensidade no foco pulmonar, e em adultos e idosos no foco aórtico.
· B3: TA
· Ruído protodiastólico de baixa frequência que se origina das vibrações da parede ventricular subitamente distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade na hora do enchimento ventricular rápido.
· B3 é escutado geralmente em grávidas e crianças.
· Pode ser fisiológica ou pode ser por uma patologia, como é o caso da insuficiência cardíaca – B3 é um marcador de sua gravidade. “Como saber isso? A clínica é soberana” – Bárbara.
	Obs Marcela: B3 está relacionada ao aumento de volume no corpo.
· Mais audível na área mitral, com paciente em decúbito lateral esquerdo.
· B4: TUM
· Ocorre na telediástole e é gerado pela desaceleração da coluna sanguínea que é impulsionada pelos átrios na sua contração. É originada pela desaceleração do fluxo sanguíneo mobilizado ao encontro do sangue com o interior do ventrículo pouco complacente.
· É um achado comum na doença isquêmica do coração e na miocardiopatia hipertrófica. Pode ser fisiológica em crianças.
SOPROS
	Ao se constatar um sopro, o mesmo deve ser descrito baseando-se nos seguintes parâmetros.
1. Localização no ciclo cardíaco (sistólico, diastólico ou sistodiastólico)
2. Formato;
3. Localização – foco (onde ele é mais audível).
4. Irradiação;
5. Timbre e frequência;
6. Intensidade;
7. Efeitos de manobras sobre o sopro.
	Obs: Manobras de valsava aumenta pressão.
4 PERGUNTAS:
	Perguntas que devemos fazer SEMPRE ao se realizar ausculta cardíaca:
1. Quantas são as bulhas? Esperamos escutar duas, normalmente.
2. Como são as bulhas? Hipofonética, afonética, rítmica, arrítmica...
3. Existem ruídos? Sopros ou atrito.
4. Qual a relação entre a relação com as bulhas e os ruídos com o ciclo cardíaco? São: sistólico? Diastólico?
DESCRÇÃO DO EXAME NORMAL:
· Bulhas rítmicas, normofonéticas em dois tempos, sem sopros.
OU
· B1 e B2 normais. Sem bulhas extras. Sem sorpros. Rítmico cardíaco regular.
PALPAÇÃO DE PULSOS ARTERIAIS:
	O pulso, no contexto biológico, aplicado ao sistema cardiovascular, é definido como qualquer flutuação periódica no sistema, causada pelo coração. A cada batimento, normalmente, deve-se detectar o pulso arterial, correspondente.
	Localizazção: carotídeo, temporal, braquial, radial, ulnar, abdominal, femoral, poplíteo, tibial posterior e pedioso.
	Características que devemos investigar e sempre comparando os dois lados.
· Frequência facilmente determinada pela palpação do pulso em qualquer sitio.· Ritmo deve-se avaliar se este é regular ou irregular.
· Simetria percepção da amplitude dos pulsos palpáveis em comparação com o mesmo pulso contralateral. Essa análise oferece subsídios para o diagnóstico de situações como obstrução arterial, crônica e de doenças vasculares, periféricas.
· Formato difícil percepção e exige muita prática. A diferenciação de tipos de formato de pulso é muito úteis para avaliação de algumas doenças.
· Amplitude classificada como normal, aumentada ou reduzida.
PERFUSÃO PERIFÉRICA
	A avaliação da perfusão sanguínea periférica, durante o exame físico, é extremamente valiosa para determinação da presença de débito cardíaco, adequando às necessidades metabólicas do organismo. 	
	O enchimento do leito vascular das extremidades é avaliado com a compressão da polpa de um ou mais dígitos, o que ocasiona um esvaziamento da microvasculatura daquela região. Com a liberação da compressão, o dedo meio esbranquiçado vai voltando para a cor normal.
	Então no exame físico, vamos avaliar o tempo de reenchimento capilar. Aplico uma pressão firme com deslizamento para a parte distal da falange distal do quarto dedo (indicador) por pelo menos 5 segundos. Primeiramente, sob observação visual direita com uso de um cronometro para medir o tempo que ele demora para voltar a cor normal = tempo de reenchimento capilar.
	Em lactentes desnutridos e desidratados, manter a mão da criança fechada e comprimida por 15 segundos.
· Perfusão periférica NORMAL: até 3 segundos.
· Prejudicado: 3 até 5 segundos.
· Grave > 5 segundos perfusão lentificada.
SISTEMA VENOSO
	Devido ao fato do sistema venoso estar submetido a um regime de pressão muito menor, comparado ao sistema arterial, a avaliação do pulso venoso é realizada quase que exclusivamente através da inspeção. Isso quer dizer que o pulso nervo é visível, mas não é palpável. 
· Turgência de jugulares normalmente, uma pessoa sem patologia ao ficar em pé, não é possível ver sua jugular; já se essa pessoa for colocada deitada, verei a sua jugular túrgida. Como avaliar isso?
· Colocamos a sua cama do paciente numa inclinação que seja possível ver a pulsação venosa. Em pessoas sem patologia, no ângulo de 45° torna a pulsação não perceptível, pois ângulos menores que esse (pessoa deitada), elevam o pulso para o interior do tórax, tornando-o não perceptível em ambas as situações. 
· Em uma situação patológica, mesmo o paciente sentado ou em pé, caso a pressão venosa central esteja elevada, o pulso será perceptível independente se a pessoa está em pé ou deitada.
· Edema de MMII TÍPICO DE CARDIOPATA! (Marcela: “você é obrigado a pensar em cardiopatia ao ver um edema de MMII).
· Paciente no final do dia, pós ficar muito tempo em ortostase, o retorno venoso está diminuído né? Então esse sangue vai para o terceiro espaço = causando o edema.
	Obs Marcela: um nefropata tem edema típico de face!!!!! Aparece na manhã.
· Dermatite ocre são manchas nas pernas. Elas são causadas pela insuficiência venosa periférica (varizes). A insuficiência acaba causando uma hipertensão venosa, de modo que há extravasamento plasmático para o subcutâneo hemácias (são cheias de ferro) saem para fora do vaso, e acabam sendo degradadas.

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