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Neurologia – FMBM Dr. Ciciarelli Pamela Barbieri – T23 1 Composição do sono: estágios REM e nãoREM (rapid eye moviment): O sono possui ciclos de aprofundamento e superficialização. Cada ciclo dura cerca de 70-90 minutos, tendo por volta de 4-5 ciclos por noite de sono. Polissonografia. Predominância de ondas beta no sono REM. Neurologia – FMBM Dr. Ciciarelli Pamela Barbieri – T23 2 Classificação dos distúrbios do sono: →Dissonias Intrínsecas: – Insônia psicofisiológica, má percepção do sono, insônia idiopática, narcolepsia, hipersonias, apneias (SAOS), movimentos periódicos dos membros (MPM), síndrome das pernas inquietas, etc. Extrínsecas: – Má higiene do sono, privação crônica, dependência de hipnóticos ou estimulantes, etc. Distúrbios do ritmo circadiano – Sínd. Atraso de fase, “jet-lag” , “shift work”. →Parassonias Distúrbios do despertar – despertar confusional, sonambulismo, terror noturno Distúrbios da transição do sono vigília – distúrbios de movimentos rítmicos, mioclonias do sono, sonilóquio, cãibras noturnas. Parassonias do sono REM – pesadelos, paralisia do sono (acorda durante o sono REM), distúrbio de comportamento do sono REM, etc. Outras parassonias – bruxismo, enurese, ronco primário. →Distúrbios do sono associados a outras doenças Distúrbios psiquiátricos – psicose, dist. humor, dist. ansiosos. Distúrbios neurológicos – demência, parkinsonismo, insônia familiar fatal, epilepsias relacionadas ao sono, cefaleias relacionadas ao sono, etc. Outras doenças – doença do sono, isquemia noturna cardíaca, DPOC, asma relacionada ao sono, RGE relacionado ao sono, fibromialgia, etc. →Distúrbios do sono propostos Dormidor curto Dormidor longo Hiperhidrose do sono Distúrbios do sono relacionado ao ciclo menstrual Distúrbios do sono relacionado à gravidez INSÔNIA: Dificuldade de iniciar ou manter o sono, sensação de sono não restaurador → Cansaço físico e mental, irritabilidade, alteração da concentração e da memória → Alteração da capacidade produtiva, do convívio social e familiar: comprometimento da qualidade de vida. 30 a 35% dos adultos 10 a 15% com quadro crônico e severo Piora com a idade Mulheres mais afetadas Pessoas separadas e viúvas Causas: Ansiedade (dificuldade de iniciar) Depressão (dificuldade de manter) Insônias reacionais (reagindo a uma situação vivenciada) Insônia psicofisiológica (preocupação excessiva com o horário de acordar e consciência da necessidade de Neurologia – FMBM Dr. Ciciarelli Pamela Barbieri – T23 3 dormir). Insônia secundária a outros distúrbios do sono (apneia do sono, síndrome das pernas inquietas). Insônia secundária a substâncias e medicações Outras doenças: dor crônica, asma, DPOC “Falsas” insônias Dormidores curtos Alterações de ritmo circadiano Má percepção do estado de sono Avaliação clínica: Consulta médica – anamnese; caracterizar tipo de sono... Medicação em uso – se algum medicamento pode ser fator causal. Exames de sangue – avaliação de hormônios tireoidianos; glicemia. Polissonografia Tratamento: Higiene do sono SEMPRE! Desmistificação Tratamento de causas (insônias secundárias, como por ex: na depressão, a insônia é um sintoma) Terapia Medicações para dormir Higiene do sono: Horários regulares para dormir e acordar Cama é lugar para dormir Ambiente saudável (silêncio, escuro, agradável) Jantar moderadamente Atividade física regular, até às 18h00 Atividade relaxante no período noturno Evitar uso de substâncias estimulantes após às 18h00: coca-cola, guaraná, cigarro, café, chá preto e chá mate Evitar bebidas alcoólicas em excesso Evitar cochilos durante o dia Evitar levar problemas para cama Preocupação excessiva com o horário de acordar Medicações para dormir Prós: Insônia crônica Uso ocasional Contras: Dependência Tolerância Alteração da arquitetura do sono “Ressaca” Alteração da memória Quedas Efeitos colaterais Quando utilizar? Higiene do sono insuficiente Causas de insônia foram tratadas Paciente bem orientado Efeitos colaterais analisados Plano de tratamento Reavaliações regulares Neurologia – FMBM Dr. Ciciarelli Pamela Barbieri – T23 4 Hipnóticos não benzodiazepínicos; menor taxa de dependência em relação aos bzd, interferem menos na arquitetura do sono. Medicações: Zolpiden Eszopiclone Trazodona Midazolan (BZD) →SÍNDROME DA APNEIA/HIPOPNEIA OBSTRUTIVA DO SONO (SAOS) Definição: Oclusões recorrentes de forma completa ou parcial da faringe durante o sono, levando a diminuição do fluxo aéreo, com repercussões variáveis. Hipersonolência diurna, sono não restaurador, múltiplos despertares, fadiga e dificuldade de concentração. Fatores de Risco: 2 a 4% da população entre 30 e 60 anos 11% dos idosos Obesidade Sexo masculino Presença de roncos História familiar Idade avançada VAS: normal x SAOS Mallampati III e IV também tem mais chance ter apneia. →Sintomas Diurnos: sonolência, alt. cognitivas, transtornos do humor, cefaleia matinal, sono não reparador. Noturnos: roncos, respiração bucal, despertar com sufocamento, apneias testemunhadas, sono agitado, nictúria, insônia. Polissonografia: 5 apneias por horas – normal; 5-15 apneia leve; 15-30 moderada; acima de 30: grave. Avaliação: Ondas cerebrais Movimentos oculares Respiração Frequência cardíaca Neurologia – FMBM Dr. Ciciarelli Pamela Barbieri – T23 5 Atividade muscular Saturação do oxigênio PSG normal. Apneia/hipopneia. 3 despertares/min na apneia; SatO2: 77%. Hipnograma na SAOS: Sono fica praticamente em 1 e 2, porque na hora de realizar relaxamento muscular, entra em apneia. Complicações SAOS • Hipertensão arterial sistêmica • Insuficiência cardíaca • Arritmia cardíaca • Insuficiência coronariana Neurologia – FMBM Dr. Ciciarelli Pamela Barbieri – T23 6 • Hipertensão pulmonar • Acidente vascular cerebral isquêmico • Doenças endócrinas • Doença do refluxo gastroesofágico • Transtornos cognitivos • Cefaleia • Acidentes automobilísticos e ocupacionais Tratamento: Objetivos: Melhorar a qualidade do sono (arquitetura e microarquitetura). Melhorar capacidade de manutenção da vigília. Reduzir impacto sobre as funções cognitivas e o humor. Minimizar risco cardiovascular associado. Melhorar a qualidade de vida. Tratamento: Perda de peso Cirurgia bariátrica (obesidade mórbida) Agentes farmacológicos: Modafinil Suplementação de oxigênio Corticosteróide nasal Treinamento posicional Dispositivo intraoral (apneias moderadas). CPAP (apneias moderadas/graves). Faz pressão positiva contínua que não deixa a língua cair sobre a faringe. Monitorização objetiva da utilização:Follow-up médico e técnico Sistema de umidificação aquecida Programa educacional Efeitos colaterais BiPAP NARCOLEPSIA Tétrade de sintomas: sonolência diurna excessiva, cataplexia, paralisia do sono, alucinações hipnagógicas. Início do quadro: fatores de desencadeantes: →Cataplexia: 60 % dos pacientes 5 anos após início da sonolência diurna em 2/3 dos pacientes Quase patognomônico Perda súbita do tônus bilateral, causada por reações emocionais, sem perda da consciência, curta duração, com resposta a clomipramina/imipramina. Intensidade variável, um terço dos pacientes apresentam queda ao solo Baixa morbidade Neurologia – FMBM Dr. Ciciarelli Pamela Barbieri – T23 7 Diagnóstico: teste das múltiplas latências – cronometra quanto tempo demora para chegar em cada estágio do sono. Paciente com cataplexia atinge sono REM precocemente: →Paralisia do sono: 60 % dos pacientes 4 % das pessoas normais Episódios breves de incapacidade de se mover durante o processo de adormecer (hipnagógica) ou, mais comumente ao despertar (hipnopômpica). Frequência variável Desconforto respiratório e opressão torácica Desencadeada por stress, privação de sono. Tratamento: Sonolência diurna: Estimulantes: metilfenidato, anfetamina, modafinil Cataplexia: ADs: imipramina, clomipramina, fluoxetina, sertralina, venlaflaxina. →SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS Desconforto e necessidade de mover os MMII. Mais comumente durante a noite, em repouso. A maioria dos pacientes com SPI tem dificuldade de iniciar ou manter o sono. Dosar: ferro sérico, função tireoidiana, hepática e renal, vit B12. Tto: pramipexol (agonista dopaminérgico), pregabalina. PARASSONIAS Distúrbios do despertar →SONAMBULISMO: Comportamento automático, com variável complexidade e duração. Automatismos: deambular, arrumar móveis, urinar em locais impróprios, sair de casa e até dirigir um carro. Paciente permanece com os olhos abertos, sem ocorrer comunicação. Início 15 a 120 minutos após início do sono Neurologia – FMBM Dr. Ciciarelli Pamela Barbieri – T23 8 →TERROR NOTURNO: Episódio inicia-se por grito, associado com manifestação autonômica intensa (midríase, taquicardia, taquipnéia). Duração de poucos minutos. Atividade motora exuberante. Inconsolável. Amnésia total ou parcial para o evento, sem lembrança de sonhos. Mais comum no sexo masculino. Tratamento: Orientação Fatores precipitantes: privação de sono, drogas. Despertar programado. Tratamento medicamentoso: Clonazepam, Imipramina. Trazodona, paroxetina →PARALISIA DO SONO: Definição: Paciente está desperto porém paralisado, dura menos de 30 segundos, ocorre na fase REM. Tratamento: Conter ansiedade; higiene do sono (evitar privação de sono). Antidepressivos tricíclicos. →ENURESE NOTURNA: Micção involuntária recorrente que ocorre durante o sono, sendo mais comum em crianças que apresentam distúrbios do sono. Controle vesical entre 3 e 5 anos 5 anos: M/F = 3/2 6 anos: 10 a 25% das crianças apresentam enurese 10 anos: 5% 15 anos: 1% Noturna X diurna (80% not., 5% diurna, 15% not. e diurna) Primária X secundária (primária: 90%) Tratamento: Orientação aos pais e à criança: treinamento vesical. Sistema de alarme (eficácia de 75%). DDAVP Imipramina (efeito colateral retenção urinária) →ATRASO DE FASE DE SONO: Dificuldade de iniciar o sono e acordar em horários convencionais, com tendência a dormir tarde (0h a 6 h). Insônia crônica (5 a 10%) Mais comum em adolescentes e adultos jovens Privação crônica parcial de sono Absenteísmo Baixo rendimento escolar Quadros depressivos/ansiosos associados Tratamento: Diário de sono, higiene do sono. Cronoterapia Atraso do horário de dormir (3 hs/dia): Limitar aparelhos que emitem luz à noite; Luz brilhante no período da manhã. Melatonina 0,5-5 mg, 2-4 horas antes de dormir.
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