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Distúrbios do Sono

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 O sono é um estado comportamental reversível 
(diferentemente do coma, que é irreversível) de 
percepção do desligamento e da falta de resposta 
ao meio ambiente. 
 É um processo ativo que envolve múltiplos e 
complexos mecanismos fisiológicos e 
comportamentais simultaneamente em vários 
sistemas e regiões do SNC. 
 Cronobiologia: estuda os ritmos biológicos do sono, 
que se dividem de acordo com a duração. 
 O ritmo do sono é o circadiano (ocorre em 24 
horas), como o ciclo sono-vigília. Outros são os 
infradianos (menos de 24 horas, como o ciclo dos 
batimentos cardíacos), ultradianos (mais que 24 
horas, como o ciclo menstrual). 
 
 Relógio biológico 
 Grupo de células que apresentam oscilação 
funcional automática. 
 Os relógios biológicos transmitem a sua 
ritmicidade a outras células do corpo. 
 O relógio hipotalâmico é o núcleo 
supraquiasmático, que é aquele que gera o ritmo 
acoplado ao ciclo noite-dia. 
 A luz é o estímulo temporizador principal dos 
ritmos circadianos, e influencia o marca-passo 
por meio das fibras retino-hipotalâmicas. 
 O sono normal compreende 2 estágios: sono REM 
e NREM. Normalmente, inicia-se com o sono NREM 
e é alternado ciclicamente com sono REM (em 
média 4 vezes). 
 Sono REM (20-25%): atividade elétrica cerebral 
rápida semelhança a vigília, acontecendo após um 
tempo médio de 70-90 minutos de sono. 
 Movimentos rápidos dos olhos (surtos); 
 Atonia muscular total; 
 Atividade rápida do eletroencefalograma; 
 Sonhos vividos (80% dos despertares). 
 Sono NREM: é composto de 3 estágios (I, II e III), é 
o limiar do despertar, possui mínima atividade 
mental e algum tônus muscular. 
 Fase I (5%): sono leve. 
 Fase II (50%): sono médio. 
 Fase III e V (20-25%): de ondas lentas. 
 
 Sono x idade 
 
Faixa etária Idade Tempo de sono 
Bebês 0-2m 
2-12m 
10,5 – 18 h 
14-15h 
Crianças 12-18 m 
18-3 a 
3-5 a 
5-12 a 
13-15h 
12-14h 
11-13h 
10-11h 
Adolescentes 9,5h 
Adultos/idosos 7-9h 
 
Em adultos, menos de 7,5h já é uma situação de 
privação, exceto nos dormidores curtos, que se 
satisfazem com mais ou menos 5 horas de sono. 
 Sonolência durante o dia; 
 Prejuízo no trabalho; 
 Maior possibilidade de acidentes. 
 Clínico: 
 Você está satisfeito com o seu sono? (avaliando 
transtornos por insônia) 
 Você anda sonolento durante o dia? (avaliando 
a sonolência excessiva) 
 O seu cônjuge/parceiro ou seus pais se queixam 
do seu sono? (avaliando as parassonias) 
 História 
 Quando os sintomas começaram e qual o padrão 
dos sintomas; 
 Agenda diária típica do paciente. 
 Sintomas associados a fatores médicos, 
ocupacionais ou ligados ao estresse; 
 O que alivia e agrava os sintomas; 
 O que acontece nos fins de semana e nas férias; 
 Qual o impacto dos sintomas na vida diária; 
 Saber se a higiene do sono é adequada. 
 Exame físico, neurológico, otorrinolaringológico: 
tamanho do nariz, desvio de septo, hipertrofia dos 
cornetos, obstrução nasal, língua volumosa (índice 
de Mallampat). 
 Polissonografia: investigação de roncos e apneias 
obstrutivas, investigação de sonolência excessiva 
diurna, investigação de comportamentos ou 
movimentos anormais durante o sono. 
Tipos de polissonografia 
Tipo 1: completa em laboratório 
Tipo 2: completa domiciliar 
Tipo 3: cárdio respiratória 
Tipo 4: oximetria e fluxo nasal 
 
 É a percepção de sono insatisfatório, relacionada à 
quantidade e/ou qualidade do sono, associada a 
consequências diurnas. 
 Está associada à perda de controle sobre o sono, o 
que intensifica a ansiedade antecipatória da hora de 
dormir. 
 Na maioria das vezes a causa é multifatorial. 
 É muito prevalente (1/3 da população), sua 
frequência aumenta com a idade, é mais comum em 
mulheres (4:3), 50% do 1/3 possui insônia grave. 
 Pode ser inicial, manutenção e terminal. 
 Complicações da insônia: alterações no humor, 
irritabilidade, dificuldade de relacionamento, 
dificuldade em interagir, sentimentos de baixa-
estima e incompetência, sonolência diurna, cansaço 
excessivo e fadiga, experiencia de falta de controle 
sobre o sono, baixo raciocínio, depressão, 
problemas de memória, aumento da obesidade, 
risco de diabetes, hipertensão arterial, risco de DCV. 
 Classificações 
 Aguda ou crônica 
▪ Aguda (< 1 mês) ou crônica (> 1 mês). 
▪ A aguda possui um fator estressor “novo”. 
▪ A crônica possui fatores que são 
perpetuados. 
 Psicofisiológica: está ligada aos maus hábitos. 
 Paradoxal: má percepção do tempo de sono, por 
exemplo, o paciente dorme 9 horas mas acha 
que dormiu 3 horas. 
 Idiopática/Genética 
 Devido a transtornos mentais 
 Higiene de sono inadequada 
 Comportamental da infância 
 Uso de drogas ou substâncias 
 Devido a condições médicas 
 O diário de sono é a principal ferramenta para 
investigar o sono. 
 Tratamento 
 Depende da causa. 
 Geralmente, inicia pelo tratamento não 
farmacológico. 
▪ TCC de 4-8 semanas: é mais comum nos 
pacientes hiperalertas e insônias crônicas. 
Trabalha a higiene do sono, restrição do sono, 
controle de estímulos, relaxamento 
progressivo. Geralmente, está associada à 
retirada de um medicamento. 
 Tratamento medicamentoso 
▪ Antidepressivos de ação sedativa: são 
indicados principalmente na insônia de 
manutenção, pela sua ação mais longa. A 
dose para tratar a insônia é menor do que a 
do tratamento de depressão, até porque 
alguns medicamentos em altas doses não 
possuem efeito colateral de sonolência. 
Exemplos: Amitriptilina, Trazadona, 
Nortriptilina e Mirtazapina. 
Cuidado com os antidepressivos SEM ação sedativa, 
pois eles podem, inclusive, piorar o quadro de insônia 
do paciente. 
▪ Anti-histamínicos: são mais restritos às 
crianças, pelo seu efeito mais leve. É utilizado 
em um curto período de tempo e não é 
indicada em insônia crônica. 
▪ Melatonina: possui a função de regular o 
relógio biológico (não indutor de sono). 
Posologia de 5-10 mg/dia no início da noite 
(19-20h). 
▪ Não benzodiazepínicos indutores do sono: 
são medicamentos gabaérgicos específicos 
no receptor A. São os mais utilizados pela 
quantidade menor de efeitos colaterais. São 
indicados na insônia inicial e de manutenção. 
Exemplo: Zolpidem, Eszopiclone e Zaleplon. 
▪ Benzodiazepínicos: indicados em pacientes 
com transtornos psiquiátricos associados 
como a principal causa da insônia. Não é 
usado em uso contínuo pelo neurologista, 
sendo necessário por até 3 meses. É 
necessário associar outro medicamento para 
tratar a doença de base. Exemplos: 
Clonazepam, Diazepam, Alprazolam, 
Lorazepam, Priazolam. 
▪ Fitoterápicos (Valeriana/Passiflora): 
possuem efeito sedativo leve, e são indicadas 
em insônias iniciais (dificuldade de iniciar o 
sono), de gravidade leve. 
 Características 
 Síndrome da fase atrasada do sono ou Síndrome 
da fase adiantada do sono: paciente dorme 3-4 
horas e acorda 12h. 
 Ciclo sono vigília de não 24 horas. 
 Padrão irregular do ciclo sono-vigília. 
 Pode ocorrer na síndrome da mudança de fuso 
horário. 
 Tratamento: medicamentoso com melatonina ou 
indutores do sono + cromoterapia + TCC. 
 Cronoterapia: pedir para o paciente 
retardar/avançar o ciclo de sono em algumas horas 
diariamente, de forma rigorosa. Isso faz com que o 
relógio dele vá se adaptando em 3 semanas – 1 mês. 
 Exposição à luz brilhante do sol logo após o 
despertar (para despertar mais cedo) ou luz branca 
entre 19-21h (para dormir mais tarde). 
 Induzida: privação de sono, álcool, hipnóticos, 
medicamentos, fatores ambientais. 
 Primárias: SAOS, narcolepsia, idiopática, 
movimentos periódicos (síndrome das pernas 
inquietas). 
 Secundárias: neurológica, psiquiátrica, infecciosa, 
metabólica, endócrina, pós traumática. 
 Atenção com os dormidores longos: precisam de 8-
9 horas de sono por dia. 
 Narcolepsia 
 Transtorno neurodegenerativocrônico, de 
etiologia autoimune, genética e ambiental, 
caracterizado por: sonolência excessiva, 
cataplexia (perde o tônus muscular rápido sem 
perda da consciência), alucinações 
hipnagógicas, paralisia do sono e sono noturno 
fragmentado. 
 Geralmente começa na adolescência. 
Paralisia do sono: ao acordar durante a fase REM, o 
ritmo cerebral do paciente volta ao normal, mas ainda 
não houve despertar do seu tônus muscular. Isso 
acontece em alguns segundos. 
 Diagnóstico: polissonografia (sono REM precoce 
e em maior quantidade) + teste das latências 
múltiplas do sono + dosagem de hipocretina no 
LCR + pesquisa de HLA (a níveis de pesquisa). 
 Tratamento: sintomático com estimulantes do 
SNC (metilfenidato/ modafilina) + 
antidepressivos tricíclicos que reduzem sono 
REM e a cataplexia. 
 
 Causas em adultos: obesidade, sedentarismo, 
tabagismo, REG, rinites crônicas, alterações 
estruturais da nasofaringe. 
 Causas em crianças: obesidade, alterações 
estruturais e hipertrofias das amigdalas/adenoide. 
 Sintomas nos adultos: ronco (primeiro sintoma), 
sono não reparador, despertar noturno frequente, 
paradas momentâneas da respiração durante o 
sono, distúrbios cognitivos, irritabilidade, fadiga, 
nictúria, cefaleia matinal e sonolência diurna 
excessiva (mais prevalente). 
 É um fator independente de risco de AVC. 
 Diagnóstico: IAH > 5 + Polissonografia. 
 
 Tratamento: 
 Cessar tabagismo 
 Redução de peso/ atividade física 
 Higiene do sono/ decúbito lateral 
 Medidas contra refluxo 
 Outros: fonoaudiologia, aparelhos intra-orais, 
tratamento de rinites/obstruções nasais, 
cirurgias otorrinolaringológicas (indicações 
restritas). 
 Quando moderadas e graves: CPAP/BIPAP. 
 São patologias que ocorrem na transição entre sono 
e vigília, devido à sobreposição ou dissociação 
destes estados, levando a comportamentos 
indesejados. 
 São mais frequentes em crianças e adolescentes. 
 É importante o diagnóstico diferencial com crises 
epilépticas. 
 São classificadas de acordo com o estágio dono 
sono: 
 Distúrbios na transição do sono-vigília; 
 Relacionados ao sono NREM; 
 Relacionados ao sono REM. 
 Sonambolismo 
 Acomete ¼ da população pediátrica. 
 Movimentos automáticos complexos. 
 Dura 20-30 minutos. 
 É pouco responsivo a estímulos externos. 
 Possui amnésia dos eventos. 
 Costuma desaparecer com o amadurecimento. 
 Possui risco de traumas ou homicida. 
 O uso de benzodiazepínicos não é sempre 
necessário, apenas em situações maior 
gravidade, e também podemos indicar a TCC. 
 Sonilóquio 
 É o hábito de falar durante o sono. 
 Pode ser uma fala coerente ou não. 
 Possui amnésia do evento e não desperta o 
paciente. 
 Está associada a outras parassonias. 
 Não existe tratamento. 
 Terror noturno 
 Início súbito, com grito intenso, associado a 
descarga adrenérgica, durante entre 3-5 
minutos. 
 Mais comum em criança e adolescente. 
 Pode ser desencadeada por febre, privação de 
sono ou fármacos que deprimem o SNC. 
 Cessa espontaneamente, independente de 
interferência externa. 
 Diagnóstico diferencial: crise de ansiedade. 
 Tratamento com benzodiazepínico quando 
muito frequente. 
 Distúrbio comportamental do sono REM 
 É frequente em idosos com doenças 
neurodegenerativas. 
 Ausência de atonia do sono REM e aumento do 
tônus muscular. 
 “Encena” sonhos. 
 Comportamentos bizarros e/ou violentos. 
 Tratamento: benzodiazepínicos, melatonina e 
agonistas gabaérgicos. 
 Pesadelos 
 Sonhos de conteúdo aterrorizante e memória 
detalhada do ocorrido. 
 Ocorrem entre a segunda metade e o terço final 
da noite. 
 Mais frequentes no gênero feminino. 
 Ligados a períodos de tensão física e/ou estresse 
emocional. 
 São precipitados por drogas que afetam a 
secreção de serotonina ou noradrenalina. 
 O ideal é remover causa subjacente e fazer 
higiene do sono. 
 Síndrome das pernas inquietas 
 Uma desordem motora sensorial comum, mas 
frequentemente não diagnosticada. 
 É caracterizada por uma necessidade irresistível 
ao movimento, muitas vezes com sensações 
desagradáveis nas pernas e um profundo 
impacto negativo sobre o sono. Ocorre antes do 
paciente dormir, ou seja, dificulta o início do 
sono. 
 Podem ser associados ou não aos movimentos 
periódicos de membros inferiores: sintomas de 
micro despertares frequentes e percepção pelo 
companheiro de sono, movimentos dos MII 
durante o sono. 
 Formas primárias: inicio precoce (antes 45 anos) 
com evolução mais lenta OU inicio tardio de 
evolução mais rápida. 
 Formas secundárias (gravidez, insuficiência 
renal, carência de ferro, neuropatias, doação de 
sangue, uso de medicações): início tardio e sem 
associação familiar, geralmente há melhora com 
a resolução da condição associada. 
 Diagnóstico é clínico + polissonografia (caso 
suspeita de MPMI). 
 Tratamento: etiológico (reposição de ferro, 
controle do diabetes e insuficiência renal) e/ou 
sintomático (agonistas dopaminérgicos –
Levodopa –, opioides ou gabaérgicos – 
Gabapentina –).

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