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DIREITO PENAL APLICADO II Aula 3 - Lei das Organizações Criminosas (Lei 12 850 13)

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12/10/2021 22:51 Disciplina Portal
https://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=484C243A2040B6F19DC4C37E037D5F6153FF98C05CDDA4EB2320A56E… 1/19
Direito Penal Aplicado II
Aula 3 - Lei das Organizações Criminosas (Lei
12.850/13)
INTRODUÇÃO
Nas últimas duas décadas, o crime tem evoluído e assumido uma série de novas características. Uma delas é a
associação de pessoas em uma estrutura organizada com a �nalidade de cometer crimes em escalas maiores, ocultar
seus integrantes e, principalmente, otimizar recursos.
12/10/2021 22:51 Disciplina Portal
https://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=484C243A2040B6F19DC4C37E037D5F6153FF98C05CDDA4EB2320A56E… 2/19
Essa inovação tem oferecido grandes di�culdades às instituições da segurança pública, uma vez que o enfrentamento
do crime organizado apresenta novos desa�os. A tecnologia que tanto tem transformado as vidas das pessoas
também tem sido utilizada pelo crime em larga escala. Portanto, mais e mais, o crime tem lançado mão dos meios
tecnológicos para operar suas atividades e o Estado nem sempre tem conseguido �car à frente dessas mudanças e se
adaptar com a rapidez necessária.
Nesse contexto, a Lei de Organização Criminosa (Lei 12.850/13) (glossário) veio com uma gama de instrumentos para
que o Estado possa fazer frente a essa nova composição do crime. Como veremos adiante, a chamada colaboração
premiada vem com uma regulamentação mais completa, possibilitando o seu uso com mais segurança e efetividade.
Houve também previsão expressa da possibilidade de in�ltração de agentes policiais e da chamada ação controlada.
De fato, tais instrumentos já eram previstos em nosso ordenamento para alguns crimes, mas a presente lei veio a dar
uma regulamentação mais precisa, embora ainda seja lacunosa em outros pontos. Nesta aula, então, veremos o que se
entende por organização criminosa e uma introdução aos seus meios investigatórios.
Bons estudos!
OBJETIVOS
De�nir Organização Criminosa;
Examinar meios de investigação de Organizações Criminosas.
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12850.htm
12/10/2021 22:51 Disciplina Portal
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Lei das Organizações Criminosas
A Lei 12.850/13 veio substituir a Lei 9.034/95,
atualizando e propondo 
novas medidas contra o crime organizado. O fenômeno
da globalização e 
da tecnologia trazem uma série de avanços à vida
moderna, facilitando a comunicação e tornando mais
rápida e prática várias atividades do nosso cotidiano. 
Se por um lado isso tem ajudado a vida moderna, por
outro, tem di�cultado 
o combate ao crime. Isto porque o crime tem se
utilizado cada vez mais das tecnologias para se
organizar e operacionalizar suas atividades. O dinheiro, 
por exemplo, é transferido virtualmente e a facilidade de
realizar sucessivas transferências di�culta o seu
rastreio. A possibilidade de comunicação em longa
distância faz com que os integrantes de uma
organização possam trabalhar em diferentes locais de
um mesmo país, ou, até mesmo, em diferentes
continentes.
oneinchpunch / Shutterstock
Fonte: ESB Professional / Shutterstock
12/10/2021 22:51 Disciplina Portal
https://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.asp?191C757E76=484C243A2040B6F19DC4C37E037D5F6153FF98C05CDDA4EB2320A56E… 4/19
A �m de tornar mais efetivo o combate ao crime organizado, no plano internacional, a Convenção de Palermo Contra o
Crime Organizado (glossário) trouxe uma série de medidas que devem ser observadas pelos Estados signatários (e o
Brasil é um deles). Em atenção a tal tratado internacional, as leis brasileiras têm levado em consideração essas
circunstâncias e, cada vez mais, tentado operacionalizar uma cooperação mais ágil com órgãos internacionais.
Diante desse contexto, a Lei 12.850/13 foi um passo signi�cativo, conforme veremos.
Pela própria de�nição da Lei 12.850/13, art. 1º (glossário) cinco requisitos são necessários para haver a existência de
uma organização criminosa:
Além desses requisitos, a doutrina também menciona as seguintes características, segundo Vicente Greco Filho (2014)
e João Daniel Rassi:
Clique no “check” abaixo.
01
Estrutura organizacional, com células relativamente estanques, de modo que uma não tem a identi�cação dos
componentes da outra;
02
Especialização de tarefas, de modo que cada uma exerce uma atividade predominante. Tomando como exemplo uma
organização criminosa para o trá�co ilícito de entorpecentes, dir-se-ia que tem atividade de�nida o importador, o
transportador, o destilador, o �nanceiro, o tra�cante, de área e distribuidor e o tra�cante local, como uma rede, das
artérias aos vasos capilares;
03
https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/crime/marco-legal.html
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A existência de vários níveis de hierarquia, em que os subordinados nem sempre, ou quase nunca conhecem a
identidade da che�a, de dois ou mais escalões superiores ou ainda que conheçam a che�a mais elevada não têm
contato direto com ela e não podem fornecer provas a respeito;
04
A possível existência de in�ltração de membros da organização em atividades públicas, no poder executivo, legislativo,
Ministério Público e judiciário e corrupção de agentes públicos;
05
A tendência de durabilidade;
06
A conexão com outras organizações, no mesmo ramo ou em ramo diferente, quando não a atividade em vários ramos;
07
A coação, mediante violência, chantagem ou aproveitamento da condição de pessoas não participantes, mas que
passam a ser auxiliares ou conviventes e que vivem sob a imposição de grave dano em caso de delação.
Devido à semelhança, devemos fazer uma distinção entre a organização criminosa e os crimes de associação para
trá�co (art. 35 da Lei de Drogas, Nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 (glossário)) e a associação criminosa (art. 288 do
Código Penal (glossário)). Veja a seguir um quadro ilustrativo:
Saiba Mais
, Art. 33, , Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda,
oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e
quinhentos) dias-multa. 
§1º Nas mesmas penas incorre quem: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm
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I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico
destinado à preparação de drogas; 
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; 
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda
ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o trá�co ilícito de drogas., , Art. 34, ,
Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir,
guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto
destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em
desacordo com determinação legalou regulamentar: 
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil)
dias-multa.
Com base no que acabamos de aprender, veja atentamente as notícias abaixo e diga a qual tipo de
crime organizado se referem.
NOTÍCIA 1
Três pessoas, de 25, 22 e 20 anos, foram presas por trá�co de drogas, neste sábado (18), na avenida Fernando
Bonvino, no bairro Residencial Palestra, região norte de São José do Rio Preto (SP). Os suspeitos estavam com quase
130 quilos de maconha, quando foram abordados pela Polícia Militar, que havia recebido denúncia anônima sobre a
entrega da droga.
Os suspeitos, dois homens e uma mulher, disseram à polícia que a droga vinha de Cuiabá (MS) e seria entregue em Rio
Preto por R$ 10 mil. Os três foram levados para a Central de Flagrantes. Os dois homens devem ser levados para o
Centro de Detenção Provisória (CDP) e a mulher para alguma cadeia feminina da região.
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Fonte: //g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2017/02/trio-e-preso-por-tra�co-de-drogas-
em-rio-preto.html (glossário)
O tipo de crime é:
Associação para o trá�co de drogas
Organização criminosa
Associação criminosa
Justi�cativa
NOTÍCIA 2
Polícia francesa prende três homens e uma adolescente e diz ter evitado atentado iminente
VÍDEO
O tipo de crime é:
Associação para o trá�co de drogas
Organização criminosa
Associação criminosa
Justi�cativa
NOTÍCIA 3
Quadrilha suspeita de assalto a banco tinha 5 da mesma família
https://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2017/02/trio-e-preso-por-trafico-de-drogas-em-rio-preto.html
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Eles são suspeitos de explosão a caixas eletrônicos em Campestre. Pelo menos R$ 495 mil foram apreendidos; um
está em estado grave.
VÍDEO
O tipo de crime é:
Associação para o trá�co de drogas
Organização criminosa
Associação criminosa
Justi�cativa
DOS CRIMES
A lei possui poucos crimes, vindo a tratar mais especi�camente dos métodos de investigação para o desmantelamento
das organizações criminosas. Contudo, os seus poucos crimes são importantes. Vamos ao primeiro:
Art. 2º
O crime descrito no art. 2º (glossário) admite quatro possibilidades:
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Fonte: Pratchaya.Lee / Shutterstock
Veja que o �nanciamento, mesmo sem exercer qualquer atividade especí�ca, é considerado típico.
Não é necessária também a habitualidade; ou seja, a contribuição eventual, por exemplo, já é típica.
Lembre-se que o crime transnacional ou de pena maior de quatro anos se somará à pena do art. 2º,
uma vez que será concurso material no caso. Ou seja, o crime do art. 2º não absorve ou in�uencia a
ocorrência dos demais crimes.
Podem ocorrer situações em que a situação preencha tanto os requisitos da organização criminosa quanto da
associação para o trá�co e da associação criminosa.
Se isso ocorrer, prevalece a Lei de Organizações Criminosas em relação à associação criminosa. Quanto à associação
para o trá�co, este prevalece em relação à Organização Criminosa.
Atenção
, Toda organização criminosa é uma associação criminosa, conforme art. 288 do CP, assim como uma
associação para o trá�co, se tiver este �m, nos termos do art. 35 da Lei de Drogas.
Para compreender melhor essa relação, vamos analisar o caso a seguir.
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Um grupo de cinco pessoas foi preso
por importar 
drogas da Colômbia para o Brasil. 
Tendo como base o que acabamos de
estudar, eles deverão responder pelo art.
2º? 
                 SIM                          NÃO    
Tagomanz / Shutterstock
A seguir, vamos tratar dos crimes ocorridos na investigação e na obtenção da prova.
A �m de proteger as informações concluídas com a investigação, a lei prevê sanções penais àqueles que violem as
regras de sigilo. Temos, portanto, os seguintes artigos:
galeria/aula3/img/img05e.jpg
No art. 18, vemos a proteção ao colaborador, uma vez que a revelação de sua identidade coloca em
risco a sua vida e o sucesso da investigação. E isso se aplica, inclusive, à imprensa, que também não
pode fotografar, �lmar ou revelar a identidade sem a autorização por escrito do colaborador.
galeria/aula3/img/img05f.jpg
No art. 19, visa-se punir aquele que se passa por colaborador, imputando a prática de infração penal
(crime ou contravenção) a inocente ou revela informações falsas sobre a organização criminosa.
galeria/aula3/img/img05g.jpg
No art. 20, pune-se a violação ao sigilo das investigações somente no caso de ação controlada ou
in�ltração de agentes, podendo ser praticado tanto por funcionários públicos (agentes policiais, por
exemplo) quanto por particulares (defensor do investigado, por exemplo, que tiver acesso aos autos).
galeria/aula3/img/img05h.jpg
Já o art. 21 prevê como crime a recusa em fornecer dados e informações requisitadas pela polícia,
MP e juiz. Tal questão é importante, pois algumas instituições são relutantes em fornecer dados de
seus clientes, como aconteceu com o aplicativo de troca de mensagens WhatsApp.
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MEIOS INVESTIGATÓRIOS
Como a�rmado anteriormente, a di�culdade em reprimir a atuação do crime organizado fez com que a presente lei
dedicasse boa parte de seu conteúdo aos procedimentos investigativos e procedimentos processuais. Os meios
investigatórios, estão previstos no art. 3º. (glossário)
Talvez a �gura mais conhecida deste artigo seja a colaboração premiada.
Resposta Correta
Fonte: Andrey_Popov / Shutterstock
Quanto mais informações forem passadas, maiores serão os benefícios. Esses benefícios podem ser
desde um pedido de perdão judicial por parte do Ministério Público até o compromisso deste em não
recorrer ou não oferecer denúncia.
Após a “negociação”, é feito um termo que é levado ao juiz para homologação. Em hipótese alguma, contudo, o juiz �ca
vinculado aos termos compromissados na delação. O único vínculo é com relação a levar em consideração a
colaboração em favor do acusado, reduzindo a pena de acordo com sua discricionariedade, por exemplo.
Por isso não é correta a promessa por parte do MP de concessão do perdão judicial ou mesmo do arquivamento da
denúncia, devendo constar apenas o compromisso em requerer tais benefícios ao juiz, o qual tem a última palavra.
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A delação premiada é uma espécie de colaboração premiada.
Saiba Mais
, Art. 4º, , O juiz poderá, a requerimento das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois
terços) a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha
colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa
colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados: 
I - a identi�cação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais
por eles praticadas; 
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; 
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa; 
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela
organização criminosa; 
V - a localização de eventual vítima com a sua integridadefísica preservada.
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Fonte: Andrey_Popov / Shutterstock
É importante chamar a atenção para o fato de que o colaborador não pode repetir informações já
prestadas por outro colaborador ou mesmo já identi�cadas pela polícia. A colaboração deve ser
inovadora. Se apenas repetir algo que já está documentado nos autos ou de conhecimento das
autoridades, a colaboração não surtirá efeitos em benefício do acusado/réu. Daí a importância de
celebrar acordos com antecedência, já que as chances de conseguir maiores benefícios é maior.
Como já previsto na Lei de Drogas, a presente lei também traz a �gura da ação controlada e inova com a possibilidade
de in�ltração de agentes policiais. Veja, a seguir, as características desses dois mecanismos:
Ação controlada
É a possibilidade de se postergar a prisão dos envolvidos com o objetivo de identi�car os
demais criminosos participantes da empreitada. Como a organização criminosa realiza
diversas atividades, a prisão de apenas um deles pode alertar os demais ou mesmo
prejudicar o curso de uma investigação que poderia levar à prisão toda a organização.
A previsão da ação controlada permite que a polícia “prevarique” e postergue a prisão dos
envolvidos.
In�ltração de agentes
Esse é outro mecanismo e�ciente, em alguns casos, que a lei traz expressamente em seu
texto. Esse mecanismo somente é possível quando não houver outros meios de produção
de prova viáveis, necessitando pedido do Delegado ou requerimento do Ministério Público,
que será autorizado ou não pelo juiz.
ANTES DE FINALIZAR ESTA AULA, VAMOS REALIZAR ALGUNS
EXERCÍCIOS!
Questão 1: (Vunesp - 2016 - Procurador IPSMI) A respeito da Lei no 12.850/13 (Lei de Organização Criminosa), assinale
a alternativa correta.
Quem impede ou embaraça a investigação de infração que envolve organização criminosa está sujeito a punição idêntica à de
quem integra organização criminosa.
Havendo indício de que o funcionário público integra organização criminosa, o Juiz poderá determinar o afastamento cautelar
do cargo, com suspensão da remuneração.
Quem exerce o comando da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente nenhum ato de execução, está
sujeito a punição idêntica à de quem apenas integra organização criminosa.
A in�ltração policial, a ação controlada e a captação ambiental são meios de prova permitidos apenas na fase investigativa.
A colaboração premiada é admitida apenas até a sentença.
12/10/2021 22:51 Disciplina Portal
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Justi�cativa
Questão 2: Qual a natureza jurídica da colaboração premiada prevista na Lei de Organizações Criminosas?
Resposta Correta
Questão 3: (CESPE/2016 - PCGO/Escrivão) No curso de IP, o delegado de polícia representou à autoridade judicial para
que lhe fosse autorizada a in�ltração de agentes de polícia em tarefas de investigação.
Nessa situação, com base na Lei n.º 12.850/2013, que dispõe sobre crime organizado:
A in�ltração poderá ser admitida, ainda que a prova possa ser produzida por outros meios disponíveis.
Para que o juiz competente decida, será desnecessário ouvir o MP.
Se a in�ltração for autorizada, o MP poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório de in�ltração.
A in�ltração poderá ser autorizada pelo prazo improrrogável de seis meses.
Se a in�ltração for autorizada, ao agente de polícia será vedado a recusa da atuação in�ltrada.
Justi�cativa
Questão 4: (FUNCAB 2016 – PC-PA) Acerca da Lei nº 12.850, de 2013, que versa sobre organização criminosa, é
correto a�rmar que:
Na colaboração premiada, o colaborador, nos depoimentos que prestar, não estará sujeito à renúncia ao direito de permanecer
em silêncio mas estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.
Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada
pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer
natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam inferiores a 4 (quatro) anos, e que sejam de
caráter transnacional.
Se houver indícios su�cientes de que o funcionário público integra organização criminosa, poderá o juiz determinar seu
afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, com prejuízo da remuneração, quando a medida se �zer necessária à
investigação ou instrução processual.
O juiz participará das negociações realizadas entre as partes para a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre
o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o
Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor.
O juiz poderá, a requerimentos das partes, conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de
liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e
com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados: a identi�cação dos
demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas; a revelação da estrutura
hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa; a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da
organização criminosa; a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela
organização criminosa; a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
12/10/2021 22:51 Disciplina Portal
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Justi�cativa
ATIVIDADE
No início de 2017, houve uma série rebeliões em presídios pelo Brasil coordenados por organizações criminosas que
agem dentro e fora dos estabelecimentos prisionais.
Pesquise sobre o assunto e veja as reportagens que cobriram o episódio nos presídios de Natal e Manaus e faça uma
lista das características e de como essas organizações agiam dentro das penitenciárias.
VÍDEO
VÍDEO
Resposta Correta
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Glossário
LEI 12.850/13, ART. 1º
§ 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com
objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de
infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter
transnacional.
§ 2º Esta Lei se aplica também: 
I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
II - às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de
terrorismo legalmente de�nidos. (Redação dada pela lei nº 13.260, de 2016).
ART. 2º
Promover, constituir, �nanciar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização
criminosa:
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Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às
demais infrações penais praticadas.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de
infração penal que envolva organização criminosa.
§ 2º As penas aumentam-se até a metade se na atuação da organização criminosa houver emprego
de arma de fogo.
§ 3º A pena é agravada para quem exerce o comando,individual ou coletivo, da organização
criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.
§ 4º  A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 2/3 (dois terços): 
I - se há participação de criança ou adolescente; 
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a
prática de infração penal; 
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior; 
IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas
independentes; 
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização.
§ 7º Se houver indícios de participação de policial nos crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de
Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará membro para
acompanhar o feito até a sua conclusão.
SIM
Os agentes NÃO responderão pelo art. 2º pois tiverem a �nalidade de importar drogas (que é um
crime transnacional). Portanto, eles responderão pela associação ao trá�co. E isso ocorre porque a
pena do art. 2º é menor que a pena da associação ao trá�co, já que o crime com pena menor não
pode absorver o crime de pena maior.
NÃO
Correto! Os agentes NÃO responderão pelo art. 2º pois tiverem a �nalidade de importar drogas (que é
um crime transnacional). Portanto, eles responderão pela associação ao trá�co. E isso ocorre porque
a pena do art. 2º é menor que a pena da associação ao trá�co, já que o crime com pena menor não
pode absorver o crime de pena maior.
ART. 18
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Revelar a identidade, fotografar ou �lmar o colaborador, sem sua prévia autorização por escrito: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
ART. 19
Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa
que sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe
inverídicas: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
ART. 20
Descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a ação controlada e a in�ltração
de agentes: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
ART. 21
Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz,
Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz
uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei.
ART. 3º
Em qualquer fase da persecução penal, serão permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei,
os seguintes meios de obtenção da prova: 
I - colaboração premiada; 
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II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos; 
III - ação controlada; 
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de
bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais; 
V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação especí�ca; 
VI - afastamento dos sigilos �nanceiro, bancário e �scal, nos termos da legislação especí�ca; 
VII - in�ltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11; 
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de
provas e informações de interesse da investigação ou da instrução criminal.
§1º  Havendo necessidade justi�cada de manter sigilo sobre a capacidade investigatória, poderá ser
dispensada licitação para contratação de serviços técnicos especializados, aquisição ou locação de
equipamentos destinados à polícia judiciária para o rastreamento e obtenção de provas previstas nos
incisos II e V. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015).
§2º No caso do § 1o, �ca dispensada a publicação de que trata o parágrafo único do art. 61 da Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993, devendo ser comunicado o órgão de controle interno da realização da
contratação. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015).

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