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Resumo da Teoria Geral das Provas

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Prova: 
Para o direito probatório é uma reconstrução histórica dos fatos. No processo o ideal é que sejam reconstruídos os fatos exatamente como aconteceram, ou o mais próximo possível, por meio das provas. Ou seja, prova é tudo aquilo que vai contribuir para o livre convencimento do magistrado de que aquilo que é alegado é verídico.
Objetivo (destinatários) e finalidade
→ O juiz e o livre convencimento do magistrado/juiz.
		Destinatários da prova são todos aqueles que devem formar sua convicção. De modo geral, tem-se como destinatário o órgão jurisdicional (juiz ou tribunal) sobre o qual recai a competência para o processo e julgamento do delito. 
Parte da doutrina sustenta que o Ministério Público também pode ser destinatário da prova. A depender do referencial adotado, sustentam, é possível dizer que o órgão ministerial, detendo a titularidade da ação penal pública, também é destinatário da prova, na medida em que, na fase pré-processual, as provas têm como finalidade o convencimento do órgão ministerial (formação de sua opinio delicti).
Com a devida vênia, como visto anteriormente, na fase investigatória, não se pode usar a expressão ‘prova’, salvo no caso de provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Objetiva o inquérito policial a produção de elementos de informação. Por isso, preferimos dizer que o órgão do Ministério Público é o destinatário desses elementos de prova, e não da prova, cuja produção se dá, em regra, somente em juízo, quando a decisão acerca da prática de determinado fato delituoso compete única e exclusivamente ao juiz natural.
A finalidade da prova é a formação da convicção do órgão julgador. Na verdade, por meio da atividade probatória desenvolvida ao longo do processo, objetiva-se a reconstrução dos fatos investigados na fase extraprocessual, buscando a maior coincidência possível com a realidade histórica. 
Verdade seja dita, jamais será possível se atingir com absoluta precisão a verdade histórica dos fatos em questão. Daí se dizer que a busca é da verdade processual, ou seja, daquela verdade que pode ser atingida através da atividade probatória desenvolvida durante o processo. Essa verdade processual pode (ou não) corresponder à realidade histórica, sendo certo que é com base nela que o juiz deve proferir sua decisão.
Segundo Nucci
1. ato de provar: processo pelo qual se comprova a verdade do fato alegado pela parte. (ex. fase processual) (toda parte pode exercer seu direito, em um momento específico.)
2. meio: instrumento pelo qual se demonstra a verdade de algo. (ex. prova testemunhal, prova pericial, etc) (é a prova propriamente dita.)
3. resultado da ação de provar: produto extraído da análise dos instrumentos de prova oferecidos que demonstram a verdade do fato. (ex. convencimento do juiz)
O art. 156º do CPP viola o sistema processual?
	Art. 156: A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; 
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 
O sistema processual penal adotado no Brasil é o acusatório. Isso porque, em suma, as funções de acusar e julgar pertencem a órgãos distintos. Além disso, no Brasil, nota-se a prevalência de características inquisitórias na fase pré-processual (fase de inquérito) e de características acusatórias na fase processual, visto que vigora um sistema lastreado pelos princípios constitucionais vigentes, como o contraditório, a ampla defesa, a publicidade e a imparcialidade do juiz.
Então, o art. 156º não viola por não visar favorecer nenhuma parte, só esclarecer dúvidas quanto ao processo, por mais que seja um resquício inquisitório. 
(pelo sistema acusatório adotado viola, mas o entendimento da jurisprudência diz que não.)
	Decisão STF: HC 121689 / DF 
“(...)
1. Embora o juiz seja um órgão do Estado que deve atuar com imparcialidade, acima dos interesses das partes, o certo é que o próprio ordenamento jurídico vigente permite que, na busca da verdade real, ordene a produção de provas necessárias para a formação do seu livre convencimento, sem que tal procedimento implique qualquer ilegalidade. 
2. Nesse sentido é o inciso II do artigo 156 do Código de Processo Penal, que faculta ao magistrado, de ofício, ‘determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.’ 
3. Assim, a determinação de realização de prova pericial de ofício pelo togado singular, ao contrário do que sustentado na inicial do writ, não caracterizou ofensa ao princípio acusatório, pois conquanto a mencionada prova tenha sido utilizada para corroborar a tese da acusação, foi considerada indispensável pelo Juízo para analisar o mérito da causa, estando a atuação jurisdicional, no caso em apreço, em consonância com as regras constitucionais e processuais penais pertinentes. 
(...).”
Sistemas de valoração da prova
· Sistema do Livre convencimento motivado: ele (o juiz) avalia o que dá mais robustez à prova (todas elas estão em par de igualdade)
	O magistrado tem ampla liberdade na valoração das provas constantes dos autos, as quais têm, legal e abstratamente, o mesmo valor, porém se vê obrigado a fundamentar sua decisão.
Esse sistema tem a vantagem de devolver ao juiz discricionariedade na hora da valoração das provas, isoladamente e no seu conjunto, mas desde que tais provas estejam no processo (id quod non est in actis non est in mundus - o que não está nos autos não existe), sendo admitidas pela lei e submetidas a um prévio juízo de credibilidade, não podendo ser ilícitas ou ilegítimas. 
A obrigação de fundamentar permite às partes não somente aferir que a convicção foi realmente extraída do material probatório constante dos autos, como também analisar os motivos legais que levaram o magistrado a firmar sua conclusão. O que assegura o exame cuidadoso dos autos, mas também permite que, em grau de recurso, se faça o eventual reexame em face de novos argumentos apresentados.
É o sistema adotado no ordenamento pátrio. Em suma, dele derivam importantes efeitos:
a) não há prova com valor absoluto (mesmo a confissão);
b) deve o magistrado valorar todas as provas produzidas em processo, mesmo que para refutá las;
c) somente serão consideradas válidas as provas produzidas no processo.
 
· Sistema da íntima convicção: 
Esse sistema permite que o magistrado avalie a prova com ampla liberdade, decidindo no final do processo de modo a aplicar o direito objetivo de acordo com sua livre convicção, não estando obrigado a fundamentar sua conclusão. Não precisa fundamentar as provas. Na decisão dos jurados vigora a íntima convicção. Crimes dolosos contra a vida, na modalidade tentada ou consumada. (Art. 5º XXXVIII, CF)
	Art. 5º da CF. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXVIII - e reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
Art. 74, § 1º; e 406 e ss., CPP
Súm. 603, 713 e 721, STF
· Sistema da prova tarifada (ou prova legal, ou sistema das regras legais, ou sistema da certeza moral do legislador): tarifar prova - dizer que uma é mais importante que outra.
É um sistema próprio do sistema inquisitivo, trabalha com a ideia de que determinados meios de prova têm valor probatório fixado em abstrato pelo legislador, cabendo ao magistrado tão somente apreciar o conjunto probatório e lhe atribuir o valorconforme estabelecido por lei.
	Desse sistema deriva o conceito da confissão com rainha das provas, sendo nenhuma outra prova capaz de infirmá-la. Além disso, uma única testemunha jamais seria suficiente para comprovar uma afirmação acerca de fato que interessasse à solução da controvérsia posta em juízo. A verdade dita por uma só testemunha não teria valor, mas uma mentira contada por duas acabaria prevalecendo.
Obs: No CPP, não é possível condenar apenas por confissão, ela por si só não serve para condenar. Em conjunto com outras provas, que indicam o mesmo, sim.
Obs: No nosso CPP não é adotado esse sistema. Porém, não se pode negar a existência de resquícios da sua aplicação. Como no Art. 155, par. único, do CPP.
Há de se ficar atento quanto ao disposto no Art. 158 do CPP, como exemplo de prova tarifada, na medida em que a lei demanda a realização de exame de corpo de delito para a comprovação de materialidade em crimes que deixam vestígios. 
	Art. 158 do CPP: Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. (Redação dada pela Lei nº 13.721, de 2018)
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que envolva: 
I – violência doméstica e familiar contra mulher; 
II – violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
	
Crimes não transeuntes - crimes que deixam vestígios. Quais crimes? Crimes materiais.
Crimes não transeuntes precisam de perícia complementar. São aqueles que deixam vestígios. Conforme artigo 158, toda infração que deixar vestígios, o exame de corpo de delito direto ou indireto é obrigatório, não podendo ser suprido pena confissão do acusado. Art. 129, CP
	Lesão Corporal: 
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
			
Importante ficar atento à ressalva do art. 167 do CPP. E quando não houver o corpo material para se realizar o corpo de delito? Se realiza a perícia indireta. Além disso, a prova testemunhal, nesses casos, a prova testemunhal pode suprir essa prova. Art. 167, CPP
	Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
			
Prova indiciária ou prova por indícios? 
Prova indiciária: prova que traz indício de outra prova que traz certeza.
Fato intuitivo precisa ser provado? (Art. 162, CPP)
Quando a causa da morte for, por exemplo, decapitação. O laudo indicará sem que haja mais apurações. 
	Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante.
		
Questões de prova
1. No processo, o MP resolve pedir para o juiz a prova antecipada do depoimento de uma senhora que, com medo e com indícios de que naturalmente pelo decorrer do tempo esquecerá detalhes do crime e dos fatos que viu. O juiz defere. Agiu corretamente? Justifique.
Existe no inquérito o elemento de prova, que não se sujeita ao contraditório. Portanto, elementos de prova produzidos no inquérito não podem ser usados para condenar o réu, só quando apresentados no processo como provas. Normalmente, o mero decurso de tempo não é motivo suficiente para antecipar a fase de produção de provas. 
Entretanto, existem hipóteses em que é justificável. No caso em que a testemunha possui Alzheimer é exemplificado a situação concreta. É preciso comprovar corretamente os motivos da antecipação. Súm. 455, STJ.
	Súm. 455, STJ. A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no art. 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo.
Data da Publicação - DJ-e 8-9-2010
	
Além das situações que dependem de depoimento de profissionais como policiais (PM, PF, ou Civil), por conta da atividade que exercem. São muitas ocorrências diárias, o que pode levar ao esquecimento com o tempo, ou confusão de outras situações. Nesses casos, não é aplicada a Súm. 455. Veja a Súm. 70, TJRJ. 
	Súm. 70, TJRJ. PROCESSO PENAL. PROVA ORAL. TESTEMUNHO EXCLUSIVAMENTE POLICIAL. VALIDADE.
"O fato de restringir-se a prova oral a depoimentos de autoridades policiais e seus agentes não desautoriza a condenação.”
	
2. A prova precisa de contraditório?
Sim. o Art. 155, do CPP, traz expressamente o sistema de análise de provas, onde o juiz fundamenta sua decisão pelo livre convencimento motivado. Com exceção das provas produzidas exclusivamente na fase de inquérito: provas cautelares, não repetíveis (se não forem obtidas naquele momento, não serão mais) e antecipadas. 
	Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil.
	
	
3. Elemento de prova é o mesmo que prova?
Não. Na fase investigatória, não se pode usar a expressão ‘prova’ (salvo no caso de provas cautelares, não repetíveis e antecipadas). Objetiva o inquérito policial a produção de elementos de informação. Já a prova, cuja produção se dá, em regra, somente em juízo, quando a decisão acerca da prática de determinado fato delituoso compete única e exclusivamente ao juiz natural. Ou seja, são diferentes.
Com as alterações da Lei nº 11.90/08, passou a constar expressamente do art. 155 do CPP a distinção entre prova e elementos informativos.
Fontes: fonte de prova - expressão utilizada para designar pessoas ou coisas das quais se consegue a prova. cometido o delito, tudo aquilo que possa servir para esclarecer alguém acerca da existência desse fato pode servir como fonte de prova.
fontes pessoais: ofendido, peritos, acusado, testemunha;
fontes reais: documentos (no sentido amplo).
A prova pode vir em razão da pessoa, da coisa. Pode estar prevista na lei ou não (desde que não viole nenhum direito fundamental).
Natureza jurídica: É um direito público subjetivo concedido ao particular ou ao próprio poder público. (a prova parte do meu direito de exercer ou não. O Estado confere ao particular o direito de exercer. )
Aplicação da lei processual no tempo, art. 2º CPP: 
A Lei penal não pode retroagir a não ser para beneficiar o réu. 
Atos perfeitamente acabados não cabem aplicação. Atos em curso, é vigente a lei atual.
	Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
	
Com relação ao art. 366º do CPP? 
O artigo em questão é de cunho híbrido: material e processual. Só se aplica se for mais benéfico. De regra, é aplicado desde que seja de cunho processual.
	Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

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