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Ensino Religioso

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ENSINO RELIGIOSO
 
SUMÁRIO 
 
NOSSA HISTÓRIA	3 
1 - Ensino Religioso	4 
- O que discute a disciplina Didática do Ensino Religioso?	4 
1.2 - Pequena História do Ensino Religioso no Brasil	4 
1.3 - Diversidade religiosa e cultural	7 
1.3.1 - Região Nordeste	8 
1.3.2 - Região Norte	9 
1.3.3 - Região Centro-Oeste	9 
1.3.4 - Região Sudeste	10 
1.3.5 - Região Sul	11 
1.4 - Organizações religiosas	11 
1.5 - Lugares sagrados	12 
1.4.2 - Os cultos dos judeus acontecem num templo chamado de sinagoga e são comandados por um rabino	13 
1.4.3 - A tradição islâmica	14 
1.4.4 - Lugares sagrados para indígenas	14 
1.4.5 - O rio Ganges	15 
1.5 - Ritos e rituais	17 
1.6 – A Vida e a morte	18 
1.7 - Como a morte é vista em diferentes religiões e doutrinas?	18 
1.7.1 - Filosofia	19 
1.7.1.1 - Doutrina niilista	19 
1.7.1.2 - Doutrina panteísta	19 
1.7.1.3. Dogmatismo Religioso	19 
1.7.1.4 – Budismo	19 
1.7.1.5 – Hinduísmo	20 
1.7.1.6 - Islamismo (Religião Muçulmana)	20 
1.7.1.7 – Espiritismo	21 
1.8 - Igrejas evangélicas	21 
1.8.1 - Igreja Adventista do Sétimo Dia	22 
1.8.2 - Igreja Batista	22 
1.8.3 – Catolicismo	22 
1.9 – Judaísmo	22 
1.10 – Candomblé	23 
1.11 – Umbanda	23 
REFERÊNCIAS	25 
 
 
 
 
 	 
 	 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
1 - Ensino Religioso 
Caro aluno, leia o texto disponível no link abaixo, nele você vai encontrar a legislação pertinente ao Ensino Religioso como área de conhecimento do currículo escolar e reflita sobre a prática docente e suas especificidades. 
Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf Assista ao vídeo da Profa. Diná Raquel Daudt da Costa Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2LS1cJe3DCY 
- O que discute a disciplina Didática do Ensino Religioso? 
A disciplina de Didática do ensino religioso se dedica no desenvolvimento de Metodologias para o ensino religioso e tem como objetivo discutir as diversas fases históricas da educação religiosa no Brasil, respeitando nossa diversidade cultural, A LDB, Lei n. 9.394/96 (BRASIL, 1996), o assegura no ensino fundamental (Artigo 33, com nova redação dada ao referido artigo pela Lei n. 9.475/97, BRASIL, 1996) e o Conselho Nacional de Educação, pelo seu Parecer 04/98 (BRASIL, 1998), ao estabelecer as 
Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino fundamental, define a Educação Religiosa como uma das dez áreas de conhecimento. Gradativamente, também se abrem espaços em estados e em municípios para concursos e para a criação de cargo específico de professor de Ensino Religioso. Assim caracterizar os sujeitos do espaço escolar, identificar os diversos métodos e técnicas que contribuem no melhoramento da prática docente e no reconhecimento de planejamentos para os vários níveis de ensino. 
1.2 - Pequena História do Ensino Religioso no Brasil 
O ensino religioso nas escolas sempre tem sido alvo de controvérsias. Seria mesmo uma continuação do que se aprende nas igrejas, pelo motivo do seu próprio surgimento conturbado. Entre 1500 a 1800, o ensino religioso no país buscava integrar escola, igreja, sociedade política e econômica. O objetivo dessa época era fazer com que os alunos internalizassem os valores da sociedade. Percebe-se, que o projeto religioso da educação não conflitava com os interesses dos reis e da aristocracia. O que prevalecia no ensino religioso era a evangelização da religião oficial, ou seja, da Igreja Católica e não dos protestantes, judeus, espíritas, entre outros. 
Em se estendendo até 1964, a educação estava ligada ao Estado-Nação, pois a escola seria pública, gratuita, laica para todos. A burguesia tomou o lugar da hierarquia religiosa e a educação manteve vinculada ao projeto da sociedade. 
Em 1890 a 1930 o ensino religioso passou por grandes controvertidos questionamentos, uma vez tomado como principal impedimento para a implantação do novo regime em que a separação entre Estado e Igreja se deu pelos ideais positivistas. Mesmo com a existência da laicidade do ensino nos estabelecimentos oficiais, o ensino da religião permaneceu ligado aos ensinamentos do catolicismo. 
De 1930 a 1937 o ensino religioso é de caráter facultativo, pois as aulas são ministradas conforme os princípios da confissão religiosa do aluno, manifestadas pelos pais e responsáveis. O ensino religioso seria uma disciplina ministrada nas escolas públicas primárias, secundárias, profissionais e normais. 
Mais adiante, os escolanovistas, através do Manifesto da Escola nova assinado por Anísio Teixeira e Fernando Azevedo e outros educadores, foram contrários ao ensino religioso nas escolas públicas, o motivo da laicidade, obrigatoriedade, a diversidade cultural e gratuidade do ensino público. 
No Estado Novo (1937-1945) o ensino religioso deixou de ser obrigatório para os alunos. Sendo que no terceiro período republicano (1946-1964) o ensino religioso foi contemplado como dever do Estado para com a liberdade religiosa do cidadão que frequenta a escola. A laicidade do Estado é legítima, mas não excludente do tipo de educação pleiteado pelo cidadão que frequenta a escola pública. 
Durante o quarto período republicano (1964-1984) o ensino religioso passou a ser obrigatório para a escola, pois o aluno poderia decidir em fazer ou não, no ato da matrícula, o ensino religioso. 
De 1986 a 1996, o ensino religioso buscou a sua redefinição como disciplina regular do conjunto curricular. O Ensino Religioso passou a ser facultativo, sendo uma disciplina dos horários normais das escolas públicas do ensino Fundamental. Marco histórico na Constituição Federal de 1988. 
A partir de 1996, com a nova LDB 9394/96 ocorreram transformações profundas, a escola deixou de ser um espaço unitário e tornou-se diversa, falando não da religião de um grupo privilegiado e sim das muitas religiões concorrentes e essas contradições da sociedade foram trazidas para as escolas. O fim da hegemonia do catolicismo sobre a escola e a educação. 
No Brasil, existem grandes esforços pela renovação do conceito do ensino religioso, da sua prática pedagógica, da definição de seus conteúdos, natureza e metodologia adequada ao universo escolar. 
Partindo para os sujeitos do espaço escolar, é importante enfatizar que a educação é importante para o desenvolvimento do ser humano e da sociedade. Os dois principais personagens que fazem parte deste desenvolvimento são: o professor e o aluno. 
Na década de 2000, o professor deveria ser preparado, em seu curso de formação, para lidar com imprevistos de sua carreira, inovando sempre o seu cotidiano. Esta mesma postura também servia para o professor de Ensino Religioso, já que o mesmo faz parte do processo de transformação que a educação determina. 
O professor de Ensino Religioso, no exercício de sua prática pedagógica, precisa ser o mediador que envolva e leve o aluno interagir com o conhecimento religioso de maneira transparente, assim aceitando as diversidades étnica e cultural. Percebe-se que o aluno é o sujeito desta práxis religiosaem suas famílias e está em interação com o outro, nas igrejas e tempos que ele frequentar e a mesma contribui para a construção de seu arcabouço cultural. Todas as disciplinas devem participar desta interação, conduzidas pelo Ensino Religioso. 
Para ocorrer tal interação, a escola deve promover situações de aprendizagem que favoreçam o desenvolvimento das dimensões afetiva, física, intelectual, social e religiosa do aluno. A última é responsável pelo diálogo religioso, mostrando ao aluno uma nova forma de pensar e viver dentro da pluralidade religiosa existente nas escolas, nas ruas, nas próprias famílias, ou seja, no seu habitat. 
Identificar as metodologias que podem contribuir para o melhoramento da prática docente é de suma importância para essa análise. Apesar de todos os conhecimentos e temas serem apresentados pelo professor, os alunos recebem as informações. Porém, não precisam ser passivos nas aulas, podem realizar suas atividades de forma independente, coletiva, nisto é imprescindível a orientação do professor. 
As técnicas de ensino podem ser desenvolvidas em forma de discussão, onde os pequenos grupos debatem um determinado assunto, pois todas as ideias são aceitas e analisadas sob diversos ângulos, podendo ocorrer nessas discussões conflitos com qualquer regra previamente adotada. 
Os alunos juntamente com o seu professor, podem realizar diversos outros trabalhos expositivos, como o trabalho de discussão circular, de cochicho, Phillips 66, grupo de verbalização e de observação, seminários, entre outros. 
Esses trabalhos mencionados podem ser desenvolvidos em todas as disciplinas, em conexão com o Ensino Religioso. Sua função é fazer com que os alunos reconheçam suas próprias capacidades e disposição para desenvolvê-las com dedicação, tomando a consciência das necessidades básicas do ser humano, reconhecer que todos possuem os mesmos direitos e deveres, respeitar as datas especiais como momentos de alegria e maior aproximação entre as pessoas, entre outros. 
O Ensino Religioso tem como objetivo favorecer a discussão em torno do contexto social existente e do desenvolvimento do censo crítico possibilitando a descoberta do diferente em nosso meio, evidenciando situações em que se manifeste a inexistência da ética e criando uma nova forma de convivência afim de que possamos viver como irmãos no exercício da cidadania. A disciplina em foco também propõe a viabilização e a reconstrução de uma ética no espaço escolar, comprometida com o seu projeto políticopedagógico, visando capacitar o educando para participar como sujeito e artífice da sua própria formação buscando liberdade e na responsabilidade a dimensão ética na construção do ser e na revitalização de uma sociedade justa e solidária. 
1.3 - Diversidade religiosa e cultural 
Assista ao vídeo e reflita sobre a Declaração dos Direitos universais. 
Disponível em: 
https://www.youtube.com/watch?v=QeTkdpcO2TY - Diversidade religiosa e 
cultural no Brasil 
 
Foto: Manifestação cultural - carnaval no Rio de Janeiro* 
A diversidade cultural refere-se aos diferentes costumes de uma sociedade, entre os quais podemos citar: vestimenta, culinária, manifestações religiosas, tradições, entre outros aspectos. O Brasil, por conter um extenso território, apresenta diferenças climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões. 
Os principais disseminadores da cultura brasileira são os colonizadores europeus, a população indígena e os escravos africanos. Posteriormente, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, poloneses, árabes, entre outros, contribuíram para a pluralidade cultural do Brasil. Nesse contexto, alguns aspectos culturais das regiões brasileiras serão abordados. 
1.3.1 - Região Nordeste 
Entre as manifestações culturais da região estão danças e festas como o bumba meu boi, maracatu, caboclinhos, carnaval, ciranda, coco, terno de zabumba, marujada, reisado, frevo, cavalhada e capoeira. Algumas manifestações religiosas são a festa de Iemanjá e a lavagem das escadarias do Bonfim. A literatura de Cordel é outro elemento forte da cultura nordestina. O artesanato é representado pelos trabalhos de rendas. Os pratos típicos são: carne de sol, peixes, frutos do mar, buchada de bode, sarapatel, acarajé, vatapá, cururu, feijão-verde, canjica, arroz-doce, bolo de fubá cozido, bolo de massa de mandioca, broa de milho verde, pamonha, cocada, tapioca, pé de moleque, entre tantos outros. 
 
 
Foto: Festa do Nosso Senhor do Bonfim, Salvador, Bahia. 
 1.3.2 - Região Norte 
A quantidade de eventos culturais do Norte é imensa. As duas maiores festas populares do Norte são o Círio de Nazaré, em Belém (PA); e o Festival de Parintins, a mais conhecida festa do boi-bumbá do país, que ocorre em junho, no Amazonas. Outros elementos culturais da região Norte são: o carimbó, o congo ou congada, a folia de reis e a festa do divino. 
A influência indígena é fortíssima na culinária do Norte, baseada na mandioca e em peixes. Outros alimentos típicos do povo nortista são: carne de sol, tucupi (caldo da mandioca cozida), tacacá (espécie de sopa quente feita com tucupi), jambu (um tipo de erva), camarão seco e pimenta-de-cheiro. 
 
 
Foto: Festival de Parintins (AM) 
1.3.3 - Região Centro-Oeste 
A cultura do Centro-Oeste brasileiro é bem diversificada, recebendo contribuições principalmente dos indígenas, paulistas, mineiros, gaúchos, bolivianos e paraguaios. São manifestações culturais típicas da região: a cavalhada e o fogaréu, no estado de Goiás; e o cururu, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A culinária regional é composta por arroz com pequi, sopa paraguaia, arroz carreteiro, arroz boliviano, maria-isabel, empadão goiano, pamonha, angu, cural, os peixes do Pantanal - como o pintado, pacu, dourado, entre outros. 
 
 
Foto: Procissão do Fogaréu 
1.3.4 - Região Sudeste 
 
Os principais elementos da cultura regional são: festa do divino, festejos da páscoa e dos santos padroeiros, congada, cavalhadas, bumba meu boi, carnaval, peão de boiadeiro, dança de velhos, batuque, samba de lenço, festa de Iemanjá, folia de reis, caiapó. 
A culinária do Sudeste é bem diversificada e apresenta forte influência do índio, do escravo e dos diversos imigrantes europeus e asiáticos. Entre os pratos típicos se destacam a moqueca capixaba, pão de queijo, feijão-tropeiro, carne de porco, feijoada, aipim frito, bolinho de bacalhau, picadinho, virado à paulista, cuscuz paulista, farofa, pizza, etc. 
 
Foto: Feijoada 
1.3.5 - Região Sul 
O Sul apresenta aspectos culturais dos imigrantes portugueses, espanhóis e, principalmente, alemães e italianos. As festas típicas são: a Festa da Uva (italiana) e a Oktoberfest (alemã). Também integram a cultura sulista: o fandango de influência portuguesa, a tirana e o anuo de origem espanhola, a festa de Nossa Senhora dos Navegantes, a congada, o boi-de-mamão, a dança de fitas, boi na vara. Na culinária estão presentes: churrasco, chimarrão, camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado (cozido de carne em uma panela de barro), vinho. 
 
Oktoberfest 
 
1.4 - Organizações religiosas 
Pessoa jurídica destinada a abrigar as instituições de cunho religioso. Normalmente arrecadam contribuições para manutenção dos templos e de seus entes participativos e para caridade. Costumam ser associações sem fins lucrativos e possuem imunidade fiscal. 
A justificativa para a expressa menção, em separado, das organizações religiosas está basicamente no fato de não poderem ser consideradas associações, por não se enquadrarem na definição legal do art. 53 do mesmo diploma, uma vez que não têm fins econômicos stricto sensu. Não podem também ser sociedades, porque a definição do art. 981 as afasta totalmente dessa possibilidade. Poderiam enquadrar-se como fundações, pois assim o permite o parágrafo único do art. 62. Todavia, a instituição de uma fundação tem de seguir, além das normas do atual Código, lei específica que trata desse tipo de organização, cujas normas inviabilizam, para as igrejas, sua instituição. 
Uma entidade religiosa não pode limitar-sea ter apenas um fim, pois a sua própria manutenção já presume movimento financeiro. Não é este, no entanto, o seu fim teleológico. Uma entidade religiosa tem fins pastorais e evangélicos e envolve a complexa questão da fé. A simples inclusão das igrejas como meras associações civis, com a aplicação da legislação a estas pertinentes, causaria sério embaraço ao exercício do direito constitucional de liberdade de crença. Sendo destinadas ao culto e à adoração, não possuem elas apenas as características das outras associações, constituídas para o exercício conjunto de atividades humanas cujo objetivo é a satisfação de interesses e necessidades terrenas, materiais. 
Seu funcionamento é distinto, seus interesses diversos, suas atividades diferentes. Devem, assim, aplicar-se às organizações religiosas, como pessoas jurídicas de direito privado, as normas referentes às associações, mas apenas naquilo em que houver compatibilidade. Assinala o Enunciado 143 da III Jornada de Direito Civil promovida pelo Centro de Estudos Judiciários do Conselho de Justiça Federal: “A liberdade de funcionamento das organizações religiosas não afasta o controle de legalidade e legitimidade constitucional de seu registro, nem a possibilidade de reexame, pelo 
Judiciário, da compatibilidade de seus atos com a lei e com seus estatutos”. 
A propósito, decidiu o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que foi com o espírito “de proteção às entidades religiosas que a Lei Federal n. 10.825, de 2003, alterou o art. 44 do Código Civil, a fim de incluir as organizações religiosas e os partidos políticos, como pessoas jurídicas de direito privado e, ao mesmo tempo, acrescentar o parágrafo primeiro, o qual veda ao poder público a negativa do reconhecimento, ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. A vedação presente em tal artigo não pode ser considerada como absoluta, cabendo ao Judiciário tutelar interesses a fim de certificar-se, precipuamente, do cumprimento da legislação pátria, vale dizer, há que se averiguar se a organização religiosa atende os requisitos necessários ao registro do ato constitutivo” 
1.5 - Lugares sagrados 
1.5.1 - Uma tradição muito popular dos católicos no Brasil são as peregrinações a Nossa Senhora Aparecida, onde a santa fez sua aparição na cidade de Aparecida do Norte, a santa então ficou conhecida como a Padroeira do Brasil. 
 
Foto: Catedral de Aparecida do Norte/SP 
 
Em 4 de julho de 1980 o papa João Paulo II, em sua histórica visita ao Brasil, consagrou a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, o maior santuário mariano do mundo, em solene missa celebrada, revigorando a devoção à Santa Maria, Mãe de Deus e sagrando solenemente aquele grandioso monumento construído com o carinho e devoção do povo brasileiro. Disponível em: 
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000014238.pdf 
 
1.4.2 - Os cultos dos judeus acontecem num templo chamado de sinagoga e são comandados por um rabino. 
 
Dentro das sinagogas existe uma arca que representa a ligação entre Deus e os judeus, na arca são arquivados os pergaminhos sagrados da Torá. 
 
O Muro das Lamentações, ou Muro Ocidental, (Qotel HaMa'aravi הכותל
me המערבי hebraico), é o local mais sagrado do judaísmo. 
Disponível em: http://jerusalemdeouro.tripod.com/id15.html 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Muro_das_lamenta%C3%A7%C3%B5es 
1.4.3 - A tradição islâmica 
O profeta Maomé obteve sua primeira visão em 610, quando meditava em uma caverna perto de Meca, sua cidade natal. 
 
Foto: Praça da Caaba. 
Depois da visão Maomé entendeu que a ordem era que pregasse a mensagem de Alá para o povo de seu país. A viagem de Maomé de Meca para Medina ficou conhecida como Hégira, porque a tribo dos curaixitas controlava a cidade e Maomé teve que sair fugido. 
Em 630 Maomé voltou a cidade com o exército e ofereceu a cidade paz, após Maomé tornou-a cidade sagrada e centro do islã. 
Disponível em: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caaba 
1.4.4 - Lugares sagrados para indígenas 
Os dois lugares que fazem parte do Kwarup, a maior festa ritualística entre os povos do Alto-Xingu – partilhada pelas nove etnias que formam seu complexo cultural – , estão fora da demarcação do Parque Nacional. O pedido ao Iphan para tombamento dos lugares sagrados foi apresentado em 2008 com a intenção de garantir a conservação e o direito de acesso às comunidades indígenas ao local, além de preservar a cultura nos seus aspectos espirituais e religiosos das comunidades que participam do rito. 
Neste ritual, Sagihengu é o lugar onde começa a cerimônia do kwarup e onde as comunidades indígenas afirmar ter ocorrido o Primeiro Kwarup em homenagem a uma mulher: a Mãe. O lugar também tem remédio para ficar forte e bonito, e para sonhar com vida longa. A cerimônia neste local homenageia, efetivamente, a vida, apesar de ser uma cerimônia funerária. O kwarup é uma festa para espantar a tristeza, para acabar com uma situação de luto e encaminhar o espírito para o outro lado, para o lado de cima. No Sagihenhu tem peixe, tem água, tem choro e tem alegria, tem morte que acaba e tem vida que começa, dá início a um novo ciclo de vida. 
Outro local sagrado é o abrigo rochoso Kamukuwaká, que também fica fora do parque e tornou‐se propriedade particular apesar da sua importância para a comunidade xinguana. Kamukuwaká é Sepulcro, é Ventre materno, local de vida e de morte, de passagem de um para outro. O lugar era prisão/sepulcro e local de renascimento, onde o cacique Kamukuwaká e seus parentes ficaram encerrados. Este povo, punido pelo Sol, invejoso de sua beleza, é o antepassado dos Waurá. Foi no abrigo Kamukuwaká que teve início o ritual de furação de orelhas, fazendo morrer o menino e nascer o homem. 
Disponível em: 
http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=15201&sigla=N
oticia&retorno=detalheNoticia https://www.youtube.com/watch?v=UWah34xWGeE – Filme XINGU 
1.4.5 - O rio Ganges 
Esse rio há muito tempo é considerado um rio sagrado para os hindus, que o veneram na forma da deusa Ganga. 
 
Foto: Rio Ganges. 
Os hindus reconhecem diversas cidades sagradas na Índia, incluindo Allahabad, Haridwar, Varanasi e Vrindavan. Entre as cidades que possuem templos famosos está Puri, que abriga um dos principais templos vixnuísta de Jagannath e a comemoração de Rath Yatra; Tirumala - Tirupati, lar do Templo Tirumala Venkateswara; e Katra, onde se localiza o templo de Vaishno Devi. 
 Os quatro locais sagrados de Puri, Rameswaram, Dwarka e Badrinath (ou, alternativamente, 	as 	cidades 	de 	Badrinath, Kedarnath, Gangotri e Yamunotri, no Himalaia) compõem o circuito de peregrinação de Char Dham (quatro moradas). 
O Kumbh Mela (o "festival das jarras") é uma das peregrinações hindus mais sagradas, realizada a cada quatro anos; a localização é alternada entre Allahabad, Haridwar, Nashike Ujjain. Outro importante grupo de peregrinações são os Shakti Peethas, onde a Deusa Mãe é cultuada, da qual as duas principais são Kalighat e Kamakhya. 
Disponível em: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hindu%C3%ADsmo Sugestão de filme: 
Planeta Sagrado - O filme é basicamente um show de imagens, passeando pelas florestas, pelo deserto, por aldeias, por animais, pelo oceano, enfim, toda esta diversidade da Mãe Terra. Mesmo com toda a tecnologia utilizada para a captação das imagens, sabemos, no nosso coração, que Pachamama é cheia de mistérios e belezas dignas de nosso respeito e contemplação profunda. 
 
Disponível em: 
http://www.terramistica.com.br/index.php?add=Artigos&file=article&sid=413 
1.5 - Ritos e rituais 
Caro aluno, leia o texto e reflita sobre a nossa aceitação de rituais de outras religiões, cultura e sociedade, 
Assista aos vídeos sugeridos no blog abaixo e depois reflita Disponível em: 
http://ensinoreligioso-serafimjonas.blogspot.com.br/2010/06/ritos-sagrados.html 
Ritos e rituais são determinados costumes carregados de uma simbologia, de significado e importância para aqueles que os praticam. Normalmente, as palavras rito e ritual são utilizadas para se fazer referência a práticasreligiosas, mas elas se referem a práticas presentes em outras situações sociais. É comum ouvirmos falar em rituais de iniciação, ritos de consagração, rituais de passagem, ritos de exclusão e outros. O batismo, a festa quinze anos, o noivado, o casamento, a formatura, preceitos, normas, regras de etiqueta, por exemplo, são alguns dos ritos e rituais da sociedade. Ao se atribuir maior ou menor importância a ritos e rituais, as pessoas afirmam e reafirmam seus valores, suas crenças e a ideologia dominante no seu grupo social, mesmo sem terem uma clara consciência disso. 
Ritos e rituais podem servir, de modo positivo, para a afirmação da identidade de um grupo, como acontece com os rituais indígenas, preservados como marca identitária. Mas também podem mascarar as relações sociais, ratificar, reiterar, reafirmar práticas de dominação, de autoritarismo presentes na sociedade como um todo. 
No espaço escolar, que é parte de uma sociedade e de sua cultura, os ritos e rituais estão presentes, expressos de diferentes formas, nem sempre claramente percebidas ou reconhecidas. Na escola, ritos e rituais podem assumir um duplo sentido: propiciar um ambiente de exercício de liberdade e de democracia, ou a imposição de ideias, mostrando como natural tanto o domínio dos superiores (diretor, professor) quanto a obediência dos subordinados (alunos, funcionários). Assim, os ritos e rituais da escola podem ser considerados negativos, quando eles impedem que o aluno pense por si próprio e limitam sua fala quando ela é contrária ao que está estabelecido como certo, quando não permitem que o aluno opine, critique. Mas podem ser positivos quando criam uma alternativa para que os alunos possam aprender a perceber, interpretar e criticar o mundo. 
Alguns autores fazem referência a vários ritos e rituais negativos presentes nas escolas: 
1.5.1 o diagnóstico escolar como ritual que segrega e estigmatiza: normais e deficientes, aptos e inaptos, adiantados e atrasados, fortes e fracos, etc.; 
1.5.2. o planejamento curricular, como ritual de massificação, que ignora a diversidade, as diferenças e utiliza um processo de homogeneização dos alunos; 
1.5.3. a relação professor-aluno, como ritual de domesticação, por colocar o professor no centro, com o controle do processo de ensino e aprendizagem através da avaliação; 
1.5.4. a avaliação do rendimento escolar, como ritual de seletividade, que identifica os estudantes competentes para excluir os demais. 
Enquanto esses ritos e rituais se reproduzem, as questões de aprendizagem se avolumam, crescem os índices de reprovação, e os professores continuam sendo responsabilizados pelo fracasso da aprendizagem dos alunos. 
1.6 – A Vida e a morte 
Disponível em: 
http://pensandooensinoreligioso.blogspot.com.br/2013/11/vida-apos-morte-na-
diversidade-religiosa.html - Vídeos sobre a vida após a morte em várias culturas. 
https://www.youtube.com/watch?v=If13h51alSw - vídeo do Prof. César Mota https://www.youtube.com/watch?v=jG12G6XoA0Y - Reportagem Conexão Repórter – Experiência de quase morte 
1.7 - Como a morte é vista em diferentes religiões e doutrinas? 
Carolina Nascimento De maneira geral, cristãos, islâmicos e judeus acreditam que após a morte há a ressurreição. Já os espíritas creem na reencarnação: o espírito retorna à vida material através de um novo corpo humano para continuar o processo de evolução. Algumas doutrinas acreditam que as pessoas podem renascer no corpo de algum animal ou vegetal. Em algumas religiões orientais, o conceito de reencarnação ganha outro sentido: é a continuação de um processo de purificação. Nas diversas religiões, o homem encara a morte como uma passagem ou viagem de um mundo para outro. 
1.7.1 - Filosofia 
A sobrevivência do espírito humano à morte do corpo físico e a crença na vida e no julgamento após a morte já era encontrada na filosofia grega, em especial em Pitágoras, Platão e Plotino. Já Sartre, filósofo francês, defendia que o indivíduo tem uma única existência. Para ele, não há vida nem antes do nascimento e nem depois da morte. 
1.7.1.1 - Doutrina niilista 
Sendo a matéria a única fonte do ser, a morte é considerada o fim de tudo. 
1.7.1.2 - Doutrina panteísta 
O Espírito, ao encarnar, é extraído do todo universal. Individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, com a morte, à massa comum. 
1.7.1.3. Dogmatismo Religioso 
A alma, independente da matéria, sobrevive e conserva a individualidade após a morte. Os que morreram em 'pecado' irão para o fogo eterno; os justos, para o céu, gozar as delícias do paraíso. 
1.7.1.4 – Budismo 
O Budismo prega o renascimento ou reencarnação. Após a morte, o espírito volta em outros corpos, subindo ou descendo na escala dos seres vivos (homens ou animais), de acordo com a sua própria conduta. O ciclo de mortes e renascimentos permanece até que o espírito liberte-se do carma (ações que deixam marcas e que estabelece uma lei de causas e efeitos). A depender do seu carma, a pessoa pode renascer em seis mundos distintos: reinos celestiais, reinos humanos, reinos animais, espíritos guerreiros, espíritos insaciáveis e reinos infernais. Estes determinam a Roda de Samsara, ou seja, o transmigrar incessante de um mundo a outro, ora feliz e angelical, ora sofrendo terríveis torturas, brigando e reclamando. Em qualquer um destes estágios as pessoas estão sujeitas a transformações. 
De acordo com o Livro Tibetano da Morte, existem 49 etapas, ou 49 dias, após a morte. Os monges oram para que as pessoas atinjam a Terra Pura - lugar de paz, tranquilidade e sabedoria iluminada - ou renasçam em níveis superiores. 
Para libertar-se do carma e alcançar a iluminação ou o Nirvana, o ciclo ignorância, sede de viver e o apego às coisas materiais deve ser abolido da mente dos homens. Para isso, a doutrina budista ensina a evitar o mal, praticar o bem e purificar o pensamento. O leigo deve praticar três virtudes: fé, moral e benevolência. Para eles, todo ser humano é iluminado, embora não tenha consciência disso. 
1.7.1.5 – Hinduísmo 
A visão hindu de vida após a morte é centrada na ideia de reencarnação. Para os hinduístas, a alma se liga a este mundo por meio de pensamentos, palavras e atitudes. Quando o corpo morre ocorre a transmigração. A alma passa para o corpo de outra pessoa ou para um animal, a depender das nossas ações, pois a toda ação corresponde uma reação - Lei do Carma. Enquanto não atingimos a libertação final - chama de moksha -, passamos continuamente por mortes e renascimentos. Este ciclo é denominado Roda de Samsara, da qual só saímos após atingirmos a Iluminação. No hinduísmo, a alma pode habitar 14 níveis planetários distintos (chamados a Bhuvanas) dentro da existência material, de acordo com seu nível de consciência. Quando se liberta, a alma retorna ao verdadeiro lar, um mundo onde inexistem nascimentos e mortes. 
Os hindus possuem crenças distintas, mas todas são baseadas na ideia de que a vida na Terra é parte de um ciclo eterno de nascimentos, mortes e renascimentos. 
1.7.1.6 - Islamismo (Religião Muçulmana) 
Para o islamismo, Alá (Deus) criou o mundo e trará de volta a vida todos os mortos no último dia. As pessoas serão julgadas e uma nova vida começará depois da avaliação divina. Esta vida seria então uma preparação para outra existência, seja no céu ou no inferno. 
Quando a pessoa morre, começa o primeiro dia da eternidade. Ao morrer, a alma fica aguardando o dia da ressurreição (juízo final) para ser julgado pelo criador. O inferno está reservado para as almas 'desobedientes', que foram desviadas por Satanás. No Alcorão, livro sagrado, ele é descrito como um lugar preto com fogo ardente, onde as pessoas são castigadas permanentemente. Para o paraíso, vão as almas que obedeceram e seguiram a mensagem de Alah e as tradições dos profetas (entre eles, os cinco principais: Noé, Abrão, Moisés, Jesus filho de Maria e Mohammed). No Alcorão, o paraíso é descrito como um lugar com rios de leite, córregos de mel e outras belezas jamais vistas pelo homem. 
1.7.1.7 – Espiritismo 
Defende a continuaçãoda vida após a morte num novo plano espiritual ou pela reencarnação em outro corpo. Aqueles que praticam o bem, evoluem mais rapidamente. Os que praticam o mal, recebem novas oportunidades de melhoria através das inúmeras encarnações. Crêem na eternidade da alma e na existência de Deus, mas não como criador de pessoas boas ou más. Deus criou os espíritos simples e ignorantes, sem discernimento do bem e do mal. Quem constrói o céu e o inferno é o próprio homem. 
 
Pela teoria, todos os seres humanos são espíritos reencarnados na Terra para evoluir. A morte seria apenas a passagem da alma do mundo físico para a sua verdadeira vida no mundo espiritual. E mesmo no paraíso, acredita-se que o espírito esteja em constante evolução para o seu aperfeiçoamento moral. 
As almas dos mortos ligam-se umas às outras, em famílias espirituais, guiadas pela sintonia entre elas. Consequentemente, os lugares onde vivem possuem níveis vibratórios diferentes, sendo uns mais infelizes e sofredores, e outros mais felizes e plenos. 
Muitas escolas espiritualistas - não todas - defendem a ideia da sobrevivência da individualidade humana, chamada espírito, ao processo da morte biológica, mantendo suas faculdades psicológicas intelectuais e morais. 
1.8 - Igrejas evangélicas 
Como no catolicismo, os evangélicos acreditam no julgamento, na condenação (céu ou inferno) e na eternidade da alma. A diferença é que o morto faz uma grande viagem e a ressurreição só acontecerá quando Jesus voltar à Terra, na chamada 'Ressurreição dos Justos', ou, então, aqueles que forem condenados terão uma nova chance de ressurreição no 'Julgamento Final'. Os que morrerem sem Cristo como seu Deus também receberão um corpo especial para passar a eternidade no lago de fogo e enxofre. 
1.8.1 - Igreja Adventista do Sétimo Dia 
Na Igreja Adventista do Sétimo Dia, os mortos dormem profundamente até o momento da ressurreição. Quem cumpriu seu papel na Terra recebe a graça da vida eterna, do contrário desaparece. 
1.8.2 - Igreja Batista 
Creem na morte física (separação da alma do corpo físico) e na morte espiritual (separação da pessoa de Deus). Os que, após a morte física, acreditam ou passam a confiar em Jesus Cristo, vão para o Paraíso onde terão uma vida de paz e felicidade. Com a morte espiritual, a alma vai para o Inferno para uma vida de angústia, sofrimento, dor e tormentos. 
1.8.3 – Catolicismo 
A vida depois da morte está inserida na crença de um Céu, de um Inferno e de um Purgatório. Dependendo de seus atos, a alma se dirige para cada um desses lugares. A alma é eterna e única. Não retorna em outros corpos e muito menos em animais. Crê na imortalidade e na ressurreição e não na reencarnação da alma. A Bíblia ensina que morreremos só uma vez. E ao morrer, o homem católico é julgado pelos seus atos em vida. Se ele obtiver o perdão, alcançará o céu, onde a pessoa viverá em comunhão e participação com todos os outros seres humanos e, também, com Deus. Se for condenado, vai para o inferno. Algumas almas ganham uma chance para serem purificadas e vão para o purgatório, que não é um lugar, e sim uma experiência existencial da pessoa. Quem for para o céu ressuscitará para viver eternamente. Depois do Juízo Final, justos e pecadores serão separados para a eternidade. Deus julga os atos de cada pessoa em vida de acordo com a palavra que revelou através de Seu Filho, com os ideais de amor, fraternidade, justiça, paz, solidariedade e verdade. 
1.9 – Judaísmo 
O judaísmo crê na sobrevivência da alma, mas não oferece um retrato claro da vida após a morte, e nem mesmo se existe de fato. O judaísmo é uma religião que permite múltiplas interpretações. Algumas correntes acreditam na reencarnação, outras na ressurreição dos mortos. Enquanto a reencarnação representa o retorno da alma para um novo corpo, a ressurreição é definida como o retorno da alma ao corpo original. 
Para os judeus, a lei permite à pessoa que vai morrer pôr a sua casa em ordem, abençoar a família, enviar mensagem aos que lhe parecem importantes e fazer as pazes com Deus. A confissão in extremis é considerada importante elemento na transição para o outro mundo. 
1.10 – Candomblé 
Não existe uma concepção de céu ou inferno, nem de punição eterna. As almas que estão na terra devem apenas cumprir o seu destino, caso contrário vagarão entre céu e terra até se realizar plenamente como um ser consciente e eterno. 
Os cultos afro-brasileiros acreditam que os mistérios da vida e da morte são regidos por uma Lei Maior, uma força divina que dá o equilíbrio divino ou eterno. O Candomblé vê o poder de Deus em todas as coisas e, principalmente, na natureza. Morrer é passar para outra dimensão e permanecer junto com os outros espíritos, orixás e guias. Trabalha com a força da natureza existente entre terra (Aìyê) e o céu (Òrun). Nos cultos afros, o assunto de vida após a morte não é bem definido. 
Na Terra, o objetivo do homem é realizar o seu destino de maneira completa e satisfatória. Ao cumprir o seu destino na Terra, o ser humano está pronto para a morte. Após a morte, o espírito será encaminhado ao Òrun, para uma dimensão reservada aos seres ancestrais, ou seja, eternos. O ser humano pode ser divinizado e cultuado. Caso o seu destino não seja cumprido, os espíritos ficarão vagando entre os espaços do céu e da terra, onde podem influenciar negativamente os mortais. Como não se realizaram plenamente, estes espíritos estão sujeitos à reencarnação. Já as pessoas vivas que sofrem as suas influências negativas, precisam passar por rituais de limpeza espiritual para reencontrar o equilíbrio. 
1.11 – Umbanda 
A Umbanda sofre influências de crenças cristãs, espíritas e de cultos afros e orientais. Como não existe uma unidade ou um 'livro sagrado', alguns umbandistas admitem o céu e o inferno dos cristãos, enquanto outros falam apenas em reencarnação e Carma. Na Umbanda, morte e nascimento são momentos sagrados, que marcam a passagem de um estado a outro de manifestação espiritual, morremos para um lado e nascemos para outro lado da vida, o que nos aguarda do outro lado depende de nós mesmos. 
A Umbanda explica o universo através de sete linhas, regidas por Orixás. Ao morrer, a pessoa será atraída por estes mundos espirituais. A matéria é apenas um dos caminhos para a evolução do espírito. Sendo assim, a morte é uma etapa do ciclo evolutivo, sendo a reencarnação a base da evolução. O objetivo maior do nascimento e da morte é a harmonização e a evolução consciente do espírito. Após morte, o ser humano leva consigo suas alegrias, sua fé, suas crenças, suas mágoas e suas dores. E terá que lidar com elas, sempre contanto com o auxílio dos espíritos mais evoluídos que o recepcionarão no outro lado da vida e o ajudarão na sua adaptação no mundo espiritual. 
Com a morte do corpo físico, os espíritos bons podem se tornar protetores, enquanto os maus (espíritos de pouca evolução, devido às poucas encarnações) podem virar perturbadores. Os mortos (desencarnados) podem ser contatados, ajudados ou afastados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
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