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1 
 
Disciplina: Análise Criminal II 
Autores: Esp. Raíssa Quintino de Paula Xavier 
Revisão de Conteúdos: Esp. Murillo Hochuli Castex 
Revisão Ortográfica: Esp. Juliano de Paula Neitzki 
Ano: 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
2 
 
Raíssa Quintino de Paula Xavier 
 
 
 
 
 
Análise Criminal II 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2019 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
3 
 
Editora São Braz 
Rua Cláudio Chatagnier, 112 
Curitiba – Paraná – 82520-590 
Fone: (41) 3123-9000 
 
 
 
 
 
Coordenador Técnico Editorial 
Marcelo Alvino da Silva 
 
Revisão de Conteúdos 
Murillo Hochuli Castex 
 
Revisão Ortográfica 
Juliano de Paula Neitzki 
 
Desenvolvimento Iconográfico 
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
XAVIER, Raíssa Quintino de Paula. 
Análise Criminal II / Raíssa Quintino de Paula Xavier. – Curitiba: Editora São Braz, 
2019. 
68 p. 
ISBN: 978-85-5475-367-2 
1.Análise Criminal. 2. Estatística. 3. Segurança Pública. 
Material didático da disciplina de Análise Criminal II – Faculdade São Braz (FSB), 
2019. 
Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
Prefácio ................................................................................................................. 07 
Aula 1 – Análise estatística criminal ....................................................................... 08 
Apresentação da Aula 1 ......................................................................................... 08 
 1.1 Conceitos básicos ..................................................................................... 08 
 1.2 Estatística e análise estatística criminal .................................................... 08 
 1.3 Séries estatísticas ..................................................................................... 09 
 1.4 Apresentação de dados ............................................................................ 10 
 1.4.1 Construção de tabelas ........................................................................... 10 
 1.4.2 Construção de gráficos .......................................................................... 11 
 1.5 Estatística descritiva ................................................................................ 12 
 1.6 Parâmetros para comparação relativa ..................................................... 12 
 1.7 Distribuição de frequências ...................................................................... 12 
 1.8 Medidas de tendência central .................................................................. 15 
 1.9 Medidas de dispersão .............................................................................. 19 
 1.10 Coeficiente de correlação ...................................................................... 19 
 1.11 Estatística descritiva x estatística inferencial ......................................... 20 
Resumo da Aula 1 ................................................................................................. 21 
Aula 2 – Estatística e análise espacial ................................................................... 22 
Apresentação da Aula 2 ......................................................................................... 22 
 2.1 Análise de regressão ................................................................................ 22 
 2.2 Análise criminal espacial ........................................................................... 24 
 2.3 Estatística espacial – princípios básicos ................................................... 25 
 2.4 Geoprocessamento .................................................................................. 25 
 2.5 Coleta de dados georeferenciados ........................................................... 26 
 2.5.1 Métodos de aquisição de dados ............................................................. 27 
 2.5.2 Natureza dos dados ............................................................................... 28 
 2.5.3 Qualidade dos dados ............................................................................. 28 
 2.6 Coordenadas geográficas ......................................................................... 29 
 2.6.1 Pontos cardeais ..................................................................................... 30 
 2.6.2 Longitude ............................................................................................... 30 
 2.6.3 Latitude .................................................................................................. 31 
Resumo da Aula 2 ................................................................................................. 33 
Aula 3 – Sistemas de informações ......................................................................... 33 
Apresentação da Aula 3 ......................................................................................... 33 
 3.1 O uso de informações e diagnósticos em segurança urbana .................... 34 
 3.2 Operacionalização da análise criminal ...................................................... 34 
 
6 
 
 3.2.1 Teorias científico-sociais que contribuíram para a análise criminal ........ 35 
 3.2.2 Cuidados a serem tomados na análise de dados ................................... 35 
 3.3 Estrutura dos relatórios ............................................................................. 38 
 3.3.1 Seções dos relatórios ............................................................................ 38 
 3.4 Sistemas de informação geográfica e mapeamento criminal .................... 39 
 3.5 Armazenamento de dados ........................................................................ 40 
 3.5.1 Dados vetoriais ...................................................................................... 40 
 3.5.2 Dados raster .......................................................................................... 41 
 3.6 Consulta de dados .................................................................................... 42 
 3.7 Análise de dados ...................................................................................... 43 
 3.8 Visualização de dados ..............................................................................44 
 3.9 Saída de dados ......................................................................................... 44 
 3.10 Mapeamento criminal ............................................................................. 45 
Resumo da Aula 3 ................................................................................................. 46 
Aula 4 – Cartografia................................................................................................ 47 
Apresentação da Aula 4 ......................................................................................... 47 
 4.1 Projeções cartográficas ............................................................................ 48 
 4.2 Tipos de projeções .................................................................................... 48 
 4.2.1 Projeções azimutais (planas) ................................................................. 49 
 4.2.2 Projeções cônicas .................................................................................. 49 
 4.2.3 Projeções cilíndricas .............................................................................. 50 
 4.3 Escala cartográfica ................................................................................... 51 
 4.3.1 Forma numérica ..................................................................................... 52 
 4.4 Forma gráfica ............................................................................................ 52 
 4.5 Construção de mapas do SIG ................................................................... 53 
 4.6 Sobreposição de temas ............................................................................ 53 
 4.7 Tipos de mapas ........................................................................................ 54 
 4.7.1 Mapa de pontos ..................................................................................... 55 
 4.7.2 Mapa hot spots ...................................................................................... 55 
 4.7.3 Vantagens e desvantagens do mapa hot spots ...................................... 57 
 4.7.4 Mapa temático ....................................................................................... 57 
Resumo da Aula 4 ................................................................................................. 58 
Índice Remissivo ................................................................................................... 62 
Referências ........................................................................................................... 63 
 
 
 
 
 
7 
 
Prefácio 
A presente disciplina tem como objetivo dar continuidade ao conteúdo 
iniciado na disciplina de Análise Criminal I. Nesse sentido, serão aprofundados 
conteúdos como: estatística descritiva; análise criminal espacial; conceitos 
básicos da estatística espacial; projeções cartográficas; construção de mapas do 
SIG; séries estatísticas; operacionalização da análise criminal, dentre outros. 
Todos os tópicos aqui abordados têm a finalidade de contribuir para o 
trabalho do analista criminal, tendo em vista que fazem parte do dia a dia deste 
profissional, que deve dominá-los. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Aula 1 – Análise estatística criminal 
 
Apresentação da aula 1 
 
Na presente aula serão apresentados os conceitos básicos para melhor 
compreensão das técnicas utilizadas em análise criminal. É importante lembrar 
aqui que serão também utilizados conceitos apresentados ao longo da aula 03 
do primeiro módulo. Do mesmo modo, será abordado acerca das séries 
estatísticas, explicando o seu conceito, os tipos existentes e onde são 
normalmente utilizadas. 
Assim, também será explicado acerca dos meios de apresentação que o 
analista criminal pode optar para transmitir os dados coletados, bem como sobre 
o que é e quais são os parâmetros de descrição da estatística descritiva e sua 
diferença em relação à estatística inferencial. 
 
1.1 Conceitos básicos 
 
Neste primeiro tópico serão apresentados alguns conceitos básicos sobre 
estatística, conceitos esses que são de extrema importância para a realização 
do trabalho do analista criminal, estando presentes no seu dia a dia de maneira 
imprescindível. 
 
1.2 Estatística e análise estatística criminal 
 
 A estatística é a parte da ciência responsável pela coleta, organização e 
interpretação de dados experimentais e pela extrapolação dos resultados da 
amostra para a população. 
 A análise estatística criminal nada mais é do que a aplicação da análise 
estatística geral aos dados específicos acerca da criminalidade e segurança 
pública. 
 
 
 
 
 
9 
 
1.3 Séries estatísticas 
 
Séries estatísticas consistem em uma coleção de dados estatísticos 
referentes a uma mesma ordem de classificação, isto é, uma sequência de 
números referentes a uma variável. 
 As séries estatísticas são estruturadas por três fatores básicos: época 
(fator temporal a que se refere o fenômeno analisado); local (fator geográfico de 
onde o fenômeno acontece) e fenômeno (a espécie descritiva do fator). 
 É com base nesses fatores que se originam os três tipos de séries 
estatísticas: série temporal; série geográfica e série específica. 
 
 A série temporal é aquela em que o fator cronológico é variável. 
Pode ser aplicada em diversas áreas, como: finanças, marketing, 
economia etc. Por exemplo: a quantidade de roubos ocorridos ao 
longo dos anos de 2016 a 2018; 
 
 A série geográfica, por sua vez, é aquela em que o fator 
geográfico, o local, é variável. Por exemplo: quantidade de 
acidentes de trabalho ocorridos em cada região do país; 
 
 Por fim, a série específica é aquela na qual o fator fenômeno é 
variável, sendo discriminado por categorias ou espécies existentes 
dentro de uma mesma variável. Por exemplo: a quantidade de 
determinada espécie de animal por alqueire em determinada 
fazenda. 
 
Apresenta-se aqui uma tabela para auxiliar na distinção entre as séries: 
 
 TEMPORAL GEOGRÁFICA ESPECÍFICA 
Parte fixa Local e fenômeno Época e fenômeno Época e local 
Parte variável Tempo Local Fenômeno 
Fonte: elaboração do autor (2019). 
 
 
 
10 
 
1.4 Apresentação de dados 
 
Após a coleta dos dados, é possível que o conjunto de valores seja muito 
extenso ou esteja desorganizando, podendo gerar complicações para a análise 
geral do fenômeno-objeto da pesquisa. Por essa razão é que se utilizam tabelas, 
gráficos ou mapas, que irão facilitar a organização e melhor compreensão dos 
dados. 
 
1.4.1 Construção de tabelas 
 
A tabela é um instrumento de sistematização dos valores que uma ou mais 
variáveis podem possuir, possibilitando uma visão global da situação, pois 
apresenta os dados de maneira resumida. 
 Todas as tabelas devem conter três elementos básicos: título da tabela, 
corpo da tabela e rodapé. 
 Localizado no topo da tabela, o título deve conter informações mais 
completas possíveis, devendo constar a palavra TABELA e sua respectiva 
numeração. Um bom título é aquele que responde às perguntas: o quê? quando? 
e onde? 
 O corpo da tabela é composto por linhas e colunas, nas quais estarão 
contidas informações sobre a variável-objeto do estudo. É possível substituir 
informações da tabela por símbolos, como: 
 
 (-) informação não coletada; 
 (...) informação coletada, mas indisponível; 
 (?) dúvida acerca da validade da informação. 
 
Utilizar estas substituições permite a construção de uma tabela mais 
limpa, mais clara e de fácil compreensão, lembrando também que, sendo 
possível, seja colocada legenda sobre os significados. 
 Por fim, é no rodapé da tabela que encontram-se as informações 
adicionais, como a fonte (quem realizou a pesquisa), notas de esclarecimentoacerca de um ponto geral ou específico da tabela, bem como chamadas, que 
são símbolos remissivos atribuídos para explicar pontos da tabela que 
necessitem de nota específica. 
 
11 
 
 Havendo esses elementos, a tabela estará completa de fácil 
interpretação, possibilitando que os dados possam ser lidos e interpretados de 
maneira clara para aqueles que forem utilizar da pesquisa. 
 
1.4.2 Construção de gráficos 
 
Assim como as tabelas, os gráficos também possibilitam a sistematização 
de dados, visando que estes sejam representados de forma simples e clara, 
permitindo demonstrar a evolução do fenômeno em estudo. 
 Para a sua construção, são necessários os mesmos elementos utilizados 
para a construção das tabelas, somente diferenciando quanto ao título, que deve 
conter a palavra "GRÁFICO" e sua respectiva numeração. Os demais elementos 
e símbolos de substituição são os mesmos. 
 Os gráficos podem ser apresentados por meio de colunas, em que há um 
conjunto de retângulos dispostos verticalmente, separados por um espaço; ou 
em barras, em que há também um conjunto de retângulos, mas que se encontra 
posicionado horizontalmente, também com um espaço entre eles. 
 Há também como apresentar dados por meio de gráficos em setores 
(conhecidos como “gráfico em forma de pizza”), em que a representação ocorre 
sob a forma de um círculo, utilizando setores, de ocorrência muito comum 
quando se pretende comparar proporção (cada valor de uma série em relação 
ao total). Quando se trata da representação de séries temporais, é muito comum 
a utilização de gráficos em linhas ou curvas, por exemplo: 
 
 
Fonte: https://support.minitab.com/pt-br/minitab/18/help-and-how-to/graphs/how-
to/time-series-plot/before-you-start/overview/ 
https://support.minitab.com/pt-br/minitab/18/help-and-how-to/graphs/how-to/time-series-plot/before-you-start/overview/
https://support.minitab.com/pt-br/minitab/18/help-and-how-to/graphs/how-to/time-series-plot/before-you-start/overview/
 
12 
 
Os aplicativos e programas existentes atualmente possuem uma 
infinidade de modelos de gráficos disponíveis, possibilitando ao analista optar 
pelo mais adequado para apresentar os dados coletados. 
 
1.5 Estatística descritiva 
 
 A estatística descritiva é o ramo da estatística utilizado para organizar, 
descrever e sistematizar os dados coletados em determinada pesquisa. 
 Para melhor compreensão dos métodos utilizados pela estatística para 
descrever, organizar e sistematizar dados, dividem-se em cinco grupos os 
parâmetros usados para descrever os dados de uma pesquisa sobre segurança. 
 
1.6 Parâmetros para comparação relativa 
 
 a) Proporção: é o resultado obtido a partir de uma parte sobre seu 
conjunto total, por exemplo: dos 10 crimes ocorridos no último mês, 5 são 
homicídios, ou seja, a proporção de homicídios é de 5/10, ou que 1/2 (metade) 
dos crimes ocorridos no último mês são homicídios; 
 b) Porcentagem: é o resultado obtido mediante a proporção, apenas 
multiplicando o quociente por 100. Isso porque, uma vez que a soma das 
proporções é igual a 1, a soma das porcentagens é igual a 100. Utilizando o 
exemplo acima citado, a porcentagem de homicídios é de 50% de todos os 
crimes ocorridos no último mês; 
 c) Razão: a razão de um número A em relação a um número B é traduzida 
pela divisão de um número A por B. Busca relacionar quantidade de itens 
diferentes. Ainda tomando por base o exemplo acima, a razão então seria 2, pois 
são 10 crimes divididos pelos 5 homicídios. 
 
1.7 Distribuição de frequências 
 
 A distribuição de frequência é o parâmetro que consiste no conjunto de 
mensurações de frequências para os dados observados. 
 
 
13 
 
 a) Frequência absoluta: o número de vezes que o valor de uma 
determinada variável é observado na pesquisa; 
 b) Frequência absoluta acumulada: consiste na soma das frequências 
absolutas dos valores inferiores ou iguais ao valor dado; 
 c) Frequência relativa: é a razão da frequência absoluta pelo número 
total de observações; 
 d) Frequência relativa acumulada: é a soma das frequências relativas 
dos valores inferiores ou iguais ao valor dado; 
 e) Distribuição de frequência: é a forma de apresentar uma frequência, 
sendo as variáveis apresentadas primeiro, seguidas pelas frequências. 
 
Na tabela a seguir, verifica-se a montagem da distribuição de frequência: 
 
Tabela 1 – Número de homicídios em cada bairro 
LOCAL HOMICÍDIOS 
Bairro 1 5 
Bairro 2 3 
Bairro 3 0 
Bairro 4 8 
Bairro 5 3 
Bairro 6 0 
Fonte: elaboração do autor (2019). 
 
Tabela 2 – Distribuição de frequência dos homicídios 
Número de 
homicídios 
Frequência 
absoluta 
Frequência 
absoluta 
acumulada 
Frequência 
relativa 
Frequência 
relativa 
acumulada 
0 2 2 0,33333 0,33333 
3 2 4 0,33333 0,66666 
5 1 5 0,16666 0,83332 
8 1 6 0,16666 0,99998 
Fonte: elaboração do autor (2019). 
 
Para encontrar a frequência absoluta, foi preciso somente verificar 
quantas vezes o valor de determinada variável é visto. No exemplo acima, o valor 
 
14 
 
0 e o valor 3 são vistos duas vezes cada, tendo os demais sido observados 
apenas uma vez. 
 Já para encontrar a frequência absoluta acumulada, a primeira linha 
coincidirá com a frequência absoluta. Para encontrar o valor da segunda linha, 
somou-se a primeira linha da frequência absoluta acumulada com a segunda 
linha da frequência absoluta e assim sucessivamente. 
 Para calcular o valor da frequência relativa, foi dividida a frequência 
absoluta pelo número de bairros, ou seja, 2/6, resultando em 0,33333. Repetiu-
se o processo até a última linha da frequência relativa. 
 A frequência relativa acumulada foi encontrada da mesma forma que a 
frequência absoluta acumulada, em que o valor da primeira linha coincide com a 
frequência relativa e o valor da segunda linha é a soma da frequência relativa 
acumulada mais a frequência relativa da segunda linha, e assim 
sucessivamente. 
 Para demonstrar a distribuição de frequência, pode-se utilizar também o 
histograma, que consiste em um gráfico de barras justapostas, cujas áreas das 
barras são proporcionais à frequência absoluta. 
 Outras duas formas de representação são: o polígono de frequência, que 
consiste em uma representação gráfica de uma distribuição de frequências 
absolutas, sendo um gráfico de linhas que unem os pontos médios das bases 
dos retângulos de um histograma; e os polígonos de frequência acumulada, que 
consistem na representação gráfica de frequências absolutas acumuladas, 
sendo gráficos de linhas que unem os pontos correspondentes ao limite superior 
da frequência acumulada. 
 
1.8 Medidas de tendência central 
 
São os indicadores utilizados quando há objetivo de comparar distintos 
grupos de dados, pois resumem a distribuição de um conjunto de dados. Por 
exemplo, quando se pretende comparar o índice de criminalidade em diferentes 
cidades, utilizam-se as médias de tendência central. 
 Para a aplicação deste parâmetro, é necessário familiarizar-se com 
alguns termos, tais como: 
 
 
15 
 
 a) Média: a soma de todos os resultados divididos pelo número total de 
casos; 
 b) Moda: observação que ocorre com maior frequência em uma amostra; 
 c) Mediana: é o valor que divide a amostra ao meio, sendo a variável que 
ocupa a posição central nos dados; 
 
Apresenta-se aqui um exemplo fictício para melhor elucidar a questão 
abordada: 
Local Número de roubos 
Bairro 1 10 
Bairro 2 22 
Bairro 3 6 
Bairro 4 28 
Bairro 5 10 
Bairro 6 12 
Bairro 7 9 
Fonte: elaboração do autor (2019). 
 
Com base na tabela acima, pode-se concluir que: 
 
Variável Média Moda Mediana 
N. de roubos 13,8571 10 14,5 
Fonte: elaboração do autor (2019). 
 
Portanto, para calcular a média, utilizou-se a soma de todos os casos de 
roubo ocorridos e dividiu-se esse valor pelo número de bairros. 
 
Ou seja: (10+22+6+28+10+12+9)/7 = 13.8571. 
 
Para o cálculo damoda, foi necessário apenas verificar a quantidade de 
roubos que apareceu com mais frequência, que, no exemplo, foi o número 10, 
com duas aparições, sendo então este o valor da moda. 
 
16 
 
 Já no cálculo da mediana, tendo em vista que o número de observações 
da amostra é ímpar, calcula-se com a seguinte fórmula: X {(n+1)/2}. Se o número 
de observações fosse par, a fórmula seria: (X(n/2)+ X{(n/2)+1}). 
 Além dos termos já abordados, cabe aqui salientar alguns outros termos 
complementares para a realização do resumo da distribuição de um conjunto de 
dados. 
 d) Taxa bruta: é desenvolvida quando há necessidade de comparar a 
incidência de fenômenos entre diferentes regiões, com população diferente, ou 
em uma mesma região onde a população varie de acordo com o tempo. Para 
realizar este cálculo, divide-se o número de vítimas efetivas pelo tamanho da 
população de risco (aquela mais suscetível a sofrer aquele tipo de crime), 
multiplicando o valor obtido por 100 mil; 
 e) Quartis: são valores que determinam a divisão de um conjunto de dados 
em quatro partes iguais; 
 f) Decis: são valores que determinam a divisão de um conjunto de dados 
em dez partes iguais; 
 Exemplo: 
Ranking Estado Nº 
absoluto 
de 
estupros 
Taxa (por 
100 mil 
habitantes) 
Nº 
absoluto 
de 
tentativa 
de 
estupro 
Taxa de 
tentativas 
de estupro 
(por 100 
mil 
habitantes) 
1º Mato Grosso 
do Sul 
1.458 54,4 166 6,2 
2º Amapá 385 49,2 28 3,6 
3º Mato Grosso 1.614 48,8 163 4,9 
4º Roraima 234 45,5 37 7,2 
 
17 
 
5º Santa 
Catarina 
3.084 44,6 702 10,2 
6º Rondônia 790 44,2 97 5,4 
7º Paraná 4.164 37 488 4,3 
8º Rio Grande 
do Sul 
4.144 36,7 654 5,8 
9º Pará 3.002 36,3 176 2,1 
10º Rio de 
Janeiro 
4.308 25,9 408 2,5 
11º Tocantins 385 25,1 34 2,2 
12º Sergipe 541 23,9 51 2,3 
13º Amazonas 930 23,2 116 2,9 
14º São Paulo 10.055 22,5 1.218 2,7 
15º Distrito 
Federal 
666 22,4 79 2,7 
16º Pernambuco 1.976 21 273 2,9 
17º Piauí 653 20,3 160 5 
18º Minas 
Gerais 
3.926 18,7 380 1,8 
19º Bahia 2.709 17,7 … … 
20º Ceará 1.538 17,2 265 3 
21º Alagoas 500 14,9 52 1,5 
 
18 
 
22º Maranhão 995 14,3 229 3,3 
23º Goiás 670 10 321 4,8 
24º Paraíba 376 9,4 14 0,4 
25º Rio Grande 
do Norte 
206 5,9 52 1,5 
26º Espírito 
Santo 
188 4,7 215 5,4 
*Não foram disponibilizados dados sobre o Acre 
Fonte: https://exame.abril.com.br/brasil/os-estados-com-as-maiores-taxas-de-estupro-
do-pais-ms-lidera/. Os estados com maiores taxas de estupro no país; MS lidera. 
 
Com base na tabela apresentada, é possível concluir que o grupo de risco 
mais comum são as mulheres. Portanto, o cálculo realizado para encontrar a 
taxa bruta foi: (número de estupros ocorridos) x (população feminina do Mato 
Grosso do Sul) x (100.000), totalizando o valor de 54,4 estupros por mil 
habitantes. O mesmo raciocínio foi utilizado para realizar o cálculo da taxa bruta 
referente à tentativa de estupro. 
 Embora muitos outros estados tenham registrado maior número de 
ocorrências de casos de estupro, como ocorreu com São Paulo, isso por si só 
não significa que a taxa bruta de estupros é maior. Isso porque, em razão da 
densidade populacional, o índice de São Paulo, por exemplo, foi de 22,5 vítimas 
para cada grupo de 100.000 mulheres, ou seja, foi menor do que o constatado 
no Mato Grosso do Sul, onde o índice é de 54,4 mulheres para cada grupo de 
100.000, em razão do tamanho da população. 
 Sendo assim, é visível na tabela acima a importância do cálculo da taxa 
bruta, pois apenas verificar o número de ocorrências não exprime corretamente 
a proporcionalidade em que os crimes ocorrem, pois deixa de considerar o 
tamanho da população, fato importante para mensurar a situação da segurança 
pública. 
 
 
 
19 
 
1.9 Medidas de dispersão 
 
A medida de dispersão é um conjunto de medidas que descreve a 
variabilidade de um conjunto de dados, permitindo verificar como estes estão 
distribuídos em torno da tendência central, conforme os seguintes conceitos: 
 
 a) Amplitude: consiste na diferença entre o maior e o menor valor dos 
dados analisados. Caso os dados sejam categóricos, será a diferença entre o 
limite superior da última categoria e o limite inferior da primeira categoria; 
 b) Variância: é a medida do grau de dispersão dos dados em torno da 
média; 
 c) Desvio padrão: é obtido por meio da raiz quadrada da variância. 
 
1.10 Coeficiente de correlação 
 
A análise de correlação possui o intuito de medir a intensidade ou o grau 
de associação linear entre duas variáveis, sem, contudo, determinar a relação 
funcional entre elas, ou seja, não determina que uma variável seja responsável 
pela alteração ocorrida na outra. 
 O processo para realizar a análise da correlação é a interpretação do 
coeficiente de correlação, cujo cálculo se realiza com base na variância da 
amostra. Por meio desse processo é que se pode, por exemplo, afirmar que o 
desemprego está associado ao aumento da criminalidade. Entretanto, não é 
possível exprimir da mesma frase se é a criminalidade que afeta o emprego ou 
é o emprego que ocasiona o aumento de crimes. 
 Atualmente, os pacotes estatísticos de fácil acesso realizam o cálculo do 
coeficiente de correlação automaticamente, não havendo necessidade de o 
analista realizar o cálculo propriamente dito, mas sim de interpretar o resultado 
obtido. 
 
 
 
 
20 
 
Importante 
Note-se: 
 Se o resultado for igual a 0, significa que não há 
correlação; 
 Quanto mais próximo de -1 ou +1 for o resultado, mais 
forte será a correlação; 
 Se o resultado for menor que 0, significa que existe uma 
correlação negativa, isto é, quando uma variável cresce, 
a outra decresce. 
 
1.11 Estatística descritiva x estatística inferencial 
 
Conforme conceituado anteriormente, a estatística descritiva é aquela que 
envolve técnicas para organizar, resumir e descrever os dados coletados em 
uma pesquisa. 
 A estatística inferencial, por sua vez, utiliza amostra aleatória dos dados 
de uma população para descrever e fazer inferências sobre este público. São 
comumente utilizadas quando não é possível ou conveniente examinar cada 
membro da população toda. Por exemplo: não é nada prático nem conveniente 
realizar a pesagem de todos os pães produzidos por uma padaria, mas pode-se 
utilizar do peso de um dos pães para generalizar acerca do peso dos demais, 
com base na probabilidade. 
 Portanto, é visível aqui que para a estatística inferencial possibilita a 
realização de uma pesquisa mesmo quando não há meios ou recursos para 
coleta total de dados. Assim, embora possua papel importante, o principal 
método utilizado em matéria de análise estatística criminal ainda é a estatística 
descritiva. 
 Nesta aula, é possível concluir que o trabalho do analista criminal não 
consiste apenas na mera coleta e sistematização dos dados. É preciso que este 
profissional saiba também trabalhar com esses dados de modo que sejam 
apresentados de maneira clara e de fácil compreensão. 
 Ademais, cabe ao analista criminal possuir conhecimento básico sobre 
matemática, mesmo com a existência de diversos programas e aplicativos que 
 
21 
 
hoje realizem automaticamente os cálculos, pois haverá a necessidade de 
apresentar e interpretar os resultados obtidos. 
 Portanto, conclui-se que o trabalho de análise estatística criminal engloba 
diversos fatores, não estando restrito apenas a um compilado de dados, mas sim 
em resultados a serem interpretados, que visam transmitir a real situação da 
segurança pública no local onde foi realizada a pesquisa, permitindo assim que 
possam ser realizadas ações e/ou políticas de segurança pública de maneira 
assertiva e eficiente. 
 
Resumo da aula 1 
 
Nesta aula foi abordado sobre a análise estatística criminal, apresentando 
o conceito do que é análise estatística criminal e desenvolvendo e 
exemplificando sobre o conceito de séries estatísticase seus tipos. 
 Foi discorrido também acerca de quais são os instrumentos utilizados 
para a apresentação de dados, sendo eles a construção de tabelas e gráficos, 
permitindo assim que os dados coletados sejam explanados de maneira mais 
direta e clara, tornando-os de fácil acesso. 
 Por fim, no tópico de estatística descritiva, além do conceito em si, foram 
também explicados os parâmetros utilizados para descrever os dados de uma 
pesquisa. São eles: parâmetro de comparação relativa, onde se realizam os 
cálculos de porcentagem, proporção e razão; dispersão de frequência, cujo 
objetivo é mensurar a frequência sob os dados observados; medidas de 
tendência central, cuja utilização ocorre quando o objetivo é comparar grupos de 
dados distintos; medidas de dispersão, em que se calcula a amplitude, a 
variância e o desvio padrão; e, por fim, coeficiente de correlação, que tem por 
objetivo medir o grau de associação linear que duas variáveis possam possuir. 
 Em mesmo tópico, distinguiu-se a diferença entre estatística descritiva e 
estatística inferencial, demonstrando que a estatística descritiva apresenta suas 
conclusões com base nos dados coletados, ao passo que a estatística inferencial 
trabalha com a teoria da probabilidade. 
 
 
22 
 
Atividade de Aprendizagem 
Disserte acerca da importância do cálculo da taxa bruta. 
 
 
 
Aula 2 – Estatística e análise espacial 
 
Apresentação da aula 2 
 
Dando continuidade ao tema abordado na aula passada, nesta aula será 
abordada a análise de regressão, método utilizado para determinar a relação 
funcional entre duas ou mais variáveis, cujo objetivo é modelar o relacionamento 
entre uma variável e as outras. 
 Será trabalhado também acerca da análise criminal espacial, cujo 
entendimento depende dos conhecimentos acerca dos princípios básicos da 
estatística espacial. Portanto, esses princípios serão trabalhados em tópico 
próprio, no qual serão apresentados os conceitos necessários para o 
entendimento da matéria. 
 
2.1 Análise de regressão 
 
A análise de regressão busca determinar a relação funcional entre duas 
ou mais variáveis. Seu objetivo principal é modelar o relacionamento entre uma 
variável e outras variáveis. A primeira variável é chamada de dependente e as 
outras são chamadas de explicativas. 
 Ou seja, tem como objetivo determinar de que maneira as variáveis 
explicativas se relacionam com a variável dependente. Para realizar o cálculo, 
estima-se o valor médio da variável dependente com base nos valores das 
variáveis explicativas. 
 Por exemplo: a relação entre armas e homicídios. Nesse exemplo, o 
objetivo não é apenas saber a correlação entre armas de fogo e homicídios, mas 
 
23 
 
sim em que medida o aumento ou diminuição de armas de fogo influencia no 
aumento ou diminuição dos homicídios. 
 Para a realização deste cálculo, estima-se uma regressão linear, tendo 
como variável determinante o número de homicídios e o número de armas como 
variável explicativa. É por meio dessa estimativa que é possível obter uma 
equação que irá determinar o número médio de homicídios em relação ao 
número de armas. 
 Contudo, tendo em vista que a análise de regressão estima uma relação 
estatística, esta está sujeita a erro, o qual pode ser corrigido por meio de diversos 
métodos, de acordo com o tipo e distribuição de dados. 
 Realizar análise de regressão exige um conhecimento aprofundado em 
estatística e álgebra, cujo conteúdo exigiria um curso próprio para ser abordado 
de maneira completa, fugindo do objetivo desta aula. 
 A exemplo, tem-se o modelo de análise de regressão: 
 
Fonte: http://recologia.com.br/tag/regressao-linear/ 
 
Na imagem acima, o objetivo era saber como a altitude influencia no 
diâmetro da altura do peito de uma determinada espécie de árvore. Como se 
pode observar, quanto maior a altitude, maior o diâmetro. 
 
 
24 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 
Para agregar aos estudos, sugere-se aqui a 
leitura da obra Introdução à trigonometria, 
escrita pelo autor Jeffrey M. Wooldridge, no 
qual o objetivo é auxiliar na interpretação das 
hipóteses à luz das aplicações empíricas 
reais: a matemática requerida não vai além da 
álgebra dos cursos de graduação e da 
probabilidade e estatística básicas. 
 
 
2.2 Análise criminal espacial 
 
A análise criminal espacial é uma das muitas etapas para o 
desenvolvimento de políticas públicas e para a profissionalização das polícias, 
logo, não é um fim em si mesma. 
 Por óbvio que não se pretende, por meio da análise criminal espacial, 
medir qual a quantidade de crimes ocorridos, visto que isso é uma tarefa 
impossível. O que pode ser mensurado são apenas as notificações dos crimes. 
 Portanto, a análise criminal espacial deve contribuir no fornecimento de 
subsídios para ações do Estado, seja na dimensão estratégica, em que os 
gestores possam formular políticas com base na projeção dos cenários, seja na 
dimensão tático/operacional, possibilitando aos policiais que estes realizem com 
mais assertividade suas investigações e patrulhamentos. 
 Existem seis tipos de padrões criminais que podem ser detectados: 
 
 a) Séries: vários crimes praticados com o mesmo modus operandi contra 
uma ou mais vítimas; 
 b) Spree (farra): frequência alta de crimes que aparentam ter atividade 
contínua; 
 c) Hot spot (ponto quente): será abordado a fundo nas aulas seguintes, 
mas é um local com alta incidência de crimes; 
 d) Hot dot (entidade quente): indivíduos que possuem relação direta com 
vários eventos criminosos. Podem ser criminosos, vítimas ou testemunhas; 
 
25 
 
 e) Hot product (produto quente): produtos que possuem alto índice de 
serem alvos de eventos criminosos; 
 f) Hot target (alvo quente): locais considerados como potenciais alvos 
para criminosos. 
 
Para melhor compreender sobre a análise criminal espacial é necessário, 
antes de tudo, entender os princípios básicos da estatística espacial. 
 
2.3 Estatística espacial – princípios básicos 
 
Este tópico se destina a desenvolver alguns princípios básicos da 
estatística espacial. Tais princípios merecem destaque, visto que são 
importantes no tocante à análise criminal espacial, na qual os termos e conceitos 
aparecem com frequência, devendo o analista criminal dominar este 
conhecimento. 
 
2.4 Geoprocessamento 
 
 O geoprocessamento é a disciplina que utiliza técnicas matemáticas, 
computacionais e geográficas, destinando-as à coleta e tratamento de 
informações espaciais. Este processo também envolve a criação de softwares 
(sistemas) para a utilização desses dados. Esses sistemas são chamados de 
SIG – Sistema de Informações Geográficas. 
 Um exemplo de geoprocessamento é o Google Earth, que permite que 
qualquer pessoa, mesmo que não conheça sobre geoprocessamento, tenha 
acesso a mapas de qualquer região do mundo, contando ainda com GPS, 
imagens de satélite e modelos tridimensionais. 
 
 
26 
 
 
Google Earth 
Fonte: https://nova-escola-
producao.s3.amazonaws.com/k8mt493jArbkyuMGJxW46vcfGmkHB5ZuYpad8sFp37J
ApHhNrQ49D6jUaW7S/ne-262-geografia-mapa-google-earth-localizacao-espaco-
lugar-7.jpeg 
 
O processo de geoprocessamento consiste em quatro etapas: coleta, 
armazenamento, tratamento e análise de dados e uso integrado das 
informações. Essas etapas podem ser realizadas por diversas ferramentas, por 
exemplo: GPS (Global Position System – muito utilizada para realizar a coleta 
de dados georeferenciados); o Oracle – que é um sistema gerenciador de bancos 
de dados utilizado para armazenar informações e o SPRING – sistema de 
informações geográficas, com função de processamento de imagens, análise 
espacial, modelagem numérica de terreno e consulta de bancos de dados. 
 
2.5 Coleta de dados georeferenciados 
 
 Para dar início aos trabalhos de análise espacial, é necessário, 
primeiramente, uma base cartográfica ou, ao menos, um mapa digital da regiãoa ser estudada. 
 E, para construir mapas ou a base cartográfica é preciso realizar a coleta 
de informações, seja por meio de levantamentos terrestres, seja por 
sensoriamento remoto. 
 
 
 
27 
 
Curiosidade 
Sensoriamento remoto é o conjunto de técnicas que 
possibilita a obtenção de informações sobre alvos 
localizados na superfície terrestre, por meio de registro de 
interação de radiação eletromagnética com a superfície, cuja 
realização se dá por sensores distantes/remotos. 
Levantamento terrestre, por sua vez, é aquele cujo objetivo 
principal é determinar o relevo da superfície terrestre, assim 
como a localização dos acidentes naturais e artificiais 
presentes nessa superfície. 
 
Entretanto, a realização desses processos é demasiadamente onerosa, o 
que acaba por dificultar o acesso gratuito a mapas e bases cartográficas. Isso 
porque o processo é bem mais complexo do que se comparado à maioria das 
aplicações convencionais, pois a entrada de dados não se limita a simples 
operações de inserção. 
 As dificuldades para realizar o processo de coleta variam de acordo com 
o tipo de aplicação. A exemplo, algumas vezes os dados precisam ser obtidos 
diretamente da fonte real (de fonte bruta), pois nem sempre existem mapas 
prontos e na escala apropriada. 
 
2.5.1 Métodos de aquisição de dados 
 
Os métodos mais utilizados na aquisição de dados são a digitação 
manual, a leitura ótica por meio de dispositivos de varredura, a digitação via 
teclado e a leitura de dados provenientes de fontes de armazenamento 
secundário. É devido à utilização desses métodos que se permite a transferência 
de dados obtidos por meio de mecanismos de captura para a base de dados do 
SIG. 
A digitalização é o método no qual se coloca sobre uma mesa 
digitalizadora uma folha de papel contendo um mapa. Por meio de um dispositivo 
de apontamento (caneta ótica), o usuário irá assinalar vários pontos, que serão 
calculados como pares de coordenadas x e y (cartesianas). É comum que no 
início do processo sejam cadastrados no sistema três ou mais pontos de 
coordenadas conhecidas, para servirem de ponto de referência para os cálculos. 
 
28 
 
 A eficiência do processo irá depender da qualidade do software utilizado, 
bem como da experiência do usuário em operá-lo, pois é uma tarefa cansativa, 
em que podem ocorrer erros, embora estes possam ser apontados pelo software 
para serem solucionados. Além do cálculo das coordenadas, podem ser 
realizadas outras tarefas, por exemplo, a construção da topologia, identificação 
de objetos etc. 
 O método de leitura ótica por meio de dispositivo de varredura permite a 
obtenção de imagens digitais a partir da movimentação de um detector eletrônico 
sobre um mapa. Embora seja um processo mais rápido que a digitalização, não 
é adequado para todos os tipos de situações, pois, para poder ser lido por um 
scanner, o mapa precisa apresentar algumas características que vão permitir 
que as imagens geradas sejam de boa qualidade. 
 
2.5.2 Natureza dos dados 
 
 Os dados georeferenciados possuem quatro componentes principais que 
armazenam informações sobre o que é a entidade, onde ela se localiza, qual seu 
relacionamento com outras entidades e em que momento ou período de tempo 
esta entidade é válida. 
 a) Atributos qualitativos e quantitativos: são os componentes que 
armazenam as características das entidades, podendo ser representados de 
forma numérica e possuindo aspecto não-gráfico; 
 b) Atributos de localização geográfica: envolvem conceitos de métrica, 
sistema de coordenadas, distância entre pontos, medidas de ângulos etc; sendo 
referentes à geometria dos objetos; 
 c) Relacionamento topológico: são os componentes que representam as 
relações de vizinhança espacial interna e externa dos objetos; 
 d) Componente tempo: faz referência às características temporais, 
sazonais e periódicas dos objetos. 
 
2.5.3 Qualidade dos dados 
 
Mesmo em matéria de software, é possível que existam erros, que devem 
ser identificados e corrigidos. Os erros podem acabar sendo introduzidos no 
 
29 
 
banco de dados por diversas formas: por erro nas fontes originais, erros 
adicionados ao longo do processo de obtenção e armazenamento, gerados 
durante a exibição ou impressão, ou decorrentes de resultados equivocados em 
operações de análise de dados. 
 A acurácia dos dados pode ser definida como a estimativa dos valores 
serem verdadeiros, ou como a probabilidade de estarem corretos. Contudo, o 
objetivo de encontrar os erros não é, necessariamente, eliminá-los, mas sim 
gerenciá-los, pois sempre haverá, mesmo que mínimo, algum erro associado às 
informações espaciais. Assim, é um elemento essencial para que os usuários 
confiem no sistema, pois erros significativos podem afetar os resultados das 
análises por longos períodos de tempo até serem descobertos. 
 Já a precisão pode ser definida como o número de casas decimais ou 
dígitos significativos de uma medida. Ou seja, se um objeto especial possui 
atributos de posicionamento com vários dígitos significativos, não implica que 
esta informação seja acurada. Entretanto, embora todos os dados espaciais 
sejam representados com algum grau, mesmo que mínimo, de erro, geralmente 
são representados computacionalmente com alta precisão. 
 Para medir a qualidade dos dados, podem ser usados os seguintes 
componentes: acurácia posicional, acurácia dos atributos, consistência lógica, 
resolução de imagens, fator tempo, completude de informações e histórico do 
processo de obtenção dos dados. 
 
2.6 Coordenadas geográficas 
 
As coordenadas geográficas constituem um sistema de linhas imaginárias 
que dividem a Terra, facilitando, assim, determinar a localização de áreas. Este 
sistema foi criado com o intuito de padronizar a localização espacial de qualquer 
ponto do globo terrestre, criando uma linguagem universal. 
 Para entender esse sistema de coordenadas, é preciso, antes de tudo, 
estar familiarizado com os conceitos de longitude, latitude e com os pontos 
cardeais. 
 
 
 
 
30 
 
2.6.1 Pontos cardeais 
 
 São pontos básicos utilizados para determinar as direções, e são 
concebidos a partir da posição na qual o Sol se encontra ao longo do dia. São 
eles: norte, sul, leste e oeste. 
 Na figura abaixo, a denominada Rosa dos Ventos, há a representação dos 
quatro principais pontos: os cardeais, assim como os colaterais – nordeste, 
sudeste, noroeste e sudoeste. 
 
 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponto_cardeal 
 
2.6.2 Longitude 
 
 A longitude se determina por linhas que cortam o globo terrestre no 
sentido norte-sul, passando pelos dois polos e sendo denominadas de 
meridianos. 
 Todos os meridianos dividem a terra ao meio, pois passam pelos dois 
polos. O mais famoso dos meridianos é o Meridiano de Greenwich, que foi 
determinado em 1884 como o "marco zero", e que até hoje é utilizado 
universalmente para a localização de pontos da Terra. 
 A partir do Meridiano de Greenwich são calculados os demais, se situando 
180° a leste e a oeste do marco zero, totalizando assim os 360° da Terra. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponto_cardeal
 
31 
 
 
Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/meridiano-greenwich.htm 
 
Conforme pode ser visto no mapa, os meridianos localizados a oeste do 
Meridiano de Greenwich são longitudes negativas, ao passo que os meridianos 
localizados a leste são longitudes positivas. Cada grau da longitude é dividido 
em 60 (sessenta) minutos e esses se subdividem em 60 (sessenta) segundos. 
Assim, o formato utilizado para informar uma longitude é: graus°, minutos' e 
segundos''. 
 
2.6.3 Latitude 
 
 A latitude se determina por paralelos, que são linhas imaginárias que 
cortam o globo terrestre no sentido leste-oeste, tendo a linha do Equador como 
latitude zero. 
 A linha do Equador corta o globo terrestre exatamente ao meio, dividindo 
a Terra em duaspartes iguais (hemisfério norte e hemisfério sul), tendo sido 
convencionado como a latitude zero. 
 Ao norte do equador, a latitude é positiva e ao sul, negativa. Conforme se 
desloca para o norte ou para o sul, a latitude aumenta em proporções iguais, 
conforme é possível verificar na imagem abaixo. 
 
32 
 
 
Fonte: https://alunosonline.uol.com.br/geografia/latitudes-longitudes.html 
 
Existem também dois paralelos muito conhecidos: o Trópico de Câncer, 
localizado nas coordenadas 23°26'00'', e o Trópico de Capricórnio, localizado 
nas coordenadas -23°,27'09", onde está situada a Zona Tropical. 
 
Fonte: https://www.todamateria.com.br/tropicos-de-cancer-e-capricornio/ 
 
A partir do conteúdo apresentado nesta aula, é possível vislumbrar que a 
análise criminal espacial está diretamente vinculada à estatística espacial, visto 
que é necessário conhecimento sobre os princípios básicos da estatística 
espacial, para então aplicá-los na análise criminal espacial. 
 Realizar estatística espacial não é um trabalho simples, pois vai além da 
mera inserção de dados, sendo necessária uma gama de cálculos, medições e 
https://www.todamateria.com.br/tropicos-de-cancer-e-capricornio/
 
33 
 
processos para sua construção, tendo em vista que muitas vezes não há mapas 
prontos ou escalas adequadas para a realização do trabalho. 
 É por isso que saber ler e interpretar um mapa é uma necessidade para o 
analista criminal, devendo ele entender os conceitos de latitude, longitude e 
conhecer os pontos cardeais e colaterais, possibilitando, assim, que se 
construam bons mapas e que os resultados obtidos pela pesquisa se aproximem 
de maneira mais próxima da realidade. 
 
Resumo da aula 2 
 
Nesta aula abordou-se a análise de regressão, instrumento de 
apresentação de dados cujo objetivo é determinar a relação de duas ou mais 
variáveis distintas. 
 Ingressou-se, então, no tópico acerca da análise criminal espacial que, 
para ser melhor compreendida, necessita o entendimento de princípios básicos 
da estatística espacial. 
 Então, foi abordado acerca da estatística espacial e seus conceitos 
básicos (geoprocessamento, latitude, longitude e pontos cardeais), 
apresentando exemplos para facilitar a visualização. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Elabore um texto apresentando os princípios básicos da 
estatística espacial, desenvolvendo acerca dos conceitos 
apresentados em aula. 
 
 
 
Aula 3 – Sistemas de informações 
 
Apresentação da aula 3 
 
 Nesta aula será trabalhado o uso de informações e diagnósticos em 
segurança urbana, bem como a operacionalização da análise criminal. 
 
34 
 
Posteriormente, será adentrado no tema Sistema de Informações Geográficas –
o SIG – explicando e exemplificando suas funções. 
 
3.1 O uso de informações e diagnósticos em segurança urbana 
 
 Conforme comentado no módulo anterior, junto com o surgimento das 
novas tecnologias vem também a modernização da criminalidade, que se adapta 
e encontra novas formas para se manifestar. 
 Em razão destes avanços, cabe também aos órgãos de segurança pública 
se modernizarem, buscarem outras formas de prevenir e reprimir o crime. E é 
neste ponto que o uso de informações e diagnósticos se faz importante. 
 Construir um banco de dados sólido permite que se acompanhe de 
maneira incisiva a situação da criminalidade. O Brasil ainda se encontra atrasado 
nesse contexto, mas caminha lentamente para uma mudança de paradigma. 
 Para que o banco de dados seja alimentado, é necessário que sejam 
analisados determinados aspectos, como: identificação de tendências e padrões 
que permitam avaliar de maneira adequada a relação entre percepções sociais 
de medo e as taxas reais de criminalidade, o perfil dos agressores e vítimas, a 
distribuição espacial dos delitos, a incidência em diferentes grupos sociais, as 
chances de punibilidade e o real impacto das ações e políticas públicas de 
segurança nas taxas de criminalidade. 
 Entender a necessidade da existência e manutenção de um banco de 
dados referentes à segurança pública é imprescindível para que o processo de 
modernização finalmente se desenvolva de maneira plena, possibilitando que 
sejam desenvolvidos novos métodos de prevenção e repressão ao crime. 
 
3.2 Operacionalização da análise criminal 
 
A operacionalização de uma análise criminal é feita a partir da formulação 
de um quadro de compreensão sobre o problema analisado, buscando identificar 
suas causas. É a partir desse quadro que serão criados os subsídios necessários 
para o processo de tomada de decisão quanto às estratégias a serem adotadas 
para solucionar o problema. 
 
 
35 
 
3.2.1 Teorias científico-sociais que contribuíram para a análise criminal 
 
Dentre todas as abordagens que podem ser utilizadas para fins de análise 
criminal, destaca-se a abordagem ecológica do crime, que analisa os processos 
sociais a partir da perspectiva da comunidade, dando ênfase nos conceitos 
epidemiológicos, biológicos e geográficos para explicar a distribuição das taxas 
de criminalidade. 
 O que faz essa abordagem ser tão importante é o fato de que o analista 
criminal não pode restringir seu trabalho apenas em analisar se os recursos, 
ações e políticas de segurança pública empregados pelos órgãos de segurança 
pública têm incidência sobre o crime. Afinal, são vários os fatores que aumentam 
ou diminuem a incidência de crimes, seja direta ou indiretamente. 
 É por essa razão que as teorias provenientes das ciências sociais se 
fazem tão necessárias e têm utilidade direta no trabalho do analista criminal. São 
elas: 
 a) Teoria das atividades rotineiras: é a teoria do delito em que a análise é 
feita com base em um aspecto situacional, analisando o contexto da situação em 
que o crime ocorreu; 
 b) Teoria dos locais desviantes: tem como base a premissa de que o meio 
modifica o homem, explicando o crime também como algo associado ao meio 
físico em que o criminoso está inserido; 
 c) Teoria da desorganização social: toma por base que a desorganização 
social contribui para o fortalecimento do crime, visto que nos locais onde está 
presente há estrutura suficiente para as organizações criminosas se apoiarem. 
Para esta teoria, esta seria a explicação do porque a criminalidade é tão 
fortalecida nas favelas, visto que são desestruturadas, alvos fáceis para o tráfico 
de drogas. 
 
3.2.2 Cuidados a serem tomados na análise de dados 
 
Apresentam-se aqui alguns dos problemas enfrentados quando da análise 
de dados, prejudicando sua aplicação: 
 
 
36 
 
 a) Sazonalidade: a existência de diversos fatores e situações relacionados 
ao calendário anual podem explicar porque a criminalidade cresce ou diminui em 
determinadas épocas do ano. Portanto, é sempre necessário comparar períodos 
de tempo equivalentes, para que não haja erro nos relatórios. 
 No verão, por exemplo, as pessoas costumam ficar até mais tarde nas 
ruas, ou viajar e deixar suas casas vazias, pouco ou nada protegidas, 
propiciando oportunidades para a ocorrência de crimes. 
 b) O problema da unidade de análise: é cediço que um pequeno número 
de membros de uma comunidade é que são responsáveis pela ocorrência de 
muitos crimes – o chamado fenômeno da concentração espacial do crime. 
Portanto, quando forem realizadas comparações, é necessário que estas sejam 
feitas entre unidades territoriais equivalentes administrativamente, ou seja, bairro 
com bairro, estado com estado etc., e também que possuam características 
sociais, culturais e econômicas semelhantes, sempre que possível. 
 c) A escolha do período-base de comparação deve ser realizada de 
maneira muito bem pensada, pois é de extrema importância, visto que, 
dependendo do crime estudado e do período base de comparação utilizado, 
podem haver divergências nos dados, fazendo com que os dados coletados 
sejam incorretos. 
 Portanto, é necessário que sejam tomados dois cuidadosespeciais: 
utilizar um período "normal", ou seja, em que os valores não sejam muito altos 
nem muito baixos e não escolher um período base muito distante do período de 
comparação. 
 d) Cálculo de porcentagens e taxas com bases muito pequenas: quanto 
maior a base, menores serão as oscilações percentuais. Deve-se tomar 
demasiado cuidado neste ponto, para não alardear percentuais exorbitantes de 
crimes quando foram baseados em um número absoluto pequeno. 
 e) Tomar dados de notificação de crime como se fossem o universo dos 
crimes: é fato que nem todas as vítimas de crime relatam o ocorrido às 
autoridades policiais, fazendo com que as estatísticas oficiais sobre os crimes 
não estejam completamente corretas. Portanto, muitas vezes, o aumento da 
estatística de determinado crime pode apenas significar o aumento de 
notificações acerca deste crime, devendo então sempre levar em consideração 
 
37 
 
quais foram as medidas que foram tomadas para que se estimulasse a 
notificação. 
 f) Atividade policial: é sempre importante verificar os indicadores positivos 
do trabalho realizado pela polícia, ou seja, o número de veículos e armas 
apreendidos, o número de cargas recuperadas, de prisões efetuadas. Isso 
porque estes indicadores podem ter relação com a diminuição ou o aumento da 
criminalidade. Entretanto, deve-se tomar cuidado para não analisar esses 
números de forma absoluta, correndo-se o risco de chegar a resultados 
enganosos. 
 g) Certos indicadores refletem simultaneamente atividade policial e 
fenômenos criminais: as estatísticas relacionadas à existência de entorpecentes, 
armas, crimes de trânsito etc., podem ser positivas quando estiverem 
aumentando, se este aumento se der por conta da intensificação do trabalho 
policial. Em contrapartida, este mesmo dado, se não vinculado à intensificação 
da atividade policial, pode significar apenas que há mais drogas e armas em 
circulação. 
 h) Identificação de tendências: para que seja possível conferir o grau de 
confiabilidade sobre uma tendência, seja ela de aumento ou de queda dos 
índices de criminalidade, devem ser feitas pelo menos três observações 
consecutivas que apontem para a mesma direção, excluindo, assim, os efeitos 
sazonais e outros. Quanto mais observações consecutivas na mesma direção 
existirem, é sinal de que ali há uma tendência. 
 i) População flutuante e pendular: diversas cidades, bairros, estados e 
países possuem altos índices de população flutuante, visto que são locais 
turísticos ou grandes centros que possuem trabalhadores de outras cidades 
laborando nestes locais. Portanto, é importante sempre considerar esses dados, 
para que o resultado obtido se aproxime ao máximo da realidade. 
 j) Hierarquização de cidades, bairros e outros rankings: quando são 
realizadas comparações entre cidades etc., principalmente em jornais e veículos 
de mídia, deixa-se de levar em consideração uma gama enorme de variáveis 
que existem entre os locais comparados. Realizar esse tipo de comparação é 
um erro ingênuo, que afeta de maneira direta os resultados, pois estes não irão 
transmitir a realidade. 
 
38 
 
Logo, nota-se que o trabalho realizado pelo analista criminal deve levar 
em conta diversos fatores e dados, não estando restrito à utilização apenas de 
dados oficiais, o que pode acarretar em erros. Portanto, é um trabalho dinâmico 
e que deve buscar sempre por atualizações. 
 
3.3 Estrutura dos relatórios 
 
Um breve conceito de relatório é: uma apresentação lógica, simples e 
sistemática das ideias, trazendo conclusões referentes ao objeto de estudo. 
Deve conter uma descrição geral do trabalho realizado, bem como os resultados 
e sua importância. 
 O relatório deve ser escrito de modo a garantir sua compreensão por parte 
do pessoal técnico e que possa ser utilizado por ele como instrumento de 
trabalho. Tendo em vista que um relatório formal nem sempre é direcionado 
apenas para quem domina o assunto, é importante que quando se referir a um 
assunto, seja dada explicação prévia sobre ele. 
Tendo em vista o dinamismo existente no ambiente de trabalho, é 
importante que o relatório apresente um breve sumário que contenha o tema do 
trabalho, como foi realizado e quais foram os resultados e as conclusões. 
 
3.3.1 Seções dos relatórios 
 
Para evitar que o leitor tenha que ficar procurando demasiadamente pelos 
resultados, é necessário que o relatório seja dividido em seções, facilitando sua 
compreensão e leitura. 
 O relatório deve conter, no mínimo, as seguintes sessões: 
 
1 – Página de Título; 
2 – Sumário; 
3 – Índice; 
4 – Introdução aos resultados obtidos; 
5 – Metodologia de análise; 
6 – Observações experimentais e resultados; 
7 – Discussão dos resultados e conclusões; 
 
39 
 
8 – Bibliografia; 
9 – Apêndices. 
 
3.4 Sistemas de informação geográfica e mapeamento criminal 
 
Em breve definição, o Sistema de Informação Geográfica – também 
conhecido como SIG – consiste em sistemas de gerenciamento de banco de 
dados que trabalham com dados que possuam uma variedade espacial, ou seja, 
trabalham com dados que possuam sua localização espacial descrita e 
individualizada na base de dados. 
 Possui seis funções básicas, que qualquer SIG deve ser capaz de 
executar, para, assim, ser útil na busca de soluções para problemas reais. São 
elas: capturar dados: armazenar dados, consultar dados, analisar dados, exibir 
dados e saída. 
 Apresenta-se, aqui, a especificação de cada uma dessas funções: 
 a) Capturar dados: o SIG mais versátil é aquele que possibilita mais 
métodos de entrada, ou seja, fornece métodos de entrada de dados geográficos: 
as coordenadas, tabelares e atributos (dados que têm uma característica de 
qualidade, que atendem ou não às especificações do produto); 
 b) Armazenar dados: existem dois modelos de dados básicos para 
armazenamento dos dados geográficos: o raster e o vetor, devendo todo o SIG 
ser capaz de armazenar dados nestes dois modelos; 
 c) Consultar dados: o SIG deve fornecer meios para localizar feições 
específicas, com base no local ou valor do atributo; 
 d) Analisar dados: capacidade de responder às perguntas referentes à 
interação dos relacionamentos espaciais entre múltiplos conjuntos de dados; 
 e) Exibir dados: o SIG deve possuir ferramentas que permitam a 
visualização de feições geográficas utilizando uma variedade de simbologias; 
 f) Saída: a capacidade do SIG de exibir os dados de diversas maneiras 
(formatos), seja por meio de gráficos, mapas ou relatórios. 
 
Tendo em vista que o Banco de Dados Geográficos é o componente mais 
caro e duradouro do SIG, a entrada de dados deve ser tratada com extrema 
 
40 
 
importância. A figura a seguir tem como objetivo demonstrar a estrutura pela qual 
a SIG é formada: 
 
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/2758061/ 
 
3.5 Armazenamento de dados 
 
Conforme mencionado anteriormente, existem dois modelos de dados 
básicos para armazenamento de dados geográficos, que serão desenvolvidos 
separadamente. 
 
3.5.1 Dados vetoriais 
 
 É o modelo que representa feições geográficas de maneira semelhante 
aos mapas, por meio de áreas, linhas e pontos, utilizando o sistema Cartesiano 
(x;y). A título de explicação, relaciona-se aqui um exemplo para melhor 
visualização: 
 
 
Fonte: https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/cursos_online/gvsig/estrutura_de_dados_geogrficos.html 
https://slideplayer.com.br/slide/2758061/
https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/cursos_online/gvsig/estrutura_de_dados_geogrficos.html
 
41 
 
3.5.2 Dados raster 
 
Ao contrário do modelo vetorial, o modelo de dados raster não representa 
as feições pelo método cartesiano (x;y), mas sim, atribui valores para as células 
que cobrem os locais das coordenadas. É um formato bem apropriado para 
análise espacial e também para armazenar dados colecionados em formatos 
grandes. A quantidade de detalhes irá depender do tamanhodas células na 
grade, tornando esse modelo impróprio para aplicativos em que se deve 
conhecer discretos limites. 
 Apresenta-se, aqui, para melhor visualização do modelo, um exemplo de 
dados raster: 
 
 
Fonte: https://pt.slideshare.net/guest72086/introduo-ao-sig 
 
Também com o objetivo de melhor exemplificar os modelos, evidencia-se 
uma figura comparativa entre os dois modelos – vetorial e raster – e o mundo 
real: 
 
42 
 
 
Fonte: https://pt.slideshare.net/guest72086/introduo-ao-sig 
 
3.6 Consulta de dados 
 
Neste tópico, será trabalhada a maneira pela qual se identificam as 
feições, sejam elas específicas ou com base nas condições. 
 
a) Identificando feições específicas: é o tipo mais comum de 
consulta do SIG, que serve para identificar o que existe em um 
determinado local específico. Para realizar esse tipo de consulta, o 
usuário já sabe onde as feições de interesse estão, mas almeja saber 
quais são as características associadas às feições; 
 
b) Identificando feições com base nas condições: é o tipo de 
consulta utilizada para determinar locais que satisfazem determinadas 
condições. Nesta consulta, o usuário já sabe quais são as 
características importantes e tem como objetivo descobrir onde estão 
as feições com estas características. 
 
Para melhor entendimento deste tópico, fornece-se aqui uma imagem 
comparativa das duas maneiras, a título de exemplificação: 
https://pt.slideshare.net/guest72086/introduo-ao-sig
 
43 
 
 
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/2758061/ 
 
Veja-se então que estes dois meios de consulta não são excludentes 
entre si, pois, ao passo que um busca encontrar as características associadas 
às feições, o outro tem como objetivo encontrar onde estão as feições que 
possuem determinadas características. 
 
3.7 Análise de dados 
 
 A análise geográfica envolve muito mais que um conjunto de dados 
geográficos, exigindo que o analista realize uma série de etapas, para então 
encontrar um resultado. 
 Existem três tipos mais comuns de análise geográfica: análise de 
proximidade, análise de sobreposição e análise de rede. Na análise de 
proximidade, a tecnologia SIG utiliza um processo chamado mapa de distância, 
cujo objetivo é determinar a proximidade entre as feições. Esse tipo de análise é 
muito utilizado para responder perguntas como: quantas casas estão localizadas 
a 100 metros do rio? Qual o número plantações em um raio de 50 metros de um 
determinado ponto específico? 
 A análise de sobreposição, por sua vez, combina as feições de duas 
camadas para criar uma terceira camada, que irá conter os atributos de ambas 
 
44 
 
as camadas sobrepostas. Ao analisar a camada resultante, é possível 
determinar quais feições se sobrepõem ou quantas feições estão presentes em 
uma ou mais áreas. 
 Já a análise de rede tem como objetivo examinar como as feições lineares 
estão conectadas e como os recursos podem atravessá-las. 
 
3.8 Visualização de dados 
 
A visualização dos resultados, em determinadas operações geográficas, 
é muito melhor quando é feita por meio de mapas ou gráficos. Afinal, os mapas 
são ótimos instrumentos para armazenar e distribuir informações geográficas, 
podendo ser integrados com relatórios, imagens tridimensionais, fotos e demais 
recursos. 
 
3.9 Saída de dados 
 
Uma das principais justificativas para investir em recursos SIG é a 
possibilidade de compartilhar os resultados do trabalho gráfico realizado, sendo 
importante fornecer uma saída em um formato que permita distribuição. Logo, 
quanto mais opções de saída um SIG oferecer, melhor será, pois terá maior 
potencial para alcançar o público. 
 
 
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/2758061/ 
 
 
45 
 
3.10 Mapeamento criminal 
 
 O mapeamento criminal é uma ferramenta importante para a redução do 
problema da criminalidade, pois, mediante a sua realização, é possível concluir 
determinadas informações e, com base nelas, formular e implementar políticas 
que permitam prevenir e reduzir a criminalidade de maneira mais efetiva. 
 Por meio do mapeamento criminal é que se podem compreender melhor 
as causas do fenômeno da criminalidade, assim como permite gerar uma base 
de dados sólida para monitorar e melhorar o entendimento das tendências 
espaciais e temporais da criminalidade. 
 É nesse contexto que a tecnologia SIG, assim como o geoprocessamento, 
se mostram ferramentas computacionais importantes, pois, por meio delas é 
possível, por exemplo, mensurar os índices de criminalidade, a segurança do 
cidadão em determinada localidade etc. 
 No mapeamento criminal, há a combinação dos dados geográficos, 
proporcionando oportunidade de exploração e análise de dados que não existem 
na ausência de dados geográficos. 
 Com base em todo o conteúdo exposto na presente aula, é visível que o 
SIG é um instrumento-chave para a realização da análise criminal, visto que 
possibilita a união de diversos dados e sua transformação em gráficos, tabelas, 
mapas e relatórios. 
 O SIG é um instrumento de muita importância para análise criminal, pois 
permite que dados sejam combinados, possibilitando, por exemplo, que sejam 
encontradas as zonas quentes, identificação de territórios de gangues, 
construção da superfície da criminalidade, cálculo das taxas específicas para 
determinada área etc. 
 Portanto, dominar essa ferramenta é de extrema necessidade para o 
analista criminal, pois, por meio dela, pode desempenhar suas tarefas de 
maneira mais ágil, completa, lhe sendo permitida a construção de mapas que 
apresentem feições claras de onde há maiores índices de criminalidade. 
 É nesse sentido que a modernização, não só do modo de fazer segurança 
pública, mas também de se analisar o fenômeno da criminalidade, se faz mais 
presente, utilizando de tecnologias para calcular e mapear a real situação da 
 
46 
 
segurança pública, permitindo, assim, que o mundo real seja traduzido em dados 
e as melhores providências possam ser tomadas. 
 
Resumo da aula 3 
 
Nesta aula foi explanado acerca dos sistemas de informação, da 
operacionalização da análise criminal e sobre o mapeamento criminal. 
 Primeiramente, foi demonstrado o uso de informações e diagnósticos em 
matéria de segurança urbana. 
 Após, foi apresentada a forma com que se realiza a operacionalização da 
análise criminal, discorrendo-se brevemente sobre as teorias provenientes das 
ciências sociais e suas contribuições em matéria criminal, sendo elas: teoria das 
atividades rotineiras, em que a análise do delito é feita com base no aspecto 
situacional oportunidade; a teoria dos locais desviantes, que desenvolve sobre a 
maneira com que o meio influencia o homem e, por fim, a teoria da 
desorganização social, que sustenta que os locais desprovidos de estrutura 
fornecem base para que as organizações criminosas se estabeleçam. 
 Então, foi comentado acerca das dificuldades encontradas quando se 
realiza o trabalho de análise criminal. Em tópico específico, foi discorrido acerca 
dos problemas e apontados quais cuidados devem ser tomados no momento da 
análise, evitando possíveis resultados divorciados da realidade. 
 Também foi comentado acerca da estrutura dos relatórios, o que devem 
conter, quais são as seções que devem existir e a necessidade da construção 
de um breve sumário, com a finalidade de facilitar a leitura do relatório. 
 Finalmente, iniciou-se o tópico acerca do Sistema de Informações 
Geográficas, o SIG, que consiste em sistemas de gerenciamento de banco de 
dados, trabalhando com dados que possuam variedade espacial. 
 O SIG possui seis funções básicas: capturar dados: armazenar dados, 
consultar dados, analisar dados, exibir dados e saída. 
 Na função de captação de dados, o SIG que mais possibilitar métodos de 
entrada de dados geográficos é considerado o mais versátil. Existem dois 
modelos de dados básicos para armazenamento dos dados geográficos: oraster 
e o vetor, devendo todo o SIG ser capaz de armazenar dados nestes dois 
modelos. 
 
47 
 
 Quanto à função de consulta de dados, o SIG deve fornecer meios para 
localizar feições específicas com base no local ou valor do atributo. Já para 
analisar dados, deve ter a capacidade de responder às perguntas referentes à 
interação dos relacionamentos espaciais entre múltiplos conjuntos de dados. 
 A função de exibição de dados é aquela que permite a visualização de 
feições geográficas utilizando uma variedade de simbologias, por meio de várias 
ferramentas. Por último, na função de saída de dados, consiste na capacidade 
do SIG de exibir os dados de diversas maneiras (formatos), seja por meio de 
gráficos, mapas ou relatórios, possibilitando assim fácil acesso aos resultados. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Sobre as funções do SIG: elabore um texto desenvolvendo 
acerca de cada função, demonstrando suas utilidades. 
 
 
 
Aula 4 – Cartografia 
 
Apresentação da aula 4 
 
 A presente aula tem como objetivo apresentar breves noções de 
cartografia, cujos conceitos são necessários para compreender o tópico de 
construções de mapas do SIG. 
 Aqui serão apresentados os conceitos de projeções cartográficas, 
desenvolvendo e exemplificando cada um dos tipos existentes, bem como será 
discorrido acerca das escalas cartográficas, apresentando suas duas formas. 
 Por fim, será tratado acerca da construção de mapas do SIG, onde serão 
exemplificados os tipos de mapa, quais as suas funções e como funciona o seu 
processo de construção. 
 
 
 
 
48 
 
4.1 Projeções cartográficas 
 
As projeções cartográficas são as formas de representar a superfície 
terrestre em um plano, ou seja, de representar inclusive aclives e declives de 
maneira plana. 
Vocabula rio 
Aclive: inclinação de terreno apontada para cima, 
considerada de baixo para cima. 
Declive: superfície cuja altura diminui gradualmente à 
medida que é percorrida. 
 
A maior dificuldade enfrentada por esse meio de representação foi a de 
como representar uma superfície esférica em um plano. Para sanar esta 
questão, ao longo dos séculos foram desenvolvidos diversos modelos, com base 
em cálculos matemáticos, cada um apresentando distorções diferentes em áreas 
distintas. 
 
4.2 Tipos de projeções 
 
Dividem-se as projeções em três tipos básicos: plana, cônica e cilíndrica. 
Todos estes tipos podem ser secantes ou tangentes, isto é, quando foram 
tangentes, significa que a tangente coincide com o limite do globo terrestre, ao 
passo que quando forem secantes, significa que cortam o globo em sua 
extremidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
4.2.1 Projeções azimutais (planas) 
 
 
 
Fonte: https://www.coladaweb.com/geografia/projecoes-cartograficas 
 
A projeção azimutal ou plana é realizada por meio de um plano tangente 
à esfera terrestre, de acordo com o que se vê na figura acima. 
 É no ponto de tangência que se localiza o centro da representação 
cartográfica, sendo que as áreas mais próximas deste apresentam pequenas 
distorções. Ou seja, quanto mais distante estiver a área do centro da 
representação, mais distorções irá apresentar, ou talvez até desaparecerá. 
 O uso mais comum deste tipo de projeção é geopolítico, pois permite 
realçar a posição de um país ao colocá-lo no ponto de tangência, transformando-
o, assim, no centro da projeção. Também é utilizado para elaboração de mapas 
aeronáuticos e de navegação. 
 
4.2.2 Projeções cônicas 
 
São aquelas que representam o globo terrestre sobre um cone imaginário 
que entra em contato com ele em um dado paralelo. Apresenta distorções 
pequenas nas áreas próximas ao paralelo e, quanto mais distantes as áreas 
estão do paralelo, mais as distorções aumentam. O uso mais comum para este 
 
50 
 
tipo de projeção é quando há necessidade de representar áreas com grande 
extensão latitudinal ou áreas de latitude entre 30° e 60°. 
Apenas para fins ilustrativos, segue uma figura da projeção cônica: 
 
Fonte: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/projecoes-cartograficas-cilind 
rica-conica-e-azimutal.htm 
 
4.2.3 Projeções cilíndricas 
 
 
Fonte: https://escolaeducacao.com.br/projecoes-cartograficas/ 
 
São aquelas que projetam a esfera sobre um cilindro. Quando tangentes, 
sua distorção aumenta à medida que a latitude aumenta, isto é, quando se 
aproxima dos polos. Já quando secantes, as distorções aparecem de formas 
mais distribuídas e reduzem nas proximidades dos polos. 
 Neste tipo de projeção, o espaçamento entre os paralelos adjacentes 
aumenta com a latitude, fazendo com que a distorção leste-oeste seja 
acompanhada pela distorção norte-sul. É a forma de representação mais 
conhecida, utilizada para a produção de mapas-múndi, pois representa toda a 
superfície terrestre. 
 A projeção cilíndrica mais utilizada é a Universal Transversal de Mercator 
(UTM), cujo objetivo é abranger todas as longitudes. Para isso, divide a 
superfície terrestre em 60 fusos, com amplitude de 6° de longitude cada, e limita-
 
51 
 
se a latitude para 84° Norte e 80° Sul, visto que, para latitudes maiores, as 
distorções são demasiadamente significativas. 
 
 
Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-32-A-Projeccao-Universal-Transvers 
e-Mercator-UTM-System-V_fig3_303984517 
 
Curiosidade 
A projeção cilíndrica mais antiga é a de Mercator, datada de 
1569. Entretanto, se diferencia da Universal Transversal de 
Mercator, pois na projeção de Mercator o cilindro é paralelo 
ao eixo de rotação da Terra, já na UTM, é perpendicular. 
 
Concluídos os conceitos acerca da projeção gráfica, passa-se à 
explicação sobre as escalas cartográficas. 
 
4.3 Escala cartográfica 
 
A escala cartográfica é um dos principais elementos de um mapa, pois é 
por meio dela que se identifica a proporção existente entre a representação e o 
mundo real. Ou seja, é a escala cartográfica que permite que seja calculado o 
tamanho real de uma área. 
 Existem duas formas de escala: 
 
https://www.researchgate.net/figure/Figura-32-A-Projeccao-Universal-Transvers%20e-Mercator-UTM-System-V_fig3_303984517
https://www.researchgate.net/figure/Figura-32-A-Projeccao-Universal-Transvers%20e-Mercator-UTM-System-V_fig3_303984517
 
52 
 
4.3.1 Forma numérica 
 
É a forma que se apresenta a partir de uma função ou proporção, 
indicando a relação entre a distância do mapa e a distância real. 
 
Exemplo: 
 
Uma escala 1:1.000.000 (um por um milhão) pode ser traduzida como: cada 
centímetro do mapa corresponde a um milhão de centímetros no mundo real. 
Portanto, cada centímetro do mapa equivale a 10 quilômetros na área real. 
 
 
Fonte: https://pt.slideshare.net/abnerdepaula/escala-cartogrfica 
 
4.4 Forma gráfica 
 
A escala gráfica é representada por um segmento de reta em que uma 
unidade de medida na reta equivale a determinada medida real. Por exemplo: 
https://pt.slideshare.net/abnerdepaula/escala-cartogrfica
 
53 
 
 
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/escalas.htm 
 
Na figura acima, cada sequência da reta possui um centímetro. Logo, 
cada um centímetro do mapa equivale a 50 metros na área representada. 
 
4.5 Construção de mapas do SIG 
 
A representação de um objeto gráfico em um mapa pode se dar por linhas, 
pontos ou polígonos, elementos que podem estar ligados a vários atributos (base 
que define o objeto). 
 
 a) Linhas: são um conjunto de pontos conectados. São utilizadas, em sua 
maioria, para representar ruas, rios, trajetos etc; 
 b) Pontos: têm a função de abranger as entidades gráficas que são 
representadas por um par de coordenadas de latitude e longitude, permitindo, 
assim, sua localização espacial. Por exemplo: registros de determinadas 
doenças, estações de trem, terminais de ônibus, lojas de uma rede de comércio, 
ocorrências criminais determinadas; 
 c) Polígonos: consiste em um conjunto de linhas fechadas sobre uma 
área. Utilizado