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1º DIA CADERNO 2 EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS E REDAÇÃO PROVA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES: DIGITAL* 1. Este CADERNO DE QUESTÕES contém 90 questões numeradas de 01 a 90 dispostas da seguinte maneira: a) questões de número 01 a 45, relativas à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; b) questões de número 46 a 90, relativas à área de Ciências Humanas e suas Tecnologias. ATENÇÃO: as questões de 01 a 05 são relativas à língua estrangeira. Você deverá responder apenas às questões relativas à língua estrangeira escolhida (inglês ou espanhol)**. 2. Confira se a quantidade e a ordem das questões do seu CADERNO DE QUESTÕES estão de acordo com as instruções anteriores. Caso o caderno esteja incompleto, tenha defeito ou apresente qualquer divergência, comunique ao aplicador da sala para que ele tome as providências cabíveis. 3. Para cada uma das questões objetivas, são apresentadas 5 opções. Apenas uma responde corretamente à questão. 4. O tempo disponível para estas provas é de cinco horas e trinta minutos. 5. Reserve tempo suficiente para preencher o CARTÃO-RESPOSTA. 6. Os rascunhos e as marcações assinaladas no CADERNO DE QUESTÕES não serão considerados na avaliação. 7. Quando terminar as provas, acene para chamar o aplicador e entregue o CARTÃO-RESPOSTA. 8. Você poderá deixar o local de prova somente após decorridas duas horas do início da aplicação e poderá levar seu CADERNO DE QUESTÕES ao deixar em definitivo a sala de prova. * Este caderno de provas reproduz as questões aplicadas no 2° Poliedro Enem Digital. ** Se nenhuma opção for indicada, a correção considerará o gabarito de inglês. 1o DIA CADERNO 1 AZUL LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 2 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01 To Helen Helen, thy beauty is to me Like those Nicean barks of yore, That gently, o’ver a perfumed sea, The weary, wayworn wanderer bore To his own native shore. Disponível em: <https://www.poetryfoundation.org>. Acesso em: 19 maio 2020. No fragmento do poema de Edgar Allan Poe, o eu lírico A apresenta um herói de guerra em amores por Helen. B canta grandes vitórias em batalhas de outrora. C apresenta a personagem como responsável pela glória da Grécia. D canta sua vitória por desposar uma mulher com tamanha beleza. E enaltece a figura de Helen, comparando-a às belezas da Antiguidade Clássica. QUESTÃO 02 Mark, Todd, and Zola came to law school to change the world, to make it a better place. But now, as third-year students, these close friends realize they have been duped. They all borrowed heavily to attend a third-level, for-profit law school so mediocre that its graduates rarely pass the bar exam, let alone get good jobs. And when they learn that their school is one of a chain owned by a shady New York fund operator who also happens to own a bank specializing in student loans, the three know they have been caught up in The Great Law School Scam. But maybe there’s a way out. Maybe there’s a way to escape their crushing debt, expose the bank and the scam, and make a few bucks in the process. But to do so, they would first have to quit school. And leaving law school a few short months before graduation would be completely crazy, right? Well, yes and no... Disponível em: <https://www.goodreads.com>. Acesso em: 30 abr. 2019. O texto refere-se ao livro Rooster Bar, a obra mais recente de John Grisham. Com a leitura, é possível perceber que as personagens A são estudantes de Direito em uma instituição renomada. B decidiram mudar de curso poucos meses antes da formatura. C deixaram o idealismo de lado a fim de ganhar muito dinheiro. D descobriram-se parte de um esquema de empréstimos estudantis. E passaram no exame da ordem e já têm bons empregos garantidos. QUESTÃO 03 Feeling sad or having a depressed mood. Loss of interest or pleasure in activities once enjoyed. Changes in appetite – weight loss or gain unrelated to dieting. Trouble sleeping or sleeping too much. Loss of energy or increased fatigue. Increase in purposeless physical activity (e.g., hand-wringing or pacing) or slowed movements and speech (actions observable by others). Feeling worthless or guilty. Difficulty thinking, concentrating or making decisions. Thoughts of death or suicide. Disponível em: <https://www.psychiatry.org>. Acesso em: 30 dez. 2019. A lista apresentada está relacionada ao tema depressão e corresponde a A possíveis tratamentos para a doença. B fatores que levam uma pessoa a ter a doença. C outras doenças tão graves quanto a depressão. D sintomas apresentados por quem tem a doença. E dicas para quem auxilia no tratamento de pessoas com a doença. QUESTÃO 04 The Fox and the Crow A Fox once saw a Crow fly off with a piece of cheese in its beak and settle on a branch of a tree. ‘That’s for me, as I am a Fox,’ said Master Reynard, and he walked up to the foot of the tree. ‘Good day, Mistress Crow,’ he cried. ‘How well you are looking today: how glossy your feathers; how bright your eye. I feel sure your voice must surpass that of other birds, just as your figure does; let me hear but one song from you that I may greet you as the Queen of Birds.’ The Crow lifted up her head and began to caw her best, but the moment she opened her mouth the piece of cheese fell to the ground, only to be snapped up by Master Fox. ‘That will do,’ said he. ‘That was all I wanted. In exchange for your cheese I will give you a piece of advice for the future. Do not trust flatterers.’ BROWN, Keith. Encyclopedia of Language and Linguistics. 2ed. Elsevier Science, 2005. Na fábula, Esopo apresenta uma lição de moral sobre não se deixar levar por bajuladores. Essa bajulação ocorrida no texto é representada pela frase A ‘That’s for me, as I am a Fox,’ B ‘Good day, Mistress Crow,’ C ‘How well you are looking today’. D ‘let me hear but one song from you’. E ‘That will do’, said he. ‘That was all I wanted.’ LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 3 QUESTÃO 05 This is a game-based app from one of the fastest growing brands in the world which boasts over 40 million active users from 180 nations. Here, you can share exciting experiences, discover more games, and play in any language you like regardless of your age or device. Its mission is to make learning awesome. Indeed, it engages the heart, the body, and the mind, bringing a wild and powerful experience right at your fi ngertips. Its straightforward features appeal to both students and educators because they reach beyond a typical classroom setting. In Kahoot, you’ll fi nd various sporting events, corporate powerhouses and all types of social and educational context. Teachers get to create fun games based on multiple choice questions. Then, students can register in the game rooms using any devices and special codes and compete with peers. The application of a game on real classroom questions is a way of encouraging students to perceive exams with a positive attitude. This also promotes group discussion creating what is called ‘campfi re moments’. As such, students get to pursue their educational goals proactively by creating Kahoots. In essence, Kahoot is a wonderful tool for any teacher or student whether used as re-energizing technique or attention grabber. Disponível em: <https://www.greenprophet.com>. Acesso em: 30 abr. 2019. Esse texto apresenta uma ferramenta educacional chamada Kahoot. A relação entre os vocábulos game, users e educational goals no texto refere-se ao ato de A encorajar os alunos a focar mais no jogo do que nos estudos para as provas. B criar uma disputa sobre o conteúdo escolar entre os educadores e os alunos. C motivar os alunos a aprender novos idiomas para participar de jogos diferentes. D aplicar um jogo para promover nos alunos uma atitudepositiva em relação às provas. E levar os alunos a formar equipes, inscrever-se e participar de vários tipos de eventos esportivos. LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (opção espanhol) QUESTÃO 01 El cambio climático en España […] El cambio climático se ha instalado en España y sus efectos se notan ya, principalmente, en las temperaturas. Por ejemplo, el verano dura ahora de media en España casi cinco semanas más que a principios de los años ochenta. Y, además, es más caluroso. La Agencia Estatal de Meteorología (Aemet) y el Ministerio para la Transición Ecológica han presentado este martes un avance de los datos del proyecto Open Data Climático, que recoge algunas evidencias de los impactos del calentamiento global en España en los últimos 40 años. Según los datos aportados por el ministerio, hay más de 32 millones de personas en España directamente afectadas por las consecuencias. […] Disponível em: <https://elpais.com>. Acesso em: 26 mar. 2020. (Adaptado) Nota-se, pela leitura do texto, que “el cambio climático” é visto como A consequência das ações dos ministérios. B a causa das alterações do clima. C consequência do aquecimento global. D causa do aquecimento global. E causa das ações humanas. QUESTÃO 02 Disponível em: <www.mundogaturro.com>. Acesso em: 19 maio 2020. A intenção humorística da tirinha se dá pelo(a) A onomatopeia utilizada no penúltimo quadrinho. B jogo de palavras entre os verbos “sentir” e “sentar”. C falta de vocabulário de Gaturro para convencer Ágatha. D impaciência de Gaturro ao explicar seu sentimento a Ágatha. E equívoco de Gaturro ao conjugar o verbo “sentar” como “siento”, no presente. LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 4 QUESTÃO 03 Mi niña se fue a la mar Mi niña se fue a la mar, a contar olas y chinas, pero se encontró, de pronto, con el río de Sevilla. Entre adelfas y campanas cinco barcos se mecían, con los remos en el agua y las velas en la brisa. ¿Quién mira dentro la torre enjaezada, de Sevilla? Cinco voces contestaban redondas como sortijas. El cielo monta gallardo al río, de orilla a orilla. En el aire sonrosado, cinco anillos se mecían. GARCÍA LORCA, Federico. Disponível em: <http://blogs.utopia.org.br>. Acesso em: 26 mar. 2019. No verso “pero se encontró, de pronto”, o termo em destaque indica algo que A ultrapassou o limite. B aconteceu tardiamente. C passou despercebido. D aconteceu de repente. E aconteceu com dificuldade. QUESTÃO 04 El pueblo que esconde el secreto contra el alzhéimer Así viven en Yarumal, una de las poblaciones de Colombia con miles de portadores del gen de la demencia precoz Los habitantes de Yarumal creyeron, durante años, que se trataba de un embrujo. Los enfermos pensaban que les había caído una maldición que les condenaba a olvidar y, al fallecer, los sacerdotes registraban la causa de su muerte como "reblandecimiento de cerebro". Por estas regiones de Antioquia, en el noroeste de Colombia, nadie sabía qué era el alzhéimer. Lo que compartían miles de habitantes del pueblo, esa pérdida de la memoria en cuanto cumplían los 40 años, la falta de movilidad y el deterioro mental, la llamaban “una enfermedad puesta”. Para ellos, era un castigo. Fue solo hace treinta años cuando el trabajo de los investigadores colombianos Francisco Lopera y Lucía Madrigal, del Grupo de Neurociencias de la Universidad de Antioquia (GNA), abrió una puerta para entender lo que estaba sucediendo en los pueblos de Yarumal, Ituango, Angostura y Belmira. Allí, miles de personas de 25 familias compartían algo más que un simple parentesco: tenían una mutación en el gen de la presenilina 1, por la cual desarrollan alzhéimer temprano. Con el tiempo, a esta se le llamó “la mutación paisa”. [...] Disponível em: <https://elpais.com>. Acesso em: 18 nov. 2019. De acordo com o texto, os pesquisadores descobriram que A a religião poderia ser a cura mais adequada para a doença. B o parentesco era o que causava o Alzheimer nos mais idosos. C se desenvolvia o Alzheimer pela precariedade escolar do local. D a localização das cidades ajudava a causar a doença precocemente. E se desenvolvia o Alzheimer precocemente, por causa de uma mutação genética. QUESTÃO 05 Oda al Dos de Mayo Oigo, patria, tu aflicción, y escucho el triste concierto que forman, tocando a muerto, la campana y el cañón; […] GARCÍA, Bernardo López. Disponível em: <https://www.poetasandaluces.com>. Acesso em: 18 nov. 2019. Diante da expressão dos versos, pode-se inferir que eles fazem referência a um(a) A situação de migração. B cenário de pobreza. C cenário de guerra. D surto de doença. E crise política. Questões de 06 a 45 QUESTÃO 06 Dia seguinte, manhã alteando para os lados do mar, Benedita, já desobrigada que, quando a noite andava a meio, o Chico de Ifigênia, embora muito engrossado nos panos pela imprudência do atraso, rompeu galhardias, embandeirado de todo, para alegria das duas, ela falou para o coronel-padrinho Tuniquinho Marimbondo, aquela hora já de plantão no corredor da fazenda, em atalaia enxerida para saber notícias da doença de Ifigênia: — A moça já tá bem mai mio, nhô, sim, cum a graça de Deus! A fevre já passo, meu sinhô. Mai essa menina percisa é se casá que já tá no tempo... Percisa é de ranjá um marido que essas fevres má, panhada nos banho de água malina, só passa mermo, no que se diz passá de um todo, é cum marido dento de casa. SANTOS, J. C. Benedita Torreão da Sangria Desatada. Rio de Janeiro: Fundação Ceciliano Abel de Almeida, 1983 (Adaptado). No fragmento, observa-se que o narrador apresenta a fala da personagem em uma linguagem que a caracteriza. Essa variação linguística tem o intuito de demonstrar um(a) A modo de falar errado, o que denota inferioridade. B problema de comunicação por parte do interlocutor. C linguagem social própria de determinada comunidade. D uso de uma linguagem inadequada ao se dirigir ao patrão. E desconhecimento da língua e da fala de forma desconexa. LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 5 QUESTÃO 07 O bullying é um problema social mundial que acontece, na maioria das vezes, com crianças e dentro do ambiente escolar. O que quase ninguém sabe é que as relações familiares podem influenciar diretamente o envolvimento de estudantes com o bullying. Os resultados da pesquisa da Escola de Enfermagem da USP mostraram que os estudantes sem envolvimento com o bullying tinham melhores interações familiares, demonstradas pelo cuidado, afeto e boa comunicação com os pais, que, por sua vez, mantinham boa relação conjugal. Além disso, os pais desses estudantes estabeleciam regras dentro de casa, como também supervisionavam seus filhos, sabendo onde eles estavam nas horas livres. De acordo com a pesquisa, as famílias dos estudantes envolvidos com bullying são consideradas menos funcionais. Isso quer dizer que elas não colaboram com o crescimento dos sentimentos positivos, não realizam boa comunicação entre os moradores da casa, assim como não auxiliam nas tomadas de decisões de forma saudável, ou seja, tendo como base a troca de ideias de forma conjunta ao invés da imposição. [...] Disponível em: <https://jornal.usp.br>. Acesso em: 20 nov. 2019. (Adaptado). Considerando o texto lido, pode-se afirmar que a reportagem A define o bullying como um processo dissociado da relação familiar. B critica a relação estabelecida entre os filhos agressivos e os pais permissivos. C condena o posicionamento das famílias que não atuam na educação dos jovens. D revela a importância da qualidade da relação entre filhos e pais na prevenção do bullying. E opõe-se ao tratamento que muitos jovens recebem de suas famílias estruturadas e atenciosas. QUESTÃO 08 ... O José Carlos está melhor. Lhe dei uma lavagem de alho e um chá de hortelã. Eu zombei do remédio da mulher, mas fui obrigada a lhe dar porque atualmente a gente se arranja como pode. Devido ao custo de vida,temos que voltar ao primitivismo. Lavar nas tinas, cozinhar com lenha. ... Eu escrevia peças e apresentava aos diretores de circos. Eles me respondia: — É pena você ser preta. Esquecendo eles que eu adoro a minha pele negra, e o meu cabelo rústico. Eu até acho o cabelo de negro mais iducado do que o cabelo de branco. Porque o cabelo de preto onde põe, fica. É obediente. E o cabelo de branco, é só dar um movimento na cabeça, ele já sai do lugar. É indisciplinado. Se é que existe reincarnações, eu quero voltar sempre preta. JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Círculo do Livro, [s.d.]. (Adaptado) Na obra Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, há uma narradora-personagem que A busca seu desenvolvimento acadêmico, por isso insiste em escrever peças para o circo. B se conforma com a pobreza da favela porque acredita nos desígnios de Deus e do destino. C se sente inferior pelo fato de ser negra, pobre e ter pouca ou nenhuma formação acadêmica. D faz da palavra sua arma para mostrar as dificuldades da vida, embora desprovida de formação acadêmica. E usa um vocabulário rebuscado e inacessível à maior parte dos leitores, mas não atende à norma-padrão da língua. QUESTÃO 09 O legado de Mandela, 30 anos depois [...] Havia 260 jornalistas espremidos no jardim da mansão onde Mandela dormira sua primeira noite em liberdade, depois de quase três décadas na prisão. Logo de início, o ex- -prisioneiro fez questão de exalar descontração. Contou piada e falou do seu café da manhã fora das grades. No cardápio, flocos de cereais, bacon, ovos e chá com leite. Quando um jornalista sul-africano se identificou e disparou a pergunta, Mandela, antes de responder, comentou: “Ah, então é você! Li vários de seus textos na prisão!”. Em sua entrevista coletiva, o ex-prisioneiro enfatizou o caminho da pacificação. Descreveu a luta armada, opção de décadas anteriores, como “resposta à violência do apartheid”. Mandela, o líder da luta contra o regime racista, transformou- -se em Mandela, o conciliador e construtor da nova África do Sul. Desmontou o regime racista e impediu que o país mergulhasse numa guerra civil. Gravou marcas indeléveis na história contemporânea. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br>. Acesso em: 28 fev. 2020 (Adaptado). Há recursos textuais que aproximam o interlocutor do momento da produção do discurso, isso pôde ser alcançado na entrevista por meio da frase A “o ex-prisioneiro fez questão de exalar descontração.”. B “Ah, então é você! Li vários de seus textos na prisão!”. C “o ex-prisioneiro enfatizou o caminho da pacificação.”. D “Descreveu a luta armada, opção de décadas anteriores”. E “Desmontou o regime racista e impediu que o país mergulhasse em uma guerra civil.”. LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 6 QUESTÃO 10 Os usuários de ônibus e carros de passeio, devido às longas permanências em pé ou sentado na mesma posição, comumente sentem sintomas típicos de estresse, tais como batimentos cardíacos elevados e respirações curtas. Segundo o médico do esporte João Antonio da Silva Júnior, membro da Sociedade Mineira de Medicina e do Esporte e médico do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, os moradores de centros urbanos deveriam ser mais ativos, por isso ele recomenda a bicicleta. “A bike é um dos aparelhos mais interessantes já criados – nos faz suar o que nos leva a gastar calorias e perder peso. Com a bicicleta, nós também liberamos endorfina, que gera a sensação de prazer durante e depois do exercício”, detalha Silva Júnior. O especialista ressalta a importância do exercício físico para o sistema cardiovascular pois aumenta a respiração, dilata os vasos sanguíneos, melhora a circulação e diminui o estresse. Além disso, durante a pedalada, vários grupos musculares são trabalhados com um desgaste menor do que uma corrida ou um treino na academia. Disponível em: <https://www.otempo.com.br>. Acesso em: 28 fev. 2020. (Adaptado). De acordo com o texto, o uso periódico da bicicleta e traz benefícios à saúde de quem a utiliza, contribuindo para A melhorar a respiração e a redução da endorfina. B reduzir a quantidade de endorfina e a perda de peso. C fortalecer a musculatura e o desgaste das articulações. D melhorar a circulação e o fortalecimento da musculatura. E aumentar a atividade aeróbica e a redução da capacidade cardiorrespiratória. QUESTÃO 11 Parece-me gente de tal inocência que, se nós entendêssemos a sua fala e eles a nossa, seriam logo cristãos, visto que não têm nem entendem crença alguma, segundo as aparências. E, portanto, se os degredados que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa tenção de Vossa Alteza, se farão cristãos e hão de crer na nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque certamente esta gente é boa e de bela simplicidade. E imprimir-se-á facilmente neles qualquer cunho que lhe quiserem dar, uma vez que Nosso Senhor lhes deu bons corpos e bons rostos, como a homens bons. E o fato de Ele nos para aqui trazer creio que não foi sem causa. E portanto Vossa Alteza, pois tanto deseja acrescentar a santa fé católica, deve cuidar da salvação deles. E prazerá a Deus que com pouco trabalho seja assim! CAMINHA, P. V. A carta. Belém: NEAD; UNAMA, [s.d.]. Nesse trecho da carta de Pero Vaz de Caminha, está presente a ideia de A idealização da terra. B fundação nacionalista. C catequização dos indígenas. D preocupação com o trabalho. E proximidade com a natureza. QUESTÃO 12 TEXTO I Quando pequena, eu achava natural não ter mãe; por alguns anos, bastou-me saber que fora boa e bonita, adoecera e tivera de nos deixar. Mas na adolescência sofri com essa privação; imaginava que, viva, minha mãe resolveria todos os meus problemas e desmancharia todas as minhas angústias. Minhas amigas tinham mães; para mim sobrara apenas Berta: uma moça de colônia, forte e despachada, mas que nada entendia de minha carência de afeto, e pensava resolver todos os problemas com uma boa risada. LUFT, L. Reunião de família. 13 ed. Rio de Janeiro: Record, 2004. TEXTO II Absorvendo-me na contemplação da manhã, penetrado de ternura, inclinei a cabeça para o ombro de Ema, como um filho, entrecerrando os cílios, vendo o campo, os tetos vermelhos como coisas sonhadas em afastamento infinito, através de um tecido vibrante de luz e ouro. Desde essa ocasião, fez-se-me desesperada necessidade a companhia da boa senhora. Não! Eu não amara nunca assim a minha mãe. Ela andava agora em viagem por países remotos, como se não vivesse mais para mim. Eu não sentia a falta. Não pensava nela... Escureceu-me as recordações aquele olhar negro, belo, poderoso, como se perdem as linhas, as formas, os perfis, as tintas, de noite, no aniquilamento uniforme da sombra... Bem pouco, um resto desfeito de saudades para aquela inércia intensa, avassalando. POMPEIA,R. O ateneu. São Paulo: Moderna, 1983. Com base na leitura dos trechos de Reunião de família, de Lya Luft, e de O ateneu, de Raul Pompeia, conclui-se que, nas duas obras, há o(a) A abandono familiar por livre escolha materna. B aversão pela mãe e por qualquer pessoa que a representasse. C necessidade de projeção da figura materna em outras mulheres. D satisfação de poder contar com o apoio materno durante a infância. E desinteresse por parte da mãe no período da infância e da adolescência. LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 7 QUESTÃO 13 Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro. Não fora o amor comum, palrador e vazio; fora um sentimento sério, grave e absorvente. Nada de ambições políticas ou administrativas; o que Quaresma pensou, ou melhor: o que o patriotismo o fez pensar foi num conhecimento inteiro do Brasil, levando-o a meditações sobre os seus recursos, para depois então apontar os remédios, as medidasprogressivas, com pleno conhecimento de causa. Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: Quaresma era antes de tudo brasileiro. Não tinha predileção por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim que aquilo que o fazia vibrar de paixão não eram só os pampas do Sul com o seu gado, não era o café de São Paulo, não eram o ouro e os diamantes de Minas, não era a beleza da Guanabara, não era a altura da Paulo Afonso, não era o estro de Gonçalves Dias ou o ímpeto de Andrade Neves – era tudo isso junto, fundido, reunido, sob a bandeira estrelada do Cruzeiro. BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 20 abr. 2019. Com base no fragmento de O triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, o pensamento latente na personagem é o de A comoção nacionalista, mas não tão profunda quanto a sua gana pelo poder. B projeção no cenário nacional para, posteriormente, engajar-se na política. C exaltação da setorização do Brasil, exaltando o melhor de cada região. D união atrelado à indivisibilidade do território nacional. E proteção dos interesses da sua cidade natal. QUESTÃO 14 Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. [...] Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta. Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar; nos olhos o azul triste das águas profundas. Ignotas armas e tecidos ignotos cobrem-lhe o corpo. Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido. ALENCAR, J. Iracema. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 20 abr. 2019. No trecho da obra de José de Alencar, o índio é retratado com características idealizadas, expressas pela(s) A exuberância do cenário e da personagem descritos. B linguagem enxuta, se utilizando de poucos adjetivos. C comparações persuasivas dos elementos da natureza. D objetividade do narrador em sua linguagem descritiva. E verossimilhança dos elementos descritos cientificamente. QUESTÃO 15 O guardinha foi chegando, fez uma cara compenetrada e disse que ia levar meu carro. Levar meu carro? Que é que eu fiz, se estou aqui parado, não é proibido estacionar neste lugar, que diabo de infração eu cometi? Então, com a cara mais séria deste mundo, ele disse que meu selo tinha sido violado [...]. Então ele me explicou: a placa tinha aquele araminho, não tinha? Pois o araminho era preso com um selinho de chumbo e o selinho de chumbo estava violadinho, quem ia preso era eu. SABINO, F. “Infrações”. In: Deixa o Alfredo falar! 15 ed. Rio de Janeiro: Record, 2000. No trecho da crônica “Infrações”, de Fernando Sabino, o uso do diminutivo A provoca aversão ao guarda. B aproxima o narrador e o guarda. C demonstra a simpatia do guarda. D evita que a multa seja lavrada pelo guarda. E ridiculariza o motivo da apreensão do veículo. LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 8 QUESTÃO 16 Pouco a pouco o ferro do proprietário queimava os bichos de Fabiano. E quando não tinha mais nada para vender, o sertanejo endividava-se. Ao chegar a partilha, estava encalacrado, e na hora das contas davam-lhe uma ninharia. Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado, arrependeu-se, enfim deixou a transação meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitória mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu no chão sementes de várias espécies, realizou somas e diminuições. No dia seguinte Fabiano voltou à cidade, mas ao fechar o negócio notou que as operações de Sinha Vitória, como de costume, diferiam das do patrão. Reclamou e obteve a explicação habitual: a diferença era proveniente de juros. Não se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria! O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Se havia dito palavra à-toa, pedia desculpa. Era bruto, não fora ensinado. Atrevimento não tinha, conhecia o seu lugar. [...] RAMOS, G. Vidas secas. 106 ed. Rio de Janeiro: Record, 2008. Nesse trecho do romance Vidas secas, de Graciliano Ramos, há uma crítica ao(à) A analfabetismo feminino. B desconfiança do sertanejo. C submissão da mulher ao marido. D abuso de poder dos fazendeiros. E regime escravocrata então em vigência. QUESTÃO 17 TEXTO I A havelaar | D ream stim e.com Marcel Duchamp, Roda de bicicleta, 1913, aço e madeira, 1,3 m x 64 cm x 42 cm, Museu de Arte Moderna de Nova York, Nova York, EUA. TEXTO II A palavra “dada” é de origem francesa e significa “cavalo de pau”. Mas qual a relação entre esse tipo de brinquedo e a arte? Nenhuma. A falta de sentido e de relação obrigatória entre as coisas é justamente uma das principais características do Dadaísmo, por isso o movimento leva tal nome. Não existia uma padronização, uma arte institucionalizada: valorizava-se o absurdo, o irreverente artístico e a crítica social. Disponível em: <https://www.historiadetudo.com/dadaismo>. Acesso em: 28 fev. 2018. Esse movimento utilizava formas despadronizadas, irreverentes e ilógicas com a pretensão de A usar técnicas inovadoras em um estilo menos subjetivo. B escolher cuidadosamente materiais e formas aceitos pela academia. C explorar elementos do cotidiano, elevando-os à condição de obras de arte. D aplicar, de maneira radical, o conceito clássico conforme um ideal do que é belo na arte. E incorporar as transformações tecnológicas, valorizando o dinamismo da arte contemporânea. QUESTÃO 18 A história da linguagem é um quebra-cabeças tão complexo que, ainda hoje, poucos arriscam dizer que ele já foi completamente resolvido. Segundo Simon Kirby, membro da maior unidade de pesquisas de evolução da linguagem do mundo, mesmo com muito investimento, ainda sabemos bem pouco sobre nossa própria história. “Ainda não sabemos quase nada sobre como chegamos a ter a nossa característica mais marcante. É um pouco embaraçoso pensar o quão pouco entendemos sobre a maior marca de nossa espécie”, diz Kirby. Ao contrário de outros aspectos da evolução humana, nos quais fósseis colaboram de forma gigantesca para a compreensão, é muito difícil ter certeza de como o ser humano começou a falar. Quem definiu muito bem a situação foi Christine Kenneally, autora do livro The First Word (“A Primeira Palavra”, ainda sem tradução para o português): não existem verbos preservados em âmbar que possam esclarecer esses mistérios. Os pesquisadores nem ao menos sabem quando começamos a falar. As pesquisas mais consideradas no meio acadêmico levam em conta datas entre 100 000 e 1,8 milhão de anos. Já se sabe, por exemplo, que todasas espécies do gênero Homo, como os Neandertais, dispunham de meios de fala evoluídos. No entanto, os cientistas ainda não sabem se isso era utilizado ou exercitado de alguma forma. HECKE, C. “Nascidos para falar? Por que somos os únicos animais a dominar a linguagem?” In: Megacurioso, 16 jan. 2017. Disponível em: <https://www.megacurioso.com.br>. Acesso em: 13 nov. 2019. De acordo com o texto, a origem da linguagem humana A data de 1,8 milhão de anos. B ainda não foi identificada pela Ciência. C foi desvendada pelo pesquisador Simon Kirby. D poderia ser mensurada a partir da análise de fósseis. E será desvendada se houver investimento em pesquisas. LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 9 QUESTÃO 19 A Unesp, em parceria com o Santander Universidade, elaborou e está distribuindo em suas unidades universitárias o Guia de Prevenção ao Assédio. O material integra o projeto chamado Educando para a Diversidade e tem como propósito divulgar e compartilhar informações, ações de formação, debates e demais conteúdos que possam contribuir para a construção de práticas inclusivas e de garantia aos direitos das pessoas em suas diversidades para seu acesso e permanência, com dignidade e respeito, no contexto universitário. O material orienta quanto à definição e identificação de diferentes formas de assédio, como agir ao presenciar um assédio (como vítima, testemunha ou conhecedor), e quais as normativas da Unesp, as leis e os decretos que tratam do assunto. Disponível em: <https://www.cedem.unesp.br>. Acesso em: 28 fev. 2020. No que diz respeito ao Guia de Prevenção ao Assédio, o principal propósito contido nele é A instruir sobre as diversas formas de assédio que sofrem as mais variadas pessoas. B reforçar a necessidade da inserção de minorias nos espaços sociais. C apresentar as diferentes visões das pessoas sobre o assédio. D informar casos de violência praticadas contra minorias. E propor leis e decretos que tratam do assunto. QUESTÃO 20 Há 40 mil anos, na Europa, o Homo sapiens não era a única espécie humana existente – havia pelo menos outras três, entre elas os neandertais. Extraordinariamente parecidos conosco, eles viveram em regiões do continente por mais de 300 mil anos. "Muitos argumentariam que nossa capacidade de fala e linguagem está entre as características mais fundamentais que nos tornam humanos. Se os neandertais também tinham linguagem, também eram verdadeiramente humanos", diz Stephen Wroe, professor na Universidade da Nova Inglaterra, na Austrália. Se podiam falar, também eram capazes de transmitir informações entre si com eficiência, como, por exemplo, ensinar uns aos outros a fazer ferramentas. Podem até mesmo ter ensinado uma coisa ou duas aos humanos modernos. Disponível em: <https://www.bbc.com>. Acesso em: 28 fev. 2020. Na descrição dos neandertais e de sua participação na identidade humana, há um breve desvio na modalidade formal escrita, pois se A incorpora um vocabulário técnico, de cunho específico para descrições históricas. B utiliza de empréstimos linguísticos para exemplificar as espécies humanas. C distingue o enunciador do discurso por meio do verbo de elocução “dizer”. D delimita o uso de elementos coesivos entre os exemplos citados. E conclui o texto com um registro próprio da comunicação oral. QUESTÃO 21 TEXTO I [...] O menino gordo desceu do arvoredo e se sentou cuidadosamente, usando a beirada como assento. – Desculpe ter demorado. As frutas... Limpou os óculos e colocou-os no nariz de botão, onde a armação sulcara um "V" profundo e rosado. Olhou criticamente para o corpo dourado de Ralph e, depois, seus olhos voltaram- -se para suas roupas. Levou a mão à ponta de um zíper que cruzava seu peito. GOLDING, W. O senhor das moscas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014. TEXTO II [...] Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou- -se no chão. RAMOS,G.Vida secas. Rio de Janeiro: Record, 2004. Os dois fragmentos apresentados, com temáticas e em períodos diferentes, relacionam-se por A materializarem as diferenças físicas dos meninos. B figurarem as expectativas diferentes dos personagens. C generalizarem os meninos para que representem um grupo. D rivalizarem a condição privilegiada do primeiro em oposição ao segundo. E exporem criticamente o isolamento social no qual os personagens estão inseridos. LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 10 QUESTÃO 22 Inspiração São Paulo! Comoção de minha vida... Os meus amores são flores feitas de original!... Arlequinal!... Trajes de losangos... Cinza e ouro... Luz e bruma... Forno e inverno morno... Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes... Perfumes de Paris... Arys! Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!... São Paulo! Comoção de minha vida... Galicismo a berrar nos desertos da América. ANDRADE, M. “Inspiração”. In: Poesias completas. 6 ed. São Paulo: Martins, 1980. O poema “Inspiração”, de Mário de Andrade, pode ser considerado futurista porque A apresenta versos desconexos, fazendo um paralelo com o caos de São Paulo. B valoriza os modelos europeus e apresenta um sujeito poético apegado ao passado. C volta-se para o bucolismo, sendo o desejo maior do poeta a saída da cidade grande. D considera fracassados os que desistem de viver em Paris e se mudam para São Paulo. E apresenta a metrópole como sinônimo de lugar outrora aprazível, mas transformado pela poluição. QUESTÃO 23 Vovô viera da Itália com toda a família, contratado como colono para colher café numa fazenda em Cândido Mota, em São Paulo. Embarcaram em Gênova com destino a Santos, por volta de 1894 [...]. Em Santos, eram aguardados por gente da fazenda, para a qual foram transportados, comprimidos como gado num vagão de carga. Ao chegar à fazenda, Eugênio Da Col deu-se conta, em seguida, de que não existia aquela cuccagna, aquela fartura tão propalada. Tudo que ele idealizara não passava de fantasia; as informações recebidas não correspondiam à realidade: o que havia, isto sim, era trabalho árduo e estafante, começando antes do nascer do sol; homens e crianças cumpriam o mesmo horário de serviço. Colhiam café debaixo de sol ardente, os três filhos mais velhos os acompanhando, sob a vigilância de um capataz odioso. Vivendo em condições precárias, ganhavam o suficiente para não morrer de fome. A escravidão já fora abolida no Brasil, havia tempos, mas nas fazendas de café seu ranço perdurava. GATTAI, Z. Anarquistas, graças a Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. No trecho de Anarquistas, graças a Deus, de Zélia Gattai, o período histórico focalizado diz respeito ao(à) A êxodo rural. B imigração italiana. C trabalho escravizado. D independência do país. E abolição da escravatura. QUESTÃO 24 IV Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais... Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que martírios embrutece, Cantando, geme e ri! No entanto o capitão manda a manobra, E após fitando o céu que se desdobra, Tão puro sobre o mar, Dizdo fumo entre os densos nevoeiros: “Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!...” E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Qual um sonho dantesco as sombras voam!... Gritos, ais, maldições, preces ressoam! E ri-se Satanás!... ALVES, C. O navio negreiro. Belém: NEAD; UNAMA, [s.d.]. Na obra de Castro Alves, destacam-se as condições dos escravizados africanos em navios negreiros, isso é feito a partir do(a) A análise dos fatos, das aparências e dos costumes de modo superficial e pessoal. B tom ufanista e idealista ao denunciar a condição miserável e desumana dos escravizados. C oposição entre choro e dança deixando implícita sua crítica à passividade dos escravizados. D apresentação dos fatos em uma linguagem pouco expressiva e voltada para a objetividade. E descrição das cenas do tombadilho, valorizando os adjetivos para dar vivacidade ao cenário e às personagens. LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 11 QUESTÃO 25 TEXTO I Alexandre de Antioquia, Vênus de Milo, mármore, 202 cm, Museu do Louvre, Paris, França. TEXTO II O poeta, com os pés metidos em chinelas velhas, com a cabeça apoiada na mão esquerda, ia escrevendo a poesia. Tinha acabado a quadra e releu-a: Mimosa flor que dominas Todas as flores do prado, Tu tens as formas divinas De Vênus, modelo amado. Os dous últimos versos não lhe pareceram tão bons como os dous primeiros, nem lhe saíram tão fluentemente. Ricardo deu uma pancadinha seca na borda da mesa, e endireitou o busto. Concertou os bigodes, fitou novamente a Vênus de Milo – uma cópia em gesso – e tratou de ver se os versos lhe saíam melhores. [...] Afinal, tanto repetiu os dous versos condenados, que acabou por achar a quadra excelente e continuou a poesia. Saiu a segunda estrofe, depois a terceira, a quarta e a quinta. A última dizia que o Deus verdadeiro, querendo provar que os falsos não eram tão poderosos como supunham, inventara, contra a bela Vênus, a formosa Marcela. Gostou desta ideia; era uma chave de ouro. Ergueu-se e passeou pelo quarto, recitando os versos; em seguida, parou diante da Vênus de Milo, encantado da comparação. Chegou a dizer-lhe em voz alta: — Os braços que te faltam são os braços dela! ASSIS, M. “Vênus! Divina Vênus!”. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 20 abr. 2019. No trecho do conto “Vênus! Divina Vênus”, de Machado de Assis, a intertextualidade com a estátua Vênus de Milo, de Alexandre de Antioquia, ocorre com a valorização A do padrão de beleza feminino. B do amor do poeta pela escultura. C da capacidade inventiva do escultor. D da literatura em relação às artes plásticas. E dos braços para os movimentos humanos. QUESTÃO 26 O pior é que, vendo e ouvindo esses passarinhos estrangeiros, eu não podia deixar de sentir que o estrangeiro era eu – o bárbaro, o intruso, o que não sabe o nome das pessoas da terra. Vinguei- -me escrevendo a uma querida amiga: “Aqui há muitos passarinhos e toda manhã cantam, mas é uma pena, cantam em puro árabe...” Com o Guia de Campo de las Aves em punho, descobri que aquela cambaxirrinha que saltitava na moita podia ser chamada de carriça, embora tenha o nome feroz de Troglodytes troglodytes; o pássaro preto de bico amarelo era o melro legítimo, aquele do Guerra Junqueiro, o Turdus merula, ruidoso e jovial, irmão preto do sabiá, primo do nosso vira e da nossa graúna; uns outros cor de canário-da-terra, porém mais cheios de corpo, são verdilhões; aqueles dois pardos, um de cabecinha preta, outro de cabecinha cor de ferrugem, que ora fazem “tec-tec” ora gorjeiam bonito, ah, esses eu já conhecia de nome, de velhos romances, e tive o maior prazer em lhes ser apresentado: são um casal de toutinegras [...] BRAGA, R. “Olhe ali uma toutinegra!” In: Recado de primavera. 7 ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. O pronome “lhes”, em destaque no trecho da crônica de Rubem Braga, refere-se A aos verdilhões. B às pessoas da terra. C aos velhos romances. D ao casal de toutinegras. E aos passarinhos estrangeiros. QUESTÃO 27 O dia em que nasci moura e pereça, Não o queira jamais o tempo dar; Não torne mais ao Mundo, e, se tornar, Eclipse nesse passo o Sol padeça. A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça, Mostre o Mundo sinais de se acabar, Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça. CAMÕES, L. In: SILVA, M. C. “Os Estudos Camonianos no Brasil de 1971 a 1980”. Coimbra: Revista da Universidade de Coimbra, 1985. p. 451. No soneto de Luís de Camões, a sensação de angústia é externalizada quando o eu lírico A contraria o hábito de gratidão e amor pela própria vida. B emudece qualquer nascimento por meio do desejo de que chova sangue. C estabelece relação de angústia por ter sido posto à prova após sua morte. D lamenta o momento de sua morte como forma de amaldiçoar a própria vida. E projeta na própria vida a necessidade que os outros têm de padecer no eclipse. LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 12 QUESTÃO 28 Pedro ficou fazendo cálculos e o próprio João de Adão interrompeu. — Tu tá com uns quinze anos. Não é, comadre? A negra fez que sim. João de Adão continuou: — No dia que tu quiser tu tem um lugar aqui nas docas. A gente tem um lugar guardado pra tu. AMADO, J. Capitães da areia. 2 ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. A expressão “Não é”, presente no trecho de Capitães da areia, de Jorge Amado, tem função A fática, pois visa testar o canal, a fim de prolongar o diálogo. B conativa, pois há intenção de influenciar a opinião do interlocutor. C referencial, pois a intenção é focalizar objetivamente o contexto real. D emotiva, pois a linguagem está centrada nos sentimentos do emissor. E poética, pois apresenta preocupação com o ritmo e a sonoridade das palavras. QUESTÃO 29 Na rua, ele andava pisando forte, o queixo erguido, os olhos acesos. Tão bom sair de mãos dadas com a mãe. Melhor ainda quando o pai não ia junto porque assim ficava sendo o cavalheiro dela. Quando crescesse haveria de se casar com uma moça igual. Anita não servia que Anita era sardenta. Nem Maria Inês com aqueles dentes saltados. Tinha que ser igualzinha à mãe. — Você acha a Maria Inês bonita, mamãe? — É bonitinha, sim. — Ah! Tem dentão de elefante. E o menino chutou um pedregulho. Não, tinha que ser assim como a mãe, igualzinha à mãe. E com aquele perfume. TELLES, L. F. “O menino”. In: O segredo e outras histórias de descoberta. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. No trecho do conto “O menino”, de Lygia Fagundes Telles, o menino A acha Anita bonita e diferente da mãe, por isso pretende namorá-la. B considera Anita parecida com a mãe, razão por que pretende namorá-la. C tem aversão ao perfume da mãe, por isso pretende namorar Maria Inês. D pede permissão à mãe para namorar Maria Inês, mesmo a julgando feia. E nutre um profundo amor pela mãe e, no futuro, pretende transferi-lo à esposa. QUESTÃO 30 Não obstante, as casinhas do cortiço, à proporção que se atamancavam, enchiam-se logo, sem mesmo dar tempo a que as tintas secassem. Havia grande avidez em alugá-las; aquele era o melhor ponto do bairro para a gente do trabalho. Os empregados da pedreira preferiam todos morar lá, porque ficavam a dois passos da obrigação. O Miranda rebentava de raiva. — Um cortiço! Exclamava ele, possesso. Um cortiço! Maldito seja aquele vendeiro de todos os diabos! Fazer-me um cortiço debaixo das janelas!... Estragou-me a casa, o malvado! AZEVEDO, A. O cortiço. 3 ed. São Paulo: Ciranda Cultural, 2017. A visão de Miranda, no fragmento de O cortiço, de Aluísio Azevedo, é A progressista, pois torcia para que o cortiço fosse instalado. B reacionária, já que temia a violência dos ocupantes do cortiço. C especulativa, pois se preocupava com a (des)valorização de seu imóvel. D indiferente, uma vez que não se interessava pela construção do cortiço. E coletivista, já que pretendiapartilhar o espaço com todos que precisassem. QUESTÃO 31 José Dias amava os superlativos. Era um modo de dar feição monumental às ideias; não as havendo, servia a prolongar as frases. Levantou-se para ir buscar o gamão, que estava no interior da casa. Cosi-me muito à parede, e vi-o passar com as suas calças brancas engomadas, presilhas, rodaque e gravata de mola. Foi dos últimos que usaram presilhas no Rio de Janeiro, e talvez neste mundo. ASSIS, M. Dom Casmurro. Belém: NEAD; UNAMA, [s.d.]. No fragmento de Dom Casmurro, a oração “Cosi-me muito à parede” significa que o narrador A evitava as grandes multidões. B tentou cumprimentar José Dias. C estava no meio de uma multidão. D buscava não ser visto por José Dias. E procurava imitar o vestuário de José Dias. LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 13 QUESTÃO 32 A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. [...] Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica. SABINO, F. “A última crônica”. In: A companheira de viagem. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 1965. No trecho de “A última crônica”, Fernando Sabino realiza uma reflexão sobre a própria escrita, processo denominado A solilóquio. B monólogo. C metalinguagem. D perspectiva unilateral. E abordagem compreensiva. QUESTÃO 33 O Jazz Brasil celebra a memória do pianista Luíz Eça com interpretações de suas composições por artistas como Wagner Tiso, Leandro Braga, João Donato e Dori Caymmi, entre outros. Você ouve a coletânea "Tamba Classics", com gravações dos anos 60 do Tamba Trio; depois, o álbum "Reencontro", em que grandes pianistas interpretam Luiz Eça, e o álbum "Em Casa com Luiz Eça", produzido por seu filho, Igor Eça. Por último, a homenagem do pianista Diogo Monzo. Disponível em: <radios.ebc.com.br>. Acesso em: 28 fev. 2020. Os gêneros textuais apresentam características comuns adequadas ao objetivo o qual pretendem atingir, como é o caso do fragmento apresentado, que A realiza uma análise crítica da obra. B noticia a apresentação de uma banda de jazz. C reúne fatos históricos sobre compositores do jazz. D apresenta ao leitor informações essenciais e relevantes sobre os compositores. E faz um breve relato introdutório sobre a apresentação de um programa de jazz. QUESTÃO 34 TEXTO I A instalação é uma forma de arte que utiliza a ampliação de ambientes que são transformados em cenários. As instalações podem ter caráter efêmero ou podem ser desmontadas e recriadas em outro local. O conceito – a intenção do artista ao formular seu trabalho – é, em grande parte, a essência da própria obra, na medida em que a instalação emerge no contexto da Arte Conceitual. Disponível em: <https://www.historiadasartes.com>. Acesso em: 30 nov. 2020 (Adaptado). TEXTO II Disponível em: <https://br.depositphotos.com>. Acesso em: 30 nov. 2019. A instalação artística representada no Texto II se diferencia das demais artes visuais por ser A tridimensional e próxima do espectador, permitindo interação. B clássica, sendo reconhecida por sua beleza e busca pela simetria. C permanente e impossibilitar interação devido à grandeza de sua extensão. D transmissora de uma mensagem social, política ou ambiental. E externa e depender de local específico para ser criada. LC - 1o dia | 3o Poliedro Enem - Página 14 QUESTÃO 35 BECK, Alexandre. Armandinho. Na tirinha, o verbo “dançar” foi empregado com sentido de A oscilar. B ser presa. C estar solta. D movimentar o corpo. E perder a oportunidade. QUESTÃO 36 Após as reclamações de lojistas e clientes sobre a superlotação e o comportamento inadequado dos turistas, a cidade japonesa de Quioto decidiu distribuir guloseimas, lanternas de papel e cartilhas para incentivar boas maneiras. Como noticiado pela BBC, “Os estudantes da Escola de Design da Universidade Feminina de Quioto foram incumbidos de criar uma cartilha didática e atraente, em japonês, chinês e inglês, a ser colocada em sacolas com guloseimas. [...] As mensagens vão desde pedidos comuns para não se sentar ou fumar na rua até demandas mais específicas, como a necessidade de pedir autorização antes de tirar selfies com as famosas gueixas de Gion, além de nunca tocá-las sem consentimento. Há diversas outras recomendações, como deixar sanitários limpos, não furar filas, não cancelar reservas em restaurantes sem antecedência e jogar o lixo em lixeiras”. Disponível em: <https://www.bbc.com>. Acesso em: 13 nov. 2019 (Adaptado). A função social do guia de etiqueta distribuído na cidade japonesa de Quioto é A atrair turistas para o bairro histórico de Gion. B envergonhar os turistas que têm maus costumes. C demonstrar que os japoneses são mais educados. D expulsar os turistas que apresentarem maus hábitos. E orientar os turistas a se comportarem adequadamente. QUESTÃO 37 Mecanismo de Hipertrofia Muscular Sem peso os músculos se atrofiam e temos a perda de massa muscular. E, também, em contrapartida, se submetemos os músculos a um esforço excessivo, temos a hipertrofia muscular. Como ela funciona? Quando levantamos mais peso do que os músculos são capazes de suportar, ocorre um estresse do tecido muscular na microfissura das fibras. Para evitar sofrer um segundo trauma, é recomendável realizar um trabalho de compensação para reparar as fibras musculares danificadas. O músculo criará novas ligações de fibras e obterá mais volume e ficará mais forte para melhor resistir às próximas sessões de treinamento. Atenção: durante os treinos, os músculos perdem força e volume. Na fase de repouso, os músculos se recuperam, se regeneram e se desenvolvem. Disponível em: <https://souesportista.decathlon.com.br/desenvolvimento-de-massa-muscular/>. Acesso em: 28 fev. 2020. Para que a musculação traga benefícios, sem comprometer a saúde, e o atleta consiga tonificar os músculos, ele deve A gerar um trauma na fibra, pois assim o músculo poderá recrutar lipídeos como matéria-prima para a reconstrução das miofibrilas. B preocupar-se mais com o treino do que com o repouso, já que uma alimentação rica em proteínas e aminoácidos garante a hipertrofia. C levantar menos peso do que as fibras musculares são capazes de aguentar, já que as lesões ocasionadas prejudicam a musculatura do atleta. D levantar pesos, o que eleva o estresse muscular, resultando em microfissuras das fibras, que são reconstruídas a partir da ingestão de carboidratos. E intercalar períodos de treino intenso com descanso do músculo, para que haja regeneração e hipertrofia da fibra, auxiliada pela polimerização de aminoácidos. LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 15 QUESTÃO 38 São Paulo, 10 de janeiro de 1904. Rangel, Tua carta é um atestado da tua doença: literatura errada. Julgas que para ser um homem de letras vitorioso faz-se mister uma obsessão constante, uma consciente martelação na mesma ideia – e a mim a coisa me parece diferente. [...] Esqueça que há literaturas no mundo e viva aí uma vida bem natural. Ande muito a pé ou a cavalo, converse com toda gente, coma bem, namore caboclinhas nas estradas, vá aos serões do senhor Cura, arrote – e quando dormir, ronque. Verás que boa é a vida sem literatura. E também verás como fica boa a literatura quando o corpo está contente. Já notei que esses constantes e permanentes contatos com as Grandes Ideias e os Grandes Prestígiosoperam do mesmo modo que aqueles inúmeros “confortos” do Jacinto Galião de As cidades e as serras. Enfaram, esmagam. Pensamos que aquilo saiu da cabeça dos autores como Minerva da cabeça de Júpiter e achamo-nos inferiores, com grande dor do nosso amor próprio. E, perturbado, com os olhos tontos pela doença, chegas até a ver em mim algo nuevo, quando na realidade o que há é um pouco da coisa saborosa que o Sieur de Montaigne inventou (literalmente): bom-senso, horse sense, como dizem os ingleses – senso de cavalo. O Bom-Senso é a filosofia da justa medida, do ver claro, do enxergar até de noite, como os cavalos. Perguntas quantas horas “literatizo”. Nem uma, meu caro, porque só leio o que me agrada e só quando estou com apetite. [...] Sare, homem! estás malíssimo de ingurgitamento literário. Vomite o Flaubert. Lobato LOBATO, M. A barca de Gleyre. São Paulo: Globo, 2010. Na carta escrita ao amigo Godofredo Rangel, Monteiro Lobato demonstra que sua concepção sobre a literatura está baseada no(a) A leitura como fruição. B busca pela erudição. C renome dos escritores. D esforço do aprendizado. E preocupação intelectual. QUESTÃO 39 TEXTO I “Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.” Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam. [...] Eu tinha onze anos. POMPEIA, R. O Ateneu. 2 ed. São Paulo: Ciranda Cultural, 2017. TEXTO II Todo esse movimento me vencia a saudade dos meus campos, dos meus pastos. Queriam me endireitar, fazer de mim um homem instruído. Quando saí de casa, o velho José Paulino me disse: — Não vá perder o seu tempo. Estude, que não se arrepende. Eu não sabia nada. Levava para o colégio um corpo sacudido pelas paixões de homem feito e uma alma mais velha do que o meu corpo. Aquele Sérgio, de Raul Pompeia, entrava no internato de cabelos grandes e com uma alma de anjo cheirando a virgindade. Eu não: era sabendo de tudo, era adiantado nos anos, que ia atravessar as portas do meu colégio. Menino perdido, menino de engenho. REGO, J. L. Menino de engenho. 80 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2001. O trecho que encerra a obra Menino de engenho, de José Lins do Rego, remete-se ao início da obra O Ateneu, de Raul Pompeia, que trata do ingresso do protagonista Sérgio ao colégio interno. Trata-se de uma relação A irônica. B paródica. C metafórica. D intertextual. E metalinguística. LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 16 QUESTÃO 40 Tenciono contar a minha história. Difícil. Talvez deixe de mencionar particularidades úteis, que me pareçam acessórias e dispensáveis. Também pode ser que, habituado a tratar com matutos, não confie suficientemente na compreensão dos leitores e repita passagens insignificantes. De resto isto vai arranjado sem nenhuma ordem, como se vê. Não importa. Na opinião dos caboclos que me servem, todo o caminho dá na venda. Aqui sentado à mesa da sala de jantar, fumando cachimbo e bebendo café, suspendo às vezes o trabalho moroso, olho a folhagem das laranjeiras que a noite enegrece, digo a mim mesmo que esta pena é um objeto pesado. Não estou acostumado a pensar. Levanto-me, chego à janela que deita para a horta. Casimiro Lopes pergunta se me falta alguma coisa. — Não. Casimiro Lopes acocora-se num canto. Volto a sentar- -me, releio estes períodos chinfrins. Ora vejam. Se eu possuísse metade da instrução de Madalena, encoivarava isto brincando. Reconheço finalmente que aquela papelada tinha préstimo. O que é certo é que, a respeito de letras, sou versado em estatística, pecuária, agricultura, escrituração mercantil, conhecimentos inúteis nesse gênero. Recorrendo a eles, arrisco-me a usar expressões técnicas, desconhecidas do público, e a ser tido por pedante. RAMOS, G. São Bernardo. São Paulo: Editora Record, 2006. Com relação ao processo de escrita de Paulo Honório, o trecho revela um narrador A consciente a respeito da escrita como algo sem valor. B habilidoso, por isso dispensa a ajuda de outras pessoas. C impotente diante da escrita, já que não se vê capaz de realizar tal tarefa. D incapaz de influenciar as pessoas para que escrevam o livro que ele deseja publicar. E generoso, ao convidar tantas pessoas para escrever o livro que será publicado por ele. QUESTÃO 41 TEXTO I Perfect Strangers (Perfeitos Desconhecidos), de Vik Muniz. Mosaico. Disponível em: <https://br.depositphotos.com>. Acesso em: 20 nov. 2020. TEXTO II A companhia Metropolitan Transportation Authority (MTA), com o objetivo de revitalizar as estações de transporte público da cidade, convidou vários artistas para decorar as paredes de quatro estações do metrô de Nova York, ficando Vik Muniz responsável pela Estação da rua 72. Vik Muniz, artista e fotógrafo brasileiro, radicado nos Estados Unidos, destacou-se com a série Perfect Strangers, por recriar inúmeras fotografias em mosaicos esmaltados com o objetivo de humanizar e colorir o espaço. Disponível em: <https://zupi.pixelshow.co>. Acesso em: 28 fev. 2020 (Adaptado). Nessa série de mosaicos, o objetivo do artista foi retratar o(a) A história da cidade em imagens. B dinamismo da vida na era tecnológica. C cotidiano local e as pessoas comuns. D lirismo da vida em família. E espaço caótico de Nova York. LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 17 QUESTÃO 42 Digo ao senhor: eu gostava de Zé Bebelo. Redigo – que eu menos atirava do que pensava. Como era possível, assim, com minha ajuda, a morte dele? Um homem daquela qualidade, o corpo dele, a ideia dele, tudo que eu sabia e conhecia. Nessas coisas eu pensei. Sempre – Zé Bebelo – a gente tinha que pensar. Um homem, coisa fraca em si, macia mesmo, aos pulos de vida e morte, no meio das duras pedras. Senti, em minha goela. Aquela culpa eu carregava? Arresto gritei: – “Joca Ramiro quer esse homem vivo! Joca Ramiro quer este homem vivo! Joca Ramiro faz questão!...” A que nem não sei como tive o repente de isso dizer – falso, verdadeiro, inventado... ROSA, J. G. Grande sertão: veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. No trecho da obra de Guimarães Rosa, a antítese, figura de linguagem que estabelece uma relação de oposição de palavras ou ideias, aparece em A “Redigo – que eu menos atirava do que pensava.”. B “Como era possível, assim, com minha ajuda, a morte dele?”. C “Nessas coisas eu pensei. Sempre – Zé Bebelo – a gente tinha que pensar.”. D “Um homem, coisa fraca em si, macia mesmo, aos pulos de vida e morte, no meio das duras pedras.”. E “Joca Ramiro quer esse homem vivo! Joca Ramiro quer este homem vivo! Joca Ramiro faz questão!...”. QUESTÃO 43 O Cubismo foi um movimento artístico que teve como um dos principais expoentes o pintor Pablo Picasso, cujas obras são reconhecidas em todo o mundo, como esta reprodução de Guernica, feita em azulejos, que tematiza o bombardeio durante a Guerra Civil Espanhola. Disponível em: <https://br.depositphotos.com>. Acesso em: 20 nov. 2019. O traço cubista é revelado A pela falta de expressão das figuras humanas. B pelas figuras dos animais para incitar o medo. C pela inclusão de figuras geometricamente decompostas. D pelo fato de a cena ser retratada na parte interna do local. E pelo jogo de luz e sombra alcançado com o uso da cor preta. QUESTÃO 44 A Agência Mundial Antidoping (Wada) tem em seu site uma lista de substânciase procedimentos proibidos e uma série de respostas às perguntas mais comuns sobre o que um atleta pode ou não pode consumir ou fazer para aumentar seu rendimento. A tenista russa Maria Sharapova foi pega no exame antidoping nas Olimpíadas do Rio 2016 pelo uso de meldonium, medicamento que entrou na lista da Wada apenas em janeiro de 2016. O medicamento é usado para tratar doenças do coração e aumenta o fluxo sanguíneo, melhorando a capacidade para realizar exercícios em atletas. A esportista assumiu a responsabilidade, mas disse que não tinha conhecimento do veto da Wada ao medicamento, e disse: “É muito importante que vocês entendam que pelos últimos dez anos esse medicamento não esteve na lista de substâncias banidas. Usei esse remédio legalmente pelos últimos dez anos.” Outras substâncias que melhorem o rendimento e possam ser receitadas por médicos, ainda que não proibidas, estão na lista do "programa de monitoramento" da Wada com o objetivo de detectar abusos no esporte. Disponível em: <https://www.bbc.com>. Acesso em: 28 fev. 2020. (Adaptado) Segundo o texto, o uso de medicamentos por atletas como forma de melhorar seu desempenho na atividade esportiva é monitorado pela Agência Mundial Antidoping (Wada) com o objetivo de A evitar o uso combinado de medicamento. B melhorar o desempenho dos atletas. C prejudicar o desempenho dos atletas. D controlar possíveis efeitos colaterais. E controlar os abusos no esporte. QUESTÃO 45 Jean G alvão Disponível em: <https://www.plural.jor.br>. Acesso em: 13 nov. 2019. A charge é um gênero jornalístico que se utiliza da imagem para expressar o posicionamento do chargista sobre determinado tema, refletindo situações do cotidiano. A charge de Jean Galvão critica o(s) A processo de alienação provocado pelas redes sociais. B processo de humanização advindo das redes sociais. C programas desinteressantes que afastam os seguidores. D sofrimento que alguns blogueiros provocam nas redes sociais. E tempo que as pessoas perdem seguindo celebridades nas redes sociais. LC - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 18 INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO 1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 2. O texto definitivo deve ser escrito a tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas. 4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. 4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. 4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto. TEXTOS MOTIVADORES TEXTO I Na esteira dos países em desenvolvimento, o Brasil caminha para se tornar um país de população majoritariamente idosa. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de idosos de 60 anos ou mais será maior que o grupo de crianças com até 14 anos já em 2030 e, em 2055, a participação de idosos na população total será maior que a de crianças e jovens com até 29 anos. Disponível em: <https://www.terra.com.br>. Acesso em: 28 fev. 2020. TEXTO II A negligência ainda é a principal forma de violência cometida contra as pessoas idosas no Brasil. Para a coordenadora-geral do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, Ana Lúcia da Silva, essa é a primeira violência identificada e faz com que se abram portas para outras formas de violações, como violência psicológica, abuso financeiro e econômico, trabalho escravo, violência sexual e tortura. Para a coordenadora, entretanto, o desafio de cuidar dos idosos não é só do Estado, mas de toda a sociedade civil. De acordo com ela, as pessoas precisam tomar consciência desse processo. “As pessoas não estão se preparando psicologicamente para compreender e assumir o envelhecimento. Existe uma negação, as pessoas querem continuar jovens. Com isso, é muito mais difícil definirmos o perfil do que será o espaço mais adequado para que possamos ter essa convivência”, explicou, defendendo que ela seja sempre transversal e intergeracional. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br>. Acesso em: 28 fev. 2020. (Adaptado) TEXTO III Disponível em: <http://www.mppr.mp.br>. Acesso em: 28 fev. 2020. TEXTO IV Disponível em: <https://www12.senado.leg.br>. Acesso em: 28 fev. 2020. PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema "Desafios para combater a negligência ao idoso no Brasil", apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. CH - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 19 CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 QUESTÃO 46 Cerca de 200 sociedades indígenas vivem no Brasil. São quase 200 culturas, com língua, religião e organização social distintas entre si. Trata-se de um dos maiores acervos culturais do mundo, que tem atraído ao país centenas de estudiosos e especialistas, principalmente linguistas e antropólogos. [...] A cultura material dos povos indígenas expressa aos outros setores da sociedade a sua visão de universo e, quase sempre, cumpre uma função utilitária no cotidiano da comunidade tribal. Mas esta visão vem sendo influenciada pelas mais variadas formas de pressão a que estão submetidos os povos indígenas brasileiros, cujas terras são ambicionadas pelos regionais, em virtude das riquezas da flora, da fauna e do subsolo. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 8 dez. 2019. De acordo com o texto, um dos principais desafios enfrentados pelas populações indígenas é o(a) A garantia dos direitos das populações vizinhas, como o acesso a sua riqueza biológica e mineral. B unificação de cerca de 200 comunidades para criar uma agenda comum para as populações indígenas. C recepção de pesquisadores interessados em conhecer a cultura das populações indígenas. D reconhecimento da importância e do valor de sua cultura diante do interesse econômico de uma parcela da sociedade. E aplicação das experiências que integram a cultura indígena do país no dia a dia. QUESTÃO 47 Observa-se que a cidade assumiu com o capitalismo o compromisso de permitir a sustentação das transformações necessárias para sua consolidação, quais sejam: a concentração de força de trabalho e mercado consumidor. Cabe ressaltar que nesse período o campo passou a ser coadjuvante e houve uma profunda alteração na estrutura social originada com a manufatura. [...] Percebe-se que, enquanto a cidade preparou o arcabouço para o desenvolvimento capitalista, o processo de urbanização permitiu que o novo sistema se alimentasse, afastando os indivíduos do meio rural. NOBRE, P. A. M; RAMOS, E. M. B. “A cidade e o capital: um breve histórico da situação da classe operária”. In: II CONFERÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO, 2011, Brasília. Anais do I Circuito de Debates Acadêmicos Ipea. Brasília: Ipea, 2011. O texto expõe mudanças profundas na demografia e na cultura da Europa no século XVIII, referindo-se à A valorização da vida rural, em detrimento da vida urbana. B transferência de grande parte das atividades produtivas e sociais do campo para as cidades. C possibilidade de todos viverem no meio urbano, com acesso a uma melhor infraestrutura. D ascensão popular por meio do consumo de itens que, com a fabricação em massa, se tornaram acessíveis. E descoberta de tecnologias e à maior mecanização das fábricas, o que conteve, por exigir menos trabalhadores, o êxodo rural.QUESTÃO 48 O Parque Indígena do Xingu comemora 57 anos no próximo sábado [14/04/2018]. São décadas de história, entre desafios e vitórias conquistadas pelos 16 povos indígenas que fazem parte do que hoje é conhecido como Território Indígena do Xingu. [...] O Parque Indígena do Xingu foi a primeira grande Terra Indígena demarcada pelo governo federal, fruto da iniciativa do então presidente Jânio Quadros. Os irmãos Villas Bôas fizeram uma série de incursões na região na década de 1950 e foram os principais incentivadores da demarcação. O Parque Indígena do Xingu foi homologado em 1961, com o nome de Parque Nacional do Xingu, com a intenção de proteger um importante complexo cultural, em uma região estratégica do ponto de vista ecológico. HARARI, I. “Parque Indígena do Xingu comemora 57 anos”. Instituto Socioambiental. Disponível em: <https://www.socioambiental.org>. Acesso em: 22 fev. 2020. No contexto evidenciado no fragmento, a fundação do Parque Indígena do Xingu teve o intuito de A integrar o Centro-Oeste ao restante da nação. B conciliar o agronegócio e o manejo sustentável. C atender a exigências de instituições internacionais. D preservar uma área dotada de rica sociobiodiversidade. E proteger a soberania de uma área fronteiriça e cobiçada. QUESTÃO 49 Foi um ano dedicando todo o tempo entre a finalização do Ensino Médio, o cursinho e as horas reservadas aos estudos. Assim, o estudante Gabriel Nascimento Santos, de 19 anos, filho de manicure, estudante de escola pública e bolsista no curso de preparação para vestibular, garantiu, já na primeira tentativa, uma vaga para cursar Engenharia na Universidade de São Paulo (USP), uma das mais disputadas do Brasil. Morador de Santos, no litoral de São Paulo, Gabriel cursou apenas o Ensino Fundamental em escola particular, porém com bolsa integral. Já o Ensino Médio foi cursado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), campus de Cubatão. Todos os dias ele percorria o trajeto da cidade de Santos até o instituto com o benefício de gratuidade garantido pelo passe livre. Disponível em: <https://g1.globo.com>. Acesso em: 23 fev. 2020. O texto apresentado traz um exemplo de migração conhecido como A retorno. B pendular. C emigração. D conurbação. E transumância. CH - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 20 QUESTÃO 50 São Paulo — Depois de participar de vários protestos em Girona, um reduto separatista catalão, Carla Costa propõe continuar atacando a Espanha “em todas as frentes”, enviando também os membros mais radicais do movimento como cavalos de Troia ao Congresso de Madri. “Temos que atacar em todas as frentes. Ser capazes de entrar no coração da fera e destruí-la de lá também é importante”, diz essa estudante de 22 anos, concentrada em solidariedade às pessoas detidas pelas mobilizações das últimas semanas. Assim como Barcelona e outras cidades catalãs, Girona foi palco de protestos pacíficos e de confrontos após a decisão da Suprema Corte em 14 de outubro, condenando nove líderes separatistas entre nove e treze anos de prisão por essa tentativa fracassada. Disponível em: <https://exame.abril.com.br> Acesso em: 24 nov. 2019. O movimento separatista da Catalunha procura A alcançar a independência e a autonomia política. B assumir o poder na Espanha. C unificar o país sobre o nome de Catalunha. D conquistar novos territórios para pressionar a Espanha a conceder a sua independência. E controlar as fronteiras, evitando que a região seja tomada por espanhóis não catalães. QUESTÃO 51 Ser cidadão, o que é? É participar da sociedade. É saber dos seus direitos. É cobrar seus direitos. É cumprir seus deveres. É defender e respeitar os direitos dos outros. Os países têm que criar leis para garantir os direitos a todos, sem discriminações, nem privilégios. No nosso país, a Constituição Federal garante esses direitos. Constituição é o conjunto de leis mais básico do país. É praticamente o “manual de instruções” do Brasil. ZIRALDO. “Os direitos humanos”. Disponível em: <https://pt.calameo.com>. Acesso em: 13 nov. 2019. De acordo com o texto, o conceito de cidadania A vislumbra uma tradição sociocultural recente, transmitida de maneira consuetudinária. B envolve uma condição de comprometimento do indivíduo diante da coletividade. C indica a primazia do direito individual diante do dever de determinada comunidade. D assegura o cumprimento dos dispositivos jurídicos de uma nação em sua tessitura social. E contempla atividades de cunho assistencialista, tais como mutirões e ações voluntárias. QUESTÃO 52 TEXTO I As fortes tempestades nos últimos dias têm provocado centenas de mortes e desabrigados na Índia, Bangladesh, Paquistão e Nepal. As chuvas que atingem o sul da Ásia de junho a setembro, embora essenciais para a irrigação de cultivos e o armazenamento de água de que os habitantes necessitam, a cada ano, porém, são acompanhadas de morte e destruição. Disponível em: <https://exame.abril.com.br>. Acesso em: 26 fev. 2020. TEXTO II Inverno Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Equador Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Equador OCEANO ÍNDICO OCEANO ÍNDICO ÁSIA ÁFRICA OCEANIA ÁSIA ÁFRICA OCEANIA Direção dos ventos LEGENDA Direção dos ventos LEGENDA N N Verão Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Equador Trópico de Câncer Trópico de Capricórnio Equador OCEANO ÍNDICO OCEANO ÍNDICO ÁSIA ÁFRICA OCEANIA ÁSIA ÁFRICA OCEANIA Direção dos ventos LEGENDA Direção dos ventos LEGENDA N N LUCCI, E. A. Território e sociedade no mundo globalizado. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 148. (Adaptado) O fenômeno atmosférico descrito nos textos ocorre devido à interferência direta do elemento climático denominado A latitude. B longitude. C pressão atmosférica. D umidade do ar. E ventos alísios. CH - 1o dia | 2o Poliedro Enem Digital - Página 21 QUESTÃO 53 Nasci na aldeia dos griôs. Sou griô. Um griô nasce e morre griô. Um griô precisa ser filho de pai e mãe griôs. [...] Sem os griôs, os nomes dos reis cairiam no esquecimento. [...] É esse o nosso ofício. Nós somos bolsas carregadas de palavras; carregamos os segredos que conhecemos. LIMA, H. P.; HERNANDEZ, L. L. Toques do griô, memórias sobre contadores de história africanos. São Paulo: Melhoramentos, 2013. p. 17-8. A expressão “bolsas carregadas de palavras” associa-se a um relevante ofício dos griôs africanos, que é o(a) A registro dos tributos ofertados à realeza pelas distintas castas sociais. B mediação entre os grupos ancestrais africanos e os mercadores lusitanos. C preservação da memória coletiva e o compartilhamento de tradições orais. D apaziguamento de facções políticas antagônicas em arenas democráticas. E registro em tabuletas de argila de diversas informações de cunho político. QUESTÃO 54 Não se trata mais de um segredo religioso, reservado a alguns eleitos, favorecidos por uma graça divina. Certamente, a verdade do sábio, como o segredo religioso, é revelação do essencial, descoberta de uma realidade superior que ultrapassa muito o comum dos homens; mas, entregue à escrita, ela é destacada do círculo fechado das seitas para ser exposta em plena luz aos olhares da cidade inteira; isto significa reconhecer que ela é por direito acessível a todos, aceitar submetê-la, como o debate político, ao julgamento de todos, com a esperança de que em definitivo será por todos aceita e reconhecida. VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Ísis Borges B. da Fonseca (Trad.). Rio de Janeiro: Difel, 2002. p. 58. O texto retrata um momento essencial para a formação do pensamento na Antiga Grécia, que pode ser associado ao(à) A período denominado pré-socrático. B construção da Biblioteca de Alexandria, onde ficaram as obras de Sócrates. C direito de todos os habitantes de debater na Ágora as questões da pólis. D criação de uma escola, onde Platão lecionava. E
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