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[9037 - 30318]informacoes_socioambientais (1)

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w w w. u n i s u l . b r
capa.pdf 1 31/08/16 10:31
UnisulVirtual
Palhoça, 2016
Informações 
Socioambientais
Universidade Sul de Santa Catarina
Créditos
Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul
Reitor
Sebastião Salésio Herdt
Vice-Reitor
Mauri Luiz Heerdt
Pró-Reitor de Ensino, de Pesquisa e de Extensão
Mauri Luiz Heerdt
Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional
Luciano Rodrigues Marcelino
Pró-Reitor de Operações e Serviços Acadêmicos
Valter Alves Schmitz Neto
Diretor do Campus Universitário de Tubarão
Heitor Wensing Júnior
Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis
Hércules Nunes de Araújo
Diretor do Campus Universitário UnisulVirtual
Fabiano Ceretta
Campus Universitário UnisulVirtual
Diretor
Fabiano Ceretta
Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Ciências Sociais, Direito, Negócios e Serviços
Amanda Pizzolo (coordenadora)
Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Educação, Humanidades e Artes
Felipe Felisbino (coordenador)
Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Produção, Construção e Agroindústria
Anelise Leal Vieira Cubas (coordenadora)
Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Saúde e Bem-estar Social
Aureo dos Santos (coordenador)
Gerente de Operações e Serviços Acadêmicos 
Moacir Heerdt
Gerente de Ensino, Pesquisa e Extensão
Roberto Iunskovski
Gerente de Desenho, Desenvolvimento e Produção de Recursos Didáticos 
Márcia Loch
Gerente de Prospecção Mercadológica 
Eliza Bianchini Dallanhol
Livro didático
UnisulVirtual
Palhoça, 2016
Designer instrucional
Cristina Klipp de Oliveira
Informações 
Socioambientais
Marcos Crepaldi
Livro Didático
Copyright © 
UnisulVirtual AAA
Professora conteudista
Marcos Crepaldi
Designer instrucional
Cristina Klipp de Oliveira
Projeto gráfico e capa
Equipe UnisulVirtual
Diagramadora
Noemia Mesquita
Revisor
Contextuar
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por 
qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul
C93
Crepaldi, Marcos
Informações socioambientais: livro didático/Marcos Crepaldi; design 
instrucional Cristina Klipp de Oliveira. – Palhoça: UnisulVirtual, 2016.
54 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.
1. Educação ambiental - Brasil. 2. Responsabilidade ambiental - Brasil. 3. 
Desenvolvimento sustentável - Brasil. I. Oliveira, Cristina Klipp. II. Título.
CDD (21. ed.) 363.70071081
Sumário
Introdução | 7
Capítulo 1
O homem e o meio socioambiental | 9
Capítulo 2
Legislação e normatização socioambiental | 17
Capítulo 3
Plano de contas, registros, demonstrações 
e relatórios contábeis e gerenciais 
socioambientais | 25
Capítulo 4
Indicadores ambientais de desempenho 
sustentável | 39
Considerações Finais | 47
Referências | 49
Sobre o Professor Conteudista | 53
Introdução 
As questões relacionadas ao meio ambiente, ao meio social e à sustentabilidade 
estão, com o passar dos anos, ainda mais presentes nas discussões em nível 
mundial.
Estudar sobre Informações Socioambientais é uma forma de conhecer melhor o 
meio em que nós, seres humanos, interagimos com recursos naturais.
A primeira convicção deve ser a de que somos e fazemos parte do meio 
socioambiental em que vivemos. Modificamos e somos modificados por esse 
meio. Essa temática será apresentada no Capítulo 1.
Já no Capítulo 2 você conhecerá algumas legislações e normatizações que 
regulamentam a interação do homem com o meio.
Para que essa interação possa ser responsável e sustentável, necessitamos 
de uma série de informações, que são fornecidas em grande escala pela 
Contabilidade. No Capítulo 3 você terá acesso aos processos de reconhecimento 
e evidenciação de informações contábeis de cunho socioambiental.
Com o Capítulo 4 finalizamos com o estudo de sistemas de modelos de 
indicadores socioambientais. Você terá a oportunidade de conhecer três 
importantes sistemas de indicadores socioambientais.
Ao navegar pelo conteúdo apresentados nos capítulos que seguem, não deixe de 
refletir sobre nosso compromisso pessoal com a responsabilidade socioambiental 
e o desenvolvimento sustentável.
Bons estudos. 
9
Capítulo 1
O homem e o meio socioambiental 
Ao iniciar o estudo acerca das informações socioambientais, é necessário fazer 
uma reflexão sobre alguns conceitos que envolvem a questão, como: homem, 
natureza e meio socioambiental.
Você irá perceber que há alguns equívocos no entendimento de conceitos 
aparentemente simples e de domínio público.
Vamos iniciar pela percepção do homem sobre si mesmo no decorrer da história.
Seção 1 
O homem na história do homem
Nas mais diferentes épocas da humanidade, o homem demonstrou qualidades 
peculiares. Ele, ou melhor, nossos antepassados e nós mesmos, fomos e somos 
identificados por características, como:
 • aquisição de habilidades;
 • níveis de inteligência;
 • capacidade criativa;
 • relações com o sagrado e o profano, nossas experiências com o 
transcendente;
 • habilidade em viver em pequenos grupos ou em grandes cidades;
 • atividades laborativas;
 • adaptação ao uso de recursos tecnológicos nas mais variadas 
aplicações;
 • conexão em nível global.
10
Capítulo 1 
Na abordagem do estudo do homem, várias dimensões são evidenciadas 
(MORIN, 2000; MORIN, 2002):
 • Homo Religiosus – dimensão ligada à religiosidade, ao transcendente;
 • Homo Ludens – dimensão ligada ao lúdico, ao jogo, aos esportes, 
às atividades humanas não utilitárias, à capacidade de bancar o 
“bufão”, ao fazer palhaçadas e ao romper a casca da seriedade;
 • Homo Faber – dimensão ligada à técnica, ao trabalho, ao fazer e ao 
fabricar coisas a partir da inteligência;
 • Homo Prosaicus – dimensão ligada às necessidades obrigatórias, 
ao simples;
 • Homo Poeticus – dimensão ligada à inspiração, à criatividade, à 
poética, à emoção;
 • Homo Empiricus – dimensão ligada à habilidade prática;
 • Hmo Imaginarius – dimensão ligada à imaginação, ao sonho;
 • Homo Sapiens – dimensão ligada à racionalidade, à capacidade de 
conhecer;
 • Homo Economicus – dimensão ligada às atividades utilitárias, à 
economia, à parcimônia, ao uso prudente de recursos;
 • Homo Consumans – dimensão ligada ao consumismo, à exaltação 
de posses, ao desperdício;
 • Homo Salutaris – dimensão ligada à boa saúde, ao saudável.
Apesar de que o homem foi adquirindo habilidades e desenvolvendo 
competências ao longo do seu desenvolvimento evolutivo, podemos perceber 
todas essas características em nós mesmos.
A humanidade deu um expressivo salto ao compararmos o “homem primitivo” ao 
“homem atual”: tecnológico, global e permanentemente conectado.
O homem percebe sua própria história, tem consciência de sua existência e, a partir 
dessa percepção, modifica a realidade em que vive com a finalidade de adaptar 
os recursos naturais às suas necessidades. Eis a grande diferença em relação aos 
outros animais.
11
Informações Socioambientais
Seção 2 
A natureza na história do homem
O conceito de natureza também passou por uma série de transformações ao 
longo do tempo. É necessário lembrar que a definição de natureza é dada pelo 
homem, que no decorrer da história não permanece inalterado, modificando e 
sendo modificado pela própria natureza.
Vamos fazer uma retrospectiva conceitual, iniciando com os gregos antigos.
2.1 Natureza na antiguidade grega
O período a que estamos nos reportando inicia-se no século VI a.C. O conceito 
clássico grego de natureza ou “physis” está ligado ao cosmo, ao universo e a 
tudo o que existe. Assim, natureza “physis” é sinônimo de cosmos “kosmos”.
Da palavra “physis” provém o verbo “phyein”, que significa crescer; não em 
tamanho, mas em âmbito qualitativo, no sentido de evoluir e de se tornar visível. 
Portanto, fazem parte da natureza, para os gregos clássicos, os processos de: 
enfraquecer, murchar, aniquilar e decompor. Há uma clara visão de que tudo o 
que existe no cosmos é originado de elementos reaproveitados, não havendo 
nada de integralmente novo. Percebe-se claramente a dimensãoda vida 
orgânica 1, circular, de surgimento e dissipação. 
Vem dessa época a ideia de que tudo nasce, cresce, se desenvolve, envelhece e 
morre, incorporando a dimensão temporal (não importante) e da repetição eterna 
de processos semelhantes (indispensável).
A natureza grega clássica está ligada ao princípio das coisas, à essência, 
aos elementos constitutivos e primordiais (KESSELRING, 2000; BIGUELINI; 
BUSSOLARO; SILVA, 2012).
2.2 Natureza na idade média
Restringiremos ao pensamento ocidental cristão. Naquele momento da história 
do homem, a natureza é entendida no âmbito da criação. Assim, mesmo 
corroborando com o pensamento grego clássico de que a natureza tem um início, 
um meio e um fim, acredita-se que o surgimento da natureza não se deu de forma 
involuntária ou espontânea. Existe um criador, exterior à própria natureza, que 
determinou sua existência.
1 Organismo naturalmente encontrado, não sintetizado, que provoca e sofre interferências externas. Não pode 
ser entendido como um elemento isolado, mas parte de um complexo e completo sistema. 
12
Capítulo 1 
Por volta do século XII, a ideia Aristotélica de que a natureza é o princípio 
interno de movimento e repouso foi complementada pela atribuição divina da 
determinação individual. Assim, a natureza é criação divina.
Nesse período, por ser criação divina, o homem foi incorporado à natureza.
Desse novo conceito derivou-se a convicção de que a arte deveria imitar a 
natureza e desencadeou a discussão sobre o direito natural e sobre os atuais 
direitos humanos (KESSELRING, 2000; BIGUELINI; BUSSOLARO; SILVA, 2012).
2.3 Natureza na idade moderna
Neste período, o conceito de natureza está influenciado por sua evolução 
pregressa. Até a Idade Média, a experimentação ou não era utilizada ou era 
encarada como algo excepcional. O humanismo da idade antiga esteve presente 
nas primeiras décadas dessa nova era.
A incorporação do homem à natureza ou sua exclusão foram amplamente 
discutidas, bem como a possibilidade ou não do homem em interferir nas relações 
causais da natureza (KESSELRING, 2000; BIGUELINI; BUSSOLARO; SILVA, 2012).
Talvez a maior provocação desse pensamento se deva ao que chamamos de 
revolução industrial.
Período de impactantes transformações culturais, sociais e científicas. Inicia-
se por volta da década de 1830 com um novo pensar, onde o progresso, o 
desenvolvimento industrial e econômico, a produtividade e a acumulação são 
premissas incontestáveis. A utilização dos recursos naturais (as matérias-primas 
e a força do trabalho humano), de recursos financeiros (capital) e dos meios de 
produção (máquinas e equipamentos industriais dispostos em linhas de produção) 
determinou uma nova lógica de percepção da natureza.
Criava-se aqui uma nova ordem da importância desses elementos. Assim, 
deixou-se a natureza, e consequentemente o homem, em um nível de 
subserviência aos interesses econômicos (UGARTE, 2005).
O homem é percebido como “corpo de trabalho” dentro de um modelo de fonte 
energética produtiva humana. A natureza, como fonte de recursos que estão a 
serviço da produção industrial.
13
Informações Socioambientais
2.4 Natureza na idade contemporânea
Nessa época, a espécie humana busca equilíbrio entre as espécies, ou seja, 
pensa a natureza como um ecossistema complexo. Os elementos constitutivos 
da natureza interagem de forma contínua e sistêmica, onde a morte de elementos 
da natureza interfere na vida de outros elementos. O elemento temporal é crucial 
para o entendimento do conceito, assim como conceitos de cooperação e 
solidariedade entre as espécies (FERREIRA, 2006).
O homem está fundamentalmente presente no equilíbrio do ecossistema. A 
interação do homem com o meio é dialética. Analisa-se de forma contundente a 
relação entre:
 • o desenvolvimento econômico;
 • a utilização dos recursos naturais;
 • o papel do homem na natureza.
A dimensão divina da natureza é abandonada.
2.5 O homem como um ser da natureza
O desenvolvimento econômico, o rompimento dos muros comerciais internacionais, 
a difusão on-line de informações e a determinação de políticas globais têm 
provocado o reconhecimento do homem como um ser inerente à natureza.
Vários acordos internacionais firmados nas últimas décadas com a finalidade de 
garantir a qualidade do ar, a preservação das águas e a produtiva do solo visam, em 
última análise, assegurar condições para a existência da vida humana no planeta.
Os diversos entendimentos acerca do conceito de homem e de natureza ao 
longo do tempo têm provocado, na atualidade, uma reflexão mais contundente. É 
nítida a necessidade de perceber o homem como um ser natural. A sobrevivência 
humana depende diretamente das relações estabelecidas entre ele e os demais 
recursos naturais.
A sobreposição de um em relação ao outro traz desequilíbrio ao ecossistema 
(BIGUELINI; BUSSOLARO; SILVA, 2012).
14
Capítulo 1 
Seção 3 
O meio socioambiental
A palavra “socioambiental” está frequentemente relacionada aos problemas e 
processos sociais, ou à relação do homem com a sociedade e com o meio ambiente. 
Diz respeito à responsabilidade sobre ações individuais ou coletivas que afetam o meio.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, [2016?]), o meio 
socioambiental está ligado ao respeito ao meio ambiente, em vista à 
sustentabilidade, à preservação ambiental, à produção e ao consumo de bens e 
serviços de forma sustentável.
Pertencem ao escopo, questões relacionadas:
 • aos custos socioambientais;
 • à qualidade de vida;
 • ao uso de recursos naturais;
 • à minimização de produção de lixo e de materiais tóxicos;
 • à geração de resíduos;
 • ao consumo responsável;
 • à emissão de poluentes.
É impossível pensar no homem, em suas atividades cotidianas ligadas tanto ao 
trabalho quanto ao lazer, sem observar sua interdependência com o meio em 
que vive.
Ao levar à reflexão o mundo organizacional, essa discussão naturalmente se 
aprofunda. Isso se deve tanto pela necessidade de cumprimento à legislação 
aplicável, pelo uso de informações de ações voltadas à sustentabilidade e à 
qualidade de vida dos funcionários e da sociedade do seu entorno quanto pelo 
marketing empresarial ou pela consciência da urgência em pensar o homem 
como um ser que vive em um meio natural, com recursos limitados e finitos.
15
Informações Socioambientais
Referências bibliográficas
BIGUELINI, Cristina Poll; BUSSOLARO, Bernadete; SILVA, Ivanir Ortega 
Rodrigues. Revisão do processo de desenvolvimento histórico-filosófico dos 
conceitos de natureza com vistas ao meio ambiente. Geoingá, 
Maringá, v. 4, n. 1, p. 73-88, 2012.
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Responsabilidade socioambiental. 
Brasília, [2016?]. Disponível em: <www.mma.gov.br/responsabilidade-
socioambiental>. Acesso em: 11 ago. 2016.
FERREIRA, José Maria Carvalho. Élisée reclus: vida e obra de um apaixonado da 
natureza e da anarquia. Verve, n. 10, p. 109-134, 2006.
KESSELRING, Thomas. O conceito de natureza na história do pensamento 
ocidental. Episteme, Porto Alegre, n. 11, p. 153-172, jul./dez. 2000.
MORIN, Edgar. O método IV: a humanidade da humanidade. Porto Alegre: 
Sulina, 2002.
MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São 
Paulo: Cortez; Brasília, UNESCO, 2000.
UGARTE, Maria Cecília Donaldson. O corpo utilitário: da revolução industrial 
à revolução da informação. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL PROCESSO 
CIVILIZADOR, 9, 2005, Ponta Grossa, nov. 2005.
http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental
http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental
17
Capítulo 2
Legislação e normatização 
socioambiental
A preocupação com o meio socioambiental ultrapassa todos os limites físicos e 
imaginários do entendimento humano. A necessidade em relação a garantias de 
sustentabilidade de um meio social e ambiental disponível para a atual e para as 
futuras gerações tem desencadeado construção de componentes normativos, 
disciplinadores e regulamentadores das questões inerentesao tema.
Neste capítulo, serão apresentados alguns ordenamentos jurídicos.
Seção 1 
Lei nº 9.605/1998
Aplicável a todas as pessoas físicas ou jurídicas, esta Lei Federal dispõe sobre as 
sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao 
meio ambiente.
Responsabiliza administrativa, civil e penalmente os infratores por ações, 
omissões ou conivência de situações em que provoquem prejuízos ao meio 
ambiente.
1.1 Aplicação da pena
As penas impostas aos infratores levarão em conta:
 • a gravidade do ocorrido;
 • as consequências ao meio ambiente e à saúde pública;
 • os antecedentes do infrator quanto à legislação ambiental;
 • a situação econômica do infrator.
18
Capítulo 2 
As penas são divididas em duas esferas: penas restritivas de direito e penas 
restritivas de liberdade.
As penas restritivas de direito à pessoa física incluem:
 • prestação de serviços à comunidade;
 • interdição temporária de direitos;
 • suspensão parcial ou total de atividades;
 • prestação pecuniária;
 • recolhimento domiciliar.
As penas restritivas de direito à pessoa jurídica incluem:
 • suspensão parcial ou total das atividades;
 • interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
 • proibição de contratar com o Poder Público, bem como obter dele 
subsídios, subvenções e doações.
1.2 Apreensão do produto ou do instrumento de infração 
administrativa ou de crime
Os produtos e instrumentos relacionados a infrações ambientais serão apreendidos.
 • Os animais serão preferencialmente libertados em seu habitat nativo.
 • Produtos perecíveis ou madeiras serão avaliados e doados a instituições 
científicas, hospitalares, penais e outras com fins beneficentes.
 • Produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou 
doados a instituições científicas, culturais ou educacionais.
1.3 Crimes contra o meio ambiente
Na referida Lei, os crimes contra o meio ambiente estão segregados em:
 • crimes contra a fauna (matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar 
espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória);
 • crimes contra a flora (destruir ou danificar floresta considerada de 
preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la 
com infringência das normas de proteção);
 • poluição e outros crimes ambientais (causar poluição de qualquer 
natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos 
à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a 
destruição significativa da flora);
19
Informações Socioambientais
 • crimes contra o ordenamento urbano e patrimônio cultural (destruir, 
inutilizar ou deteriorar);
 • crimes contra a administração ambiental.
1.4 Cooperação internacional para a preservação do meio 
ambiente
Resguardados a soberania, a ordem pública e os bons costumes, o governo 
brasileiro prestará cooperação a outros países.
Ao analisar o teor da Lei nº 9.605/1998, percebe-se que os crimes ambientais 
ultrapassam danos causados em animais silvestres e na flora nativa. A qualidade de 
vida e dos recursos naturais necessários à vida também são protegidos. 
 
Incorpora de forma bastante clara o homem como um ser da natureza.
Seção 2 
Lei nº 10.650/2003
Todas as informações ambientais existentes nos órgãos e entidades do Sistema 
Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) têm acesso público assegurado em lei.
2.1 Obrigatoriedade do acesso público à informação
Todas as entidades ligadas ao Sisnama ficam obrigadas a permitir o acesso 
público aos documentos, expedientes e processos administrativos que tratem de 
matéria ambiental e a fornecer todas as informações que estejam sob sua guarda.
As informações de que trata a lei estão relacionadas a:
 • qualidade do meio ambiente;
 • políticas, planos e programas potencialmente causadores de 
impacto ambiental;
 • resultados de monitoramento e auditoria nos sistemas de controle 
de poluição e de atividades potencialmente poluidoras, bem como 
de planos e ações de recuperação de áreas degradadas;
 • acidentes, situações de risco ou de emergência ambientais;
 • emissões de efluentes líquidos e gasosos e produção de resíduos 
sólidos;
20
Capítulo 2 
 • substâncias tóxicas e perigosas;
 • diversidade biológica;
 • organismos geneticamente modificados.
2.2 Publicações de listas e relações
Devem ser publicados em Diário Oficial e ficar disponíveis ao acesso público, 
listagens e relações contendo:
 • pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão;
 • pedidos e licenças para supressão de vegetação;
 • autos de infrações e respectivas penalidades impostas pelos órgãos 
ambientais;
 • lavratura de termos de compromisso de ajustamento de conduta;
 • reincidências em infrações ambientais;
 • recursos interpostos em processo administrativo ambiental e 
respectivas decisões;
 • registro de apresentação de estudos de impacto ambiental e sua 
aprovação ou rejeição.
Além da obrigatoriedade da divulgação e da garantia do direito ao acesso público, 
os órgãos do Sisnama devem elaborar e divulgar relatórios anuais relativos 
à qualidade do ar e da água e outros elementos ambientais (estes conforme 
regulamentação própria).
Seção 3 
Resolução Bacen nº 4.327/2014
Algumas organizações emitem normatização própria quanto a questões 
socioambientais. A Resolução nº 4.327/2014 do Banco Central do Brasil (Bacen) é 
um exemplo dessa regulamentação.
3.1 Objeto e âmbito de aplicação
A Resolução estabelece diretrizes que devem ser observadas pelas instituições 
financeiras de demais instituições autorizadas a funcionar em território nacional 
pelo Banco Central do Brasil. Trata do estabelecimento e da implementação da 
Política de Responsabilidade Socioambiental (PRSA).
21
Informações Socioambientais
Dois princípios são norteadores para esse fim:
Relevância – o grau de exposição ao risco socioambiental das atividades e das 
operações da instituição. 
Proporcionalidade – compatibilidade da PRSA com a natureza da instituição e com a 
complexidade de suas atividades e de seus serviços e produtos financeiros.
3.2 Política de responsabilidade socioambiental
A PRSA deve conter os princípios e as diretrizes que norteiam as ações de natureza 
socioambiental nos negócios e nas relações com as partes interessadas 1.
As diretrizes devem abranger as ações estratégicas relacionadas à sua 
governança, inclusive para fins do gerenciamento do risco socioambiental, por 
conglomerado financeiro ou sistema cooperativo de crédito.
O processo de avaliação da PRSA deve ocorrer a cada cinco anos, envolvendo a 
diretoria e o conselho de administração, se houver.
3.3 Governança
Cada entidade ou conglomerado deverá manter estrutura de governança 
compatível com seu porte, natureza do negócio, complexidade dos serviços e 
produtos oferecidos, bem como das atividades, processos e sistemas adotados.
São atividades da estrutura de governança:
 • implementar as ações no âmbito da PRSA;
 • monitorar o cumprimento das ações estabelecidas na PRSA;
 • avaliar a efetividade das ações implementadas;
 • verificar a adequação do gerenciamento do risco socioambiental 
estabelecido na PRSA;
 • identificar eventuais deficiências na implementação das ações.
Fica facultada a constituição de comitê de responsabilidade socioambiental, de 
natureza consultiva, vinculado ao conselho de administração da entidade ou 
conglomerado.
1 Os clientes e usuários dos produtos e serviços oferecidos pela instituição, a comunidade interna à sua 
organização e as demais pessoas que, conforme avaliação da instituição, sejam impactadas por suas atividades.
22
Capítulo 2 
3.4 Gerenciamento do risco socioambiental
O risco socioambiental descrito na Resolução do Bacen é entendido como:
Possibilidade de ocorrência de perdas das instituições financeiras e demais 
instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, decorrentes de 
danos socioambientais.
O gerenciamento do risco socioambiental deverá considerar:
 • sistemas, rotinas e procedimentos que possibilitem identificar,classificar, avaliar, monitorar, mitigar e controlar o risco 
socioambiental presente nas atividades e nas operações da 
instituição;
 • registro de dados referentes às perdas efetivas em função de danos 
socioambientais, pelo período mínimo de cinco anos, incluindo 
valores, tipo, localização e setor econômico, objeto da operação;
 • avaliação prévia dos potenciais impactos socioambientais negativos 
de novas modalidades de produtos e serviços, inclusive em relação 
ao risco de reputação;
 • procedimentos para adequação do gerenciamento do risco 
socioambiental às mudanças legais, regulamentares e de mercado.
Além das obrigações descritas, ficam facultadas as adoções de procedimentos 
de identificação, classificação, avaliação, monitoramento, mitigação e controle do 
risco socioambiental.
Seção 4 
Ações mundiais voltadas ao meio socioambiental
É notório o compromisso individual e coletivo, público e privado, nacional e 
internacional, na proteção do meio e da responsabilidade socioambiental. Dentre 
as ações, podem ser citadas:
 • Conferência de Estocolmo (Suécia – 1972);
 • Conferência de Toronto (Canadá – 1988);
 • Conferência de Genebra (Suíça – 1990);
 • Conferência do Rio de Janeiro (Brasil – 1992);
23
Informações Socioambientais
 • Conferência de Berlim (Alemanha – 1995);
 • Conferência de Genebra (Suíça – 1996);
 • Conferência de Kyoto (Japão – 1997);
 • Conferência de Buenos Aires (Argentina – 1998);
 • Conferência de Bonn (Alemanha – 1999);
 • Conferência de Haia (Holanda – 2000);
 • Conferência de Bonn (Alemanha – 2001);
 • Conferência de Marrakech (Marrocos – 2001);
 • Conferência de Johannesburgo (África do Sul – 2002);
 • Conferência de Nova Delhi (Índia – 2002);
 • Conferência de Milão (Itália – 2003);
 • Conferência de Buenos Aires (Argentina – 2004);
 • Conferência de Montreal (Canadá – 2005);
 • Conferência de Nairóbi (Quênia – 2006);
 • Conferência de Bali (Indonésia – 2007);
 • Conferência de Copenhague (Dinamarca – 2009);
 • Conferência de Cancún (México – 2010);
 • Conferência de Durban (África do Sul – 2011);
 • Conferência do Brasil (Rio de Janeiro – 2012);
 • Conferência de Nairóbi (Quênia – 2013);
 • Conferência de Zurique (Suíça – 2014);
 • Conferência de Paris (França – 2015).
Também podem ser destacadas organizações internacionais com atuação na 
área ambiental:
 • Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS) – Commission on 
Sustainable Development;
 • Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA ou 
UNEP);
 • Conselho Consultivo de Alto Nível sobre Desenvolvimento 
Sustentável (High Level Advisory Board on Sustainable Development) 
e Comitê Interagências sobre Desenvolvimento Sustentável;
 • Food and Agriculture Organization (FAO) – Organização das Nações 
Unidas para a Alimentação e a Agricultura;
24
Capítulo 2 
 • World Health Organization (WHO) – Organização Mundial de Saúde;
 • International Atomic Energy Agency (IAEA) – Agência Internacional 
de Energia Atômica;
 • World Meteorological Organization (WMO) – Organização 
Meteorológica Mundial;
 • International Maritime Organization (IMO) – Organização Marítima 
Internacional;
 • International Whaling Commission (IWC) – Comissão Internacional 
sobre a Pesca da Baleia;
 • International Labor Organization (ILO) – Organização Internacional do 
Trabalho (OIT).
Neste capítulo, limitamos a apresentação de exemplos de instrumentos legais e 
normativos nacionais que tratam sobre as informações socioambientais.
Referências bibliográficas
BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Resolução n. 4.327, de 27 de abril de 
2014. Dispõe sobre as diretrizes que devem ser observadas no estabelecimento 
e na implementação da Política de Responsabilidade Socioambiental pelas 
instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco 
Central do Brasil. 2014.
BRASIL. Lei n. 10.650, de 16 de abril de 2003. Dispõe sobre o acesso aos dados 
e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA. 
Brasília, 2003.
BRASIL. Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções 
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio 
ambiente, e dá outras providências. Brasília, 1998.
25
Capítulo 3
Plano de contas, registros, 
demonstrações e relatórios contábeis 
e gerenciais socioambientais
Seção 1 
Plano de contas socioambiental
Para a contabilidade, “Conta é a representação contábil de elementos 
patrimoniais de natureza igual ou semelhante” (PADOVEZE, 2012, p. 46); são 
os elementos “[...] que receberão os registros das transações econômicas 
realizadas ou dos fatos geradores” (FERREIRA, 2012, p. 97). Plano de contas é 
entendido como um “[...] conjunto de contas criado pelo contador para atender 
às necessidades de registro das transações dos eventos econômicos, de forma a 
possibilitar a construção dos principais relatórios contábeis e atender a todos os 
usuários da informação contábil” (PADOVEZE, 2012, p. 48). Ferreira (2012, p. 97) 
afirma que no plano de contas: 
devem estar refletidas todas as possibilidades de registros das 
transações realizadas pela organização, ou, pelo menos, deve 
ter uma estrutura flexível o suficiente para permitir atualizações 
que garantam a fidelidade dos registros em comparação com as 
transações realizadas.
Os principais tipos de contas utilizados pela contabilidade são: contas patrimoniais 
e contas de resultado. As primeiras representam bens, direitos e obrigações. Já 
as últimas se referem às receitas, aos custos e às despesas. Os bens e direitos 
compõem o ativo, e as obrigações, o passivo. O ativo e o passivo formam as duas 
principais partes do balanço patrimonial (subseção 3.1 deste capítulo).
26
Capítulo 3 
As contas contábeis podem abranger também as questões socioambientais, 
conforme veremos na sequência.
1.1 Ativo socioambiental
Ativo socioambiental refere-se ao conjunto de bens e direitos socioambientais de 
uma determinada entidade.
Ferreira (2012) sugere alguns exemplos de contas para a composição do ativo 
socioambiental:
 • Estoques de matérias-primas:
· renováveis – recursos produzidos pela natureza de forma 
permanente;
· não renováveis – recursos limitados, não infinitamente 
produzidos pela natureza;
· reciclados – recursos utilizados anteriormente e que passaram 
por um processo de reciclagem;
· reutilizáveis – recursos utilizados anteriormente para a mesma 
função.
 • Estoques de produtos acabados:
· renováveis;
· não renováveis;
· recicláveis;
· reciclados;
· reutilizáveis.
 • Investimentos:
· certificados negociáveis – títulos adquiridos no mercado aberto 
que são negociáveis, como, por exemplo, os emitidos por 
sequestro de carbono;
· reflorestamentos para sequestro de carbono;
· direitos sobre recursos naturais – jazidas de recursos naturais.
 • Tecnologias limpas (equipamentos que geram poucos ou nenhum 
resíduo e conservam materiais e energia).
 • Tecnologias poluentes (tecnologias que não contemplam a 
preocupação socioambiental).
 • Tecnologia de limpeza (equipamentos utilizados para a correção de 
danos ao meio socioambiental).
27
Informações Socioambientais 
 • Tecnologias de prevenção na emissão de resíduos (equipamentos 
normalmente acoplados a outros equipamentos poluidores: resíduos 
sólidos, líquidos, gasosos, emissões sonora, dentre outros).
 • Tecnologia para preservação de recursos naturais (equipamentos 
destinados a manutenção dos recursos naturais sem alteração do 
seu estado natural).
Muitas outras classificações podem ser encontradas na literatura.
1.2 Passivo socioambiental
O passivo ambiental reconhece as obrigações socioambientais.
De acordo com o CPC 25 (2009), os passivos ambientais podem ser 
exemplificados:
 • pela constituição de provisões para contingências ambientais 
ligadas ao solo, à água ou ao ar, como:
· meio ambiente a recuperar;
· indenizações por doenças causadas;
· multas prováveis;
· aposentadorias precoces;
· outras compensações.
 • indenizações ou multas a pagar (originadospor impactos 
socioambientais já causados).
Assim como outros passivos organizacionais, os passivos ambientais são 
classificados em decorrência de sua exigibilidade em curto e longo prazos.
1.3 Receita socioambiental
A receita socioambiental decorre da:
 • prestação de serviços de conservação e preservação de áreas 
nativas;
 • venda de certificados de redução de emissões e materiais 
reciclados;
 • prestação de serviços com características de redução de impactos 
ao meio socioambiental e de limpeza de áreas danificadas 
(FERREIRA, 2012).
28
Capítulo 3 
Tinoco e Kraemer (2004) detalham as receitas socioambientais:
 • vendas de resíduos reciclados;
 • venda ou reutilização de coprodutos;
 • aproveitamento de gases e calor;
 • redução no consumo de matérias-primas;
 • redução no consumo de água;
 • redução no consumo de energia elétrica;
 • prestação de serviços ambientais;
 • subvenções governamentais.
A receita socioambiental também pode ser denominada de receitas pró-meio 
socioambiental.
1.4 Custo socioambiental
Conforme relata Gomes (2013), a conceituação de custo socioambiental não é 
uma das tarefas mais fáceis. Isso se dá pelo fato de que grande parte, ou talvez 
a grande maioria, de gastos que são caracterizados como custo ambiental tem 
natureza intangível, ou seja, não possui matéria e não é reconhecida no sistema 
de precificação de produtos e serviços.
Apesar de existirem, são de difícil quantificação. São identificados à associação 
da necessidade de uma ação de prevenção ou correção por dano já ocorrido.
Podem envolver:
 • queda no valor das ações da empresa em função de desempenho 
socioambiental insatisfatório ou lesivo;
 • baixa produtividade pela falta de qualidade socioambiental voltada 
aos empregados;
 • contaminação, poluição e insegurança instaurada aos funcionários 
em seus postos de trabalho e área circunvizinha à empresa;
 • aumento do tempo de produção ou dificuldades para a execução de 
atividades ou processos em ambiente não seguro;
 • problemas no licenciamento ou geração de multas por problemas 
encontrados (MOURA, 2006).
29
Informações Socioambientais 
O custo socioambiental está diretamente relacionado com:
 • prevenção;
 • planejamento;
 • controle;
 • alteração;
 • reparação de lesões ambientais e da saúde humana.
Estão ligados a empresas, ao governo e às pessoas em geral.
Podem ser aplicados direta ou indiretamente no processo. Ao exemplificar os 
custos ambientais, podemos apresentar:
 • custos diretos:
· contratação de mão de obra qualificada;
· materiais de produção;
· tratamento de resíduos
· transporte de resíduos sólidos e líquidos;
· armazenamento de resíduos sólidos e líquidos;
· matéria-prima alternativa;
· manipulação de sólidos e líquidos.
 • custos indiretos:
· mitigação;
· multas de natureza socioambientais;
· seguro relacionado a questões socioambientais;
· compensações a terceiros por danos ambientais;
· taxas de contaminação de águas;
· gestão socioambiental;
· honorários de consultoria;
· inspeção.
Custo socioambiental abrange os gastos decorrentes de imposição legal ou por 
decisão voluntária da entidade com o consumo de bens ou serviços de natureza 
socioambiental, componentes da elaboração de outros bens ou serviços, objetos 
da atividade organizacional. Como exemplo, os custos com serviços de sequestro 
de carbono (FERREIRA, 2012).
30
Capítulo 3 
Hansen e Mowen (2001) separam os custos socioambientais em:
 • prevenção – procedentes da produção de elementos contaminantes, 
atividades ou desperdícios que causem danos;
 • detecção – empregados na análise para verificar se os processos 
produtivos estão em compliance (conformidade) com as normas 
e legislações pertinentes. Também empregados nas auditorias 
socioambientais;
 • falhas internas – decorrentes de atividades executadas em função 
da identificação da produção de contaminantes e resíduos ainda no 
processo de produção;
 • falhas externas – provenientes de ações executadas após o descarte 
de contaminantes e do desperdício ao meio.
Para Moura (2006), há custos com o controle da qualidade socioambiental 
(basicamente de prevenção e de avaliação ou monitoramento) e com a falta de 
qualidade socioambiental (falhas internas, falhas externas e intangíveis).
Carvalho (2008) afirma que custo socioambiental expressa recursos consumidos por 
uma determinada organização em seu processo produtivo que tenham o objetivo 
de mitigar e prevenir os impactos socioambientais. Esses impactos decorrem pelo 
processo operacional (produção, comercialização ou prestação de serviços).
1.5 Despesa socioambiental
Despesa socioambiental também é um gasto gerado pelo consumo de bens e 
serviços ambientais, porém, esses bens e serviços não incorporam o produto, a 
mercadoria ou o serviço final.
Decorre da necessidade de recuperação de áreas degradas (solo, água ou ar) 
e depreciação das tecnologias limpas, poluentes, de limpeza, de prevenção 
na emissão de resíduos ou para a conservação de recursos naturais. Também 
abrange ações de prevenção e treinamento (FERREIRA, 2012).
31
Informações Socioambientais 
Seção 2 
Registros contábeis socioambientais
Os registros contábeis são técnicas utilizadas para o registro de fatos contábeis, 
a partir das contas oriundas do plano de contas. Os dados imputados com os 
registros contábeis são processados e, desse processamento, são elaboradas as 
demonstrações e os relatórios contábeis e gerenciais.
Assim, os fatos contábeis relacionados aos acontecimentos socioambientais 
provocam o registro na contabilidade, fontes de dados para as demonstrações e 
relatórios socioambientais.
Seção 3 
Demonstrações e relatórios contábeis e 
gerenciais socioambientais
As demonstrações e os relatórios contábeis e gerenciais são documentos 
elaborados pelo departamento e/ou por profissionais da contabilidade a partir 
das transações que ocorreram nas organizações. Independentemente da busca 
pela obtenção ou não de lucros econômicos, toda organização que possui um 
patrimônio emitirá demonstrações e relatórios contábeis e gerenciais.
Apesar de não haver obrigatoriedade pelos organismos normativos e 
fiscalizatórios da contabilidade, algumas organizações elaboram e publicam 
documentos que expressam suas políticas e ações socioambientais. Na maior 
parte das vezes, essa atitude é impulsionada pelo objetivo de promoção de sua 
imagem perante a sociedade em geral.
Na sequência, serão apresentados alguns exemplos de demonstrações e 
relatórios contábeis e gerenciais que possuem informações socioambientais.
32
Capítulo 3 
3.1 Balanço patrimonial (BP)
O balanço patrimonial é um demonstrativo contábil obrigatório pelos órgãos da 
contabilidade brasileira a todas as organizações, independentemente de seu 
porte, forma de tributação ou finalidade (fins lucrativos ou não lucrativos).
“O balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da 
empresa em determinada data, representando, portanto, um posição estática” 
(MARTINS, et al, 2013, p. 2).
“No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio 
que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da 
situação financeira da companhia” (Lei nº 6.404/1976).
Mesmo não havendo a obrigatoriedade da identificação dos elementos 
patrimoniais socioambientais no BP, essa demonstração pode e deve conter os 
seus respectivos ativos e passivos.
3.2 Relatório da administração
O relatório da administração não faz parte do conjunto de demonstrações 
contábeis propriamente ditas. Por esse motivo, não está na lista de 
demonstrativos contábeis obrigatórios, porém, há obrigatoriedade imposta 
a algumas empresas por força do artigo nº 133 da Lei nº 6.404/1973. Sua 
elaboração deve atender às orientações da Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM), conforme disposição da Lei nº 6.385/1976 e do Decreto nº 3.995/2001.
Art. 133. Os administradores devem comunicar, até 1 (um) 
mês antes da data marcada para a realização da assembleia-geral ordinária, por anúncios publicados [...], que se acham à 
disposição dos acionistas:
I – o relatório da administração sobre os negócios sociais e os 
principais fatos administrativos do exercício findo [...].
Esse relatório deve evidenciar os negócios sociais e principais fatos 
administrativos ocorridos no exercício social (período de tempo a que o 
documento abrange), os investimentos aplicados em outras empresas, a política 
de distribuição de dividendos (parcela de lucros a serem distribuídos a um grupo 
de acionistas), a política de reinvestimentos de lucros (aplicação dos resultados 
positivos da organização não distribuídos aos acionistas) e divulgação de 
informações quanto a riscos que envolvem os negócios (MARTINS et al, 2013).
33
Informações Socioambientais 
A Deliberação CVM n. 676 / 2011 determina que as companhias de capital aberto 
publiquem em seus Relatórios da Administração, além do conteúdo exigido por 
lei, os seguintes aspectos:
 • os principais fatores e influências que interferem no desempenho da 
organização, incluindo:
· alterações no meio socioambiental;
· respostas da entidade a essas alterações;
· seus efeitos; e
· a política de investimento da entidade para manter e melhorar 
seu desempenho;
 • as fontes de financiamento da entidade e a respectiva relação 
pretendida entre passivos e o patrimônio líquido; e
 • os recursos da entidade não reconhecidos nas demonstrações 
contábeis de acordo com os Pronunciamentos Técnicos, 
Interpretações e Orientações do CPC.
Respeitando-se as devidas finalidades do relatório da administração, as questões 
socioambientais devem ser abrangidas.
3.3 Demonstração do valor adicionado (DVA)
A DVA é um demonstrativo contábil obrigatório para as companhias abertas. Sua 
elaboração foi instituída pela Lei nº 11.638/2007.
Conforme Martins et al (2013, p. 5):
a DVA tem como objetivo principal informar o valor da riqueza 
criada pela empresa e a forma de sua distribuição. Não deve ser 
confundida com a demonstração do resultado do exercício, pois 
esta tem suas informações voltadas quase que exclusivamente 
para os sócios e acionistas, principalmente na apresentação do 
lucro líquido, enquanto a DVA está dirigida para a geração de 
riquezas e sua respectiva distribuição pelos fatores de produção 
(capital e trabalho) e ao governo.
34
Capítulo 3 
As informações socioambientais aparecem mais explicitamente na DVA no 
item 8 de sua estrutura, onde são descritos os valores da riqueza gerada pela 
organização para com:
 • o pessoal (na forma de remuneração direta, de benefícios e do 
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço);
 • impostos, taxas e contribuições (em níveis federal, estadual e 
municipal);
 • remuneração de capitais de terceiros (juros, aluguéis e outras 
distribuições a terceiros);
 • remuneração de capitais próprios (juros, dividendos, lucro retidos, 
prejuízos de exercícios e juros sobre o capital próprio) (CPC 9, 2008).
A partir dos dados da DVA é possível identificar indicadores da distribuição da 
riqueza gerada.
3.4 Balanço social, balanço socioambiental ou relatório de 
sustentabilidade
O balanço social apresenta de forma pontual a interação da empresa, abrangendo 
todos os níveis de atividades, com o meio em que está inserida. Incorpora quatro 
dimensões (MARTINS et al, 2013):
 • Balanço ambiental – postura da empresa frente aos recursos 
naturais, envolvendo gastos e políticas com a preservação, proteção 
e recuperação, bem como informações quanto a poluentes, 
produção de resíduos e outros danos ao meio ambiente.
 • Balanço de recursos humanos – perfil da força de trabalho, 
remuneração, benefícios aplicados, acesso à educação e à saúde, 
meios de locomoção e recreação para os empregados, dentre outros.
 • Demonstração do valor adicionado (apresentada na seção 3.3 
deste capítulo).
 • Benefícios e contribuições à sociedade em geral.
Ao incorporar elementos de natureza ambiental, frequentemente o balanço social 
é denominado por algumas organizações como balanço socioambiental. A forte 
ligação com o desenvolvimento sustentável provoca a denominação de “relatório 
de sustentabilidade”.
35
Informações Socioambientais 
Esse documento consiste em um instrumento de gestão e evidenciação de 
informações, de forma transparente, e que reflete o desempenho de uma 
entidade, assim como sua preocupação com os recursos físicos, financeiros e 
humanos. Tem a finalidade de tornar conhecida publicamente a responsabilidade 
socioambiental. É uma forma de prestar contas à comunidade interna e externa 
pelo uso dos recursos naturais (materiais e humanos) (GOMES, 2013). Pode-se 
afirmar que o balanço socioambiental tem características da accountability 1.
Quatro são os principais interessados nas informações geradas pelo balanço 
socioambiental, de acordo com Gomes (2013):
 • Gestores – informações sobre programas desenvolvidos e as 
responsabilidades socioambientais assumidas pela organização e 
que são relevantes ao processo de tomada de decisões.
 • Funcionários – informações sobre os investimentos empregados 
na qualidade das condições de trabalho e na qualidade de vida do 
trabalhador.
 • Sociedade – informações para análise do compromisso 
socioambiental assumido pela entidade.
 • Governo – informações que subsidiem a elaboração de normas, leis 
e o estabelecimento de políticas, bem como para a determinação da 
carga tributária sobre produtos, mercadorias e serviços.
Mesmo sem exigência legal para sua constituição, esse relatório (balanço social, 
balanço socioambiental ou relatório de sustentabilidade) é elaborado:
 • pela necessidade de prestação de esclarecimentos em relação às 
políticas e práticas socioambientais;
 • para provas do cumprimento de legislação trabalhista e 
reivindicações sindicais;
 • pela necessidade da transparência;
 • pela divulgação da postura proativa da organização frente aos 
problemas socioambientais atuais (MARTINS et al, 2013).
Apesar de existirem diferentes motivações que deflagram a elaboração e 
divulgação das demonstrações e relatórios (disclosure obrigatória e voluntária), 
além dos exemplos citados nesta seção, não se pode negar a importância das 
ações organizacionais na atual relação do homem em seu meio socioambiental.
1 Conceito que está relacionado a responsabilidade, responsabilização, prestação de contas e transparência. 
A accountability estabelece responsabilidades, dá o direito de agir, porém, exige transparência e prestação de 
contas aos stakeholders (CREPALDI, 2013).
36
Capítulo 3 
Referências bibliográficas
BRASIL. Decreto n. 3.995, de 31 de outubro de 2001. Altera e acresce 
dispositivos à Lei n. 6.385, de 07 de dezembro de 1976, que dispõe sobre o 
mercado de valores mobiliários, nas matérias reservadas a decreto. Brasília, 2001.
BRASIL. Lei n. 11.637, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos 
da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei n. 6.385, de 7 de dezembro 
de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à 
elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Brasília, 2007.
BRASIL. Lei n. 6.385, de 07 de dezembro de 1976. Dispõe sobre o mercado de 
valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários. Brasília, 1976.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades 
por ações. Brasília, 1976.
CARVALHO, Gardênia Maria Braga. Contabilidade ambiental: teoria e prática. 2. 
ed. Curitiba: Juruá, 2008.
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM). Deliberação CVM n. 676, de 13 
de dezembro de 2011. Aprova o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) do Comitê 
de Pronunciamentos Contábeis, que trata da Apresentação das Demonstrações 
Contábeis. Rio de Janeiro, 2011.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). CPC n. 09, de 30 de 
outubro de 2008. Demonstração de Valor Adicionado. Brasília, 2008.
CREPALDI, Marcos. Definição de critérios para avaliação de processos de 
tecnologia da informação (TI) considerando accountability no gerenciamento 
de riscos:um estudo em instituições financeiras bancárias no Brasil. 2013. 110 f. 
Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Universidade do Vale do Rio dos 
Sinos, São Leopoldo, 2013.
FERREIRA, Aracéli Cristina de Sousa. Contabilidade ambiental: uma informação 
para o desenvolvimento sustentável – inclui Certificados de Carbono. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2012.
GOMES, Sonia Maria Silva. Controladoria ambiental: gestão social, análise e 
controle. São Paulo: Atlas, 2013.
37
Informações Socioambientais 
HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne M. Gestão de custos: contabilidade e 
controle. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
MARTINS, Eliseu; GELBECKE, Ernesto Rubens; SANTOS, Ariovaldo; IUDÍCIBUS, 
Sérgio. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as empresas – de 
acordo com as normas internacionais e do CPC. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
MOURA, Luiz Antônio Abdalla de. Economia ambiental: gestão de custos e 
investimento. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2006.
TINOCO, João Eduardo Prudêncio; KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. 
Contabilidade e gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2004.
39
Capítulo 4
Indicadores ambientais de 
desempenho sustentável
Seção 1 
Indicadores socioambientais
A palavra “indicador” provém do termo do latim indicare, que significa: descobrir, 
apontar, anunciar, estimar (HAMMOND, et al, 1995).
Ao longo dos anos, diversos autores tentaram conceituar indicador 
socioambiental, porém, não há consenso.
Acreditamos ser oportuno destacar o conceito utilizado pelo Ministério do Meio 
Ambiente (BRASIL, [2016?]):
[...] informações quantificadas, de cunho científico, de fácil 
compreensão usadas nos processos de decisão em todos 
os níveis da sociedade, úteis como ferramentas de avaliação 
de determinados fenômenos, apresentando suas tendências 
e progressos que se alteram ao longo do tempo. Permitem 
a simplificação do número de informações para se lidar com 
uma dada realidade por representar uma medida que ilustra e 
comunica um conjunto de fenômenos que levem a redução de 
investimentos em tempo e recursos financeiros. Indicadores 
ambientais são estatísticas selecionadas que representam ou 
resumem alguns aspectos do estado do meio ambiente, dos 
recursos naturais e de atividades humanas relacionadas.
40
Capítulo 4 
Os indicadores socioambientais são elementos quantitativos e qualitativos de 
informações ligadas à responsabilidade socioambiental e ao desenvolvimento 
sustentável.
Passamos agora a analisar alguns modelos de sistemas de indicadores 
socioambientais.
Seção 2 
Modelos de indicadores socioambientais
Apesar da diversidade de sistemas de indicadores socioambientais, limitaremos a 
apresentação de três modelos: IBASE, ETHOS e CFC.
2.1 Modelo IBASE
No Brasil, a primeira tentativa de elaboração de um modelo de indicadores 
socioambientais foi iniciada pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e 
Econômicas (IBASE). O objetivo do documento era conscientizar os empresários 
e a sociedade em geral da responsabilidade frente às questões socioambientais. 
O desenvolvimento econômico, social e ambiental nacional começou a se tornar 
foco na gestão organizacional (GOMES, 2013).
Os indicadores estavam divididos em:
Quadro 4.1 – Indicadores socioambientais – modelo IBASE
Abrangência Indicadores
Sociais internos
Alimentação
Encargos sociais compulsórios
Previdência privada
Saúde
Segurança e saúde no trabalho
Educação
Cultura
Capacitação e desenvolvimento profissional
Creches ou auxílio-creche
Participação nos lucros ou resultados
41
Informações Socioambientais
Sociais externos
Cultura
Saúde e saneamento
Esporte
Combate à fome e segurança alimentar
Tributos
Ambientais
Investimentos em programas ou projetos externos
Investimentos relacionados com a produção/operação 
da empresa
Corpo funcional
Número de admissões durante o período
Número de empregados terceirizados
Número de estagiários
Número de mulheres que trabalham na empresa
Percentual de cargos de chefia ocupados por mulheres
Número de negros que trabalham na empresa
Percentual de cargos de chefia ocupados por negros
Número de pessoas com deficiência ou necessidades 
especiais
Exercício da cidadania empresarial
Número total de acidentes de trabalho
Definição de projetos sociais e ambientais
Definição dos padrões de segurança e salubridade no 
ambiente de trabalho
Posição da empresa quanto à liberdade sindical, 
ao direito de negociação coletiva e à representação 
interna dos trabalhadores
Previdência privada
Participação nos lucros e resultados
Padrões éticos e de responsabilidade social e ambiental 
adotados pela empresa na seleção de fornecedores
Incentivo à participação de empregados em programas 
de trabalho voluntário
Número total de reclamações e críticas de consumidores
Percentuais reclamações e críticas solucionadas
Distribuição do valor adicionado
Outros
Outros indicadores socioambientais pertinentes à 
atividade empresarial
Fonte: Adaptado de Gomes (2013, p. 108).
Nota-se que o foco dos indicadores apresentados anteriormente refere-se muito 
mais ao segmento social do que ambiental propriamente dito. Vale ressaltar 
que, no princípio da disseminação do balanço social, o foco principal não era o 
ambiente como um todo, e, sim, os aspectos sociais. Lembre-se da evolução da 
nomenclatura estudada anteriormente.
42
Capítulo 4 
2.2 Modelo ETHOS
O foco do modelo de indicadores socioambientais e de responsabilidade 
socioambiental do Instituo ETHOS tem caráter diagnóstico para o gerenciamento 
das ações corporativas.
Quadro 4.2 – Modelo Instituto ETHOS
Dimensões Subtema Indicadores
Valores e 
transparência
Autorregulação da 
conduta
Compromisso ético
Enraizamento da cultura organizacional
Governança corporativa
Relações com a concorrência
Diálogo e engajamento das partes 
interessadas (stakeholders)
Balanço social
Público interno
Diálogo e participação
Relações com sindicatos
Gestão participativa
Respeito ao indivíduo
Compromisso com o futuro das crianças
Compromisso com o desenvolvimento 
infantil
Valorização da diversidade
Compromisso com a não discriminação e 
promoção da equidade racial
Compromisso da empresa com a 
promoção da equidade de gênero
Relação com trabalhadores terceirizados
Trabalho decente
Política de remuneração, benefícios e 
carreira
Cuidados com a saúde, segurança e 
condições de trabalho
Compromisso com o desenvolvimento 
profissional e a empregabilidade
Comportamento nas demissões
Preparação para a aposentadoria
43
Informações Socioambientais
Meio ambiente
Responsabilidade frente 
às gerações futuras
Compromisso com a melhoria da 
qualidade ambiental
Educação e conscientização ambiental
Gerenciamento do 
impacto ambiental
Gerenciamento do impacto no meio 
ambiente e do ciclo de vida de produtos 
e serviços
Sustentabilidade da economia florestal
Minimização de entradas e saídas de 
materiais
Fornecedores
Seleção, avaliação 
e parceria com 
fornecedores
Critérios de seleção e avaliação de 
fornecedores
Trabalho infantil na cadeia produtiva
Trabalho forçado (ou análogo ao escravo) 
na cadeia produtiva
Apoio ao desenvolvimento de 
fornecedores
Consumidores e 
clientes
Dimensão social do 
consumo
Políticas de comunicação comercial
Excelência do atendimento
Conhecimento e gerenciamento dos 
danos potenciais dos produtos e serviços
Comunidade
Relações com a 
comunidade local
Gerenciamento do impacto da empresa 
na comunidade de entorno
Relações com organizações locais
Ação social
Financiamento da ação social
Envolvimento com a ação social
Governo e sociedade
Transparência política
Contribuições para campanhas políticas
Construção da cidadania pelas empresas
Práticas anticorrupção e antipropina
Liderança social
Liderança e influência social
Participação em projetos sociais 
governamentais
Fonte: Adaptado de Gomes (2013, p. 110-111).
Os focos desse modelo são a ética, o diálogo permanente, a transparência, o 
marketing responsável e a aprendizagem. Nota-se a inclusão de temas bastante 
atuais, como a legislação anticorrupção,por exemplo.
2.3 Modelo CFC
O Conselho Federal de Contabilidade, órgão de regulamentação e fiscalização 
da atividade contábil no Brasil, estabelece procedimentos para evidenciação de 
informações de natureza social e ambiental.
44
Capítulo 4 
Quadro 4.3 – Modelo Instituto CFC
Dimensões Indicadores
Geração e distribuição de riqueza Distribuição do valor adicionado
Recursos humanos
Remuneração e benefícios (*)
Composição do corpo funcional (**)
Contingências e passivos trabalhistas (***)
Ambiente externo
Educação
Cultura
Saúde e saneamento
Esporte e lazer
Alimentação
Número de reclamações diretas à entidade
Numero de reclamações via órgãos externos
Número de reclamações judiciais
Montante de multas e indenizações a clientes
Ações de saneamento ou minimização de reclamações
Critérios para seleção de fornecedores
Meio ambiente
Investimentos e gastos com manutenção de processos 
de melhoria do meio ambiente
Investimentos e gastos com a educação ambiental
Investimentos e gastos para preservação ou 
recuperação de ambientes degradados
Investimentos e gastos com projetos ambientais
Quantidade de processos ambientais, administrativos 
e judiciais
Valor das multas e indenizações relativas à matéria 
ambiental
Passivos e contingências ambientais
(*) Discriminação por concessão a empregados, administradores, terceirizados e autônomos; relação dos maiores e 
menores valores de remuneração e benefícios; gastos com encargos, alimentação, transporte, previdência privada, 
saúde, segurança e medicina do trabalho, educação, cultura, capacitação e desenvolvimento profissional, creches e 
auxílio-creche e participação nos lucros ou resultados.
(**) Total de empregados, total de admissões, total de demissões, total de estagiários, total de empregados portadores 
de necessidades especiais, total de prestadores terceirizados, total de empregados por sexo, total de empregados por 
faixa etária, total de empregados por nível de escolaridade e percentual de ocupantes de cargos de chefia por sexo.
(***) Número de processos trabalhistas e total de indenizações e multas pagas por determinação judicial.
Fonte: Adaptado da NBC T nº 15 (CFC, 2004).
Vale ressaltar que o Brasil aderiu às Normas Internacionais de Contabilidade 
em 2007. A partir desse momento, as normas que regem as práticas contábeis 
nacionais estão sendo adequadas ao padrão internacional. No entanto, não há 
padrão internacional relacionado às informações socioambientais, permanecendo 
em vigor a norma contábil de 2004.
45
Informações Socioambientais
Referências bibliográficas
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Disponível em: <http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/informacao-
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de 2004. Informações de natureza social e ambiental. Brasília, 2004.
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measuring and reporting on environmental policy performance in the context of 
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http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/informacao-ambiental/sistema-nacional-de-informacao-sobre
http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/informacao-ambiental/sistema-nacional-de-informacao-sobre
http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/informacao-ambiental/sistema-nacional-de-informacao-sobre
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Considerações Finais
Ao encerrar, esperamos que os conceitos apresentados na unidade de 
aprendizagem Informações Socioambientais desencadeiem reflexões 
positivas acerca da utilização dos recursos naturais, tanto em nível 
organizacional quanto pessoal.
Todos nós somos responsáveis pelo entorno de onde vivemos.
Os órgãos normativos estão empenhados em construir um conjunto de regras 
que garantam a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental.
Para isso, as informações e os indicadores socioambientais possuem expressiva 
importância. É necessário conhecer para poder preservar, recuperar, utilizar de 
forma sustentável os recursos e, ao mesmo tempo, promover o desenvolvimento 
social e econômico.
Mesmo parecendo que nossas ações diárias voltadas à responsabilidade 
socioambiental e ao desenvolvimento sustentável são muito pequenas, e que 
provavelmente não provocarão expressivas interferências ao meio, elas devem 
se praticadas. Pois, havendo um conjunto de posicionamentos proativos 
individuais, teremos mudanças de comportamentos que afetarão substancial e 
positivamente o meio.
Professor Marcos Crepaldi
49
Referências
BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Resolução n. 4.327, de 27 de abril de 
2014. Dispõe sobre as diretrizes que devem ser observadas no estabelecimento 
e na implementação da Política de Responsabilidade Socioambiental pelas 
instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco 
Central do Brasil. 2014.
BIGUELINI, Cristina Poll; BUSSOLARO, Bernadete; SILVA, Ivanir Ortega Rodrigues. 
Revisão do processo de desenvolvimento histórico-filosófico dos conceitos de 
natureza com vistas ao meio ambiente. Geoingá, Maringá, v. 4, n. 1, p. 73-88, 2012.
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dispositivos à Lei n. 6.385, de 07 de dezembro de 1976, que dispõe sobre o 
mercado de valores mobiliários, nas matérias reservadas a decreto. Brasília, 2001.
BRASIL. Lei n. 10.650, de 16 de abril de 2003. Dispõe sobre o acesso aos dados 
e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do Sisnama. 
Brasília, 2003.
BRASIL. Lei n. 11.637, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos 
da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei n. 6.385, de 7 de dezembro 
de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à 
elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Brasília, 2007.
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valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários. Brasília, 1976.
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades 
por ações. Brasília, 1976.
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Informações Socioambientais
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53
Sobre o Professor Conteudista
Marcos Crepaldi
Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade do Vale dos Rios dos Sinos 
(2013), especialista em Contabilidade Gerencial pela Universidade do Sul de 
Santa Catarina (2002), graduado em Ciências Contábeis pela Universidade do Sul 
de Santa Catarina (1998) e graduado em Filosofia pela Universidade do Sul de 
Santa Catarina (1995). Coordenador geral do Curso de Graduação em Ciências 
Contábeis na Universidade do Sul de Santa Catarina. Coordenador dos cursos 
de pós-graduação na área contábil em Tubarão e Braço do Norte. Professor na 
Universidade do Sul de Santa Catarina nas modalidades presencial e a distância.
Currículo Lattes: <http://lattes.cnpq.br/2645473137972259>
http://lattes.cnpq.br/2645473137972259
w w w. u n i s u l . b r
capa.pdf 1 31/08/16 10:31
	Introdução 
	Capítulo 1
	O homem e o meio socioambiental 
	Capítulo 2
	Legislação e normatização socioambiental
	Capítulo 3
	Plano de contas, registros, demonstrações e relatórios contábeis e gerenciais socioambientais
	Capítulo 4
	Indicadores ambientais de desempenho sustentável
	Considerações Finais
	Referências
	Sobre o Professor Conteudista

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