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w w w. u n i s u l . b r capa.pdf 1 31/08/16 10:31 UnisulVirtual Palhoça, 2016 Informações Socioambientais Universidade Sul de Santa Catarina Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul Reitor Sebastião Salésio Herdt Vice-Reitor Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitor de Ensino, de Pesquisa e de Extensão Mauri Luiz Heerdt Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional Luciano Rodrigues Marcelino Pró-Reitor de Operações e Serviços Acadêmicos Valter Alves Schmitz Neto Diretor do Campus Universitário de Tubarão Heitor Wensing Júnior Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis Hércules Nunes de Araújo Diretor do Campus Universitário UnisulVirtual Fabiano Ceretta Campus Universitário UnisulVirtual Diretor Fabiano Ceretta Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Ciências Sociais, Direito, Negócios e Serviços Amanda Pizzolo (coordenadora) Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Educação, Humanidades e Artes Felipe Felisbino (coordenador) Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Produção, Construção e Agroindústria Anelise Leal Vieira Cubas (coordenadora) Unidade de Articulação Acadêmica (UnA) – Saúde e Bem-estar Social Aureo dos Santos (coordenador) Gerente de Operações e Serviços Acadêmicos Moacir Heerdt Gerente de Ensino, Pesquisa e Extensão Roberto Iunskovski Gerente de Desenho, Desenvolvimento e Produção de Recursos Didáticos Márcia Loch Gerente de Prospecção Mercadológica Eliza Bianchini Dallanhol Livro didático UnisulVirtual Palhoça, 2016 Designer instrucional Cristina Klipp de Oliveira Informações Socioambientais Marcos Crepaldi Livro Didático Copyright © UnisulVirtual AAA Professora conteudista Marcos Crepaldi Designer instrucional Cristina Klipp de Oliveira Projeto gráfico e capa Equipe UnisulVirtual Diagramadora Noemia Mesquita Revisor Contextuar Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul C93 Crepaldi, Marcos Informações socioambientais: livro didático/Marcos Crepaldi; design instrucional Cristina Klipp de Oliveira. – Palhoça: UnisulVirtual, 2016. 54 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. 1. Educação ambiental - Brasil. 2. Responsabilidade ambiental - Brasil. 3. Desenvolvimento sustentável - Brasil. I. Oliveira, Cristina Klipp. II. Título. CDD (21. ed.) 363.70071081 Sumário Introdução | 7 Capítulo 1 O homem e o meio socioambiental | 9 Capítulo 2 Legislação e normatização socioambiental | 17 Capítulo 3 Plano de contas, registros, demonstrações e relatórios contábeis e gerenciais socioambientais | 25 Capítulo 4 Indicadores ambientais de desempenho sustentável | 39 Considerações Finais | 47 Referências | 49 Sobre o Professor Conteudista | 53 Introdução As questões relacionadas ao meio ambiente, ao meio social e à sustentabilidade estão, com o passar dos anos, ainda mais presentes nas discussões em nível mundial. Estudar sobre Informações Socioambientais é uma forma de conhecer melhor o meio em que nós, seres humanos, interagimos com recursos naturais. A primeira convicção deve ser a de que somos e fazemos parte do meio socioambiental em que vivemos. Modificamos e somos modificados por esse meio. Essa temática será apresentada no Capítulo 1. Já no Capítulo 2 você conhecerá algumas legislações e normatizações que regulamentam a interação do homem com o meio. Para que essa interação possa ser responsável e sustentável, necessitamos de uma série de informações, que são fornecidas em grande escala pela Contabilidade. No Capítulo 3 você terá acesso aos processos de reconhecimento e evidenciação de informações contábeis de cunho socioambiental. Com o Capítulo 4 finalizamos com o estudo de sistemas de modelos de indicadores socioambientais. Você terá a oportunidade de conhecer três importantes sistemas de indicadores socioambientais. Ao navegar pelo conteúdo apresentados nos capítulos que seguem, não deixe de refletir sobre nosso compromisso pessoal com a responsabilidade socioambiental e o desenvolvimento sustentável. Bons estudos. 9 Capítulo 1 O homem e o meio socioambiental Ao iniciar o estudo acerca das informações socioambientais, é necessário fazer uma reflexão sobre alguns conceitos que envolvem a questão, como: homem, natureza e meio socioambiental. Você irá perceber que há alguns equívocos no entendimento de conceitos aparentemente simples e de domínio público. Vamos iniciar pela percepção do homem sobre si mesmo no decorrer da história. Seção 1 O homem na história do homem Nas mais diferentes épocas da humanidade, o homem demonstrou qualidades peculiares. Ele, ou melhor, nossos antepassados e nós mesmos, fomos e somos identificados por características, como: • aquisição de habilidades; • níveis de inteligência; • capacidade criativa; • relações com o sagrado e o profano, nossas experiências com o transcendente; • habilidade em viver em pequenos grupos ou em grandes cidades; • atividades laborativas; • adaptação ao uso de recursos tecnológicos nas mais variadas aplicações; • conexão em nível global. 10 Capítulo 1 Na abordagem do estudo do homem, várias dimensões são evidenciadas (MORIN, 2000; MORIN, 2002): • Homo Religiosus – dimensão ligada à religiosidade, ao transcendente; • Homo Ludens – dimensão ligada ao lúdico, ao jogo, aos esportes, às atividades humanas não utilitárias, à capacidade de bancar o “bufão”, ao fazer palhaçadas e ao romper a casca da seriedade; • Homo Faber – dimensão ligada à técnica, ao trabalho, ao fazer e ao fabricar coisas a partir da inteligência; • Homo Prosaicus – dimensão ligada às necessidades obrigatórias, ao simples; • Homo Poeticus – dimensão ligada à inspiração, à criatividade, à poética, à emoção; • Homo Empiricus – dimensão ligada à habilidade prática; • Hmo Imaginarius – dimensão ligada à imaginação, ao sonho; • Homo Sapiens – dimensão ligada à racionalidade, à capacidade de conhecer; • Homo Economicus – dimensão ligada às atividades utilitárias, à economia, à parcimônia, ao uso prudente de recursos; • Homo Consumans – dimensão ligada ao consumismo, à exaltação de posses, ao desperdício; • Homo Salutaris – dimensão ligada à boa saúde, ao saudável. Apesar de que o homem foi adquirindo habilidades e desenvolvendo competências ao longo do seu desenvolvimento evolutivo, podemos perceber todas essas características em nós mesmos. A humanidade deu um expressivo salto ao compararmos o “homem primitivo” ao “homem atual”: tecnológico, global e permanentemente conectado. O homem percebe sua própria história, tem consciência de sua existência e, a partir dessa percepção, modifica a realidade em que vive com a finalidade de adaptar os recursos naturais às suas necessidades. Eis a grande diferença em relação aos outros animais. 11 Informações Socioambientais Seção 2 A natureza na história do homem O conceito de natureza também passou por uma série de transformações ao longo do tempo. É necessário lembrar que a definição de natureza é dada pelo homem, que no decorrer da história não permanece inalterado, modificando e sendo modificado pela própria natureza. Vamos fazer uma retrospectiva conceitual, iniciando com os gregos antigos. 2.1 Natureza na antiguidade grega O período a que estamos nos reportando inicia-se no século VI a.C. O conceito clássico grego de natureza ou “physis” está ligado ao cosmo, ao universo e a tudo o que existe. Assim, natureza “physis” é sinônimo de cosmos “kosmos”. Da palavra “physis” provém o verbo “phyein”, que significa crescer; não em tamanho, mas em âmbito qualitativo, no sentido de evoluir e de se tornar visível. Portanto, fazem parte da natureza, para os gregos clássicos, os processos de: enfraquecer, murchar, aniquilar e decompor. Há uma clara visão de que tudo o que existe no cosmos é originado de elementos reaproveitados, não havendo nada de integralmente novo. Percebe-se claramente a dimensãoda vida orgânica 1, circular, de surgimento e dissipação. Vem dessa época a ideia de que tudo nasce, cresce, se desenvolve, envelhece e morre, incorporando a dimensão temporal (não importante) e da repetição eterna de processos semelhantes (indispensável). A natureza grega clássica está ligada ao princípio das coisas, à essência, aos elementos constitutivos e primordiais (KESSELRING, 2000; BIGUELINI; BUSSOLARO; SILVA, 2012). 2.2 Natureza na idade média Restringiremos ao pensamento ocidental cristão. Naquele momento da história do homem, a natureza é entendida no âmbito da criação. Assim, mesmo corroborando com o pensamento grego clássico de que a natureza tem um início, um meio e um fim, acredita-se que o surgimento da natureza não se deu de forma involuntária ou espontânea. Existe um criador, exterior à própria natureza, que determinou sua existência. 1 Organismo naturalmente encontrado, não sintetizado, que provoca e sofre interferências externas. Não pode ser entendido como um elemento isolado, mas parte de um complexo e completo sistema. 12 Capítulo 1 Por volta do século XII, a ideia Aristotélica de que a natureza é o princípio interno de movimento e repouso foi complementada pela atribuição divina da determinação individual. Assim, a natureza é criação divina. Nesse período, por ser criação divina, o homem foi incorporado à natureza. Desse novo conceito derivou-se a convicção de que a arte deveria imitar a natureza e desencadeou a discussão sobre o direito natural e sobre os atuais direitos humanos (KESSELRING, 2000; BIGUELINI; BUSSOLARO; SILVA, 2012). 2.3 Natureza na idade moderna Neste período, o conceito de natureza está influenciado por sua evolução pregressa. Até a Idade Média, a experimentação ou não era utilizada ou era encarada como algo excepcional. O humanismo da idade antiga esteve presente nas primeiras décadas dessa nova era. A incorporação do homem à natureza ou sua exclusão foram amplamente discutidas, bem como a possibilidade ou não do homem em interferir nas relações causais da natureza (KESSELRING, 2000; BIGUELINI; BUSSOLARO; SILVA, 2012). Talvez a maior provocação desse pensamento se deva ao que chamamos de revolução industrial. Período de impactantes transformações culturais, sociais e científicas. Inicia- se por volta da década de 1830 com um novo pensar, onde o progresso, o desenvolvimento industrial e econômico, a produtividade e a acumulação são premissas incontestáveis. A utilização dos recursos naturais (as matérias-primas e a força do trabalho humano), de recursos financeiros (capital) e dos meios de produção (máquinas e equipamentos industriais dispostos em linhas de produção) determinou uma nova lógica de percepção da natureza. Criava-se aqui uma nova ordem da importância desses elementos. Assim, deixou-se a natureza, e consequentemente o homem, em um nível de subserviência aos interesses econômicos (UGARTE, 2005). O homem é percebido como “corpo de trabalho” dentro de um modelo de fonte energética produtiva humana. A natureza, como fonte de recursos que estão a serviço da produção industrial. 13 Informações Socioambientais 2.4 Natureza na idade contemporânea Nessa época, a espécie humana busca equilíbrio entre as espécies, ou seja, pensa a natureza como um ecossistema complexo. Os elementos constitutivos da natureza interagem de forma contínua e sistêmica, onde a morte de elementos da natureza interfere na vida de outros elementos. O elemento temporal é crucial para o entendimento do conceito, assim como conceitos de cooperação e solidariedade entre as espécies (FERREIRA, 2006). O homem está fundamentalmente presente no equilíbrio do ecossistema. A interação do homem com o meio é dialética. Analisa-se de forma contundente a relação entre: • o desenvolvimento econômico; • a utilização dos recursos naturais; • o papel do homem na natureza. A dimensão divina da natureza é abandonada. 2.5 O homem como um ser da natureza O desenvolvimento econômico, o rompimento dos muros comerciais internacionais, a difusão on-line de informações e a determinação de políticas globais têm provocado o reconhecimento do homem como um ser inerente à natureza. Vários acordos internacionais firmados nas últimas décadas com a finalidade de garantir a qualidade do ar, a preservação das águas e a produtiva do solo visam, em última análise, assegurar condições para a existência da vida humana no planeta. Os diversos entendimentos acerca do conceito de homem e de natureza ao longo do tempo têm provocado, na atualidade, uma reflexão mais contundente. É nítida a necessidade de perceber o homem como um ser natural. A sobrevivência humana depende diretamente das relações estabelecidas entre ele e os demais recursos naturais. A sobreposição de um em relação ao outro traz desequilíbrio ao ecossistema (BIGUELINI; BUSSOLARO; SILVA, 2012). 14 Capítulo 1 Seção 3 O meio socioambiental A palavra “socioambiental” está frequentemente relacionada aos problemas e processos sociais, ou à relação do homem com a sociedade e com o meio ambiente. Diz respeito à responsabilidade sobre ações individuais ou coletivas que afetam o meio. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, [2016?]), o meio socioambiental está ligado ao respeito ao meio ambiente, em vista à sustentabilidade, à preservação ambiental, à produção e ao consumo de bens e serviços de forma sustentável. Pertencem ao escopo, questões relacionadas: • aos custos socioambientais; • à qualidade de vida; • ao uso de recursos naturais; • à minimização de produção de lixo e de materiais tóxicos; • à geração de resíduos; • ao consumo responsável; • à emissão de poluentes. É impossível pensar no homem, em suas atividades cotidianas ligadas tanto ao trabalho quanto ao lazer, sem observar sua interdependência com o meio em que vive. Ao levar à reflexão o mundo organizacional, essa discussão naturalmente se aprofunda. Isso se deve tanto pela necessidade de cumprimento à legislação aplicável, pelo uso de informações de ações voltadas à sustentabilidade e à qualidade de vida dos funcionários e da sociedade do seu entorno quanto pelo marketing empresarial ou pela consciência da urgência em pensar o homem como um ser que vive em um meio natural, com recursos limitados e finitos. 15 Informações Socioambientais Referências bibliográficas BIGUELINI, Cristina Poll; BUSSOLARO, Bernadete; SILVA, Ivanir Ortega Rodrigues. Revisão do processo de desenvolvimento histórico-filosófico dos conceitos de natureza com vistas ao meio ambiente. Geoingá, Maringá, v. 4, n. 1, p. 73-88, 2012. BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Responsabilidade socioambiental. Brasília, [2016?]. Disponível em: <www.mma.gov.br/responsabilidade- socioambiental>. Acesso em: 11 ago. 2016. FERREIRA, José Maria Carvalho. Élisée reclus: vida e obra de um apaixonado da natureza e da anarquia. Verve, n. 10, p. 109-134, 2006. KESSELRING, Thomas. O conceito de natureza na história do pensamento ocidental. Episteme, Porto Alegre, n. 11, p. 153-172, jul./dez. 2000. MORIN, Edgar. O método IV: a humanidade da humanidade. Porto Alegre: Sulina, 2002. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, UNESCO, 2000. UGARTE, Maria Cecília Donaldson. O corpo utilitário: da revolução industrial à revolução da informação. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL PROCESSO CIVILIZADOR, 9, 2005, Ponta Grossa, nov. 2005. http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental 17 Capítulo 2 Legislação e normatização socioambiental A preocupação com o meio socioambiental ultrapassa todos os limites físicos e imaginários do entendimento humano. A necessidade em relação a garantias de sustentabilidade de um meio social e ambiental disponível para a atual e para as futuras gerações tem desencadeado construção de componentes normativos, disciplinadores e regulamentadores das questões inerentesao tema. Neste capítulo, serão apresentados alguns ordenamentos jurídicos. Seção 1 Lei nº 9.605/1998 Aplicável a todas as pessoas físicas ou jurídicas, esta Lei Federal dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Responsabiliza administrativa, civil e penalmente os infratores por ações, omissões ou conivência de situações em que provoquem prejuízos ao meio ambiente. 1.1 Aplicação da pena As penas impostas aos infratores levarão em conta: • a gravidade do ocorrido; • as consequências ao meio ambiente e à saúde pública; • os antecedentes do infrator quanto à legislação ambiental; • a situação econômica do infrator. 18 Capítulo 2 As penas são divididas em duas esferas: penas restritivas de direito e penas restritivas de liberdade. As penas restritivas de direito à pessoa física incluem: • prestação de serviços à comunidade; • interdição temporária de direitos; • suspensão parcial ou total de atividades; • prestação pecuniária; • recolhimento domiciliar. As penas restritivas de direito à pessoa jurídica incluem: • suspensão parcial ou total das atividades; • interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; • proibição de contratar com o Poder Público, bem como obter dele subsídios, subvenções e doações. 1.2 Apreensão do produto ou do instrumento de infração administrativa ou de crime Os produtos e instrumentos relacionados a infrações ambientais serão apreendidos. • Os animais serão preferencialmente libertados em seu habitat nativo. • Produtos perecíveis ou madeiras serão avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e outras com fins beneficentes. • Produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão destruídos ou doados a instituições científicas, culturais ou educacionais. 1.3 Crimes contra o meio ambiente Na referida Lei, os crimes contra o meio ambiente estão segregados em: • crimes contra a fauna (matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória); • crimes contra a flora (destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção); • poluição e outros crimes ambientais (causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora); 19 Informações Socioambientais • crimes contra o ordenamento urbano e patrimônio cultural (destruir, inutilizar ou deteriorar); • crimes contra a administração ambiental. 1.4 Cooperação internacional para a preservação do meio ambiente Resguardados a soberania, a ordem pública e os bons costumes, o governo brasileiro prestará cooperação a outros países. Ao analisar o teor da Lei nº 9.605/1998, percebe-se que os crimes ambientais ultrapassam danos causados em animais silvestres e na flora nativa. A qualidade de vida e dos recursos naturais necessários à vida também são protegidos. Incorpora de forma bastante clara o homem como um ser da natureza. Seção 2 Lei nº 10.650/2003 Todas as informações ambientais existentes nos órgãos e entidades do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) têm acesso público assegurado em lei. 2.1 Obrigatoriedade do acesso público à informação Todas as entidades ligadas ao Sisnama ficam obrigadas a permitir o acesso público aos documentos, expedientes e processos administrativos que tratem de matéria ambiental e a fornecer todas as informações que estejam sob sua guarda. As informações de que trata a lei estão relacionadas a: • qualidade do meio ambiente; • políticas, planos e programas potencialmente causadores de impacto ambiental; • resultados de monitoramento e auditoria nos sistemas de controle de poluição e de atividades potencialmente poluidoras, bem como de planos e ações de recuperação de áreas degradadas; • acidentes, situações de risco ou de emergência ambientais; • emissões de efluentes líquidos e gasosos e produção de resíduos sólidos; 20 Capítulo 2 • substâncias tóxicas e perigosas; • diversidade biológica; • organismos geneticamente modificados. 2.2 Publicações de listas e relações Devem ser publicados em Diário Oficial e ficar disponíveis ao acesso público, listagens e relações contendo: • pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão; • pedidos e licenças para supressão de vegetação; • autos de infrações e respectivas penalidades impostas pelos órgãos ambientais; • lavratura de termos de compromisso de ajustamento de conduta; • reincidências em infrações ambientais; • recursos interpostos em processo administrativo ambiental e respectivas decisões; • registro de apresentação de estudos de impacto ambiental e sua aprovação ou rejeição. Além da obrigatoriedade da divulgação e da garantia do direito ao acesso público, os órgãos do Sisnama devem elaborar e divulgar relatórios anuais relativos à qualidade do ar e da água e outros elementos ambientais (estes conforme regulamentação própria). Seção 3 Resolução Bacen nº 4.327/2014 Algumas organizações emitem normatização própria quanto a questões socioambientais. A Resolução nº 4.327/2014 do Banco Central do Brasil (Bacen) é um exemplo dessa regulamentação. 3.1 Objeto e âmbito de aplicação A Resolução estabelece diretrizes que devem ser observadas pelas instituições financeiras de demais instituições autorizadas a funcionar em território nacional pelo Banco Central do Brasil. Trata do estabelecimento e da implementação da Política de Responsabilidade Socioambiental (PRSA). 21 Informações Socioambientais Dois princípios são norteadores para esse fim: Relevância – o grau de exposição ao risco socioambiental das atividades e das operações da instituição. Proporcionalidade – compatibilidade da PRSA com a natureza da instituição e com a complexidade de suas atividades e de seus serviços e produtos financeiros. 3.2 Política de responsabilidade socioambiental A PRSA deve conter os princípios e as diretrizes que norteiam as ações de natureza socioambiental nos negócios e nas relações com as partes interessadas 1. As diretrizes devem abranger as ações estratégicas relacionadas à sua governança, inclusive para fins do gerenciamento do risco socioambiental, por conglomerado financeiro ou sistema cooperativo de crédito. O processo de avaliação da PRSA deve ocorrer a cada cinco anos, envolvendo a diretoria e o conselho de administração, se houver. 3.3 Governança Cada entidade ou conglomerado deverá manter estrutura de governança compatível com seu porte, natureza do negócio, complexidade dos serviços e produtos oferecidos, bem como das atividades, processos e sistemas adotados. São atividades da estrutura de governança: • implementar as ações no âmbito da PRSA; • monitorar o cumprimento das ações estabelecidas na PRSA; • avaliar a efetividade das ações implementadas; • verificar a adequação do gerenciamento do risco socioambiental estabelecido na PRSA; • identificar eventuais deficiências na implementação das ações. Fica facultada a constituição de comitê de responsabilidade socioambiental, de natureza consultiva, vinculado ao conselho de administração da entidade ou conglomerado. 1 Os clientes e usuários dos produtos e serviços oferecidos pela instituição, a comunidade interna à sua organização e as demais pessoas que, conforme avaliação da instituição, sejam impactadas por suas atividades. 22 Capítulo 2 3.4 Gerenciamento do risco socioambiental O risco socioambiental descrito na Resolução do Bacen é entendido como: Possibilidade de ocorrência de perdas das instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, decorrentes de danos socioambientais. O gerenciamento do risco socioambiental deverá considerar: • sistemas, rotinas e procedimentos que possibilitem identificar,classificar, avaliar, monitorar, mitigar e controlar o risco socioambiental presente nas atividades e nas operações da instituição; • registro de dados referentes às perdas efetivas em função de danos socioambientais, pelo período mínimo de cinco anos, incluindo valores, tipo, localização e setor econômico, objeto da operação; • avaliação prévia dos potenciais impactos socioambientais negativos de novas modalidades de produtos e serviços, inclusive em relação ao risco de reputação; • procedimentos para adequação do gerenciamento do risco socioambiental às mudanças legais, regulamentares e de mercado. Além das obrigações descritas, ficam facultadas as adoções de procedimentos de identificação, classificação, avaliação, monitoramento, mitigação e controle do risco socioambiental. Seção 4 Ações mundiais voltadas ao meio socioambiental É notório o compromisso individual e coletivo, público e privado, nacional e internacional, na proteção do meio e da responsabilidade socioambiental. Dentre as ações, podem ser citadas: • Conferência de Estocolmo (Suécia – 1972); • Conferência de Toronto (Canadá – 1988); • Conferência de Genebra (Suíça – 1990); • Conferência do Rio de Janeiro (Brasil – 1992); 23 Informações Socioambientais • Conferência de Berlim (Alemanha – 1995); • Conferência de Genebra (Suíça – 1996); • Conferência de Kyoto (Japão – 1997); • Conferência de Buenos Aires (Argentina – 1998); • Conferência de Bonn (Alemanha – 1999); • Conferência de Haia (Holanda – 2000); • Conferência de Bonn (Alemanha – 2001); • Conferência de Marrakech (Marrocos – 2001); • Conferência de Johannesburgo (África do Sul – 2002); • Conferência de Nova Delhi (Índia – 2002); • Conferência de Milão (Itália – 2003); • Conferência de Buenos Aires (Argentina – 2004); • Conferência de Montreal (Canadá – 2005); • Conferência de Nairóbi (Quênia – 2006); • Conferência de Bali (Indonésia – 2007); • Conferência de Copenhague (Dinamarca – 2009); • Conferência de Cancún (México – 2010); • Conferência de Durban (África do Sul – 2011); • Conferência do Brasil (Rio de Janeiro – 2012); • Conferência de Nairóbi (Quênia – 2013); • Conferência de Zurique (Suíça – 2014); • Conferência de Paris (França – 2015). Também podem ser destacadas organizações internacionais com atuação na área ambiental: • Comissão de Desenvolvimento Sustentável (CDS) – Commission on Sustainable Development; • Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA ou UNEP); • Conselho Consultivo de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável (High Level Advisory Board on Sustainable Development) e Comitê Interagências sobre Desenvolvimento Sustentável; • Food and Agriculture Organization (FAO) – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura; 24 Capítulo 2 • World Health Organization (WHO) – Organização Mundial de Saúde; • International Atomic Energy Agency (IAEA) – Agência Internacional de Energia Atômica; • World Meteorological Organization (WMO) – Organização Meteorológica Mundial; • International Maritime Organization (IMO) – Organização Marítima Internacional; • International Whaling Commission (IWC) – Comissão Internacional sobre a Pesca da Baleia; • International Labor Organization (ILO) – Organização Internacional do Trabalho (OIT). Neste capítulo, limitamos a apresentação de exemplos de instrumentos legais e normativos nacionais que tratam sobre as informações socioambientais. Referências bibliográficas BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Resolução n. 4.327, de 27 de abril de 2014. Dispõe sobre as diretrizes que devem ser observadas no estabelecimento e na implementação da Política de Responsabilidade Socioambiental pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. 2014. BRASIL. Lei n. 10.650, de 16 de abril de 2003. Dispõe sobre o acesso aos dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA. Brasília, 2003. BRASIL. Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Brasília, 1998. 25 Capítulo 3 Plano de contas, registros, demonstrações e relatórios contábeis e gerenciais socioambientais Seção 1 Plano de contas socioambiental Para a contabilidade, “Conta é a representação contábil de elementos patrimoniais de natureza igual ou semelhante” (PADOVEZE, 2012, p. 46); são os elementos “[...] que receberão os registros das transações econômicas realizadas ou dos fatos geradores” (FERREIRA, 2012, p. 97). Plano de contas é entendido como um “[...] conjunto de contas criado pelo contador para atender às necessidades de registro das transações dos eventos econômicos, de forma a possibilitar a construção dos principais relatórios contábeis e atender a todos os usuários da informação contábil” (PADOVEZE, 2012, p. 48). Ferreira (2012, p. 97) afirma que no plano de contas: devem estar refletidas todas as possibilidades de registros das transações realizadas pela organização, ou, pelo menos, deve ter uma estrutura flexível o suficiente para permitir atualizações que garantam a fidelidade dos registros em comparação com as transações realizadas. Os principais tipos de contas utilizados pela contabilidade são: contas patrimoniais e contas de resultado. As primeiras representam bens, direitos e obrigações. Já as últimas se referem às receitas, aos custos e às despesas. Os bens e direitos compõem o ativo, e as obrigações, o passivo. O ativo e o passivo formam as duas principais partes do balanço patrimonial (subseção 3.1 deste capítulo). 26 Capítulo 3 As contas contábeis podem abranger também as questões socioambientais, conforme veremos na sequência. 1.1 Ativo socioambiental Ativo socioambiental refere-se ao conjunto de bens e direitos socioambientais de uma determinada entidade. Ferreira (2012) sugere alguns exemplos de contas para a composição do ativo socioambiental: • Estoques de matérias-primas: · renováveis – recursos produzidos pela natureza de forma permanente; · não renováveis – recursos limitados, não infinitamente produzidos pela natureza; · reciclados – recursos utilizados anteriormente e que passaram por um processo de reciclagem; · reutilizáveis – recursos utilizados anteriormente para a mesma função. • Estoques de produtos acabados: · renováveis; · não renováveis; · recicláveis; · reciclados; · reutilizáveis. • Investimentos: · certificados negociáveis – títulos adquiridos no mercado aberto que são negociáveis, como, por exemplo, os emitidos por sequestro de carbono; · reflorestamentos para sequestro de carbono; · direitos sobre recursos naturais – jazidas de recursos naturais. • Tecnologias limpas (equipamentos que geram poucos ou nenhum resíduo e conservam materiais e energia). • Tecnologias poluentes (tecnologias que não contemplam a preocupação socioambiental). • Tecnologia de limpeza (equipamentos utilizados para a correção de danos ao meio socioambiental). 27 Informações Socioambientais • Tecnologias de prevenção na emissão de resíduos (equipamentos normalmente acoplados a outros equipamentos poluidores: resíduos sólidos, líquidos, gasosos, emissões sonora, dentre outros). • Tecnologia para preservação de recursos naturais (equipamentos destinados a manutenção dos recursos naturais sem alteração do seu estado natural). Muitas outras classificações podem ser encontradas na literatura. 1.2 Passivo socioambiental O passivo ambiental reconhece as obrigações socioambientais. De acordo com o CPC 25 (2009), os passivos ambientais podem ser exemplificados: • pela constituição de provisões para contingências ambientais ligadas ao solo, à água ou ao ar, como: · meio ambiente a recuperar; · indenizações por doenças causadas; · multas prováveis; · aposentadorias precoces; · outras compensações. • indenizações ou multas a pagar (originadospor impactos socioambientais já causados). Assim como outros passivos organizacionais, os passivos ambientais são classificados em decorrência de sua exigibilidade em curto e longo prazos. 1.3 Receita socioambiental A receita socioambiental decorre da: • prestação de serviços de conservação e preservação de áreas nativas; • venda de certificados de redução de emissões e materiais reciclados; • prestação de serviços com características de redução de impactos ao meio socioambiental e de limpeza de áreas danificadas (FERREIRA, 2012). 28 Capítulo 3 Tinoco e Kraemer (2004) detalham as receitas socioambientais: • vendas de resíduos reciclados; • venda ou reutilização de coprodutos; • aproveitamento de gases e calor; • redução no consumo de matérias-primas; • redução no consumo de água; • redução no consumo de energia elétrica; • prestação de serviços ambientais; • subvenções governamentais. A receita socioambiental também pode ser denominada de receitas pró-meio socioambiental. 1.4 Custo socioambiental Conforme relata Gomes (2013), a conceituação de custo socioambiental não é uma das tarefas mais fáceis. Isso se dá pelo fato de que grande parte, ou talvez a grande maioria, de gastos que são caracterizados como custo ambiental tem natureza intangível, ou seja, não possui matéria e não é reconhecida no sistema de precificação de produtos e serviços. Apesar de existirem, são de difícil quantificação. São identificados à associação da necessidade de uma ação de prevenção ou correção por dano já ocorrido. Podem envolver: • queda no valor das ações da empresa em função de desempenho socioambiental insatisfatório ou lesivo; • baixa produtividade pela falta de qualidade socioambiental voltada aos empregados; • contaminação, poluição e insegurança instaurada aos funcionários em seus postos de trabalho e área circunvizinha à empresa; • aumento do tempo de produção ou dificuldades para a execução de atividades ou processos em ambiente não seguro; • problemas no licenciamento ou geração de multas por problemas encontrados (MOURA, 2006). 29 Informações Socioambientais O custo socioambiental está diretamente relacionado com: • prevenção; • planejamento; • controle; • alteração; • reparação de lesões ambientais e da saúde humana. Estão ligados a empresas, ao governo e às pessoas em geral. Podem ser aplicados direta ou indiretamente no processo. Ao exemplificar os custos ambientais, podemos apresentar: • custos diretos: · contratação de mão de obra qualificada; · materiais de produção; · tratamento de resíduos · transporte de resíduos sólidos e líquidos; · armazenamento de resíduos sólidos e líquidos; · matéria-prima alternativa; · manipulação de sólidos e líquidos. • custos indiretos: · mitigação; · multas de natureza socioambientais; · seguro relacionado a questões socioambientais; · compensações a terceiros por danos ambientais; · taxas de contaminação de águas; · gestão socioambiental; · honorários de consultoria; · inspeção. Custo socioambiental abrange os gastos decorrentes de imposição legal ou por decisão voluntária da entidade com o consumo de bens ou serviços de natureza socioambiental, componentes da elaboração de outros bens ou serviços, objetos da atividade organizacional. Como exemplo, os custos com serviços de sequestro de carbono (FERREIRA, 2012). 30 Capítulo 3 Hansen e Mowen (2001) separam os custos socioambientais em: • prevenção – procedentes da produção de elementos contaminantes, atividades ou desperdícios que causem danos; • detecção – empregados na análise para verificar se os processos produtivos estão em compliance (conformidade) com as normas e legislações pertinentes. Também empregados nas auditorias socioambientais; • falhas internas – decorrentes de atividades executadas em função da identificação da produção de contaminantes e resíduos ainda no processo de produção; • falhas externas – provenientes de ações executadas após o descarte de contaminantes e do desperdício ao meio. Para Moura (2006), há custos com o controle da qualidade socioambiental (basicamente de prevenção e de avaliação ou monitoramento) e com a falta de qualidade socioambiental (falhas internas, falhas externas e intangíveis). Carvalho (2008) afirma que custo socioambiental expressa recursos consumidos por uma determinada organização em seu processo produtivo que tenham o objetivo de mitigar e prevenir os impactos socioambientais. Esses impactos decorrem pelo processo operacional (produção, comercialização ou prestação de serviços). 1.5 Despesa socioambiental Despesa socioambiental também é um gasto gerado pelo consumo de bens e serviços ambientais, porém, esses bens e serviços não incorporam o produto, a mercadoria ou o serviço final. Decorre da necessidade de recuperação de áreas degradas (solo, água ou ar) e depreciação das tecnologias limpas, poluentes, de limpeza, de prevenção na emissão de resíduos ou para a conservação de recursos naturais. Também abrange ações de prevenção e treinamento (FERREIRA, 2012). 31 Informações Socioambientais Seção 2 Registros contábeis socioambientais Os registros contábeis são técnicas utilizadas para o registro de fatos contábeis, a partir das contas oriundas do plano de contas. Os dados imputados com os registros contábeis são processados e, desse processamento, são elaboradas as demonstrações e os relatórios contábeis e gerenciais. Assim, os fatos contábeis relacionados aos acontecimentos socioambientais provocam o registro na contabilidade, fontes de dados para as demonstrações e relatórios socioambientais. Seção 3 Demonstrações e relatórios contábeis e gerenciais socioambientais As demonstrações e os relatórios contábeis e gerenciais são documentos elaborados pelo departamento e/ou por profissionais da contabilidade a partir das transações que ocorreram nas organizações. Independentemente da busca pela obtenção ou não de lucros econômicos, toda organização que possui um patrimônio emitirá demonstrações e relatórios contábeis e gerenciais. Apesar de não haver obrigatoriedade pelos organismos normativos e fiscalizatórios da contabilidade, algumas organizações elaboram e publicam documentos que expressam suas políticas e ações socioambientais. Na maior parte das vezes, essa atitude é impulsionada pelo objetivo de promoção de sua imagem perante a sociedade em geral. Na sequência, serão apresentados alguns exemplos de demonstrações e relatórios contábeis e gerenciais que possuem informações socioambientais. 32 Capítulo 3 3.1 Balanço patrimonial (BP) O balanço patrimonial é um demonstrativo contábil obrigatório pelos órgãos da contabilidade brasileira a todas as organizações, independentemente de seu porte, forma de tributação ou finalidade (fins lucrativos ou não lucrativos). “O balanço tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial da empresa em determinada data, representando, portanto, um posição estática” (MARTINS, et al, 2013, p. 2). “No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia” (Lei nº 6.404/1976). Mesmo não havendo a obrigatoriedade da identificação dos elementos patrimoniais socioambientais no BP, essa demonstração pode e deve conter os seus respectivos ativos e passivos. 3.2 Relatório da administração O relatório da administração não faz parte do conjunto de demonstrações contábeis propriamente ditas. Por esse motivo, não está na lista de demonstrativos contábeis obrigatórios, porém, há obrigatoriedade imposta a algumas empresas por força do artigo nº 133 da Lei nº 6.404/1973. Sua elaboração deve atender às orientações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme disposição da Lei nº 6.385/1976 e do Decreto nº 3.995/2001. Art. 133. Os administradores devem comunicar, até 1 (um) mês antes da data marcada para a realização da assembleia-geral ordinária, por anúncios publicados [...], que se acham à disposição dos acionistas: I – o relatório da administração sobre os negócios sociais e os principais fatos administrativos do exercício findo [...]. Esse relatório deve evidenciar os negócios sociais e principais fatos administrativos ocorridos no exercício social (período de tempo a que o documento abrange), os investimentos aplicados em outras empresas, a política de distribuição de dividendos (parcela de lucros a serem distribuídos a um grupo de acionistas), a política de reinvestimentos de lucros (aplicação dos resultados positivos da organização não distribuídos aos acionistas) e divulgação de informações quanto a riscos que envolvem os negócios (MARTINS et al, 2013). 33 Informações Socioambientais A Deliberação CVM n. 676 / 2011 determina que as companhias de capital aberto publiquem em seus Relatórios da Administração, além do conteúdo exigido por lei, os seguintes aspectos: • os principais fatores e influências que interferem no desempenho da organização, incluindo: · alterações no meio socioambiental; · respostas da entidade a essas alterações; · seus efeitos; e · a política de investimento da entidade para manter e melhorar seu desempenho; • as fontes de financiamento da entidade e a respectiva relação pretendida entre passivos e o patrimônio líquido; e • os recursos da entidade não reconhecidos nas demonstrações contábeis de acordo com os Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações do CPC. Respeitando-se as devidas finalidades do relatório da administração, as questões socioambientais devem ser abrangidas. 3.3 Demonstração do valor adicionado (DVA) A DVA é um demonstrativo contábil obrigatório para as companhias abertas. Sua elaboração foi instituída pela Lei nº 11.638/2007. Conforme Martins et al (2013, p. 5): a DVA tem como objetivo principal informar o valor da riqueza criada pela empresa e a forma de sua distribuição. Não deve ser confundida com a demonstração do resultado do exercício, pois esta tem suas informações voltadas quase que exclusivamente para os sócios e acionistas, principalmente na apresentação do lucro líquido, enquanto a DVA está dirigida para a geração de riquezas e sua respectiva distribuição pelos fatores de produção (capital e trabalho) e ao governo. 34 Capítulo 3 As informações socioambientais aparecem mais explicitamente na DVA no item 8 de sua estrutura, onde são descritos os valores da riqueza gerada pela organização para com: • o pessoal (na forma de remuneração direta, de benefícios e do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço); • impostos, taxas e contribuições (em níveis federal, estadual e municipal); • remuneração de capitais de terceiros (juros, aluguéis e outras distribuições a terceiros); • remuneração de capitais próprios (juros, dividendos, lucro retidos, prejuízos de exercícios e juros sobre o capital próprio) (CPC 9, 2008). A partir dos dados da DVA é possível identificar indicadores da distribuição da riqueza gerada. 3.4 Balanço social, balanço socioambiental ou relatório de sustentabilidade O balanço social apresenta de forma pontual a interação da empresa, abrangendo todos os níveis de atividades, com o meio em que está inserida. Incorpora quatro dimensões (MARTINS et al, 2013): • Balanço ambiental – postura da empresa frente aos recursos naturais, envolvendo gastos e políticas com a preservação, proteção e recuperação, bem como informações quanto a poluentes, produção de resíduos e outros danos ao meio ambiente. • Balanço de recursos humanos – perfil da força de trabalho, remuneração, benefícios aplicados, acesso à educação e à saúde, meios de locomoção e recreação para os empregados, dentre outros. • Demonstração do valor adicionado (apresentada na seção 3.3 deste capítulo). • Benefícios e contribuições à sociedade em geral. Ao incorporar elementos de natureza ambiental, frequentemente o balanço social é denominado por algumas organizações como balanço socioambiental. A forte ligação com o desenvolvimento sustentável provoca a denominação de “relatório de sustentabilidade”. 35 Informações Socioambientais Esse documento consiste em um instrumento de gestão e evidenciação de informações, de forma transparente, e que reflete o desempenho de uma entidade, assim como sua preocupação com os recursos físicos, financeiros e humanos. Tem a finalidade de tornar conhecida publicamente a responsabilidade socioambiental. É uma forma de prestar contas à comunidade interna e externa pelo uso dos recursos naturais (materiais e humanos) (GOMES, 2013). Pode-se afirmar que o balanço socioambiental tem características da accountability 1. Quatro são os principais interessados nas informações geradas pelo balanço socioambiental, de acordo com Gomes (2013): • Gestores – informações sobre programas desenvolvidos e as responsabilidades socioambientais assumidas pela organização e que são relevantes ao processo de tomada de decisões. • Funcionários – informações sobre os investimentos empregados na qualidade das condições de trabalho e na qualidade de vida do trabalhador. • Sociedade – informações para análise do compromisso socioambiental assumido pela entidade. • Governo – informações que subsidiem a elaboração de normas, leis e o estabelecimento de políticas, bem como para a determinação da carga tributária sobre produtos, mercadorias e serviços. Mesmo sem exigência legal para sua constituição, esse relatório (balanço social, balanço socioambiental ou relatório de sustentabilidade) é elaborado: • pela necessidade de prestação de esclarecimentos em relação às políticas e práticas socioambientais; • para provas do cumprimento de legislação trabalhista e reivindicações sindicais; • pela necessidade da transparência; • pela divulgação da postura proativa da organização frente aos problemas socioambientais atuais (MARTINS et al, 2013). Apesar de existirem diferentes motivações que deflagram a elaboração e divulgação das demonstrações e relatórios (disclosure obrigatória e voluntária), além dos exemplos citados nesta seção, não se pode negar a importância das ações organizacionais na atual relação do homem em seu meio socioambiental. 1 Conceito que está relacionado a responsabilidade, responsabilização, prestação de contas e transparência. A accountability estabelece responsabilidades, dá o direito de agir, porém, exige transparência e prestação de contas aos stakeholders (CREPALDI, 2013). 36 Capítulo 3 Referências bibliográficas BRASIL. Decreto n. 3.995, de 31 de outubro de 2001. Altera e acresce dispositivos à Lei n. 6.385, de 07 de dezembro de 1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários, nas matérias reservadas a decreto. Brasília, 2001. BRASIL. Lei n. 11.637, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei n. 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Brasília, 2007. BRASIL. Lei n. 6.385, de 07 de dezembro de 1976. Dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários. Brasília, 1976. BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações. Brasília, 1976. CARVALHO, Gardênia Maria Braga. Contabilidade ambiental: teoria e prática. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2008. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM). Deliberação CVM n. 676, de 13 de dezembro de 2011. Aprova o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata da Apresentação das Demonstrações Contábeis. Rio de Janeiro, 2011. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). CPC n. 09, de 30 de outubro de 2008. Demonstração de Valor Adicionado. Brasília, 2008. CREPALDI, Marcos. Definição de critérios para avaliação de processos de tecnologia da informação (TI) considerando accountability no gerenciamento de riscos:um estudo em instituições financeiras bancárias no Brasil. 2013. 110 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2013. FERREIRA, Aracéli Cristina de Sousa. Contabilidade ambiental: uma informação para o desenvolvimento sustentável – inclui Certificados de Carbono. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012. GOMES, Sonia Maria Silva. Controladoria ambiental: gestão social, análise e controle. São Paulo: Atlas, 2013. 37 Informações Socioambientais HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne M. Gestão de custos: contabilidade e controle. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001. MARTINS, Eliseu; GELBECKE, Ernesto Rubens; SANTOS, Ariovaldo; IUDÍCIBUS, Sérgio. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as empresas – de acordo com as normas internacionais e do CPC. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013. MOURA, Luiz Antônio Abdalla de. Economia ambiental: gestão de custos e investimento. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2006. TINOCO, João Eduardo Prudêncio; KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade e gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2004. 39 Capítulo 4 Indicadores ambientais de desempenho sustentável Seção 1 Indicadores socioambientais A palavra “indicador” provém do termo do latim indicare, que significa: descobrir, apontar, anunciar, estimar (HAMMOND, et al, 1995). Ao longo dos anos, diversos autores tentaram conceituar indicador socioambiental, porém, não há consenso. Acreditamos ser oportuno destacar o conceito utilizado pelo Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, [2016?]): [...] informações quantificadas, de cunho científico, de fácil compreensão usadas nos processos de decisão em todos os níveis da sociedade, úteis como ferramentas de avaliação de determinados fenômenos, apresentando suas tendências e progressos que se alteram ao longo do tempo. Permitem a simplificação do número de informações para se lidar com uma dada realidade por representar uma medida que ilustra e comunica um conjunto de fenômenos que levem a redução de investimentos em tempo e recursos financeiros. Indicadores ambientais são estatísticas selecionadas que representam ou resumem alguns aspectos do estado do meio ambiente, dos recursos naturais e de atividades humanas relacionadas. 40 Capítulo 4 Os indicadores socioambientais são elementos quantitativos e qualitativos de informações ligadas à responsabilidade socioambiental e ao desenvolvimento sustentável. Passamos agora a analisar alguns modelos de sistemas de indicadores socioambientais. Seção 2 Modelos de indicadores socioambientais Apesar da diversidade de sistemas de indicadores socioambientais, limitaremos a apresentação de três modelos: IBASE, ETHOS e CFC. 2.1 Modelo IBASE No Brasil, a primeira tentativa de elaboração de um modelo de indicadores socioambientais foi iniciada pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE). O objetivo do documento era conscientizar os empresários e a sociedade em geral da responsabilidade frente às questões socioambientais. O desenvolvimento econômico, social e ambiental nacional começou a se tornar foco na gestão organizacional (GOMES, 2013). Os indicadores estavam divididos em: Quadro 4.1 – Indicadores socioambientais – modelo IBASE Abrangência Indicadores Sociais internos Alimentação Encargos sociais compulsórios Previdência privada Saúde Segurança e saúde no trabalho Educação Cultura Capacitação e desenvolvimento profissional Creches ou auxílio-creche Participação nos lucros ou resultados 41 Informações Socioambientais Sociais externos Cultura Saúde e saneamento Esporte Combate à fome e segurança alimentar Tributos Ambientais Investimentos em programas ou projetos externos Investimentos relacionados com a produção/operação da empresa Corpo funcional Número de admissões durante o período Número de empregados terceirizados Número de estagiários Número de mulheres que trabalham na empresa Percentual de cargos de chefia ocupados por mulheres Número de negros que trabalham na empresa Percentual de cargos de chefia ocupados por negros Número de pessoas com deficiência ou necessidades especiais Exercício da cidadania empresarial Número total de acidentes de trabalho Definição de projetos sociais e ambientais Definição dos padrões de segurança e salubridade no ambiente de trabalho Posição da empresa quanto à liberdade sindical, ao direito de negociação coletiva e à representação interna dos trabalhadores Previdência privada Participação nos lucros e resultados Padrões éticos e de responsabilidade social e ambiental adotados pela empresa na seleção de fornecedores Incentivo à participação de empregados em programas de trabalho voluntário Número total de reclamações e críticas de consumidores Percentuais reclamações e críticas solucionadas Distribuição do valor adicionado Outros Outros indicadores socioambientais pertinentes à atividade empresarial Fonte: Adaptado de Gomes (2013, p. 108). Nota-se que o foco dos indicadores apresentados anteriormente refere-se muito mais ao segmento social do que ambiental propriamente dito. Vale ressaltar que, no princípio da disseminação do balanço social, o foco principal não era o ambiente como um todo, e, sim, os aspectos sociais. Lembre-se da evolução da nomenclatura estudada anteriormente. 42 Capítulo 4 2.2 Modelo ETHOS O foco do modelo de indicadores socioambientais e de responsabilidade socioambiental do Instituo ETHOS tem caráter diagnóstico para o gerenciamento das ações corporativas. Quadro 4.2 – Modelo Instituto ETHOS Dimensões Subtema Indicadores Valores e transparência Autorregulação da conduta Compromisso ético Enraizamento da cultura organizacional Governança corporativa Relações com a concorrência Diálogo e engajamento das partes interessadas (stakeholders) Balanço social Público interno Diálogo e participação Relações com sindicatos Gestão participativa Respeito ao indivíduo Compromisso com o futuro das crianças Compromisso com o desenvolvimento infantil Valorização da diversidade Compromisso com a não discriminação e promoção da equidade racial Compromisso da empresa com a promoção da equidade de gênero Relação com trabalhadores terceirizados Trabalho decente Política de remuneração, benefícios e carreira Cuidados com a saúde, segurança e condições de trabalho Compromisso com o desenvolvimento profissional e a empregabilidade Comportamento nas demissões Preparação para a aposentadoria 43 Informações Socioambientais Meio ambiente Responsabilidade frente às gerações futuras Compromisso com a melhoria da qualidade ambiental Educação e conscientização ambiental Gerenciamento do impacto ambiental Gerenciamento do impacto no meio ambiente e do ciclo de vida de produtos e serviços Sustentabilidade da economia florestal Minimização de entradas e saídas de materiais Fornecedores Seleção, avaliação e parceria com fornecedores Critérios de seleção e avaliação de fornecedores Trabalho infantil na cadeia produtiva Trabalho forçado (ou análogo ao escravo) na cadeia produtiva Apoio ao desenvolvimento de fornecedores Consumidores e clientes Dimensão social do consumo Políticas de comunicação comercial Excelência do atendimento Conhecimento e gerenciamento dos danos potenciais dos produtos e serviços Comunidade Relações com a comunidade local Gerenciamento do impacto da empresa na comunidade de entorno Relações com organizações locais Ação social Financiamento da ação social Envolvimento com a ação social Governo e sociedade Transparência política Contribuições para campanhas políticas Construção da cidadania pelas empresas Práticas anticorrupção e antipropina Liderança social Liderança e influência social Participação em projetos sociais governamentais Fonte: Adaptado de Gomes (2013, p. 110-111). Os focos desse modelo são a ética, o diálogo permanente, a transparência, o marketing responsável e a aprendizagem. Nota-se a inclusão de temas bastante atuais, como a legislação anticorrupção,por exemplo. 2.3 Modelo CFC O Conselho Federal de Contabilidade, órgão de regulamentação e fiscalização da atividade contábil no Brasil, estabelece procedimentos para evidenciação de informações de natureza social e ambiental. 44 Capítulo 4 Quadro 4.3 – Modelo Instituto CFC Dimensões Indicadores Geração e distribuição de riqueza Distribuição do valor adicionado Recursos humanos Remuneração e benefícios (*) Composição do corpo funcional (**) Contingências e passivos trabalhistas (***) Ambiente externo Educação Cultura Saúde e saneamento Esporte e lazer Alimentação Número de reclamações diretas à entidade Numero de reclamações via órgãos externos Número de reclamações judiciais Montante de multas e indenizações a clientes Ações de saneamento ou minimização de reclamações Critérios para seleção de fornecedores Meio ambiente Investimentos e gastos com manutenção de processos de melhoria do meio ambiente Investimentos e gastos com a educação ambiental Investimentos e gastos para preservação ou recuperação de ambientes degradados Investimentos e gastos com projetos ambientais Quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais Valor das multas e indenizações relativas à matéria ambiental Passivos e contingências ambientais (*) Discriminação por concessão a empregados, administradores, terceirizados e autônomos; relação dos maiores e menores valores de remuneração e benefícios; gastos com encargos, alimentação, transporte, previdência privada, saúde, segurança e medicina do trabalho, educação, cultura, capacitação e desenvolvimento profissional, creches e auxílio-creche e participação nos lucros ou resultados. (**) Total de empregados, total de admissões, total de demissões, total de estagiários, total de empregados portadores de necessidades especiais, total de prestadores terceirizados, total de empregados por sexo, total de empregados por faixa etária, total de empregados por nível de escolaridade e percentual de ocupantes de cargos de chefia por sexo. (***) Número de processos trabalhistas e total de indenizações e multas pagas por determinação judicial. Fonte: Adaptado da NBC T nº 15 (CFC, 2004). Vale ressaltar que o Brasil aderiu às Normas Internacionais de Contabilidade em 2007. A partir desse momento, as normas que regem as práticas contábeis nacionais estão sendo adequadas ao padrão internacional. No entanto, não há padrão internacional relacionado às informações socioambientais, permanecendo em vigor a norma contábil de 2004. 45 Informações Socioambientais Referências bibliográficas BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Indicadores ambientais. Brasília, [2016?]. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/informacao- ambiental/sistema-nacional-de-informacao-sobre-meio-ambiente-sinima/ indicadores>. Acesso em: 11 ago. 2016. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). NBC T 15, de 19 de agosto de 2004. Informações de natureza social e ambiental. Brasília, 2004. GOMES, Sonia Maria Silva. Controladoria ambiental: gestão social, análise e controle. São Paulo: Atlas, 2013. HAMMOND, Allen; ADRIAANSE, Albert; RODENBURG, Eric; BRYANT, Dirk; WOODWARD, RICHARD. Environmental indicators: a systematic approach to measuring and reporting on environmental policy performance in the context of sustainable development. Washington: Word Resources Institut, 1995. http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/informacao-ambiental/sistema-nacional-de-informacao-sobre http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/informacao-ambiental/sistema-nacional-de-informacao-sobre http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/informacao-ambiental/sistema-nacional-de-informacao-sobre 47 Considerações Finais Ao encerrar, esperamos que os conceitos apresentados na unidade de aprendizagem Informações Socioambientais desencadeiem reflexões positivas acerca da utilização dos recursos naturais, tanto em nível organizacional quanto pessoal. Todos nós somos responsáveis pelo entorno de onde vivemos. Os órgãos normativos estão empenhados em construir um conjunto de regras que garantam a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental. Para isso, as informações e os indicadores socioambientais possuem expressiva importância. É necessário conhecer para poder preservar, recuperar, utilizar de forma sustentável os recursos e, ao mesmo tempo, promover o desenvolvimento social e econômico. Mesmo parecendo que nossas ações diárias voltadas à responsabilidade socioambiental e ao desenvolvimento sustentável são muito pequenas, e que provavelmente não provocarão expressivas interferências ao meio, elas devem se praticadas. Pois, havendo um conjunto de posicionamentos proativos individuais, teremos mudanças de comportamentos que afetarão substancial e positivamente o meio. Professor Marcos Crepaldi 49 Referências BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN). Resolução n. 4.327, de 27 de abril de 2014. Dispõe sobre as diretrizes que devem ser observadas no estabelecimento e na implementação da Política de Responsabilidade Socioambiental pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. 2014. BIGUELINI, Cristina Poll; BUSSOLARO, Bernadete; SILVA, Ivanir Ortega Rodrigues. Revisão do processo de desenvolvimento histórico-filosófico dos conceitos de natureza com vistas ao meio ambiente. Geoingá, Maringá, v. 4, n. 1, p. 73-88, 2012. BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Indicadores ambientais. Brasília, [2016?]. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/governanca-ambiental/informacao- ambiental/sistema-nacional-de-informacao-sobre-meio-ambiente-sinima/ indicadores>. Acesso em: 11 ago. 2016. BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Responsabilidade socioambiental. Brasília, [2016?]. Disponível em: <www.mma.gov.br/responsabilidade- socioambiental>. Acesso em: 11 ago. 2016. BRASIL. Decreto n. 3.995, de 31 de outubro de 2001. Altera e acresce dispositivos à Lei n. 6.385, de 07 de dezembro de 1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários, nas matérias reservadas a decreto. Brasília, 2001. BRASIL. Lei n. 10.650, de 16 de abril de 2003. Dispõe sobre o acesso aos dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do Sisnama. Brasília, 2003. BRASIL. Lei n. 11.637, de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei n. 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. Brasília, 2007. BRASIL. Lei n. 6.385, de 07 de dezembro de 1976. Dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de Valores Mobiliários. Brasília, 1976. BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações. 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Aprova o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata da Apresentação das Demonstrações Contábeis. Rio de Janeiro, 2011. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). CPC n. 09, de 30 de outubro de 2008. Demonstração de Valor Adicionado. Brasília, 2008. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). NBC T 15,de 19 de agosto de 2004. Informações de natureza social e ambiental. Brasília, 2004. CREPALDI, Marcos. Definição de critérios para avaliação de processos de tecnologia da informação (TI) considerando accountability no gerenciamento de riscos: um estudo em instituições financeiras bancárias no Brasil. 2013. 110 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2013. FERREIRA, Aracéli Cristina de Sousa. Contabilidade ambiental: uma informação para o desenvolvimento sustentável – inclui Certificados de Carbono. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012. FERREIRA, José Maria Carvalho. Élisée reclus: vida e obra de um apaixonado da natureza e da anarquia. Verve, n. 10, p. 109-134, 2006. GOMES, Sonia Maria Silva. Controladoria ambiental: gestão social, análise e controle. São Paulo: Atlas, 2013. HAMMOND, Allen; ADRIAANSE, Albert; RODENBURG, Eric; BRYANT, Dirk; WOODWARD, RICHARD. Environmental indicators: a systematic approach to measuring and reporting on environmental policy performance in the context of sustainable development. Whashington: Word Resources Institut, 1995. HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne M. Gestão de custos: contabilidade e controle. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001. KESSELRING, Thomas. O conceito de natureza na história do pensamento ocidental. Episteme, Porto Alegre, n. 11, p. 153-172, jul./dez. 2000. MARTINS, Eliseu; GELBECKE, Ernesto Rubens; SANTOS, Ariovaldo; IUDÍCIBUS, Sérgio. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as empresas – de acordo com as normas internacionais e do CPC. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013. Informações Socioambientais 51 MORIN, Edgar. O método IV: a humanidade da humanidade. Porto Alegre: Sulina, 2002. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 2. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, UNESCO, 2000. MOURA, Luiz Antônio Abdalla de. Economia ambiental: gestão de custos e investimento. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2006. TINOCO, João Eduardo Prudêncio; KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade e gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2004. UGARTE, Maria Cecília Donaldson. O corpo utilitário: da revolução industrial à revolução da informação. In: IX SIMPÓSIO INTERNACIONAL PROCESSO CIVILIZADOR, 2005, Ponta Grossa, nov. 2005. 52 53 Sobre o Professor Conteudista Marcos Crepaldi Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade do Vale dos Rios dos Sinos (2013), especialista em Contabilidade Gerencial pela Universidade do Sul de Santa Catarina (2002), graduado em Ciências Contábeis pela Universidade do Sul de Santa Catarina (1998) e graduado em Filosofia pela Universidade do Sul de Santa Catarina (1995). Coordenador geral do Curso de Graduação em Ciências Contábeis na Universidade do Sul de Santa Catarina. Coordenador dos cursos de pós-graduação na área contábil em Tubarão e Braço do Norte. Professor na Universidade do Sul de Santa Catarina nas modalidades presencial e a distância. Currículo Lattes: <http://lattes.cnpq.br/2645473137972259> http://lattes.cnpq.br/2645473137972259 w w w. u n i s u l . b r capa.pdf 1 31/08/16 10:31 Introdução Capítulo 1 O homem e o meio socioambiental Capítulo 2 Legislação e normatização socioambiental Capítulo 3 Plano de contas, registros, demonstrações e relatórios contábeis e gerenciais socioambientais Capítulo 4 Indicadores ambientais de desempenho sustentável Considerações Finais Referências Sobre o Professor Conteudista
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