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Apostila Contabilidade Ambiental 2019

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1
CONTABILIDADE AMBIENTAL
CONTABILIDADE 
AMBIENTAL
AUTORIA
Joseane Duarte Ouro Alves
32
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
A474c Alves, Joseane Duarte Ouro
 Contabilidade ambiental / Joseane Duarte Ouro Alves. – Vitoria : Multivix, 2019.
 47 f. ; 30 cm 
 Inclui referências.
1. Contabilidade 2. Contabilidade ambiental 3. Auditoria ambiental I.Faculdade Multivix II. Título. 
 CDD: 657.4
EDITORIAL
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix
2017 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
R E I T O R
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, desta-
cando-se pela oferta de cursos de graduação, 
técnico, pós-graduação e extensão, com quali-
dade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre 
primando pela qualidade de seu ensino e pela 
formação de profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo 
de Instituições de Ensino Superior que possuem 
conceito de excelência junto ao Ministério da 
Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas 
no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, 
que são consideradas conceitos de excelência 
em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam todas as 
unidades da Multivix entre as melhores do 
Estado do Espírito Santo e entre as 50 
melhores do país.
 
MISSÃO
Formar profissionais com consciência cidadã 
para o mercado de trabalho, com elevado 
padrão de qualidade, sempre mantendo a 
credibilidade, segurança e modernidade, 
visando à satisfação dos clientes e colabora-
dores.
 
VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior 
reconhecida nacionalmente como referên-
cia em qualidade educacional.
GRUPO
MULTIVIX
FACULDADE MULTIVIX
Diretor Executivo 
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
Conselho Editorial 
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão Técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
Design Editorial e Controle de 
Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Félix Soares
Multivix Educação a Distância
Gestão Acadêmica Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Direção EaD
Coordenação Acadêmica EaD
BIBLIOTECA MULTIVIX (DADOS DE PUBLICAÇÃO NA FONTE)
Alexandra Barbosa Oliveira CRB/6 00396
54
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
R E I T O R
APRESENTAÇÃO
DA DIREÇÃO 
EXECUTIVA
Prof. Tadeu Antônio
de Oliveira Penina
Diretor Executivo do 
Grupo Multivix
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte do 
maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoeiro 
de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São 
Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no 
mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos 
de graduação, pós-graduação e extensão de quali-
dade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, 
Exatas, Humanas e Saúde, tanto na modalidade 
presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprovada pelo 
MEC, que coloca todas as unidades do Grupo 
Multivix como parte do seleto grupo das Institu-
ições de Ensino Superior de excelência no Brasil, 
contando com sete unidades do Grupo entre as 
100 melhores do País, a Multivix preocupa-se 
bastante com o contexto da realidade local e 
com o desenvolvimento do país. E para isso, 
procura fazer a sua parte, investindo em projetos 
sociais, ambientais e na promoção de oportuni-
dades para os que sonham em fazer uma facul-
dade de qualidade mas que precisam superar 
alguns obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão 
que é: “Formar profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho, com 
elevado padrão de qualidade, sempre man-
tendo a credibilidade, segurança e moderni-
dade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade 
sempre foi a melhor resposta para um país 
crescer. Para a Multivix, educar é mais que 
ensinar. É transformar o mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 6
A CONTABILIDADE AMBIENTAL 9
2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE AMBIENTAL 14
3 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE AMBIENTAL 17
3.1 REGISTROS AMBIENTAIS 18
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL 20
4.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E EMPRESA RESPONSÁVEL 23
4.2 ECOEFICIÊNCIA 27
4.3 O BALAÇO SOCIAL 29
4.4 IMPACTOS AMBIENTAIS 29
ATIVOS E PASSIVOS AMBIENTAIS 32
5.1 ATIVOS AMBIENTAIS 32
5.1.1 EXEMPLOS DE ATIVOS AMBIENTAIS 32
5.1.2 ATIVO AMBIENTAL NÃO CIRCULANTE 33
5.2 PASSIVO AMBIENTAL 35
5.2.1 PASSIVOS AMBIENTAIS: OUTROS CONCEITOS 36
5.2.2 RECONHECIMENTO DO PASSIVO AMBIENTAL: 37
RECEITA, DESPESAS E CUSTOS AMBIENTAIS 38
6.1 RECEITAS AMBIENTAIS 38
6.2 CUSTOS AMBIENTAIS 38
6.2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS AMBIENTAIS: 39
6.3 DESPESAS AMBIENTAIS 40
6.4 EVIDENCIAÇÕES AMBIENTAIS 40
6.4.1 EVIDENCIAÇÕES AMBIENTAIS NAS NOTAS EXPLICATIVAS 42
REFERÊNCIAS 44
1
2
3
4
7
6
5
76
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
1 INTRODUÇÃO
A contabilidade, como uma das ciências mais antigas do mundo, surgiu com o objeti-
vo de fornecer informações aos usuários internos e externos da empresa, no que tange 
a sua natureza econômica e financeira. De acordo Sa (2002); Ribeiro (2010) apontam 
que com a história e até mesmo com os registros encontrados, a contabilidade sur-
giu juntamente com a civilização, evoluiu e jamais deixará de existir em razão de sua 
importância. Desde que o homem se preocupou com o amanhã, preocupou-se, tam-
bém, em fazer contas, mas, em verdade, nem sempre soube, racionalmente, o que fa-
zer com as informações que guardou, e a contabilidade está representada na ciência 
que estuda os fenômenos patrimoniais, preocupando-se com realidades, evidencias e 
comportamentos dos mesmos, em relação à eficácia funcional das células sociais (SÁ; 
2002). A origem da contabilidade apresenta-se juntamente com a enorme necessida-
de de registro do comércio, que na época era realizado através de simples relatórios 
sobre os fatos contábeis. O Homem quanto mais adquiria bens, maior era sua preocu-
pação em saber o quanto poderia render e aumentar as suas posses (COSTA, 2012). 
O objeto da contabilidade, por sua vez, é o patrimônio das empresas. Patrimônio este 
representado por um conjunto de bens, de direitos e obrigações. Costa (2012) salienta 
que o consagrado objeto desta ciência, ou seja, a riqueza das células sociais passou, 
instintivamente, por uma ampliação indagativa. Hoje, no século XXI, mais ampla são 
as responsabilidades do profissional contábil, devido a fatores como globalização, ino-
vações tecnológicas e frequentes mudanças ocorridas na classe. A História da Conta-
bilidade, portanto, encontra suas bases nas mais remotas idades, mas sua dignidade 
científica só ocorreu quando as demais disciplinas também encontraram tal caminho 
(SÁ, 1997). De acordo com Ribeiro (2010), a contabilidade possui quatro dimensões: I. 
Jurídica: que considera a distinção entre os interesses dos proprietários e da empresaem si; II. Econômica: que analisa o aspecto patrimonial da entidade; III. Organizacional: 
que examina a atuação dos gestores responsáveis pelo controle dos recursos possuí-
dos pela entidade; IV. Social: que valora os benefícios para a sociedade.
Um grande diferencial para as empresas atualmente, está no seu compromisso com 
a sociedade, tendo em vista, os recursos produtivos serem praticamente trabalha-
dos de forma idêntica, gerando assim, até mesmo um fator de competitividade num 
mercado cada vez mais acirrado. O registro, a acumulação, a mensuração, a avaliação, 
bem como a divulgação das atividades e operações das empresas, dos governos e 
das organizações em geral são feitos pela Contabilidade, desde há muito tempo, de 
forma sistêmica, através das demonstrações contábeis. Foi no Oriente, especialmente 
na China, na índia, no Egito, e também na Grécia, que os primeiros registro e estudos 
de Contabilidade se deram, ocorrendo paralelamente com o aprendizado e o desen-
volvimento da aritmética e da matemática. Esses conhecimentos foram disseminados 
através do mundo pelos árabes, que há muito tempo tinham grande preocupação 
com o desenvolvimento cultural, técnico e científico. Posteriormente, tivemos o flores-
cimento e o apogeu do comércio, a partir do século XII, cujas cidades mais importan-
tes ficavam na Europa, especialmente na Itália, destacando-se: Pisa, Veneza, Gênova, 
Florença e Amalfi. Foi em Pisa, em 1249, que surgiu uma obra de importância capital, 
que tratava de cálculo comercial, escrita por Leonardo Fibonacci, que aprendeu com 
os árabes quando viveu e estudou na África do Norte. Para alguns pesquisadores con-
tábeis, esta obra representa o marco divisório entre a Contabilidade Antiga e a Conta-
bilidade Moderna.
Ao longo de vários séculos, o homem, através de suas atividades de exploração dos 
recursos naturais, comprometeu e ainda está comprometendo o padrão de vida da 
sociedade, causando diversos malefícios à população devido aos impactos ambientais 
decorrentes de suas atividades. A ameaça do aquecimento global deu ao termo globa-
lização um novo sentido, que vai muito além da integração dos mercados. Trata-se de 
um senso compartilhado de responsabilidade perante o planeta. A ameaça de mudan-
ça do clima nunca foi tão real. Ela vai transformar a vida dos indivíduos, dos governos e 
das empresas e tais problemas originam-se da maneira pela qual os recursos naturais 
estão sendo consumidos e na relação das consequências advindas deste consumo. 
A sociedade moderna, caracterizada pelo uso de máquinas e equipamentos, tais 
como: eletrodomésticos, transportes à base de combustíveis fósseis, computadores, 
telefones celulares, entre outros, embora satisfaçam as necessidades e desejos da so-
ciedade, podem ao mesmo tempo, trazer doenças e a escassez de recursos naturais 
necessários para a sobrevivência do planeta. 
Manter o grau de necessidades e desejos da população permitindo que os recursos 
naturais estejam disponíveis para gerações futuras é um dilema que as organizações 
estão enfrentando nos últimos anos, principalmente, após a conscientização da socie-
dade em relação à capacidade da natureza suportar todo esse consumo. 
Para atender às determinações legais, bem como às exigências decorrentes da cons-
98
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
cientização da sociedade (consumidores, fornecedores, organizações não governa-
mentais, governo, etc.), as empresas estão desenvolvendo diversas ações as quais pro-
movem o desenvolvimento sustentável. Para mensurar essas constantes mutações no 
meio ambiente, as organizações ligadas diretamente à extração de recursos naturais 
estão implantando o Sistema de Gestão Ambiental – SGA, como meio de controle e 
divulgação das ações empreendidas em prol da preservação ambiental e do desen-
volvimento sustentável.
Dentro deste contexto, a contabilidade ambiental está sendo uma grande conquista 
para a classe contábil, pois além de ter uma legislação bem elaborada acerca do meio 
ambiente, está sendo de grande valia para as organizações, identificando, avaliando, 
registrando, demonstrando e analisando os fatos ambientais decorrentes de sua ati-
vidade exploratória. Ao mesmo tempo, a mensuração dos aspectos ambientais cons-
titui-se de um grande desafio para a contabilidade, podendo contribuir muito com 
a sociedade e com o governo, buscando soluções para os problemas sociais, pois ela 
como meio de informações, deve buscar responder a este novo desafio, satisfazendo 
aos usuários interessados na atuação das empresas sobre o meio ambiente e contri-
buindo para o sistema de gestão ambiental.
2 A CONTABILIDADE 
AMBIENTAL 
Muitos historiadores datam os primeiros sinais da existência de contas aproximada-
mente 2000 anos a.C. O homem primitivo, ao criar inúmeros instrumentos de caça e 
pesca, ao contar seus rebanhos e suas garrafas de bebidas, já praticavam uma forma 
rudimentar de Contabilidade. Com a invenção da escrita, logo foi possível localizar 
exemplos completos de Contabilidade mais precisamente no segundo milênio antes 
de Cristo, na civilização da Suméria, da Babilônia, no Egito e na China. É fato que até 
o aparecimento da moeda a Contabilidade teve uma lenta evolução, desde então, a 
Contabilidade teve seu florescer, principalmente, nas cidades italianas de Veneza, Gê-
nova, Florença, Pisa e outras. 
A necessidade de acompanhar a evolução do patrimônio foi o grande motivo para o 
desenvolvimento da Contabilidade. O capitalismo deu impulso definitivo para ciência 
firmar-se, aumentando sua eficácia. O progresso econômico e social da sociedade está 
diretamente ligado ao avanço da Contabilidade.
A Contabilidade, na qualidade de ciência aplicada, com metodologia especialmente 
concebida para captar, registrar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos que 
afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer entidade, seja 
ela pessoa física ou jurídica, possui um campo de atuação muito amplo. Sua função 
principal tem permanecido inalterada desde os seus primórdios que é prover os usu-
ários dos demonstrativos com informações que os ajudarão a tomar decisões. 
Com relação às questões que envolvem a contabilidade ambiental, ´´e relevante abor-
dar neste estudo, que a contabilidade é o registro do patrimônio das empresas, por 
meio dos bens, direitos e obrigações, sendo a contabilidade ambiental, também o 
registro deste patrimônio, porém com as obrigações sendo direcionadas para a em-
presa e para a preservação do meio ambiente, como também tem uma grande valia 
na tomada de decisões nas organizações (FERREIRA, 2006). Existe uma ampla relação 
da contabilidade com as demais ciências, pois como uma ciência social, a contabilida-
de, gera uma relação de interdisciplinaridade com os diversos ramos do saber. Costa 
(2012) ressalta que a contabilidade do meio ambiente tem crescido de importância 
para as empresas em geral porque a disponibilidade e/ ou escassez de recursos natu-
1110
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
rais e a poluição do meio ambiente tornaram-se objeto do debate econômico, político 
e social em todo o mundo. Os incidentes ambientais futuros serão menores à medida 
que as empresas corram menos risco financeiro, e a contabilidade através de sua téc-
nica, é capaz de gerar relatórios decisivos para a tomada de decisões. Uma empresa 
que necessite de captação de recursos, também pode conseguir menores taxas de 
juros já que o seu risco é bem menor. 
Queiroz (2000) afirma que a Contabilidade Ambiental não se refere a uma nova conta-
bilidade, mas as informações que relatem adequadamente, em termos econômicos, 
as ações ambientais de uma entidade que modifiquem seu patrimônio. Esse conjun-
to de informações não é outra contabilidade, mas uma especialização. No século XX, a 
partir dos anos 70, a preocupação com o meio ambiente tornou-se mais característica, 
sendo visto com olhos mais atentos da sociedade, sendo os problemas cada vez mais 
agravadose o que antes era considerado responsabilidade localizada, hoje deve ser 
encarado como responsabilidade globalizada. Costa (2012) preconiza que a contabili-
dade ambiental surgiu em 1970, quando as empresas passaram a dar um pouco mais 
de atenção aos problemas do meio ambiente. O autor acrescenta que a contabilidade 
ambiental é a contabilização dos benefícios e prejuízos que o desenvolvimento de um 
produto, ou serviço, pode trazer ao meio ambiente. 
Nos dias de hoje, a percepção de que as organizações estão comprometendo o pa-
drão de vida da sociedade por meio de suas atividades de exploração dos recursos 
naturais, de forma desordenada é uma realidade. Os problemas originam-se pela for-
ma como esses recursos têm sido consumidos ao longo dessas décadas, desde a Re-
volução Industrial. 
Dentro desse contexto, a conscientização ambiental passa a exigir novas formas de con-
duta e exploração dos recursos naturais por parte das organizações. Assim, surge a conta-
bilidade ambiental como ferramenta para mensuração e geração de informações úteis 
e relevantes, cujo objetivo principal é promover o crescimento econômico, juntamente 
com o desenvolvimento sustentável da região em que as empresas estão inseridas. 
Neste sentido Ribeiro & Martins (1998, p.5) destacam que: As demonstrações contábeis 
podem ser o canal adequado para tais evidenciações, principalmente porque nestes 
estão contidos todas as informações pertinentes à situação patrimonial e desempenho 
da empresa em um determinado período. A adição das informações de natureza am-
biental viria a enriquecer tais demonstrações, como também permitiria aos usuários 
melhores condições de acesso à informação para avaliar a grandeza dos investimentos 
ambientais comparativamente ao patrimônio e aos resultados no período.
Cada vez mais se ouve falar em desenvolvimento sustentável dentro das empresas. 
Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) da 
Organização das Nações Unidas, desenvolvimento sustentável “é aquele que atende 
às necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de que as gerações fu-
turas satisfaçam as suas próprias necessidades”. É o desenvolvimento que não esgota 
os recursos para o futuro.
Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do re-
conhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma 
nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta a manutenção de um 
meio ambiente equilibrado. Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com cresci-
mento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos natu-
rais. Esse tipo de crescimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos 
recursos naturais dos quais a humanidade depende. Atividades econômicas podem 
ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Dos recursos 
naturais depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o pró-
prio crescimento econômico. O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualida-
de em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o 
aumento da reutilização e da reciclagem. 
Ressalta-se, que o conjunto de ações planejadas acerca de desenvolvimento de um 
determinado projeto, deve-se levar em consideração os fatores não só econômicos, 
mas os fatores ecológicos. Sendo assim, a preocupação com o meio ambiente deve 
estar evidenciada neste conjunto de ações. Pode-se definir contabilidade ambiental 
como o estudo do patrimônio ambiental, bens, direitos e obrigações ambientais das 
entidades. Seu objetivo é fornecer aos seus usuários, internos e externos, informações 
sobre os eventos ambientais que causam modificações na situação patrimonial, bem 
como realizar sua identificação, mensuração e evidenciação (COSTA, 2012). 
Percebe-se que as organizações cada vez mais buscam informações a respeito das 
questões ambientais, e é notório o crescimento da contabilidade neste ramo, pois as 
questões ambientais hoje geram interesse por parte da população cada vez maior, 
até mesmo pelos fenômenos ambientais atuais. Daí surge à contabilidade ambien-
tal, como um ramo do saber essencial, para com as demais ciências, buscar cada vez 
1312
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
mais soluções sustentáveis, garantido as empresas, lucros, porém lucros estes que não 
podem ser maléficos para o meio ambiente. 
Para Albuquerque (2009), a contabilidade ambiental é um ramo de conhecimento 
recente que busca inserir a contabilidade dentro do âmbito da gestão de empresas 
preocupada com a questão ambiental. Entender a contabilidade ambiental é en-
tender o registro do patrimônio ambiental (bens, direitos e obrigações ambientais) 
de determinada entidade, e suas respectivas mutações, expressos monetariamente. 
Os programas de educação ambiental a serem desenvolvidos pelos países deveriam 
conscientizar as crianças sobre a importância de cuidar do meio ambiente. Entretanto, 
só a conscientização não seria suficiente para ações efetivas por parte delas enquanto 
crianças e, posteriormente, como adultos. 
Assim, seria fundamental a disseminação de um conhecimento adequado da ciência 
ambiental (FERREIRA 2006). No ano de 1998, a contabilidade ambiental ganhou sta-
tus perante o meio empresarial, quando foi concluído o relatório financeiro e contábil 
sobre passivo e custos ambientais pelo grupo de trabalho intergovernamental das Na-
ções Unidas de Especialistas em padrões Internacionais de Contabilidade e relatórios 
(ISAR-United Nations Intergovernanmental Working Group of Experts on International 
Standards of Accounting and Reporting).
Com o objetivo de fornecer aos usuários internos e externos, informações sobre os 
acontecimentos ambientais que podem causar modificações na situação patrimonial, 
bem como realizar sua identificação, mensuração e evidenciação, a contabilidade am-
biental foi se aprimorando para atingir finalidades específicas. Conforme Albuquerque 
(2009) trata-se de aspectos relevantes: 
I. A medição de danos ambientais; 
II. A estimação do impacto da adoção de ações voltadas para a sustentabilidade 
ambiental do negócio sobre a rentabilidade a observância da legislação relativa ao 
meio ambiente e redução de multas e encargos;
III. A identificação de métodos e procedimentos para o controle das operações que 
diminuam a emissão de resíduos; IV. A geração de informações para a tomada de 
decisões e do planejamento. Com base nesses aspectos, a contabilidade ambien-
tal pode se tornar uma ferramenta de diagnóstico e de grande importância na 
identificação de custos, despesas operacionais, passivos ambientais e suas formas 
de mensuração e possíveis receitas ambientais correlacionadas à atividade da em-
presa. Segundo Albuquerque (2009), qualquer abordagem adotada para ressaltar 
os elementos contábeis que estejam ligados a eventos que ocorram no âmbito 
interno que possam gerar impactos sobre o meio ambiente deve ser compatível 
com a estrutura organizacional.
De acordo com Ribeiro (2010), a contabilidade ambiental não é uma nova ciência, mas 
sim, uma segmentação da tradicional já, amplamente conhecida. O autor acrescenta 
ainda que os objetivos da contabilidade ambiental são os de identificar, mensurar e 
esclarecer os eventos e transações econômico-financeiros que estejam relacionados 
com a proteção, preservação e recuperação ambiental, ocorridos em um determinado 
período, visando a evidenciação patrimonial de uma entidade. 
Com base nas citações de autores como Ferreira (2006); Albuquerque (2009); Ribeiro 
(2010) pode-se dizer que o contador deverá através de sua técnica, auxiliar os gesto-
res para que em conjunto consigam alavancar as organizações para uma tomada de 
decisões eficiente e eficaz, de modo que as análises possam diminuir riscos futuros 
causando assim, uma maior segurança para a gestão, neste contexto, a contabilidade 
ambiental tem condições de identificar estes riscos e ainda orientar no que serefere 
aos investimentos e aplicabilidade destes pelas organizações, para que o lucro venha 
de forma satisfatória, não prejudicando o meio ambiente. Ribeiro (2010) esclarece que 
do ponto de vista da contabilidade, o que se pode medir e fazer constar, nas demons-
trações contábeis, são os eventos e transações econômico-financeiros, que refletem a 
interação da empresa com o meio ambiente. 
A interação da empresa com o meio ambiente deve constar de questionamentos, 
como: Se na empresa ocorre um incidente ambiental, o que está está fazendo para 
evitá-lo? Quais as consequências, se por ventura, existir algum imprevisto natural, ou 
mesmo, uma falha na sua execução? A organização está preparada financeiramente, 
se vier a pagar uma multa referente a um prejuízo ambiental, através de um plane-
jamento para a retenção de seus recursos financeiros? Quais as consequências para a 
sociedade, ocorrendo um dano ambiental? Albuquerque (2009) aponta que o inte-
resse empresarial nas questões ambientais acontece como fator diferencial, e desta-
ca as principais importâncias: maior satisfação dos clientes; melhoria da imagem da 
empresa; conquista de novos mercados; redução de custos; melhoria do desempenho 
da empresa; redução de riscos; maior permanência dos produtos no mercado; maior 
facilidade na obtenção de financiamentos; maior facilidade na obtenção de certifica-
1514
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
ção; melhoria da imagem da organização. Costa (2012) relata sobre as organizações 
mais empreendedoras, onde relata uma resposta de pro atividade perante a questão 
ambiental, onde fortalece as organizações e sua posição competitiva, como:
I. Evitando os custos de multas, despoluição e processos judiciais; 
II. Reduzindo a quantidade de material utilizado; 
III. Reduzindo o nível de consumo e os custos de energia; 
IV. Reduzindo os custos de manuseio e descarte de resíduos; 
V. Criando novas oportunidades de venda a novos clientes ais sensíveis à questão 
ambiental; 
VI. Mantendo os nichos de mercado compostos de clientes antigos que desejam 
produtos favoráveis ao meio ambiente; 
VII. Criando novos produtos e serviços para novas oportunidades de mercado; obten-
do maior credibilidade em bancos e outras instituições financeiras; 
VIII. Mantendo a elegibilidade para seguros menos dispendiosos; 
IX. Reduzindo os riscos de grandes desastres ambientais; 
X. Desenvolvendo e adquirindo tecnologia nova; 
XI. Melhorando a imagem púbica da empresa. Diante do exposto é imprescindível a 
relevância e o papel da contabilidade ambiental na conclusão de relatórios e pa-
receres técnicos a cerca da tomada de decisões gerenciais. Observa-se também 
o valor gerado para a empresa que se tornar cada vez verde, numa busca por 
produtos e ofertas de seus serviços altamente sustentáveis.
2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONTABILIDADE 
AMBIENTAL
A contabilidade é parte integrante das ciências mais antigas do mundo e desde o seu 
início tem como finalidade a quantificação do patrimônio da empresa. Como é uma 
ciência social, ao longo dos anos, a Contabilidade tem se modificado e adaptado às 
mudanças ocorridas na sociedade. No segmento desta linha de pensamento, a Con-
tabilidade Ambiental surgiu na década de 70 como resultado da conscientização das 
empresas e, principalmente, de consumidores em relação às consequências do con-
sumo excessivo dos recursos naturais. Em 1972 ocorre 1ª Conferência Mundial sobre o 
Meio Ambiente realizada em Estocolmo na Suécia. Foi primeira cúpula sobre o meio 
ambiente com representação de muitos países. 
Nos anos 70, com a eclosão da primeira crise do petróleo, ficava claro para o mundo 
que era necessário buscar novas fontes de energia. A energia nuclear acenava como 
uma solução para os países que não contavam com abundância hídrica para constru-
ção de grandes hidrelétricas ou grandes áreas agricultáveis para biomassa. As usinas 
termonucleares mostravam ter um baixo impacto ambiental e logístico em relação as 
termoelétricas a carvão, e requeriam áreas muito pequenas em relação a outras fontes 
energéticas, como as hidrelétricas e as termoelétricas que queimam biomassa.
Ainda nos anos 70, o Brasil começou a voltar-se para as questões ambientais, de sane-
amento e de controle da poluição, obtendo seu primeiro intento com o Plano Nacio-
nal de Saneamento - Planasa, ao conseguir abastecer com água tratada cerca de 80% 
da população urbana brasileira. A partir de então, os grandes problemas ambientais 
do País vêm sendo identificados e controlados, porém nem sempre com a velocidade 
e intensidade que merecem. 
No início dos anos 80, as empresas passaram a trabalhar no combate a causas em 
vez de trabalhar as consequências. Nesta mesma época, houve o aparecimento do 
ativismo ambiental, em que os grupos formados, começavam a pressionar as empre-
sas com o objetivo de mudarem suas políticas em relação ao meio ambiente. Ainda 
nos anos 80, muitas empresas líderes de mercado mudaram a concepção em relação 
aos gastos com proteção ambiental, passando não as ver como custos, mas sim como 
investimentos, consequentemente, uma vantagem competitiva. 
A década de oitenta também se caracteriza pela elaboração da constituinte do Brasil. 
No respectivo texto legal, o seu Capítulo VI, art. 225, trata dos direitos e obrigações do 
Estado e dos cidadãos em relação à preservação ambiental; estabelece ainda que o 
meio ambiente saudável constitui-se de um direito de todos os brasileiros, cabendo ao 
governo e à coletividade o dever de preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 
A década de noventa caracteriza-se pelo aparecimento dos sistemas de gestão am-
bientais padronizados e reconhecidos mundialmente. Na Inglaterra, no início dos 
anos 90, foi criada a ISO (International Organization for Standardization), o qual cons-
tituiu de um grupo estratégico consultivo sobre o meio ambiente, com a finalidade 
1716
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
de elaborar normas internacionais de proteção ambiental. Na mesma época, o Banco 
Mundial financiou um estudo de estratégias de avaliação de impactos ambientais as-
sociados à relação custo-benefício. 
Em junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro, foi realizada a Conferência das Na-
ções Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - CNUMAD, também conhe-
cida como a ECO 92, onde 178 países com a participação de 112 chefes de Estados, 
tinha o objetivo de elaborar estratégias em relação aos efeitos da degradação ambien-
tal, de forma a interromper e reverter o quadro preocupante em que já se encontrava 
os níveis de poluição. Considerado o evento ambiental mais importante do século XX, 
a ECO-92 foi a primeira grande reunião internacional realizada após o fim da Guerra 
Fria. Seus compromissos específicos adotados incluem três convenções: uma sobre 
Mudança do Clima, sobre Biodiversidade e uma Declaração sobre Florestas. A Confe-
rência também aprovou documentos com objetivos mais abrangentes e de natureza 
mais política: a Declaração do Rio e a Agenda 21. Ambos endossam o conceito fun-
damental de desenvolvimento sustentável, que combina o progresso econômico e 
material com a necessidade de uma consciência ecológica. 
Em 1997 o marco para o meio ambiente mundial foi à assinatura do Protocolo de 
Quioto, onde representantes de diversos países discutiram o compromisso de reduzir 
as emissões de substâncias tóxicas. 
No Brasil o ano de 1999, destaca-se pela importância da Política Nacional de Edu-
cação Ambiental, trazendo como objetivos fundamentais: A necessidade do desen-
volvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e 
complexas relações, o estímulo e fortalecimento de consciência crítica sobre a pro-
blemática ambiental e social, incentivo à participação individual e coletiva, fomento 
e fortalecimento da integração com a ciência e tecnologia e autodeterminação dos 
povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. 
A ONU promoveu, entre 26 de agosto e4 de setembro de 2002, outro evento mundial 
para discutir sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Rio +10, ou Eco-2002, 
ocorreu em Johannesburgo, na África do Sul, com o objetivo de discutir e avaliar os acer-
tos e falhas nas ações relativas ao meio ambiente mundial, nos últimos dez anos que 
sucederam a ECO 92. A Conferência Mundial de Desenvolvimento Sustentável, Rio + 10, 
estabeleceu novas metas e novos indicadores de desempenho para os países signatá-
rios. Computou-se a participação de 168 países, um pouco menos que em 1992. 
3 OBJETIVOS DA 
CONTABILIDADE AMBIENTAL
A Contabilidade Ambiental tem o objetivo de registrar as transações da empresa que 
impactam o meio ambiente e os efeitos das mesmas que afetam, ou deveriam afetar, 
a posição econômica e financeira dos negócios da empresa, devendo assegurar que 
os custos, os ativos e os passivos ambientais estejam contabilizados de acordo com os 
princípios fundamentais da contabilidade e que o desempenho ambiental tenha a 
ampla transparência de que os usuários da informação contábil necessitam.
A importância da Contabilidade Ambiental começa a vigorar quando os problemas 
ambientais passam a preocupar os gestores e a sociedade, devido à necessidade de 
mais informações objetivas sobre o meio ambiente. Para ratificar tal posicionamento, a 
Fundació Fórum Ambiental enumera seis interesses que merecem atenção especial 
conforme pode-se perceber no quadro 1. 
1. Trabalhadores
3. Clientes e fornecedores
6. Organizações ecológicas
2. Comunidade local
4. Administração pública
5. Entidades financeiras, 
investidores e acionistas
Garantia de emprego. Salários. Orgulho e sentimento de dignidade. 
Saúde e segurança no lugar no trabalho.
Qualidade dos produtos. Preços. Segurança nos produtos. Garantia 
nos produtos.
Informação ambiental no âmbito local. Impacto nos ecossistemas. 
Impactos ambientais do produto ou serviço.
Riscos de saúde. Ruídos. Odores. Resíduos expelidos no solo, água e 
ar. Conhecimento da atividade da empresa. Riscos de acidente.
Cumprimento da legislação. Acidentes e denúncias. Consumo de 
recursos. Evidência de que a empresa cumpre seus compromissos 
ambientais.
Resultados financeiros. Informações sobre responsabilidade ou 
obrigações legais e respeito a terceiros. Custos ambientais e sua 
gestão. Investidores ambientais. Vantagens comerciais relacionadas 
com a gestão ambiental. Custo do não cumprimento legal.
PRINCIPAIS INTERESSESPARTÍCIPE
QUADRO 1 - INTERESSES ESPECÍFICOS DE CADA PARTÍCIPE
Fonte: Adaptado de Fundació Fórum Ambiental (1999).
1918
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
A empresa está submetida cada vez mais a pressões internas e externas. Essas deman-
das podem ser dos empregados, acionistas, administração pública, clientes, bancos, 
investidores, organizações ecológicas, seguradoras e comunidade local, convêm espe-
cificamente, saber por que a empresa quer um sistema de Contabilidade Ambiental; 
em outras palavras, quais resultados espera obter com isto. Para isso é importante 
conhecer quais são seus objetivos.
3.1 REGISTROS AMBIENTAIS 
De acordo com a resolução 001/86 do CONAMA, pode-se conceituar registro ambien-
tal como: Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio 
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das ativida-
des humanas, que direta ou indiretamente afeta:
a) a saúde;
b) a segurança e o bem-estar da população;
c) as atividades sociais e econômicas;
d) a biota;
e) as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
f) a qualidade dos recursos ambientais. 
O impacto ambiental pressiona a sociedade quando causa mudanças em seu padrão 
de vida e esta cobra dos agentes envolvidos na exploração, medidas de correção dos 
impactos e políticas sustentáveis para conservação dos recursos naturais. Segundo Ti-
noco e Kraemer (2004, P. 112), caracteriza impacto ambiental como: “Não é qualquer 
alteração nas propriedades do ambiente, mas as alterações que provocam o desequi-
líbrio das relações constitutivas do ambiente, tais como as alterações que excedam a 
capacidade de absorção do ambiente considerado”.
Em resumo, pode-se dizer que os impactos ambientais são causados principalmente 
pelo rápido desenvolvimento econômico sem o devido controle e a manutenção dos 
recursos naturais.
Existem vários procedimentos obrigatórios que as empresas devem cumprir antes do 
início das atividades operacionais dentre eles destacam-se o EIA – Estudo de Impacto Am-
biental, RIMA – Relatório de Impacto Ambiental e a AIA – Avaliação do Impacto Ambiental.
Os Estudos de Impacto Ambiental – EIA foi regulamentado através da Resolução CONA-
MA nº. 1/86. Surgiu como instrumento prévio dos impactos ambientais a serem introdu-
zidos nos empreendimentos potencialmente causadores de expressiva degradação am-
biental. É um instrumento de caráter técnico exigido pelas autoridades governamentais 
para a autorização de instalação e o funcionamento de algumas atividades econômicas. 
Tem como objetivo minimizar ou coibir a poluição através da adoção de medidas alter-
nativas para o impacto ambiental decorrente da atividade a ser executada.
O EIA constituirá o RIMA – Relatório de Impacto Ambiental, que explica todas as con-
clusões apresentadas no EIA. Deve ser elaborado de forma objetiva e possível de se 
compreender, ilustrado com mapas, quadros, gráficos, enfim por todos os recursos de 
comunicação visual. O RIMA tem como objetivo comunicar a sociedade os resultados 
alcançados no EIA par que se possa verificar se o empreendimento traz vantagens ou 
não a à comunidade, assim como as consequências ambientais de sua implementa-
ção. Com esse documento, podem-se identificar os efeitos ambientais e, a partir disso, 
mensurar seus custos inerentes.
A AIA – Avaliação do impacto Ambiental é considerada uma técnica de identificação 
de riscos e um instrumento de prevenção de danos ambientais. Seu objetivo é deter-
minar os efeitos potenciais sobre o meio ambiente, sobre a sociedade e sobre a saúde, 
no desenvolvimento proposto. 
Analisando tais situações percebe-se que o governo cria leis que sinalizam o caminho 
a ser seguido. E as empresas criam órgãos para gerir essas questões.
O modelo de gestão ambiental deve estar atento tanto para a os impactos negativos 
causados à sociedade como para os aspectos econômicos e financeiros que eles po-
dem representar para a empresa. Evitar ou minimizar a carga negativa dos impactos 
é a função da implantação de um modelo de gestão ambiental.
2120
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
4 SISTEMA DE GESTÃO 
AMBIENTAL 
Para FERREIRA (2000, p. 639), em seu dicionário da língua portuguesa, sistemas são 
“um conjunto de elementos, entre os quais haja uma relação”. É o conjunto de partes 
que interage de modo a atingir um determinado fim, de acordo com um plano ou 
princípio. O todo é o que importa e para que o todo exista é necessário a integração 
plena das partes.
A teoria dos sistemas tem a definição etimológica, descritiva e a pragmática. Todas elas 
seguem a mesma linha de pensamento, que vai das partes para compor o todo. A 
definição de sistemas é tão abrangente que pode ser usada numa variedade de con-
textos, como por exemplo: sistema econômico, sistema solar, sistema nervoso, entre 
outros. O fato em comum entre estes e todos os demais é cada um deles possui um 
conjunto de elementos inter-relacionados e que podemos identificar alguma função 
desempenhada pelo sistema como um todo. 
Para Thornes e Brunsden (1997), os componentes do sistema são:
a. Meio ambiente – conjunto de todos os objetos que não fazem parte do sistema 
em questão, mas que exercem influências sobre a operação do mesmo.
b. Elementos ou unidades – são as partes que efetivamente compõem o sistema e 
que se relacionam entre si.
c. Relações – os elementos integrantes do sistema encontram-se inter-relacionados, 
uns dependendo dos outros, através de ligações que denunciam os fluxos.
d. Atributos– são as qualidades que se atribuem aos elementos ou ao sistema, visan-
do caracterizá-los.
e. Entrada (input) – tudo o que o sistema recebe, de acordo com seu respectivo perfil.
f. Saída (output) – produto final dos processos de transformação a que se submete 
o conteúdo de entrada.
g. Realimentação (feedback) – processo de controle, para manter o sistema em equilíbrio.
h. Modelo – é a apresentação do sistema; constituindo-se numa abstração que tem 
por objetivo facilitar o estudo e análise do sistema, uma vez que permite sua me-
lhor visualização e das relações entre os seus elementos. É construído com base 
em informações obtidas da realidade através da observação e/ou medição, sendo, 
pois, o instrumento mais útil para o estudo dos sistemas.
Nas últimas décadas as empresas têm se defrontado com um processo crescente 
de cobrança por uma postura responsável e de comprometimento com o meio am-
biente. Esta cobrança tem influenciado a ciência, a política, a legislação, e as formas 
das organizações; sob pressão crescente dos órgãos reguladores e fiscalizadores, das 
organizações não governamentais e, principalmente, do próprio mercado, incluindo 
as entidades financiadoras, como bancos, seguradoras e os próprios consumidores. 
Nestas condições, as empresas têm procurado estabelecer formas de gestão com 
objetivos explícitos de controle da poluição e de redução das taxas de efluentes, con-
trolando e minimizando os impactos ambientais, como também otimizando o uso 
de recursos naturais – controle de uso da água, energia, outros insumos, etc. Uma das 
formas de gerenciamento ambiental de maior adoção pelas empresas tem sido a im-
plementação de um sistema de gestão ambiental, segundo as normas internacionais 
Série ISO 14000.
Na busca por padrões de gestão ambiental, foi criada a NBR Série ISO 14001, que é 
o sistema de gestão ambiental mais utilizado pelas empresas no Brasil. Segundo esta 
série, as normas de gestão ambiental têm por objetivo prover às organizações os ele-
mentos de um sistema ambiental eficaz, passível de integração com outros elementos 
de gestão, de forma a auxiliá-las a alcançar os seus objetivos ambientais e econômicos. 
Essas normas enfatizam aspectos como o sistema de gerenciamento ambiental, audi-
toria ambiental, avaliação de desempenho, entre outros. 
Na gestão ambiental destaca-se também a observância das leis e a melhoria da ima-
gem da organização. A organização deve ser motivada por uma ética ecológica e por 
uma preocupação com o bem-estar das futuras gerações, com o que herdarão nossos 
filhos e netos. Pensar na forma como se produz hoje, para que se continue a produzir 
sem deixar escasso os recursos para gerações vindouras. Não questiona a ideologia 
do crescimento econômico, que é a principal força das atuais políticas econômicas 
e, tragicamente, da destruição do ambiente global. Como enfoca Tachizawa (2002), 
“rejeitar essa ideologia não significa rejeitar a busca cega do crescimento econômico 
2322
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
irrestrito, entendido em termos puramente quantitativos como maximização dos lu-
cros”. A gestão ambiental implica no reconhecimento de que o crescimento econômi-
co ilimitado num planeta finito só pode levar a um desastre. Dessa forma, faz-se uma 
restrição ao conceito de crescimento, introduzindo-se a sustentabilidade ecológica 
como critério fundamental de todas as atividades de negócios.
A implantação sistematizada do processo de Gestão Ambiental tem sido uma das 
respostas das empresas a este conjunto de pressões. Assim, a gestão ambiental tem 
importante significado na implementação de programas voltados para o desenvolvi-
mento de tecnologias, ao invés de revisão de processos produtivos.
North (apud CAGNIN, 2000) enumera os benefícios da gestão ambiental, que estão 
discriminados no quadro 2.1
Economia de custos
• Redução do consumo de água, energia e outros insumos;
• Reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos e diminuição de afluentes;
• Redução de multas e penalidades por poluição.
Incremento de Receita
• Aumento da contribuição marginal de “produtos verdes”, que podem ser 
vendidos a preços mais altos;
• Aumento da participação no mercado, devido à inovação dos produtos e à 
menor concorrência;
• Linhas de novos produtos para novos mercados;
• Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da 
poluição.
• Melhoria da imagem institucional;
• Renovação da carteira de produtos;
• Aumento da produtividade;
• Alto comprometimento do pessoal;
• Melhoria nas relações de trabalho;
• Melhoria da criatividade para novos desafios;
• Melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e grupos 
ambientalistas;
• Acesso assegurado ao mercado externo;
• Melhor adequação aos padrões ambientais. 
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS
BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS
QUADRO 2.1 – BENEFÍCIOS DA GESTÃO AMBIENTAL
Fonte: Adaptado de North, K. Environmental business management. Genebra: ILO, 1992. In: Cagnin, 1999
Para Tachizawa (2002), “a gestão ambiental, enfim, torna-se um importante instrumen-
to gerencial para capacitação e criação de condições de competitividade para as or-
ganizações, qualquer que seja o seu segmento econômico”. Os desafios da mudança 
climática nunca foram tão reais e já transformam a vida dos indivíduos e das empresas. 
4.1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E 
EMPRESA RESPONSÁVEL 
O desenvolvimento sustentável é aquele que se torna capaz de suprir as necessidades 
da geração atual, não comprometendo as necessidades de gerações futuras, sugerin-
do uma ideia qualitativa e quantitativa. Sendo assim, implica usar os recursos renová-
veis naturais de maneira a não degradá-los ou eliminá-los, ou diminuir sua utilidade 
para as gerações futuras. Implica usar os recursos minerais não renováveis de maneira 
tal que não necessariamente se destrua o acesso a eles pelas gerações futuras (FER-
REIRA, 2006). 
A inserção do conceito de sustentabilidade requer a inserção também do capital hu-
mano na forma de conhecimentos, a competência profissional, experiência e habili-
dade. De acordo com Vellani (2011), as firmas podem investir na proteção do meio 
ambiente, por meio de programas como tratamento de efluentes, reaproveitamento 
2524
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
de água, reciclagem, separamento e tratamento de sucata, melhorias ambientais no 
processo produtivo, educação ambiental dentre outros. O autor disserta ainda que 
usar os recursos naturais de forma sustentável e efetuar investimentos na proteção dos 
ecossistemas pode reduzir riscos ambientais, e a empresa honrar seus compromis-
sos. Levando-se em consideração que as empresas para alavancarem seus negócios 
buscam constantemente recursos, e estes recursos por sua vez, podem ser através de 
recursos de terceiros, faz-se necessário: 
I. A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, saú-
de, lazer etc.); 
II. A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o meio ambiente de modo 
que elas tenham chance de viver); 
III. A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da necessi-
dade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe para tal); 
IV. A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio etc.); 
V. A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e res-
peito a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do massacre de 
populações oprimidas, como por exemplo os índios); 
VI. A efetivação dos programas educativos. 
A contabilidade ambiental, através de sua técnica, tende a informar os efeitos que a 
incorporação de políticas ambientais pode ocasionar no patrimônio das organizações. 
Merino (2000) diz que, por razões lógicas de sobrevivência, não se pode deixar de falar 
de ecologia quando se discute economia. Martins e De Luca (1994), esclarecem que 
as informações de caráter ambiental a serem divulgadas pela contabilidade vão des-
de os investimentos realizados, seja em nívelde aquisição de bens permanentes de 
proteção a danos ecológicos, de despesas em manutenção ou correção de efeitos am-
bientais do exercício em curso, de obrigações contraídas em prol do meio ambiente 
até de medidas físicas, quantitativas e qualitativas, empreendidas para sua recupera-
ção e preservação. 
Teixeira (2000) esclarece que há uma tendência das empresas em abrir para a comu-
nidade uma grande quantidade de dados para sua política ambiental, seus progra-
mas de gerenciamento ambiental e o impacto de seu desempenho ambiental em 
seu desempenho econômico e financeiro. O autor esclarece ainda que seja necessário 
que a organização conduza de forma mais eficaz o seu papel enquanto empresa 
responsável, que avalie não somente seus aspectos econômicos e mercadológicos, 
como também os aspectos sociais e ambientais. Ribeiro (2010), diz que em síntese, 
desenvolvimento sustentável corresponde à satisfação das necessidades sociais, sem o 
prejuízo das gerações futuras, e acrescenta que, com o acesso rápido às informações 
pela maior parte da população, como acesso à internet, a sociedade cobra às empre-
sas que possam se tornar geradoras de riscos ambientais, seja por uma irresponsabi-
lidade por parte do gestor, ou mesmo um desastre que possa acontecer e prejudicar 
futuramente o meio em que se vive. Não é mais aceitável o lucro a qualquer preço. 
Ribeiro (2010), ainda menciona que a redução das agressões passa a ser considerada 
uma forma de eliminar custos para a empresa. Salienta ainda que, minimizar a pro-
dução de resíduos, em qualquer processo produtivo, implica, além de danificar menos 
o meio ambiente, utilizar melhor o potencial das matérias-primas, evitar penalidades 
da legislação ambiental, diminuir o risco de indenizações por danos a terceiros, e 
preservar sua imagem na sociedade, principalmente perante clientes interessados no 
controle e na preservação ambiental. Exemplifica-se o processo cada vez mais cres-
cente de reciclagem como uma forma adotada pelo mundo corporativo, no que diz 
respeito à preocupação com a degradação do meio ambiente. Um dos avanços da 
tecnologia, motivo de várias discussões, é a reciclagem, em que materiais já usados ou 
resíduos da produção são reprocessados para o novo aproveitamento (por exemplo, 
papéis, plásticos, vidros e alumínios (RIBEIRO, 2010). 
Entretanto, é importante ressaltar, que nem todos os materiais podem passar por este 
processo de reciclagem, e muita das vezes o custo desta implementação também se 
torna elevado. Albuquerque (2009) frisa que os negócios estão se voltando cada vez 
mais para as questões ambientais. O autor menciona ainda que são cinco os fatores 
que influenciam essa mudança de postura, sendo a necessidade de obediência às 
leis; a eficácia em custos; a opinião pública; a pressão dos movimentos ambientalistas 
e ainda o pensamento a longo prazo. Assim, a preocupação com as gerações futuras 
hoje são muito mais discutidas e a qualidade dos produtos e serviços tornam-se fato-
res fundamentais e preocupantes à medida em que possa gerar uma escassez destes 
produtos. Ao longo do tempo o homem sempre utilizou os recursos naturais do pla-
neta. Os recursos eram abundantes e a natureza aceitava os despejos de resíduos rea-
lizados. A questão ambiental é um dos assuntos que mais tem atraído a atenção das 
pessoas, pela valorização que se dá à qualidade de vida e pela percepção de que as 
consequências do descaso com o meio ambiente têm conduzido a situações críticas 
para a própria sobrevivência da humanidade em longo prazo (MOURA, 2002, p. 10). 
2726
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
Outro fator relevante, segundo Albuquerque (2009), é a visão com foco no equilíbrio 
e na responsabilidade social apregoando mais respeito ao consumidor. A questão da 
responsabilidade social dar-se-á em satisfação dos consumidores (norteando as ações 
da empresa); satisfação dos empregados (valorização do capital humano); satisfação 
dos fornecedores (preços compatíveis nas partidas fornecidas); satisfação dos distribui-
dores (margens responsáveis de lucro); e satisfação dos acionistas ou sócios proprietá-
rios. Com esta visão, a empresa passa a considerar que o desenvolvimento econômico 
e social se traduz no caminho para a sustentabilidade. 
A ideia de uma conciliação entre os interesses econômicos, ecológicos e sociais ocupa 
papel chave no campo que recobre a noção do desenvolvimento sustentável no âm-
bito mundial. Prevalece a crença de que os conflitos entre os diferentes segmentos da 
sociedade possam ser resolvidos através da gestão do diálogo entre os atores, com a 
finalidade de se alcançar um consenso (Zhouri, Laschefski, Paiva, 2005, p. 2). Tachizawa 
(2011) esclarece que a gestão ambiental e a responsabilidade social, tornam-se im-
portantes instrumentos gerenciais para capacitação e criação de condições de com-
petitividade para as organizações, qualquer que seja seu segmento econômico. 
A manutenção de mudanças ambientais desejáveis, ou seja, as que melhorem as con-
dições do meio em que vivemos, pode ser realizada através da identificação e imple-
mentação de política ambiental fundamentada em mudanças ambientais desejáveis 
que geram ganhos ao meio ambiente (Costa, 2012, p. 14). Destaca-se que as práticas 
das ações ambientais voltadas para um desenvolvimento sustentável devem estar de 
acordo com a política ambiental estabelecida. Sendo assim, devem-se levar em consi-
deração, os valores ou a cultura da empresa, assim como, o grupo de pessoas a que ela 
pertence. Uma política de conscientização ambiental deve envolver todos os partici-
pantes do processo, desde o funcionário da produção, quanto o administrativo, entre:
I. Conscientizar a população para que se trabalhe em conjunto; 
II. Preservar os recursos naturais; 
III. Criar um sistema social eficiente que não permite o mau envolvimento dos recur-
sos naturais; 
IV. Criar programas de conhecimento e conscientização da real situação e de formas 
para melhorar o meio ambiente. 
Segundo Costa (2012), as empresas devem apresentar em seus relatórios os avanços 
com relação às novas tecnologias, porém tecnologia estas que não agridam o meio 
ambiente. Os resultados satisfatórios devem caminhar lado a lado com a preocupação 
ambiental, uma vez que este fator não pode mais ser deixado para segundo plano 
numa empresa que queira manter-se viva no mercado cada vez mais competitivo. 
Adicionalmente, a companhia deve demonstrar que está avançada em termos de uso 
de tecnologias ambientalmente amigáveis ou em relação à utilização de processos 
produtivos sustentáveis poderá angariar benefícios adicionais, tais como um aumento 
no comprometimento dos funcionários, menos taxas e multas por danos ambientais, 
menores custos de produção e de disposição de resíduos, além de ter acesso a me-
lhores oportunidades de negócios. Poderá inclusive explorar a vantagem competitiva 
de estar fornecendo bens e serviços ambientalmente adequados (COSTA, 2012, p. 15). 
Cada vez mais, há um número maior de consumidores que são atraídos por produtos 
ecologicamente corretos. Neste aspecto, autores como Tachizawa (2011); Costa (2012) 
apontam que a empresa que traz política ambiental responsável, cria uma imagem 
cada vez melhor perante seus consumidores. 
4.2 ECOEFICIÊNCIA 
Torna-se imperioso distinguir desempenho econômico e ecológico, o qual se deno-
mina ecoeficiência, onde os impactos negativos durante o processo de fabricação dos 
produtos e serviços são liberados através de resíduos. De acordo com Basf (2006), ge-
renciar a ecoeficiência consiste em analisar o ciclo de vida de produtos e os processos 
com o objetivo de avaliar seus desempenhos econômicos e ambientais. Saling (2002) 
converge para o conceito de Basf (2006) e pondera o impacto ambiental e os custos 
durante o ciclo de vida de uma linha de produtos para medir a ecoeficiência de por-
tfólio de produtos. 
Na emissão de resíduos, identificam-se os gerados na atmosfera, os efluentes e os só-
lidos. Logo,analisa-se a toxicidade desses resíduos e dos produtos e serviços ofertados 
pela empresa. Por último, analisam-se os possíveis desastres ecológicos que podem 
vir a ocorrer e os processos de segurança para evitá-los (SALING, 2002). Outros autores, 
como Kadt (1997); Helminen (2000) medem a ecoeficiência do sistema da empresa, 
avaliando o impacto perante as operações durante a operacionalização do processo 
de seus produtos e serviços, não sendo avaliado no decorrer de todo o ciclo de vida de 
um produto ou até mesmo de uma linha de produtos. 
2928
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
Para Burrit; Saka (2005), a ecoeficiência é uma medida que fornece informações mo-
netárias junto com informações não monetárias para avaliar o desempenho ecológico 
concomitantemente ao desempenho econômico. Saches (1993) relata cinco dimen-
sões de sustentabilidade do ecodesenvolvimento, no qual propõe ações que visam à 
melhoria da qualidade de vida e a preservação ambiental. As cinco dimensões pro-
postas são sustentabilidade social; sustentabilidade econômica; sustentabilidade eco-
lógica; sustentabilidade espacial/geográfica e sustentabilidade cultural. 
Dimensões de sustentabilidade do ecodesenvolvimento:
I. Sustentabilidade Social: O desenvolvimento em sua multidimensionalidade, 
abrangendo todo o espectro de necessidades materiais e não materiais. 
II. Sustentabilidade Econômica: Alocação e gestão mais eficientes dos recursos e 
por um fluxo regular do investimento público e privado. Sustentabilidade Ecológi-
ca: Compreende o uso dos potenciais inerentes aos variados ecossistemas compa-
tível com sua mínima deterioração. 
III. Sustentabilidade Espacial/Geográfica: Pressupõe evitar a excessiva concentração 
geográfica de populações, de atividades e do poder. Busca uma relação cidade/
campo mais equilibrada. 
IV. Sustentabilidade Cultural: Conceito normativo de ecodesenvolvimento em uma 
pluralidade de soluções particulares, que respeitem as especificações de cada 
ecossistema, de cada cultura e de cada local. 
Costa (2012) afirma que o ecodesenvolvimento surge para dar uma resposta à neces-
sidade de harmonizar os processos ambientais com os processos socioeconômicos, 
maximizando a produção dos ecossistemas para favorecer as necessidades humanas 
presentes e futuras. Para uma perfeita harmonia dos processos ambientais e os pro-
cessos socioeconômicos, não se deve pensar somente na questão da maximização 
dos lucros sem o envolvimento da ecoeficiência. Ribeiro (2010) aponta que, os lucros 
sim fazem parte de toda e qualquer empresa, sendo este o objetivo gerado pelas 
mesmas, até mesmo pela questão de sua sobrevivência, porém os lucros têm que ser 
conquistados com responsabilidade socioambiental. Dentro deste cenário torna-se 
primordial a valorização da espécie humana. 
4.3 O BALAÇO SOCIAL 
O balanço social não é uma demonstração obrigatória. Apesar disso, muitas empre-
sas o publicam. O autor destaca ainda, que o modelo Instituto Brasileiro de Análises 
Sociais e Econômicas (IBASE), traz sete itens para o Balanço Social que são: Base de 
cálculo; Indicadores sociais internos; Indicadores sociais externos; Indicadores ambien-
tais; Indicadores de corpo funcional; Informações relevantes quanto ao exercício da 
cidadania empresarial; outras informações. Para a Base de cálculo, os indicadores re-
presentam a receita líquida; resultado operacional e a folha de pagamento bruta; 
quanto ao indicadores internos são considerados os valores gastos com alimentação; 
previdência privada; saúde; educação; cultura; entre outros, já os indicadores externos 
representam o somatório dos investimentos na comunidade que aparecem discrimi-
nados; total de tributos pagos (VELLANI, 2011). 
Com relação aos Indicadores ambientais Ferreira (2006) reconhece o valor dos inves-
timentos incorridos em ações ambientais internas e externas à empresa; quanto aos 
Indicadores de corpo funcional representam como este fator o número de negros que 
trabalham na empresa e de acordo com as Informações relevantes ao exercício da 
cidadania empresarial, baseiam-se na relação entre a maior e menor remuneração; 
número de acidentes de trabalho; normas e valor adicionado
4.4 IMPACTOS AMBIENTAIS 
Com relação aos impactos ambientais, Barbieri (2007) define como sendo qualquer 
mudança no ambiente natural e social decorrente de uma atividade ou de um em-
preendimento proposto. A Resolução nº 001, de 1986, considera como impacto am-
biental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio 
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das ativida-
des humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde; a segurança e o bem-es-
tar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e 
sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais (BRASIL, 2013). 
Ainda na Resolução 01/1986 pode-se entender as dimensões do que se propõe um 
Estudo de impacto Ambiental (EIA) e um Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). No 
estudo, como o próprio nome intitula, envolve a classificação dos impactos, predição 
3130
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
de efeitos, pesquisas de campo, análises laboratoriais, valoração monetária dos recur-
sos ambientais, avaliação de alternativas, entre outros trabalhos. 
Já o Rima, que é o assunto em questão, está devidamente expresso de forma conclu-
siva a todos esses trabalhos, trazendo uma visão em termos de negócios, se estes são 
nocivos ou não ao meio ambiente e em que grau de complexibilidade pode ocorrer 
(BRASIL, 2013). Ao contrário do que muitos podem observar o termo impacto ambien-
tal comumente utilizado para designar pontos negativos, também pode ser utilizado 
para pontos positivos, como aos fatos que conferem sustentabilidade econômica, so-
cial e ambiental ao empreendimento ou atividade. A Resolução diz que o relatório 
deve conter alguns tópicos considerados obrigatórios para sua aceitação e divulgação. 
E notável o número de empresas que utilizam esse tipo de relatório como fator di-
ferencial, num mercado cada vez mais competitivo, tendo em vista que, clientes e 
consumidores são mais receptivos as empresas que se preocupam com a questão 
ambiental (VELLANI, 2011). Para uma melhor análise dos dados das empresas é extre-
mamente importante o uso destes relatórios. Acredita-se que as empresas precisam 
se posicionar perante a questão ambiental, pois assim, podem obter vantagem com-
petitiva por meio da percepção pública, economia de custos ou rendimentos adicio-
nais além de diminuir seu risco financeiro futuro resultante de incidentes ambientais. 
Neste contexto, o fornecimento de informações ambientais, pode impulsionar o con-
trole da qualidade e estimular de uma forma geral as demais empresas. 
Através dos relatórios ambientais, na visão de Ribeiro (2010) é possível identificar al-
guns aspectos importantes como: 
I. Esforços na otimização dos resultados conduzidos pelo gestor; 
II. Falhas no processo de planejamento; nesse caso, poderiam ser atribuídas, por 
exemplo, ao superdimensionamento da abrangência e/ou natureza do problema 
ou à superavaliação da quantidade de insumos necessária; 
III. Novas oportunidades a serem exploradas; 
IV. Investimentos realizados em tecnologias antipoluentes, de natureza permanente; 
V. Matéria-prima especifica consumida para proteger, preservar e recuperar o meio 
ambiente; 
VI. Horas de mão de obra consumida; 
VII. Horas - maquina; 
Relatórios ambientais passam a ser uma grande vantagem para as empresas que os 
divulgam, porque asseguram aos seus usuários transparência no processo de comuni-
cação, informações relevantes para as partes internas. Costa (2013) esclarece o papel 
da contabilidade na evidenciação de relatório de impactos ambientais e demonstra 
alguns exemplos da causa e consequências do impacto ambiental interno e externo. 
Por exemplo, um vazamento numa indústria traria como consequência o impacto 
no rio, no ambientee nas pessoas. Como um processo interno na empresa, para sua 
mensuração e valoração do processo de recuperação estariam inclusos: multa, obra de 
reservatório, paralisação do processo produtivo, pagamento dos funcionários, encargos 
sociais, contratos de entrega (prazo), imagem da empresa. 
Todos estes processos, por sua vez geraram valores para as empresas que devem ser 
considerados (COSTA, 2013). O autor aponta ainda que no processo externo temos 
que levar em consideração três aspectos, que são o impacto gerado no rio, nas pesso-
as e dos pescadores, que fazem desta sua fonte de renda. Pelo processo externo, no 
rio, os valores a serem considerados com relação à mensuração e valoração do proces-
so de recuperação seriam: recuperação e tratamento da água, recuperação da flora 
aquática e recuperação da vida aquática. Com relação ao processo externo, nas pes-
soas, os valores corresponderiam ao levantamento das pessoas afetadas, tratamentos 
médicos e indenizações por invalidez temporária.
 Já no processo externo dos pescadores, os fatores a serem levantados seriam indeni-
zação por impedimento de trabalhar, indenizações salariais e indenizações por tempo 
parado. Sendo assim, Costa (2012), esclarece que o total geral do impacto ambiental 
causado pela indústria, é resultado do somatório dos quatro impactos, sendo subdivi-
didos no processo interno e externo. Um vazamento numa indústria como menciona-
do no exemplo, traz consequências não só para a empresa, que faz parte do processo 
interno, mas também para o rio que fora poluído, para as pessoas, que podem sofrer 
uma contaminação e para os pescadores que podem deixar de exercer suas ativida-
des, sendo estes três últimos considerados fatores externos.
3332
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
5 ATIVOS E PASSIVOS 
AMBIENTAIS 
5.1 ATIVOS AMBIENTAIS
São todos os bens destinados ou provenientes da atividade de gerenciamento am-
biental, podendo estar na forma de capital circulante ou capital fixo.
Para Martins e De Luca (1994, p.260): “Ativos ambientais são todos os bens da empresa 
que visam à preservação, proteção e recuperação ambiental e devem ser segregados 
linha à parte no Balanço Patrimonial, para permitir ao usuário melhor avaliação das 
ações ambientais da empresa”.
5.1.1 EXEMPLOS DE ATIVOS AMBIENTAIS
Disponibilidades: podem ser contabilizados os valores referentes a recebimentos 
oriundos de uma receita ambiental.
Estoque: Insumos adicionáveis ao processo produtivo, de armazenamento e transpor-
te para eliminar, reduzir e controlar os níveis de emissão de resíduos ou materiais para 
recuperação ou reparos de ambientes afetados.
Permanente: De acordo com o Emerging Issues Task Force – EITF, do Financial Accou-
nting Statemente Board (FASB), os gastos e tratamento de contaminação ambiental 
podem ser classificados como ativo permanente quando:
a. forem recuperáveis;
b. proporcionarem aumento de vida útil, capacidade ou melhoria de segurança de 
economia;
c. forem incorridos durante o preparo do Ativo para venda.
5.1.2 ATIVO AMBIENTAL NÃO CIRCULANTE
Investimento: participação societária em empresa ecologicamente responsáveis. Com-
pras de ações de empresas ambientais.
Permanente: Para a ONU os gastos realizados com a intenção de preservação ou redu-
ção de danos ambientais futuros ou conservação dos recursos podem ser classificados 
como imobilizados:
a. estiverem relacionados com a antecipação de benefícios ambientais, extensão da 
vida útil dos ativos, aumento da capacidade, melhoria de segurança e eficiência 
dos ativos da organização;
b. propiciarem a redução ou prevenção de contaminações ambientais que possam 
ocorrer como resultados de operações futuras.
1. Imobilizado: Bens destinados a manutenção do gerenciamento ambiental, inves-
timentos realizados na aquisição de bens que viabilizem a redução de resíduos 
poluentes durante o processo de obtenção de receitas e cuja vida útil se prolongue 
além do término do exercício social, como por exemplo: máquinas, equipamentos 
de estação de tratamento de efluentes, etc..
2. Provisão para Desvalorização: Perda de valor econômico de ativos tangíveis e in-
tangíveis em função de alteração no meio ambiente: construção de uma usina 
nuclear ao lado de áreas urbanas ou industriais.
3. Depreciação Acelerada: Aceleração da depreciação em função de poluição am-
biental: um exemplo clássico é o das usinas hidroelétricas, comumente destruido-
ras do meio ambiente natural.
4. Goodwill: Diferença entre o valor econômico dos seus ativos e o valor atual da em-
presa como um todo, em termos de capacidade de geração de lucros futuros: de-
correm da reputação junto aos clientes, fornecedores, empregados, comunidade, 
vantagens de localização, “Know-how”, etc..
5. Intangível Ambiental: Definição segundo dicionário Houaiss: “que não se pode 
tocar ou pegar; não perceptível pelo tato” ou no sentido figurado “que não é sufi-
3534
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
cientemente claro ou definido para ser percebido ou entendido”. São eventos que 
podem afetar os resultados econômicos da empresa.
De acordo com a lei 11.638/07 estabeleceu o grupo de contas de intangíveis logo 
abaixo o imobilizado no balanço patrimonial, e que tem como finalidade contemplar 
direitos que tenham como objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da 
entidade ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido.
Dentre a categoria de intangível, aqueles ligados às demandas ambientais e sociais 
representam parcela crescente dos fatores não-operacionais a afetarem o valor de 
mercado da empresa. Notadamente no setor industrial.
Exemplos de intangíveis: qualidade da gestão; motivação dos profissionais, P&D, tec-
nologia; reputação e marca; relacionamento com as comunidades do entorno (res-
ponsabilidade social); gestão ambiental; práticas de governança; 
Observações: é preciso regulamentar as normas contábeis sobre ativos intangíveis, 
principalmente com relação aos seguintes assuntos:
a. natureza desses direitos (exemplos; software de computadores, patentes, copyri-
ghts, filmes, listas de clientes, direitos de hipoteca, licenças de pesca, quotas de 
importação, relacionamentos com clientes ou com fornecedores, fidelidade de 
clientes, quotas de mercado e direitos de comercialização).
b. condições para definição de ativos intangíveis (identificabilidade, controle e exis-
tência de benefícios futuros).
c. explicação quando um intangível é identificável.
d. esclarecimento quando uma entidade controla um intangível.
e. conceitos sobre benefícios futuros de intangíveis.
f. Premissas para reconhecimento contábil de intangível (quando for provável que 
os benefícios futuros esperados atribuíveis ao ativo fluam para a entidade e que o 
custo do ativo possa ser confiavelmente mensurado).
g. critério de mensuração inicial do ativo intangível.
h. gastos com pesquisas e desenvolvimento.
i. goodwill gerado internamente.
j. avaliação do ativo intangível após o seu reconhecimento inicial (método de custo 
e método de reavaliação).
k. vida útil de ativo intangível.
l. ativos intangíveis com vidas úteis finitas (período de amortização, método de amor-
tização e valor residual). 
m. ativos intangíveis com vidas úteis indefinidas.
n. recuperação do valor contábil do ativo intangível e perda com imparidade ou de-
terioração.
o. baixa alienação de ativos intangíveis. 
p. divulgações em notas explicativas sobre 
5.2 PASSIVO AMBIENTAL
Passivo Ambiental é toda obrigação contraída voluntária ou involuntariamente desti-
nada aplicação em ações de controle, preservação e recuperação do meio ambiente, 
originando, como contrapartida, um ativo, despesa ou custo ambiental.
Geralmente são contingências que surgem da posse de minas, siderúrgicas, lagos, rios, 
mar, ou eventos que compõem o meio ambiente. Conhecidas pela conotação nega-
tiva (agressão ao meio ambiente) em três tipos:
Legais ou Implícitas: a entidade temuma obrigação presente legal como consequ-
ência de um evento passado, Pode também surgir como obrigação em firmar um 
contrato, legislação ou outro instrumento de lei.
Exemplo: a empresa compromete-se a plantar mudas de plantas nativas na região, 
em uma proporção de dois hectares para cada dez hectares plantados de florestas 
para exploração. 
Implícitos: surgem por meio de práticas do passado, com riscos e assume um compro-
misso em uma expectativa válida frente a terceiros. Exemplo: a empresa prontificou-se 
a retificar um dano ambiental mesmo que a existência do dano ainda não estivesse 
comprovação.
Construtivas: é aquele evento em que a empresa propõe-se a cumprir espontanea-
3736
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
mente, antecedendo-se as exigências legais. Exemplo: quando a entidade está preo-
cupada com sua reputação na comunidade em geral, ou seja, quando está consciente 
de sua responsabilidade social, no qual, usa os meios para proporcionar o bem-estar 
da comunidade.
De acordo com o IBRACON (1996, p.5) “O passivo ambiental pode ser conceituado 
como toda agressão que se praticou/pratica contra o meio ambiente e consiste no 
valor de investimento necessário para reabilitá-lo, bem como multas e indenizações 
em potencial”.
De acordo com Ferreira, (2000, p.115), para reconhecimento de um passivo ambiental 
deve atender os seguintes requisitos:
1. a entidade tem uma obrigação presente legal ou implícito como conseqüência de 
um evento passado, que é o uso do meio ambiente (água, solo, ar) ou a geração 
de resíduos tóxicos.
2. é provável que recursos sejam exigidos para se liquidar o passivo ambiental, ou seja, 
a chance de ocorrer a saída de recursos, o que depende de um ou mais eventos 
futuros, é maior do que a de não ocorrer.
3. o montante do passivo ambiental envolvido possa ser estimado com suficiente 
segurança.
5.2.1 PASSIVOS AMBIENTAIS: OUTROS CONCEITOS
• Sprouse e Moonitz apud Ribeiro (1992, p.97) afirmam que: passivos são obrigações 
que exigem a entrega de ativos ou prestações de serviços em um momento futu-
ro, em decorrência de transações passadas ou presentes.
• Passivos ambientais referem-se, segundo Martins e De Luca (1994, p.72), a benefí-
cios econômicos que serão sacrificados em função de obrigação contraída perante 
terceiros para preservação e proteção ao meio ambiente.
O passivo ambiental como qualquer passivo, está dividido em capital próprio e capital 
de terceiros.
Exemplo:
a. Banco – empréstimos de instituições financeiras para investimento na gestão am-
biental;
b. Fornecedores – compra de equipamentos e insumos para o controle ambiental;
c. Governo – multas decorrentes de infração ambiental;
d. Funcionários – remuneração de mão-de-obra especializada em gestão ambiental;
e. Sociedade – indenizações ambientais;
f. Acionistas – aumento do capital com destinação exclusiva para investimentos em 
meio ambiente ou para pagamento de um passivo ambiental; e
g. Entidade – por meio da destinação de parte dos resultados (lucro) em programas 
ambientais.
5.2.2 RECONHECIMENTO DO PASSIVO 
AMBIENTAL:
O reconhecimento do passivo requer a apuração, identificação e mensuração do sa-
crifício de recursos que será realizado no futuro e cujo fato gerador já tenha ocorrido.
Os passivos ambientais devem ser constituídos por todas as obrigações conhecidas, e 
mensuradas pela expectativa de sacrifícios de benefícios futuros, impostos por legisla-
ções e regulamentações ambientais. 
Como posso identificar?
A empresa deve responder os seguintes questionamentos:
a. está disposta a reparar o prejuízo provocado?
b. é obrigada legalmente a tal?
c. é a sua única responsável?
d. em qualquer das hipóteses acima, qual o valor da obrigação?
3938
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
6 RECEITA, DESPESAS E 
CUSTOS AMBIENTAIS
6.1 RECEITAS AMBIENTAIS
Segundo o IASB (apud IUDICIBUS e MARION. 2000. P. 173) a receita pode ser definida 
como: [...] “o acréscimo de benefícios econômicos durante o período contábil na forma 
de entrada de ativos ou decréscimo de exigibilidade e que redunda num acréscimo 
do patrimônio líquido, outro que não o relacionado a ajuste de capital”.
Exemplos:
• Prestação de serviços especializados em gestão ambiental;
• Venda de produtos elaborados a partir de sobras de insumos do processo produtivo;
• Participação no faturamento total da empresa que se reconhece como sendo de-
vido a sua atuação responsável com o meio ambiente. (calculado tomando como 
base estatística elaboradas com o mercado consumidor, determinando-se o per-
centual de clientes que realizaram a compra tendo como exigência e pré-condi-
ção o item responsabilidade social).
6.2 CUSTOS AMBIENTAIS
São gastos (consumo de ativos) aplicados direta ou indiretamente no sistema de ge-
renciamento ambiental do processo produtivo e em atividade ecológicas da empresa.
Quando aplicados diretamente na produção, estes gastos são classificados como cus-
to, e se forem aplicados de forma indireta são chamados de despesas.
Na visão de Ribeiro (1992, p.80):
“O valor dos insumos, mão-de-obra, amortização de equipamento e instalações do 
processo de preservação, proteção e recuperação do meio ambiente, bem como ser-
viços externos e os gastos para realização de estudos técnicos sobre a metodologia e 
processamentos adequados podem constituir-se em exemplo de custos e despesas 
ambientais”.
Custos Ambientais (relacionados direta e indiretamente com a proteção do meio am-
biente):
a) Amortização, exaustão e depreciação;
b) Aquisição de insumos para controle, redução ou eliminação de poluentes;
c) Tratamento de resíduos dos poluentes;
d) Disposição dos resíduos poluentes;
e) Tratamentos de recuperação e restauração de área contaminadas;
f) Mão-de-obra utilizada nas atividades de controle, preservação e recuperação do 
meio ambiente.
6.2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS AMBIENTAIS:
Custos Ambientais Internos são aqueles tradicionais contabilizados ao longo do processo 
produtivo os quais servem de base para a determinação do preço de venda dos produtos.
Ex.: matéria-prima, mão-de-obra, depreciação de equipamentos, etc..
Geralmente, as empresa não encontram dificuldades em identificá-los e controlá-los.
Custos Ambientais Externos de acordo com a U.S. EPA (1995, p.34) são aqueles custos 
gerados pelo impacto da atividade da empresa no meio ambiente e na sociedade, os 
quais a companhia não se responsabiliza financeiramente.
Ex.: custo com tratamento de doenças respiratórias ocasionadas pela poluição do ar, 
etc. (são externalidades: efeito, benéfico ou prejudicial, que uma dada atividade eco-
nômica tem sobre terceiros, que não está envolvido nossa atividade).
Segundo Martins e Ribeiro (1995, p.31): “Nunca se imputou, e ainda não se imputa à 
4140
CONTABILIDADE AMBIENTAL CONTABILIDADE AMBIENTAL
mercadoria produzida, todos os custos necessários à sua elaboração, pois a empresa 
agrega ao seu custo de produção somente o valor de insumos que representam de-
sembolso financeiro por parte da empresa, ou seja, aqueles pelos quais efetivamente 
ela paga. Não são computados gastos futuros que a sociedade terá para repor esses 
bens, menos ainda o quadro a sociedade futura sofrerá por não tê-los a disposição, 
quando não renováveis”.
6.3 DESPESAS AMBIENTAIS
Segundo Ribeiro (1998, p.95) “Considera-se como Despesas Ambientais todos os gas-
tos envolvidos com o gerenciamento ambiental, consumidos no período e incorridos 
na área administrativa”.
As Despesas Ambientais podem conter:
• gastos relativos a mão-de-obra e insumos na definição e manutenção de políticas 
e programas ambientais;
• na estocagem de insumos utilizados no controle ambiental;
• no treinamento específico para a proteção ambiental;
• na auditoria ambiental.
6.4 EVIDENCIAÇÕES AMBIENTAIS
As informações são divulgadas no corpo das demonstrações contábeis, de forma se-
gregada dos demais itens referentes à atividade operacional da empresa: Elementos 
de custos,

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