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Diarreia aguda

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Medicina | Larissa Marzagão Ferreira 
 
Diarreia Aguda 
Devido ao aprendizado dos princípios 
fundamentais do tratamento da diarreia aguda e 
desidratação e às melhorias das condições gerais 
de vida da população fez com que, nos últimos 20 
anos, a mortalidade por diarreias infecciosas em 
crianças < 5 anos reduzisse. 
Diarreia: 3 ou mais evacuações amolecidas ou 
líquidas nas últimas 24h. 
 
Diarreia aguda aquosa: pode durar até 14 dias 
(geralmente 7 dias), autolimitada, pode ser 
causada por bactérias e vírus (maioria dos casos), 
pode ocorrer desnutrição com alimentação não 
adequada e episódios sucessivos. 
Diarreia aguda com sangue (disenteria): 
presença de sangue nas fezes (lesão na mucosa 
intestinal), pode se associar com infecção 
sistêmica e outras complicações. A principal 
causadora é a bactéria do gênero Shigella. 
Diarreia persistente: quando se estende por mais 
de 14 dias, pode provocar desnutrição e 
desidratação, possui alto risco de complicação e 
elevada mortalidade. 
 
A investigação da etiologia não é obrigatória em 
todos os casos. 
 
 
 
 
Alergia ao leite de vaca; intolerância a lactose; 
apendicite aguda; invaginação intestinal; uso de 
laxantes; uso de antibióticos. 
 
 
Casos em que pessoas da família também foram 
acometidas, provavelmente, é viral. 
 
O melhor indicador da desidratação é o percentual 
de perda de peso. 
 
 
1. Correção da desidratação e do 
desequilíbrio eletrolítico (Planos A, B ou C); 
2. Combate à desnutrição; 
3. Uso adequado de medicamentos; 
4. Prevenção de complicações. 
 
 
 
 
Medicina | Larissa Marzagão Ferreira 
 
Diarreia Aguda 
 
Pacientes com risco de complicações: 
• < 2 meses; 
• DM, IR e hepática; 
• Vômitos persistentes: a impossibilidade de 
hidratação via oral faz com que o paciente 
se desidrate mais rapidamente. 
• Perdas diarreicas volumosas (> 8 episódios 
diários); 
• Sinais de desidratação. 
 
Avaliação da hidratação: 
• Condição: bem alerta 
• Olhos: normais 
• Lágrimas: presentes 
• Boca e língua: úmidas 
• Sede: bebe normalmente 
Ao exame físico: 
• Sinal da prega desaparece rapidamente 
• Pulso cheio 
• Enchimento capilar até 3 segundos 
(normal) 
 
1. Oferecer mais líquido que o habitual para 
prevenir a desidratação: 
 
 
2. Manter a alimentação habitual para 
prevenir desnutrição; 
 
3. Orientar sobre os sinais de alerta: piora 
na diarreia, vômitos repetidos, muita sede, 
recusa de alimentos, sangue nas fazes e 
diminuição da diurese. 
 
 
 
4. Administrar zinco, uma vez ao dia, 
durante 10 a 14 dias; 
 
Até 6 meses: 10mg/dia 
Maiores que 6 meses: 20 mg/dia 
 
 
Avaliação de desidratação: 
• Condição: irritado, intranquilo 
• Olhos: fundos 
• Lágrimas: ausentes 
• Boca e língua: secas 
• Sede: sedento, bebe rápido e avidamente 
Ao exame físico: 
• Sinal da prega desaparece lentamente 
• Pulsos rápidos e débeis 
• Enchimento capilar aumentado 
 
Dois ou mais nesse sinais/sintomas. 
 
O paciente é liberado após a reidratação completa 
e o reinício da alimentação. 
Paciente não precisa receber hidratação venosa. 
 
1. Administrar solução de reidratação oral 
(SRO): 
 
 
Medicina | Larissa Marzagão Ferreira 
 
Diarreia Aguda 
 
 
2. Reavaliar o estado de hidratação: 
 
 
3. Orientar sobre os sinais de gravidade; 
 
4. Reiniciar alimentação no serviço de 
saúde; 
 
5. Administrar a primeira dose de zinco no 
serviço de saúde; 
 
Avaliação da hidratação: 
• Condição: comatoso, hipotônico* 
• Olhos: muito fundos 
• Lágrimas: ausentes 
• Boca e língua: muito secas 
• Sede: bebe mal ou não é capaz de beber* 
Ao exame físico: 
• Sinal da prega desaparece muito 
lentamente (> 2 segundos) 
• Pulsos muito débil ou ausente 
• Enchimento capilar muito prejudicado (< 5 
segundos)* 
 
Dois ou mais nesse sinais/sintomas, sendo pelo 
menos um os assinalados com asterisco. 
 
Corrigir a desidratação grave com terapia de 
reidratação venosa. 
Se não for possível a infusão 
venosa, deve-se considerar a 
infusão intraóssea. 
 
 
 
 
 
 
 
Considerar realizar exames: íons, glicemia, 
gasometria venosa e função renal. 
 
Critérios de internação: 
• Choque hipovolêmico; 
• Desidratação grave; 
• Manifestações neurológicas (letargia e 
convulsões); 
• Suspeita de doença cirúrgica: vômitos 
bolhoso ou de difícil controle; 
• Falta de condições para o tratamento 
domiciliar. 
 
 
Medicina | Larissa Marzagão Ferreira 
 
Diarreia Aguda 
 
 
 
 
 
 
• Nos casos de diarreia com sangue nas 
fezes, febre e comprometimento do estado 
geral; 
 
• Nos pacientes com anemia falciforme e 
imunossuprimidos; 
 
• Na infecção aguda comprovada por 
Giárdia lamblia ou Entamoeba hystolica. 
 
 
 
Considerando a possibilidade de infecção por 
Shigella (segundo MS e OMS): 
 
 
Reduz o risco de hospitalização e mortalidade por 
diarreia e tem sido administrada nas zonas mais 
carentes do norte e nordeste. 
 
OMS não recomenda pela falta de comprovação 
bem definida e pelo alto custo. 
 
 
Não recomendado pela OMS, pois os vômitos 
tendem a desaparecer com a correção de 
desidratação. 
Segundo a ESPGHAN, pode-se utilizar 
ondansetrona. 
 
Não há recomendação para pacientes tratados 
ambulatorialmente. Somente para aqueles 
hospitalizados e com diarreia persistente 
(prescrição de fórmula sem lactose).

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