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Diarreia e desidratação

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Diarreia eDiarreia e
desidrataçãodesidratação
S5-Ped Gabriela
Brito
Relevância
A diarreia aguda e a desidratação
causam cerca de 2 milhões de óbitos
por ano no mundo, principalmente nas
crianças menores de 1 ano. Estão
associadas com condições precárias
de saneamento básico e higiene ambi-
ental e pessoal precária. Tem a
desnutrição como fator desenca-
deante ou agravante.
Definições
De acordo com a OMS, diarréia é a
liberação de fezes anormalmente amo-
lecidas, usualmente com mais de 3
episódios em 24 horas, sendo a consis-
tência das fezes mais relevante do que
a frequência.
Perda da consistência, aumento do
número e/ou volume das deposições,
com ou sem produtos patológicos
(muco, sangue, pus ou gordura).
Classificação
A diarréia é classificada de acordo com
a duração (aguda, persistente ou crô-
nica) e a localização (alta ou baixa).
Aguda:
Persistente:
Crônica:
Alta:
Baixa:
Até 14 dias de duração. A maioria é
autolimitada e é de cunho infeccioso.
14 até 28 dias de duração. Normal-
mente é de causa não infecciosa, tem
como principal exemplo intolerância
secundária à lactose.
Mais de 28 dias de duração. Normal-
mente são doenças desabsortivas,
como doença celíaca, fibrose cística,
DII, ou causas infecciosas que não se
autolimitam, como giardíase, HIV.
Acomete intestino delgado, mais volu-
mosa e menos frequentes.
Muita frequência e pouco volume,
pode ter muco ou pus associado.
Escherichia coli
Existem vários subgrupos, que causam
uma diarréia inflamatória ou não infla-
matória:
S5-Ped Gabriela Brito 
ENTEROPATOGÊNICAMecanismos da
diarréia aguda
Intol. sec. lactose 
Associado a outros
mecanismos, reflexo
gastrocólico aumentado
Etiologia
Enteropatogênica
Enterotoxigênica
Enteroaderente
Cusam diarréia sem
muco, pus e sangue
e aquosa.
Enterohemorrágica
Enteroinvasiva
Causam diarréia com
sangue, muco ou pus. 
Lesão do tipo attaching-effacing. Cau-
sa diarréia líquida, podendo haver
muco, febre e desidratação leve a
moderada. Adere na superfície do
enterócito, modificando a conforma-
ção da célula e atrapalha a ação do
enterócito, gerando a diarréia.
ENTEROTOXIGÊNICA
Diarréia dos viajantes. Ocorre a pro-
dução de toxinas (termolábil- AMPc e
termoestável- GMPc), não há invasão
de mucosa, se adere aos enterócitos
produzindo as toxinas que estimulam
a secreção eletrolítica (mecanismo
secretor). Adquirida por meio de água
e alimentos contaminados. 
Fezes apresentam aspecto claro,
líquidas, abundantes e fétidas, sem
pus, muco ou sangue. Pode haver
vômitos, febre e dor abdominal leves.
ENTEROHEMORRÁGICA
É transmitida por meio de carne
contaminada. Apresenta fezes amole-
cidas, cm sangue, muco e pus, várias
vezes ao dia, com dor durante as eva-
cuações. Febre alta, com leucocitose e
desvio à esquerda. Em 10% das crian-
S5-Ped Gabriela Brito 
ças menores de 1o anos, pode causar
síndrome hemolítico-urêmica:
 - Anemia microangiopática;
 - Insuficiência renal;
 - Plaquetopenia;
Shigella
É a causa mais cmum de diarréia bac-
teriana no mundo, transmissão ocorre
por contato interpessoal e alimentos.
Causa clássica de diarréia invasiva
colônica (disenteria). Pode causar sín-
drome Hemolítico-Urêmica, febre alta,
dor abdominal, diarréia profusa por
24h que torna-se sanguinolenta após
24h. Principais patógenos são:
 - S. sonnei;
 - S. flexneri;
 - S. boydii;
 - S. dysenteriae;
Salmonella
Causada pela salmonella enteritidis
que tem 6 subtipos. Diarréia aquosa
que evolui para inflamatória com muco
e sangue, dura de 3 a 7 dias. A doença
mais grave é em lactentes muito
jovens, imunossuprimidos e falcêmi-
cos.
Quadro mais prolongado e sistêmico
mais grave com febre, prostação e
enterocolite, pode sugerir febre tifóide
e paratifóide.
Cólera
Causada pelo vibrio cholera. Causa
diarréia grave, com desidratação
intensa, de rápida instalação, podendo
ser fatal. Tem cerca de 139 sorotipos.
Pode matar em horas. Transmissão
fecal-oral, dura cerca de 4 a 7 dias e as
fezes tem características em "água de
arroz".
Quadro clínico
Varia de acordo com a etiologia, se é
viral ou bacteriana. As principais
características de diarréias virais e bac-
terianas são:
Conduta
Sempre deve fazer a avaliação do
estado de hidratação do paciente:
 - Hidratado, desidratado ou desidra-
tado grave;
PESO MUCOSAS SINAISVITAIS
DIURESE FONTANELAEM BEBÊS PELE
S5-Ped Gabriela Brito 
Sinais de desidratação
 Olhos fundos
 Fontanela funda
 Evolução após reidratação por sonda
Planos de conduta
Plano A
Dar mais líquidos que o habitual:
Manter alimentação habitual:
Não melhora em 2 dias e/ou
sinais de alerta:
Paciente sem sinais de desidratação,
porém está com diarréia e tem
potencial de desidratar, é necessário
seguir algumas condutas para evitar a
desidratação.
Líquidos caseiros como água de arroz,
soro caseiro, chás, sucos e sopa.
Solução de reidratação oral, dar após
cada evacuação diarréica de 10-20
ml/kg.
Manter o aleitamento materno, se a cri-
ança não não mamar, manter o leite
habitual e manter dieta normal para
sólidos.
Piora da diarréia, vômitos repetidos,
muita sede, recusa alimentar, febre ou
perda de sangue nas fezes.
EXEMPLO PRÁTICO
Solução de reidratação oral (SRO) -
-- 2 envelopes. Deve-se dissolver o
conteúdo de 1 envelope em 1 litro
de água filtrada ou fervida e ofe-
recer 50 ml após cada evacuação
amolecida (vale só por 24h).
Dieta habitual, rica em líquidos.
Retornar ao serviço de saúde após
48h ou antes.
Paciente de 5kg sem sinais de desidra-
tação, com perdas leves.
1.
2.
3.
S5-Ped Gabriela Brito 
LÍQUIDOS CONTRA-INDICADOS
Bebidas gaseificadas, como refrige-
rantes, suco de frutas industrializados,
café e chás adoçados. 
Plano B
Administrar SRO:
Observar continuamente e aju-
dar a família a dar o SRO:
Aproveitar a permanência na
unidade de saúde para edu-
cação:
Feito em pacientes desidratados sem
sinais de gravidade. Hidratação na
Unidade de Saúde, só mandar para
casa após resolução da hidratação.
Hidratação nesse caso é feita via oral
ou por sonda. No plano B evitar
alimentação. Permitido somente aleita-
mento materno.
50-100 ml/kg em 4-6 horas, com oferta
de pequenas alíquotas a cada 15-20
minutos.
Idealmente pesar de 1/1 hora para
avaliar grau de retenção de líquido.
< 20%- Gastróclise ou hidrat. venosa;
=20%- Manter TRO por 1h e reavaliar;
>20%- TRO eficaz, continuar até reso-
lução da desidratação;
Reconhecimento dos sinais de desi-
dratação, preparação e administração
do SRO e práticas de higiene pessoal e
domiciliar.
EXEMPLO PRÁTICO
SRO ------- 750 ml. Oferecer 47 ml
VO de 15/15 minutos ou 63 ml VO
de 20/20 minutos durante 4h.
Colocar coletor unrinário e anotar
DU (avisar quando <1010).
Dados vitais de 1/1 h, se possível
incluindo pesagem.
Dieta zero se alimentos superficiais
porém pode manter aleitamento
materno.
Dieta VO zero;
Passar sonda nasogástrica;
SRO---------750 ml via gastróclise
50gt/min na 1ª hora e 100gt/min a
seguir (total em 4h);
Colocar coletor urinário e anotar
DU (avisar <1010);
Dados vitais de 1/1h, se possível
com pesagem;
Paciente de 10 kg, desidratado e se-
dento. 
1.
2.
3.
4.
Na alta: 2 diureses claras e
abundantes. Prescrição do plano A
para fazer em casa enquanto persistir a
diarréia.
Caso essa criança apresente episódios
de vômito durante a TRO:
1.
2.
3.
4.
5.
INDICAÇÕES DE GASTRÓCLISE
- > de 3 episódios de vômitos em 1h
- Sem ganho ponderal após 2h de TRO
- Distensão abdominal acentuada com
ruídos hidroaéreos presentes, que não
melhora mesmo após um intervalo
maior entre as tomadas
S5-Ped Gabriela Brito 
- Dificuldade de ingestão da SRO
- Sem melhora clínica
Solução de
reidratação oral (SRO)
Tem em sua composição os seguintes
ingredientes:
 - Sódio;
 - Cloreto;
 - Citrato;
 - Potássio;
 - Glicose;
Plano C
Paciente com desidratação grave,
podendo estar com risco de choque.
O plano C é indicadoem casos de:
Alteração do nível da consciência, íleo
paralítico, desidratação grave e
limitação da absorção intestinal.
EXEMPLO PRÁTICO
Dieta zero;
Ringer lactato ou soro fisiológico
0,9%----------200ml. Correr EV
133gt/min ou 400ml/h (tempo total
30 minutos);
Colocar coletor urinário e anotar
DU (comunicar quando <1010);
Dados vitais de 1/1h, incluindo
pesagem;
Criança de 10kg, sonolenta, com olhos
bastante encovados, sem diurese, po-
uco responsiva.
1.
2.
3.
4.
S5-Ped Gabriela Brito 
MANUTENÇÃO
Após expansão, criança apresentou
diurese clara, porém ainda com
hiporexia, com perdas intestinais
expressivas
1.
HV para 12h
SG5% 400ml
SF0,9% 100ml
KCl10% 11ml EV em BIC 42.5ml/h
 2.REPOSIÇÃO
SG5% 250ml
SF0,9% 250ml EV em BIC 42ml/h
Solução de
reidratação oral (SRO)
Opta-se pelo uso do ringer lactato ou
soro fisiológico 0,9% devido suas
osmolaridades serem parecidas com a
osmolaridade fisiológica.
Expansão quando desidratado depois
faz manutenção e reposição de
perdas! Seguir essa ordem na
desidratação grave.
Medicações
Antimicrobianos:
Diarréia com sangue- Cobertura para
shigellose;
Sintomáticos:
Suspeita de cólera com desidratação
grave;
Infecção por giárdia comprovada;
Anti-eméticos, anti-diarréicos, hemo-
componentes e drogas vasoativas, não
apresentam comprovação de bene-
fício.
Antibióticos/Agente
Oligoelementos
Zinco:
10-20mg/dia por 10-14 dias, tão logo a
criança inicie o quadro diarréico (< 5
anos);
-Diminuição da duração e severidade
do quadro;
-Menor risco de desidratação;
-Diminuição do risco de novo episódio
dentro dos próximos 2-3 meses;
S5-Ped Gabriela Brito 
1- Lactente de 8 meses apresenta história
de infecção intestinal viral com quadro
de diarréia e vômitos na última semana.
Atualmente sem vômitos ou febre,
persiste com evacuações frequentes,
com fezes explosivas e líquidas. Ao
exame físico encontra-se hidratado, com
peso adequado e irritado ao manuseio.
Aceitando bem dieta e líquidos. Com
relação ao quadro clínico atual, maior
proba-bilidade é de que:
a) Trata-se de uma enteroparasitose
b) É uma intolerância secundária a
lactose
c) O processo infeccioso ainda está
presente
d) Apresenta uma alergia a proteína do
leite de vaca
e) Ocorre agora uma intercorrência
infecciosa bacteriana
2- Paciente de 3 meses, com relato
materno de diarréia, com evolução de 18
dias, de início gradativo, inicial-mente
precedida de febre 2 dias e sem sangue,
muco ou pus até o dia da consulta atual.
No primeiro dia, vomitou 8 vezes.
Procurou serviço medico, sendo prescrito
terapia de reidratação oral e
acompanhamento. Atualmente, além da
diarréia, apresenta cólica, assadura
moderada a grave e fezes explosivas. O
quadro refere-se a que tipo de diarréia?
a) Osmótica
b) Secretora
c) Toxigênica
d) Enteroinvasiva
e) Diarréia do viajante
3- Menor de 4 anos é levado ao pronto-
socorro com relato de quadro de vômitos
(2 episódios) e diarréia líquida sem muco
ou sangue que se iniciaram há cerca de
12h. Ao exame, o menos se encontra com
olhos normais, saliva fluida, diurese
presente, afebril, pulsos cheios e
perfusão capilar periférica normal. A
melhor conduta a ser feita é:
a) Orientar a realização da terapia de
reidratação oral após cada perda e
aumentar a ingestão de líquidos,
ressaltando a importância de retornar
em caso de sinais de desidratação.
b) Orientar a Intensa ingesta de sucos e
chás caseiros e dieta constipante,
observando a presença de diurese, saliva
fluida na boca, olhos normais.
c) Prescrever Terapia de Reposição Oral
75ml/kg para ser oferecida durante 4h na
unidade e, caso apresente vômito, tentar
realizar por gastróclise.
d) Prescrever etapa de hidratação venosa
com soro fisiológico 0,9% durante 2h e
observar se aceitará dieta via oral.
S5-Ped Gabriela Brito 
4- Lactente de 10 meses, masculino,
previamente hígido, é trazido ao pronto-
socorro com história de 3 dias de febre,
vômitos e diarréia sem produtos
patológicos. Hoje os pais se
preocuparam, pois o bebê apresentou 7
episódios de diarréia e está urinando
menos que o normal. A aceitação
alimentar diminuiu, e a criança está
aceitando apenas o seio materno. Ao
exame físico, nota-se uma criança alerta,
com mucosa oral seca e olhos fundos. FC
110 bpm; FR 30irpm e PA 90x50mmHg.
Dentre as alternativas a seguir, assinale
aquela que contem os corretos
diagnóstico e manejo clínico do
paciente:
a) Doença diarréica aguda (DDA) de
provável etiologia viral, desidratação
leve/aumentar a oferta de leite materno.
b) DDA de provável etiologia bacteriana,
desidratação grave/antibioticoterapia e
hiratação intravenosa.
c) Provável intolerância a lactose/ su-
bstituir leite materno por formula lacteal
com baixo teor de lactose.
d) DDA de provável causa viral,
desidratação leve a moderada/pres-
crever terapia de reidratação oral.
e) DDA por provável verminose intestinal,
desidratação leve a moderada/prescrever
mebendazole e orientar aumento da
oferta de líquidos.
5- Criança de 3 anos vem evoluindo
com quadro de vômitos, fezes liquidas
com sangue e aumento da frequência de
evacuações, há 5 dias. Mãe relata febre
nos primeiros 2 dias do quadro. Está
dando “soro caseiro” e líquidos que a
criança aceita bem. Ao exame clínico,
não apresenta sinais de desidratação. A
conduta correta neste caso é:
a) Iniciar solução de terapia de
reidratação oral e manter o paciente em
observação por 4-6h.
b) Prescrever anti-emético para controle
dos vômitos.
c) Prescrever antimicrobiano por via
oral.
d) Suspender o uso de alimentos que
contenham lactose até a melhora do
quadro.

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