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Células do sistema imune

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CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE 
As células do sistema imune podem ser 
divididas em dois grandes grupos: as células 
que participam mais da imunidade inata e as 
que participam mais da imunidade adaptativa. 
As células do primeiro grupo englobam os 
macrófagos, ou neutrófilos, os eosinófilos e 
os basófilos, também com a participação dos 
mastócitos. 
No segundo grupo se encontram os linfócitos, 
que caracterizam a imunidade adaptativa, sendo 
representados principalmente pelos linfócitos T 
(auxiliares e citotóxicos) e B (B1 e B2). 
 
Os fagócitos abrangem os macrófagos e os 
neutrófilos. Os basófilos e os eosinófilos são 
classificados em granulócitos, assim como os 
neutrófilos. O principal tipo de célula 
apresentadora é a célula dendrítica, mas os 
macrófagos também podem apresentar o 
antígeno. 
Na imagem a seguir estão algumas lâminas 
representando células características do 
sistema imune. Na lâmina A é representado 
um neutrófilo, com um núcleo segmentado. 
Na lâmina B está um mastócito, que pode ser 
identificado principalmente pela sua 
localização próximo à vasos sanguíneos. Na 
figura C é representado um basófilo, e na D 
um eosinófilo. 
 
NEUTRÓFILOS 
Os neutrófilos podem ser classificados como 
um granulócito e também como um fagócito. 
O que chama a atenção no neutrófilo é a 
presença de grânulos, que não são nem 
eosinofílicos nem basofílicos (neutro). Eles 
podem ter núcleos segmentados, mas as 
vezes o núcleo tem um formato de 
ferradura/ bastonete, por isso essas 
células são chamadas de polimorfonucleares 
(núcleo assume mais de uma forma). Essas 
células possuem moléculas de adesão e 
receptores na superfície da sua membrana 
celular. Essas são células de vida curta, e isto 
está relacionado com uma de suas funções. 
O neutrófilo não tem um complexo de Golgi 
muito desenvolvido (não tem uma capacidade 
de secreção), possui mitocôndria e também 
não tem muita funcionalidade no seu retículo 
endoplasmático (não é um bom sintetizador 
de proteínas – quando já está maduro). Na 
fase em que o neutrófilo está se 
desenvolvendo na medula óssea, ele tem a 
capacidade de sintetizar uma grande 
quantidade de proteínas, que vão formar o 
conteúdo dos grânulos. 
 
Moléculas que o neutrófilo tem em sua 
superfície: 
 
CD = cluster of differentiation, conjunto de 
moléculas marcadoras da superfície celular 
usado para diferenciar variados tipos de 
células. 
Nos neutrófilos, são encontrados 
receptores para alguns componentes de 
adesão celular, importantes para a célula se 
prender na parede dos vasos, por exemplo, 
são as chamadas CD11a e CD18 (moléculas de 
adesão). 
Também existem os receptores de 
imunoglobulinas, especialmente para a cadeia 
pesada da IgG, que é o CD32. Tem também 
receptores de anticorpos, como CD11b e o 
CD18 e também o CD35. 
O CD32 também é conhecido por ser 
receptor de um tipo de proteína muito 
importante da imunidade, que são as 
proteínas do sistema de complemento, 
importante para provocar a lise de 
bactérias. Então o neutrófilo pode atuar de 
forma conjunta com essas proteínas do 
sistema de complemento (destruição de 
patógenos no meio extracelular). 
 
Existem enzimas no interior dos grânulos 
dessa célula, como a lisozima e as defensinas 
(bactericidas), a lactoferrina (importante 
para uma célula da imunidade inata ter uma 
proteína que se liga ao ferro porque ela irá 
sequestrar o ferro do meio extracelular, e 
esse é um fator para o crescimento de 
micro-organismos). Também tem a ação da 
colagenase (a ação do neutrófilo leva a uma 
destruição tecidual, então algumas infecções 
que recrutam e estimulam a presença de 
neutrófilo no tecido acaba provocando 
lesões no próprio tecido, porque ele tem a 
presença dessa enzima colagenase – o 
colágeno é quebrado pela ação dessa 
enzima). A gelatinase degrada bactérias e 
tecidos. Também estão presentes as 
enzimas elastase, catepsina B e a beta-
glucoronidase, que tem a ação também de 
degradar tecidos, ação bactericida e, no 
caso da beta-glucoronidase, ativar o fator 
de necrose tumoral (substância altamente 
inflamatória). 
Uma enzima característica dos neutrófilos é 
a mieloperoxidase, que é uma 
metaloproteinase, com uma parte proteica 
associada a um íon de cobre (esverdeada). 
Ela está associada ao processo de explosão 
respiratória. Essa enzima converte radicais 
livres de oxigênio, nitrogênio e cloro em 
hipoclorito, substância com ação bactericida 
(não possui seletividade, lesionando também 
os tecidos do organismo). 
 
Neutrófilos de um bovino. 
 
 
Núcleos de diferentes formas em dois neutrófilos. 
O neutrófilo com o núcleo em forma de ferradura 
é chamado de bastonete (forma jovem). 
A presença dessa forma jovem de 
neutrófilo indica alterações no 
funcionamento da produção de neutrófilos 
pela medula óssea. Algumas infecções 
forçam a medula óssea a produzir e liberar 
formas jovens dessa célula, auxiliando no 
prognóstico da evolução da doença. Os 
neutrófilos com núcleo segmentado 
representam a forma madura. 
 
M: macrófago; S: segmentado; B: bastonete. 
O número de neutrófilos é um indicador do 
status de uma infecção. Na tabela a seguir 
são representados os valores normais para 
algumas espécies. 
 
Nas primeiras 24 horas de um processo 
inflamatório agudo, espera-se encontrar 
valores de até 20 mil células por microlitro 
no hemograma de cães e gatos (intensa 
produção e mobilização de neutrófilos no 
organismo infectado). 
 
 
O neutrófilo é um fagócito, mas não 
excelente. O macrófago é mais apto a fazer 
essa fagocitose. Mas o neutrófilo é capaz de 
destruir micro-organismo no meio 
extracelular. 
 
Essa destruição de micro-organismos no 
meio extracelular se deve à capacidade que 
o neutrófilo tem de se autodestruir e lançar 
sua cromatina e enzimas para o meio 
extracelular (exocitose). Ele faz isso se 
associando a enzima mieloperoxidase. (Não é 
secreção, pois ao fazer isso a célula se 
autodestrói). 
O neutrófilo, embora não seja um bom 
fagócito, é capaz de fazer a fagocitose com 
o auxílio da opsonização, principalmente com 
a presença de anticorpos que recobrem a 
superfície do micro-organismo. Como os 
neutrófilos possuem receptores para 
anticorpos e também para proteínas do 
sistema de complemento, essas moléculas se 
ligam e revestem o patógeno e, a partir daí, 
receptores tanto para anticorpos como 
para o sistema de complemento acabam 
facilitando o processo de fagocitose. 
 
O processo de destruição celular realizado 
pelo neutrófilo é caracterizado pela 
produção de NET – armadilha produzida pela 
exocitose do neutrófilo. A cromatina lançada 
ao meio extracelular forma uma armadilha 
onde vão se prender bactérias (não 
acontece sempre). 
Os neutrófilos também são capazes de 
migrar rapidamente para sítios de infecção. 
A figura a seguir representa o processo de 
explosão respiratória: 
 
O neutrófilo possui um sistema chamado de 
iNOS, que é uma proteína presente no 
interior dos fagossomos do neutrófilo. Essa 
iNOS é uma enzima sintetizadora de óxido 
nítrico induzida, ou seja, a presença do 
patógeno no interior da célula faz com que o 
aminoácido arginina interaja com o oxigênio e 
produza óxido nitroso. A presença de óxido 
nitroso com radicais livres de oxigênio, que 
por sua vez são produzidos por um complexo 
enzimático chamado NADPH oxidase, se 
juntam e formam o óxido nítrico. Ele por si 
só é capaz de provocar a destruição parcial 
das bactérias. Mas, além desse óxido nítrico, 
os radicais livres de oxigênio também vão 
levar à formação do peróxido de hidrogênio. 
O neutrófilo também possui radicais livres de 
cloro. O peroxido de hidrogênio reage com o 
cloro pela ação catalítica da mieloperoxidase 
e forma água e hipoclorito. 
 
Uma capacidade importante dos neutrófilos 
é realizar migração do sangue para os 
tecidos. O processo infeccioso ocorre nos 
tecidos, então o neutrófilo deve chegar até 
onde está o patógeno. Esse processo de 
migração é divididoem pelo menos 3 etapas 
e está representado na figura a seguir: 
 
O neutrófilo se adere à parede dos vasos e, 
num primeiro momento, ele diminui sua 
velocidade (rolamento), rolando pelo endotélio 
do vaso sanguíneo. Em um determinado 
momento ele para e começa a migrar para 
o tecido conjuntivo adjacente, onde está 
ocorrendo a infecção (quimiotaxia). 
A presença de patógenos no tecido 
conjuntivo adjacente ao vaso sanguíneo 
provoca alterações no tecido e também no 
endotélio, e como os neutrófilos têm 
moléculas de reconhecimento e de adesão, 
ele acaba reconhecendo essas alterações no 
endotélio e por isso ele vai se aderir. 
MACRÓFAGOS 
O macrófago é associado ao processo de 
fagocitose, sendo considerado uma célula da 
imunidade inata. Ele participa do início de um 
processo chamado de inflamação, e a 
fagocitose é uma etapa importante do 
desencadeamento do processo inflamatório. 
Alguns tipos de macrófagos são importantes 
para o processo de regeneração tecidual. Ele 
tanto faz a limpeza do local após o processo 
infeccioso e inflamatório da destruição 
tecidual como também estimula o processo 
de regeneração do tecido. 
Locais onde ocorre proporcionalmente a 
destruição de bactérias em situações de 
infecção: 
 
Fígado: Células de Kupffer; Pulmão: 
macrófagos pulmonares. No tecido nervoso, 
ele se apresenta como micróglia, e nos 
tecidos ósseos como osteoclastos. Também 
estão presentes na mucosa intestinal e no 
baço. 
 
Aspecto de um macrófago. 
O macrófago não é granulocítico, e possui 
um complexo de Golgi e um REG desenvolvido 
e funcional (sintetiza e libera proteínas para 
o meio extracelular). Além disso, estão 
presentes os lisossomos, importante para o 
processo de fagocitose. 
Os macrófagos possuem um núcleo grande 
e arredondado e eles podem ter diferentes 
origens. Alguns macrófagos são originados 
da medula óssea, outros do saco vitelino 
embrionário e também do fígado fetal. Essas 
origens distintas vão determinar o que o 
macrófago irá fazer: originados da medula 
óssea – processos inflamatórios 
(fagocitose); originados do saco vitelino e 
fígado fetal – capacidade de atuar em 
processos de regeneração tecidual. 
Comum a todos os tipos de macrófagos é a 
presença de um grande número de 
receptores para moléculas na superfície da 
membrana dessas células. Além disso, essas 
células possuem uma ampla distribuição no 
corpo. 
 
Alguns macrófagos podem dar origem à 
célula dendrítica, que pode ter outras 
origens. 
 
Os macrófagos também possuem 
receptores de proteínas na sua superfície 
(CDs). O CD71 é a transferrina (sequestro de 
ferro do meio extracelular). A CD25 é uma 
proteína capaz de reconhecer uma citocina, 
que é um hormônio que faz a comunicação 
celular (interleucina 2). 
Também tem proteínas do sistema de 
complemento na superfície do macrófago: 
CD11b/18 – receptor da CR3, e CD35 – 
receptor da CR1. 
Algumas proteínas na superfície do 
macrófago reconhecem a cadeia pesada dos 
anticorpos, e a partir desse reconhecimento 
é possível realizar o processo de 
opsonização. 
Além disso, tem moléculas como a CD40 que 
é importante na comunicação com linfócitos 
T. 
A TLR4 (toll like receptor) é uma molécula 
que reconhece um padrão molecular 
associado ao patógeno que é o LPS, 
presente em bactérias gram-negativas 
(salmonela, escherichia coli, enterobactérias). 
Existe também o TLR2, que reconhece 
principalmente peptideoglicanos de bactérias 
gram-positivas. 
 
Como o macrófago está amplamente 
distribuído por vários tecidos, ele tem a 
função de sentinela. É uma célula que tem 
receptores para componentes moleculares 
característicos de patógenos. 
O macrófago, a partir do processo de 
fagocitose, é capaz de destruir patógenos. 
Pra isso, os macrófagos são dependentes de 
alguns mecanismos compartilhados com os 
neutrófilos: ele produz espécies reativas de 
oxigênio e de nitrogênio, graças à presença 
de um aparato enzimático que é capaz de 
transformar água em espécie reativa de 
oxigênio e nitrogênio. 
Em função do seu papel de sentinela e de 
sua capacidade de reconhecer padrões 
moleculares e fazer fagocitose com 
explosão respiratória, o macrófago é uma 
peça chave no início da imunidade inata. Logo 
após uma infecção, os macrófagos estão 
atuando no tecido para tentar debelar o sítio 
de infecção. 
Os macrófagos atuam também produzindo 
uma série de substâncias chamadas de 
citocinas, que são capazes de alterar o 
tecido onde o macrófago está localizado e 
que está sendo infectado, assim como 
tecidos adjacentes (como a parede dos 
vasos sanguíneos que irrigam o tecido 
infectado). A presença dessas citocinas 
produzidas pelos macrófagos no interior do 
organismo é capaz de provocar mudanças 
na medula óssea, garantir o aumento na 
produção de neutrófilos e provocar sua 
mobilização, e alterar todo o metabolismo do 
organismo para que ele seja mais eficiente 
na tentativa de debelar a infecção. 
O macrófago acaba sendo também o 
pontapé inicial para a estimulação de outras 
células do sistema imune. 
Após a debelação do sítio de infecção, há a 
necessidade de se fazer a regeneração 
tecidual (participação dos macrófagos). 
Principais citocinas produzidas por 
macrófagos: 
Interleucina 1 (IL-1): leva à ativação 
principalmente de linfócitos Th2, e estimula 
o fígado a produzir proteínas de fase aguda 
(principalmente a proteína C reativa PCR). 
Também leva à estimulação da produção da 
IL-6. 
Interleucina 6 (IL-6): leva à ativação de 
linfócitos B e à produção de proteínas de 
fase aguda como a própria PCR pelo fígado 
(marcador de processo inflamatório agudo). 
Interleucina 12 (IL-12): estimula linfócitos T 
auxiliares do tipo 1 (Th1). 
Interleucina 18 (IL-18): promove a produção 
de interferon gama (IFN-) por linfócitos Th1. 
Interleucina 23 (IL-23): estimula os linfócitos 
Th17, que produz uma grande quantidade de 
substâncias inflamatórias, e estimula o 
sistema imune a inflamar de maneira intensa. 
Fator de necrose tumoral (TNF-): vai 
estimular várias funções, como a destruição 
de células infectadas por vírus (mecanismo 
citotoxicidade), o crescimento de linfócitos T, 
a febre, processos de coagulação, a 
produção de neutrófilos, ou seja, é 
fundamental no início do processo 
inflamatório. 
 
Representação da explosão respiratória: 
 
A explosão respiratória que ocorre no 
macrófago é uma reação entre o aminoácido 
arginina e o oxigênio, a partir da NOS2 (óxido 
nítrico sintase), que vai produzir citrulina e 
óxido nitroso, que reage com radicais livres 
de oxigênio e formam o óxido nítrico. Em 
neutrófilos esse óxido vai reagir com o 
hipoclorito. 
O macrófago pode ter diferentes vias de 
ativação, então quando ele está em repouso 
e é estimulado por padrões moleculares 
associados ao patógeno, ele geralmente vai 
pela via de ativação da imunidade inata e 
desencadeia nas células da imunidade inata 
um processo que resulta com a produção de 
uma grande quantidade de interferon gama, 
que vai caracterizar uma ação mais 
inflamatória, e principalmente uma 
retroalimentação e a ativação de outros 
macrófagos pela chamada ativação clássica 
dos macrófagos do tipo M1. 
OBS.: A expressão de MHC de classe II é 
importante para a comunicação desse tipo 
de macrófago com outras células, 
particularmente os linfócitos T. 
 
Quando o macrófago é estimulado na 
presença de citocinas do tipo IL-4, IL-13 e 
IL-10, a via de ativação é a alternativa, para 
os macrófagos do tipo M2, que vão levar ao 
reparo e a regeneração tecidual. 
 
Distribuição dos macrófagos pelos 
diferentes tecidos: 
 
Monócitos são os precursores dos macrófagos no 
sangue, e na medula óssea, estão as células tronco 
que são origem aos monócitos. 
Portanto, o macrófago realiza a fagocitose, 
inicia a imunidade inata, leva à ativação da 
imunidade adaptativa e também ao início do 
processo inflamatório, e promove a 
regeneração tecidual. 
Quando os macrófagos são ativados com a 
participação da IL-4, IL-10 e IL-13, eles vãoremodelar o tecido, fazendo a expressão de 
fatores de crescimento de fibroblastos 
(produzem colágeno), eles mesmos vão 
produzir fibronectina (ajuda na formação da 
matriz extracelular), vão produzir fatores 
angiogênicos – VEGF (produção de novos 
vasos sanguíneos), e vão produzir também 
TGF-, muito importante na regulação da 
atividade dos fibroblastos e vai levar à 
produção da matriz extracelular. Eles 
também produzem inibidores de protease. 
Numa situação normal, eles produzem 
principalmente colagenase, elastase e 
ativador de plasminogênio, enzimas que vão 
levar à destruição tecidual. Então quando o 
estímulo é inflamatório, degrada o tecido, e 
quando o estímulo é mediado por essas 
citocinas, há o remodelamento do tecido e a 
produção de substâncias que inibem a 
destruição tecidual (inibidores de protease). 
 
Há uma relação muito interessante entre 
macrófago e neutrófilo: quando o macrófago 
está num ambiente onde há a presença de 
macrófago, ele produz CD31 e o neutrófilo 
em resposta também produz CD31, e isso 
funciona como uma comunicação entre 
essas células, indicando que o neutrófilo está 
saudável e não está provocando muitas 
lesões no tecido, e o macrófago deixa o 
neutrófilo exercer sua função. Se o 
neutrófilo começa a fazer NET e exocitose 
(reversão da membrana celular), é entendido 
que ele está morto, então o macrófago não 
consegue reconhece-lo e faz sua fagocitose 
 
Uma outra característica dos macrófagos é 
que eles podem atuar de uma forma 
semelhante à fagocitose em um processo de 
cronificação de um processo inflamatório. 
Então infecções crônicas, insultos químicos e 
até mesmo parasitas podem causar uma 
irritação tecidual prolongada, que leva à 
destruição dos macrófagos M1 no tecido. À 
medida em que o tempo passa, a população 
de macrófagos M1 dá lugar à população de 
macrófagos M2, que vão tentar fazer a 
fagocitose da substância irritante que está 
persistindo naquele meio e a remoção do 
tecido danificado. No entanto, como a 
infecção é persistente, esses macrófagos 
começam a produzir uma grande quantidade 
de interleucina e outras substâncias como a 
TGF-, fator de crescimento de fibroblastos 
e fatores angiogênicos, estimulando a 
formação de um tecido cicatricial ao redor 
da substância irritante, e isso recebe o nome 
de fibrose. 
Quando a fibrose é formada, além dos 
macrófagos e da capa de tecido conjuntivo 
que caracteriza a fibrose, há a migração de 
granulócitos para dentro dessa estrutura 
encapsulada em tecido conjuntivo, e por isso 
essa estrutura é chamada de granuloma. Ao 
invés de eliminar a substância irritante, os 
macrófagos tentam isolá-la. 
Doenças infecciosas virais, bacterianas e 
por protozoários que provocam granuloma: 
leishmaniose, esquistossomose, hepatite 
infecciosa canina, etc. 
 
MASTÓCITOS 
Os mastócitos são células presentes no 
tecido conjuntivo localizado geralmente 
próximo aos vasos sanguíneos. Assim como 
os macrófagos, eles atuam como uma célula 
sentinela, atuando juntamente com ele no 
início da imunidade inata. 
Os mastócitos, diferentemente dos 
eosinófilos, não pertencem ao grupo dos 
granulócitos. Essas células vão atuar na 
presença de parasitas e vão estar 
aumentados em processos alérgicos e em 
processos de anafilaxia, e também nos 
quadros de asma. 
Essas células são caracterizadas por uma 
grande presença de grânulos com 
substâncias vasoativas particularmente a 
histamina que tem a capacidade de 
promover uma vasodilatação. 
O mastócito tem como função desencadear 
o início da imunidade inata. Ele tem 
receptores de padrões moleculares 
associados ao patógeno em sua superfície, 
particularmente receptor para LPS, e ele 
responde em questão de segundos e minutos 
ao contato com o LPS, ou seja, uma bactéria 
gram-negativa que entre no tecido 
conjuntivo e venha a encontrar um 
mastócito, vai desencadear nessa célula uma 
ativação. 
Quando os mastócitos são ativados, eles 
modificam o posicionamento de seus 
grânulos e ocorre um processo chamado de 
desgranulação, que é a liberação dos 
conteúdos dos grânulos para o meio 
extracelular, particularmente das 
substâncias vasoativas. Isso é importante 
também no processo alérgico, embora nessa 
situação tenha que ocorrer a participação 
da produção de anticorpos, então os 
mastócitos têm tecidos previamente 
sensibilizados com IgE, produzida pelos 
plasmócitos em um contato prévio com o 
alérgeno. Essa IgE produzida é então 
ancorada à superfície dos mastócitos, após 
isso, se o mastócito encontrar um alérgeno 
ao qual a IgE se liga, ele desencadeia uma 
modificação tecidual, com uma maior 
presença de líquido em função da 
vasodilatação promovida pela histamina e 
também a produção de substâncias 
inflamatórias locais, inclusive citocinas. 
Na superfície dos mastócitos existem 
receptores de substâncias tanto do 
organismo quanto de padrões moleculares 
associados à patógenos que são capazes de 
levar à sua ativação. 
A presença de neuropeptídios, 
principalmente substâncias alpha e beta 
adrenérgicas, promovem a síntese de 
substâncias e a desgranulação. Então o 
mastócito é uma célula do sistema imune 
sensível à estimulação nervosa. 
 
Também têm receptores de IgG na sua 
superfície, assim como para IgE (armamento 
do mastócito – ele fica armado com a 
presença de IgE na sua superfície). Também 
têm receptor para LPS (bactérias gram-
negativas), endotelina (comum em bactérias) 
e adenosina (segundo mensageiro, comum 
em células do próprio organismo e também 
em patógenos). 
Uma vez que eles encontram algum padrão 
molecular associado à patógeno, em questão 
de segundos fazem a exocitose dos grânulos. 
Geralmente, os primeiros grânulos liberados 
são de histamina, serotonina, triptase, 
calicreínas, proteases e proteoglicanas. 
Essas substâncias têm uma participação na 
alteração da permeabilidade dos vasos 
sanguíneos, então aumentam o volume de 
líquido no local onde o mastócito está e 
aumenta também a passagem de 
substâncias do sangue para dentro do tecido 
conjuntivo infectado. 
Em minutos, ele começa a fazer a secreção 
de sustâncias eicosanoides, que são 
substâncias pró-inflamatórias decorrentes 
do metabolismo do ácido araquidônico, que é 
transformado em leucotrienos, 
prostaglandinas e fator de ativação 
plaquetário, que tem como papel iniciar o 
processo inflamatório imediato. 
Em horas, o mastócito passa a modificar o 
seu padrão de síntese de proteínas e 
começa a produzir citocinas, que vão ter 
uma papel muito importante na ativação de 
outras células, inclusive do próprio eosinófilo. 
Também vão estimular a produção de células 
na medula óssea, inclusive o próprio 
eosinófilo. Também vão começar a funcionar 
como fatores de quimiotaxia para o local 
aonde está ocorrendo a alteração tecidual. 
 
Um dos aspectos importantes do 
metabolismo e do funcionamento dos 
mastócitos é o chamado armamento. 
 
Os mastócitos possuem receptores para a 
cadeia pesada de imunoglobulinas. Esses 
receptores de IgE estão representados em 
verde na imagem acima, e neles podem se 
ancorar duas moléculas de IgE. Se essas duas 
moléculas se ancoram e, posteriormente um 
alérgeno se liga aos paratopos da molécula 
de IgE que está presa na superfície do 
mastócito, ocorre a estimulação para que o 
mastócito ative uma cascata proteica e leve 
à ativação de enzimas como a fosfolipase A, 
que vai levar ao metabolismo do ácido 
araquidônico, que vai levar à ativação das 
proteínas quinases, que vão levar a um 
processo de desgranulação, e também à 
síntese e a secreção de citocinas. Então o 
processo de armamento do mastócito é um 
mecanismo de ativação importante, mas não 
é o único, porque os mastócitos também 
possuem receptores de padrões 
moleculares associados ao patógeno, 
receptores para LPS, e em função disso 
eles também podem ser ativados por essa 
via. 
A via de ativação pelo armamento por IgE é 
importante quando o animal já foi 
sensibilizado previamente pelo alérgeno e 
tem um novo encontro com ele,o que leva à 
uma ativação intensa dos mastócitos. Isso 
está na gênese do choque anafilático. Se o 
mastócito desgranulado estiver na região da 
glote, ele vai provocar um edema nessa 
região e isso pode levar à um quadro de 
asfixia por obstrução e oclusão da via 
respiratória superior, levando ao óbito. 
EOSINÓFILOS 
Os eosinófilos são células que pertencem ao 
grupo dos granulócitos, e que têm afinidade 
pelo pigmento eosina. Essas células são um 
pouco maiores que os neutrófilos, e seu 
núcleo pode ser bilobulado ou multilobulado. 
Eles não são confundíveis com os neutrófilos 
devido ao seu tamanho e sua coloração mais 
rósea. Os eosinófilos possuem grânulos ricos 
em enzimas, que vão participar do processo 
de digestão de parasitas, particularmente 
dos vermes. No seu citoplasma existe um 
tipo de grânulo especial chamado de grânulo 
cristaloide, que tem uma matriz periférica e 
um centro de coloração intensa e densa 
(também possuem enzimas). 
 
 
 
Deve-se atentar para as diferenças entre 
as espécies, principalmente no que tange a 
forma, cor, tamanho e número de grânulos. 
O eosinófilo é uma célula que não persiste 
muito no sangue, e sua meia vida é curta, de 
cerca de uma hora, então tem de se ter a 
sorte do seu aumento na hora em que o 
sangue foi coletado. Isso acontece porque o 
aumento do eosinófilo é muito sensível à 
estimulação principalmente pela presença de 
mastócitos. Então os mastócitos estimulam a 
ativação para o aumento de produção e 
liberação de eosinófilos pela medula óssea, 
que rapidamente migram para os tecidos, 
principalmente para o intestino. Os 
eosinófilos podem ser encontrados no 
sangue em processos alérgicos e em casos 
de parasitismo. 
A produção de eosinófilos na medula óssea é 
dependente da estimulação por citocinas e 
por substâncias hormonais que são 
produzidas por dois tipos celulares, os 
mastócitos e os linfócitos Th2 (linfócitos T 
auxiliares do tipo 2). Essas duas células 
produzem, principalmente, IL-5, no entanto, 
só isso não é o suficiente: é necessária a 
participação de um hormônio de estimulação 
hematopoiética que é o fator de 
crescimento de granulócito e macrófago 
(GM-CSF). Esse hormônio hematopoiético 
estimula a medula óssea a produzir e 
maturar os eosinófilos. 
 
O eosinófilo não é um bom fagócito, ele libera 
enzimas para o meio extracelular que 
tentam lidar principalmente com patógenos 
de maior tamanho, como os vermes. Ele 
produz uma enzima que é a peroxidase, que 
tem uma atividade citotóxica (parasiticida) e 
também a histaminase, que inativa a 
histamina (controla a permeabilidade e o 
conteúdo de líquido no local onde está 
ocorrendo o parasitismo). 
Se houver a presença de parasitas e 
patógenos no meio extracelular (ele também 
tem receptor de PAMP e DAMP – alguns 
casos de parasitismo levam à lesões 
celulares no hospedeiro), o eosinófilo produz 
quimiocinas que levam à ativação de alguns 
tipos de linfócitos T (principalmente Th2). Ele 
também estimula a liberação de alguns 
radicais livres e secreta para o meio 
extracelular algumas enzimas, o que provoca 
lesão tecidual e inflamação, mas num grau 
não tão intenso quanto o neutrófilo. Ele 
também libera mediadores lipídicos do tipo 
leucotrienos derivados do ácido araquidônico, 
e está relacionado com o aparecimento de 
sinais como dor, contração da musculatura 
lisa e aumento na produção de muco, 
principalmente no trato gastrointestinal. 
 
PAMP: padrão molecular associado à patógeno. 
DAMP: padrão molecular associado a dano 
celular. 
Como ele tem proteínas catiônicas 
carregadas positivamente nos grânulos, a 
ação dessas enzimas em resposta à 
estimulação pela presença de um parasita, 
pode levar à uma lesão tecidual, não pelo 
parasita, mas sim pelo próprio eosinófilo. 
Como dito anteriormente, eles também 
produzem citocinas que vão retroalimentar 
o processo de ativação de macrófagos, 
células dendríticas, neutrófilos e células 
endoteliais. 
A ativação de células endoteliais pelas 
citocinas é importante para o fenômeno de 
migração leucocitária. 
BASÓFILOS 
Os basófilos têm um comportamento muito 
semelhante aos mastócitos, tendo inclusive 
receptores para IgE, e eles podem ser 
ativados quando a IgE está ancorada em sua 
membrana e uma substância alérgica se liga 
aos paratopos de duas moléculas de IgE 
presas à membrana. 
 
Na membrana do basófilo, estão presentes 
várias moléculas e receptores, e quando 
estimulado no tecido conjuntivo1, não 
permanece na corrente sanguínea: ele 
tende a migrar para o tecido conjuntivo 
associado aos órgãos linfoides. Lá, entrando 
em contato com uma substância, ele 
responde com a produção de citocinas (IL-3). 
Caso seja o primeiro contato com o antígeno 
presente no tecido linfoide, ele responde 
com a produção de histamina e também com 
a produção de leucotrienos (substâncias pró-
inflamatórias) em questão de minutos. Após 
essa primeira ativação, o basófilo fica mais 
responsivo à ativação pela IgE, e passa a 
secretar IL-3. 
 
 
1 Particularmente no tecido linfoide dentro dos linfonodos. 
A IL-3 também pode atuar sobre o próprio 
basófilo, sendo secretada por outras células 
como linfócitos T. Isso faz com que ele acabe 
mudando suas proteínas de superfície e 
aumentando sua produção de citocinas. 
O basófilo não é uma célula voltada para a 
fagocitose, mas sim para o recrutamento de 
outras células. O próprio eosinófilo pode ser 
recrutado pela ação dos basófilos. 
Os basófilos são células capazes de 
apresentar antígeno, coordenam o início das 
reações inflamatórias de hipersensibilidade 
quando começa o processo de alergia 
(mastócitos nos tecidos periféricos e 
basófilos nos tecidos linfoides), e eles 
também têm o papel de atrair eosinófilos, 
que vão amplificar a resposta alérgica. 
A cinética do basófilo é a seguinte: essa 
célula leva dois dias e meio para ser 
produzida na medula óssea, fica no sangue 
por 6 horas, mas persiste nos tecidos, 
principalmente nos linfoides, por duas 
semanas, e aí ela entra em apoptose e 
morre. 
O basófilo pode entrar no linfonodo e 
encontrar antígenos que chegam pelos 
vasos linfáticos aferentes, e ele interage 
com as células dendríticas principalmente 
através da estimulação por citocinas. Ele 
produz IL-4, e isso vai determinar um 
comportamento bem característico da 
citocina, e as células dendríticas também 
começam a produzir IL-4. Isso vai ser 
importante para estimular o linfócito T 
auxiliar virgem, que ao encontrar o antígeno 
nesse ambiente com basófilos e células 
dendríticas vai se diferenciar em Th2. 
 
 
O que acontece em função do início da 
ativação de linfócitos com a participação de 
basófilos? A produção de citocinas passa a 
ser direcionada para a IL-4, e essa produção 
de IL-4 acaba determinando que o próprio 
linfócito T seja estimulado para produzir mais 
IL-4. A presença da IL-4 é muito importante 
para estimular linfócitos B a produzir 
anticorpos, principalmente da classe E. 
CÉLULAS DENDRÍTICAS 
As células dendríticas são importantes na 
ativação de linfócitos T, e fazem a conexão 
da imunidade inata e da imunidade adaptativa. 
As células dendríticas são capazes de emitir 
prolongamentos bem longos a partir do seu 
citoplasma. Não são pseudópodes, como no 
caso dos macrófagos que fazem a projeção 
da sua membrana para englobar partículas, 
mas sim projeções da membrana e do seu 
citoplasma com o objetivo de aumentar a 
superfície de contato. Isso é importante 
devido ao seu papel na ativação de outras 
células, particularmente de linfócitos T 
auxiliares. 
Os linfócitos T podem ser entendidos em um 
primeiro momento como as células que 
coordenam a ativação do sistema imune 
adaptativo. Mas eles só conseguem se 
forem ativados uma primeira vez por células 
dendríticas. 
Ela pode ser encarada como uma parte da 
imunidade inata porque ela faz a fagocitose, 
mas não com o objetivo de destruir o 
patógeno, e sim para processar o antígeno 
(fragmentar as moléculas do antígenoem 
pequenas partes e expô-las na superfície de 
sua membrana celular). Esse processo é 
importante para que ela possa fazer a 
apresentação do antígeno para os linfócitos 
T, que não conseguem reconhecer o 
antígeno íntegro (linfócitos B sim), somente 
se ele estiver associado à molécula de MHC, 
presente em grande quantidade nas células 
dendríticas ativadas, apresentando 
fragmentos do antígeno para linfócitos T 
auxiliares e citotóxicos. 
Existem diferentes tipos de células 
dendríticas: a clássica, que se subdivide em 
clássica do tipo I e do tipo II; a plasmocitoide, 
relacionada à resposta e ativação de 
linfócitos T em processos de infecção viral 
(as células dendríticas plasmocitoides 
produzem uma grande quantidade de 
interferon em resposta às infecções virais); 
a inflamatória e a folicular que está dentro 
do linfonodo, particularmente na região 
cortical. 
 
A célula dendrítica (DC) está presente em 
vários tecidos. O precursor de algumas 
células dendríticas é produzido na medula 
óssea, onde se origina o precursor comum 
de célula dendrítica, que pode dar origem à 
DC pré-clássica na corrente sanguínea ou a 
DC plasmocitoide. O monócito dá origem à DC 
inflamatória. Uma outra origem da célula 
dendrítica é dos tecidos fetais, então no 
saco vitelino e no fígado pode se originar 
uma precursora de célula dendrítica que vai 
dar origem às DCs da pele (células de 
Langherans). 
 
Como as células dendríticas ativam as 
populações de linfócitos T: os diferentes 
tipos de DCs vão ativar os diferentes tipos 
de linfócitos T. Quando o patógeno é uma 
bactéria intracelular, vírus, ou até mesmo 
uma célula alterada do organismo (célula 
neoplásica), a célula dendrítica que vai ser 
ativada é a clássica do tipo I, que quando 
ativada vai produzir uma grande quantidade 
de IL-12. A DC clássica do tipo I vai ativar o 
linfócito T auxiliar do tipo I. As DC clássicas 1 
são células que tendem a gerar uma 
resposta inflamatória no organismo e 
potencializam a atividade dos macrófagos. 
Quando o processo de ativação das células 
dendríticas começa com a presença de 
alérgenos, parasitas e algumas bactérias 
intestinais, a célula dendrítica ativada é a 
clássica do tipo II. Ao invés de produzir muita 
IL-12, ela pode produzir dois tipos de 
citocinas: a IL-6, que ativa os linfócitos T 
auxiliares do tipo II (Th2), e a IL-23, que vai 
ativar os linfócitos T auxiliares do tipo 17 
(Th17), que também provoca um processo 
inflamatório intenso, até mais que o Th1. 
 
Maria Tereza da Silva Storani
Nota
Um tipo de célula dendrítica é originada dos monócitos, mas não são todos os tipos, algumas são originadas de outras células.
LINFÓCITOS 
Os linfócitos recebem esse nome porque 
foram identificados pela primeira vez na 
linfa de animais de experimentação em 
laboratório. Os linfócitos sã células que se 
caracterizam por um núcleo grande em 
relação ao citosol, e quando ainda virgens, 
costumam ter um núcleo com a cromatina 
extremamente condensada. Quando essas 
células são ativadas nos órgãos linfoides 
periféricos, seu citosol tende a aumentar e 
há uma intensa produção de proteínas, que 
são secretadas para o meio extracelular 
(principalmente os linfócitos B ativados). 
Os linfócitos são células características da 
imunidade adaptativa, e são capazes de 
interagir com diferentes tipos de antígenos 
por possuir receptores de membrana 
chamados de receptores clonais. Receptor 
clonal é um receptor característico de cada 
tipo de linfócito: quando o linfócito está 
sendo produzido nos órgãos linfoides 
primários, eles sofrem uma modificação no 
seu material genético, direcionada 
particularmente para o DNA que codifica os 
receptores de membrana que são os 
receptores clonais. Durante o processo de 
maturação, aquele linfócito que está sendo 
produzido na medula óssea, por exemplo, vai 
ter um DNA único para produzir um 
receptor clonal. Se um outro linfócito for 
produzido a partir de uma célula tronco, 
muito provavelmente ele vai ter um outro 
receptor clonal. 
 O processo de maturação, portanto, tem 
características que fazem com que o 
receptor pra antígeno dos linfócitos seja 
único para cada linfócito produzido. Essa 
característica faz com que haja uma regra: 
um linfócito amadurecido vai ter um 
receptor único, que vai interagir com um 
determinante antigênico. 
 
 
Quando o linfócito T auxiliar virgem encontra 
uma célula dendrítica, e essa apresenta o 
antígeno para esse linfócito, ele começa a 
ser ativado e a primeira coisa que acontece 
é a proliferação. Algumas das cópias geradas 
por esse processo vão se diferenciar, dando 
origem aos linfócitos T efetores (produzem 
citocinas e não recirculam), e também a 
alguns linfócitos T de memória (recirculam). 
Já os linfócitos B não precisam da célula 
dendrítica em um primeiro momento, eles 
vão interagir diretamente com o antígeno e 
também vão ter que interagir com o linfócito 
T auxiliar. Nesse processo, eles entram em 
mitose, sofrendo a proliferação. Algumas 
cópias vão se diferenciar em plasmócitos 
(células com capacidade de produzir e 
secretar anticorpos). Alguns dos clones 
gerados pela ativação do linfócito B vão dar 
origem aos linfócitos B de memória. 
Existem duas grandes populações de 
linfócitos T. A primeira é chamada de 
linfócitos T com receptor alfa beta, que são 
os convencionais e os mais citados, que são 
os auxiliares e os citotóxicos. Um segundo 
grupo são os chamados linfócitos T gama 
delta, associados principalmente ao 
reconhecimento de antígenos que tenham a 
presença de lipídeo em sua composição. Esse 
último grupo é particularmente comum no 
intestino dos animais, e por motivos ainda 
não conhecidos, são o principal tipo de 
linfócito T em ruminantes. 
 
A população de linfócitos T alfa beta se 
divide em dois grandes grupos, os linfócitos 
T auxiliares (CD4+) e os citotóxicos (CD8+). O 
linfócito T auxiliar auxilia na ativação de 
outras células, e o linfócito T citotóxico induz 
a morte celular de células infectadas por 
vírus ou células neoplásicas. O CD4+ pode se 
dividir em subpopulações que são os 
chamados fenótipos de linfócitos T: Th1 e o 
Th2. 
O Th1 está associado à processos 
inflamatórios, e o Th2 está associado à 
processos alérgicos, à formação da 
tolerância oral e também à ocorrência de 
algumas alergias. 
Já os linfócitos B são divididos em três tipos: 
os linfócitos B1, cuja origm é de um 
precursor fetal, que é produzido no fígado e 
depois passa a habitar a cavidade peritoneal 
(esse tipo de linfócito B não precisa do 
linfócito T para ser ativado); os linfócitos B2 
ou convencionais, que vão estar presentes 
em órgaõs linfoides secundários; e os 
linfócitos B de zona marginal, que ficam na 
transição entre a polpa branca e a polpa 
vermelha do baço, tendo um comportamento 
semelhante aos linfócitos B1. Todos esses 
linfócitos, quando ativados, se diferenciam 
em plasmócitos e podem gerar os linfócitos 
B de memória. 
 
Os plasmócitos são o resultado da 
diferenciação dos linfócitos B após sua 
ativação. Eles são caracterizados por um 
retículo endoplasmático muito desenvolvido, 
pois eles fazem muita síntese de proteínas 
que são os anticorpos. Também possuem um 
complexo de Golgi extremamente 
desenvolvido devido à secreção dos 
anticorpos. 
Os plasmócitos podem ser encontrados em 
dois lugares: nos órgãos linfoides secundários 
(região cortical do linfonodo e polpa branca 
do baço), e na medula óssea – alguns 
plasmócitos migram para a medula, e uma 
vez lá produzem anticorpos. Alguns 
plasmócitos, principalmente os oriundos de 
linfócitos B1, estão presentes também na 
cavidade peritoneal. 
 
As áreas mais claras no núcleo indicam cromatina frouxa, onde 
está ocorrendo a síntese de RNA. Os plasmócitos são células que 
gastam muita energia, e por isso também possuem mitocôndrias. 
Um outro tipo de linfócito são as chamadas 
células NK, que são um parente próximo dos 
linfócitos T, mas não possuem receptores 
para antígeno, possuem receptorespara 
padrões moleculares. Essas células 
reconhecem principalmente componentes 
de vírus na superfície das células infectadas, 
mas também reconhece moléculas do 
próprio organismo, mas que estão alteradas 
(proteínas características de tumores, 
células tumorais). 
Essas células induzem a apoptose, fazendo 
com que tanto as células infectadas por 
vírus como as células alteradas do próprio 
organismo morram por morte celular 
programada. As células NK são células 
sentinelas dentro dos tecidos, e elas podem 
induzir a apoptose a qualquer momento (são 
células da imunidade inata). Ela faz isso 
induzindo substâncias como alguns tipos de 
citocinas que levam à ativação da apoptose. 
Elas tem como característica uma grande 
produção de IL-12, que estimula os 
macrófagos a aumentarem sua taxa de 
fagocitose, e isso é importante para que as 
células que entram em apoptose sejam 
removidas rapidamente do meio extracelular. 
 
CIRCULAÇÃO E MIGRAÇÃO DE LEUCÓCITOS 
Os linfócitos virgens (naive) produzidos nos 
órgãos linfoides primários e também outros 
tipos de leucócitos tem a capacidade de 
entrar em órgãos linfoides secundários 
principalmente devido à sua capacidade de 
adesão à parede dos vasos sanguíneos, às 
células endoteliais que os revestem. 
 
 
 
Na imagem acima temos três tipos comuns 
de migração de células leucocitárias para os 
tecidos. No primeiro caso tem-se a migração 
tanto de neutrófilos como de macrófagos 
para o interior de um tecido conjuntivo 
infectado a partir da corrente sanguínea, a 
partir dos capilares. Esse processo de 
migração envolve o rolamento, a adesão e a 
própria migração, e é mediado num primeiro 
momento pela presença de moléculas de 
adesão tanto no leucócito quanto na célula 
endotelial do vaso sanguíneo que irriga o 
tecido infectado. Em um segundo momento, 
esse processo é mediado por quimiocinas 
que fazem a migração ao auxiliar no 
direcionamento dessas células leucocitárias 
para o ponto exato aonde está ocorrendo a 
infecção. 
Um outro tipo de migração é a migração que 
ocorre para dentro dos órgão linfoides 
secundários por parte dos linfócitos virgens, 
tanto B quanto T. Eles entram no órgão pelo 
hilo através da arteríola, e ao chegarem 
dentro do órgão vão para a vênula de 
endotélio alto, fazendo a migração para 
dentro do linfonodo. 
O terceiro tipo de migração é o que ocorre 
por parte dos linfócitos T efetores (fruto de 
uma ativação em um órgão linfoide 
secundário após a proliferação). Eles migram 
novamente para a corrente sanguínea ou 
para a circulação linfática, e vão até o tecido 
conjuntivo infectado, onde podem iniciar a 
ativação de células no local do sítio de 
infecção. (Imunidade mediada por célula). 
As moléculas de adesão que mediam esse 
processo em um primeiro momento, 
presentes tanto nas células leucocitárias 
(neutrófilos, monócitos e linfócitos) como nas 
células endoteliais na parede dos vasos 
sanguíneos, incluem as selectinas, ligantes de 
selectinas (CCL19/CCL21 – quimiocinas), 
integrinas e ligantes de integrinas. 
Na fase de rolamento, as integrinas que 
estão presentes nos leucócitos começam a 
se aderir nos receptores de integrinas que 
estão na superfície da célula endotelial. A 
medida em que ocorre essa interação, essas 
moléculas vão funcionando como se fosse 
uma espécie de velcro, onde a célula 
leucocitária para sobre a célula endotelial e a 
partir daí ela pode fazer sua migração. 
 
A mudança entre as formas da integrina é 
mediada por citocinas principalmente em 
resposta às alterações teciduais provocadas 
pela infecção (enovelada – baixa afinidade, 
estendida – alta afinidade). 
Há a atuação também das quimiocinas, que 
são citocinas que ajudam a promover a 
quimiotaxia – migração das células já no 
tecido em direção ao sítio de infecção. As 
quimiocinas pertencem a dois grandes 
grupos, as quimiocinas CC (dois resíduos de 
cisteína, um do lado do outro) e as CXC (dois 
resíduos de cisteína próximos intercalados 
por um aminoácido qualquer). 
Além das quimiocinas tem os receptores de 
quimiocinas, presentes principalmente na 
membrana dos leucócitos. Eles são 
caracterizados por sete domínios de 
transmembrana. 
As quimiocinas são citocinas que recrutam 
leucócitos, promovem o aumento da adesão 
no endotélio e, principalmente direciona a 
migração do leucócito para o sítio de 
infecção. Elas também atuam no 
desenvolvimento de alguns órgãos linfoides e 
na regulação do tráfego de leucócitos. 
Também vão atuar na migração das células 
dendríticas. 
 
Outro aspecto importante na movimentação 
dos leucócitos dentro do organismo é o 
processo de recirculação. 
O linfócito T entra no órgão linfoide 
secundário, e se ele não encontrar um 
antígeno para qual ele consegue interagir 
para levar ao seu processo de ativação, ele 
volta para a corrente sanguínea/linfática e 
tenta novamente encontrar um antígeno em 
um outro órgão linfoide secundário. 
 
Quando o linfócito T encontra um antígeno 
apresentado por uma célula dendrítica que 
ele reconhece, ele é ativado, levando ao 
processo de proliferação e diferenciação. 
Esse linfócito T, que é uma das cópias 
geradas a partir da ativação, vai novamente 
entrar na circulação sanguínea, saindo pelo 
vaso linfático eferente (linfonodo – também 
podem sair por um vaso sanguíneo) e caindo 
no ducto torácico (das espécies que o 
possuem), podendo parar no vaso sanguíneo 
que irriga o tecido onde está ocorrendo a 
infecção (o endotélio faz mais expressão de 
moléculas de adesão). 
 
 
 
 
Alguns exemplos das principais moléculas de 
adesão encontradas nos linfócitos T e nas 
células endoteliais:

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