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CONCEITOS HISTÓRICOS E POVOS INDÍGENAS PALAVRAS Graduação em História Disciplina de História CAÇA-PALAVRAS DE HISTÓRIA 6º ANO (ENSINO FUNDAMENTAL) *Material produzido pelos bolsistas do PIBID HISTÓRIA UEMS. 2 Fontes Históricas O trabalho do historiador é semelhante ao do detetive. Ao investigar um caso, o detetive usa os vestígios deixados pelos envolvidos, como, por exemplo, um fio de cabelo, um brinco, uma lata vazia, etc. O historiador age da mesma forma: utiliza todos os vestígios ou pistas disponíveis para construir um conhecimento sobre a História. Os vestígios (escritos, imagens, objetos etc.) produzidos pelas pessoas na sua passagem pela Terra são chamadas de Fontes Históricas. Existem muitas maneiras de classificar as fontes históricas. A seguir, vamos conhecer uma classificação que organiza as fontes em escritas e não escritas. Escritas- cartas, letras de canções, livros, jornais, revistas, documentos oficiais, entre outras. Não escritas - pinturas, esculturas, mobílias, instrumentos de trabalho, roupas, músicas, filmes, construções fotografias, utensílios, relatos orais de pessoas, entre outras. Entres as fontes não escritas, podemos classificar os relatos orais de pessoas (idoso, jovem, gente famosa, gente comum). Ao conhecer esses relatos e registrá-los, é possível preservar as lembranças dessas pessoas e contribuir para a compreensão do passado. É o que chamamos História Oral. FONTES HISTÓRICAS: Ilustração de Carlos Samurio (bolsista PIBID) – 2021. Referências: BOULOS, ALFREDO. História Sociedade e Cidadania. 6º ano: ensino fundamental anos finais. Editora FTD 4º edição. São Paulo, 2018. COTRIN, Gilberto, RODRIGUES, Jaime. Manual do professor, ensino fundamental anos finais componentes curricular: História. Editora Saraiva, 3º edição. São Paulo 2018. 3 VAMOS BRINCAR? Encontre no caça-palavras as FONTES HISTÓRICAS citadas abaixo: R O P C E R A M I C A S E N T R E V I S T A S L V E S T I M E N T A S Q I F E F Q O Z J I O M I S O G C O C A R Y D A X T L A N M S K L A C C Z A K Q L A L S V H R H E S W I A S I N E I O A U I C O L A R X R I L D B A L O T S E C L N S I M M O N U M E N T O S N T P I N T U R A S X J H W U C H O C A L H O Z A F I A Z V T U D M X T S H C O M P U T A D O R E S X I Q S A C I S U M O I REVISTAS PINTURAS MÚSICAS FÓSSEIS COMPUTADORES CERÂMICAS COCAR VESTIMENTAS MACHADINHAS ENTREVISTAS MONUMENTOS CESTO FOTOGRAFIAS CHOCALHO COLAR 4 Tempo Quando pensamos no tempo, relacionamos a fatos do nosso dia-a-dia, como por exemplo, olhar o relógio para saber as horas, combinar o horário para se encontrar com os amigos, esperar os minutos passarem para o final do jogo, perceber que algumas coisas mudaram em relação ao passado: esses são exemplos de experiências cotidianas que nos dão a noção de tempo. Existem diferentes modos de compreender o tempo. Um deles, por exemplo, é o tempo da natureza, ou seja, aquele relacionado à marcação de eventos naturais, como as fases da lua, plantio e colheita e o crescimento de uma árvore. O tempo cronológico, é aquele que a humanidade desenvolveu para controlar as suas ações de forma determinada. Exemplos: calendário, relógio, nascimento, crescimento, ir para a escola, as festas, etc. O tempo histórico, diferentemente do tempo cronológico e da natureza, é pensado a partir das experiências vivenciadas pela humanidade. Para entendê-lo é preciso compreender, que as ações humanas mudam ao longo do tempo, provocando rupturas, e/ou mesmo que ocorram transformações, alguns aspectos do passado permanecem. Assim, o tempo histórico é o tempo das criações culturais. Cada sociedade vivencia o tempo histórico à sua maneira. Por isso, os povos têm diferentes formas de contar o tempo, sentir e responder aos desafios do seu tempo. Os povos indígenas desenvolveram uma maneira própria para fazer a contagem do tempo. Ainda hoje há vários povos, como as comunidades indígenas tradicionais, que se baseiam na natureza para calcular a passagem do tempo. O povo indígena Matipu, que vive no Parque Indígena do Xingu no Mato Grosso, é um exemplo. Os tempos indígenas, são elaborados pelos próprios índios. Esses registros realizados pelos indígenas em relação a passagem do tempo, não eram feitos de maneira individual, particularmente, falando sobre cada índio, mas de modo coletivo, de acordo com os acontecimentos que eram vividos; com as situações que aconteciam nas aldeias. À medida que o tempo passava, eles faziam os registros em relação ao tempo histórico: do nascimento até a morte. Alguns povos indígenas, como os índios Guaranis, observavam a passagem do tempo por meio de duas estações do ano: a do Sol e a das chuvas. Os índios Bororós, presentes no Parque do Xingu observavam a passagem do tempo através das fases da lua, do pôr do sol e da observação das constelações. 5 Referências: LER E ESCREVER E SOCIEDADE E NATUREZA. Vamos Pensar no Tempo. Ensino Fundamental – volume 1 equipe CEIAI/SEDUC 1. Geografia e História, ano 2013 a 2018. LER E ESCREVER E SOCIEDADE E NATUREZA. Marcadores do tempo dos povos indígenas. Ensino Fundamental – volume 1 equipe CEIAI/SEDUC 1. Geografia e História, ano 2013 a 2018. SOUSA, Rainer Gonçalves. "Tempo cronológico e tempo histórico"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historia/o-tempo-cronologico-tempo-historico.htm. Acesso em 03 de junho de 2021. BRAICK. Patrícia Ramos. Estudar História das origens do homem à era digital. Manual do professor 6º ano, componente curricular: história ensino fundamental. Editora Moderna, 1º edição. São Paulo 2011. VAMOS BRINCAR? Localize as palavras sublinhadas do texto: T A B T B F C I O T Q W E L M E R A R N O E F D M N E M E S I D R M P G P I S P L E J I A P O Q O Q C O O S C G X O L I D C A C G D X E A H J L A B L R I A J N V I S A N N E O O L P A O S R H A V N I L U J S P T N L T X D O Y A E K T O A Y U D A L F Q A P S R U W R A R O G W X A T I X Q E X I G A D P K M C B F Z U O I P F E Q N O D J A Q D C Z B I V Y A I P S E Q O Z T E M P O S Z 6 Agora, encontre no caça-palavras as seguintes palavras em GUARANI relacionadas ao TEMPO NA CULTURA INDIGENA: jasy (lua); kuarahy (sol), takuara (bambu), ysypo (cipó); aỹ (sombra); pyharewe (manhã); kaaru (tarde); pyhare (noite); ara jere (ano); jasy (mês) B H B K P V D G U G U k Z C F P Y H A R E W E L K F V D H N K P J A N B A S Y F H K O J R V V X A B S B G H Ç A O F T B R M Y Q W J H H J I A F U J P T R Y G O J O K W K L O T Y G I T O T U S J G T J A S Y F J R A X H T O I O T O S A G R V T K O E R õ H Z S Z A R S R F G Q J H J Y L S P S G S H J H I N I A K G D H F G G A O T O Ç R J F ỹ A D D O S E K O H Y A M S R S H M Y L A N N 7 Dança indígena A dança e a música tiveram e ainda têm um papel religioso dentro da cultura indígena. A dança é, para os índios, a maior expressão de espiritualidade, junto com a música ela desempenha um papel importante, pois através dela os povos indígenas podem preservar grande parte de suas memórias e tradições. As danças indígenas podem ter o intuito de fazer homenagem a pessoas mortas, expulsar doenças, espantar maus espíritos, agradecer pela colheita, pesca e caça, marcar a mudança de fase do jovem para a idade adulta, preparar para guerra, entre outros. Podendo ser realizada individualmente ou em grupo, geralmente a dança indígena possui uma execução de passos que requer a formação de duplas ao menos em algum momento dela. Geralmente, as danças são realizadas por pessoas com o corpo pintado, pois a pintura corporaltambém é um elemento da simbologia religiosa indígena. Homens e mulheres, adultos, crianças, jovens e os mais velhos participam das danças e as executam com muito respeito e organização, com planejamento e obediência aos motivos de cada cerimônia. As crianças participam desde cedo, muitas vezes até no colo de suas mães, para aprender a importância das celebrações. Em algumas etnias homens e mulheres não se misturam na dança, especialmente nas danças de guerra e nos rituais sagrados. Guaxiré é uma das danças da cultura indígena. Pode ser realizada em várias ocasiões, principalmente em festas que acontecem nas aldeias. A dança vem acompanhada com vários tipos de canto, geralmente quem puxa o canto é uma pessoa mais velha (ancião), isso porque eles tem mais sabedoria e conhecimento para conduzir a dança e os cantos. Todos podem fazer parte da dança, independentemente da idade, mas é necessário que os mais velhos conduzam. É realizada em círculo e de mãos dadas. Referência: PORFIRIO, Francisco. Cultura indígena; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura- indigena.htm. Acesso em 02de junho de 2021. SOARES. Cleide. A dança como identidade cultural indígena. Jornal Mundo Jovem, Abril de 2004- Edição nº 445. Disponível: http://mapa.cultura.df.gov.br/files/agent/391/artigo_dan%C3%A7a_ind%C3%ADgena_-_mundo_jovem_- _cleide.pdf http://mapa.cultura.df.gov.br/files/agent/391/artigo_dan%C3%A7a_ind%C3%ADgena_-_mundo_jovem_-_cleide.pdf http://mapa.cultura.df.gov.br/files/agent/391/artigo_dan%C3%A7a_ind%C3%ADgena_-_mundo_jovem_-_cleide.pdf 8 Encontre as palavras sublinhadas no texto: B T Ó J I S F T C K D P A R M R O E T B U M A I J A D R U C A Z G U C N I D A R B E S X U S U T O I N V V R D Z A I L U Ã Ç Ç C X I V Q X C J R M Õ A M E M Ó R I A S A I E I Ç I Ô U U R S M C Ç S D Í Ã N I O É E U O J U Í Ô J I Ã Ç E T S R Q Q G Ã W A Y P J N C P Ñ W E Z H Ô A N C I Ã O O G N C F J O J F A O R O D A N Ç A G H C S U A G F K Y D F J D A K D L Í S C U L T U R A S R I 9 PINTURAS CORPORAIS INDÍGENAS Os indígenas carregam no corpo e no rosto a identidade cultural de seu povo. As pinturas são as marcas de muitas etnias e são diferentes para cada ocasião. As tintas são feitas de elementos naturais, como urucum e jenipapo, e podem manter-se na pele por um período de 15 a 20 dias. O significado das pinturas depende de cada etnia, ou seja, uma mesma pintura pode ter significados diferentes dependendo da etnia que a faz. Existem desenhos que demonstram sentimentos, desde os mais felizes até os de revolta e indignação pelos problemas enfrentados pelos povos. A pintura corporal indígena, também conhecida atualmente como grafismo indígena, está presente também em seus trajes, acessórios e utensílios. Assim como o penacho, colares e cocares, a pintura corporal tem sua importância cultural e faz parte da identidade de cada povo indígena. O grafismo Tupi-guarani tem como base três desenhos: • Ypara Korá: são baseados na pele das cobras, tem formas de losango e quadrados, esses símbolos significam acolhimento; • Ypara Jaxá: desenho em linha reta, semelhantes a correntes remetem a coletividade; • Ypara Ixy: desenhos em zig zag e assemelham-se aos movimentos das cobras; Com toda beleza e perfeição, essa arte tem sido influência nas artes plásticas e na indústria têxtil, porém para manutenção dos costumes e cultura dos povos indígenas, é de grande importância que os mais jovens aprendam a fabricar suas tintas, façam os desenhos e valorizem essa arte. Referências: REBECA. Rocha. Pinturas corporais indígenas são marcas de identidade cultural. Assessoria de Comunicação da UFPA, publicado em fevereiro de 2019. Disponível: https://portal.ufpa.br/index.php/ultimas-noticias2/9573-pinturas- corporais-indigenas-sao-marcas-de-identidade-cultural. Acesso em 02de junho de 2021. História e Cultura Guarani. Simbologias e significados dos grafismos em cestarias. Disponível: https://historiaeculturaguarani.org/artesanato/artesanato-transmissao-e-atualizacao-dos-saberes/simbologias-e- significados-dos-grafismos-em-cestarias/. Acesso em 02de junho de 2021. 10 Encontre as palavras sublinhadas no texto: Y G D Y S O K N T E S E A R Y P A R A K O R Á U A A A A Ç S T O R U I K C F Q R Á I A R O N A O Ç I W A S H E I F O V M G S Y I Ã A K A R A L Y F M J X F M U E Y E O G K O D Y L E R A P A S U Y I D E N T I D A D E S Q N S W U N N T R E D M A D A Q Z I O U A U E A S Í Q S O A O C J P Y Y J G R K W S V I X A T Z H E U R U A L A Á L E S S N E S D D A E M O R Ê Ã A W K A N R R R O A D Fonte: imagem álbum de interpretações da arte corporal e plumária indígena, disponível: https://br.pinterest.com/pin/394065036149509772/?hcb=1. Acesso em 12 de Agosto de 2021. https://br.pinterest.com/pin/394065036149509772/?hcb=1 11 Os Guarani e Kaiowá No Brasil, os guaranis vivem nos estados brasileiros do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pará, Santa Catarina e Tocantins. Somente no País, há 57 mil pessoas, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Também há indígenas guaranis vivendo na Argentina, Bolívia e no Paraguai. A maior parte dos guaranis vivem na Bolívia, onde há 78,3 mil indivíduos. No Paraguai, existem 41,2 mil e na Argentina, 6,5 mil. Os guaranis são divididos em kaiowá, mbya e ñadeva. São conhecidos, dependendo do local, como avá, chiripá, kaingá, monteses, baticola, apyteré e tembekuá. Os grupos são diferenciados internamente pela maneira como manifestam a cultura, a organização social e política, a língua e, ainda, a forma de praticar a religião. Os guaranis são coletores e caçadores. O espaço físico que habitam é denominado tekoha, terra e se autodeterminam como a extensão da terra onde pisam. O idioma guarani pertence ao tronco linguístico tupi-guarani, de onde derivam 21 línguas. Em Mato Grosso do Sul, segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI/MS), a população indígena soma 80.459 habitantes, presentes em 29 municípios. Representados por 08 etnias: Guarani, Kaiowá, Terena, Kadwéu, Kinikinaw, Atikun, Ofaié e Guató. Que se comunicam na sua língua mãe, sendo essas: Guarani, Terena, Kadwéu, Guató, Ofaié e Kinikinaw. As populações guaranis contemporâneas vivem em pequenas reservas, acampamentos à beira de rodovias ou habitam, ainda, espaços geograficamente isolados. Suas principais atividades econômicas são a confecção e a venda de artesanato - cestaria com taquara e cipó, estátuas em madeira e colares com sementes nativas -, a coleta de raízes, ervas e frutos silvestres e o plantio de suas sementes tradicionais. Três aspectos da vida guarani expressam uma identidade que dá especificidade, forma e cria um "modo de ser guarani": a) o ava ñe'ë (ava: homem, pessoa guarani; ñe'ë: palavra que se confunde com "alma") ou "fala", "linguagem", que define identidade na comunicação verbal; b) o ñamõi (avô) ou ancestrais míticos comuns e c) o ava reko (teko: "ser, estado de vida, condição, estar, costume, lei, hábito") ou comportamento em 12 sociedade, sustentado em arsenal místico e ideológico. Estes aspectos informam ao ava (homem guarani) como entender as situações vividas e o mundo que o cerca, fornecendo pautas e referências para sua conduta social. Referências: BEZERRA, Juliana. Índios Guarani, Toda Matéria. Disponível: https://www.todamateria.com.br/indios-guarani/ Acesso em 02 de junho de 2021. Subsecretária Especial de Cidadania (SECID/MS). Comunidade indígenas. Disponível: https://www.secid.ms.gov.br/comunidades-indigenas-2/ Acesso em 02 de junho de 2021 Encontre as palavras sublinhadas no texto: A E W Q H L K G U A T O S C É S B I A B W M C R G U A R A N I S KÉ N G Q L Ó D G G O A I D S A B T J K Ñ U W M N Ó D N W U F K S A Á G I I Ñ I R R B A K L O S K U Y Z Ñ A A D E V A V I S A Ç Z G Y W P X S B N S W Ã É Ç Q É É O O F A I É O A V H U X H P K W A Q S S S G M B Y A O Y Ç É O A T I K U N M Ó U S L C N V P Y L W Ñ P I S J I Ñ X Ó B T E T E K O H A T E R E N A R Ó L M Ó L https://www.todamateria.com.br/indios-guarani/ https://www.secid.ms.gov.br/comunidades-indigenas-2/ Bolsistas PIBID História UEMS Ana Paula dos Santos Cabreira Kaliel Duarte da Silva Zanchett Cleudenilson Lemes Arce Larina Lopes Carlos Samurio Edilson Rocha Lemes Rosana Benites Rodrigues Graduação em História AUTORES Supervisão Profa. Fabiana dos Santos (Escola Municipal Julio Manvailer - Amambai/MS)
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