Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
!1 c'''{' §,¥'tT€`"frstnggrRE:gr[i` `:T;?f8ngFFRE!¥ap!¥Ir `." - `` ' tf7~5FTt .i, i::i...-___ _. .. __ _ ___ _ _ i? ,n a ii`ti_T=diijrFTvi>©fi@|@^tigTTui@'ti=.6@ee C=i, A lmunogen6tica trata dos aspectos gen6ticos dos antig6nos, dos anticoxpos e suas interac6es. guatro areas da imunogen6tica sao de importan- cia na area da satide: (a) os grupos sangiiineos e os problemas clinicos relacionados com suas incompatibilidades;• (b) os transplantes; (c) as doencas por deficiencia imune; (d) as doeneas auto-imunes. G®r\|c`;Ej:!:'n`®s `G`£iLAjls Antigeno e anticorpo Antigeno e uma sub.stapcia ou macromol6cula (geralmente uma prot.eina_)_._c_o_F}-`q-d_ai£±a-a'de i-de .Ifi-- duzir uma. ~re_s`po.S.ta imune espe.c€`f.ica. Urn antigeno bb-d€-ser uma substanci`a g€neticamente determina-`da na superficle de uma hemacia, de uma celula viva nucleada ou bacteria; ou pode ser algo nao direta- mente relacionado a nenhuma c61ula viva. E denomi- nado end6geno se produzido no interior das c6lulas do hospedeiro (por exemplo, urn virus 'bri outro para- sita intracelular) e ex6geno se produzido fora delas (por exemplo, bact6rias, fungos, etc.). Sendo em ge- ral muito grande, o antigeno apresenta pequenas re- gi6es especificas, chamadas de epitopos ou deter- minantes antigenicos, que realmente fazem contato coffi o anticorpo ou outras c6lulas responsaveis pela resposta imune. Antic~o_rpos sao. .prgteinas do soro, do tipo gap2aT globriii-ri-,. denorninadas ilriinn6glob-ulinas , die apresen- tarn parftopos oy §itios combinat6rios (sitios .de liga- cfro de urn anticolpo ao antig6ri-a)...As-i-eae6es antigeno- anticorpg dependem em Sua inaio.ria, portanto, de si- tios mutuamente ajustaveis e especificos, em urn siste- rna de "chave-fechadura". Compet6ncia. homeostasia e tolerancia imunol6gicas Compet6ncia imunol6gica ou imunocompeten- cia 6 a capacidade do organismo de formar anticor- pos contra antigenos estranhos. Ela tern inicio no feto, pouco antes do seu nascimento. guando isso acon- tece, os antigenos que poderiam desencadear uma resposta imune ja se enc.ontram, em geral, presentes po organismo, motivo pelo qual nao chegam a desen- cadea-la. Enquanto sua imunocompetencia ainda nao esta totalmente desenvolvida, o bebe apresenta imu- nidade temporaria contra algumas doeneas, gracas as imunoglobulinas IgG .`maternas que atravessam a placenta, durante sua vida intra-uterina, e ao leite materno que inicialmente cont6m colostro, substan- cia rica em lgA, que protege o rec6m-nascido contra algumas lnfece6es respirat6rias e digestivas. Em pou- cos dias`, o 1eite maduro substitui' o colostro, acres- centando anticorpos contra alguns parasitas intesti- nais. Homeostasia imunol6gica 6 a capacidade do or- ganismo de reconhecer ou' aceitar seus pr6prios anti- ::tnr:Srihbo:TACs°sTm°,f::i:==:i::::Sd:°sn£:rt:=:t:fie:::i estao interligados numa situaeao de equilibrio; apenas quando urn elemento pr6prio ou nao-pr6prio for apre- sentado mum contexto de "infeceao" e que se rompe esse equilibrio e ocorre a resposta imune. Tolerancia imunol6gica adquirida e a aceitacao do organismo, durallte o desenvolvimento pr6-natal ou em rec6m-nascidos, de c61ulas de organismo genetica- mente diferente. Essa aceitaeao 6 devida a incompe- t6hcia imunol6gica do feto ou rec6m~nascido. Urn exem- plo disso 6 o caso de gemeos dizig6ticos que sofreram troca de c61ulas primordiais hematopol6ticas durante a vida intra-uterina, aceitando as c61ulas sangqineas do seu co-gemeo como as suas pr6prias, fen6meno co- nhecido como quimera (vcr Capitulos 4 e 15). . GiRUTp®ssfti-N-G7-di-finma®s Conceit®s gerais Os grupos sangtiineos sao antigenos situados na superficie das hemacias. Constituem, juntamente com as proteinas do soro e enzimas dos eritr6citos, poli- morfismos importantes como marcadores gen6ticos. Sao clinicamente essenciais em transfus6es de sangue, transplantes de 6rgaos e obstetricia, na incompatibili- dade materno-fetal. A16m disso, sao usados em medici- na legal para identificagao e na investiga?ao de pater- nidade. Polimorfismo 6 a ocorrencia de dois ou mais ale- los alternativos, em uma populaeao, cada urn dos quais apresentando freqtiencia apreciavel. Urn loco e consi- derado polim6rfico quando o seu alelo mais raro apre- senta freqtiencia igual ou superior a I 0/o. Marcad®res gen6tic®s sao caracteristicas gen6ti- cas que, pelo seu padrao simples de heranea, fen6tipos facilmente identificaveis, freqtiencias relativamente al- tas de seus alelos em diferentes populae6es e por nao sofrerem influencias ambientais. sao titeis em estudos familiares, populacionais e de ligaeao. 0 estudo dos grupos sangtiineos forneceu impor- tante contribuieao ao conhecimento das leis da heredi- tariedade na esp6cie humana, uma vez que a redesco- berta das leis de Mendel e a descoberta do primeiro sistema de grupos sangtiineos (ABO), ocorreram no mesmo ano, 1900. Atualmente, sao conhecidos mais de 20 sistemas de grupos sangtlineos diferentes. AIguns sao muito bern estudados, outros pouco compreendidos. Existem sis- temas de antigenos que sao muito comuns entre os in- dividuos da esp6cie humana (antigenos ptiblicos) e ou- tros muitos raros (antigenos privados). Dentre os varios sistemas de grupos sangtiineos, serao abordados apenas os mais lmportantes. Sistema ABO Este sistema foi descoberto por Landsteiner em 1900. Ele observou que os individuos da especie hu- mana podiam ser classificados em quatro grupos, de acordo com a presenca ou ausencia dos antigenos (aglutinogenios) A e 8 nas hemacias e dos anticorpos (aglutininas) naturais anti-A e anti~B no soro (F`igura 11.1 ). Grupo Antigenos na superficie sangtllneo das hemacias A8,® 8`` s_,`B.?8r`S.-i.JB`£, 8:+ AB SREB a;, 0 FHGURA EIlofl Os quatro tipos de grupos sangtii- neos do sistema ABO es- tao baseados mos antige- nos presentes na super- ficie das hemacias. (F`on- te: Lewis, 1997.) ' ' - '-_ `5 0s anticorpos naturais (anti-A e anti-B) do siste- =£:A::uS:mane:t:pC6°smoe::=c±amsee=t::°ad;:::£°rsdpo¢::r:ref:: mss de idade; assim, se os antlcorpos desse sistema forem encontrados no sangue do cordao umbilical, pode- se presumir que sao oriundos do sangue materno. A partir dessa epoca, o titulo de anticorpos do sistema ABO aumenta, atin8indo seu maximo na adolescencia.,. A Tabela 1 1 . I apresenta a distribuleao de antige- nos (nas hemacias) e anticorpos (no soro) de individuos dos diferentes grupos sangtiineos do sistema ABO. Determ:inaeao dos grupos sangttineos do sistema AB0 As tecnicas usualmente empregadas para a deter- minaeao dos grupos sangtiineos sao provas de agluti- naeao, feitas em tubos de en.saio ou laminas, com anti- GENETlc-A HUMANA 24}7 TABBELA fl flo fl DESTRIEBurHgA® DIE ANTfi@H;N©s in AVTEc®R]p®s NAs rmpMA©HAs E N® s®m®9 REspBGTIvi&MEivTB, DB INDHviDu®s IDj®s GRurp®s sANG®ffNIB®s in® sHSTBiM[A A]B® Grupos 4ntigenos ` Anticorpos sangtiineos (hemicias) 'L (soro) chti-B chti -A Nenhum Anti-A e Anti-B TABIEnA A fl.2 RIBA@A® DAs LilEMAGIAs iD®S GERurjTp®s sANG®frNIB®s D® SESTBMA Am® ®®M ®s s®R®s ANI`H-A E ATNml[-B Grupos sangfiineos Reapao com Ant`i-A Anti-B A 8 AB 0 (+) Reage positivamente, isto e. ha reacao de aglutinaeao. (-) Nao ha reaeao = nao-aglutinaeao. soros contendo antlcorpos de especificidade conheci- da. Normalmente. usam-se anti-soros comerciais anti- A e antl-B. Na ausenciadestes, pode-se usar soros de individuos do grupo A e do grupo 8, uma vez que esses indlviduos possuem anticorpos naturais anti-A (grupo 8) e anti-B (grupo A). Assim, colocando-se soro anti-A na extremidade de uma lamina e anti-B na outra, misturando-se he- macias ou sangue total de urn individuo a esses anti- soros, 6 possivel determinar-se seu tipo sangtiineo, pela observaeao da ocorrencia ou nao da reaeao de agluti- naeao (= formacao de aglomerados celulares). Se a aglu- tinaeao ocorrer no soro anti-A, o individuo 6 do grupo A, isto e. possui hemacias com o antigeno A que, em presenea do anticorpo anti-A (comercial ou de urn indi- viduo do grupo 8), aglutinam-se. Se a reagao ocorrer com o soro anti-B, o individuo sera do grupo 8, pela mesma razao explicada para o grupo A. 0 individuo sera do grupo AB se houver aglutinacao em ambos os anti-soros. por6m se nao houver reacao em nenhum deles o individuo sera do grupo 0, por nao apresentar antigeno A ou 8 em suas hemacias (Tabela 11.2). Gen6tiea dos gru:pos sangil±neos do sistema ABO Os genes responsaveis pela determinaeao dos an- tigenos do sistema ABO estao localizados em urn loco 24© BORGES-OS6RIO E ROBINsoN do C.r.9`p_9.S`S~QmQ_9,_`e possuem tres alelos: A, 8 e o (ale- los mtlltiplos). Os genes A e 8 sao co-dominantes e o alelo 0 6 recessivo em relacao a eles. Este dltimo 6 por alguns considerado urn gene amorfo, por nao codificar urn pro- duto g€nico conhecido. A Tabela 11.3 apresenta os fe- n6tipos e gen6tipos correspondentes aos grupos san- gtiineos do sistema ABO. TABEE,.A fl fl.3 jFEN®"p®s E GEN®TI[Ip®s D®s GE&urp®s SANG®ffNE®S D® SI[STEMA AJB® Fen6tipos {grupos sangdineos) Gen6tipos Sao conhecidos varios tipos de alelos A, sendo os mais importantes A] e A2. Assim, individuos do grupo A podem subdividir-se mos subgrupos A] e A2 e os indi- viduos do grupo AB em A]B e A2B. Bxistem outras va- riantes de A (A3, A4, etc.), ben como de 8, que por se- rem memos freqtientes nao serao aqui abordadas. Substancia ou antigeno H Percebeu-se que algun dividuos portadores do alelo A] apresentavam urn antico em seu soro que aglutinava c6lulas do grupo 0, sugerindo que estas dl- tiinas teriam urn antigeno. que foi denominado H. Tal antigeno, portanto, e aglutinado por soro contendo anti- H. A descoberta do raro fen6tipo Bombaim ajudou a esclarecer esse fato. 0 fen6tipo Bombaim, assim chamado por ter sido identificado, pela primeira vez, em Bombaim (india), em 1952, € aquele no qual as hemacias do individuo nao sao aglutinadas por anti-A, anti-B ou anti-H, mostran- do que nao sao c61ulas do grupo 0; posteriormente, esse fen6tipo foi encontrado tambem em outros locais (F`iguras 11.2,11.3 e 11.4), sendo atualmente denomi- nado de fen6tipo 0h. Esse fen6tipo foi detectado tambem em uma fami- 1ia (vcr Figura 11.4) na qual se podia mostrar que uma mulher (11-2) com tal fen6tipo. por estudos familiares, era portadora do gene 8, pois tinha uma filha AB de pal AO, embora nao tivesse antigeno 8 demonstravel em suas hemacias. Parece que o fen6tipo Oh ou Bombaim resulta da homozigose para urn alelo mutante h (gen6- tipo hh), sendo o alelo normal H responsavel pela pro- FHGurRA fln®2 Representaeao esquematica da formaeao dos antigenos H (8), A (C) e 8 (D), a partir da adieao de cadeias especfficas de carboidratos a glicoproteina precursora (A). (Fonte: Race e Sanger, 1975, modificada.) ducao da substancia H, que e o substrato para a for- maeao dos antigenos A e 8. Sem substancia H (homo- zigota hh), a mulher (11-2) da Figura 11.4 nao pode pro- duzir o antigeno 8. Esse foi o primeiro caso, detectado em seres humanos, de urn rmutciri€e supressor embora ja fosse conhecido em outros organismos. Base btoquimiea do sistema ABO Estudos sobre a base bioquimica do sistema ABO demonstraram a erdstencia de uma glicoproteina pre- cursora (cuja cadeia apresenta a seqtiencia: Ivrfuceftzgar r. lactosam:inn, Dgalactose, Nncetilglteoscrm:ina e Dgalac- £ose (F`igura I 1.2A), sem qualquer atividade antigenl- ca. 0 gene H, em homozigose (HH) ou heterozigose (Hh), determina a producao de uma enzima, H-transferase. que adiciona L-fucose a D-galactose. terminal da glico- proteina precursora, convertendo-a em substancia ou antigeno H (F`igura 11.28). o antigeno H 6 uma substancia necessaria para a produeao dos antigenos A e 8. Para formar a substancia A, ou seja, ser dos grupos sangtiineos A (gen6tipo AA ou AO) ou AB, o.individuo necessita, alem do gene H, do gene A, que determina a produeao da enzima agra-IVure- ti!-Dgcrdcictoscmini!-trcius/erase, responsavel pela ligaeao GENETICA HUMANA 2fl® Substancia . Gen6tipos Substancia Gen6tipos Substancia HHouHh+H§ . precursora(SP)\ hh - i SP Antigenos AAouAO _-+AeH BBouBO -+BeH AB --- +A,BeH oO - -+H AAouAO _ BBou BO I Nao.detectados AB -00 ::Gf:-g&;1;A;4[]G2e|i%]:tge[:TE:S=rpas::°e°Tf£:gps%n:hL(833:)t]P°hh) deIVueetttoafrotoscun{naamesmaDTgdractose,aqualesfa ligadaaLfrosedoantigenoH(Figurall.2C).Osindivi- duos dos grupos 8 (gen6tipo 88 ou 80) ou AB necessi- tam do gene a, que ira determinar a producao da enzima dr/ci-DTgahetostltrcus/erase,aqualcatalisaraaligaeaode outra Dgafrotose com aquela que esta unida a Ljilcose do antigeno H (Figura 11.2D). Assim, para uma pessoa ser do grupo sangtiineo AB, por exemplo, necessita dos genes H, A e 8 {Figura 11.3). 25© BORGEs-OsdRIo E ROBINsoN |Fi[Gug)u4i`. -jl log 0s passos gen6ti- cos para a produeao dos antige- nos A. a e H. {F`onte: Race e San- ger, 1975.) Se urn individuo for homozigoto para o gene Ji (hh), o que6muitoraro,naopoderaproduziraenzimanecessa- ria para converter a glicoproteina precursora em subs- tancia H, nao apresentando esta ditima, nem os annoe- nos A e/ou a, mesmo sendo portador dos genes A, a ou ambos. Suas hemacias aparentam ser do grupo 0, pois naosaoaguthadasquandosuspensasemanti-sorosanti- Aouanti~B.ComoesseindividuonaoproduzantigenoH, nao reage tampouco com o anti-soro anti-H. Os individuos do grupo 0 diferem dos individuos Oh, porque, no primeiro caso, ha producao da substan- cia H, por6m, no segundo, mesmo que sejam portado- res dos genes A e/ou 8, nao formam antigeno algum deste sistema na superficie de suas hemacias, sendo, portanto. "falsos 0". Nofen6tipoOh,faltaaemimaH-transferase.porisso naohaproducaodeantigenoH,naohavendo,conseqiien- temente, substrato para a producao dos antigenos A e 13. Os individuos com o fen6tipo Oh transmitem seus genes A e/ou 8 para seus descendentes, nos quais po- derao expressar-se, se estes possuirem pelo menos urn alelo H. Secre?fro dos antigenos A, 8 e H em tiquides orgawicos Os antigenos A, 8 e H podem ser pro.duzidos (al6m de nas hemacias) tambem em forma hidrosso- ?') 1dvel, em liquidos organicos como saliva,1eite mater- no, semen, urina, sucos gastricos, etc. Para que isso ocorra, 6 necessaria a presenea de urn gene secretor (Se). que 6 autoss6mico dominante; o gene nao-se- cretor (se) e autoss6mico recessivo. Os individuos secretores podem ser homozigotos ou heterozigotos (Sese ou Sese), enquanto os nao-secretores sao sem- pre sese. Cerca de 80% dos caucas6ides 6 secretora e 20% nao-secretores. 0 sistema secretor ABH 6 importante como mar- cador gen6tico. A Tabela 11.4 mostra a distribui?ao dos antigenos A, 8 e H nas hemacias e na saliva dos indivi- duos secretores e nao-secretores dos diferentes grupos `] sangtiineos do sistema ABO. TABBE,£9¥ 1 1.4j AIT;idTfiGEBi®s A, zB 8 m[ ERTEL sEORET®REs a NA®-SIBCRET®RES Antigenos dos Antigenos dos secretores nao-secretores Grupo sangHineo Hemicias Saliva Hemacias Saliva HH A.H A,H B,H B,H A,B,H A,B,H (-) = ausencia de antigeno. A relaeao entre o sistema ABO e o sistema secre- tor de ABH na saliva e outros liquidos organicos 6 urn exemplo de interapaogenica nao-al61ica, que ocorre quando dois ou mais genes em locos diferentes atuam juntos para produzir urn fen6tipo. guando urn indivi- duo possui gen6tipo Sese ou Sese, secreta os antige- nos A, 8' e H tanto nas hem do possui gen6tipo sese (p secretor), secreta os antige hemacias. Assim, o loco se como na saliva; quan- nto, 6 denominado nao- os A, 8 e H apenas nas 3tor interfere na manifes- taeao do loco ABo. 0 estado secretor esta associado a uma predispo- sicao a ulcera p6ptica, enquanto o loco secretor 6 1iga- do ao da distrofia miot6nica (cromossomo 19); entre- tanto, essa ligaeao nao pode ser utilizada para predizer o risco de distrofia miot6nica, ja que ha uma significa- tiva probabilidade de ocorrencla de crossingouer entre os dois locos. FTeqiLGnetas dLos gru;pos sangitineos do sistema ,nco As freqtiencias dos grupos sangtlineos do sistema ABO variam, em 8eralo de uma populacao para outra. E= Por isso, os valores das freqtiencias genicas de seus alelos (ver Capitulo 8) sao especificos para cada popu- 1aeao estudada. As freqtiencias dos grupos sangtiineos do sistema ABO encontradas em Porto Alegre (RS), em uma amostra de caucas6ides (eurobrasileiros) sadios, foram as seguintes: 0 = 45%; A = 43°/o; 8 = 9%; AB = 3% ; para negr6ides (afrobrasileiros) tamb6m sadios fo- ram: 0 = 48%; A = 34%; 8 = 14%; AB = 4%. Em estudos mais recentes, de uma amostr'a de 2.586 individuos eurobrasileiros, englobando o Rio Grande do Sul, foram encontradas as seguintes freqtien- cias para os grupos sangtiineos do sistema ABO: 0 = 45%; A = 41%; 8 = 10% e AB = 4%. Cia+poe sangilineos do sistema ABO e doen€as comt.ms Numer.osos estudos feitos em varias partes do mundo, e com resultados bastante consistentes, de- monstraram que os grupos sangdineos do sistema ABO parecem estar associados a suscetibilidade ou a resis- tencia a certas doeneas. A Tabela 11.5 mostra alguns dos exemplos mais importantes dessa assoclaeao. T.4hBEELA n log E£¥IEMPH,®s DE Ass®GIA@A® Errd-TEE ®s GRun®s sANG®irNB®s D® sHSTErmA AB® E B®BNgAs O®MurNs Doen?a Compara?ao Risco relativo Cancer gastrico Doenea cardiaca isquemica Doeneas reumaticas Doeneas tromboemb6licas Tumores de glands. salivares (malignos) Tumores de glands. salivares (nao-malignos) 01cera duodenal Ulcera gastrica A:O Nao-0 : 0` Nao-O : 0 Nao-0 : 0 A:0 A:O O:A O:A F`onte: Thompson e Thompson, 1988. Sistema Rh 0 sistema sangtlineo Rh foi descoberto por Lands- teiner e Wiener em 1940. Sua importancia 6 a mesma do sistema ABO, isto 6, em transfus6es e em obstetri- cia, na incompatibilidade materno-fetal, que pode ori- ginar a doenea hemolitica do recem-nascido (DHRN). Este sistema foi assim denominado, porque foram usados macacos Rhesus (atualmente Maccaca mquhafa), mos experimentos que levaram a sua descoberta, que estao resumidos na Figura 11.5. GENETlcA HUMANA 25fl coelhos cobaias Soro anti-Rh injetado em que aglutina 1 00% dos tipos de sangue de macaco e 6 de 7- t:8::udee - *0 nao-aglutinando 1 de 7 tipos de sangue humano FHGURA in.5 0btencao do soro anti-Rh e modos como as hemacias do macaco rJtesus e das pessoas reagem a este soro. (Fonte: Lima, 1984.) Gen6tiea do sistema Rh Apesar de ser geneticamente complexo, o sistema Rh pode ser descrito com urn tinico par de alelos, D e d. As pessoas Rh positivas tern gen6tipo DD ou Dd e as Rh negativas sao dd. Em geral, 85% dos individuos caucas6ides sao Rh positivos (DD ou Dd) e 15% sao Rh negativos (dd). Em negr6ides (ou afrobrasileiros) de Porto A16gre (RS), a freqtiencia de Rh positivos 6 de 94% e a de Rh negativos e de 6%, considerando apenas o loco D, que 6 o que tern malor importanc classificaeao 6 feita usando-se al 0 sistema sangiiineo Rh ej 1:fe¥ra transfus6es Essa ias o soro anti-D. determinado por ge- p). Existe ainda con-nes situados no cromossomo trov6rsia sobre a exata determinaeao gen6tica desse sis- tema e, para descreve-la de forma mais complexa, exis- tem duas hip6teses: a de Fisher-Rcice e a de Wierier. Para Flisher-Rczce, os grupos sangtlineos do sistema Rh sio determinados por uma serie de tres genes intima- mente ligados, na ordem D, C e E e seus alelos respecti- vos c[, c, e e, permitindo oito combinae6es haplotipicas ou hapl6tipos (= conjuntos de genes intimamente ligados, em urn cromossomo, que nao sofrem crossingoL)er e sao transmitidos em bloco): Dce, Dce, DCE, DCE (todos Rh positivos). doe, doe, dcE, dcE (todos Rh negativos); des- sa forma, basta apresentar urn alelo D para o individuo ser considerado Rh positivo. Foram encontrados anticor - pos contra todos os antigenos, exceto contra d. Existem ainda outros alelos, perfazendo urn total de mais de loo combinac6es. Entre eles, esta o DU, que 252 BORGEs-Os6RIo E ROBINsoN funciona como Rh negativo em testes comuns de de~ ' terminacao, pois apresenta fraca antigenicidade. Para :'-' detects-lo, 6 necessario usar-se o teste ou prova de Coombs (teste utilizado para facilitar a aglutinaeao de hemacias ja sensibilizadas in L7iL)o,. consiste basicamen- te da lavagem das hemacias com solueao salina e do uso de urn soro contendo antiglobulina humana ou soro de Coombs). Bxiste tamb6m urn fen6tipo raro,. d8Lnomi- nado Rh nulo, comparavel ao fen6tipo Oh (Bombaim) do sistema ABO, sem antigenos de Rh. Em urn outro fen6tipo raro (D--), faltam os anti- genos correspondentes aos locos C e E. o que sugeriria uma delecao do cromossomo que os contem. De acordo com a hip6tese de W{€rter, o sistema Rh seria determinado por urn tinico loco com varias espe- cificidades antig€nicas. Geneticamente, esse loco teria uma s6rie de oito alelos (alelos mtlltiplos): .RO, R1, R2e RZ. para Rh positivo; r, r', r" e ry, para Rh negativo. A Tabela 11.6 apresenta a correspondencia entre as duas notae6es, bern como suas respectivas freqtl€n- cias em populae6es brasileiras, enquanto a Tabela 11.7 mostra os gen6tipos mais comuns do sistema Rh (Fi- sher-Race) e tipos qe soro com os quais reagem. guanto a base molecular do sistema sangtiineo Rh, evidencias bioquimicas recentes mostraram ser de dois tipos o polipeptidio Rh na membrana do eritr6cito. Urn deles corresponde ao antigeno D e o outro. a anti- genos da serie C e E. A clonagem das sequeficias .gen6- micas responsaveis, usando CDNA (vcr Capitulo 17) de Rh de reticul6citos, revelou.que ha dois genes que co- TAREELA fl fl.6 G®RREsp®NDifeN®nA ENTRn As N®TA@®Es DE FHSRIBR-RAGE E w{ymNER FAmA ® sBSTnMA sANGtifroB® Rh9 o®RTEL surAs RESE9B©"rvAs FRE@tiftLrenAs ' ' Notaead de" ' \ Notaeao isher-Racte '` de Wierier,' Freqiiencia em eutbbra'§ileiros do Rio Grande do Sul * (%) Rh positivo Rh negativo Fonte: Dornelles e cols., 1999. dios mos 6xons 1 e 2. Estes achados ajudam a explicar a razao pela qual esse sistema de grupos sangtlineos 6 aparentemente tao complexo. Doenea hemot{tica do rec6m-nascido (DHRN) ou eritrobtastose fetal Etiotogta e patogenese A DHRN 6 uma doenca hemolitica adquirida, que ocorre quando ha incompatibilidade entre a mac e o feto com relaeao a grupos sangtiineos. Ha dois tipos princi- pais de DHRN: urn 6 devido a incompatibilidade quanto ao sistema Rh (a mac 6 Rh negativa e o feto, Rh positi- vb), o outro decorre da incompatibilidade quarto ao sis- TABEndA fl i®7 GBN®TEp®s MAIS ®®REUNS D® sHS"MA RI-I {FTSLilER-E3RA®E) E REA@©Bs ®®M ®s ANTI[-s®R®s C®RRESP®NDIENTES Reae6es com ,' Fen6tipo Gen,6tipo anti-E ` 'antiJCJ ' L" '' 'ahti-e Rh positivo Rh negativo Dce/doe Dce/Dce Dce/DCE DCE/dce Dce/Dce Dce/doe dce/dce dcE/dce Fonte: Beiguelman, 1983. dificam o sistema Rh: urn para D e d, o outro para C e c,. ; E e e (C,c ; E, e). 01oco D esta presente na maioria dos ELSI individuos e codifi te nas pessoas Rh vos sao homozigot 6 suapreendente, p in antigeno D principal, presen- itivas. Os individuos Rh negati- ra uma delecao do gene D. Nao nto, que nuncatenha sido en- contrado o antigeno d. Analises de CDNA de reticul6citos em individuos Rh negativos, que Cram homozigotos para doe, dcE e doe, permitiram a identificaeao das seqtiencias de DNA gen6mico responsaveis por diferentes variantes antige- mcas no segundo loco antigenico, revelando que elas sao produzidas pela emenda (splicirig) alternativa do RNA mensageiro. 0 polipeptidio Ee mostra o compri- mento total do gene CcEe, com seqtiencia muito seme- lhante a do polipeptidio D. Os antigenos E e e diferem p,9r uma mutaeao de ponto no exon 5. Os polipeptidios Cc sao, ao contrario, produtos de urn transcrito de com- primento menor` do que o do mesmo gene. A diferenea entre C e c e devida a quatro substituie6es de nucleoti- 11 tema ABO (quando a mac 6 do grupo sangtiineo 0 e o feto 6 do grupo A ou 8). A maioria dos casos reconheci- dos clinicamente (90%) € devida a incompatibilidade Rh. A DHRN decorrente da incompatibilidade ABO 6 de difi- cil diagn6stico, por6m tende a ser leve, nao necessitan- do de tratamento. Raramente, a DHRN pode ser tam- b6m causada por incompatibilidade quanto a outros sis- temas sangtlineos, como o Kell e o `Duffy, por exemplo. Normalmente, a circulaeao materna e a fetal sao completamente separadas pela placenta, mas, quando ocorrem falhas nesta membrana, pequenas quantida- des de sangue fetal atingem a circulaeao materna. A grande transferencia de eritr6citos fetais para a circu- laeao materna ocorre durante o trabalho de parto e nascimento, quando a placenta desprende-se e urn gran- de ntimero de hemacias fetais entra na corrente san- gtiinea da mae (0,5 ml de sangue fetal e o suficiente para o estimulo imunol6gico primario), Geralmente o primeiro filho nao sofre a aeao dos anticorpos mater- nos, mas, em uma segunda gesta?ao, o feto podera ser GENETlcA HUMAVA 225© prejudicado. NQ. entanto, quando a mac Rh negativa ja sofreu uma transfusao pr6via incompativel ou teve urn aborto Rh positivo. ela podera ter ficado sensibilizada, acarretando problemas tamb6m a partir da primeira gestaeao. Em uma mac Rh negativa, as celulas fetais Rh positivas podem estimular a formacao de anti-Rh (ou anti-D), o qual e transferldo para a circulaeao fetal. guando isso acontece, suas hemacias sao destruidas, tornando-se o feto anemico e liberando grande quanti- dade de eritroblastos (hemacias imaturas e nucleadas) no sangue. A gravidade da doenca hemolitica varia desde ligeira anemia ate morte intra-uterina, que pode ser causada por hidropisia (edema devido a uma falha car- diaca que sucede a anemia grave). A Figura 11.6 mos~ tra o mecanismo determinante da doenea hemolitica do recem-nascido. Ap6s o nascimento, a rapida destrui?ao das he- macias produz grande quantidade de bilirrubina, cau- sando ictericia durante as primeiras 24 horas de vida. A bilirrubina vai-se ligando a albumina ate a sua total saturaeao (bilirrubina conjugada); a fraeao livre de bi- 1irmbina (nao-conjugada) ira se depositai nas c61ulas nervosas da crianea, constituindo o chamado kernicfe- rus e provocando lesao cerebral. As crianeas que sobrevivem a DHRN apresentam, geralmente, surdez, retardo mental e paralisia cerebral. Podem mostrar outros sinais clinicos, ainda, como he- patoesplenomegalia. ascite, pet6quias hemorragicas, edema generalizado, etc. Como a freqtiencia de maes Rh negativas com fi- 1hos Rh positivos 6 relativamente alta na populacao, seiia de esperar-se que a ocorrencia de casos de DHRN fosse maior que a constatada realmente. 0 que aconte- ce 6 que a mae raramente se sensibiliza, .em virtude de diversos fatores que a protegem; sendo estes os mais importantes: (1) eficacia da placenta como barreira. a& hemacias do feto (normalmente a placenta separa Por completo as circula?5es materna e fetal; em algumas- circunstancias, como em abortos, essa barreira pode sofrer solueao de continuidade, favorecendo a sensibi- lizaeao materna); (2) proteeao devida a incompatibili- dade quanto ao sistema ABO; por exemplo, se a mac for do grupo 0 e a crianea A ou a, as hemac.ias do feto que penetrarem na circulaeao materna serao destrrii- das, em grande parte, pelos anticorpos maternos (anti- A e anti-B) antes que possam sensibilizar a mac,. isto 6, antes que esta forme anticoxpos anti-Rh (F`igura 11.7); (3) variabilidade na capacidade individual de cada mu- 1her para formar anticorpos; assim, ha mulheres a-ue ja na primeira gestacao podem ter crianeas com doen- ca hemolitica, enquanto outras tern tr€s ou mais gesta.- e6es incompativeis sem produzir anticorpos anti-Rh. TratcuneTT±o A hiperbilirrubinemia conseqtiente a incompatibi- lidade materno-fetal podera ser evitada por transfusa£ substitutiva ou exsangtlineotransfusao, administran- 2254 BORGEs-Os6RIo E ROBINsoN FHGurRA fl n.® Mecanismo determi- nante da doenea hemolitic`a do re- c6m-nascido (DHRN). Se urn ho- mem Rh+ e uma mulher Rh- gera- rem uma crianea Rh+, essa mulher podera se tornar sensibilizada e formara anticorpos contra os anti- genos presentes nas hemacias de uma futura crianca Rh+.. (Fonte: Lewis, 1997.) FIGURA nno7 Proteeao devida a incompatibilidade quanto ao sistema sangtiineo ABO, contra a lmunizaeao por feto Rh+. (F`onte: Vermes, 1988.) Neste caso, em que a mac 6 do grupo 0 e a crianea € do grupo A, as hemacias do feto que penetrarem na circulacao materna serao destruidas, em grande parte, pelos anticorpos maternos (anti-A e anti-B) antes que a mac forme anticorpos anti-Rh. do-se sangue Rh negativo e compativel quanto ao siste- ma AB0 a crianea, a fin de evitar outras aglutinac6es e debelar a crise aguda. Essa troca de sangue pode ser realizada com a criinea ainda no dtero materno ou logo ap6s o nasci- mento, por6m os resultados ainda nao sao plenamente satisfat6rios. Urn procedimento bern mais eficaz con- siste em evitar-se a atrav6s do uso de anticorpo anti-Rh), intes do parto ou a:.-`;`:-i:`i::::--: ilizacao da mac Rh negativa, oglobulina anti-Rh (ou seja, 1he deve ser aplicada pouco es dias ap6s. Nesse procedi- mento, a imunoglobulina injetada destr6i as hemacias d_o feto Rh positivo recem-introduzidas na circulaeao in_aterna, evitando que a producao de anticorpos seja estimulada na mac. Como a imunoglobulina injetada (ao contrario da produzida naturalmente) tern vida curta e 6 logo gasta no processo de inativaeao das hemacias fetais, ela se esgota nesse processo, evitando assim a imunizaeao da mac. Outra medida preventiva 6 a dosagem peri6dica deanticorpos no soro materno, durante a gestaeao, com oobjetivo de detectar e controlar o nivel desses anti- corpos. guando ess-: -riivel atinge urn valor cr{tico, o pato 6, entao, induzido. A imunoglobulina anti-Rh 6 preparada a partir de doadores masculinos Rh negativos que receberam san- gue Rh positivo ou de mulheres que tiveram tamb6m imunizaeao previa, por meio de transfus6es, filhos ou abortos incompativeis. Sistemas ABO e Rh em transfus6es sangtiineas Os sistemas sangiiineos ABO e Rh sao os mais freqtlentemente considerados em casos de transfusao. Os receptores devem receber sangue de grupo identico ao seu, mas, em casos de emergencia, individuos de outros tipos sangiiineos podem ser doadores, contanto que haja compatibllidade entre doador e receptor. A Tabela 11.8 mostra as reae6es de aglutinaeao entre hemacias do doador e anticolpos do receptor para o sistema ABO. Note-se que 6 considerada a presenea de antigenos nas hemacias do doador e de anticorpos no soro do receptor. Os anticorpos no plasma do doador normalmente nao sao levados em conta, pois, em ge- ral, nao causam reaeao transfusional, porque sao mui- to diluidos no sangue do receptor e. no caso do siste.rna ABO, absorvidos quase que totalriiente mos tecidos do GENETlcA HUMANA 255 TABE;ETA mos REA@®ES IDn AGE,unINAgA® N® sl[sTEMA AB® EM a_4is®S DB TRANSFUSA® Receptor D®ador Grup oAnt`icorp o : sangtiineo ` (sore ou plasma) Antigenos {hemacias) A .' a AB 'o Antl-B chti-A Nenhum Anti-A e anti-B mesmo. A Figura 11.8 mostra a compatibiliqade e a incompatibilidade entre os diversos grupos sangtii- neos do sistema ABO em transfus6es sangtiineas. Observe-se que quando o doador for do grupo san- gtiineo 0, nao existe reaeao de aglutinaeao, pelo fato de nao possuir antigenos A e/ou a nas suas hema- cias; 6 por essa razao que ele 6 denominado de doa- dor universal. Por outro lado, quando o receptor for do grupo sangtiineo AB, pelo fato de nao possuir an- ticorpos anti-A e anti-B em seu soro, podera receber sangue de individuos de todos os grupos sangtlineos, motivo pelb qual ele e denominado de receptor uni- versal. FHGurE?A n flog Compatibilidade e incompatibilidade no sistema ADO, em transfus6es sangtiineas. 2§© BORGES-OS6RIO E ROBINSoN Com relaeao ao sistema sangtiineo Rh, urn indivi- duo Rh negativo deve receber somente sangue de indi- viduos FP negativos. guando se desconhece o grupo sangtiineo do receptor, em casos de emergenci.a, por exemplo, devera ser-lhe transfundido sangue de indi- viduo .Rh negativo. guando ha necessidade de transfus6es sangtiineas freqtientes, em casos de individuos talassemicos ou com , anemia falciforme (ver Capitulo 9), deve haver a maior- similaridade antigenica entre doador e receptor, pois os individuos politransfundidos, por receberem gran- des volumes de sangue, ficam mais expostos a estimu- 1os de antigenos que eles nao possuem. Sistema MNSs Depois do sistema ABO, o pr6ximo sistema de gru- pos sangtiineos a ser descoberto foi o MN, por Lands- teiner e Levine, em 1927. Esses pesquisadores in].eta- ram sangue humano em coelhos e observaram que o soro dos coelhos assim imunizados continham anticor- pos anti-M e anti-N. Ao contrario do que ocorre com o sistema ABO, no qual os individuos apresentam, em seu soro, anticorpos naturais, no sistema MN, ben como mos demais sistemas de grupos sangtiineos, os anticorpos sao imunes. isto 6. s6 sao encontrados no soro de individuos imunizados pelos antigenos corre§- pondentes. Esses anticorpos (anti-soros), quando mis- turados com hemacias de diferentes individuos da es- p6cie humana, podem reagir de tres formas diferentes, como pode ser visto na Tabela 11.9. T.ABEELA n flog FEN®THP©S9 GIBN®"p®S, mE.AgA® G®M oS ARTI[O®m]p®s I[MurNIBs ANTE-M E AINTH-N E FRE©asNCRA HD®s GrRup®s s4iiNG¢rfiNE®s D® sl[sTBMA rtlri Fen6tipos Gen6tipos Reagao com Fr?qtiencia(%) (grupos ` ` futi-M Anti-N (eurobra§ileiros sangtiineos) ` de p.Alegre) M MM + 31 MN MN + + 48 N NN + 21 A heranea deste sistema sangtiineo seria depen- dente de urn par de alelos co-dominantes M e N, situa. do no cromossomo 4 (4q), determinando os gen6tipos MM, MN e NN. Mais tarde, foi descoberto que o sistema MN apre. senta, ainda, as especificidades antigenicas Ss, que 1 receberam essa denominaeao pelo fato de que.o anti. I corpo anti-S foi reconhecido primeiramente em Sid- ney, na Australia. Acredita~se, hoje, que as combina- ?6es MN e Ss sao herdadas juntas, isto 6: MS, IVS, Ms, Ns, sendo estas duas tiltimas as combinae6es mais freqtientes. As freqtlencias das combinae6es al6licas do siste- ma MNSs, na populacao do Rio Grande do Sul sao: MS = 20,2%; Ms = 37,1%; IVS = 8,9% e its = 33,8.%. A determinaeao do sistema MNSs 6 feita separa- damente, usando-se anti-soros anti-M, anti-N, anti-S e anti-s. 0 sistema sangtiineo MNSs apresenta pouca importancia clinica, mas tern grande aplicaeao como marcador gen6tico. GRUPOS SANGUÍNEOS – EXERCÍCIO 1. O albinismo é condicionado por um alelo recessivo e o sistema ABO de grupos sanguíneos por uma série de três alelos. Os genes para essas características são autossômicos e segregam-se independentemente. Um homem com pigmentação normal e do grupo A é casado com uma mulher albina e do grupo B. Esse casal, que já tem um filho albino e do grupo O, quer saber a possibilidade de vir a ter uma criança normal e do grupo AB. 2. Dois casais suspeitavam da troca de seus bebês no berçário da maternidade. Os casais e os bebês foram submetidos à tipagem do sangue quanto ao sistema ABO, cujos resultados obtidos são mostrados abaixo. Analisando-os, podem-se identificar os pais de cada bebê. Bebê nº 1 – O Bebê nº 2 – A Mãe X – AB Pai X – B Mãe Y – B Pai Y – B Após identificar os pais do bebê nº 2, calcule a probabilidade, em porcentagem, de que um futuro irmão deste bebê seja do sexo masculino e venha a ter tipo sanguíneo diferente do irmão. Despreze a parte fracionária do seu resultado, caso exista. 3. O sangue de Orlando aglutina quando colocado em presença de soro contendo imunoglobulinas ou aglutininas anti-A, e não aglutina quando colocado em presença de imunoglobulinas ou aglutininas anti-B. Orlando casa-se com Leila, que apresenta aglutinações inversas, O casal tem um filho cujo sangue não aglutina nos dois tipos de soro. a) Qual o genótipo dos pais? b) Qual a probabilidade de esse casal ter uma criança cujo sangue aglutine nos dois tipos de soro? Justifique sua resposta. 4. Em seres humanos, uma série de alelos foi associada com os grupos sanguíneos, como segue: IA, tipo A; IB, tipo B; i, tipo O; IA e IB, co-dominantes heterozigotos tem tipo sanguíneo AB; i é recessivo tanto para IA quanto para IB. Que fenótipos e taxas poderiam ser esperados dos seguintes cruzamentos: a) IA/IA x IB/ IB b) IA/IB x i/i c) IA/i x IB/i 5. Um caso foi trazido para um certo Juiz no qual uma mulher de grupo sanguíneo O apresentou um bebê de grupo O, o qual ela declarava ser seu filho e abria ação judicial contra um homem de tipo AB, o qual ela acusava de ser pai da criança. Que relação pode a informação de tipo sanguíneo ter no caso? 6. Em outro caso, uma mulher do grupo sanguíneo AB, teve um bebê de grupo O, o qual ela reclamava como seu. Que relação pode a informação de tipo sanguíneo ter no caso? 7. Um homem heterozigoto Rh-positivo casou-se com uma mulher Rh-negativo. Seu primeiro filho foi normal, e o segundo mostrou os efeitos de incompatibilidade ao Rh. a) Que explicação genética poderia ser oferecida? b) Que previsão poderia ser feita em relação aos futuros filhos do casal? 8. Uma criança é do tipo sanguíneo AB, MN, Rh- e sua B, N, Rh+. O pai dessa criança poderia ser: A) B, MN, Rh- D) B, M, Rh- B) AB, N, Rh- E) A, M, Rh- C) O, MN, Rh- Represente o cruzamento. 9. Qual a probabilidade do casal acima ter uma criança do sexo masculino B, M, Rh+ , sabendo que a mulher tem pai de sangue tipo sanguíneo O, MN e Rh-?
Compartilhar